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Linguagem e Comunicação Jurídica - Texto e Contexto

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TEXTO E CONTEXTO
PROFESSORA HÉLIDE CAMPOS
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TEXTO - CONCEITOS
O texto é uma unidade global de comunicação que expressa uma ideia ou trata de um assunto determinado, tendo como referência a situação comunicativa concreta em que foi produzido, ou seja, o contexto.
Texto não é só expresso por meio da escrita.
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A ESCRITA É MAIS DO QUE UM INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO
	Permite ao sujeito expressar seus pensamentos do começo ao fim, sem interrupção, mas permite também revisar o texto, reformular, fazer correções e rasuras, enfim buscar a fórmula adequada, o que significa a elucidação dos pensamentos.
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A escrita é, então, o instrumento de pensamento reflexivo, a linguagem da abstração e do pensamento teórico. 
É uma tecnologia intelectual porque permite que interrompa a leitura, retorne sobre a mensagem, modifique a recepção, perceba as estratégias, as articulações, as fraquezas.
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TEXTO - QUE É TEXTO?
 
	Textum vem do latim, que significa “teia”. Não é para menos. Escrever é tecer uma rede onde os fragmentos se solidarizam, de forma que cada um deles se torne indispensável elo de uma cadeia.
	Assim, numa teia bem trançada, o leitor fica agradavelmente preso, pois uma ideia pede outra, uma ação leva a outra, e todos os parágrafos ou versos enroscam-se numa relação de dependência, como fios de um pano.
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MAS, TEXTO NÃO É SÓ ESCRITO
	As notícias lidas ou ouvidas são texto; aquelas conversas, de que fazemos ou não parte, são um texto; o que o palestrante diz é um texto; os poemas, os contos etc. são textos; enfim, estamos rodeados de textos, uma vez que, repetindo: quando falamos, ouvimos, lemos e escrevemos, produzimos textos. 
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	Quando queremos nos comunicar, recorremos ao texto e, por meio dele, nos expressamos.
	Assim, o texto é expressão. Além disso, porque em cada situação comunicativa nós temos um propósito,
	o texto exerce uma função, isto é, tem uma serventia. A notícia serve para informar um fato recente e relevante à sociedade; um recado, para lembrar ou pedir algo combinado; uma receita culinária, para
	orientar; e assim por diante.
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CONTEXTO
	Contexto é a situação histórico-social de um texto, envolvendo não somente as instituições humanas, como ainda outros textos que sejam produzidos em volta e que com ele se relacionem. 
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CONTEXTO
	Já percebemos que, para escrever um bom texto, é preciso que as partes se complementem, criando uma ideia central, algo de mais abrangente; esse “algo de mais abrangente”: é o contexto. 
	O CONTEXTO DEVE SER O MESMO PARA EMISSORES E RECEPTORES...
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ELEMENTOS DE TEXTUALIDADE
INTENCIONALIDADE
ACEITABILIDADE
SITUACIONALIDADE
INFORMATIVIDADE
INTERTEXTUALIDADE
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INTENCIONALIDADE
Refere-se ao esforço do produtor do texto em construir uma comunicação eficiente capaz de satisfazer os objetivos de ambos os interlocutores. 
Quer dizer, o texto produzido deverá ser compatível com as intenções comunicativas de quem o produz.
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	Todo texto é instituído de intenção, uma vez que recorremos a ele com um objetivo específico.
	Produzimos – fala, escrita – com a intenção de fazer algo e o sucesso da comunicação está na identificação dessa intenção por parte do interlocutor (o outro, com quem falamos ou para quem escrevemos). No percurso da interação – entre nós e o outro – damos instrução necessária para que o outro faça, com eficácia, essa identificação. 
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ACEITABILIDADE
O texto produzido também deverá ser compatível com a expectativa do receptor em colocar-se diante de um texto coerente, coeso, útil e relevante. O contrato de cooperação estabelecido pelo produtor e pelo receptor permite que a comunicação apresente falha de quantidade e de qualidade, sem que haja vazios comunicativos. Isso se dá porque o receptor esforça-se em compreender os textos produzidos.
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SITUACIONALIDADE (CONTEXTO)
É a adequação do texto a uma situação comunicativa, ao contexto. Note-se que a situação orienta o sentido do discurso, tanto na sua produção como na sua interpretação. Por isso, muitas vezes, menos coeso e, aparentemente, menos claro pode funcionar melhor em determinadas situações do que outro de configuração mais completa. 
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INFORMATIVIDADE
É a medida na qual as ocorrências de um texto são esperadas ou não, conhecidas ou não, pelo receptor. Um discurso menos previsível tem mais informatividade. O excesso de informatividade pode ser rejeitado pelo receptor, que não poderá processá-lo. O ideal é que o texto se mantenha num nível mediano de informatividade, que fale de informações que tragam novidades, mas que venham ligadas a dados conhecidos.
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INTERTEXTUALIDADE
	Com muita frequência um texto retoma passagens de outro. 
	Quando um texto de caráter científico cita outros textos, isto é feito de maneira explícita. O texto citado vem entre aspas e em nota indica-se o autor e o livro donde se extraiu a citação. Exemplo: “Por trás de todo texto subjaz uma ideologia” (KOCK, 2008). 
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	Basicamente, sempre que um texto faz alusão, cita ou dialoga com outro, temos uma relação intertextual. A intertextualidade não acontece, necessariamente, apenas entre textos escritos. Pode ocorrer entre linguagens diferentes também.
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	A intertextualidade pode ocorrer basicamente sob duas formas: paráfrase e paródia.
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PARÁFRASE
 A paráfrase tem um sentido positivo. Ocorre quando um texto cita outro na intenção de reafirmar, reforçar, exaltar, concordar ou apropriar-se de seu significado para a construção de uma nova ideia. São as citações, por exemplo, nos artigos científicos.
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PARÓDIA
	A paródia já significa o extremo oposto da paráfrase. Acontece quando citamos um trecho com a intenção de polemizar, ironizar ou satirizar com ele, criticá-lo, e, geralmente, ridicularizá-lo. (Programa Pânico faz isso direto...) 
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VÍDEOS EXEMPLIFICATIVOS
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LEITURAS 
O ATO DE LER
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	Leitura deve ser aquela que provoca a ação de pensar e sentir criticamente as coisas da vida e da morte, os afetos e suas dificuldades, os medos, sabores e dissabores; que permite conhecer questões relativas ao mundo social e às tantas e tão diversas lutas por justiça (ou combate à injustiça).
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O ATO DE LER
	Usar a leitura de forma competente significa, também, compreender que ler é tanto uma experiência individual e única, quanto uma experiência interpessoal e dialógica. 
 
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LER
	É individual porque significa um processo pessoal e particular de processamento dos sentidos do texto, mas, também é interpessoal porque os sentidos não se encontram no texto, exclusivamente, ou no leitor, somente; ao contrário, os sentidos situam-se entre texto e leitor. 
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LEITURA
	Dessa forma, a leitura é um processo complexo que envolve o controle planejado e deliberado de atividades que levam à compreensão. Entre essas atividades, destacam-se:
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LEITURA
1. definir o objetivo de uma determinada leitura ("Vou ler este texto para ver como se aplica essa fórmula", "Só quero ver a data da publicação dessa obra". "Vou correr os olhos pelo índice para ter uma ideia geral do livro");
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LEITURA
2. ativar o conhecimento prévio que temos sobre todos os aspectos envolvidos na leitura para selecionar as informações que possam criar o contexto de produção de leitura, garantindo, assim, sua fluência. Refere-se ao conhecimento sobre o assunto, sobre o gênero, sobre onde foi publicado o texto (jornal, revista, livro, folder, panfleto, folheto etc.); sobre o autor do texto, sobre a época em que foi publicado, ou seja, sobre as condições de produção do texto a ser lido; 
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LEITURA
3. realizar inferências, quer dizer, lermos para além do que está nas palavras do texto, lermos o que as palavras nos sugerem, percebendo o que está por trás daquele discurso;
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LEITURA
4. localizar informações presentes no texto; identificar os segmentos
mais e menos importantes de um texto ("Aqui o autor está apenas dando mais um detalhe". "Esta definição é importante");
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LEITURA
5. distribuir a atenção de modo a se concentrar mais nos segmentos mais importantes ("Isto aqui é novo para mim e preciso ler com mais cuidado". "Isto eu já conheço muito bem e posso ir apenas passando os olhos"). A importância de um segmento pode variar não só de um leitor para outro, mas até de uma leitura para outra;
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LEITURA
6. sintetizar as informações dos trechos do texto;
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LEITURA
8. avaliar a qualidade da compreensão que está sendo obtida da leitura ("Estou entendendo perfeitamente o que o autor está tentando dizer“? "Este trecho não está muito claro para mim");
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LEITURA
9. tomar as medidas corretivas quando falhas na compreensão são detectadas ("Vou ter que consultar o dicionário para entender esta palavra, já que o contexto não me bastou". "Parece que vou ter de ler aquele outro artigo para poder entender este");
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LEITURA
10. corrigir o rumo da leitura nos momentos de distração, divagações ou interrupções ("Estou tão distraído (a) que passei os olhos por este parágrafo sem prestar atenção no que estava lendo; vou ter de relê-lo"); 
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LEITURA
11. estabelecer relações entre tudo o que o texto nos diz e o que outros textos já nos disseram, e o que sabemos da vida, do mundo e das pessoas.

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