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Roteiro de Estudos III Gênese do Delito Definição: A gênese do delito acompanha as várias definições de Criminologia. Antropologia Criminal: Nega o livre arbítrio e atribui às características físicas individuais (Lombroso): A etiologia do crime é individual e deve ser buscada no estudo do delinquente, portanto é dentro da própria natureza humana que se descobre a causa dos delitos. Criminologia Clínica: Seus pressupostos teóricos estão orientados para a concepção médico-psicológica (etiologia), a partir de um conjunto de teorias elucidativas: Biologia Criminal, Criminologia Genética, Psiquiatria Criminal. Objetos de estudo: o delito, o delinquente, a vítima e as instâncias de controle. Está voltada para programas de prevenção. Criminologia Sociológica: As teorias sociológicas afirmam que a delinquência tem um mecanismo que intervém no desencadeamento do crime: a gratificação negada pela sociedade. Gerou uma nova ordem de estudos científicos sobre o crime: inicialmente, chamou-se sociologia criminal e depois Criminologia Crítica, como é conhecida. Criminologia Crítica: O crime passa a ser visto como uma realidade normativa e moldada pelo Sistema Social. O criminoso deixa de ser encarado como “anormal”e o crime como manifestação “patológica”. Ser ou não ser criminoso não está relacionado à presença ou ausência de alguma doença ou anormalidade, mas ao fato do indivíduo estar envolvido nas malhas das agências que agem com base em orientações normativas e sociais. A Criminologia Crítica parte da idéia de que o Sistema Punitivo é construído e funciona apoiado pela ideologia da sociedade de classes. O direito é visto como um instrumento de manutenção do status quo social e alimenta a desigualdade pelo exercício de um poder de dominação e força. A criminalidade se constitui por processos seletivos fundados em estereótipos, preconceitos e outras idiossincrasias pessoais, desencadeados por indicadores sociais negativos de marginalização, desemprego, pobreza, moradia em favelas etc. Criminologia Genética: Os estudos sobre os genes criminosos centram-se em atos violentos e esquecem de condutas criminosas que prescindem de atitudes agressivas ou violentas. Reforçam uma postura que enxerga somente uma parcela de condutas criminosas mais visíveis. Criminologia Contemporânea: Biotipologia Criminal Estuda os tipos antropológicos e suas variações de caráter constitucional e hereditário. Trata-se de uma variação da Criminologia Genética acrescentando a adaptabilidade individual e a influência do ambiente para a disposição genética: tipos psicopatológicos e tipos biopsíquicos. Comportamento do Criminoso Transtorno de Conduta ou Delinquência: Esse transtorno caracteriza-se como padrão repetitivo e persistente de conduta agressiva ou desafiadora, violações importantes, inapropriadas para a idade e de natureza mais grave que as travessuras normais de um adolescente. A conduta não preocupa a criança ou o adolescente, que não demonstra consideração pelos sentimentos dos outros. Falta sentimento de culpa ou remorso e hábito de acusar os outros por suas ações. Baixa tolerância à frustração, com crises de irritabilidade, explosões, agressividade exagerada e comportamentos vingativos e desaforados. É um diagnóstico especialmente infantil ou da adolescência, pois a partir dos 18 anos é considerado como Transtorno da Personalidade Antissocial. Será o criminoso responsável pelos seus atos ou vítima de um estado doentio? Personalidade Criminosa: A sociedade tem sido surpreendida pela atitude criminosa cada vez mais presente em pessoas ditas “normais”, cujos delitos têm sido motivados por questões incompreensíveis. Cogita-se sobre a existência de uma personalidade propensa ao crime. Especula-se sobre o grau de juízo crítico que o criminoso tem do ato e se ele seria senhor absoluto de suas ações ou não. As características principais incluem a falta de empatia com os outros, baixa tolerância à frustração, racionalizações duvidosas para explicar comportamentos conflitantes, inconformismo com as normas, manipulação para obter vantagens, mentiras, irritabilidade e agressividade. A discussão sobre a conduta humana se dá entre dois argumentos causais: O livre arbítrio que implica responsabilidade; ou A constituição biológica que determina a ação. Quem acredita no livre arbítrio do criminoso? Desde sempre se acreditou que elementos ou fatores internos ou externos determinam uma espécie de INDIVÍDUO CRIMINOSO. Atualmente há tendências que procuram compreender o processo do ato criminoso partindo do pressuposto de que o delinquente não é um ser diferente. Abandona-se o determinismo biológico e se considera a história pessoal, os processos afetivos, morais, sociais capazes de conduzir à criminalidade. Passamos a concentrar esforços para identificar características de risco e fatores desencadeantes. Se a personalidade é responsável pelo crime, quem é responsável pela personalidade? A pesquisa atual se orienta cada vez mais para a compreensão dos processos complexos pelos quais uma pessoa se envolve numa conduta criminosa e adota um modo de vida delinquente. Não estamos diante de um conjunto de traços de personalidade determinantes de uma conduta criminosa. Trata-se de uma ação delituosa resultante da interação entre determinados contextos e situações do meio junto com um conjunto de processos cognitivos, afetivos e vivenciais que acabariam por levar a pessoa a interpretar a situação de uma forma particular e agir (criminosamente) de acordo com o sentido que lhe atribui. Comportamento Violento A psicopatologia, nos últimos anos, adquiriu conhecimentos que correspondem a 90% do que foi descrito em toda a história da humanidade. A maioria significativa das pesquisas não encontrou uma relação entre doença mental e o risco de cometer crimes. Cérebro e Violência Embora seja conveniente conceber a violência e a agressão como processos comportamentais a tendência é serem concebidas como traços de personalidade ou como manifestações psicopatológicas, por exemplo, “surtar” numa situação de injustiça. O Sistema Límbico é o substrato neural para o comportamento relacionado à emoção e todas as suas estruturas estão envolvidas na regulação do comportamento agressivo. Com destaque para a Amígdala e o Hipotálamo que trabalham em estreita harmonia: o comportamento de ataque pode ser acelerado ou retardado pela interação dessas estruturas. Hipotálamo - É uma das áreas mais importantes e parece estar envolvida na expressão e manifestações somáticas dos estados emocionais. O aumento do nível de vigilância do organismo pode ser determinado pela liberação de adrenalina na corrente sanguínea sem a presença do agente estressor, ou seja, não há evidência de que o organismo está em perigo, embora a adrenalina tenha sido liberada. Como explicar essa liberação? O que a provocou? Amígdala - A destruição das Amígdalas (duas, uma para cada hemisfério) faz com que o animal se torne dócil e indiferente às situações de risco. O estímulo elétrico nessas estruturas provoca crises de violenta agressividade. Em humanos, lesões na Amígdala provocam insensibilidade afetiva. Central da Emoção O evento é captado pela retina. Segue para o tálamo, é interpretado pelas referências/registros /fragmentos de informação que já tenham significado formal. Esses fragmentos seguem para o córtex visual e são traduzidos em imagens. A imagem é analisada no córtex, hipotálamo, hipófise, supra renais e se espalha pelo corpo através dos hormônios. Caso haja alguma emergência, a informação vai direto para a amígdala que soa um alarme e envia direto para a hipófise para uma reação imediata. Inegavelmente, há uma sólida interrelação entre os estímulos externos e a fisiologia interna nos organismos vivos, entre a fisiologia e a resposta comportamental. A Teoria da Anomia: Repousa sobre a idéia de que aqueles a quem a sociedade não oferece caminhos legais (oportunidades) para alcançar obem estar ver-se-ão pressionados, muito antes que os demais, à prática de atos reprováveis para lograr esse objetivo. Conclui-se que o organismo humano é potencialmente criminoso.
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