Buscar

Caso Concreto 5 - Direito Penal 1

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA
DISCIPLINA: DIREITO PENAL 1
ALUNO: RUDOLF MATEUS DE JESUS SPECHT
CASO CONCRETO 5
No dia 20 de março de 2016, por volta de 23h25min, na Estrada Ademar Ferreira Torres, 230, na cidade do Rio de Janeiro, Carlos agindo de forma livre e consciente, mediante grave ameaça exercida por palavras de ordem e pelo emprego de arma de fogo, subtraiu, em proveito próprio, coisa alheia móvel, consistente em bens de propriedade de Abelardo, dentre os quais um veículo GM Cruze, cor preta, placa XYZ 0000, um aparelho de telefone celular e documentos pessoais. Dos fatos, Carlos restou denunciado como incurso nas penas do art. 157, §2º, incisos I, do Código Penal, todavia a sentença julgou parcialmente procedente a pretensão punitiva estatal e condenou o denunciado Carlos pela prática da conduta típica prevista no artigo 157, § 2º-A, do Código Penal por força da alteração legislativa ocorrida no referido dispositivo pela Lei n.13.654, de 23 de abril, de 2018. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre lei penal no tempo, responda de forma objetiva e fundamentada: a decisão do magistrado ao adotar a nova lei quando da aplicação da sentença está correta?
 Não.
 Com a edição da Lei 13.654/2018, ocorreram duas situações de Novatio Legis, a primeira foi a Novatio Legis in Mellius para os crimes praticados com arma branca, o que não nos interessa, e a segunda foi a Novatio Legis in Pejus para os crimes praticados com arma de fogo, o que nos interessa, visto que a majorante (aumento da pena) anterior era de 1/3 sobre a pena e com a nova lei, a majorante (aumento da pena) atual passou a ser de 2/3 sobre a pena.
 Além de que o inciso XL, do artigo 5º, da Constituição Federal diz que: “A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.”. (Grifo nosso). Tal regra geral é conhecida como irretroatividade in pejus, a absoluta impossibilidade de a lei penal retroagir para, prejudicar o agente; tendo como exceção a retroatividade in mellius, quando a lei vier, favorece-lo. 
Questão objetiva. 
Em razão do aumento do número de crimes de dano qualificado contra o patrimônio da União (pena: detenção de 6 meses a 3 anos e multa), foi editada uma lei que passou a prever que, entre 20 de agosto de 2015 e 31 de dezembro de 2015, tal delito (Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal) passaria a ter pena de 2 a 5 anos de detenção. João, em 20 de dezembro de 2015, destrói dolosamente um bem de propriedade da União, razão pela qual foi denunciado, em 8 de janeiro de 2016, como incurso nas sanções do Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal. Considerando a hipótese narrada, no momento do julgamento, em março de 2016, deverá ser considerada, em caso de condenação, a pena de: 
A) 6 meses a 3 anos de detenção, pois a Constituição prevê o princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica ao réu. 
B) 2 a 5 anos de detenção, pois a lei temporária tem ultratividade gravosa. 
C) 6 meses a 3 anos de detenção, pois aplica-se o princípio do tempus regit actum (tempo rege o ato). 
D) 2 a 5 anos de detenção, pois a lei excepcional tem ultratividade gravosa

Continue navegando