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Apostila Química Tecnológica

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Universidade Federal de Santa Catarina 
Departamento de Engenharia Química e Engenharia de 
Alimentos 
Curso de Pós-Graduação em Engenharia Química 
Laboratório de Energia e Meio Ambiente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Combustíveis 
Apostila de Química Tecnológica Geral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Humberto Jorge José, Dr. rer.nat. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Março, 2015. 
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Sumário 
 
1. COMBUSTÍVEIS ........................................................................................................................................... 3 
1.1. Combustíveis Industriais ........................................................................................................................... 3 
1.2. Combustíveis Fósseis ................................................................................................................................ 3 
1.2.1. Carvão mineral ................................................................................................................................ 4 
1.2.2. Petróleo .......................................................................................................................................... 6 
1.2.2.1. Classificação ................................................................................................................................ 7 
1.2.2.2. Processo do refino de petróleo .................................................................................................. 7 
1.2.2.3. Principais combustíveis derivados do petróleo fóssil ................................................................. 8 
1.2.3. Gás Natural ................................................................................................................................... 11 
1.2.4. Hidrocarbonetos sintéticos ........................................................................................................... 12 
1.3. Combustíveis Renováveis ....................................................................................................................... 13 
1.3.1. Biomassa ....................................................................................................................................... 13 
1.3.2. Principais combustíveis renováveis .............................................................................................. 14 
1.3.2.1. Lenha ........................................................................................................................................ 14 
1.3.2.2. Álcool Etílico ............................................................................................................................. 15 
1.3.2.3. Biodiesel .................................................................................................................................... 16 
1.4. Combustíveis na matriz energética brasileira ........................................................................................ 17 
1.5. Análises de combustíveis ........................................................................................................................ 18 
1.5.1. Combustíveis Sólidos .................................................................................................................... 18 
1.5.1.1. Análise imediata ....................................................................................................................... 19 
1.5.1.2. Análise elementar ..................................................................................................................... 19 
1.5.1.3. Poder calorífico ......................................................................................................................... 20 
1.5.2. Combustíveis Líquidos .................................................................................................................. 20 
1.5.2.1. Diesel - Resolução ANP n.50 de 2013 ....................................................................................... 20 
1.5.2.2. Gasolina - Resolução ANP n.40 de 2013 ................................................................................... 23 
1.5.2.3. Etanol - Resolução ANP n.19 de 2015 ....................................................................................... 25 
1.5.2.4. Biodiesel – Resolução ANP n.45 de 2014 .................................................................................. 27 
1.5.2.5. Óleo combustível – Resolução ANP n. 80 de 1999 ................................................................... 30 
1.5.3. Combustíveis Gasosos .................................................................................................................. 31 
1.5.3.1. Gás natural ................................................................................................................................ 31 
1.5.3.2. Biogás – Resolução ANP n. 8 de 2015 ....................................................................................... 33 
1.5.3.3. GLP – Resolução ANP n. 18 de 2004 ......................................................................................... 34 
 
3 
 
1. COMBUSTÍVEIS 
 
O termo combustível está associado à idéia de fonte de energia calorífica, ou seja, uma 
substância susceptível de se combinar quimicamente com outra por meio de uma reação exotérmica, 
a qual desprende calor. 
 
1.1. Combustíveis Industriais 
 
Apenas algumas substâncias são consideradas combustíveis industriais. Para tal consideração 
são necessárias as seguintes condições: 
• Disponibilidade, o que está ligado à existência de grandes quantidades; 
• Baixo custo, ou seja, preço acessível no local de consumo; 
• Aplicabilidade, isto é, a tecnologia associada ao seu uso deve estar disponível. 
 A Tabela 1 apresenta diversos combustíveis industriais, os quais estão separados pelos estados 
físicos da matéria. A maioria destes combustíveis é utilizada em fornos e caldeiras. Uma parte é 
usada em motores de combustão interna ou turbinas a gás, 
 
Tabela 1 - Combustíveis industriais em seus diferentes estados físicos, sólido, líquido e gasoso: 
Estado Físico Material 
Sólido 
Madeira (Biomassa) 
Lenha 
Serragem 
Cavaco 
Coque de petróleo 
Carvão vegetal 
Coque de carvão 
Lodo e resíduos industriais (Biomassa) 
Líquido 
Petróleo 
Óleos de xisto 
Óleos vegetais (Biocombustíveis) 
Biodiesel (esterificação de óleo vegetal) 
Derivados de petróleo 
Álcool (Biocombustível) 
Gasoso 
Gás natural 
Biogás (Biocombustíveis) 
Hidrogênio 
GLP 
 
Estes combustíveis podem ser separados em fósseis e renováveis. 
 
 
1.2. Combustíveis Fósseis 
 
O termo “combustíveis fósseis” engloba um grande número de compostos orgânicos minerais, 
podendo ser sólidos, líquidos ou gasosos. Estes incluem carvão mineral, petróleo e gás natural. 
Através de processos físicos e/ou químicos apropriados, esses combustíveis fósseis podem ser 
separados ou transformados em produtos finais similares. Por exemplo, o petróleo é destilado para 
obtenção de diversos produtos, como a gasolina e o óleo diesel. 
 
 
4 
 
Os combustíveis fósseis mais conhecidos e utilizados são: 
Carvão mineral; 
Petróleo e seus derivados; 
Gás natural. 
 
1.2.1. Carvão mineral 
 
O carvão mineral é originário da transformação da matéria vegetal de grandes florestas 
soterradas há milhões de anos, através da ação da pressão, temperatura e micro-organismos. A 
pressão do solo, calor e movimento da crosta terrestre propiciou a transformação progressiva do 
conteúdo gasoso dos carvões, resultando em carvões de diferentes classificações: turfa, linhito, 
hulhas (carvão sub-betuminoso e betuminoso)e carvão antracito. 
O carvão é constituído basicamente de C, H, O e pequenas quantidade de S e N. 
Esses carvões se diferenciam essencialmente pela sua idade geológica, chamada de grau de 
carbonificação ou rank. Quanto maior o rank do carvão, maior é o teor de carbono e o conteúdo 
energético. 
O percentual de carbono aumenta conforme a idade do material, aumentando assim o rank, na 
seguinte ordem: 
 
Material % de C (b.s.) 
Lenha 49-50 
Turfa 50-64 
Linhito (carvão mole) 65-75 
Hulha (carvão duro) 
carvão sub-betuminoso e betuminoso 
82-92 
Antracito 92-96 
 
A turfa e o linhito são de formação mais recente. A turfa é o material da fase inicial da 
transformação, mantendo quase todas as características dos vegetais de origem, portanto não é 
considerada pertencente à série de carvões. 
O linhito é o primeiro estágio de formação do carvão e pode ser caracterizado pela 
compactação e consequente eliminação da água, aumentando assim o grau de dureza. 
No estágio seguinte, o linhito é transformado em carvão mineral, classificado em sub-
betuminoso e betuminoso. 
As reações dominantes nesta fase são de natureza química, ocorrendo o aumento do carbono 
fixo, redução dos teores de O e H, diminuição da matéria volátil e aumento do poder calorífico. 
Por fim, é formado o antracito, com ainda menor teor de matéria volátil e H. 
Como visto, o grau dos processos pelos quais o carvão sofre durante sua formação vai definir 
suas características físicas e químicas. Assim, o carvão não é uma substância uniforme, não 
existindo, portanto, dois tipos de carvões iguais em todos os aspectos. 
O carvão mineral é considerado o combustível fóssil em maior abundância e perspectiva de 
vida útil. 
Representa 30% na participação na matriz energética mundial, e de 41% no caso da produção 
de energia elétrica. 
Os 5 maiores produtores de carvão mineral são: China, EUA, Índia, Indonésia e Austrália 
(World Coal Association, 2013). 
No Brasil, as reservas mais significativas são as de carvão betuminoso e sub-betuminoso. A 
extração do carvão no Brasil vem sendo desenvolvida essencialmente nos estados do Rio Grande do 
Sul e Santa Catarina, sendo responsáveis por mais de 98% das reservas de carvão nacional. O 
5 
 
restante encontra-se nos estados de SP e PR. A maior jazida é a de Candiota no RS, possuindo 38% 
do carvão nacional. 
De maneira geral, os carvões nacionais possuem maiores teores de matéria mineral, enxofre, 
cinzas e menor teor de carbono, quando comparado com carvões internacionais. No entanto, os 
minerais (K, Na, Fe, Mg) presentes nesse carbono contribuem para o aumento de sua reatividade. 
Estudos mostram que os carvões catarinenses beneficiados, quando comparados, por exemplo, com o 
carvão alemão Westerholt, possuem boa reatividade, mesmo contendo maior teor de cinzas. 
O carvão beneficiado é obtido por meio de etapas de tratamento do carvão bruto para retirada 
de impurezas. Este tratamento pode ser feito por etapas de trituração, classificação e lavagem do 
carvão bruto, também conhecido com run of mine (ROM). 
 
O carvão é empregado, principalmente, nos processos de combustão, gaseificação, liquefação e 
carbonização. 
 
A Tabela 2 apresenta um resumo desses processos. 
 
Tabela 2 - Principais processos da utilização do carvão 
Processo Agente ativo sobre o 
carvão
 
Produto principal Subprodutos 
Combustão Oxigênio Calor Cinzas 
Gaseificação Vapor (+ calor) Gás Cinzas 
Liquefação Hidrogênio + solvente Combustível líquido Gases, cinzas 
Carbonização Calor Coque (char)
 
Gases, Alcatrão 
 
A combustão do carvão inicia pela ignição, causando a degradação térmica (pirólise), que 
produz duas frações: produtos voláteis e o coque. Os voláteis queimam em uma reação na fase 
gasosa, enquanto o coque sofre uma reação superficial heterogênea com o oxigênio. Os produtos da 
combustão são calor e produtos finais de baixo valor, como as cinzas. 
 
As principais técnicas usadas para a combustão do carvão são mostradas na Figura 1 e descritas 
abaixo: 
• Combustão em leito fluidizado; 
O carvão é queimado em um leito de partículas mantidas em suspensão pelo ar de combustão. 
O ar é soprado de baixo para cima num duto vertical. Esta tecnologia permite a redução de enxofre 
(até 90%) e de NOx (70-80%), pelo emprego de partículas calcárias e de temperaturas inferiores ao 
processo convencional de pulverização. Uma das vantagens em relação à combustão pulverizada 
convencional é a redução de enxofre sem perdas de eficiência térmica. Outra vantagem dessa 
tecnologia é que ela pode queimar resíduos e carvões de baixa qualidade, com baixo índice de 
emissões, sendo, portanto, adequada também a sistemas de incineração. 
• Combustão em leito fixo ou em grelhas; 
O carvão é queimado em um leito fixo sobre uma grelha e pelas aberturas passa uma corrente 
ascendente de ar de combustão. 
No início da combustão, o carvão aquecido comporta-se como se estivesse sofrendo uma 
destilação seca, isto é, desprende matéria volátil e forma um resíduo sólido de coque (essencialmente 
carbono). A corrente de ar ascendente e o movimento ascendente das matérias voláteis vai 
ocasionando a decomposição do carvão de baixo para cima. 
• Combustão Pulverizada. 
O carvão é queimado como partículas pulverizadas, que aumentam a área e a eficiência da 
combustão. Este processo surgiu para possibilitar o uso dos refugos de carvão em pó gerado nas 
minerações das instalações de refino do carvão em pó. Além dos refugos é possível moer carvão para 
6 
 
este processo, para isso, o carvão deve ter no máximo 8% de umidade e teor de matéria volátil igual 
ou maior que 20%. O combustível pulverizado comporta-se como um combustível gasoso e um 
pequeno excesso de ar permite sua combustão completa. 
 
Figura 1 – Processos de combustão de carvão 
 
 
As principais aplicações para a combustão direta do carvão são para geração de vapor 
industrial, termoeletricidade, calor para o processo em fornos e fornalhas para indústria de cimento, 
vidro, cerâmica, etc... 
 
1.2.2. Petróleo 
 
Há diversas teorias sobre o surgimento do petróleo, a mais aceita é que ele tenha surgido a 
partir da decomposição de restos orgânicos de animais e vegetais depositados no fundo de lagos e 
mares sofrendo transformações químicas ao longo de milhares de anos. 
A região com maior reserva de petróleo provada é o Oriente Médio, com 808,5 bilhões de 
barris, correspondente a 47,9% das reservas mundiais. No Brasil, as reservas de petróleo provadas 
em 2004 eram de 11,2 bilhões de barris e em 2013 aumentou para 15,6 bilhões de barris. 
Mundialmente, são produzidos 86808 mil barris de petróleo por dia (2013). Os maiores produtores 
de petróleo são o Oriente Médio, responsável por 33% da produção, seguido dos países da Europa e 
América do Norte, responsáveis por 19 e 20% da produção, respectivamente. Os países da América 
Central são responsáveis por 8,4% da produção, sendo 2,4% no Brasil (BP Statistical Review of 
World Energy, 2014). Apesar dos países do Oriente Médio serem responsáveis pela maior produção 
de petróleo mundial, eles consomem menos petróleo (9,3%) que os países da Ásia (33,4%), América 
do Norte (25,5%) e Europa (20,4%). Os países da América Central e do Sul consomem 7,4% do 
petróleo mundial, e o Brasil é responsável por 3,2%. 
O petróleo é uma substância líquida, inflamável, oleosa e com densidade menor que a água 
(0,77 a 0,98 g/mL). O petróleo é constituído essencialmente de C e H (hidrocarbonetos) dos tipos 
parafínicos, aromáticos e naftênicos. Contêm ainda, derivados oxigenados, sulfurados ou 
nitrogenados. Com PC entre 9700 a 11700 kcal/Kg. 
 
 
 
 
 
 
7A composição elementar média do petróleo é descrita abaixo: 
Compostos % 
C 81-87 
H 10-14 
S 0-6 
O 0-7 
N 0-1,2 
 
1.2.2.1. Classificação 
 
O petróleo pode ser classificado de acordo com o tipo predominante de hidrocarbonetos na 
mistura: 
 
Petróleo de base parafínica (pesado) – predominância de hidrocarbonetos saturados, desde o 
metano (CH4) até a parafina (C35H72). Apresenta coloração clara e após destilação gera um excelente 
óleo lubrificante. Produz gasolina de baixa octanagem, querosene de alta qualidade, óleo diesel com 
boas características, óleo lubrificante com elevada viscosidade, alta estabilidade química e alto ponto 
de fluidez. ºAPI < 22. 
 
Petróleo de base aromática (médio) – possui grande concentração de hidrocarbonetos 
aromáticos. É raro e produz gasolina de alta octanagem, não é usado para lubrificantes. ºAPI entre 22 
e 30. 
 
Petróleo de base asfáltica ou naftênico (leve) – predominância de hidrocarbonetos naftênicos 
(cadeia fechada cíclica, cicloalcanos). Produz gasolina de alta octanagem, óleo lubrificante com 
baixo resíduo de carbono. ºAPI > 30. 
 
Petróleo de base mista – possui mistura de hidrocarbonetos parafínicos e naftênicos com 
propriedades intermediárias. 
 
Outra classificação utilizada para o petróleo é dada pelo grau API (American Petroleum 
Institute), que é determinado pela densidade (estabelecida de 15,6 ºC) de uma amostra padrão obtida 
por destilação em pressão atm., na faixa de 250-275 ºC, seguida por destilação com pressão reduzida 
na temperatura de 275-300 ºC. A primeira fração representa a gasolina e a segunda os óleos 
lubrificantes. 
A densidade da segunda fração obtida é determinada a 15,6 ºC e substituída pelo grau API: 
ºAPI = (141,5÷densidade)-131,5 
Geralmente, quanto maior o ºAPI, maior o valor do produto no mercado. 
 
1.2.2.2. Processo do refino de petróleo 
 
 A produção de derivados do petróleo envolve basicamente 3 processos: 
 Separação: destilação fracionada (topping) em diferentes temperaturas onde são obtidas 
diferentes frações; 
 Conversão: craqueamento térmico (desintegração), polimerização e reforma catalítica para 
obtenção de derivados mais nobres; 
 Tratamento: geralmente químicos para remoção de compostos indesejáveis, como o enxofre. 
 
 
 
8 
 
 
Principais frações produzidas: 
 
 Gases (C1 a C4) – gerados em até 50 ºC, H2, metano, propano, butano e buteno, GLP (gás 
liquefeito de petróleo, rico em butano e propano), butadieno (MP para borracha sintética); 
 Nafta (C5 a C9) – destila até 70 ºC, utilizada como MP para produção de eteno, propeno, 
benzeno e tolueno e ainda plásticos, resinas e solventes; 
 Gasolina (C5 a C10) – 120 ºC, frações de solventes diversos; 
 Querosene (C10 a C16) - 170 ºC, usado principalmente como combustível de aeronaves e 
jatos, conhecido como Jet fuel; 
 Diesel (C14 a C20) - 270 ºC, utilizado principalmente em caminhões, tratores e grandes 
embarcações; 
 Óleo lubrificante (C20-C50) – 450 ºC, óleo de motor graxa e outros lubrificantes; 
 Óleo combustível (C20-C70) – 600 ºC, aquecimento de fornos e caldeiras industriais, 
navios; 
 Asfalto, alcatrão (> C70) - 600 ºC, pavimentação e fabricação de outros produtos. 
 
1 barril de petróleo gera cerca de: 
 40% de diesel 
 18% de gasolina 
 14% de óleo combustível 
 8% de GLP 
 8% de nafta 
 4% de querosene de aviação 
 8% outros (asfalto, óleo lubrificante, etc...) 
 
1.2.2.3. Principais combustíveis derivados do petróleo fóssil 
 
1) Óleo Diesel 
 
O óleo diesel é formado principalmente por: 
C (86%) e H (13%) e baixas concentrações de S, N2 e O2. 
PC- 10.100 kcal/kg 
Densidade – 815 a 865 kg/L 
 
O diesel é empregado em motores de compressão interna e ignição por compressão (chamados 
de motores ciclo diesel). O processo de combustão em um motor diesel envolve tanto processos 
físicos como químicos. Os processos físicos incluem o transporte do combustível e do ar para a 
câmara de combustão, a mistura do combustível com o ar, e condições favoráveis para a reação 
química. O processo químico envolve a auto-ignição do combustível e reação química que libera a 
energia potencial do mesmo. 
Atualmente, o diesel é o combustível mais utilizado no sistema rodoviário nacional, 
responsável por 49% do consumo nacional (ANP, 2013). O diesel não possui octanagem, mas sim 
índice de cetano (referência é cetano normal C16H34, que vale 100). 
Em aplicações automotivas, o óleo diesel tem relativamente baixas emissões de CO e 
hidrocarbonetos, mas altas emissões de NOx e material particulado. As desvantagens nas emissões 
têm potencial para melhoramentos. Uma redução no conteúdo de enxofre, por exemplo, reduz não 
somente as emissões de SO2, mas também as emissões de material particulado. 
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Segundo a Resolução ANP n.50 de 2013, existem 2 tipos de diesel, conforme o teor máximo de 
enxofre: S10 (10ppm-amarelo) e S500 (500ppm-vermelho). 
 
2) Gasolina 
 
Atualmente, a gasolina é o segundo combustível mais utilizado no sistema rodoviário nacional, 
responsável por 32,1% do consumo nacional (ANP, 2013). A gasolina é composta principalmente 
por hidrocarbonetos e baixas concentrações de S, compostos de N2 e compostos metálicos. Sua 
composição é complexa, contendo normalmente compostos parafínicos normais e ramificados, 
naftênicos e aromáticos com cadeia carbônica de 5 a 10 átomos de carbono. 
No Brasil, segundo Resolução ANP n.40 de 2013, a qual regula as especificações das gasolinas 
de uso automotivo, existem 2 tipos de gasolina classificadas como: 
Gasolina comum (octanagem min. 87) comercializada com sua cor original de produção 
(amarelada), sem adição de corantes. 
Gasolina premium (octanagem min. 91), pode ser comercializada com cores diferenciadas, de 
acordo com cada companhia distribuidora. 
Gasolina aditivada: difere da gasolina regular apenas pela presença de aditivos 
detergentes/dispersantes, adicionados pelas distribuidoras. Nessa gasolina é permitida a adição de 
corantes, tendo cores diferenciadas por distribuidora. Os aditivos têm a função de impedir a 
formação de depósitos, mantendo limpos os bicos injetores e as válvulas de admissão. 
Teor de S máx = 50 mg/kg 
Densidade = 720 a 775 kg/m
3
. 
Teor de etanol anidro = subiu de 25 para 27% em Março de 2015; 
O índice de octanagem é um importante parâmetro da qualidade da gasolina. Esse índice mede 
a tendência de um combustível detonar quando queimado no cilindro de um motor. Quanto maior o 
índice de octanagem, menor a tendência à detonação. 
De acordo com a definição do índice de octanagem, isoctano tem o valor de 100 para esse 
índice, enquanto o n-heptano possui o valor de zero. Misturando-se esses dois hidrocarbonetos em 
diversas proporções, obtêm-se combustíveis com diferentes octanagens. 
O que diferencia a gasolina Premium das gasolinas tradicionalmente comercializadas no Brasil 
é a sua maior octanagem e o seu menor teor de enxofre. 
Na aviação existem dois tipos de combustíveis: A AV-Gas (Gasolina de aviação) e o JET A-1 
(Querosene de aviação, ou Jet fuel – combustível de jato em inglês). A diferença de uso de um para o 
outro é que a AV-Gas é vendido em pequenos volumes e usado em aeronaves pequenas que não 
comportam grande quantidade de combustível, geralmente em aviões com motor a pistão parecido 
com o funcionamento do motor utilizado no nosso carro. Pode aparecer nas cores: vermelho, verde 
ou a mais conhecida, particularmente a única que vi no Brasil até hoje, a cor azul. Estas cores nada 
mais são que corantes adicionados ao produto para diferenciar das demais gasolinas. Algumas 
características que a AV-Gas deve obrigatoriamente possuir é ter boa combustãoe elevada 
octanagem capaz de resistir a altas temperaturas sem explodir. Contém chumbo tetratila e seu uso é 
proibido em automóveis. 
Já o Jet-A1, o nosso querosene para aviação, é um combustível utilizado em grandes volumes 
consumido principalmente por nossas companhias aéreas nos motores a turbina, seja jato-puro, 
turboélices ou turbofans. Tem como requisitos: permanecer líquido e homogêneo até a zona de 
combustão das aeronaves, ter poder calorífico o mais elevado possível, apresentar resistência 
química e física às variações de temperatura e pressão e ter boas características lubrificantes. 
 
 
 
 
10 
 
3) Óleo Combustível 
 
O termo “óleo combustível” designa, de um modo geral, frações pesadas residuais do petróleo, 
obtidas em vários processos de refino. A composição dos óleos combustíveis é bastante complexa. 
Os hidrocarbonetos presentes são de elevado peso molecular e estão representados pelas famílias já 
conhecidas de parafinas, naftênicos e aromáticos, podendo ainda conter enxofre, nitrogênio e 
oxigênio e ainda quantidades muito pequenas de alguns metais como o vanádio, níquel, sódio, ferro, 
etc. Os vários processos de refino tendem a concentrar os compostos de enxofre e os metais nos 
resíduos pesados. 
As características mais importantes de um óleo combustível são viscosidade, quantidade de 
enxofre, água e sedimentos, vanádio, ponto de fulgor e ponto de fluidez. 
A viscosidade de um fluido é a medida da sua resistência ao escoamento a uma determinada 
temperatura, e é uma importante característica de combustíveis líquidos, principalmente, os mais 
viscosos. 
O ponto de fluidez é a menor temperatura na qual um produto líquido flui quando submetido 
ao resfriamento sob condições determinadas de teste. Ele estabelece as condições de manuseio e 
estocagem do produto. Especificam-se limites variados para esta característica, dependendo das 
condições climáticas das regiões, de modo a facilitarem as condições de uso do produto. 
A viscosidade e o ponto de fluidez determinarão a aplicação do produto. 
As especificações e as normas técnicas para a análise das características do óleo combustível 
são determinadas pela Portaria n. 80, de 30/04/1999, da Agência Nacional do Petróleo – ANP. 
O óleo combustível é utilizado em uma grande variedade de equipamentos destinados à 
geração de energia ou calor, principalmente em caldeiras, aquecedores, fornos, secadores, etc. Nos 
países frios, os sistemas de aquecimento doméstico também usam óleo combustível, e as caldeiras 
marítimas fazem largo uso dele. 
 
4) Gás Liquefeito do Petróleo-GLP – “gás de cozinha” 
 
O GLP, gás liquefeito de petróleo, é constituído por hidrocarbonetos que são produzidos no 
início da destilação do petróleo, e também durante o processamento do gás natural. 
O GLP proveniente do gás natural não contém hidrocarbonetos insaturados, ao passo que 
quando são obtidos a partir de gases de refinarias (petróleo) esses hidrocarbonetos podem aparecer 
em quantidades variáveis. 
Para o GLP proveniente do petróleo, os hidrocarbonetos que aparecem em maiores proporções 
são os compostos de três átomos de carbono (propano e propeno) e de quatro carbonos (butano e 
buteno). Pequenas quantidades de etano e pentano também podem ocorrer. 
 Os hidrocarbonetos predominantes no GLP são gasosos a pressão e temperatura ambiente, mas 
liquefazem-se quando pressões relativamente baixas são aplicadas, proporcionando a redução a 
pequenos volumes, facilitando os trabalhos de manuseio e transporte. 
Entre as principais impurezas encontradas no GLP, os compostos sulforosos são os mais 
indesejáveis, pois estes incorporam corrosividade ao produto, sendo o gás sulfídrico o mais 
agressivo. Por essa razão, quando necessário, submete-se o produto a tratamentos em unidades 
especiais. 
 O GLP tem amplo emprego tanto em aquecimento doméstico como industrial. Apresenta 
grandes vantagens sobre os combustíveis sólidos ou líquidos, devido ao seu alto poder calorífico, que 
é da ordem de 11.000 kcal/kg. Apresenta, também, várias vantagens sobre o gás de carvão (produto 
de gaseificação) e entre eles se destacam: o maior poder calorífico, menor toxidez e menor risco de 
explosão. 
O GLP apresenta alto índice de octanagem, o que permite que motores a GLP tenham maiores 
razões de compressão do que os motores a gasolina e, assim, maiores eficiências energéticas. Mas 
11 
 
veículos leves a GLP não exploram essa vantagem e os motores não tem a eficiência otimizada. O 
consumo de GLP é menor que o da gasolina, mas acima do diesel. Em veículos leves, as emissões de 
NOx são próximas das obtidas com a gasolina, mas as outras emissões são menores. 
 
1.2.3. Gás Natural 
 
Gás natural é uma designação genérica para uma mistura de hidrocarbonetos gasosos contendo 
principalmente metano. Entre os combustíveis fósseis, o gás natural é o menos poluente. É 
encontrado na natureza, normalmente em reservatórios profundos no subsolo, associado ou não ao 
petróleo. 
Como os demais combustíveis fósseis, o gás natural tem origem da degradação da matéria 
orgânica. Através de movimentos de acomodação da crosta terrestre, a matéria orgânica foi soterrada 
a grandes profundidades e, por isso, sua degradação ocorreu, normalmente, fora do contato do ar 
(pela ação de bactérias anaeróbias), em altas temperaturas e pressões. 
O gás natural é uma fonte energética não renovável, por isso tende ao esgotamento. Mesmo 
assim, o gás natural deve ser o principal combustível a substituir o petróleo, com predominância por 
toda a primeira metade do século 21. 
Muitas vezes o gás natural encontra-se associado ao petróleo, sendo que a proporção em que o 
petróleo e o gás natural se encontram misturados na natureza varia muito. Pode ocorrer petróleo com 
muito gás associado, bem como jazidas em que há quase exclusivamente a presença do gás natural. 
Quando há predominância do petróleo, quem define as condições de exploração da jazida é a 
produção do petróleo e, então, o gás natural associado é um subproduto da produção do primeiro. Se 
não houver condições econômicas para aproveitamento do gás natural, ele é reinjetado na jazida ou, 
então, queimado, em queimadores de segurança (flare), para se evitar a criação de uma atmosfera 
rica em gases combustíveis no entorno das instalações de produção de petróleo. 
Quando o gás é dominante, ou seja, gás natural não-associado, o seu aproveitamento 
econômico é condição essencial ao desenvolvimento da produção. As maiores ocorrências de gás no 
mundo são de gás não-associado ao petróleo. Tanto o gás não-associado, quanto a corrente gasosa 
recuperada do petróleo constituem-se no que se costuma denominar de gás natural úmido, o qual 
contêm em suspensão pequenas quantidades de hidrocarbonetos que são líquidos, nas condições 
atmosféricas de pressão e temperatura, dispersas na massa gasosa. Desse modo, o gás natural úmido 
é composto predominantemente de metano, etano e, em menores proporções, de propano e outros 
hidrocarbonetos de maior peso molecular, apresentando contaminantes, como nitrogênio, dióxido de 
carbono, água e compostos de enxofre. 
Assim, o gás natural precisa passar por um tratamento inicial, também denominado secagem do 
gás natural. Esse tratamento, normalmente realizado junto à jazida, é feito em Unidades de 
Processamento de Gás Natural (UPGN), resultando de um lado gás natural seco e de outro líquido de 
gás natural (LGN). 
 Durante o processo de secagem do gás natural nas UPGN, são também removidos 
contaminantes ou reduzidos os seus teores, para atender às especificações demandadas pelo mercado. 
Esses tratamentos são muito eficazes, razão pela qual o gás natural seco (forma sob a qual é, 
normalmente, comercializadoe, simplificadamente, chamado de gás natural) é composto de uma 
mistura de metano e etano, com reduzidíssimas proporções de outros hidrocarbonetos e de 
contaminantes. A proporção de metano nesta mistura normalmente é de 80 a 95%. 
 Os líquidos de gás natural (LGN) correspondem às frações que se liquefazem facilmente 
(propano e butano) ou que são líquidas nas condições ambientais. Essas frações apresentam alto 
valor comercial, sendo aproveitados como: 
 Gás liquefeito de petróleo – propano e butano, usado no Brasil como combustível 
doméstico; 
12 
 
 Gasolina natural – pentanos e hidrocarbonetos de maior peso molecular, os quais são 
utilizados na formulação de gasolinas automotivas e como matéria-prima para as unidades 
petroquímicas, com vistas à produção de eteno e propeno. 
 O meio de transporte mais utilizado para distribuir o gás natural é o gasoduto, que são dutos 
(tubulações) para conduzir o gás natural, que é introduzido sob pressão, por meio de compressores. 
 
Entre os principais empregos se destacam: a geração de energia elétrica, o uso em áreas 
urbanas e em automóveis. A utilização do gás natural para geração de energia elétrica vem crescendo 
no mundo inteiro, sendo considerado o combustível mais apropriado para uso em turbinas a gás. É 
usado, principalmente, em grandes usinas próximas aos maiores centros de consumo. Quando há a 
possibilidade de agregar estas usinas a grandes indústrias usuárias de vapor d’água, para 
aquecimento e acionamento de pequenas turbinas, em co-geração, a eficiência energética do conjunto 
é ainda maior. Dessa forma, a energia elétrica é produzida a baixo custo, o que torna essas usinas 
muito econômicas. 
 O gás natural tem sido usado como combustível em motores de combustão interna em alguns 
países, tanto em veículos leves (táxis e veículos particulares) quanto pesados (ônibus e caminhões). 
No Brasil, em algumas regiões, principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, já existem 
muitos veículos, principalmente ônibus e táxis, operando com gás natural. 
 Nas áreas urbanas, o gás natural é distribuído por rede de tubulações subterrâneas, e pode 
atender: 
 Uso residencial – para cocção (nas cozinhas), para aquecimento de água e para calefação 
(nas regiões frias); 
 Uso comercial – similar ao uso residencial, mas especialmente em todas as necessidades de 
calor. Já é corrente a sua aplicação em centrais de ar-condicionado, em especial em 
unidades de maior porte, como centros comerciais. 
 
1.2.4. Hidrocarbonetos sintéticos 
 
Os hidrocarbonetos podem ser obtidos pelos métodos alemães de Bergius e de Fischer-
Tropsch. A produção de combustíveis sintéticos começou apenas em 1919, após a Primeira Guerra 
Mundial, quando a necessidade de combustível estava em declínio. 
No processo Bergius, linhitos e hulhas com pouca cinza e umidade são moídos e misturados 
com Fe2O3 (para absorção do enxofre) e óleo, formando uma pasta. Essa pasta é introduzida em um 
reator tubular e recebe H2 a 450°C e 200 atm. O catalisador utilizado é o molibdênio. Ocorrem então 
destilações, cracking e hidrogenações dos hidrocarbonetos constituintes do alcatrão, formando-se em 
média, 150 kg de gasolina e 200 kg de óleo diesel por tonelada de carvão, além de óleos 
combustíveis, lubrificantes, gases e compostos amoniacais. 
O processo Fischer-Tropsch (FT) é um processo químico para produção de hidrocarbonetos 
líquidos a partir de gás de síntese, principalmente CO e H2. Este processo teve início na Alemanha 
em 1920, por ser um país pobre em petróleo, mas rico em reservas de carvão. 
As principais reações são: 
 
(2n+1) H2 + n CO → Cn H(2n+2) + n H2O (produção de parafinas) 
 
(2n) H2 + n CO → Cn H(2n) + n H2O (produção de olefinas) 
 
Onde n é um número inteiro que representa o número de carbonos no hidrocarboneto formado. 
Assim, para n=1, a reação corresponde à síntese do metano: 
 
3 H2 + CO → CH4 + H2O 
13 
 
Geralmente, o processo Fischer-Tropsch é operado na faixa de temperatura de 150-300°C com 
catalisadores à base de cobalto, ferro e níquel. Temperaturas mais altas levam a reações mais rápidas 
e a taxas de conversão superiores, mas também tendem a favorecer a produção de metano. A pressão 
utilizada é variável. 
Dependendo da origem do gás de síntese o processo pode ser denominado CTL (carvão para 
líquidos) ou GTL (gás para líquidos). 
O produto obtido à saída de um reator de Fischer-Tropsch 1 consiste em uma mistura de 
hidrocarbonetos com uma distribuição muito ampla de pesos moleculares, que vão desde os gases até 
às ceras passando pela gasolina, o querosene e o gasóleo. A natureza e a proporção dos produtos 
dependem do tipo de reator e de catalisador. Em geral os processos que operam a alta temperatura 
produzem uma maioria de gasolinas olefínicas enquanto que os de baixa temperatura dão sobretudo 
gasóleos parafínicos. Sempre é necessária uma etapa ulterior de hidrotratamento para que os 
produtos alcancem a qualidade exigida pelo mercado. 
 
1.3. Combustíveis Renováveis 
 
1.3.1. Biomassa 
 
A biomassa é definida como todo recurso renovável que provêm de matéria orgânica, de 
origem vegetal ou animal, tendo por objetivo principal a produção de energia. Trata-se da forma 
mais primitiva de obtenção de energia, pois, nossos ancestrais já utilizavam materiais orgânicos 
como gravetos para obter calor através da combustão. A energia gerada pela biomassa é também 
conhecida como “energia verde” ou “bioenergia”. Uma das formas de utilização da biomassa é 
através da queima direta para produzir energia térmica e elétrica. É uma fonte primária de energia e 
que está em desenvolvimento em muitos países. 
Outra forma de utilização é através do processamento da biomassa para produção de 
combustíveis. O processamento pode ser realizado através de processos químicos, como a 
gaseificação, ou através de processos biotecnológicos, como a fermentação. 
 
A biomassa pode ser classificada segundo sua origem: 
 
 Florestal, onde a principal fonte de energia é a lenha, que é um dos combustíveis mais 
antigos; No Brasil, a lenha já representou 40% da produção energética primária, mas tem 
como desvantagem o desmatamento, que pode ser evitado com a implementação de 
florestas plantadas. A partir da lenha é gerado também o carvão vegetal com maior teor de 
carbono e poder calorífico; 
 
 Agrícola, com as produções de soja, arroz, cana-de-açúcar, milho e outros, sendo o etanol o 
produto de maior importância. Da cana-de-açúcar, por exemplo, é gerado o combustível 
etanol, altamente consumido no Brasil, e dos bagaços da cana já processada é realizada a 
queima que gera energia elétrica. Além disso, é possível produzir metano a partir da vinhaça 
residual da produção de etanol. Esse resíduo é colocado em um biodigestor onde o gás 
resultante é utilizado na própria usina para funcionamento de motores. 
 
 Resíduos urbanos e industriais, que podem ser sólidos ou líquidos, encontrados nos aterros 
sanitários e outros meios. Outro exemplo é a serragem e o cavaco provenientes da indústria 
de beneficiamento da madeira. 
 
14 
 
Cada matéria-prima para obtenção de energia de biomassa possui características próprias, 
variando a quantidade energética e as formas de extração desta energia. Outros exemplos de produtos 
derivados da biomassa são: 
 Bio-óleo: líquido negro obtido por meio do processo de pirólise cujas destinações principais 
são aquecimento e geração de energia elétrica. 
 Bio-gás: metano obtido juntamente com dióxido de carbono por meio da decomposição de 
materiais como resíduos, alimentos, esgoto e esterco em digestores de biomassa 
 Biomass to liquids: líquido obtido em duas etapas. Primeiro é realizadoum processo de 
gaseificação, cujo produto (syngas) é submetido ao processo de Fischer-Tropsch. Pode ser 
empregado na composição de lubrificantes e combustíveis líquidos. 
 Etanol celulósico: etanol obtido alternativamente por hidrólise enzimática da celulose; 
 Biodiesel: éster produzido com óleos vegetais como soja, milho, dendê, mamona, etc.. 
 
As principais vantagens da geração de energia a partir de biomassa são o baixo custo, fonte 
renovável, permite o reaproveitamento de resíduos e é menos poluente que outras formas de energias 
como aquela obtida a partir de combustíveis fósseis. Por exemplo, o conteúdo de enxofre em 
biomassas, geralmente, é baixo, ocorrendo baixas emissões de SO2 na combustão. Assim como os 
combustíveis fósseis, a queima da biomassa também libera CO2 na atmosfera, no entanto, este 
composto já havia sido absorvido pelas plantas por fotossíntese que originaram a biomassa, dessa 
forma o balanço de emissões de CO2 é nulo. 
Além disso, a madeira, por exemplo, contem pouca cinza (1% ou menos) o que reduz a 
quantidade de cinza que precisa ser disposta no meio ambiente, em comparação ao carvão mineral. 
 Entretanto, deve ser observado que em comparação com combustíveis fósseis sólidos, 
biomassa contém menos carbono e mais oxigênio e, como consequência, tem um baixo poder 
calorífico 
 Como acontece com qualquer tipo de combustível, deve ser adequadamente administrado de 
forma sustentável. Assim, o desmatamento deve ser evitado, pois pode diminuir a diversidade 
genética de nossas florestas, com todos os prejuízos associados. 
 
1.3.2. Principais combustíveis renováveis 
 
1.3.2.1. Lenha 
 
A lenha é o combustível mais antigo em uso e atualmente ainda é bastante utilizada em alguns 
países, incluindo o Brasil. A lenha é a madeira (tronco e galhos) de árvores nativas ou de 
reflorestamentos. Os troncos e galhos são cortados em pedaços de 1m, para facilitar a medição, já 
que a lenha normalmente é vendida em volume. 
 A lenha, sendo madeira, é constituída de celulose, resinas, água e sais minerais. A queima da 
lenha é feita sobre grelhas, e a chama produzida é longa devido aos gases da combustão. 
A lenha é composta geralmente por: 
28,5% de material orgânico; 
1,5% de material mineral; 
70% de água. 
Em base seca 
95% de material orgânico; 
5% de material mineral. 
O material orgânico é composto principalmente por celulose, e apresenta em sua composição: 
50% de C; 
40% de O; 
6% de H; 
15 
 
4% de N2. 
A parte mineral é composta principalmente por álcalis (Na2O e K2O), Ca, Mg, CO2, fosfatos e 
sulfatos. 
A lenha seca naturalmente apresenta cerca de 15% de umidade e nestas condições tem os 
seguintes valores de poder calorífico: 
PCS: 3800 a 4500 kcal/kg (inclui o calor liberado pela condensação da água no produto da 
combustão). 
Para aumentar a rentabilidade térmica da lenha, a lenha é submetida ao processo de 
carbonização da de forma a obter carvão de lenha ou carvão vegetal com maior PC. 
A carbonização é feita em fornos de alvenaria com quantidades mínimas de O2. 
 
1.3.2.2. Álcool Etílico 
 
No Brasil, o álcool etílico, ou etanol, é mais conhecido simplesmente como álcool, embora 
exista uma classe de compostos orgânicos que possua essa denominação, a qual pertence o álcool 
etílico. 
 O emprego do álcool etílico como combustível foi uma solução brasileira para a crise do 
petróleo do final da década de 70, através do Proálcool, projeto criado pelo governo como incentivo 
à produção desse combustível. 
 O álcool etílico é obtido de biomassa, normalmente de plantas ricas em açúcar, amido e 
material celulósico, através da fermentação da glicose (açúcar). A maior parte da glicose pode ser 
extraída diretamente de plantas ricas em açúcar, o que não necessita de hidrólise; plantas ricas em 
amido precisam ser processadas por hidrólise enzimática; e materiais celulósicos requerem hidrólise 
ácida. 
 Assim, o álcool etílico é um combustível ecologicamente correto, pois é obtido de fontes 
renováveis de energia. Por isso, ajuda na redução do gás carbônico da atmosfera, através da 
fotossíntese durante o crescimento das plantas, como a cana-de-açúcar. 
 O álcool etílico pode ser usado tanto em motores do ciclo Otto como do ciclo Diesel e é usado, 
principalmente, em misturas com gasolina. 
No Brasil, as especificações do etanol anidro combustível e do etanol hidratado combustível 
são reguladas pela Resolução ANP n.19 de 2015. 
Existem dois tipos de álcool fabricados no Brasil, o álcool anidro e o hidratado. 
O álcool anidro é o álcool etílico com teor mínimo de 99,3°INPM (porcentagem de álcool em 
peso, em uma mistura hidroalcoólica à temperatura padrão de 20ºC), sendo usado como aditivo 
oxigenante da gasolina. 
O álcool hidratado possui um teor alcoólico mínimo de 92,6°INPM, e é usado como 
combustível em veículos de passeios e comerciais leves. 
Nota: a concentração do etanol pode ser definida com °GL, que é a concentração em volume, 
conforme explicado abaixo: 
O 'grau GL é a fração em volume. 
°Gay Lussac (°GL= %V): quantidade em mililitros de álcool absoluto contida em 100 
mililitros de mistura hidro-alcoólica. Um frasco de álcool com 90 graus GL tem 90% em volume de 
álcool, e 10% em volume de água. 
°INPM (%P= porcentagem de álcool em peso ou grau alcoólico INPM): quantidade em gramas 
de álcool absoluto contida em 100 gramas de mistura hidro-alcoólica. 
Um frasco de álcool com 92 graus INPM tem 92% em massa de álcool, e 8% em massa de 
água. 
16 
 
1.3.2.3. Biodiesel 
 
A definição brasileira do biodiesel, de acordo com a Resolução nº 7, de 19/03/2008, da Agência 
Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), determina que o biodiesel (B100)* é 
um “combustível composto de alquilésteres de ácidos graxos de cadeia longa, derivados de óleos 
vegetais ou de gorduras animais” (BRASIL, 2008). Outra definição, inserida com a Lei nº 11.097, de 
13/01/2005, que dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira, definiu o 
biodiesel como um “biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores à 
combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento para geração de outro tipo 
de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil” (BRASIL, 
2005). 
Em 2004, o governo brasileiro criou o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel 
(PNPB), que tem como objetivo a implantação da produção de biodiesel de forma sustentável, com 
enfoque na inclusão social e no desenvolvimento regional, contribuindo com a geração de emprego e 
renda. No ano seguinte, foi estabelecida a obrigatoriedade da adição de um percentual mínimo de 
biodiesel ao óleo diesel comercializado, conforme Lei nº 11.097, de 13/01/2005. Esta lei obrigou a 
adição de um percentual mínimo de 2% de biodiesel ao diesel até 2008 e de 5% até 2013 (BRASIL, 
2005). O governo antecipou em três anos a mistura obrigatória de 5% de biodiesel ao diesel mineral 
(B5), entrando em vigor em 2010 e não em 2013 como estava previsto na lei. Em Julho de 2014, o 
governo aprovou a medida provisória (MP 647/2014) para o aumento do percentual de biodiesel ao 
óleo diesel de 5% (B5) para 6% (B6) e para 7% (B7) a partir de 11/2014. 
A matéria-prima (MP) mais utilizada para a produção de biodiesel nacional é o óleo de soja 
responsável por 77% da produção e o sebo animal, responsável por 17% da produção. Em 6% da 
produção são utilizadas outras fontes de MPs, como os óleos de canola, milho, dendê, girassol e 
algodão. Outras fontes que podem ser utilizadas mas que ainda não estão bem estabelecidas, são o 
óleo de microalgas, gorduras residuais provenientes de processamento de alimentos doméstico,comercial e industrial, como frituras, caixas de gordura, esgotos, e soapstock ou borra ácida, que é 
um resíduo proveniente do processo de refino de óleo. 
Essas MPS são fontes de baixo custo ricas em triacilgliceróis e ácidos graxos. 
A MP representa 50 a 85% do custo total do biodiesel, portanto a escolha da MP é um fator 
importante para reduzir o custo da produção. 
 
Porque o interesse em biodiesel? 
Os governos mundiais têm apoiado o desenvolvimento de tecnologias renováveis, dando 
auxílio financeiro em pesquisas e isenções fiscais para produtores de biodiesel. Além do biodiesel ser 
obtido a partir de fontes renováveis, ele também possui as seguintes vantagens em relação aos 
combustíveis fósseis: 
Vantagens ambientais: redução de emissões de gases tóxicos como: monóxido e dióxido de 
carbono, hidrocarbonetos, óxido de enxofre; biodegradabilidade (99% ao fim de 21 dias); ausência 
de compostos aromáticos, como o benzeno que é cancerígeno. 
Vantagens técnicas: maior lubricidade, contribuindo para o aumento do ciclo de vida do motor 
e redução de ruído; melhor combustão 
 
A produção de biodiesel aumentou muito nos últimos anos devido à obrigatoriedade da adição 
do biodiesel ao diesel. De 2007 para 2014 a produção aumentou de 2 para 18 milhões, sendo 
obrigatória a adição de 7% de biodiesel. 
 
17 
 
1.4. Combustíveis na matriz energética brasileira 
 
 
Tabela 3 – Panorama do petróleo (2013) 
 
 Reservas provadas 
% (bilhões de litros) 
Produção 
% (mil barris/dia) 
Consumo 
% (mil barris/dia) 
América do Norte 13,6 19,38 25,50 
Américas Central e do Sul 19,53 8,40 7,42 
 Brasil 0,92 2,44 3,25 
Europa e ex-União Soviética 8,75 19,91 20,41 
Oriente Médio 47,9 32,67 9,33 
África 7,72 10,16 3,97 
Ásia-Pacífico 2,5 9,48 33,36 
 
A Figura 2 ilustra a estrutura da OIE de 2013. Observa-se, no Box da direita do gráfico, as 
vantagens comparativas de 41% de fontes renováveis na matriz energética brasileira, contra apenas 
9,4% nos países da OCDE (a maioria ricos) e de 13,4% na média mundial. 
 
Figura 2 – Oferta interna de energia no Brasil (2013) 
 
Fonte: Resenha Energética Brasileira (Ministério de Minas e Energia, exercício de 2013). 
 
O Brasil é um dos países com maior presença de fontes renováveis de energia na matriz de 
transporte. Em 2013, a participação da bioenergia (etanol e biodiesel) na matriz ficou em 16,6%. Nos 
países da OCDE as renováveis participavam com apenas 3,5% (2011), percentual influenciado pelo 
consumo de etanol dos Estados Unidos. Nos demais países a participação é pouco expressiva, de 
0,4%. A supremacia é dos derivados de petróleo nestes países, com participações acima de 90%. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Tabela 4 – Matriz energética de transportes 
 
Fonte: Resenha Energética Brasileira (Ministério de Minas e Energia, exercício de 2013). 
 
No Brasil, o combustível mais utilizado no setor de transportes é o óleo diesel, seguido da 
gasolina, etanol anidro, hidratado GNV e biodiesel. 
 
Figura 3 – Consumo de combustível rodoviário (ANP, 2013) 
 
 
 
1.5. Análises de combustíveis 
 
1.5.1. Combustíveis Sólidos 
 
A caracterização das propriedades físicas e químicas dos combustíveis sólidos pode determinar 
seu valor econômico, desde a produção até sua utilização industrial. É importante o conhecimento 
das propriedades da matéria prima combustível, pois se pode ter um melhor controle do processo 
industrial que utiliza esse material, incluindo o controle das emissões atmosféricas e efluentes 
líquidos, assim, como uma disposição adequada dos rejeitos sólidos, minimizando os efeitos 
indesejáveis ao meio ambiente. 
Na utilização do carvão para fins energéticos, é essencial o conhecimento prévio das 
propriedades do carvão por análise elementar, análise imediata, poder calorífico superior e inferior, e 
ainda reatividade. Além disso, a determinação de álcalis, Na (sódio) e K (potássio) nos carvões é 
19 
 
importante, por que estes causam sérios problemas de obstrução (fouling) em caldeiras, devido à 
fácil volatilização e condensação destes sobre as frias paredes da caldeira. 
A maioria dos demais combustíveis sólidos, como muitas biomassas, as análises empregadas 
são as mesmas utilizadas pelo carvão mineral. As análises de combustíveis sólidos abrangem 
principalmente as análises elementar e imediata, e o poder calorífico, conforme descrito abaixo. 
 
1.5.1.1. Análise imediata 
 
A análise imediata consiste na determinação da umidade, cinza, matéria volátil e carbono fixo 
(por diferença) por métodos normalizados: 
 A umidade total, segundo a norma técnica NBR 8293/83, é determinada pela diferença do 
material seco em estufa a 105 °C, durante uma hora. 
 A cinza, que é o resíduo inorgânico remanescente, pode ser determinada pela norma ABNT 
NBR 8289/1983, que recomenda a combustão da amostra em forno mufla, em atmosfera 
oxidante, com ou sem adição de oxigênio. O resíduo remanescente após a queima é pesado 
e registrado como teor de cinza. 
 Matéria volátil é todo o produto, excetuando a umidade, desprendido por um material, como 
gás ou vapor, incluindo hidrogênio, hidrocarbonetos, produtos fenólicos, água, óxidos ou 
carbono em proporções variadas. Nos processos de combustão, o teor de matérias voláteis, 
junto com parâmetros como cinza, poder calorífico etc., prediz a eficiência da combustão, 
pois carvões com alto teor de voláteis tendem a queimar mais rapidamente que os de baixo 
teor de voláteis. A metodologia descrita na ABNT NBR 8290/1983 baseia-se na 
determinação dos destilados voláteis do carvão, desprendidos durante o aquecimento em 
forno elétrico (vertical ou horizontal), na ausência de oxigênio, sob rígido controle de 
massa, temperatura e tempo. 
 Carbono fixo representa, basicamente, a concentração de carbono, apesar de conter também 
outros elementos como enxofre, hidrogênio, nitrogênio e oxigênio. É um importante 
parâmetro utilizado para todos os cálculos de balanço energético e na caracterização de 
carvões. Os teores de carbono fixo, expressos em percentuais, são sempre valores 
calculados. A norma ABNT NBR 8299/1983 recomenda o cálculo do teor de carbono fixo a 
partir de teores de cinza, matéria volátil e umidade. 
 
1.5.1.2. Análise elementar 
 
A análise elementar é a determinação de carbono, hidrogênio, nitrogênio, enxofre e cinza no 
material, e o cálculo do oxigênio por diferença. Para a realização dessa análise podem ser utilizados 
os equipamentos CHN (determinação de carbono, hidrogênio e nitrogênio) e LECO (determinação 
de enxofre). 
Os resultados analíticos são utilizados para orientar tecnicamente os contratos comerciais do 
carvão. Para interpretação dos resultados é necessário considerar a base na qual os resultados estão 
expressos. As bases mais usadas são: 
 
• Base como recebida: são os dados analíticos obtidos nas condições de umidade em que a 
amostra for recebida no laboratório, antes de ser submetida a qualquer processo ou 
condicionamento. A amostra não deve sofrer nenhuma modificação no teor de umidade, seja 
ganho ou perda. 
• Base seca (dry basis – db): são os dados analíticos calculados a uma base teórica 
considerando que a amostra está isenta de umidade. 
• Base seca livre de cinzas (dry ash-free basis – daf): dados analíticos calculados a uma base 
teórica considerando a amostra isenta de umidade e cinza. 
20 
 
 
1.5.1.3. Poder calorífico 
 
O poder calorífico de um combustível é definido como a quantidade de calor desprendido pela 
combustão completa do combustível. Se a quantidade de calor for medida com os produtos da 
combustão saindo na fase gasosa, o poder caloríficoé chamado de Poder Calorífico Inferior. Por 
outro lado, caso a água gerada na combustão seja considerada na fase líquida, tem-se o Poder 
Calorífico Superior. Esta diferença ocorre devido à entalpia de vaporização da água, formada pela 
combustão do hidrogênio constituinte e da água presente no combustível na forma de umidade. 
O poder calorífico pode ser determinado, teoricamente, por meio de cálculos, desde que se 
tenha a composição elementar do combustível e o calor de combustão dos elementos ou compostos 
gasosos. Esse parâmetro também pode ser determinado experimentalmente com o uso de 
calorímetros. 
 
1.5.2. Combustíveis Líquidos 
 
Diversos parâmetros são analisados nos combustíveis líquidos. Os principais parâmetros 
analisados são aspecto, massa específica, teor de enxofre, ponto de fulgor, viscosidade cinemática e 
ponto de entupimento de filtro a frio. Outros parâmetros também são analisados, mas muitas vezes 
são parâmetros específicos para determinado combustível. 
A maioria dos componentes dos combustíveis líquidos e gasosos pode ser determinada através 
de cromatografia gasosa. O cromatógrafo, que é o equipamento usado para essa técnica, é capaz de 
separar os vários componentes de uma amostra, a qual é injetada no equipamento e percorre sob 
pressão com um gás de arraste uma fina coluna metálica, oca, preenchida com um determinado 
material adsorvente. Os compostos mais voláteis e de menor peso molecular passam pela coluna 
primeiro, e são detectados pelo detector que, no caso, é um detector de ionização de chama. A coluna 
tem cerca de 50 metros de comprimento. O resultado da análise é expresso em um cromatograma. 
Cada componente na mistura aparece como um pico no cromatograma, e a altura e área deste pico 
são proporcionais à concentração do componente na mistura. 
Abaixo seguem as especificações regulamentadas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) 
dos principais combustíveis líquidos comercializados. 
 
1.5.2.1. Diesel - Resolução ANP n.50 de 2013 
 
Esta Resolução tem por objetivo regulamentar as especificações do óleo diesel de uso rodoviário, 
contidas no Regulamento Técnico ANP nº 4/2013, parte integrante desta Resolução, e as obrigações quanto ao 
controle da qualidade a serem atendidas pelos diversos agentes econômicos que comercializam o produto em 
todo o território nacional. 
 
Tabela 5 – Especificações do óleo diesel. 
 
CARACTERÍSTICA (1) UNIDADE LIMITE MÉTODO 
TIPO A e B ABNT 
NBR 
ASTM/EN 
S10 S500 
 
Aspecto (2) (22) (23) - Límpido e isento de 
impurezas 
14954 D4176 
(Nota) 
Cor - (3) Vermelho 
(4) 
 
21 
 
Cor ASTM, máx. (5) - 3,0 14483 D1500 D6045 
Teor de biodiesel (6) % volume (7) 15568 EN 14078 
Enxofre total, máx. (21) mg/kg 10,0 
(8) 
- - D2622 
D5453 
D7039 
D7212 (9) 
D7220 
- 500 14533 
(9) 
D2622 
D4294 (9) 
D5453 
D7039 
D7220 
Massa específica a 20ºC kg/m³ 815,0 
a 
850,0 
(10) 
815,0 a 
865,0 
7148 
14065 
D1298 
D4052 
Ponto de fulgor, mín. ºC 38,0 7974 
14598 
D56 
D93 
D3828 
D7094 
(Nota) 
Viscosidade Cinemática a 
40ºC 
mm²/s 2,0 a 
4,5 
2,0 a 5,0 10441 D445 
Ponto de entupimento de filtro 
a frio, máx. 
ºC (11) 14747 D6371 
Número de cetano, mín. ou 
Número de cetano derivado 
(NCD), mín. 
- 48 42 (12) - D613 
D6890 
D7170 
Resíduo de carbono Ramsbot-
tom no resíduo dos 10% finais 
da destilação, máx. 
% massa 0,25 14318 D524 
Cinzas, máx. % massa 0,010 9842 D482 
Corrosividade ao cobre, 3h a 
50ºC, máx 
- 1 14359 D130 
Teor de Água (13), máx. mg/kg 200 500 - D6304 
EN ISO 12937 
Contaminação total (14), máx. mg/kg 24 - - EN 12662 
Água e sedimentos, máx. (14) % volume - 0,05 - D2709 
(Nota) 
Hidrocarbonetos policíclicos 
aromáticos (9) (15), máx. 
% massa 11 - - D5186 
D6591 (16) 
EN 12916 
(Nota) 
Estabilidade à oxidação (15), 
máx. 
mg/100mL 2,5 - - D2274 (17) 
D5304 (17) 
Índice de Acidez (24) mg KOH/g Anotar - 14248 D664 
D974 
(Nota) 
Lubricidade, máx. µm (18) ISO 12156 
D6079 
Condutividade elétrica, mín. 
(19) 
pS/m 25 25 (20) - 
- 
D2624 
D4308 
 
22 
 
(1) Poderão ser incluídas nesta especificação outras características, com seus respectivos limites, para óleo diesel obtido 
de processo diverso de refino e processamento de gás natural ou a partir de matéria prima distinta do petróleo. 
(2) Deverá ser aplicado o procedimento 1 para cada método. 
(3) Usualmente de incolor a amarelada, podendo apresentar-se ligeiramente alterada para as tonalidades marrom e 
alaranjada devido à coloração do biodiesel. 
(4) O corante vermelho, especificado conforme a Tabela III, deverá ser adicionado no teor de 20 mg/L de acordo com o 
artigo 12. 
(5) Limite requerido antes da adição do corante. 
(6) Aplicável apenas para o óleo diesel B. 
(7) No percentual estabelecido pela legislação vigente. Será admitida variação de ± 0,5 % volume. A norma EN 14078 é 
de referência em caso de disputa para a determinação do teor de biodiesel no óleo diesel B. 
(8) Para efeito de fiscalização nas autuações por não conformidade, será admitida variação de +5 mg/kg no limite da 
característica teor de enxofre do óleo diesel B S10, nos segmentos de distribuição e revenda de combustíveis. 
(9) Aplicável apenas para óleo diesel A. 
(10) Será admitida a faixa de 815 a 853 kg/m
3
 para o óleo diesel B. 
(11) Limites conforme Tabela II. 
(12) Para o óleo diesel A, alternativamente, fica permitida a determinação do índice de cetano calculado pelo método 
ASTM D4737, quando o produto não contiver aditivo melhorador de cetano, com limite mínimo de 45. No caso de o 
resultado ser inferior a 45, o ensaio de número de cetano deverá ser realizado. Quando for utilizado aditivo melhorador 
de cetano, esta informação deverá constar no Certificado da Qualidade. 
(Nota) 
(13) Aplicável na produção e na importação do óleo diesel A S10 e A S500 e a ambos os óleos diesel B na distribuição. 
(Nota) 
(14) Aplicável na importação, antes da liberação do produto para comercialização. 
(15) Os resultados da estabilidade à oxidação e dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos poderão ser encaminhados ao 
distribuidor até 48 h após a comercialização do produto de modo a garantir o fluxo adequado do abastecimento. A partir 
de 1º de janeiro de 2015, o resultado do teor hidrocarbonetos policíclicos aromáticos deverá constar no Certificado da 
Qualidade no ato da comercialização do produto. 
(16) Excluída. 
(Nota) 
(17) Os métodos ASTM D2274 e D5304 aplicam-se apenas ao óleo diesel A. 
(18) Poderá ser determinada pelos métodos ISO 12156 ou ASTM D6079, sendo aplicáveis os limites de 460 µm e 520 
µm, respectivamente. A medição da lubricidade deverá ser realizada em amostra com biodiesel, no teor estabelecido pela 
legislação vigente, em conformidade com o § 9º do Art. 9º. 
(19) Limite requerido no momento e na temperatura do carregamento/bombeio do combustível pelo produtor, importador 
e distribuidor. Para o óleo diesel A S500 deverá ser informado no Certificado da Qualidade a concentração de aditivo 
antiestático adicionada. 
(20) A condutividade elétrica será determinada em amostra composta constituída da mistura de aditivo antiestático mais 
corante com o produto a ser comercializado. O teor de corante nesta amostra deverá estar conforme o indicado na Tabela 
III. 
(21) Em caso de disputa, a norma ASTM D5453 deverá ser utilizada. 
(Nota) 
(22) Em caso de disputa, o produto será considerado como não especificado na característica Aspecto, caso ao menos um 
entre os parâmetros teor de água e água e sedimentos, para o óleo diesel S500, e um entre os parâmetrosteor de água e 
contaminação total, para o óleo diesel S10, esteja não conforme. 
(Nota) 
(23) Para efeito de fiscalização, nas autuações por não conformidade no Aspecto, deverão ser realizadas as análises de 
teor de água e água e sedimentos, para o óleo diesel S500, ou teor de água e contaminação total, para o óleo diesel S10. O 
produto será reprovado caso ao menos um desses parâmetros esteja fora de especificação. 
(Nota) 
(24) Em caso de disputa, a norma ASTM D974 deverá ser utilizada. 
23 
 
Tabela 6 - Ponto de Entupimento de Filtro a Frio 
 
UNIDADES 
DA 
FEDERAÇÃO 
LIMITE MÁXIMO, ºC 
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 
SP - MG - MS 12 12 12 7 3 3 3 3 7 9 9 12 
GO/DF - MT -
ES - RJ 
12 12 12 10 5 5 5 8 8 10 12 12 
PR - SC - RS 10 10 7 7 0 0 0 0 0 7 7 10 
 
 
Tabela 7 - Especificação do corante vermelho para o óleo diesel S500 (1) 
 
Característica Especificação Método 
Aspecto Líquido Visual 
Color Index Solvente Red - 
Cor Vermelho intenso Visual 
Massa Específica a 20ºC, kg/m³ 990 a 1020 Picnômetro 
Absorvância, 520 a 540 nm 0,600 - 0,650 (*) 
 
(*) A Absorvância deve ser determinada em uma solução volumétrica de 20 mg/l do corante em tolueno P.A., medida em 
célula de caminho ótico de 1 cm, na faixa especificada para o comprimento de onda. 
(1) O aditivo antiestático deverá ser misturado ao corante vermelho em proporção tal que garanta a mínima 
condutividade elétrica ao óleo diesel exigida pela especificação. 
 
1.5.2.2. Gasolina - Resolução ANP n.40 de 2013 
 
Esta Resolução tem por objetivo regular as especificações das gasolinas de uso automotivo, 
consoante as disposições contidas no Regulamento Técnico nº 3/2013, parte integrante desta 
Resolução, e as obrigações quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos diversos agentes 
econômicos que comercializam o produto em todo o território nacional. 
 
Tabela 8 - Especificações das gasolinas Comum e Premium. (1) 
CARACTERÍSTICA UNIDADE LIMITE MÉTODO 
 
Gasolina 
Comum 
 
Gasolina 
Premium 
 
 Tipo A Tipo C Tipo A Tipo C 
ABNT 
NBR 
ASTM 
Cor - (2) (3) (2) (3) visual 
Aspecto - (4) 
14954 
(5) 
D4176 
(5) 
Teor de Etanol Anidro 
Combustível 
% volume (6) (7) (6) (7) 
13992 
- 
-D5501 
(8) 
Massa específica a 20ºC kg/m3 anotar 7148 D1298 
24 
 
14065 D4052 
Destilação 9619 D86 
10% evaporado, máx. ºC 65,0 
50% evaporado, máx. 120,0 80,0 120,0 80,0 
90% evaporado, máx. 190,0 
PFE, máx. 215,0 
Resíduo, máx. % volume 2,0 
Nº de Octano Motor - MON, 
mín. (9) 
- - 82,0 - - - D2700 
Índice Antidetonante - IAD, 
mín. (9) (10) 
- - 87,0 - 91,0 - 
D2699 
D2700 
Pressão de Vapor a 37,8ºC 
(11) 
kPa 45,0 a 62,0 
69,0 
(máx.) 
45,0 a 62,0 
69,0 
(máx.) 
14149 
14156 
- 
D4953 
D5191 
D5482 
D6378 
Goma Atual Lavada, máx. 
mg/100 
mL 
5 14525 D381 
Período de Indução a 100ºC, 
mín. (12) 
min - 360 - 360 14478 D525 
Corrosividade ao Cobre a 
50ºC, 3h, máx. 
- 1 14359 D130 
Teor de Enxofre, máx. (13) mg/kg - 50 - 50 
- 
- 
- 
- 
- 
D2622 
D3120 
D5453 
D6920 
D7039 
D7220 
Benzeno, máx. (13) % volume - 1,0 - 1,0 
15289 
- 
15441 
D3606 
D5443 
D6277 
Teor de Silício mg/kg anotar - D7757 
 
AAS 
ICP-AES 
Hidrocarbonetos: (13) (14) 14932 D1319 
Aromáticos, máx. % volume - 35 - 35 
Olefínicos, máx. - 25 - 25 
Saturados anotar 
 
 
 
 
25 
 
1.5.2.3. Etanol - Resolução ANP n.19 de 2015 
 
 Ficam estabelecidas as especificações do Etanol Anidro Combustível e do Etanol Hidratado 
Combustível, contidas no Regulamento Técnico, parte integrante desta Resolução, e as obrigações 
quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos diversos agentes econômicos que 
comercializam o produto em todo o território nacional. 
 
Tabela 9 - Especificações do EAC, do EHC e do EHCP1. 
 
CARACTERÍSTICA UNIDADE LIMITE MÉTODO 
EAC EHC EHCP2 NBR ASTM/EM/ISO 
Aspecto3 - Límpido e Isento de Impurezas 
(LII) 
Visual 
Cor - 4 5 Visual 
Acidez total, máx. 
(em miligramas de 
ácido acético) 
mg/L 30 9866 
16047 
ISO 17315 
Condutividade 
elétrica, máx.6 
µS/m 300 10547 ISSO 17308 
Massa específica a 
20ºC.7 
kg/m
3
 791,5 
máx. 
805,2 
a 
811,2 
799,7 a 
802,8 
5992 
15639 
D4052 
Teor alcoólico7,8,9 % massa 99,3 
mín. 
92,5 a 
94,6 
95,5 a 96,5 5992 
15639 
- 
Potencial 
hidrogeniônico (pH) 
- - 6,0 a 8,0 10891 - 
Teor de etanol, mín.10 % volume 98,0 94,5 96,3 16041 DD5501 
Teor de água, máx.10 % massa 0,7 7,5 4,5 15531 
15888 
E203 
E1064 
Teor de metanol, 
máx.10 
% volume 0,5 16041 
Resíduo por 
evaporação, 
máx.12,13 
mg/100mL 5 8644 - 
Teor de 
hidrocarbonetos, 
máx.12 
% volume 3 13993 - 
Teor de cloreto, 
máx.14 
mg/kg 1 10894 D7328 
D7319 
Teor de sulfato, 
máx.15 
mg/kg 4 10894 D7328 
D7319 
Teor de ferro, máx.15 mg/kg 5 11331 - 
Teor de sódio, máx.15 mg/kg 2 10422 - 
26 
 
Teor de cobre, máx.16 mg/kg 0,07 
- 
11331 - 
Teor de enxofre, 
máx.17,18 
mg/kg Anotar - D5453 
EN15485 
EN15486 
EN15837 
 
 
Tabela 10 - Especificação do corante a ser adicionado ao EAC. 
 
CARACTERÍSTICA ESPECIFICAÇÃO MÉTODO 
Estado físico Líquido Visual 
Família química - 
Color índex 
Solvent Red 19 ou Solvent Red 164 - 
Solvent Yellow 174 ou Solvent Yellow 175 - 
Cor Laranja Visual 
Absorvância a 420 nm 0,150 a 0,190 
Absorvância a 530 nm 0,100 a 0,135 
Solubilidade Totalmente solúvel em etanol anidro combustível e 
insolúvel em água na concentração de 15mg/L. 
20 
 
 
1. A ANP poderá acrescentar características adicionais, métodos complementares ou impor novos limites às 
especificações dispostas nas Tabelas V e VI deste Regulamento Técnico, para o caso de Etanol Combustível produzido a 
partir de matéria-prima distinta ao caldo ou melaço de cana-de-açúcar ou a partir de processos distintos ao da rota 
fermentativa. 
2. No Certificado da Qualidade deverá ser indicada a nomenclatura Etanol Hidratado Combustível Premium, quando os 
resultados das análises atenderem aos limites de especificação do EHCP. 
3. O produto só poderá ser considerado reprovado no Aspecto, caso o parâmetro resíduo por evaporação estiver não 
conforme. Alternativamente, o parâmetro resíduo por evaporação pode ser substituído pelo teor de material não volátil, 
segundo a norma ABNT NBR 15559: Etanol combustível - Determinação do teor de material não volátil por evaporação, 
sendo aceito o limite de 5 mg/100mL. 
4. Laranja após adição do corante especificado segundo a Tabela VII deste Regulamento Técnico. 
5. Não pode apresentar as colorações laranja e azul, restritas ao EAC e à gasolina de aviação, respectivamente. 
6. O Limite de 300 uS/m entrará em vigor a partir de 1º de julho de 2015. Até 30 de junho de 2015, fica o valor máximo 
de 389 uS/m. 
7. Para o caso de EHC e de EHCP certificado após transporte dutoviário ou aquaviário e no caso de produto importado, o 
limite para massa específica e teor alcoólico deve atender os valores constantes na Tabela VI. 
8. A unidade ºINPM é equivalente à unidade % massa para o teor alcoólico. 
9. Para o cálculo do teor alcoólico, deve ser considerado o valor da massa específica com apenas uma casa decimal. 
Aplicar a regra de arredondamento determinada na norma NBR 5891. 
10. Análise obrigatória para produto importado e quando houver suspeitade contaminação ou por solicitação da ANP. 
11. A Norma ASTM E1064 somente poderá ser utilizada para o Etanol Anidro Combustível. 
12. Análise obrigatória para produto importado e em caso de Etanol Combustível proveniente de transporte dutoviário ou 
aquaviário, o que não isenta de responsabilidade os agentes econômicos em atender o limite previsto na especificação nos 
casos em que o etanol não for transportado por estes modais. 
27 
 
13. No caso de Etanol Combustível aditivado, a determinação da característica resíduo por evaporação deverá ser 
conduzida conforme procedimento 2 da norma ABNT NBR 8644. 
14. Análise obrigatória em caso de Etanol Combustível proveniente de transporte aquaviário por navegação marítima, o 
que não isenta de responsabilidade cada agente econômico que comercializa o combustível em atender o limite previsto 
na especificação ao longo de toda cadeia. 
15. Análise obrigatória para produto importado. No caso de produção nacional, análise de periodicidade mensal e 
obrigatória apenas para o EHC e EHCP, o que não isenta a responsabilidade por parte do Fornecedor de Etanol 
Combustível e demais agentes da cadeia em atender o limite previsto na especificação para o Etanol Anidro Combustível. 
16. Análise obrigatória para produto importado. No caso de produção nacional, análise de periodicidade mensal e 
obrigatória somente quando o Etanol for produzido, armazenado ou transportado em equipamentos ou linhas que 
contenham ligas metálicas compostas por cobre. 
17. Análise obrigatória para produto importado. No caso de produção nacional, análise de periodicidade trimestral. 
18. A análise teor de enxofre passará a ser obrigatória a partir de 1º de julho de 2015. 
19. A cadeia de distribuição e revenda também deverá atender aos limites estabelecidos na Tabela V, nos parâmetros não 
exigidos no Boletim de Conformidade. 
20. A absorvância, que deve ser determinada em amostra contendo 15 mg/L do corante em EAC, e a solubilidade devem 
ser avaliadas considerando procedimento descrito no Formulário para Registro de Corante para Etanol Anidro 
Combustível, o qual se encontra disponível no sítio da ANP: http://www.anp.gov.br 
 
1.5.2.4. Biodiesel – Resolução ANP n.45 de 2014 
 
Estabelece a especificação do biodiesel contida no Regulamento Técnico ANP nº 3/2014 e as 
obrigações quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos diversos agentes econômicos 
que comercializam o produto em todo o território nacional. 
 
Tabela 11 - Especificação do Biodiesel 
 
CARACTERÍSTICA UNIDADE LIMITE MÉTODO 
ABNT 
NBR 
ASTM D EN/ISO 
Aspecto - LII (1) 
(2) 
- - - 
Massa específica a 20º C kg/m³ 850 a 
900 
7148 
14065 
1298 
4052 
EN ISO 3675 
EN ISO 12185 
Viscosidade Cinemática a 
40ºC 
mm²/s 3,0 a 6,0 10441 445 EN ISO 3104 
Teor de água, máx. mg/kg 200,0 (3) - 6304 EN ISO 12937 
Contaminação Total, máx. mg/kg 24 15995 - EN 12662 (5) 
Ponto de fulgor, mín. (4) ºC 100,0 14598 93 EN ISO 3679 
Teor de éster, mín % massa 96,5 15764 - EN 14103 (5) 
Cinzas sulfatadas, máx. (6) % massa 0,020 6294 874 EN ISO 3987 
Enxofre total, máx. mg/kg 10 15867 5453 EN ISO 20846 
EN ISO 20884 
Sódio + Potássio, máx. mg/kg 5 15554 
15555 
- EN 14108 (5) 
EN 14109 (5) 
28 
 
15553 
15556 
EN 14538 (5) 
Cálcio + Magnésio, máx. mg/kg 5 15553 
15556 
- EN 14538 (5) 
Fósforo, máx. (7) mg/kg 10 15553 4951 EN 14107 (5) 
EN 16294 (5) 
Corrosividade ao cobre, 3h 
a 50 ºC, máx. (6) 
- 1 14359 130 EN ISO 2160 
Número Cetano (6) - Anotar - 613 
6890 (8) 
EN ISO 5165 
Ponto de entupimento de 
filtro a frio, máx. 
ºC (9) 14747 6371 EN 116 
Índice de acidez, máx. mg KOH/g 0,50 14448 
- 
664 
- 
EN 14104 (5) 
Glicerol livre, máx. % massa 0,02 15771 
15908 (5) 
- 
6584 (5) 
- 
EN 14105 (5) 
EN 14106 (5) 
Glicerol total, máx. (10) % massa 0,25 15344 
15908 (5) 
6584 (5) 
- 
EN 14105 (5) 
Monoacilglicerol, máx. % massa 0,7 15342 (5) 
15344 
15908 (5) 
6584 (5) EN 14105 (5) 
Diacilglicerol, máx. % massa 0,20 15342 (5) 
15344 
15908 (5) 
6584 (5) EN 14105 (5) 
Triacilglicerol, máx. % massa 0,20 15342 (5) 
15344 
15908 (5) 
6584 (5) EN 14105 (5) 
Metanol e/ou Etanol, máx. % massa 0,20 15343 - EN 14110 (5) 
Índice de Iodo g/100g Anotar - - EN 14111 (5) 
Estabilidade à oxidação a 
110ºC, mín. (11) 
h 6 (12) - - EN 14112 (5) 
EN 15751 (5) 
 
 
Nota: 
(1) Límpido e isento de impurezas, com anotação da temperatura de ensaio. Em caso de disputa, o produto só poderá ser 
considerado como não especificado no Aspecto, caso os parâmetros teor de água e/ou contaminação total estejam não 
conformes. 
(2) Para efeito de fiscalização, nas autuações por não conformidade no Aspecto, deverão ser realizadas as análises de teor 
de água e contaminação total. O produto será reprovado caso pelo menos um desses dois últimos parâmetros esteja fora 
de especificação. 
(3) Para efeito de fiscalização, nas autuações por não conformidade, será admitida variação de +50 mg/kg no limite do 
teor de água no biodiesel para o produtor e de +150 mg/kg para o distribuidor. 
29 
 
(4) Quando a análise de ponto de fulgor resultar em valor superior a 130ºC, fica dispensada a análise de teor de metanol 
ou etanol. 
(5) Os métodos referenciados demandam validação para os materiais graxos não previstos no método e rota de produção 
etílica. 
(6) Estas características devem ser analisadas em conjunto com as demais constantes da Tabela de Especificação a cada 
trimestre civil. Os resultados devem ser enviados à ANP pelo Produtor de biodiesel, tomando uma amostra do biodiesel 
comercializado no trimestre e, em caso de neste período haver mudança de tipo de material graxo, o Produtor deverá 
analisar número de amostras correspondente ao número de tipos de materiais graxos utilizados. 
(7) Em caso de disputa, deve ser utilizado o método EN 14107 como referência. 
(8) O método ASTM D6890 poderá ser utilizado como método alternativo para determinação do número de cetano. 
(9) Limites conforme Tabela II. Para os estados não contemplados na tabela o ponto de entupimento a frio permanecerá 
19ºC. 
(10) Poderá ser determinado pelos métodos ABNT NBR 15908, ABNT NBR 15344, ASTM D6584 ou EN14105, sendo 
aplicável o limite de 0,25% em massa. Para biodiesel oriundo de material graxo predominantemente láurico, deve ser 
utilizado método ABNT NBR 15908 ou ABNT NBR 15344, sendo aplicável o limite de 0,30% em massa. 
(11) O limite estabelecido deverá ser atendido em toda a cadeia de abastecimento do combustível. 
(12) A estabilidade à oxidação a 110 ºC terá seu limite mínimo de 8 horas, a partir de 1º de novembro de 2014. 
 
Tabela 12 - Ponto de Entupimento de Filtro a Frio 
 
UNIDADES 
DA 
FEDERAÇÃO 
LIMITE MÁXIMO, ºC 
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
SP - MG - MS 14 14 14 12 8 8 8 8 8 12 14 14 
GO/DF - MT - 
ES - RJ 
14 14 14 14 10 10 10 10 10 14 14 14 
PR - SC - RS 14 14 14 10 5 5 5 5 5 10 14 14 
 
 
 
30 
 
1.5.2.5. Óleo combustível – Resolução ANP n. 80 de 1999 
 
Estabelece o Regulamento Técnico ANP nº 003/99, anexo a esta Portaria, que especifica os 
óleos combustíveis de origem nacional ou importados a serem comercializados em todo o território 
nacional. 
 
Tabela 13 – Especificações de óleos combustíveis. 
 
Tabela 14 – Ponto de fluidez superior, °C 
 
 
 
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1.5.3. Combustíveis Gasosos 
 
Diversos parâmetros são analisados nos combustíveis gasosos. Os principais parâmetros 
analisados são poder calorífico, índice de Wobbe, teor de gás sulfídrico, teor de enxofre e pressão de 
vapor. Outros parâmetros também são analisados,

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