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Relatório de Economia do Trabalho e dos Recursos Humanos Tema: O desemprego em Portugal está realmente a diminuir? Licenciatura em Economia Docente: Profª Drª Helena Lopes Trabalho realizado por: Daniel Adriano nº 65936 Pedro Diogo nº66012 Relatório de Economia do Trabalho e dos Recursos Humanos O desemprego em Portugal está realmente a Licenciatura em Economia 2014/2015 Docente: Profª Drª Helena Lopes Trabalho realizado por: nº 65936 nº66012 Relatório de Economia do Trabalho e dos Recursos Humanos O desemprego em Portugal está realmente a Índice Introdução Contextualização teórica Contextualização do desemprego em Portugal Porque razão o desemprego oficial está a diminuir em Portugal (texto 1) Catastrophic Job Destruction (texto 2) Outras opiniões de economistas Conclusão Biblografia Introdução “O Desemprego está mesmo a diminuir em Portugal?” Existem poucos tópicos da actualidade que tenham mais importância para o povo português, mais divergência de opiniões ou mais debate por parte das autoridades, que o Desemprego. Não é raro ler os jornais e encontrarmos os mais recentes estudos sobre a sua evolução, observarmos na televisão os novos e actualizados números, ou ouvirmos as conversas dos nossos concidadãos sobre o tema enquanto viajamos pelos transportes públicos. Por ser um tema actual e de grande importância para o futuro de Portugal, decidimos o abordar no presente relatório. Em seguimento dos objectivos da cadeira de Economia do Trabalho e Recursos Humanos, nomeadamente de “aprofundar o conhecimento e compreensão do funcionamento do mercado de trabalho e dos termos do debate teórico acerca da luta contra o desemprego”(FUC, ISCTE, ETRH 2014/2015), foi nos dada a oportunidade de realizar um trabalho de grupo sobre o Desemprego em Portugal. O presente estudo tem como objectivo analisar a evolução da taxa de desemprego em Portugal, os motivos salientes à sua variação, e providenciar uma perspectiva de futuro relativo ao seu real aumento ou diminuição de acordo com as medidas aplicadas e circunstâncias vividas. Pretendemos acima de tudo facilitar uma resposta à pergunta da diminuição, ou não, do desemprego português. Iniciaremos o relatório com uma base teórica sobre o desemprego, seguida de uma análise da sua evolução e características em Portugal. Esta contextualização será útil para compreender os ideais e opiniões defendidos em dois artigos recomendados para os estudo do tema, nomeadamente, “Por que razão o desemprego oficial está a diminuir em Portugal?” de Eugénio Rosa, e “Catastrophic Job Destruction”, do Banco de Portugal. Concluiremos o relatório com um olhar sobre outras opiniões no tema do desemprego Português. Desemprego segundo a teoria neoclássica De acordo com a teoria neoclássica o desemprego é uma condição voluntária em que os desempregados não trabalham por opção seja por estarem à procura de um trabalho que esteja de acordo com as suas características, seja por não estar dispostos a trabalhar a um salário tão baixo ou seja apenas aceitam salários superiores à produtividade marginal do trabalho. Para os neoclássicos um mercado verdadeiramente livre implica que os salários, preços e taxas de juro são elásticos podendo ser fixados ao nível de equilíbrio do mercado sem qualquer intervenção do Estado existindo um market-clearing wage, salário para o qual o mercado está 'limpo' não existindo desemprego, sendo o pleno emprego a situação habitual. Isto faz com que instrumentos de protecção no emprego (salário mínimo, legislação laboral) e protecção no desemprego (subsídio de desemprego e rendimento mínimo) ou o estabelecimento de preços mínimos ou máximos sejam contrários à lógica do mercado levando assim a ineficiências no mesmo, incluindo ao desemprego. Desemprego segundo a teoria keynesiana Contrariamente à teoria neoclássica, a teoria keynesiana admite a existência de desemprego involuntário. Segundo esta teoria este desemprego é causado devido às expectativas em baixa dos empresários sobre a procura agregada que irá levar a uma diminuição, do investimento, da produção, do emprego e consequentemente do consumo e da procura. A quebra da procura agregada porventura maior do que os próprios empresários estariam à espera irá levar a um aumento do desemprego, o que levará a uma diminuição do rendimento e a nova quebra no consumo e no investimento mergulhando a economia numa recessão. Para Keynes a variável central é a procura agregada. Assim quando estas crises surgem o essencial segundo Keynes é recuperar o nível de procura agregada, que devido ao facto das antecipações dos produtores sobre a mesma serem de baixa tem de ser assegurada pelo Estado. Assim Keynes defende que o aumento da despesa pública é a solução para aumentar a procura agregada para que a economia saia da crise através de um ciclo virtuoso. Keynes defende também que é a procura agregada e não o nível de salário que determina o nível de emprego. Contudo a economia está naturalmente em subemprego e para chegar ao pleno emprego é necessário um determinado nível de procura agregada que só poderá ser assegurada através da intervenção estatal. A teoria keynesiana estabelece também uma ligação entre desemprego e inflação (Curva de Phillips), quando a inflação aumenta o desemprego diminui e quando a inflação diminui o desemprego aumenta. Outra relação está expressa na Lei de Okun. Esta lei afirma que quando o PIB diminui, o desemprego cíclico aumenta e quando o PIB aumenta, o desemprego cíclico diminui. Causas do desemprego em Portugal Desemprego keynesiano: São variadas as causas do desemprego em Portugal. Em primeiro lugar é necessário analisar o contexto que nos levou até à situação atual de elevado desemprego no nosso país. Portugal tinha no virar do século um desemprego muito baixo de cerca de 4%. Com o virar do século a economia outrora próspera tornou-se anémica com um crescimento baixo e até uma recessão em 2003. O desemprego por sua vez aumentou paulatinamente nesses anos e em 2007 este já se encontrava nos 8%. Com a crise económica internacional a taxa de desemprego disparou em Portugal e em 2013 encontrava-se nos 16,2%. O desemprego em Portugal durante este período apresenta claramente uma ligação à teoria keynesiana, um desemprego criado por uma insuficiência na procura agregada. Durante a recessão de 2003 o desemprego aumentou e durante a Grande Recessão o desemprego aumentou de forma acentuada no nosso país devido à severidade e à longevidade da crise. A partir do momento que a expectativas das empresas sobre a procura agregada diminuíram, as empresas reduziram o investimento e a produção e portanto o emprego. A redução do rendimento levou a uma diminuição do consumo e portanto da procura. Sem uma intervenção contra cíclica do Estado para contrariar a quebra da procura agregada o ciclo tornou-se vicioso. Como exemplo a procura interna em 2011 e 2012 caiu mais de 5% já que para além de não estimular a economia o governo ainda tomou medidas de austeridade para diminuir o défice e a dívida. O PIB só não caiu tanto como a procura interna devido ao aumento da procura externa (exportações). Pode portanto relacionar-se o desemprego nesses períodos à insuficiência da procura agregada. Desemprego estrutural: Mas outro fenómeno interessante é que mesmo nos anos em que economia cresceu durantea década de 2000 a economia não conseguiu criar novos empregos em nível superior aos que foram perdidos. De 2004 a 2007 o economia cresceu sempre (ainda que pouco) e nunca em nenhum destes anos o desemprego reduziu. Pelo contrário a taxa de desemprego aumentou dos 6,6% para os 8% isto após acentuados aumentos nos anos anteriores. Isso leva-nos à conclusão de que existiu nesse período um aumento do desemprego estrutural, desemprego esse que não está dependente das flutuações económicas. Estudos indicam que a taxa de desemprego estrutural, quase duplicou no período de 13 anos de 2000 até 2013 passando dos 6% para os 11,5%. Estes dados são muitos significativos e mostram que para além de uma economia com um crescimento anémico ou em recessão outros foram os factores que levaram ao aumento do desemprego. Entre os factores que levaram a um aumento do desemprego estrutural aquele que mais se destaca são as baixas qualificações da mão-de-obra portuguesa. Entre as mais baixas da Europa as qualificações dos portugueses tem consequências negativas na produtividade, também das mais baixas da Europa, tanto ao níveis dos trabalhadores como também das chefias. O processo ainda que lento de alteração do padrão de especialização na década de 2000 levou a que cada vez mais trabalhadores especialmente os mais velhos e com menores qualificações se tornassem obsolescentes e acabassem muitas vezes por acabar num desemprego de longa duração que muitas vezes só acabou com a passagem à reforma dos mesmos. A isto juntou-se o facto de muitos trabalhadores mais idosos e com menores qualificações terem sido incapazes de se adaptar às novas tecnologias levando a que eles fossem despedidos. Outro factor que pode explicar o aumento do desemprego estrutural é a competição com países com baixos salários. Na década de 2000 os países do Sudeste Asiático foram-se impondo cada vez mais no comércio internacional e fizeram entrar nos países desenvolvidos, como Portugal, os seus produtos mais baratos reduzindo a procura interna dos produtos que nós também produzíamos. Para além disso tem vindo a verificar em todo o mundo ocidental numerosos fenómenos de deslocalização de empresas para esses países asiáticos atraídos pelos baixos salários lá praticados e legislação laboral quase inexistente. Também no caso intra-europeu o Alargamento de 2004 afectou Portugal já que tivemos de competir com produtos mais baratos de países que neste caso tem simultaneamente melhores qualificações e mais baixos salários que os trabalhadores portugueses. A entrada de Portugal na Zona Euro que tirou a hipóteses, entre outras, de desvalorizações monetárias não ajudou à competitividade do país e tornou o país ainda mais vulnerável à competição com os países do Centro/Leste Europeu e Emergentes Asiáticos. Um fenómeno transversal praticamente a todos os países e que também teve a sua influência no aumento do desemprego estrutural em Portugal foi o do robosourcing ou seja o da substituição de trabalhadores por robôs, computadores e outras máquinas que tem vindo a substituir milhões de trabalhadores por todo o mundo já que garantem uma maior produtividade e apenas precisam de manutenção estando a trabalhar sempre que a empresa necessita e sem interrupções ao contrário dos seres-humanos. Desemprego friccional: O desemprego friccional teve ainda que menor, alguma influência no aumento do desemprego neste período. O desemprego jovem é muito elevado, em 2012 e 2013 chegou a um máximo de 37,7%. Tal pode-se dever às qualificações dos jovens não serem as pretendidas pelas empresas e também devido a alguma rigidez no mercado de trabalho, embora a redução no IPLT desde 2006 não tenha conseguido reduzir este tipo de desemprego. A verdade é que as políticas de flexibilização do mercado de trabalho e de diminuição da proteção no desemprego que sido tomadas facilitam a entrada de trabalhadores no mercado de trabalho, job finding rate, mas também facilitam a sua saída do mercado de trabalho, job separation rate. Texto 1 POR QUE RAZÃO O DESEMPREGO OFICIAL ESTÁ A DIMINUIR EM PORTUGAL? Este texto do economista Eugénio Rosa tem como objectivo explicar que a diminuição oficial do desemprego que aconteceu entre Janeiro de 2013 e Maio de 2014 aconteceu não devido a uma maior criação de emprego mas sim devido a outros fatores como o aumento dos desempregados 'ocupados' e a emigração em massa sobretudo de jovens qualificados. Assim a diminuição oficial do desemprego que tem sido referida pelo Governo e meios de comunicação social é algo artificial não correspondendo assim a um aumento do emprego de acordo com este economista. Os dados do INE no 1º trimestre de 2013 o desemprego encontrava-se nos 17.5%, no 2º trimestre de 2013 ele tinha descido para os 16,4%, no 4º trimestre a taxa encontrava-se nos 15,3%, e no 1º trimestre de 2014 a taxa de desemprego recuou para os 15,1%. Se analisarmos apenas estes dados podemos ficar com a impressão de que esta redução no emprego foi provocada pela criação de emprego e subsequente recuperação económica devido a um aumento da procura agregada. Contudo o autor mostra-nos que não foi isso que aconteceu. O primeiro indicador que contraria de certo modo estes dados sobre a população desempregada são os dados sobre a população empregada. Períodos Nº de desempregados Nº de empregados 1º trimestre de 2013 926.800 4.354.600 2º trimestre de 2013 866.300 4.424.600 4º trimestre de 2013 808.000 4.468.000 1º trimestre de 2014 788.100 4.426.900 Fonte: Texto 1 Como se verifica existe os dados do emprego estão em alguns períodos em contraciclo com os dados do desemprego. Assim estes dados servem para mostrar que na realidade a evolução que se registou no desemprego não foi acompanhada por uma semelhante criação de emprego. Isso leva-nos a questionar e a explorar as razões que levaram à diminuição oficial da taxa e número de desempregados. Um conceito que vale a pena abordar para explicar a evolução do desemprego em Portugal é o de desempregados 'ocupados'. Estas são pessoas que se encontram 'ocupadas' segundo os seguintes critérios: a fazer trabalho socialmente necessário - CEI, Formação Profissional, Formação Profissional Externa IEFP ou Estágio Profissional. Vale a pena referir que embora não estejam empregadas estas pessoas não são classificadas como desempregadas e portanto não entram nas estatísticas oficiais do INE ou da Eurostat. Em Janeiro de 2013 o número de desempregados 'ocupados' em Portugal era de 78.679 pessoas. Já em Abril de 2014 o número de desempregados 'ocupados' era de 169.408 pessoas. Ou seja um aumento de 90.729 pessoas ou em percentagem 115,3%. Em 5 trimestres o número de 'ocupados' em Portugal mais que duplicou. Portanto ao não incluir os desempregados 'ocupados' na taxa de desemprego e no número de desempregados as estatísticas sobre o desemprego acabam por não reflectir inteiramente a realidade e dão ao agentes políticos a oportunidade de explorar estes dados da maneira mais conveniente aos seus interesses. Cremos ainda que este aumento do número de desempregados 'ocupados' está sobretudo associado ao facto de muitos desempregados estarem a procurar mais formação profissional e estágios. Estes dados são muito diferentes dos apresentados nas estatísticas oficiais do INE. Para além da taxa de desemprego ser bastante mais elevadas, nestes 5 trimestres em vez da taxa de desemprego ter diminuído 2,4% diminuiu menos de metade, apenas 1,1%. E do 3ºtrimestre de 2013 até ao 1º trimestre de 2014 o desemprego inclusivamente até aumentou em 0,5%. Aliás estes dados encontram-se próximos dos relativos ao emprego pelo que estes dados do desemprego incluindo 'ocupados' parecem traduzir mais fielmente a realidade que os dados do dados oficiais sobre o desemprego. Saldo Migratório em Portugal Anos Saldo migratório em milhares 2010 3,8 2011 -24,3 2012 -37,3 2013 -36,2 Fonte: Pordata Adicionalmente, para além dos desempregados 'ocupados' temos ainda de contar com a emigração maciça que tem ocorrido no país desde 2011, só no 1º trimestre de 2014 imigraram 61.700 mil pessoas com idade até aos 34 anos. Um outro fenómeno que ainda pode explicar a evolução do desemprego é o dos 'desencorajados' ou seja pessoas que estando à muito tempo no desemprego e não encontrando emprego acabam por deixar de o procurar nos centros de emprego desaparecendo assim das estatísticas oficiais, algo comum em períodos de crise prolongados como este em Portugal, sendo que alguns desses desencorajados podem também ter emigrado seguidamente. Conclusão: Este texto apresenta uma critica à diminuição do desemprego apresentada pelo atual Governo e pelas estatísticas oficiais, explicando que a redução oficial do desemprego tem sido feita de forma artificial e não tem correspondido à criação de emprego mas sim a outros fatores como o aumento dos desempregados 'ocupados', a emigração massiva sobretudo de jovens, e o fenómeno dos desencorajados. Texto 2 Catastrophic Job Destruction Num relatório feito por colaboradores do Banco de Portugal, é realizado o estudo sobre a capacidade de adaptação do mercado de trabalho português à recessão que o tomou nos últimos anos. A análise é focada na capacidade de criação e de destruição de emprego do mercado de trabalho, tendo em conta a falência de firmas, o aumento do desemprego e o aumento do número de trabalhadores com salário mínimo ou com salários “congelados”. As condições de acesso ao crédito, a rigidez de salários e a segmentação do mercado de trabalho são as variáveis abordadas ao longo do artigo. De acordo com o Dicionário Merriam-Webster, “resilience” (resiliência/resistência) é definido como “the ability to become strong, healthy, or successful again after something bad happens” ou “the ability of something to return to its original shape after it has been pulled, stretched, pressed, bent, etc.”. Este conceito pode ser facilmente aplicado no contexto do Mercado de Trabalho, de onde obtemos “Labor Market Resilience”, ou, “the extent to which labor markets weather economic downturns with limited social costs”. Tal como indivíduos diferentes possuem resistências diferentes, a resiliência, no que se refere a mercados de trabalho ou uma economia, varia de país para país. De acordo com os estudos da OCDE referenciados no artigo compreendemos que Portugal, já antes da crise económica de 2008-2009, enfrentava sérias dificuldades macroeconómicas que acabaram por amplificar o impacto de uma recessão internacional. Portugal é referido no artigo como “um dos países da OCDE menos preparados para suportar os efeitos da actual recessão.” (pag.1) “Portugal is in serious trouble. Productivity growth is anemic. Growth is very low. The budget deficit is large. The current account deficit is very large. In the absence of policy changes, the most likely scenario is one of competitive disinflation, a period of high unemployment until competitiveness has been reestablished” - Blanchard (2007) Num esforço de equilibrar as finanças Portuguesas e acalmar os efeitos da crise o governo português implementou medidas que procuraram o aumento da receita fiscal e diminuição da despesa pública. Contudo, o aumento da dívida e da dificuldade de acesso a mercados financeiros resultou numa intervenção, o chamado “resgate”, por organizações internacionais. Entretanto, o desemprego aumentou drasticamente resultando por um lado, da diminuição na criação de emprego por novas empresas ou empresas em expansão, e por outro, pelo aumento na destruição de emprego em falências ou em “downsizing”. (ver Anexo1) Acesso ao Crédito: “Regarding the credit channel, the question of interest is if (and how) the severe credit constraint faced by Portuguese firms may be linked to the destruction of jobs both at the intensive (i.e., by downsizing firms) and the extensive (i.e., by closing firms) margins.”(pág.12) A facilidade de acesso ao crédito é fundamental na capacidade de sobrevivência e expansão de firmas. É portanto uma variável importante a ser estudada no contexto da criação ou destruição de empregos. Os efeitos da crise financeira, conjugados com o aumento da dívida soberana Portuguesa, levaram a crescentes dificuldades no acesso ao crédito por parte das empresas nacionais. Observamos que as taxas de juro portuguesas para empréstimos a firmas manteve-se sucessivamente superior à média europeia. Em Outubro de 2011, a diferença chegou perto dos 3,5%, comparando Portugal à Espanha, Itália, Irlanda e Alemanha. De acordo com os estudos macroeconómicos incluídos no artigo conclui- se que “taxas de juro tem um impacto negativo nos resultados de empregos das empresas sobreviventes.”(pág.13) . Observamos que maiores taxas de juro estão constantemente associadas à maiores probabilidade de falência de empresas, como é expectável. O impacto das condições de acesso ao crédito é portanto duplo, limitando por um lado as possibilidades de expansão de empresas, e por outro sendo uma condição que leve mesmo à sua falência. Rigidez Salarial: “National legal minimum wages and pervasive wage floors set by collective bargaining coupled with the legal prohibition of nominal wage cuts (surviving since the 1950’s) creates a de facto situation of extreme nominal wage rigidity. (…) in a low-inflation regime nominal wage rigidity may stop companies from adjusting to negative shocks.”(pag.10) O impacto da crise económica no mercado de trabalho português tem se reflectido num cada vez maior número de trabalhadores a receber o salário mínimo. Para além disto, observações de “wage freezing”, ou congelamento salarial, tem aumentando ao longo dos anos. Ambos os indicadores apontam para uma estagnação na capacidade de criação de emprego ou desenvolvimento de empresas. De acordo com estudos macroeconómicos, os autores afirmam que “ambos os fatores estão negativamente correla criação de emprego e contratações” e que “a proporção de trabalhadores a receber o salário mínimo e (...) congelamentos significativamente correlacionados falência.”(pag.19) Segmentação do Mercado: “Segmentation along contractual types is an essential feature of the Portuguese labor market. (…) temporary contracts represent a large and growing share of Para o estudo do desemprego em Portugal torna própria estrutura do mercado de trabalho. Ao longo dos últimos anos a sua segmentação tem-se aprofundado, especialmente no que se refer contrato que as empresas contrato temporário tem vindo a aumentar e são estes que, de acordo com os autores, “sofrem o maior impacto dos ajustes no em De acordo com estudos macroeconómicos, os autores afirmam que “ambos os fatores estão negativamente correlacionados com a capacidade de criação de emprego e contratações” e que “a proporção de trabalhadores a receber o salário mínimoe (...) congelamentos salariais estão positivamente e correlacionados com a probabilidade da firma ir à Segmentação do Mercado: “Segmentation along contractual types is an essential feature of the Portuguese emporary contracts represent a large and growing share of total employment” (pg. 19) Para o estudo do desemprego em Portugal torna-se importante observar a própria estrutura do mercado de trabalho. Ao longo dos últimos anos a sua se aprofundado, especialmente no que se refer contrato que as empresas estabelecem. O número de trabalhadores com contrato temporário tem vindo a aumentar e são estes que, de acordo com os autores, “sofrem o maior impacto dos ajustes no emprego”. De acordo com estudos macroeconómicos, os autores afirmam que com a capacidade de criação de emprego e contratações” e que “a proporção de trabalhadores a s estão positivamente e com a probabilidade da firma ir à “Segmentation along contractual types is an essential feature of the Portuguese emporary contracts represent a large and growing share of se importante observar a própria estrutura do mercado de trabalho. Ao longo dos últimos anos a sua se aprofundado, especialmente no que se refere ao tipo de lecem. O número de trabalhadores com contrato temporário tem vindo a aumentar e são estes que, de acordo com os Observamos nos gráficos seguintes que, tanto em contratações como em separações, a taxa de variação para contratos temporários é sistematicamente superior à de contratos permanentes. Tal observação comprova que as firmas estão mais dispostas a responder a adversidades externas através do grupo de trabalhadores temporários em vez de trabalhadoras permanentes. Conclusão: Iniciamos esta análise por definir o significado de “resistência” no contexto do mercado de trabalho português. Através das crescentes dificuldades de acesso a crédito por parte das empresas, pelo aumento de trabalhadores com salário mínimo ou salários “congelados” e a maior segmentação do mercado de trabalho português, concluímos que a resistência laboral portuguesa não suportou o choque da crise económica mundial. Este facto levou a enormes custos sociais debatidos até hoje e expos as fragilidades que o mercado português evidencia, nomeadamente, trabalhadores pouco produtivos, pouco pagos e pouco qualificados. O número de falências ao longo dos últimos anos levou a uma grande destruição de emprego. A conjugação das três variáveis estudadas explica as dificuldades portuguesas na criação de novos empregos através da formação de empresas ou expansão de existentes. Para combater os actuais desafios são sugeridas pelos autores medidas de requalificação dos trabalhadores portugueses, políticas que facilitem contratações e que diminuam “a linha de segurança” entre os empregados e ou que procuram emprego. Tais medidas terão como objectivo um aumento da produtividade portuguesa. Outras opiniões de economistas Keynesianos: Paul Krugman “Não me digam que Portugal tem tido más políticas no passado e que tem profundos problemas estruturais. Claro que tem, e todos têm, mas, sendo que em Portugal a situação é mais grave do que noutros países, como é que faz sentido que se consiga lidar com estes problemas condenando ao desemprego um grande número de trabalhadores disponíveis?” Joseph Stiglitz "Temo que se centrem na austeridade, que é uma receita para um crescimento menor, para uma recessão e para mais desemprego. A austeridade é uma receita para o suicídio", afirmou. O antigo vice-presidente do Banco Mundial (Joseph Stiglitz) disse que as reformas estruturais europeias "foram desenhadas para melhorar a economia do lado da oferta e não do lado da procura", quando o problema real é a falta de procura. Neoclássicos: João César das Neves O tema está na agenda política há vários meses, mas para o economista João César das Neves "é criminoso subir o salário mínimo". Teria "consequências dramáticas sobre os pobres". Conclusão Com este trabalho propusemo-nos responder à questão 'O desemprego em Portugal está realmente a diminuir?'Após a nossa análise dos textos e de outros documentos verificamos que não existe uma opinião consensual que explique o desemprego em Portugal. Existem sim várias correntes de pensamento económico que nos dão diferentes respostas sobre o problema. A verdade é que o desemprego em Portugal é uma conjugação de diferentes tipos de desemprego, keynesiano, estrutural e de mobilidade cada um deles com as suas razões explicativas. Vimos que através de diferentes instrumentos os dados de redução do desemprego podem esconder situações como a dos desempregados 'ocupados' e da emigração. Também se verifica que o desemprego estrutural tem vindo constantemente a crescer ao longo da última década por diferentes razões. Podemos dizer que o problema do desemprego é grave e necessita de medidas concretas para o combater. Respondendo à pergunta do nosso trabalho verificamos que oficialmente o desemprego em Portugal está a diminuir mas que tal não corresponde a uma proporcional criação de emprego e sim a fenómenos como o dos desempregados 'ocupados', a emigração massiva e os 'desencorajados' e portanto ele não está 'realmente a diminuir'. Bibliografia http://slideplayer.com.br/slide/331573/ https://www.google.pt/search?q=desemprego+em+portugal+desde+2000&biw=1366 &bih=641&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=wuVjVNW4PMLVapDKgpgF&sqi=2&ved= 0CAYQ_AUoAQ#facrc=_&imgdii=_&imgrc=NArqrkEXAT6fjM%253A%3BDJM8jjZivKG73 M%3Bhttp%253A%252F%252F4.bp.blogspot.com%252F- pHUSZrp84ik%252FUZuIwu8F7bI%252FAAAAAAAADsc%252FiA87ixM0HAk%252Fs1600 %252Fdesemprego_portugal_2013.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Feconomicofinancei ro.blogspot.com%252F2013_05_01_archive.html%3B604%3B364 http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?did=155838 http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=3242129&page=- http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=3242129&page=-1 https://www.google.pt/search?q=taxa+de+desemprego+em+portugal&biw=1366&bih =641&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=qMFrVIPfGs_gaP3OgdAM&sqi=2&ved=0CAYQ _AUoAQ#tbm=isch&q=taxa+de+desemprego+em+portugal+2014&facrc=_&imgdii=_&i mgrc=Kk1XHC9kVm8FWM%253A%3B98RKpP7xHcBfUM%3Bhttp%253A%252F%252F3. bp.blogspot.com%252F- okF8q94sV3U%252FU45HS_cplRI%252FAAAAAAAAFe4%252F6nRcdKG3RjU%252Fs160 0%252FDesemprego_Abr_2014.png%3Bhttp%253A%252F%252Feconomicofinanceiro. blogspot.com%252F2014_06_01_archive.html%3B484%3B292 https://www.google.pt/search?q=iscte- iul&biw=1366&bih=641&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=0cJrVOLqJJTYap6ngLAD&s qi=2&ved=0CAcQ_AUoAg#facrc=_&imgdii=_&imgrc=6scKc7U8QdsVUM%253A%3Bgj4 AwatMwvHqQM%3Bhttp%253A%252F%252Fiscte- iul.pt%252FLibraries%252FLogos%252FISCTE-IUL- 01_jpg.sflb.ashx%3Bhttp%253A%252F%252Fiscte- iul.pt%252Fen%252Fservicos%252Fimage_and_communication_office%252FIdentidad e_Visual%252FVisual_Identity.aspx%3B2769%3B775 http://www.pordata.pt/Portugal/Saldos+populacionais+anuais+total++natural+e+migr atorio-657
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