Buscar

Direito Civil Luciano Figueiredo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO OAB – DIREITO CIVIL – LUCIANO FIGUEIREDO
53
Direito Civil
 Pessoa Física ou Natural 
1. Personalidade Jurídica – aptidão genérica de titularizar direitos e contrair deveres na ordem civil. 
A pessoa que adquire a personalidade jurídica pode tanto ser pessoa física quanto jurídica, denominada sujeito de direito.
Personalidade Jurídica Sujeito de Direitos Pessoa Física e Pessoa Jurídica
Obs.: art. 82 CC, os animais no Brasil não são dotados de personalidade jurídica, são considerados bens móveis, semoventes. 
Entes despersonalizados – ente desprovido de personalidade jurídica. Ex.: massa falida, herança vacante, herança jacente, espólio. Apesar de não possuírem personalidade jurídica, possuem capacidade judiciária, ou seja, podem figurar em processos – art. 75, CPC.
1.1. Pessoa Natural, Física ou de Existência Visível. Aquisição da Personalidade Jurídica.
Tem-se por pessoa física o ser dotado de estrutura biopsicológica, titular de direitos e deveres na ordem jurídica. É conhecida como pessoa física, natural ou de aparência visível.
Atualmente, em razão dos procedimentos artificiais de criação do homem, tal como a inseminação artificial, a concepção de pessoa física não se limita mais ao ser biologicamente criado.
Personalidade da Pessoa Física Requisitos Nascimento + Vida (art. 2°, CC).
1.1.2. Nascituro
Entende-se por nascituro, o ente já concebido e dotado de vida intrauterina. A legislação civil trata do nascituro quando, ainda que não considere como pessoa, ressalva os seus direitos a partir da sua concepção
1.2. Capacidade Civil
Capacidade é a medida jurídica da personalidade, e se divide em: capacidade de direito, jurídica ou de gozo; e capacidade de fato, exercício ou atividade.
1.2.1. Capacidade de Direito ou de Gozo
É uma capacidade genérica, que se adquire em conjunto com a personalidade. Uma vez adquirida a personalidade jurídica, a pessoa passar a ser titular de direitos e deveres na ordem jurídica (art. 1° do CC).
1.2.2. Capacidade de Fato, Exercício, Atividade ou Ação
A capacidade de fato é aquela que possibilita a pessoa praticar e exercer todos os atos da vida civil. Diferente da capacidade de direito, a capacidade de fato não é inerente a toda pessoa, cita-se o exemplo dos recém nascidos.
Os desprovidos de capacidade de ação são conhecidos incapazes (absolutos ou relativos). É nítido, portanto, que no ordenamento jurídico inexiste mitigação quanto a capacidade de direito, havendo de correlacionar a teoria das incapacidades com o abrandamento da capacidade de fato ou exercício.
Capacidade de Fato + Capacidade de Direito = Capacidade Jurídica Geral ou Plena. 
Obs.: em alguns casos, mesmo possuindo a capacidade plena, a lei exigirá da pessoa física a legitimação. A legitimação é autorização, como a outorga ou vênia conjugal. 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta (neste a total liberdade):
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos (tem que formar o litisconsórcio);
III - prestar fiança ou aval (esse último é novidade do NCC);
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado.
OBS.: Sumula 332, STJ: A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia.
Em caso de casamento de participação final nos aquestos:
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares (dispensa da outorga uxória).
Há atos que podem ser praticados, no casamento, de forma independente.
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as limitações estabelecida no inciso I do art. 1.647;
II - administrar os bens próprios; III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial;
IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos;
VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente.
Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro:
I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica;
II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir.
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os cônjuges.
1.3. Teoria das Incapacidades
Considera-se uma pessoa incapaz quando inexiste a capacidade de fato, possuindo, portanto restrições à prática de determinados atos da vida civil. Por ser uma limitação, a incapacidade deve ser interpretada de maneira restrita. Capacidade, portanto, é a regra; enquanto que incapacidade é a exceção, nos casos discriminados pela lei.
1.3.1. Incapacidade Absoluta (Cuidado! Mudança: Lei 13.146/2015).
Absolutamente incapazes São REPRESENTADOS. Apenas o menor de idade será representado, uma vez que somente ele é considerado absolutamente incapaz.
Prevista no art. 3°.
Art. 166, I CC – se o menor de 16 anos praticar sozinho um ato da vida civil, esse ato será NULO. 
Arts. 198, I, 207 e 208, CC – contra absolutamente incapaz, não incorre nem prescrição nem decadência. 
1.3.2. Incapacidade Relativa (Cuidado! Mudança: Lei 13.146/2015).	
Art. 4 São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos. Restritos aos atos de fundo patrimonial (art. 1782).
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Lei 6001/73)
Obs.: o Inciso III vem sendo muito explorado pela prova da OAB, pois antes eram considerados absolutamente incapazes e agora são considerados relativamente. 
Os pródigos podem realizar ato de administração, mas financeiros não.
Os relativamente incapazes são assistidos para atos da vida civil. 
Obs.: os índios silvícolas (aqueles que não têm contato com a vida urbana) são absolutamente incapazes. Ao passo que aqueles que possuem contato estão protegidos pela FUNAI. 
1.4. Emancipação
De acordo com o artigo 5°, do Código Civil, a menoridade cessa aos dezoito anos completos. Ocorre que a capacidade plena poderá ser antecipada, seja em virtude da autorização dos representantes legais do menor ou do Juiz, ou pela superveniência de fato a que a lei atribui força para tanto.
Emancipação, portanto, é a antecipação da cessação da incapacidade. O ato de emancipação é irrevogável e irretratável. 
Art. 5, Parágrafo Único do CC:
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na faltado outro, mediante instrumento público, independentemente
de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
1.4.1. Voluntária (art. 5°, parágrafo único, I, primeira parte, NCC) - concedida por ambos os pais ou por um deles na falta do outro a menor com ao menos 16 anos completos através de escritura pública e independentemente de autorização judicial.
a) Se a mãe for separada do pai, e detém a guarda, ela poderá sozinha conceder a emancipação (em vice-versa)?
Ainda que o menor esteja sob a guarda unilateral de um dos genitores, para que haja a emancipação, o outro haverá de concordar, pois a guarda não extingue o poder familiar.
b) Se houver conflito na decisão dos pais? Hipótese padrão para divergência do exercício do poder familiar – art. 1631, CC, a decisão caberá o juiz, segundo o principio da proteção integral do menor. 
1.4.2. Judicial (art. 5°, parágrafo único, I, segunda parte, NCC) – concedido pelo tutor ao tutelado que tenha ao menos dezesseis anos completos e será necessário um processo judicial.
Obs.: a tutela é concedida quando há destituição ou suspensão do poder familiar. 
1.4.3. Legal (art. 5°, parágrafo único, II e ss. do NCC).
Decorre da prática de ato jurídico incompatível com a sua condição de incapaz. Tais atos estão previstos em lei. Hipóteses:
PELO CASAMENTO.
A separação e o divórcio posterior ao casamento levam à “queda” da emancipação?
EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO.
 COLAÇÃO DE GRAU DE ENSINO SUPERIOR.
O ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL, OU A EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO, DESDE QUE, EM FUNÇÃO DELES, O MENOR COM DEZESSEIS ANOS COMPLETOS TENHA ECONOMIA PRÓPRIA.
1.5. Extinção da Pessoa Física ou Natural
A existência da pessoa natural, bem como sua personalidade, é extinta com a morte. A morte, no direito nacional, se dá de duas formas:
Real 
Está prevista no artigo 6° do Código Civil. Cuida-se da morte atestada, em regra, por profissional da medicina, e, na ausência deste, por duas testemunhas, na forma do artigo 78 da LRP (6.015/73).
O conceito de morte passou por uma reforma, não sendo mais considerada como a parada cardíaca, mas sim a paralisação das ondas cerebrais, por conta da necessidade de preservação do funcionamento do corpo para eventuais transplantes.
De acordo com o artigo 9° do CC a morte é registrada no local do óbito (artigo 9°, do CC).
 Presumida ou Ficta 
Tal hipótese ocorre quando há impossibilidade de localização do cadáver. O Direito Brasileiro admite duas situações para a morte presumida:
Sem declaração de ausência.
Apenas é admitida no direito brasileiro em duas hipóteses, nas quais o legislador entende haver um motivo aparente para o desaparecimento e, em virtude da grande probabilidade da morte, autoriza sua declaração sem perpassar pelo procedimento de ausência.
Art. 7° - Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. 
Parágrafo único – A declaração de morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
O processo de justificação do óbito será feito através do poder judiciário. O juiz aguarda encerrarem as buscas e averiguações, após, através de sentença, fixará a provável data de falecimento. 
Com Procedimento de Ausência.
Considera-se Ausente aquele que desaparece de seu domicílio sem deixar notícias. Para que uma pessoa seja considerada ausente é necessária a verificação de um processo desdobrado em três fases.
1° FASE – CURADORIA DE BENS DO AUSENTE
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1° Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2° Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3° Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. (curador dativo) 
Demorará em regra 1 ano, mas este prazo vai ser dilatado para 3 anos se o ausente tiver deixado procurador que aceite o exercício do encargo. (art. 23, CC).
Vencido o prazo, solicita-se a curadoria de bens em sucessão provisória. 
2° FASE – SUCESSÃO PROVISÓRIA
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§ 1° Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2° Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1° Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2° Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Obs.: Ascendente, descendente e cônjuge estarão liberados de prestar a caução. 
3° FASE – SUCESSÃO DEFINITIVA
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
- Transmissão dos bens em caráter definitivo
E se o ausente retornar?
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posseprovisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
Como fica o casamento do ausente? – art. 1571 CC – findará com a declaração de ausência.
1.6. Comoriência
Prevista no artigo 8° do CC, traduz a declaração de morte simultânea de duas ou mais pessoas, quando não for possível precisar os instantes das mortes. Tal fato acarreta importantes consequências práticas, pois serão abertas cadeias sucessórias autônomas e distintas, de maneira que um comoriente não herda do outro.
Trata-se de uma presunção relativa. 
A comoriência pode ser afastada por prova definitiva em contrário (prova de pré-moriência).
Art. 8. – Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
Casal morre na mesma hora em acidentes diferentes.
2. Pessoa Jurídica
Conceito – soma de esforços humanos (corporação) ou a destinação de um patrimônio (fundação) constituída na forma da lei objetivando uma finalidade licita e respeitando a função social. 
Tem-se uma visão constitucional da pessoa jurídica, observando um viés de solidariedade social e igualdade, remetendo à função social da empresa. Tem como expressão mais adequada a Empresarialidade Responsável: a empresa deve pautar-se, no exercício de suas atividades, na boa-fé objetiva, de modo a não prejudicar terceiros (enunciado 53 do CJF).
Quando a pessoa jurídica adquire a sua personalidade jurídica? A partir do registro do ato constitutivo. (art. 45, CC). 
2.1. Princípio da Separação, Independência ou Autonomia
Ao realizar o registro do contrato social ou estatuto, a pessoa jurídica passa de fato a existir, tornando-se pessoa jurídica de direitos e deveres, a ter capacidade patrimonial, constituindo patrimônio próprio e independente do patrimônio pessoal daqueles que a compõem.
Tem-se, então, a formação de uma unidade orgânica autônoma, provida de personalidade própria, que contrai direitos e deveres independentes em relação àqueles que a compõem. Assim, pelas obrigações contraídas pela pessoa jurídica, em regra, reponde o patrimônio da mesma.
Desprovido de artigo específico versando sobre autonomia, o Código Civil trata implicitamente do tema nos artigos 46, V e 1052:
Art. 46. O registro declarará:
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
2.2. Desconsideração da Pessoa Jurídica: (“Disregard Doutrine”) 
Medida excepcional e episódica.
Requisitos: art. 50, CC. 
A desconsideração da Personalidade Jurídica ocorre diante da necessidade de satisfazer o direito de terceiros lesados, respondendo àqueles que compõem a pessoa jurídica, ou até mesmo seu administrador, através dos seus patrimônios pessoais, passando estes a terem responsabilidade pessoal pelo ilícito causado. Registra-se que este fenômeno consiste numa exceção.
Assim, a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica é episódica, ou seja: levanta -se o “véu protetivo” do princípio da separação apenas na situação concreta, mantendo-se o princípio da personalização para demais atos.
A desconsideração da personalidade jurídica não põe fim à pessoa jurídica. O princípio em comento protege, até mesmo, a função social da empresa, pois a eventual extinção da empresa prejudicaria os empregos por essa gerados, bem como a circulação de capital. Previsão legal no Código Civil:
Art. 50. Em caso de abuso de personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Paralelo com art. 28, § 5°, CDC (teoria menor) – exibe um único requisito para a desconsideração: que a pessoa jurídica de alguma forma seja obstáculo ao ressarcimento de valores. 
Já o Código Civil, adota uma teoria maior com mais requisitos para desconsiderar a personalidade jurídica.
O Novo Código de Processo Civil regula o incidente de desconsideração?
CAPÍTULO IV
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1° O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2° Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1° A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.
§ 2° Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3° A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2°
§ 4° O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
3. Corporações x Fundações.
Corporações (universitas personarum). Dividem-se em:
É a reunião de pessoas (universalidade de pessoas), que podem, ou não, ter finalidade econômica. Subdivide-se em sociedades e associações.
a) Sociedades
Trata-se de uma pessoa jurídica de direito privado, formada através da reunião de indivíduos (sócios), constituída através de um contrato social, visando a partilha de lucros.
Antes da vigência do atual código civil, dividia-se as sociedades em civis e comerciais. Atualmente tais expressões encontram-se extintas. São chamadas de sociedades simples as antigas sociedades civis e as empresariais as antigas comerciais.
> Simples – são as antigas civis.
> Empresárias – são as antigas comerciais.
Segundo o Código Civil, a sociedade empresária há de observar dois requisitos:
I) tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário (art. 966);
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elementode empresa.
II) Registro no Registro Público de Empresas (Junta Comercial).
b) Associações
Conforme o artigo 53 do CC são entidades de direito privado formadas pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos (finalidade ideal não lucrativa, social).
Art. 53 – Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não-econômicos.
Estatuto pode instituir categorias de associados com diferentes vantagens:
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.
Para exclusão do associado há de ter devido processo legal e justa causa (art. 57 do CC):
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
 3.1. Fundações (universitas bonorum) – (Cuidado: Mudanças! Lei 13.151/2015).
As fundações são o resultado da afetação de um patrimônio livre, desembaraçado e idôneo, por escritura pública (ato inter vivos), ou testamento (ato mortis causa). Resulta da personificação de um patrimônio, com o fito de realizar uma finalidade ideal.
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: (Redação dada pela Lei no 13.151, de 2015)
I – assistência social; (Incluído pela Lei no 13.151, de 2015)
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; (Incluído pela Lei no 13.151, de 2015)
III – educação; (Incluído pela Lei no 13.151, de 2015)
IV – saúde; (Incluído pela Lei no 13.151, de 2015)
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei no 13.151, de 2015)
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; (Incluído pela Lei no 13.151, de 2015)
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei no 13.151, de 2015)
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; (Incluído pela Lei no 13.151, de 2015)
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei no 13.151, de 2015)
A afetação dos Bens Livres por meio do Ato de Dotação Patrimonial, seja mediante Escritura Pública (para atos inter vivos) ou Testamento (para atos causa mortis – público, particular ou cerrado).
O ato de instituição, acaso realizado por mecanismo inter vivos, é irretratável. Art. 64, CC:
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
Caso o patrimônio afetado seja insuficiente. art. 63:
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
A Alteração do Estatuto - Art. 67:
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. (Redação dada pela Lei no 13.151, de 2015)
A minoria de gestores vencida (aqueles 1/3 que opinaram em desfavor da alteração), terão o prazo de 10 dias para impugnar a modificação estatutária. Art. 68:
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
A Fiscalização (§2°, art. 66) das fundações deve ser feita pelo MP Estadual:
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1° Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. (Redação dada pela Lei no 13.151, de 2015)
§ 2° Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
4. Direitos da Personalidade
Conceito: Consistem então uma categoria jurídica necessária e fundamental para o reconhecimento da personalidade jurídica, garantindo um exercício pleno da capacidade jurídica
Características
O artigo 11 do Código Civil elenca algumas das características do Direito da Personalidade. Entretanto, é a doutrina quem traz de maneira mais detalhada, pois o artigo posto é extremamente econômico.
O citado dispositivo legal afirma que, ressalvadas as exceções legais, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não admitindo seu exercício, limitação voluntária – leia-se: indisponíveis.
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Indisponíveis
O caráter intransmissível e irrenunciável (indisponibilidade) expressamente previsto no dispositivo equivale dizer que os direitos da personalidade não podem sofrer limitação temporária?
Enunciado 4 – Art.11: o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral.
Absolutos – oponibilidade erga omnes
Imprescritíveis – a ausência do exercício não gerará sua perda. 
Obs.: Na medida em que há a violação da personalidade, nascerá para o individuo uma pretensão a reparação civil, a qual prescreve em 3 anos. Art. 206, §3, V. 
Vitalícios
Lesados indiretos/ lesão ricochete ou reflexa – se configura quando na tentativa de lesionar a personalidade do morto, acaba-se por lesar a personalidade do vivo.
Art. 12, parágrafo único, do CC:
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
- São lesados indiretos na norma geral:
a) cônjuge sobrevivente
b) ascendente
c) descendente
d) colaterais até 4 grau
Parágrafo único do art. 20 do CC - lesados indiretos para pleitos relacionados a direito à imagem:
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
São lesados indiretos no direito à imagem:
a) cônjuge sobrevivente
b) ascendente
c) descendente
Classificação do Código Civil – caráter exemplificativo, uma vez que há no corpo civil outras tutelas, como a lei antibullying 
Pilar da Integridade Física
Trata-se da tutela do corpo humano, esteja ele vivo ou morto, além dos tecidos e órgãos, bem como as partes suscetíveis de separação e individualização. É o direito de proteção corporal. 
Artigo 13 – Tutela ao corpo vivo - 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
O parágrafo único trata da tutela do corpo vivo no que tange aos transplantes e remete a lei 9434/97. Ou seja, admite essa disposição do corpo para fins de transplante.
 Artigo 14 – Tutela ao corpo morto 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.Artigo 15 – Autonomia do paciente
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Paciente assina o termo de consentimento. 
Integridade Psíquica ou Moral
Sob o prisma psíquico, existem três direitos da personalidade: imagem, privacidade e nome. Estão relacionados à moral do indivíduo e visam preservar o conjunto psicológico da estrutura humana (aspecto interior da personalidade).
Verifica-se na integridade psíquica:
Art. 20 – Imagem
Art. 21 – Privacidade
Art. 16 a 19 – Nome
Imagem
Imagem Retrato – fotografia 
Imagem atributo – qualitativo social. Ex.: Fulano é um cara honesto.
Imagem voz – timbre sonoro identificador.
No CC, encontra-se no art. 20:
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
 Autorização expressa ou tácita
 Mitigações à necessidade de autorização:
a) Necessária à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública
b) Biografias não autorizadas (ADI 4815)
c) Direito à imagem x direito à informação
d) Direito a imagem em locais públicos
e) Direito à imagem de pessoas pública sou quem estão com elas.
Obs.: art. 20 CC + Sumula 403, STJ – entende-se que a veiculação da imagem para fins comerciais invariavelmente exigirá autorização, mesmo que seja a imagem de uma pessoa pública. Caso se veicule, o lesado poderá requisitar uma tutela especifica + danos morais (in re ipsa) – dano moral “puro”, decorrente da simples conduta. 
Cabe direito de resposta (Lei 13.188/15) de forma proporcional ao agravo. (Ex.: cinco minutos de agressão em um jornal em uma segunda, serão 5 minutos de resposta no mesmo lugar e dia). 
Vida Privada ou Privacidade
Há uma proteção constitucional – art. 5°, XII
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
No CC, está previsto no art. 21:
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
Nome – etiqueta social
O nome é, em regra, composto pelo prenome e sobrenome (patronímico) (art 16).
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
É vedada a utilização do nome em publicações ou representações que exponham ao desprezo público, ainda que inexista intenção difamatória. (art 17).
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
A utilização de nome em propaganda comercial necessita de autorização, sempre (art 18).
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
Ademais, confere o Código Civil proteção ao pseudônimo utilizado para atividades licitas idêntica àquela do nome (art 19).
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Seria possível a alteração do nome? Apesar de imutável é relativo.
4.1. Direitos da Personalidade da Pessoa Jurídica 
Como se sabe, os direitos da personalidade visam a proteção da personalidade da pessoa física. Ocorre que, como o ordenamento jurídico pátrio conferiu personalidade às pessoas jurídicas, as mesmas gozam da proteção acima destacada.
Nesta esteira, não se admite qualquer extensão sobre a tutela do corpo humano às pessoas jurídicas. Entretanto, é possível tutela ao nome, à honra objetiva, privacidade (segredo); à imagem atributo...
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Súmula 227, STJ - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
5. Negócio Jurídico
Conceito de Negócio Jurídico
Define-se negócio jurídico como o acordo de vontades, com o fito de criar, modificar, conservar ou extinguir relações jurídicas. A vontade humana, é considerada o fato gerador do negócio jurídico, sendo a mesma responsável pelas suas consequências, nos limites do ordenamento jurídico, da função social e boa -fé.
Ex.: testamentos e contratos
5.1. Validade do Negócio Jurídico
Validade é sinônimo de adequação ao sistema jurídico, verificando-se se o negócio existente pertence ao ordenamento jurídico.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz; (legitimado)
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
+ Consentimento válido
I – Capacidade do Agente: Já estudada na aula de Pessoa Física.
II – Objeto Lícito, Possível, Determinado ou Determinável
III – Forma Prescrita ou Não Defesa em Lei.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Hipótese em que a vontade é vinculada:
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
IV – Consentimento Válido
Pode ser pelo silêncio? Art. 111 do CC:
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Ex.: art. 539 CC, na doação pura se quem recebe o bem ficar silente, presume-se sua aceitação.
5.2. Teoria das Invalidades
A inobservância aos pressupostos de validade do negócio jurídico acarretará a sua nulidade ou a anulabilidade. A invalidade representa o descompasso entre o negócio jurídico realizado e o ordenamento jurídico posto, podendo ser absolutamente nulo (nulidade absoluta) ou relativamente nulo (nulidade relativa, também denominada de anulabilidade).
As invalidades deverão estar sempre disciplinadas expressamente no ordenamento jurídico pátrio, não sendo admitido o seu reconhecimento implícito na lei. Ademais, deverão tais nulidades gerar prejuízo, sob pena de não ocorrência.
Obs.: não há invalidade implícita, deverá estar expressa na norma. 
a) Nulidade Absoluta
Hipóteses:
Art.166. É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1° Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2° Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
5.2.1. Características:
1. O ato nulo atinge interesse público superior; (norma de ordem pública)
2. Pode ser arguida pelas partes, por terceiro interessado, pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir, ou, até mesmo, pronunciada de ofício pelo Juiz ex ofício;
3. Não admite confirmação (ratificação), mas pode ser convertido;
4. A ação declaratória de nulidadeé decidida por sentença de natureza declaratória de efeitos “ex tunc”;
5. A nulidade, segundo o novo Código Civil, pode ser reconhecida a qualquer tempo, não se sujeitando a prazo prescricional (imprescritível) ou decadencial.
# Atenção: apesar de o juiz poder reconhecer ex ofício a nulidade, ele não tem permissão para supri-la (consertá-la), ainda que a requerimento da parte (art. 168 p.u, CC/02).
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.
b) Nulidade Relativa (Anulabilidade)
Hipóteses:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
5.2.2. Características:
1. O ato anulável atinge interesses particulares, legalmente tutelados (por isso a gravidade não é tão relevante quanto na hipótese de nulidade);
2. Somente pode ser arguida pelos legítimos interessados;
3. Admite confirmação expressa ou tácita (ratificação, saneamento) art. 172, CC;
4. A anulabilidade somente pode ser arguida, pela via judicial, em prazos decadenciais de 4 (regra geral) ou 2 (regra supletiva) anos, salvo norma específica sem sentido contrário (art. 178 e 179).
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
# Observa-se que caducou a súmula 494 do STF caducou:
S. 494 - A ação para anular venda de ascendente a descendente, sem consentimento dos demais, “prescreve” em “vinte anos”, contados da data do ato, revogada a Súmula 152, pois o prazo seria de dois anos e decadente não de prescrição.
5.3. Eficácia
Tem como elementos acidentais ou acessórios, opostos pela vontade humana a negócios com fundo patrimonial:
a) Condição.
Conforme o artigo 121, do CC é evento futuro e incerto que condiciona o negócio jurídico e deriva da vontade humana.
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
A condição é admitida em algumas modalidades:
Lícitas x Ilícitas.
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias.
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível.
- Suspensiva x Resolutiva.
Suspensiva - Enquanto não implementada deixará suspenso o negócio. Impede tanto a aquisição quanto o exercício do direito. 
Resolutiva – o negócio já começa a produzir seus efeitos automaticamente, e uma vez implementada a condição o negocio se extingue, se resolve. Efeitos ex nunc – não retroativos. 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
b) Termo. – evento futuro e certo
Trata-se de um dos elementos acidentais do negócio jurídico, o qual é construído sob a égide da futuridade e da certeza (evento futuro e certo). Termo nada mais é senão o dia ou momento em que o negócio começa (termo inicial ou dies a quo) ou termina (termo final, ou dies ad quem). 
I) Inicial (dies a quo) x Final (Dies ad quem) 
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. 
O lapso de tempo entre o termo inicial e o termo final é chamado de prazo. 
Ex.: saiu edital da prova da OAB terá a data de inicio e final de inscrição, esse tempo é o prazo de inscrição. 
II) Forma de Contagem: 
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento. 
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil. 
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. 
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência. 
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. 
c) Modo ou Encargo. 
Trata-se de um ônus imposto para que a pessoa usufrua o bem ou benefício. O ônus não equivale o preço do benefício, podendo ocorrer nas mais diversas modalidades obrigacionais, como fazer, dar coisa certa ou incerta. Ex: a doação de um automóvel para alguém desde que essa pessoa leve o filho do doador ao colégio por dois anos consecutivos. 
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. 
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. 
5.4. Defeitos do Negócio Jurídico. 
Os defeitos do negócio jurídico decorrem de vícios que impõem a sua invalidade do ato. O termo defeitos do negócio jurídico, abarca tanto os vícios de consentimento quanto os vícios sociais. 
Tais defeitos apresentam-se da forma a seguir: 
Vícios de Consentimento (de vontade) – diz respeito a manifestação de vontade, trata-se de um aspecto interno do negócio jurídico, inerente à própria manifestação de vontade. 
Vícios Sociais –nestes a vontade do agente é exteriorizada corresponde a sua intenção. No entanto, há a intenção de prejudicar terceiro ou burlar a lei. Logo, trata-se de vício externo, de fundo e alcance social. São vícios sociais a fraude contra credores e a simulação.
Vícios de Consentimento (de vontade). 
a) Erro ou Ignorância. 
Trata-se de uma falsa percepção da realidade ou desconhecimento, que incide sobre a pessoa, o objeto ou o próprio negócio jurídico. Dessa forma, o agente age de maneira diversa a sua vontade. O agente comete sozinho.
Ex.: sujeito compra quadro achando que e Da Vinci mas na verdade é Michelangelo.
Erro principal ou essencial ou determinante: 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. 
Erro substancial: Apenas celebrou o negocio porque errou. É a causa determinante do negócio. 
Ex.: se você soubesse que o quadro era do Michelangelo não compraria, pois você queria de Da Vinci. 
É o erro principal que será hábil a gerar a anulação do negócio. 
O erro acidental ou acessório:
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, porseu contexto e pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada. 
O erro acidental não vai ser relevante pro direito. 
Ex.: sujeito qualifica errado o um individuo: marcos é casado, advogado..., mas na verdade ela não é casado e sim solteiro. Nesse caso o erro não tem relevância, pois já caracterizei ele. 
Hipóteses de erro 
a) Error in negotio (sobre o negócio) – sujeito equivoca-se sobre o tipo de negócio jurídico celebrado. Ex.: acredita estar celebrando contrato de empréstimo, mas na verdade é locação. Nesse caso há diferença, pois contrato de empréstimo se presume gratuito enquanto que de locação se presume oneroso. Gera anulação do ato. 
b) Error in corpore (sobre o objeto) – se relaciona a quantidade como a qualidade. Comprou quadro de Da Vinci achando que era Michelangelo. 
c) Error in Persona (sobre a pessoa) – erra sobre identidade da pessoa.
d) Error in iures (sobre o direito) – erro interpretativo. Ex.: compra lote de terreno achando que quer lotear e edificar e descobre que é área impassível de ser loteada ou edificada. Não sabia que aquela área estava dentro da proibição.
Art. 139. O erro é substancial quando: 
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; 
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; 
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. 
Falso motivo: 
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante. 
Erro de transmissão de vontade: 
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta. 
Erro de cálculo: 
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de vontade. 
b) Dolo. – induzimento malicioso para que alguém pratique um ato contra a sua própria vontade. Apenas será capaz e gerar anulação do ato se for o dolo principal, a causa determinante do negócio. 
O dolo ocorre quando a pessoa é induzida de maneira maliciosa a praticar um ato que lhe seja prejudicial, mas que traga benefícios ao autor do dolo ou terceiros. É comumente abordado nas provas como induzimento ardiloso. 
Dolo principal: 
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. 
Dolo acessório: 
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo. 
Diferente do erro acessório, o dolo acessório gera perdas e danos. 
Dolo negativo ou por omissão: é o silencio intencional para induzir a outra parte a praticar um ato contra a sua vontade.
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado. 
Ex.: sujeito faz seguro de vida e preenche questionário sabendo que tem problemas cardíacos e deixa de marcar a opção afirmando ou negando a sua condição.
Dolo de terceiro: dolo decorrente da conduta de um terceiro. 
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
Obs.: se a parte a quem aproveita do dolo soubesse ou devesse saber o ato é anulável. Caso o contrario, a parte prejudicada ainda que seja mantido o negocio terá direito de perdas e danos em face de terceiro. 
Dolo de Representante: 
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos. 
a) Se representação legal – o representado apenas responde até a importância que tiver proveito. O representante legal não é escolhido pela parte, é disposto por lei. No dolo praticado pelo representante legal, o representado apenas responderá na medida do seu proveito econômico. 
b) Se representação convencional ou voluntária – responsabilidade solidária. No dolo praticado no representante convencional, o representado responderá solidariamente. 
Dolo recíproco ou dolo bilateral – se configura quando ambas as partes agirem com dolo. 
Não há consequência jurídica, ninguém poderá arguir perdas e danos. 
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização. 
c) Coação Moral – terror psicológico para que se pratique um ato contra a sua vontade
Trata-se de coação psicológica. Na coação relativa o negócio pode ser anulável, desde que verificados os seguintes requisitos: 
A coação deve ser a causa do ato; (apenas foi praticado o ato porque o sujeito foi coagido)
Gravidade: A coação deve imputar ao coagido um verdadeiro temor de dano sério; (não é qualquer ameaça que lhe retirará das suas certezas)
Injusta (ilícita, contrária ao direito, abusiva); ameaça do exercício normal do direito não é coação, idem temor reverencial.
Iminência ou Atualidade: A coação deve ser atual ou iminente (é para afastar a coação impossível); 
A coação deve constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou bens da vítima, ou à pessoas da sua família. 
Na análise dos requisitos acima se leva em consideração as circunstâncias subjetivas da vítima. Art. 152 do CC: 
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. 
Se a coação for dirigida a pessoa que não é da família, caberá ao magistrado analisar. Art. 151 do CC: 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. 
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. 
Art. 153 do CC: 
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. 
Coação exercida por terceiros: 
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos. 
Art. 155, CC – Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto.
d) Lesão. Desproporção das parcelas pactuadas verificada no momento da celebração do negocio jurídico diante de preemente necessidade ou inexperiência de uma das partes. 
Está relacionada a uma concepção de justiça contratual e equidade nas relações negociais. Possui o fito de coibir o abuso de poder econômico ou uma posição privilegiada.
O CC da duas saídas, a revisão ou a anulação do ato. 
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. 
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. (revisão – para a doutrina é a saída preferencial) 
e) Estado de Perigo. 
Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, a pessoa de sua família, ou até mesmo terceiro, de grave dano, conhecidopela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Ex: uma embarcação está naufragando quando, então, outra embarcação se aproxima, oportunidade na qual se afirma que apenas será prestado socorro se houver pagamento de valores. O cheque caução (vedado pela ANS desde a resolução 44/2003) ou os honorários médicos excessivos para atendimento de emergência também configuram estado de perigo. 
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias. 
E. 148, CJF – Art. 156: Ao “estado de perigo” (art. 156) aplica-se, por analogia, o disposto no § 2º do art. 157. (Antes de anular deve tentar revisar)
A consequência é a anulação do ato. 
5.5. Vícios Sociais. 
a) Fraude Contra Credores. 
No Brasil a responsabilidade civil é patrimonial, isto é, se o devedor não honrar com suas obrigações responderá com seu patrimônio.
A Fraude contra Credores consiste num vício social decorrente da prática de atos de disposição patrimonial pelo devedor com o objetivo de esvaziar o seu patrimônio e gerar insolvência em face dos seus credores. Para configuração da mesma se faz necessária a presença de três requisitos: 
a) Anterioridade do Crédito - 
b) Eventus Damni (dano ao credor) – desfazimento patrimonial que gere a insolvência ou a grave insolvência. 
c) Consilium Fraudis 
Hipóteses nas quais o CC presume a má-fé:
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. 
§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. 
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. 
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu. 
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
Consequência: anulação do ato através de uma ação pauliana que se submete a um prazo decadencial de 4 anos.
obs.: o fruto da ação pauliana é a anulação do ato. Então se o devedor se desfez daquele bem indevidamente para evitar execução, aquele bem retornará ao patrimonio do devedor e será executado de acordo com a ordem de preferencias e privilegios. 
Hipóteses nas quais o CC presume a má-fé: 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente. § 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles. 
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. 
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu. 
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor. 
Presunção de boa-fé: 
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família. 
Simulação. 
Trata-se de uma declaração enganosa de vontade, visando a produzir efeito diverso do daquele indicado pelo negócio. Perceba-se que não há vício na declaração da vontade, assim como ocorre na fraude contra credores. O objetivo é prejudicar terceiros. 
Classificação: 
- Absoluta ou simulação - gera anulidade absoluta do ato
Declaração enganosa de vontade praticada com objetivo de burlar a lei ou lesar terceiros e que não terá nenhum efeito pratico. A consequência será a a anulação absoluta. 
Ex.: Caio e Fernanda estão se separando e Caio começa a se desfazer dos bens fazendo doação a terceiros porem é o próprio agente quem continua usufruindo.
- Relativa (ou dissimulação) - depende de análise
Prática primeiro de um ato simulado que é nulo de pleno direito com o objetivo de acobertar um ato dissimulado que está acobertado e cujas consequências demandarão análise. 
Ex.: Caio é casado com Joana que tem um amante Ricardo. Imagine que Joana quer doar bens a Ricardo, porem o art. 550 diz que é anulável a doação de bens a amante é anulável. Então João faz uma compra e venda simulada para Ricardo, mas na verdade é uma doação é o que ta acobertado. 
Nesse caso a compra e venda é nula e a doação deverá ser analisada mas é anulável. 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
# Reserva Mental - configura-se quando uma das partes deixa escondida a sua intenção de não cumprir com o pactuado.
Não terá consequência jurídica, uma vez que se tivesse ninguém cumpriria contrato. 
Art. 110, CC – A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. 
Ex.: sujeito perde o cachorro e oferece recompensa pelas ruas, porem afirma para o vizinho que não tem interesse em pagar a recompensa. Nesse caso, então, se alguem aparecer com o cachorro com a exceção do vizinho poderá reivindicar a recompensa pois não tem conhecimento da reserva mental. Mas o vizinho que tem conhecimento da reserva não poderá exigir. 
6. Prescrição e Decadência 
O tempo, como fato jurídico natural. Análise do tema em correlação com as modalidades de direitos e ações. 
Prescrição 
Perda de uma pretensão em virtude do passar do tempo relativo a um direito subjetivo patrimonial e disponível que é manejado através de uma ação condenatória. 
Pretensão é a possibilidade de coercitivamente exigir de outrem o cumprimento de um determinado dever jurídico. Nascerá no momento em que for violado o direito subjetivo do sujeito patrimonial e disponível. 
Atualmente, a prescrição consiste na perda da pretensão, relativa a um direito subjetivo patrimonial e disponível, no prazo previsto em lei, em virtude da inércia do seu titular e manejada por uma ação condenatória. 
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. 
Obs.: a prescrição não retira o direito de ação, mas sim a pretensão.
Ex.: se passado 7 anos eu for requerer meu direito no judiciário não perderei o direito de ajuizar a ação, mas será julgado improcedente pois não terei a pretensão mais. 
Obs.: Pretensão Imprescritível - relativa a direitos subjetivos extrapatrimoniais e indisponíveis e que são manejados através de uma ação declaratória.
Ex.: pretensão de reconhecimento de paternidade
Prazos 
Os prazos prescricionaisestão elencados nos artigos 205 e 206 do CC/02 e não podem ser estipulados livremente entre as partes. 
Assim, os demais prazos contidos neste diploma legal serão prazos decadenciais. 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. (PRESCRIÇÃO ORDINÁRIA - se aplica sempre que não tiver um prazor menor, especial)
Art. 206. Prescreve: 
§ 1º Em um ano: 
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; 
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: 
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador; 
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários; 
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo; 
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade. 
§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem. 
§ 3º Em três anos: 
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; 
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; 
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela; 
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; 
V - a pretensão de reparação civil; 
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição; 
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima; 
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento; 
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação; 
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; 
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório. 
§ 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas. 
§ 5º Em cinco anos: 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular; 
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato; 
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo. 
Obs.:via de regra o prazo prescricional começa correr e não volta mais, porém existem exceções. 
Causas impeditivas, suspensivas e interruptivas da Prescrição 
a) Causas Impeditivas e Suspensivas (art. 197 a 201 do CC) 
Consistem em causas que impedem o início da contagem do prazo prescricional, ou então vem a suspender a fluência desses esses prazos. 
A suspensão pode acontecer em diversas oportunidades e, em todas elas, o prazo reinicia de onde parou. 
Art. 197. Não corre a prescrição: 
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3º; 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
I - pendendo condição suspensiva; 
II - não estando vencido o prazo; 
III - pendendo ação de evicção. 
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva. 
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível. 
A causa impeditiva é preexistente ao nascimento da pretensão e impede o inicio da fluência do prazo. Uma vez cessada a causa começará a contar o prazo prescricional. 
Ex.: esposa bate no carro do marido dentro da garagem. O direito de reparação ficará impedido pois à época do fato os dois eram casados. Começará a contar o prazo a partir da separação. 
A causa suspensiva é quando atinge o prazo em curso. E o prazo retomará a sua contagem de onde parou após cessada a causa suspensiva. 
Ex.: mulher colide em carro de sujeito. Nesse momento nasce uma pretensão de reparação civil, porém os dois se apaixonam e casam um ano depois e ficam quinze anos casados. Após esse tempo os dois se separam e o prazo prescricional volta a contar.
Obs.: não existe limite de causas suspensivas.
b) Causas Interruptivas (art. 202 a 204 do CC): 
Atinge o prazo em curso e zera a contagem e o prazo haverá de ser recontado na sua integralidade. 
Essas zeram o prazo, o interrompendo e fazendo necessidade de nova contagem do início. A interrupção só poderá ocorrer uma única vez, como determina o caput do art. 202. 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: 
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; 
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
III - por protesto cambial; 
 IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores; 
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. 
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. 
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado. 
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. 
§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros. 
§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis. 
§ 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. 
Observações Finais sobre Prescrição 
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita. 
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor. 
Decadência (ou caducidade)
Perda de um direito potestativo em virtude do passar do tempo que é manejado em função de uma ação constitutiva seja ela positiva ou negativa
Nem todo direito potestativo tem prazo para exercício. Ex.: direito de pedir o divórcio.
A decadencial pode ser legal ou convencional. A convencional é novidadedo Código, decorrente da vontade das partes. Ex: direito de arrependimento em um contrato preliminar; prazo de garantia contratual.
Obs.: a prescrição admite renúncia, por ser matéria de defesa, já a decadência depende.
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição. 
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei. 
III. A decadência legal pode ser reconhecida de ofício pelo juiz (a convencional não). O mesmo não acontece com a convencional – Inteligência dos arts. 210 e 211 do CC: 
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei. 
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; 
III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. 
IV. A decadência não se impede, suspende ou interrompe, salvo em relação à absolutamente incapazes. 
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. 
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I
A prescrição pode ser conhecida de oficio, já a decadência se for legal deve um juiz conhecê-la de oficio, se for convencional a parte a que aproveita poderá alegá-la a qualquer tempo e qualquer grau, mas o juiz não pode conhecer de ofício. 
FAMÍLIA
Conceito: Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
Capacidade Núbil. Com quantos anos posso me casar? 
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil. 
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631. 
Se houver divergência entre os pais, o magistrado é instado a solucionar a questão, aplicando o art. 1631 do CC, como faz remissão o parágrafo único do art. 1517 do CC. 
E se um dos responsáveis houver falecido? 
Art. 1631. Durante o casamento e a União Estável, compete o Poder Familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro exercerá com exclusividade. 
Parágrafo Único: Divergindo os pais quanto ao exercício do Poder Familiar, e assegurado a qualquer deles recorrer ao Juiz para solução do desacordo. 
E o padastro ou madrasta, terá que autorizar? 
Art 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde, quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro. 
Parágrafo único. Igual preceito ao estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe solteiros que casarem ou estabelecerem união estável.
E se forem divorciados? 
Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos. 
Demais disto, a denegação injusta da autorização pode ser suprimida pelo magistrado (Art. 1519): 
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz. 
A autorização dos responsáveis pode ser revogada até o momento da celebração do matrimônio (Art. 1518) – Cuidado! Nova redação: Lei 13.146/2015
Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
Outrossim, antes dos 16 anos é possível, excepcionalmente, hipóteses de casamento, desde que seja: 
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
Impedimentos matrimoniais 
Será que para se casar basta verificarmos a capacidade núbil? 
Art. 1.521. Não podem casar: 
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; 
II - os afins em linha reta; 
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; 
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; 
V - o adotado com o filho do adotante; 
VI - as pessoas casadas; 
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. 
É possível o casamento entre parentes de 3° grau? 
Se for pelo Código Civil, não. Se for pelo ordenamento jurídico como um todo, segue o enunciado 98 CJF.
E. 98, CJF –Art. 1.521, IV, do novo Código Civil: o inc. IV do art. 1.521 do novo Código Civil deve ser interpretado à luz do Decreto-Lei n. 3.200/41 no que se refere à possibilidade de casamento entre colaterais de 3º grau. É possível se houver laudo de dois médicos informando que não há defeito para a prole. 
Causas Suspensivas
Enquanto nos impedimentos é proibido se casar, nas causas suspensivas é um aconselhamento de evitar se casar, para evitar uma confusão patrimonial. 
Art. 1.523. Não devem casar: 
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; 
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; 
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. 
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Legitimidade (art. 1524 do CC): 
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins. 
A ocorrência de causa suspensiva leva como consequência a observância, obrigatória, do regime de separação legal de bens (art. 1641): 
Art. 1.641. É obrigatório o regime de separação de bens no casamento: 
I – das pessoas que contraírem com inobservância das causas suspensivas de celebração do casamento 
II – da pessoa maior de setenta anos 
III – de todos que dependerem, para casar, di o suprimento judicial
Anulabilidade do Casamento
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I – de quem não completou a idade mínima para casar; 
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; 
III – por vício da vontade (coação e erro essencial quanto a pessoa), nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; 
Erro essencial quanto a pessoa - Invariavelmente se dará por um fato anterior ao casamento cuja descoberta se dará depois do casamento e tornará insuportável a vida conjugal. (art. 1557)
Obs.: cirurgia

Outros materiais