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Simões Filho e Baía de Aratu

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Simões Filho e Baía de Aratu 
 
Olá Patrícia, olá ouvintes, eu sou a prof. Cecília Freitas da Silva Araújo, hoje vamos falar 
sobre Simões Filho e a Baía de Aratu... 
A Baía de Aratu está localizada no nordeste da BTS e possui em seu entorno mais de 200 
indústrias, (químicas, metalúrgicas, siderúrgicas, mecânicas, farmacêuticas e alimentícias). Esse 
complexo industrial é denominado de Centro Industrial de Aratu (CIA) e teve início na década de 
60. A Baía de Aratu é composta ainda por importante área militar, a Base Naval de Aratu, e um 
porto para escoamento da produção da área industrial, conhecido como Porto de Aratu [1]. As 
águas da Baía de Aratu alcançam diversas comunidades, dentre elas a comunidade de Santa 
Luzia. 
Santa Luzia faz parte do distrito de Simões Filho, essa comunidade situa-se a margem 
esquerda da BR-324, no sentido Salvador – Feira de Santana, e tem os seus manguezais banhados 
pelas enseadas da Baía de Aratu. Esta comunidade tem, dentre outras atividades econômicas, a 
pesca e a coleta de mariscos como fonte de renda e de alimentação. Essas atividades são 
desenvolvidas nos manguezais da região, que além de receber os poluentes de uma 
eletrosiderúrgica vizinha, são banhados pelas enseadas da Baía de Aratu, que como já dissemos, 
tem diversas atividades industriais e portuárias. Alguns estudos já realizados demonstraram que o 
sedimento, a água e os animais têm níveis elevados de poluentes como metais tóxicos e compostos 
orgânicos persistentes [2]. 
Os manguezais, um dos ecossistemas mais produtivos do planeta [3], são de extrema 
importância para essa comunidade, uma vez que delas provém boa parte das proteínas (mariscos 
e peixes). 
Outro aspecto importante quando falamos da Baía de Aratu são os metais pesados como, 
cádmio, chumbo e mercúrio que representam um grupo de substâncias altamente tóxicas que se 
acumulam nos tecidos de organismos marinhos. Diversos estudos relatam que essas substâncias 
podem ser responsáveis por efeitos deletérios a saúde humana [4,5,6]. 
A comunidade de Santa Luzia consome grande quantidade de frutos do mar provenientes, 
sobretudo de áreas potencialmente contaminadas. Ela pode estar exposta à riscos de saúde, já 
que o consumo de frutos do mar é considerado uma das principais fontes de ingestão de metais 
tóxicos [8]. Quantas outras comunidades banhadas pela baía de Aratu não podem estar nessa 
mesma situação? Já pensaram nisso? 
Esse foi o quadro Meio Ambiente e Saúde de hoje, até o próximo encontro. Tchau. 
 
Referências 
 
1. HATJE, V.; BÍCEGO, M. C.; CARVALHO, G. C.; ANDRADE, J. B. Baía de Todos os Santos: aspectos oceanográficos / Contaminação 
Química. Salvador: EDUFBA, 2009. 306 p. 
2. AMADO-FILHO, G. M.; SALGADO, L. T.; REBELO, M. F.; REZENDE, C. E.; KAREZ, C. S.; PFEIFFER W. C. Heavy metals in benthic 
organisms from Todos os Santos Bay, Brazil. Brazilian Journal of Biology, v.68, n.1, p.95-100, 2008. 
3. EMERENCIANO, D.P; SILVA, H.F.O.; CARVALHO, G.C., CRUZ, A.M.F, MOURA, M.F.V. Análise da ocorrência de metais: bário, cádmio, 
chumbo, cobre, cromo, estanho, níquel e zinco, em mexilhão (Anomalocardia brasiliana) coletados no Estuário Potengi/Jundiaí – RN. 
Revista Pública, n. 4, p. 01-09, 2008. 
4. HORTA, M. A. P.; FERREIRA, A. P.; LUZARDO, A. J. R.; BRIGNOL, V.; BRASIL, V. I.; FARO, A. R. M. C. et al., Risk Analysis of 
cadmium intake by fish consumers in a sub-tropical coastal Lagoon, Sepetiba Bay-Se, Brazil. Revista Brasileira em Promoção da 
Saúde, v. 24, n. 1, p. 46-53, 2011. 
5. OLMEDO, P.; PLA, A.; HERNÁNDEZ, A. F.; BARBIER, F.; AYOUNI, L.; GIL, F. Determination of toxic elements (mercury, cadmium, lead, 
tin and arsenic) in fish and shellfish samples. Risk assessment for the consumers. Environment International, v. 59, p.63–72, 2013. 
6. STORELLI, M. M. Potential human health risks from metals (Hg, Cd, and Pb) and polychlorinated biphenyls (PCBs) via seafood 
consumption: Estimation of target hazard quotients (THQs) and toxic equivalents (TEQs). Food and Chemical Toxicology, v. 46, p. 2782–
2788, 2008. 
7. BRANDÃO, G. C. Estratégias alternativas de preparo de amostras para a determinação de metais em alimentos por espectrometria 
de absorção atômica em chama. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Instituto de Química, Salvador-BA, 2010, 95p. 
8. CAVALCANTI, A. D. Monitoramento da contaminação por elementos traço em ostras comercializadas em Recife, Pernambuco, Brasil. 
Caderno de Saúde Pública, v. 19, n. 5, p.1545-1551, 2003.