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DIREITO EMPRESARIAL II

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DIREITO EMPRESARIAL II
UNIDADE I
Teoria Geral do Direito societário
O que é direito cambiário ou cambial?
- É o sub-ramo do direito empresarial que disciplina todo o regime jurídico aplicável aos títulos de crédito.
Qual o objeto de estudo do direito cambiário?
- É um regime jurídico recheado de regras, princípios e características especiais.
Qual a finalidade do direito cambiário?
- Destina-se a dar aos títulos de crédito, a devida eficiência para que estes cumpram a sua principal função: a circulação de riquezas. 
Conceito de crédito: 
- Juridicamente, o crédito se traduz como uma prestação futura, fundada essencialmente, na confiança e no prazo.
Conceito de títulos de crédito:
- Título de crédito como o documento necessário ao exercício do direito, literal e autônomo nele mencionado; Documento que instrumentaliza o crédito e permite a sua mobilização com rapidez e segurança; instrumento de circulação de riqueza .
Características dos títulos de crédito: 
Incorporam o crédito: prazo e confiança 
Podem circular livremente
Transformam o crédito em dinheiro
Incorporam direitos do credor
Conferem poder de compra a quem não tem dinheiro
Aumentam a quantidade de transações comerciais
Afastam o vínculo personalíssimo entre credor e devedor
Instrumentos de circulação de riqueza.
1.1- Períodos históricos do direito cambiário 
Marco histórico: idade média, Período histórico em que surgiu o próprio direito comercial.
Divide-se o direito cambiário em quatro períodos históricos:
1º período Italiano:
Cidades marítimas italianas, onde se realizavam as feiras medievais, que atraiam os grandes mercadores.
Quanto ao desenvolvimento das operações, surge o câmbio trajetício (o transporte da moeda em um determinado trajeto ficava por conta e risco do banqueiro)
O Câmbio trajetício era instrumentalizada por 2 documentos: cautio, que é a origem da nota promissória, onde o banqueiro reconhecia a dívida e prometia pagá-la no prazo, lugar e moeda convencionados e littera cambii, que é a origem da letra de câmbio, que se trata de uma ordem de pagamento, o banqueiro ordenava ao seu correspondente que pagasse a quantia nela fixada.
Câmbio trajetício: o banqueiro recebe em sua cidade, moeda de certa espécie e obriga-se a entregar em outra cidade, a mesma soma de dinheiro em outra espécie d moeda ao depositante. O instrumento cautio era o reconhecimento da dívida, e a littera cambii, ocorria quando o banqueiro dava a ordem ao seu correspondente localizado em outra cidade para efetivar o pagamento do valor correspondente.
O período Italiano criou e estruturou os títulos de crédito, através do câmbio trajetício, onde o banqueiro se tornou a peça central na engrenagem creditícia. A nota promissória (cautio) significava uma promessa de pagamento; ao passo que a letra de câmbio (littera cambii) significava uma ordem de pagamento.
No Brasil, a letra de câmbio nunca foi reconhecida como instrumento de crédito popular, em razão da pouca credibilidade existente nas nossas relações comerciais.
2º período Francês:
Cláusula à ordem foi o meio que facilitou a circulação dos títulos na medida em que viabilizou a circulação dos direitos nele incorporados, já que não dependia da autorização do sacador.
Endosso, que facilitou sobremaneira o desenvolvimento do crédito, por ser meio cambiário próprio para a circulação do título de crédito.
Circulação, pois a cláusula à ordem permitia que o beneficiário transferisse o título a que quisesse sem necessidade de qualquer autorização e isso repetidamente.
Os franceses deram aos títulos de crédito a característica da circulação, através da cláusula à ordem e do endosso, o que permitiu ao titular da relação de crédito, efetuar a sua transferência para terceiros.
Endosso: ato ou declaração de transferência de propriedade ou título, que o seu proprietário tem em mãos para outra pessoa.
3º período Alemão:
Ordenação geral do direito cambiário, onde havia uma codificação que continha normas especiais sobre letras de câmbio.
Letra de câmbio ocorreu a consolidação da letra de câmbio, especificamente, e os títulos de crédito de uma forma geral, como instrumento de crédito viabilizador da circulação de direitos; torna-se título representativo de valor, e a obrigação de realizar o valor, decorria do próprio título-ordem
Nota promissória, a promessa de pagamento.
O direito alemão sistematizou o instituto dos títulos de crédito, que foram criados pelos italianos e aperfeiçoados pelos franceses, através da ordenação geral do direito cambiário com ênfase para a letra de câmbio e para a nota promissória.
4º período uniforme 
Convenção de Genebra, pois a diversidade entre as legislações dos países sempre foi um problema, por dificultar as relações comerciais internacionais, razão porque os países se organizaram, por meio de conferências para uniformizar a legislação comercial, em 1930, a mais relevante norma surgiu, tendo por objeto unificar à letra de câmbio e a nota promissória.
 Imposição do sistema cambiário europeu.
Lei uniforme das cambiais, a chamada L.U. G, referente às letras de câmbio e nota promissória.
Lei uniforme do cheque, que foi aprovada no ano posterior.
Atualmente, os títulos de crédito passam por um importante período de transição, letras de câmbio não são mais vistos no mercado, títulos como cheque caindo em desuso e dando lugar ao comércio eletrônico através de transações com cartões de débito e crédito.
1.2 Atributos dos títulos de crédito:
Negociabilidade: O título de crédito pode circular por endosso ou tradição.
É cercada de cuidados pelo ordenamento jurídico, porque é justamente ela que permite a circulação do crédito, fundamental função dos títulos de crédito e, modernamente, a mais importante. Daí, fala-se na cambiariedade dos títulos de crédito, entendida como a possibilidade de mudança do credor, ante a possibilidade de livre-transferência do crédito. A negociabilidade ocorre, por exemplo, por meio do endosso e da tradição.
Executividade: execução imediata da obrigação.
Confere a possibilidade de o beneficiário executar imediatamente a obrigação, independentemente de processo de conhecimento, pois o título de crédito é um título executivo extrajudicial. Esse atributo garante maior eficiência e celeridade na cobrança do título, pois permitem a realização da execução sem necessidade de qualquer nova demonstração da existência do crédito. Registre-se que de tal característica não são dotados os títulos chamados atípicos ou impróprios.
Circulação : os títulos de crédito são instrumentos de circulação de riqueza, já que desde a criação, aumentou consideravelmente as transações, permitindo o progresso dos povos. O beneficiário transfere o título a quem quiser sem necessidade de qualquer autorização e isso repetidamente.
1.3 Relações entre título de crédito e o código civil
O Brasil através de decreto legislativo (54) aprovou as leis uniformes (a lei do cheque e a lei das cambiais), respectivamente através dos decretos 57.663 e 57.595/66. Apesar de ter lei própria sobre os cheques, o Brasil é signatário da Lei uniforme das cambiais e cheques.
Estruturalmente não houve alterações (art. 887/926) o que o código trouxe de novo foi a possibilidade do convívio “harmônico” entre os títulos de crédito típicos, ou seja, previstos em lei específica (nota promissória, cheque, letra de câmbio, duplicatas etc.) ao lado de títulos de crédito atípicos, que só produzem efeitos entre as partes, não tendo a mesma extensão, ainda, dos títulos de crédito típicos.
O novo código civil quanto ao direito cambiário, manteve a estrutura do código civil de 1916, em toda sua extensão, mas permitiu as partes criarem títulos de crédito não previsto em lei, desde que guardem obediência aos comandos taxativamente expressos, relativos a formação da cártula.
Aplica-se a legislação especial aos títulos típicos ou nominados; aplicação apenas suplementar do código civil aos títulos típicos e nominados,e aplica-se o código civil, aos títulos atípicos ou inominados, se admitidos.
Exemplo de título de crédito atípico: papel de vaca, que é um título do agronegócio, onde o dono do rebanho estabelece contratualmente, com o dono do pasto, cláusulas de parceria para fins de custeio e manutenção do rebanho até o momento da comercialização, onde será dado o percentual sobre a venda do rebanho para o dono do pasto.
UNIDADE II
Histórico da legislação cambiária
Princípios centrais:
Cosmopolitismo/universalismo
- A atividade empresarial é exercida em todos os campos do globo, pois trata-se de uma necessidade vital.
- É o caráter universal intrínseco ao direito empresarial.
Exemplo: Leu Uniforme de Genebra que dispõe sobre letras de câmbio e notas promissórias.
Individualismo
- perseguição do lucro.
- lucro como preocupação imediata.
Função social da atividade empresária
- nos termos da Constituição Federal de 1988, art 170, o exercício da atividade empresária terá como finalidade o desenvolvimento econômico de toda a sociedade.
Art. 170, § único, CF
“A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência diga, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
Paragrafo único. É assegurado à tosos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente da autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.”
A Evolução da Atividade Empresarial no Mundo
O comércio mundial com ênfase para o período entre as guerras (1914 - 1919; 1º grande guerra) e (1938 – 1945: 2º grande guerra) passou um período de profundas transformações. Beste ponto tivemos o período das Leis Uniformes, que viabilizou estruturalmente a expansão do comércio entre as nações, através da devida sistematização jurídica.
A convenção de Genebra de 1930 aprovou as Leis Uniformes das Cambiais, relativa às notas promissórias e as letras de câmbio, a chamada Lei Uniforme de Genebra (L.U. G).
Evolução para os Títulos de Crédito
Inicialmente o comércio se deu entre as famílias que trocavam entre si, os seus produtos/serviços (escambo); em um segundo momento, houve a adoção de um padrão monetário (moeda) aceito por todos. As transações cambiárias/Empresariais, atualmente se desenvolvem através do chamado: comércio eletrônico.
Exemplos: lojas virtuais, cartão de crédito e débito, bancos virtuais, bitcom etc.
A função fundamental do título de crédito, como na evolução histórica revela, é a circulabilidade com segurança, a partir das operações de crédito. O conceito de Cesare Vivante tem o mérito de amalgar/Unificar os três princípios estruturantes dos títulos de crédito, a saber:
2.1 Princípios Estruturantes dos Títulos de Crédito
Carturalidade:
 Significa um documento, a principio físico, mas que hoje segundo o STJ pode ser virtual. O direito de crédito mencionado na cártula não existe sem ela, não pode ser transmitido sem a sua tradição e não pode ser exigido sem a sua apresentação. 
O direito adere ao papel de tal maneira que a transferência do documento é a transferência do direito. O documento é necessário porquanto o titular do direito cambiário somente poderá exigir a prestação mediante a apresentação do título.
Literalidade:
O valor expresso no título.
A literalidade pode ser direta (valor da face) como também contém valores implícitos como juros e correções consideradas pela doutrina majoritária e pelo STJ como literalidade indireta.
O título de crédito vale pelo que nele está escrito e assegura às partes da relação cambial a exata correspondência entre o teor do título e o direito que ele representa.
Quem recebe tem a certeza de que, a partir da sua simples leitura, terá ciência de toda a extensão de crédito que está recebendo, razão pela qual terá segurança ao realizar o negócio jurídico.
Exceções: juros de mora, duplicata, outros encargos.
Autonomia 
Cada relação de crédito prevista no título de crédito é absolutamente independente em relação às demais.
As relações jurídicas representadas num determinado título são autônomas e independentes entre si
O legítimo portador do título pode exercer seu direito de crédito sem depender das demais relações que o antecederam.
O princípio garante a segurança nas relações cambiais, assegurando a negociabilidade e circulabilidade.
2.2 Atributos eventuais que decorrem da Autonomia 
1º independência: Não possuem qualquer vinculação com qualquer outro documento para completá-lo.
2º abstração: o título de crédito se desvincula do negócio que lhe deu origem. Completa desvinculação do título em relação à causa que originou sua emissão.
Exceção: duplicata que sempre será causal.
2.3 3º inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé: No direito, a expressão ‘exceções” pode significar “contrariedade à regra”; de outro turno também pode significar “matéria da defesa”. Pelo exposto, não é possível que o devedor em uma relação cambial se oponha ao pagamento alegando matérias de defesa que não digam respeito ao credor (terceiro de boa-fé) porém é possível ao devedor opor defesas formais ao terceiro de boa-fé. Também é possível argumentar através da ação de embargos, qualquer matéria de defesa, desde que tenha relação pessoal e direta com o credor.
É a manifestação processual da autonomia; o portador do título não pode ser atingido por defesas relativas a negócio do qual ele não participou. O título chega a ele completamente livre dos vícios que eventualmente adquiriu em relações pretéritas.
É assegurado pelo art. 17 da L.U.G e no art. 916 do CC.
Por força do principio da autonomia, as relações jurídicas antecedentes e posteriores são autônomas entre si, razão pela qual o portador ou endossatário não poderá ser atingido por defesas relativas a negócio do qual não participou. Tal princípio impede que o terceiro seja prejudicado por exceção relativa a negócio alheio.
O endossante e o seu endossatário poderão opor exceções processuais em demanda envolvendo o título entre si, porquanto as exceções serão inoponíveis somente contra terceiros, no entanto, terceiros de boa-fé.
Art. 17. As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor.
Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.
UNIDADE III
3.1 Causalidade dos títulos de crédito
I- Disciplinado pelo Direito Empresarial 
Os títulos de crédito nascem e convivem contemporaneamente com as necessidades dos comerciantes no exercício de suas atividades.
II- Bens móveis
O título de crédito é um bem móvel regido pelos princípios que conduzem os bens móveis. Essa natureza móvel facilita a circulação dos títulos de crédito.
III- Natureza “Pro Solvendo”
Em regra, a obrigação que lhe deu origem só será extinta com o seu efetivo pagamento (art. 361)
Todo título de crédito decorre de um fato ou negócio jurídico anterior; a entrega do título constitui em um princípio de pagamento, mas não efetivamente em um pagamento. A simples entrega do título ao credor não significa a efetivação do pagamento.
Obs.: Para o STJ, a emissão do título de crédito não extingue a obrigação que lhe deu origem, logo ele não terá natureza Pro Soluto.
IV- Circulação/ Circulabilidade
A principal finalidade dos títulos, hoje é facilitar a circulação do crédito, logo os títulos de crédito podem facilmente circular através de endosso o tradição.
V- Título de apresentação
O título de crédito é apresentado para pagamento
VI- Obrigação quesível (querabel) 
O credor busca o seu crédito junto ao devedor. Em toda relação obrigacional, uma das partes devetomar a iniciativa para o cumprimento da obrigação, nos títulos de crédito, essa iniciativa incube ao credor.
VII- Título de Resgate
O devedor deve resgatá-lo perante o credor
VIII- Executividade
Pode ser cobrado em juízo.
IX- Presunção
De liquidez quanto ao seu valor, de exigibilidade quanto ao seu momento de cobrança, e certeza quanto a sua existência.
X- Formalismo
Segue comandos legais para a sua formação e aperfeiçoamento. O título de crédito deve preencher todos os requisitos, e é um documento formal.
XI- Solidariedade Cambiária
A lei uniforme de Genebra –art. 47 Prevê a solidariedade cambiária, que por força do princípio da autonomia, gera causas distintas independentes, relativas as relações entre os sujeitos cambiários. Sendo assim, aquele credor que levar o título à pagamento, caso não tenha seu crédito atendido, só poderá cobrar o valor total de algum dos coobrigados que o antecedeu, e este não terá direito de regresso perante aos outros devedores, em regra.
Com a circulação do título de crédito, podem surgir vários coobrigados, os quais serão considerados devedores solidários, assim, o credor pode exigir de qualquer um dos coobrigados o pagamento da integralidade da dívida. Simplificando, toda pessoa que lançar sua assinatura no título de crédito, obrigar-se-á ao pagamento dele, de forma autônoma.
Na solidariedade cambiária, a obrigação de cada devedor decorre de uma causa distinta, dada a autonomia das relações cambiais.
Nas cambiais, tem-se pluralidade de prestações, tantas quantas forem os devedores do título. Nos casos de solidariedade cambial, o direito de regresso só poderá ser exercido em face dos devedores anteriores.
A solidariedade cambiária dá ao credor do título de crédito, o direito de cobrar a dívida toda de um dos devedores, sem que este, em regra, possa reaver dos demais devedores qualquer valor pago, como se fosse o único devedor cambial. Considerando a independência das relações cambiais.
3.2 Classificações dos títulos de crédito
Quanto à legitimação para o exercício de um direito de crédito:
Próprios: títulos de crédito próprios são previstos em lei e circuláveis (circulação)
Exemplo: cheque, letra de câmbio, duplicata e nota promissória.
Impróprios: Títulos de crédito impróprios são documentos de legitimação atrelados aos contratos que os origina, não possuindo a função de circulação, ou seja, vale somente entre as partes.
Há dois tipos de títulos de crédito impróprios:
Impróprios comprovantes de legitimação: Tem função meramente probatória, origem em um contrato formal ou verbal, apenas espelham um contrato ou um simples fato.
Exemplo: recibo de depósito, ingresso de espetáculo, passagem de ônibus.
Impróprios de títulos de legitimação: atribuem ao portador a faculdade de receber uma prestação, além de comprovar a sua causa.
Exemplo: vales postais
Quanto ao conteúdo: Cesare Vivante e Carvalho de Mendonça
Propriamente ditos: conferem ao titular o direito a uma prestação de coisas fungíveis, é dizer, coisas que podem ser substituídas por outras da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Exemplo: cheque, letra de câmbio e nota promissória.
Impropriamente ditos: não preenchem as características supracitadas.
Exemplo: os criados pelas partes. 
Quanto à natureza:
Causais: ligados à relação que os originou
Exemplo: duplicata
Abstrato : o título se desvincula do negócio que lhe deu origem.
Exemplo: cheque
Quanto ao modo de circulação:
Nominativos: o nome do beneficiário sempre é expressamente mencionado a cártula, Os títulos nominativos são os emitidos em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente, e é a regra.
À ordem: são títulos nominais que podem ser transferidos via endosso. “à ordem” significa “endossável” ou “pague a quem o credor anterior (endossante) ordenar”.
Não à ordem: com essa cláusula se veda a possibilidade de transmissão do título por meio do endosso, mas não se proíbe a circulação do crédito, por se considerar tal endosso uma cessão civil de crédito. Logo, circulam com a tradição. 
Endosso e cessão civil são atos jurídicos de transferência da titularidade de crédito, que se diferenciam quanto aos efeitos. 
A simples tradição sem endosso não responsabiliza. Quer dizer, o portador que transfere o título de crédito sem apor sua assinatura como endossante não assume qualquer obrigação por seu pagamento. Simplesmente, transmite um título, sem garanti-lo.
Ao portador: não mencionam o nome do favorecido; circula pela mera tradição. Qualquer pessoa que esteja com a simples posse do crédito (título) é considerada titular do crédito nele mencionado. Só é admissível até o valor limite de R$100,00 a fim de evitar sonegação e lavagem de dinheiro.
Obs.: se houver a circulação do título, esta será considerada como uma cessão civil de crédito.
Quanto à estrutura:
Ordem de pagamento: pressupõe a existência de 3 sujeitos na relação cambiária: quem emite a ordem (emitente/sacador); contra quem a ordem é emitida (sacado/ banco); e à favor de quem é emitida a ordem de pagamento (beneficiário/beneficiável)
O sacador (correntista que emite o cheque); sacado (instituição financeira que cumprirá a ordem de pagamento que lhe foi dada); e beneficiário (terceiro que recebe o cheque como forma de pagamento e irá descontá-lo)
Exemplo: cheque, letra de câmbio e duplicata.
Promessa de pagamento: aqui se observa a existência de 2 sujeitos: emitente/sacador ( que promete pagar determinada quantia, assumindo diretamente a obrigação de pagar); e beneficiário (beneficiário da promessa que receberá o valor prometido)
Exemplo: nota promissória, duplicata, cédula de crédito. 
Em caso de nota promissória, o sacado (quem deverá pagar o título) é o próprio sacador, pois quem efetuará o pagamento é aquele que prometeu (o sacador). No caso da duplicata, quem promete não é o emissor do título, pois este é emitido pelo credor da operação, ou seja, o emissor do título é ao mesmo tempo sacador e beneficiário, sendo que o sacado é o devedor.
Quanto ao modelo:
Vinculados: previstos em lei e/ou padronizados pelo conselho monetário nacional.
Submete-se a uma rígida padronização fixada pela legislação cambiária específica, só produzindo efeitos legais quando preenchidas as formalidade legais exigidas. A norma jurídica define os padrões a serem observados quanto ao seu formato, sob pena de não produzir efeitos cambiários. Por exemplo, a confecção do cheque deve seguir o padrão estabelecido na legislação, quanto ao tamanho, local para assinatura, valor numérico etc. Ao se observar os modelos de cheques dos bancos brasileiros, vê-se que são todos iguais em relação ao tamanho e localização dos campos a serem preenchidos; o que muda é apenas a cor e a marca d’água.
Exemplo: cheque e duplicata.
Livres: atendem somente aos requisitos legais, não há uma padronização obrigatória. O título não possui um padrão estabelecido por norma quanto ao seu formato, mas deve observar os requisitos mínimos que a legislação exige, como valor e assinatura do emissor no caso de nota promissória ou letra de câmbio.
Exemplo: letra de câmbio, títulos de crédito atípicos e notas promissórias.
Quanto à pessoa emitente:
Públicos: foram emitidos por pessoas jurídicas de direito público 
Exemplo: títulos de dívida pública.
Privados: emitidos por pessoas jurídicas de direito privado
Exemplo: sociedade empresária, não-empresária etc.
Quanto à prestação:
Representativos: representam mercadorias ou bens; conferem aos títulos o direito de exigir a entrega de mercadorias e não de dinheiro.
Exemplo: conhecimentos de depósitos emitidos por armazéns-gerais.
De valor em dinheiro: regra geral, obrigação pecuniária.
Exemplo: cheque, nota promissória, letra de câmbio etc.
Quanto ao prazo:
À vista: o vencimento do título é indeterminado, sendo a obrigação exigível mediante a apresentação do documento ao devedor.
A prazo: há uma data de vencimento escrita no documentoou a certo prazo dela.
Quanto à complexidade:
Simples: conferem ao titular apenas um direito, como de receber determinada quantia em dinheiro.
Exemplo: nota promissória, letra de câmbio etc.
Complexos: conferem mais de um direito ao titular, como o direito de reaver um valor emprestado e o de receber juros periódicos.
Quanto à completude:
Completos: o título de crédito é autossuficiente, na medida em que é relevante está contido no próprio documento.
Exemplo: cheque, nota promissória, letra de câmbio.
Incompletos: dependem de outros documentos, isto é, sempre que o título não é o suficiente para determinar todo o conteúdo dos direitos e obrigações ali incorporados.
Exemplo: extrato de conta corrente.
Quanto à quantidade de beneficiários:
Singulares: contém uma só relação jurídica de crédito. São emitidos por decorrência de uma operação realizada entre particulares, em favor.
Exemplo: cheque
Em série: são emitidos em massa (títulos múltiplos) em favor de um grupo de pessoas.
Exemplo: títulos da dívida pública.
UNIDADE IV
Títulos em Espécie
4.1- letra de câmbio
Foi o primeiro título a ser criado, surgiu na idade média, em razão da distância (que trazia riscos, tanto de assalto, quanto de a moeda ser diferente) entre as cidades e feiras. Por esses motivos os banqueiros criaram a letra de câmbio (título de crédito).
Bastava que o comerciante entregasse a quantia para um banqueiro de uma cidade e esse banqueiro expedisse uma ordem de pagamento (letra de câmbio) para que o outro banqueiro de outra cidade pagasse a um beneficiário ou à ordem deste.
O banqueiro dava um aceite, e assim era possível comprar mercadorias de empresários utilizando-se do título porque o pagamento era garantido (cheque administrativo). Era mais seguro circular a letra de câmbio (littera cambii) do que valores em dinheiro.
Letra de câmbio é um título de crédito pelo qual o sacador (emitente) dá ao sacado (aceitante) ordem de pagar ao tomador (beneficiário) determinada quantia, no tempo e no lugar fixados na cambial. Quer dizer, é uma ordem de pagamento garantida, porque, pelo saque, o sacador emite a letra contra o sacado e, também, garante seu pagamento. A letra de câmbio é um título completo, base de todos os outros títulos de crédito. 
Na letra de câmbio intervêm fundamentalmente três pessoas: sacador ou emissor (pessoa que dá a ordem de pagamento, criando a letra); sacado (pessoa que, aceitando a letra, deve pagar seu valor); tomador (pessoa que recebe a letra de câmbio do sacador e pode cobrá-la no vencimento, ou seja, a pessoa a quem a letra deve ser paga). 
Pela evolução da letra de câmbio surgiu o cheque, no entanto, trata-se de títulos que, apesar de semelhantes, especialmente por serem ambos as ordem de pagamento, guardam certas peculiaridades, em particular pelo fato de o cheque não admitir aceite e ter a figura indispensável do banco como sacado.
Todos os institutos do Direito Cambiário como: saque, aceite, aval, endosso, vencimento, pagamento, protesto, ação cambial, prescrição etc. são possíveis na letra de câmbio, inclusive porque foram estruturados a partir da letra de câmbio e foram disciplinados legalmente na Lei da Letra de Câmbio – Decreto n. 57.663/66.
Saque da letra de câmbio 
Cumpre salientar que a letra de câmbio é um título que se estrutura como ordem de pagamento, razão pela qual, ao ser emitida dá origem as seguintes situações:
a) sacador emite a ordem;
b) sacado, a quem a ordem é destinada;
c) tomador, que é o beneficiário da ordem;
As situações acime anão exigem necessariamente, estar ocupadas por três pessoas diferentes, pois a lei 2.044/08 (lei cambiariforme) admite que a letra de câmbio seja sacada:
I- A ordem do próprio sacador – sacador e tomador são a mesma pessoa
II- Sobre o próprio sacador – sacador e sacado são a mesma pessoa
III- Por ordem e conta de terceiro – uma pessoa (sacador) ordena que alguém (sacado) pague a outrem (tomador)
Requisitos da letra de câmbio
Os requisitos da letra de câmbio estão previstos no Decreto n. 2.044/ 1908 e no Decreto n. 57.663/66 cumulativamente.
No Decreto n. 2.044/1908 constam os seguintes requisitos:
Intrínsecos: aqueles exigidos para a validade de todo e qualquer negócio jurídico.
Extrínsecos: exigidos pela legislação cambiária, o não atendimento às formalidades legais acabam por conduzir à nulidade do título. Importante salientar que a ausência de qualquer dos requisitos legais para a caracterização do título de crédito, retira sua validade como título de crédito, mas não invalida o negócio jurídico de origem, de acordo com o artigo 888 do CC
Extrínsecos essenciais: 
I – a denominação “letra de câmbio”;
II – a quantia em dinheiro e a espécie da moeda;
III – o nome da pessoa que deve pagá-la (sacado);
IV – o nome da pessoa a quem deve ser paga (beneficiário);
V – assinatura de próprio punho do sacador (ou mandatário especial).
Por sua vez, no Decreto n. 57.663/66, estão:
VI – a data do saque
A “época do pagamento” (vencimento) o “lugar do pagamento” (local) e “lugar do saque” não são requisitos essenciais, conforme o art. 1º, alíneas 4 e 7, da Lei Uniforme.
Importância de identificação 
A identificação do título através da chamada cláusula cambiaria “letra de câmbio” é de suma importância por duas razões:
a) inicialmente porque o título de crédito, a depende da sua espécie, submete-se a regimes jurídicos ás vezes distintos;
b) segundo, porque nos títulos de crédito próprios – nota promissória, letra de câmbio, duplicata e cheque- considera-se implícita à cláusula à ordem, que admite a circulação do título por meio de endosso (art. 11 da Lei Uniforme)
A identificação do sacado deve ser feita com a menção ao máximo possível de informações, a identificação do tomador pode ser dispensada, já que o STF admite a emissão de título em branco, de emissão da letra ao portador. Mas a identificação do sacador deve conter a assinatura do sacador que apesar de não ser o devedor principal, garante a aceitação e o pagamento da letra. Ou seja, se o sacado não aceitar a letra ou não pagá-la, pode o tomador voltar-se contra o sacador
Aceite da Letra de câmbio
A letra de câmbio depois de emitida será entregue ao tomador, o qual por sua vez, a levará ao sacado, para que este aceite (art. 25 L.UG) o que deve ser feito no próprio título através da expressão “aceito” seguida da assinatura do sacado ou de procurador com poderes especiais.
Prazo de Respiro
Prazo de respiro é o prazo de um dia (24 horas) dado em virtude da primeira apresentação do título para aceite do sacado. De acordo com o art. 24 da LU: "o sacado pode pedir que a letra lhe seja apresentada uma segunda vez no dia seguinte ao da primeira apresentação".
Vencimento da letra de câmbio:
A letra de câmbio aceita pelo sacado se torna exigível a partir do seu vencimento. O vencimento pode ser ordinário ou extraordinário. O primeiro traduz o término de um prazo normal. O outro resulta da interrupção daquele termo, por fato anormal. Aquele foi previsto; este, não. 
Ordinário: quando traduzir o término de prazo normal. Opera-se pelo decurso do tempo ou pela apresentação ao sacado da letra	à vista.
Extraordinário: quando houver interrupção daquele prazo previsto por força de fato anormal. Opera-se por recusa do aceite ou pela falência do aceitante. É que fica, desde logo, verificado que o valor contido na letra não será realizado no tempo previsto. Nesse caso, o tomador tem o direito de exigir do sacador o resgate imediato do título. O vencimento antecipado é positivado pelo protesto por falta de aceite tirado até o primeiro dia útil que se seguir à recusa ou aceite limitativo
A Lei Uniforme estipula para as letras de câmbio quatro espécies de vencimento:
À vista ou contra apresentação: Ocorre no ato da apresentação da letra de câmbio.
À dia certo: vence em um dia pré-datado pelo sacador.
Á certo termo de data (data do saque): é a hipóteseem que a letra de câmbio tem seu vencimento em dias, meses ou anos contado da emissão (saque). O vencimento, nesse caso, ocorre no último dia do prazo, sem se contar o dia em que a letra foi sacada.
À certo termo de vista: também vence após um prazo estipulado, mas o dies a quo do prazo de vencimento é a data do aceite ou a data do protesto por falta de aceite. Se o aceite exarado não estiver datado, o portador poderá inserir a data em que se efetivou. Se não o fizer e o aceitante recusar-se a fazê-lo, poderá protestar o título por falta de data de aceite. O termo inicial do vencimento a certo termo de vista será, nesse caso, a data do protesto.
Recusa de aceite do sacado: se o sacado se recusa a dar o aceite, o tomador se direciona ao sacador, agora coobrigado.
Pagamento:
Pelo pagamento, extinguem-se uma, alguma ou todas as obrigações representadas por um título de crédito. Se o pagamento é feito por um coobrigado ou pelo avalista do aceitante, são extintas a obrigação de quem pagou e mais as dos coobrigados posteriores; se o pagamento é feito pelo aceitante da letra de câmbio, extinguem-se todas as obrigações cambiais.
Uma	obrigação cambial	é de natureza quesível, ou seja, cabe ao credor a iniciativa para a obtenção da satisfação	do crédito. Deve ele procurar o devedor para receber	o valor do título ou	avisá-lo do local onde poderá ser	feito o pagamento. Ao contrário do que ocorre com o devedor de	obrigação portável, ao devedor cambial	não cabe a iniciativa para a solução da pendência. De qualquer forma, a inobservância da cláusula quesível ou portável	não invalida o pagamento.
Protesto:
O regime jurídico do protesto é a Lei n. 9.492/97. De acordo com o art. 1º da Lei:
“Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida”.
A responsabilidade de levar o título a protesto é do portador do título, do credor ou de seu procurador. A propósito, há duas súmulas do STJ, a qual se volta a transcrever. Súmula 475: “Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas”. Súmula 476: “O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário”.
A relevância do protesto reside no fato de que ele é a prova de que o título foi apresentado ao devedor, que, no entanto, não o pagou. Assim, a função primordial do protesto é demonstrar a impontualidade do devedor.
O prazo para protesto por falta de pagamento da letra de câmbio seria de 2 dias úteis após a data de vencimento.
Efeitos do protesto
O protesto tem dois principais efeitos: por recusa de aceite, total ou parcial, de uma letra de câmbio dá o direito ao portador do título mover ação cambiária mesmo antes do vencimento. É o que diz o art. 43 do anexo I da Lei Uniforme de Genebra. Já o protesto por falta de pagamento garante ao portador os direitos cambiários em relação aos coobrigados (art. 53 da LUG). O protesto interrompe o prazo prescricional.
Modalidades do protesto
-Protesto por falta de aceite
A finalidade da criação da letra de câmbio é a expedição de uma ordem ao sacado, o qual é devedor do sacador. Mas a relação cambiária original deve ser completada com o aceite do sacado (passando a aceitante). Se este recusar a dar o aceite, deve o título ser levado a protesto, como já mencionado no art. 43 do Anexo I da LUG. É importante salientar que se a letra de câmbio for com vencimento à vista, deve ser feito protesto por falta de pagamento, e não de aceite. O protesto por falta de aceite é sempre antes do vencimento do prazo para pagamento.
Ex: letra de câmbio e nota promissória
-Protesto por falta de pagamento 
“Após o vencimento, o protesto será sempre efetuado por falta de pagamento... A comprovação pelo protesto da recusa do pagamento do título de crédito é pressuposto para a mantença dos direitos cambiários do portador em relação aos devedores indiretos” (Rosa Júnior, pág. 394, 2014). É o que infere do art. 53 do Anexo I da LUG, já anteriormente citado, mas que vale ser novamente mencionado, com nossa redução para melhor entendimento: 
Art. 53 - Depois de expirados os prazos fixados: - para se fazer o protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento; [...] O portador perdeu os seus direitos de ação contra os endossantes contra o sacador e contra os outros coobrigados, a exceção do aceitante.
Portanto, o aceite é necessário para que o portador possa mover ação cambiária contra devedores indiretos, com apenas uma ressalva: a Lei 7.357/85 (Lei do cheque), em seu artigo 47, diz que o protesto do cheque pode ser substituído por declaração do banco ou de câmara de compensação.
 
Observemos a parte do art. 47 que normativa essa permissão:
Art . 47 Pode o portador promover a execução do cheque:
I - contra o emitente e seu avalista;
II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de compensação.
§ 1º Qualquer das declarações previstas neste artigo dispensa o protesto e produz os efeitos deste.
Ex: letra de câmbio
-Protesto por falta de devolução
É a modalidade específica dos títulos que são apresentados para aceite em duas vias. O mais conhecido é a duplicata, o qual é emitido em duas vias.
ex: duplicata 
Desistência e sustação do protesto
A desistência pode ocorrer antes da lavratura e a sustação por ato judicial, em medida liminar ou sentença definitiva, caso em que o título será encaminhado a Juízo.
Protesto necessário
O protesto só é indispensável se o credor deseja executar os codevedores (ou devedores indiretos), como é o caso, por exemplo, do endossante. 
Protesto facultativo
Em contrapartida, se a execução é dirigida contra o devedor principal do título, o protesto é desnecessário.
Prescrição
A consequência do fim do prazo prescricional é a impossibilidade de acionar judicialmente com a finalidade exigir a obrigação. Os principais títulos de crédito existentes são a letra de câmbio, a nota promissória, o cheque e a duplicata. Cada um desses títulos possui um funcionamento diverso quanto ao prazo prescricional.
O não pagamento da letra de câmbio no vencimento legitimará a execução forçada do crédito mencionado no título, devendo o credor exequente observar os limites temporais para execução nos termos do art.70 da L.U.G. 
Três anos nas ações contra o aceitante (sacado) e o avalista; um ano nas ações do portador contra os endossantes e o sacador; e seis meses, para as ações dos endossantes entre si.
UNIDADE V

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