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VÍCIOS DA LINGUAGEM Jurídica Prof. Esp. Ingrid Andrade Marques CONSIDERAÇÕES INICIAIS De acordo com Crain (1999), a linguagem é a mais rica e complexa ferramenta de comunicação entre os homens. Rica: ponto alto de criatividade / cultura e conhecimento / variedade de palavras e expressões; Complexa: falhas na comunicação entre interlocutores / interpretação dos significados . USOS DA LINGUAGEM Descritivo: descrever circunstâncias / fenômeno e/ou estado de coisas; Expressivo: exteriorizar sentimentos, provocar admiração, simpatia, medo , amor, ódio entre outros; Diretivo: direcionar ações de outras pessoas (ordem militar); USOS DA LINGUAGEM Linguagem operacional: Trata-se da linguagem que objetiva estabelecer uma comunicação direta, precisa e eficiente, eliminando ambiguidades ou qualquer outro tipo de falha no seu entendimento. Seu uso é fundamental para o Direito, com a qual se pronuncia a comunicação necessária e elementar no sistema jurídico. Muito encontrada em testamentos. Ex. : “Nomeio como herdeiro universal de meus bens.” Nota-se que o testador não descreve circunstâncias, nem sentimentos e não dita ordens a outrem. LINGUAGEM DO DIREITO A linguagem do direito é eminentemente científica; Busca abstrair-se dos vícios da linguagem natural; Nem sempre consegue escapar da vagueza, ambiguidade, incerteza e indeterminação. A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM PARA O DIREITO Por meio da escrita e da fala que os conhecimentos doutrinários são dogmaticamente absorvidos pelos bacharelandos; Por meio da linguagem escrita que os pronunciamentos judiciais são publicados na imprensa oficial; Toda norma jurídica deve ser publicada oficialmente; Interpretação e aplicação da norma, cujo pronunciamento se dará por meio da linguagem escrita. (RIZZATTO NUNES, 2016) VÍCIOS DA LINGUAGEM JURÍDICA O jurista busca escapar da vulnerabilidade da linguagem natural; Nem por isso podemos considerar que a linguagem jurídica esteja imune aos vícios da linguagem; Os vícios da linguagem jurídica somente serão sanados a partir da interpretação realizada pelo operador do direito. Os Vícios de linguagem se classificam em: Barbarismo Arcaísmo Neologismo Solecismo Ambiguidade Cacófato Eco Pleonasmo (...) Vícios de linguagem Barbarismo: desvio da norma quanto à: Grafia: proeza = proesa. Pronúncia: rubrica = rúbrica / recorde = récorde. Semântica: cumprimentou = comprimentou. Arcaísmo: É o emprego de palavras ou construções desusadas, antigas. Exemplo: Vosmecê, senhôra. Neologismo: Emprego de novas palavras que não foram incorporadas pelo idioma. Ex.: malamar, desamar. Vícios de linguagem Solecismo: Erros de sintaxe contra as normas de concordância, de regência ou de colocação. Ex.: Concordância: Sobrou muitas vagas (em vez de sobraram). Regência: Hoje assistiremos o filme (em vez de ao filme). Colocação: Me empresta o carro? (em vez de empresta-me). Ambiguidade: Ocorre quando uma frase causa duplo sentido de interpretação. Ex: “O ladrão matou o policial dentro de sua casa”. "O menino viu o incêndio da escola“.11123333 Vícios de linguagem Cacófato: Refere-se ao mau som que resulta na união de duas ou mais palavras no interior da frase. Ex.: “Senhora, mande-me já o livro.” "Não tenho pretensão acerca dela." Eco: Ocorrência de terminações iguais. Ex.: "A decisão da eleição não causou comoção na população.“ Pleonasmo (Redundância ou Tautologia): É a repetição de ideias mediante o emprego de palavras ou expressões distintas. Ex.: “Encontraremos outra alternativa para esse problema”. “O vereador municipal interviu.” Considerações finais É por meio da linguagem escrita, falada ou expressada de alguma forma, que se dá a efetividade da comunicação entre os homens; A interpretação técnica elaborada pelo operador do direito constitui a ferramenta necessária para a solução dos vícios da linguagem; Permite diminuir a distância entre o incerto e o certo, o indeterminado e o determinado, o injusto e o justo. (Nicoletti Camilo, 2012) Referências CAMILLO, Carlos Eduardo Nicoletti. Vícios da Linguagem Jurídica. Mackenzie. São Paulo, 2012. Crain, S. e D. Lillo-Martin (1999) Uma Introdução à Linguística, Teoria e Linguagem. Oxford: Editores Blackwell. NUNES, Luiz Antônio Rizzato. Manual de introdução ao estudo do direito: com exercícios para sala de aula e lições de casa. São Paulo: Saraiva, 2016. http://www.algosobre.com.br/gramatica/vicios-de-linguagem.html http://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/vicios-linguagem.htm
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