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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEE-BA 
Professor Biologia 
 
 
Origem e evolução da vida: hipóteses sobre a origem da vida; teoria de Lamarck e teoria de Darwin. 1 
A organização celular: seres procariontes, eucariontes e sem organização celular. A química dos 
organismos vivos: a principal característica da biomolécula. Funções celulares: as organelas, síntese, 
transporte, eliminação de substâncias e processos de obtenção de energia; ......................................... 29 
Biodiversidade no planeta, no Brasil e na Bahia; espécies ameaçadas. .......................................... 160 
Características anatômicas e fisiológicas do corpo humano: sistemas digestório, respiratório, 
cardiovascular, urinário, nervoso, endócrino, imunológico, reprodutor e locomotor. ............................. 174 
Genética: gene e código genético; fundamentos da hereditariedade, cálculos com probabilidade; bases 
mendelianas; aplicações da engenharia genética: clonagem, transgênicos. ........................................ 210 
Interação entre os seres vivos: conceitos básicos em ecologia; cadeias e teias alimentares; 
bioacumulação; relações ecológicas limitadoras do crescimento populacional. Ecossistemas do Brasil; 
biomas regionais e práticas sustentáveis de convivência com os mesmos. ......................................... 254 
Ensino de Biologia: construção do conhecimento no ensino da Biologia e relações com ciência, 
tecnologia e sociedade; a convivência com o semiárido e relações de transversalidade no ensino 
da Biologia. .............................................................................................................................. 311 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br 
 
Evolução 
 
1Uma ideia bastante antiga, do tempo de Aristóteles, é a de que os seres vivos podem surgir por 
geração espontânea (abiogênese). Apesar de conhecer a importância da reprodução, admitia-se que 
certos organismos vivos pudesse surgir espontaneamente da matéria bruta. Observações do cotidiano 
mostravam, por exemplo, que larvas de moscas apareciam no meio do lixo e poças de lama podiam exibir 
pequenos animais. A conclusão a que se chegava era a de que o lixo e a lama haviam gerado diretamente 
os organismos. 
Entretanto, reconhecia-se que nem toda matéria bruta podia gerar vida. Assim, de um pedaço de ferro 
ou pedra não surgia vida; mais de um pedaço de carne, uma porção de lama ou uma poça d´agua eram 
capazes de gerar vida. Explicava-se esta capacidade de gerar ou não vida entre os distintos materiais 
brutos alegando-se a necessidade de um “princípio ativo” que não esteja presente em qualquer matéria 
bruta. O princípio ativo não era considerado algo concreto, mas uma capacidade ou potencialidade de 
gerar vida. 
Aos ideias a respeito da geração espontânea perduraram por muito tempo, apesar da sua forma 
original ter evoluído aos poucos; ainda nos meados do século passado, havia numerosos partidários 
dessa teoria, definitivamente destruída pelos trabalhos de Pasteur. 
Vamos descrever a partir de agora, alguns marcos na evolução das ideias sobre geração espontânea. 
 
Redi, Needhan e Spallanzani 
 
Em meados do século XVII, Francesco Redi realizou uma experiência que representou a primeira 
tentativa experimental com finalidade de derrubar geração espontânea. Redi coloca pedaços de carne 
em dois grupos de frascos; um dos grupos permanece aberto, enquanto o outro é recoberto por um 
pedaço de gaze. Sobre a carne dos frascos abertos, após alguns dias, surgem larvas de moscas; nos 
frascos cobertos não aparecem larvas. Redi concluiu que a carne não gera as larvas; moscas adultas 
devem ter sido atraídas pelo cheiro de material em decomposição e desovaram sobre a carne. As larvas 
nasceram, portanto, dos ovos postos pelas moscas. Essa ideia é ainda reforçada pela observação dos 
frascos cobertos: sobre a gaze, do lado externo do frasco, algumas larvas apareceram. À ideia de que os 
seres vivos se originam sempre de seres vivos chamamos biogênese. 
 
 
 
1 1 Uzunian, A.; Pinseta, D.; Sasson, S. 1991. Biologia p.118 
Origem e evolução da vida: hipóteses sobre a origem da vida; teoria de Lamarck 
e teoria de Darwin. 
 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
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Apesar da repercussão das experiências de Redi, a ideia de geração espontânea ainda não havia sido 
derrubada. Ironicamente, foram o uso crescente do microscópio e a descoberta dos micro-organismos os 
fatores que reforçaram a teoria da abiogênese: tais seres pequeninos, argumentava-se, eram tão simples, 
que não era concebível terem a capacidade de reprodução; como conclusão óbvia, só podiam ser 
formados por geração espontânea. 
Em 1745, um estudioso chamado John Needham realizou experimento cujos resultados pareciam 
comprovar as ideias da abiogênese. Nestes, vários caldos nutritivos, como sucos de frutas e extrato de 
galinha, foram colocados em tubos de ensaio, aquecidos durante um certo tempo e em seguida lacrados. 
A intenção de Needham, ao aquecer o caldo foi a de provocar a morte de organismos possivelmente 
existentes nestes; o fechamento dos frascos destinava-se a impedir a contaminação por micróbios 
externos. Apesar disso, os tubos de ensaio, passados alguns dias, estavam turvos e cheios de micro-
organismos, o que parecia demonstrar a verdade da geração espontânea. 
 
 
 
Cerca de 25 anos depois, o italiano Lazaro Spallanzani repetiu as experiências de Needham. A 
diferença no seu procedimento foi a de ferver os líquidos durante uma hora, não se limitando a aquecê-
los; em seguida os tubos foram fechados hermeticamente. Líquidos assim tratados mantiveram-se 
estéreis, isto é, sem vida, indefinidamente. Desta forma, Spallanzani demonstrava que os resultados de 
Needham não comprovavam a geração espontânea: pelo fato de aquecer por pouco tempo, Needham 
não havia destruído todos os micróbios existentes, dando-lhes a oportunidade de proliferar novamente. 
 
 
 
Needham, porém, responde às críticas de Spallanzani com argumentos aparentemente muito fortes: 
“…Spallanzani… selou hermeticamente dezenove frascos que continham diversas substâncias 
vegetais e ferveu-os, fechados, por uma hora. Mas, pelo método de tratamento pelo qual ele torturou suas 
dezenove infusões vegetais, fica claro que enfraqueceu muito ou até destruiu a força vegetativa das 
substâncias em infusão…” 
 O aquecimento excessivo, segundo Needham, havia destruído o princípio ativo; sem princípio ativo, 
nada de geração espontânea! É interessantenotar que o próprio Spallanzani não soube refutar esses 
argumentos, ficando as ideias da abiogênese consolidadas. 
 
As experiências de Pasteur 
 
 Por volta de 1860, O cientista francês Louis Pasteur conseguiu derrubar definitivamente as ideias 
sobre geração espontânea da vida. Seus experimentos foram bem semelhantes aos de Spallanzani, 
porém com alguns aperfeiçoamentos. Vejamos como Pasteur descreve suas experiências. 
 
“Coloquei em frascos de vidro os seguintes líquidos, todos facilmente alteráveis, em contato com o ar 
comum: suspensão de lêvedo de cerveja em água, suspensão de lêvedo de cerveja em água e açúcar, 
urina, suco de beterraba, água de pimenta. Aqueci e puxei o gargalo do frasco de maneira a dar-lhe 
curvatura; deixei o líquido ferver durante vários minutos até que os vapores saíssem livremente pela 
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estreita abertura superior do gargalo, sem tomar nenhuma outra precaução. Em seguida, deixei o frasco 
esfriar. É uma coisa notável, capaz de assombrar qualquer pessoa acostumada com a delicadeza das 
experiências relacionadas à assim chamada geração espontânea, o fato de o líquido em tal frasco 
permanecer imutável indefinidamente… Parecia que o ar comum, entrando com força durante os 
primeiros momentos (do resfriamento), deveria penetrar no frasco num estado de completa impureza. Isto 
é verdade, mas ele encontra um líquido numa temperatura ainda próxima do ponto de ebulição. 
A entrada do ar ocorre, então, mais vagarosamente e, quando o líquido se resfriou suficientemente, a 
ponto de não mais ser capaz de tirar a vitalidade dos germes, a entrada do ar será suficientemente lenta, 
de maneira a deixar nas curvas úmidas do pescoço toda a poeira (e germes) capaz de agir nas infusões… 
Depois de um ou vários meses no incubador, o pescoço do frasco foi removido por golpe dado de tal 
modo que nada, a não ser as ferramentas, o tocasse, e depois de 24, 36 ou 48 horas, bolores se tornavam 
visíveis, exatamente como no frasco aberto ou como se o frasco tivesse sido inoculado com poeira do 
ar.” 
Com esta experiência engenhosa, Pasteur também demonstrava que o líquido não havia perdido pela 
fervura suas propriedades de abrigar vida, como argumentaram alguns de seus opositores. Além disso, 
não se podia alegar a ausência do ar, uma vez que este entrava e saía livremente (apenas estava sendo 
filtrado). 
 
 
 
 
A Evolução das Substâncias Químicas 
 
Três teorias sobre a origem da vida 
 
Há três posições “filosóficas” em relação à origem da vida. A primeira relaciona-se aos mitos da 
“criação”, ideia criacionista, que afirmam que a vida foi criada por uma força suprema ou ser superior; 
essa hipótese, evidentemente, foge ao campo de ação do raciocínio científico, não podendo ser testada 
e nem refutada pelos métodos usados pela ciência. 
 
 
A criação de Adão. Cena representa episódio do Livro do Gênesis, onde Deus origina o homem. 
(Foto: Michelangelo/Reprodução) 
 
Uma segunda posição, a panspermia, se refere à possibilidade de a vida ter se originado fora do 
planeta Terra e ter sido “semeada” por pedaços de rochas, como meteoritos, que teriam trazido “esporos” 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
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ou outras formas de vida alienígena. Esses teriam evoluído nas condições favoráveis da Terra, até originar 
a diversidade de seres vivos que conhecemos. 
 
 
Representação da teoria da panspermia 
 
Um dado interessante: chegam todos os anos, à superfície da Terra, ao redor de mil toneladas de 
meteoritos. Em algumas dessas rochas, foram encontradas substâncias orgânicas, como aminoácidos e 
bases nitrogenadas. Ficou bastante claro, a partir da década de 70, que a matéria orgânica é muito mais 
frequente no universo do que se acreditava antigamente. Um eminente astrônomo inglês, sir Fred Hoyle, 
defende a ideia de que material biológico, como vírus, poderia ter chegado do espaço; Hoyle chega a 
aceitar que isso aconteceria ainda hoje e que de alguma forma esse material “genético” novo poderia ser 
incorporado aos organismos existentes, modificando assim sua evolução! 
De qualquer forma, essas ideias não são seriamente consideradas pela maioria dos cientistas; para 
começo de conversa, o aquecimento de qualquer corpo que entrasse na atmosfera terrestre seria de tal 
ordem, que destruiria qualquer forma de vida semelhante às que conhecemos hoje. Por outro lado, aceitar 
que a vida apareceu “fora” da Terra somente “empurraria” o problema para diante, já que não esclareceria 
como a vida teria surgido fora daqui. 
A terceira posição, a mais em voga hoje, aceita que a vida pode ter surgido espontaneamente sobre o 
planeta Terra, através da evolução química de substâncias não vivas. Não é fácil ou seguro verificar 
eventos que ocorreram há bilhões de anos, quando nosso planeta era muito diferente do que é hoje; no 
entanto, os cientistas conseguiram reproduzir algumas das condições originais em laboratório e 
descobriram muitas evidências geológicas, químicas e biológicas que reforçam essa hipótese. Essa 
terceira posição foi defendida pela primeira vez pelo cientista russo Oparin, em 1936, como veremos nos 
itens a seguir. 
 
Algumas pistas sobre o problema 
 
Nos últimos 120 anos, várias ideias sobre a origem da Terra, sua idade, as condições primitivas da 
atmosfera foram surgindo. Em particular, verificou-se que os mesmos elementos que predominam nos 
organismos vivos (carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio) também existem fora deles; nos organismos 
vivos estes elementos estão combinados de maneira a formar moléculas complexas, como proteínas, 
polissacarídeos, lipídios e ácidos nucleicos. A diferença básica, então, entre matéria viva e matéria bruta 
estaria sobretudo ao nível da organização desses elementos. O químico Wöhler, em 1828, já havia 
fornecido a seguinte pista: substâncias “orgânicas” ou complexas, como a ureia, podem ser formadas em 
condições de laboratório a partir de substâncias simples, “inorgânicas”. Se as condições adequadas 
surgiram da Terra, no passado, então a vida poderia ter aparecido do inorgânico. 
Uma simples análise das características que os seres vivos exibem hoje mostra, independentemente 
de sua forma ou tamanho, a presença dos mesmos “tijolos” básicos em todos eles: açúcares simples, os 
20 tipos de aminoácidos, os 4 nucleotídeos de DNA e os 4 de RNA, e os lipídios. Ora, depois da pista 
dada por Wöhler, a que nos referimos, os químicos descobriram que esses compostos podem ser feitos 
em laboratório, se houver uma fonte de carbono, de nitrogênio, e uma certa quantidade de energia 
disponível. Assim sendo, se as condições adequadas tivessem estado presentes, no passado da Terra, 
essas substâncias poderiam ter se formado sem grandes dificuldades. 
Várias dessas ideias foram organizadas e apresentadas de forma clara e coerente pelo bioquímico 
russo Aleksandr I. Oparin, em 1936, no seu livro “A origem da vida. 
 
 
 
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As ideias de Oparin 
 
2Aleksandr Oparin (1894-1980) foi um bioquímico russo que retomou e aprofundou os estudos sobre 
a origem da vida, por volta de 1920, segundo a Teoria da evolução química, juntamente com o biólogo 
inglês John Burdon S. Haldane (1892-1964). Essa teoria foi proposta inicialmente por Thomas Huxley 
(1825-1895). 
Nessa teoria, a vida teve origem a partir da evolução de compostos químicos inorgânicos, que se 
combinaram formando diversos tipos de moléculas orgânicas simples, como aminoácidos, carboidratos, 
bases nitrogenadas, etc., que por sua vez se combinaram formando moléculas mais complexas como 
lipídios, ácidos nucléicos, proteínas, que se agruparam formando estruturas complexas, dando origem 
aos seres vivos. 
SegundoOparin, a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos e no início sua temperatura era muito 
elevada. O resfriamento e a solidificação da crosta ocorreram mais tarde, por volta de 2,5 bilhões de anos. 
As temperaturas do planeta iam diminuindo gradativamente, e com isso, a água que evaporava se 
condensava na atmosfera e caía novamente, sob a forma de chuva, que evaporavam novamente, pois 
as temperaturas ainda eram muito elevadas. Nessa época aconteceram tempestades torrenciais todos 
os dias, durante milhões de anos. 
Alguns cientistas acreditam que cerca de 1018 toneladas de matéria foram agregadas ao planeta Terra 
através de colisões com asteróides. Essas colisões provocavam um aumento na temperatura. 
A atmosfera primitiva era composta por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, que se 
ligaram formando os compostos amônia (NH3), metano (CH4), hidrogênio (H2) e vapor de água (H2O). 
Nessa época ainda não havia gás oxigênio (O2), nem nitrogênio (N2). 
Com o ciclo de chuvas e tempestades havia muitas descargas elétricas. Essas descargas atuavam 
sobre as moléculas, promovendo ligações químicas e formando moléculas mais complexas, como os 
aminoácidos. 
Com o resfriamento da Terra, começou a formação de áreas alagadas e exposição das rochas. Essas 
imensas áreas alagadas deram origem aos oceanos. A água da chuva arrastava os compostos para as 
rochas. O calor das rochas promoveu ligações químicas entre as moléculas presentes, originando 
proteinóides, cadeias de aminoácidos, etc. 
Essa moléculas, conforme a temperatura da terra ia diminuindo, iam se tornando mais complexas e 
fazendo cada vez mais ligações, transformando a água dos oceanos em grandes sopas orgânicas. As 
proteínas formadas foram se aglomerando, até formar os coacervados. 
Em algum momento dessa evolução, os coacervados evoluíram e adquiriram a capacidade de se 
alimentar e reproduzir, dando origem a um ser vivo primitivo muito simples. 
 
A comprovação experimental 
 
O bioquímico Miller tentou reproduzir em laboratório algumas das condições previstas por Oparin. 
Construiu um aparelho, que era um sistema fechado, no qual fez circular durante 7 dias uma mistura de 
gases: metano, hidrogênio, amônia e vapor de água estavam presentes. Um reservatório de água 
aquecido à temperatura de ebulição permitia a formação de mais vapor de água, que circulava arrastando 
os outros gases. 
 
 
 
2 Amabis, José Mariano. Biologia. Volume 1. Editora Moderna 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 6 
 
Num certo lugar do aparelho, a mistura era submetida a descargas elétricas constantes, simulando os 
“raios” das tempestades que se acredita terem existido na época. Um pouco adiante, a mistura era 
esfriada e, ocorrendo condensação, tornava-se novamente líquida. Ao fim da semana, a água do 
reservatório, analisada pelo método da cromatografia, mostrou a presença de muitas moléculas 
orgânicas, entre as quais alguns aminoácidos. 
Miller, com esta experiência, não provava que aminoácidos realmente se formaram na atmosfera 
primitiva; apenas demonstrava que, caso as condições de Oparin tivessem se verificado, a síntese de 
aminoácidos teria sido perfeitamente possível. 
Fox, em 1957, realiza a seguinte experiência: aquece uma mistura seca de aminoácidos e verifica que 
entre muitos deles acontecem ligações peptídicas, formando-se moléculas semelhantes a proteínas 
(lembre-se de que na ligação peptídica ocorre perda de água ou desidratação). Os resultados de Fox 
reforçam a seguinte ideia: se, de fato, aminoácidos caíram sobre as rochas quentes, trazidos pela água 
da chuva, eles poderiam ter sofrido combinações formando moléculas maiores, os proteinoides, que 
acabariam sendo carregadas aos mares em formação. Percebe-se que Fox tenta testar parte das ideias 
de Oparin, e seu ponto de partida foi, sem dúvida, a experiência de Miller. 
A química dos coloides explica e prevê a reunião de grandes moléculas em certas condições, formando 
os agregados que chamamos coacervados. 
É evidente, porém, que a última etapa da hipótese de Oparin nunca poderá ser testada em laboratório; 
em outros termos, para conseguirmos que um entre trilhões de coacervados se transformasse, por acaso, 
em um ser vivo muito simples, teríamos de dispor de um laboratório tão grande quanto os mares 
primitivos, que contivesse, portanto, um número infinitamente grande de coacervados; além disso, 
teríamos de dispor de um tempo infinitamente grande, que possibilitasse inúmeras colisões e reações 
químicas que foram necessárias para se obter pelo menos um sucesso. 
Será que, devido à impossibilidade de teste experimental, devemos repelir “a priori” esta fase? 
Podemos pelo menos pensar nela em termos estatísticos. Vamos dar a palavra a um célebre biólogo, 
George Wald, que examinou minuciosamente o assunto. 
 
3Ideias recentes sobre a origem da vida 
 
Acredita-se hoje que, provavelmente, a composição da atmosfera primitiva foi diferente do que 
acreditava Oparin; ela teria contido CO, CO2, H2, N2 e vapor de água (não haveria, portanto, metano nem 
amônia; as fontes de carbono seriam o CO e o CO2, enquanto a de nitrogênio seria o N2). Vapor de água 
e de gás carbônico teriam sido produzidos pela intensa atividade vulcânica. Mesmo assim, isso não 
invalida experimentos do tipo “Miller”. Na realidade, foram feitas desde então muitas variantes dessa 
experiência, modificando-se os gases utilizados e colocando-se algumas substâncias minerais; os 
cientistas chegaram a obter mais de 100 tipos de “tijolos” orgânicos simples, incluindo nucleotídeos e 
ATP. 
 
O poder da argila 
 
Algumas teorias recentes dão conta de que os longos polímeros, como proteinoides e fitas de ácidos 
nucleicos, podem ter se formado, como alternativa às rochas quentes da crosta, em “moldes” de argila. 
De fato, para ocorrer polimerização, deve haver uma alta concentração das unidades constituintes; na 
argila, essa concentração pode ter sido alta. Além disso, a argila pode ter agido como “catalisadora” e 
promovido o aparecimento de ligações simples, como as peptídicas, com perda de água. Alguns biólogos 
acreditam ainda que a argila foi o meio em que se formaram moléculas RNA, a partir de nucleotídeos 
simples. A energia para essa polimerização poderia ter sido proveniente do calor da crosta; ou do calor 
do sol, ou ainda da radiação ultravioleta. 
 
Coacervados ou microesferas? 
 
Há mais de um modelo, além da ideia de coacervados, para explicar como moléculas grandes, tipo 
proteinoides, teriam se agregado na água, formando estruturas maiores. O pesquisador Fox, colocando 
proteinoides em água, obteve a formação de pequeninas esferas. 
Bilhões de microesferas podem ser obtidas a partir da mistura de um grama de aminoácidos aquecidos, 
algumas delas formando cadeias, de forma muito semelhante a algumas bactérias atuais. Cada 
 
3 Armênio Uzunian, Dan Edésio Pinseta, Sezar Sasson 
fonte: Biologia; introdução à Biologia pp. 97-105. (Livro 1). São Paulo: Gráfica e 1991. 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 7 
microesfera tem uma camada externa de moléculas de água e proteínas e um meio interno aquoso, que 
mostra algum movimento, semelhante à ciclose. Essas microesferas podem absorver e concentrar outras 
moléculas existentes na solução ao seu redor. Podem também se fundir entre si, formando estruturas 
maiores; em algumas condições, aparecem na superfície “brotos” minúsculos que podem se destacar e 
crescer. 
Como apareceu o gene? 
 
Uma coisa que é importante entender: na hipótese original de Oparin, não há referência aos ácidos 
nucleicos; não se sabia na época que eles constituem os genes. Muita gente então acreditava que os 
genes fossem de naturezaproteica; afinal, havia sido demonstrada a enorme importância das proteínas 
como enzimas, material construtor e anticorpos. Dá para entender, por isso, a ênfase que Oparin dá ao 
aparecimento da proteína. No entanto a hipótese original foi readaptada quando ficou patente a identidade 
entre genes e ácidos nucleicos. 
Acredita-se hoje que a primeira molécula informacional tenha sido o RNA, e não o DNA. Foi feita a 
interessantíssima descoberta de que certos “pedaços” de RNA têm uma atividade catalítica: eles 
permitem a produção, a partir de um molde de RNA e de nucleotídeos, de outras fitas de RNA idênticas 
ao molde! A esses pedaços de RNA com atividade “enzimática”, os biólogos chamam de ribozimas. Isso 
permite explicar o eventual surgimento e duplicação dos ácidos nucleicos, mesmo na ausência das 
sofisticadas polimerases que atuam hoje. 
O DNA deve ter sido um estágio mais avançado na confecção de um material genético estável; 
evidentemente, os primeiros DNA teriam sido feitos a partir de um molde de RNA original. Isso lembra 
bastante, você vai concordar, o modo de atuação do retrovírus, como o da AIDS! 
De qualquer forma, esses “genes nus”, isto é, envolvidos por nada, mas livres na argila ou na água, 
podem ter num período posterior “fixado residência” numa estrutura maior, como um coacervado ou uma 
microesfera… 
Um dos problemas ainda mais perturbadores nessa história toda, relaciona-se ao surgimento do 
CÓDIGO GENÉTICO. Em outras palavras, o aparecimento de proteínas ou de moléculas de ácidos 
nucleicos com a capacidade de duplicação, nas condições postuladas, pode ser imaginado sem muita 
dificuldade, mas permanece extremamente misterioso o método pelo qual as moléculas de ácidos 
nucleicos teriam tomado conta do controle da produção de proteínas específicas, que tivessem um valor 
biológico e de sobrevivência. Quem sabe o tempo se encarregará de nos fornece novas evidências… 
 
Os primeiros organismos: autótrofos ou heterótrofos? 
 
Para entender claramente esta discussão, é útil recordar as equações de três processos biológicos 
básicos, fermentação, respiração e fotossíntese, que reproduzimos a seguir. 
Existem duas hipóteses sobre a origem da vida: a hipótese autotrófica, que propõe que o primeiro 
ser vivo foi capaz de sintetizar seu próprio alimento orgânico, possivelmente por fotossíntese, e a 
hipótese heterotrófica, que prevê que os primeiros organismos se nutriam de material orgânico já pronto, 
que retiravam de seu meio. A maioria dos biólogos atuais acha a hipótese autotrófica pouco aceitável 
devido a um fato simples: para a realização da fotossíntese, uma célula deve dispor de um equipamento 
bioquímico mais sofisticado do que o equipamento de um heterótrofo. Como admitir que o primeiro ser 
vivo, produzido através de reações químicas casuais, já possuísse esse grau de sofisticação? É claro que 
o primeiro ser vivo poderia ter surgido complexo; porém é muito menos provável que isso tenha 
acontecido. 
Por outro lado, se o primeiro organismo era heterótrofo, o que ele comeria? Hoje os heterótrofos 
dependem, para sua nutrição, direta ou indiretamente, dos autótrofos autossintetizantes. No entanto não 
se esqueça de que, de acordo com a hipótese de Oparin, o primeiro organismo surgiu num mar repleto 
de coacervados orgânicos, que não haviam chegado ao nível de complexidade adequada. Esses 
coacervados representam então uma fonte abundante de alimento para nosso primeiro organismo, que 
passaria a comer seus “irmãos” menos bem sucedidos. 
Admitamos um primeiro organismo heterótrofo, para o qual alimento não era problema. Pode-se obter 
energia do alimento através de dois processos: a respiração que depende de O2 molecular, inexistente 
na época, e a fermentação, processo mais simples, cuja realização dispensa a presença de oxigênio. 
Estabeleçamos, a título de hipótese mais provável, que o primeiro organismo deva ter sido um 
heterótrofo fermentador. A abundância inicial de alimento permite que os primeiros organismos se 
reproduzam com rapidez; não se esqueça também de que todos os mecanismos da evolução biológica, 
como a mutação e seleção natural, estão atuando, adaptando os organismos e permitindo o aparecimento 
de características divergentes. 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 8 
Surge a fotossíntese 
 
A velocidade de consumo do alimento, no entanto, cresce continuamente, já que o número de 
organismos aumenta; a reposição desse alimento orgânico através das reações químicas que 
descrevemos é obviamente muito mais lenta que o seu consumo. Perceba que, se não surgissem por 
evolução os autótrofos, a vida poderia ter chegado num beco sem saída por falta de alimento. 
Em algum momento anterior ao esgotamento total do alimento nos mares, devem ter aparecido os 
primeiros organismos capazes de realizar fotossíntese; possivelmente usaram como matéria prima o CO2 
residual dos processos de fermentação. Sua capacidade de produzir alimento fechava o ciclo 
produtor/consumidor e permitia o prosseguimento da vida. 
 
Surge a respiração 
 
Um resíduo do processo fotossintético é o oxigênio molecular; por evolução devem ter surgido mais 
tarde os organismos capazes de respirar aerobicamente, que utilizaram o O2 acumulado durante milhões 
de anos pelos primeiros autótrofos. 
 
 
 
A respiração, não se esqueça, permite extrair do alimento maior quantidade de energia do que a 
fermentação. Seguramente o modo de vida “respirador” representa, na maioria dos casos, uma grande 
vantagem sobre o método “fermentador”; não devemos estranhar que a maioria dos organismos atuais 
respire, apesar de ter conservado a capacidade de fermentar. 
Lembre-se, ainda, de que a presença de oxigênio molecular na atmosfera acaba permitindo o 
aparecimento na atmosfera da camada de ozônio, que permite a filtração de grande parte da radiação 
ultravioleta emitida pelo sol. Essa radiação é fortemente mutagênica; porém os organismos aquáticos 
estariam parcialmente protegidos, já que a água funciona como um filtro para ela. De qualquer maneira, 
o aparecimento do ozônio prepara o terreno para uma futura conquista do ambiente seco, caso alguns 
organismo um dia se aventurem a fazer experiência. 
 
Aparece a membrana celular 
 
É muito provável que os primeiros organismos tenham sido mais complexos do que os vírus atuais, 
porém mais simples do que as células mais simples que se conhecem. 
Um citologista chamado Robertson acredita que, por evolução, os organismos iniciais devam ter 
“experimentado” vários tipos de membranas. A vantagem de uma membrana envolvente é clara: ela 
fornece proteção contra choques mecânicos e, portanto, maior estabilidade à estrutura; porém ela 
representa uma barreira entre o organismo e o alimento a seu redor, o que é uma desvantagem. 
Assim, a membrana ideal deveria ser resistente, com um certo grau de elasticidade, sem deixar de ser 
suficientemente permeável. Num certo estágio da evolução dos seres vivos, apareceu a membrana 
lipoproteica, que reúne todos esses atributos e certamente foi um sucesso total, já que todos os seres 
vivos atuais de estrutura celular a possuem. 
Nesse estágio, pode-se falar em organismos procariontes, muito semelhantes às mais simples 
bactérias atuais. 
 
Procariontes originam eucariontes 
 
Uma membrana traz, entretanto, alguns problemas adicionais: ela se constitui, de certa forma, num 
obstáculo para o crescimento da estrutura viva. Vamos explicar: à medida que a célula cresce, seu volume 
aumenta, assim como a superfície de sua membrana; porém a superfície cresce MENOS 
proporcionalmente, do que o volume. Desse modo, a célula MAIOR se alimenta PIOR. A única forma de 
restabelecer a relação favorável entre superfície e volume é a divisão da célula, que, assim, nunca pode 
passar de um certo tamanho. 
Apostila gerada especialmente para: RafaelaCruz Marques 027.711.435-77
 
. 9 
Portanto o volume dos primeiros organismos é limitado, já que a partir de um certo tamanho tem de 
acontecer divisão celular. Robertson propõe que, por evolução biológica, alguns organismos devem ter 
adquirido a capacidade genética de dobrar sua membrana para fora (evaginação). Dessa forma, sem 
mudanças apreciáveis de volume, aumentaria a superfície em contado como meio. Perceba que na 
proposta de Robertson fica implícita a ideia de que todos os orgânulos celulares membranosos tiveram a 
mesma origem; membranas nucleares, do retículo, do Golgi e plasmática nada mais seriam do que 
dobramentos de uma primitiva membrana. 
Na célula atual, de fato, verificam-se dois fatos que apoiam fortemente as ideias de Robertson: 
Há comunicação entre todas as membranas celulares, que se apresentam formando um sistema 
membranoso único. 
Todas as membranas celulares têm a mesma composição e são lipoproteicas. 
Assim teriam aparecido, muito provavelmente, as primeiras células eucarióticas, que, em alguns casos, 
levaram vantagem quando competiam com os procariontes. Apesar disso, os procariontes continuaram 
existindo: são, como sabemos, as inúmeras espécies de bactérias e as cianofíceas atuais. 
 
 
 
A origem de algumas organelas celulares 
 
Uma teoria muito em voga atualmente a respeito da origem das organelas celulares é a endossimbiose. 
Trata-se da seguinte ideia: alguns organismos procariontes teriam sido “engolidos” por células maiores 
de eucariontes, ficando no interior da célula, mas com capacidade de reprodução independente e 
realizando determinadas funções. Acredita-se que mitocôndrias e cloroplastos possam ter se originado 
dessa forma. As mitocôndrias podem ter sido um dia bactérias independentes; os cloroplastos, talvez 
cianofíceas ou baterias fotossintetizantes. 
 
 
 
Os argumentos a favor dessa ideia são muito fortes: cloroplastos e mitocôndrias possuem material 
genético próprio, semelhante ao DNA de bactéria. Esse DNA tem capacidade de duplicação, de 
transcrição; ribossomos existentes no interior desses orgânulos produzem também proteínas próprias. 
Por fim, ambos os orgânulos têm a capacidade de se reproduzir no interior da célula “hospedeira”. 
Uma “troca de favores” poderia ter se estabelecido entre a célula maior e a menor. No caso da 
mitocôndria, que teria obtido proteção e alimento, sua presença teria permitido que a célula maior 
aprendesse a RESPIRAR oxigênio, com todas as vantagens inerentes. A simbiose com um procarionte 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 10 
fotossintetizante faria que os eucariontes hospedeiros tivessem síntese de alimento “em domicílio”, 
obviamente um processo muito vantajoso. 
 
 
A evolução biológica 
 
Atualmente os seres vivos estão adaptados ao meio em que vivem, isto é, entre os seres vivos e o 
ambiente há um ajuste com papel fundamental para a sua sobrevivência. O flamingo rosa se alimenta de 
cabeça para baixo, adaptando-se à procura de alimento no lodo em que vive; os cactos suportam o meio 
desértico seco graças às adaptações nele existentes; os beija-flores, com seus longos bicos, estão 
adaptados à coleta do néctar contido nas flores tubulosas que visitam. Esses e numerosos outros 
exemplos são reveladores da perfeita sintonia que existe entre os seres e os seus ambientes de vida. 
 
 
 
Antigamente, a ideia de que as espécies seriam fixas e imutáveis foi defendida pelos filósofos gregos 
chamados de fixistas. Estes propunham que as espécies vivas já existiam desde a origem do planeta e 
a extinção de muitas delas deveu-se a eventos especiais como, por exemplo, catástrofes, que teriam 
exterminado grupos inteiros de seres vivos. O filósofo grego Aristóteles, grande estudioso da natureza, 
não admitia a ocorrência de transformação das espécies, pois acreditava que os organismos eram 
distribuídos segundo uma escala de complexidade, em que cada ser vivo tinha seu lugar definido. 
 
 
Visão aristotélica de que as espécies eram fixas e imutáveis 
 
Entretanto, partir do século XIX, uma série de pensadores passou a admitir a ideia da substituição 
gradual de espécies por outras através de adaptações a ambientes em contínuo processo de mudança. 
Essa corrente de pensamento, transformista, explicava a adaptação como um processo dinâmico, ao 
contrário do que propunham os fixistas. Para o transformismo, a adaptação das espécies é alcançada a 
medida que muda o meio. Nessa concepção, os serres mais adaptados ao ambiente em mudança 
sobrevivem, já os menos adaptados são eliminados. Essa ideia deu origem ao evolucionismo. 
 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 11 
 
 
Evolução biológica é a adaptação das espécies a meios continuamente em mudança. Entretanto, 
essa mudança das espécies nem sempre implica aperfeiçoamento ou melhora, podendo acarretar, em 
alguns casos a uma simplificação. É o caso das tênias, vermes achatados parasitas: embora nelas não 
exista tubo digestivo, estão perfeitamente adaptadas ao parasitismo no tubo digestivo do homem e de 
muitos outros vertebrados. 
 
Adaptação: a espécie em mudança 
 
Dentre os exemplos que ilustram a adaptação das espécies às mudanças do meio, três se destacam 
por seu caráter clássico: 
a) a resistência de bactérias aos antibióticos; 
b) a coloração protetora das mariposas da espécie Biston betularia. 
 
a) A resistência de bactérias aos antibióticos 
 
O problema da resistência bacteriana a antibióticos caracteriza um caso de adaptação de um grupo 
de organismos frente a mudanças ambientais. À medida que antibióticos são inadequadamente utilizados 
no combate a infecções causadas por bactérias, o que na realidade se está fazendo é uma seleção de 
indivíduos resistentes a determinado antibiótico. Sendo favorecidos, os indivíduos resistentes, pouco 
abundantes de início, proliferam, aumentando novamente a população de micro-organismos. 
 
 
 
b) A coloração protetora das mariposas 
 
Em meados do século passado, a população de certo tipo de mariposa nos arredores de Londres era 
constituída predominantemente por indivíduos de asas claras, embora entre elas se encontrassem 
algumas de asas escuras. A explicação para esse fato fica lógica se lembrarmos que nessa época os 
troncos das árvores eram recobertos por certo tipo de vegetais, os líquenes, que conferiam-lhes uma cor 
acinzentada. Na medida em que a industrialização provocou aumento de resíduos poluentes gasosos, os 
troncos das árvores passaram a ficar escurecidos, como consequência da morte dos líquenes e do 
excesso de fuligem. Nessa região, passou a haver predominância de mariposas de asas escuras, o que 
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. 12 
denota outro caso de adaptação de um grupo de indivíduos frente a uma mudança ambiental. Procure 
entender a semelhança existente entre esses dois exemplos de adaptação e o exemplo da resistência de 
insetos a inseticidas. 
 
 
As evidências da evolução 
 
Durante a fase polêmica da discussão evolucionista, muitos argumentos foram utilizados. Uma das 
evidências mais importantes da ocorrência de Evolução biológica é dada pelos fósseis, que podem ser 
conceituados como “restos ou vestígios de seres vivos de épocas remotas”. Por meio deles, verifica-se 
que havia organismos completamente diferentes dos atuais, argumento poderoso para os defensores do 
transformismo. Outras evidências evolutivas podem ser citadas: a semelhança embriológica e anatômica 
existente entre os componentes de alguns grupos animais, notadamente os vertebrados; a existência de 
estruturas vestigiais, como, por exemplo, o apêndice vermiforme humano, desprovido de função quando 
comparado aos apêndices funcionais de outros vertebrados. Modernamente, dá-semuito valor à 
semelhança bioquímica existente entre diferentes animais. É o caso de certas proteínas componentes do 
sangue do homem e dos macacos. 
 
Lamarck x Darwin 
 
A partir do século XIX, surgiram algumas tentativas de explicação para a Evolução biológica. Jean 
Baptiste Lamarck, francês, e Charles Darwin, inglês, foram os que mais coerentemente elaboraram 
teorias sobre o mecanismo evolutivo. Foi Darwin, no entanto, o autor do monumental trabalho científico 
que revolucionou a Biologia e que até hoje persiste como a Teoria da Seleção Natural das espécies. 
 
 
 
 
A teoria de Darwin 
 
A partir da ideia de adaptação de populações a seus ambientes, fica fácil entender as propostas de 
Charles Darwin (1809-1882), inglês, autor da teoria da Seleção Natural. Imaginando-se dois ratos, um 
cinzento e outro albino, é provável que em muitos tipos de ambientes o cinzento leve vantagem sobre o 
albino. Se isto realmente acontecer, é sinal de que o ambiente em questão favorece a sobrevivência de 
indivíduos cinzentos ao permitir que, por exemplo, eles fiquem camuflados entre as folhagens de uma 
mata. Os albinos, sendo mais visíveis, são mais atacados por predadores. Com o tempo, a população de 
ratos cinzentos, menos visada pelos atacantes, começa a aumentar, o que denota seu sucesso. É como 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 13 
se o ambiente tivesse escolhido, dentre os ratos, aqueles que dispunham de mais recursos para enfrentar 
os problemas oferecidos pelo meio. A esse processo de escolha, Darwin chamou Seleção Natural. Note 
que a escolha pressupõe a existência de uma variabilidade entre organismos da mesma espécie. Darwin 
reconhecia a existência dessa variabilidade. Sabia também que na natureza, a quantidade de indivíduos 
de certa espécie que nascem é maior que aquela que o ambiente pode suportar. Além disso, era 
conhecido o fato de que o número de indivíduos da população fica sempre em torno de uma certa 
quantidade ótima, estável, devido, principalmente, a altas taxas de mortalidade. 
É óbvio que a mortalidade seria maior entre indivíduos menos adaptados a seu meio, pelo processo 
de escolha ou “seleção natural”. Perceba, então, que a ideia de Darwin parte do princípio importante de 
que existe variabilidade entre os indivíduos de uma mesma espécie e que essa variabilidade pode permitir 
que indivíduos se adaptem ao ambiente. 
Assim, para Darwin, a adaptação é resultado de um processo de escolha dos que já possuem a 
adaptação. Essa escolha, efetuada pelo meio, é a Seleção Natural e pressupõe a existência prévia de 
uma diversidade específica. Então, muda o meio. Havendo o que escolher (variabilidade), a seleção 
natural entra em ação e promove a adaptação da espécie ao meio. Quem não se adapta, desaparece. 
O Darwinismo, a conhecida teoria da “Evolução Biológica por adaptação das espécies aos meios em 
mudança através da Seleção Natural”, pode ser assim esquematizado: 
 
 
 
É claro que, em ambientes diferentes, variações distintas serão valorizadas. Isso explica por que duas 
populações da mesma espécie podem se adaptar de maneiras bastante diversificadas em ambientes 
diferentes. 
 
 
 
Neodarwinismo 
 
O trabalho de Darwin despertou muita atenção mas também suscitou críticas. A principal era relativa 
à origem da variabilidade existente entre os organismos de uma espécie. Darwin não teve recursos para 
entender por que os seres vivos apresentam diferenças individuais. Não chegou sequer a ter 
conhecimento dos trabalhos que um monge chamado Mendel realizava, cruzando plantas de ervilha. O 
problema só foi resolvido a partir do início do século XX, com o advento da ideia de gene. E só então ficou 
fácil entender que mutações e recombinação gênica são as duas importantes fontes de variabilidade entre 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 14 
as espécies. Assim, o darwinismo foi complementado, surgindo o que os evolucionistas modernos 
conhecem como Neodarwinismo ou Teoria Sintética da Evolução e que se apoia nas ideias básicas de 
Darwin. 
Fica fácil entender, agora, o mecanismo da resistência bacteriana aos antibióticos usados para o seu 
combate. Partindo do princípio da existência prévia de variabilidade, uma população bacteriana deve ser 
formada por dois tipos de indivíduos: os sensíveis e os resistentes. O uso inadequado de um antibiótico 
deve eliminar as bactérias sensíveis, favorecendo as resistentes, que são selecionadas. As bactérias 
resistentes proliferam e promovem a adaptação da espécie ao ambiente modificado. Qualquer outro 
problema de adaptação das espécies a ambientes em modificação pode ser explicado utilizando-se o 
raciocínio neodarwinista. 
 
A ideia de Lamarck 
 
Um dos primeiros adeptos do transformismo foi o biólogo francês Lamarck, que, como você verá, 
elaborou uma teoria da Evolução, embora totalmente desprovida de fundamento científico. 
No mesmo ano em que nascia Darwin, Jean Baptiste Lamarck (1744-1829) propunha uma ideia 
elaborada e lógica. Segundo ele, uma grande mudança no ambiente provocaria numa espécie a 
necessidade de se modificar, o que a levaria a mudanças de hábitos. 
Se o vento e as águas podem esculpir uma rocha, modificando consideravelmente sua forma, será 
que os seres vivos não poderiam ser também moldados pelo ambiente? Teria o ambiente o poder de 
provocar modificações adaptativas nos seres vivos? 
Lamarck acreditava que sim. Considerava, por exemplo, que mudanças das circunstâncias do 
ambiente de um animal provocariam modificações suas necessidades, fazendo que ele passasse a adotar 
novos hábitos de vida para satisfazê-las. Com isso o animal passaria a utilizar mais frequentemente certas 
partes do corpo, que cresceriam e se desenvolveriam, enquanto outras partes não seriam solicitadas, 
ficando mais reduzidas, até se atrofiarem. Assim, o ambiente seria o responsável direto pelas 
modificações nos seres vivos, que transmitiriam essas mudanças aos seus descendentes, produzindo um 
aperfeiçoamento da espécie ao longo das gerações. 
Com base nessa premissa, postulou duas leis. A primeira, chamada Lei do Uso e Desuso, afirmava 
que, se para viver em determinado ambiente fosse necessário certo órgão, os seres vivos dessa espécie 
tenderiam a valorizá-lo cada vez mais, utilizando-o com maior frequência, o que o levaria a hipertrofiar. 
Ao contrário, o não uso de determinado órgão levaria à sua atrofia e desaparecimento completo ao longo 
de algum tempo. 
A segunda lei, Lamarck chamou de Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos. Através dela postulou 
que qualquer aquisição benéfica durante a vida dos seres vivos seria transmitida aos descendentes, que 
passariam a tê-la, transmitindo-a, por sua vez, às gerações seguintes, até que ocorresse sua 
estabilização. 
A partir dessas suas leis, Lamarck formulou sua teoria da evolução, apoiado apenas em alguns 
exemplos que observara na natureza. Por exemplo, as membranas existentes entre os dedos dos pés 
das aves nadadoras, ele as explicava como decorrentes da necessidade que elas tinham de nadar. 
Cornos e chifres teriam surgindo como consequência das cabeçadas que os animais davam em suas 
brigas. A forma do corpo de uma planta de deserto seria explicada pela necessidade de economizar água. 
 
Por que não podemos aceitar as teses de Lamarck? 
 
Na verdade não podemos simplesmente achar erradas as ideias de Lamarck sem dizer exatamente o 
porquê do erro. É preciso saber criticá-las com argumentos que evidenciam o erro nelas contido. Assim, 
pode-se dizer que a lei do uso e desuso só será válida se a alteração que ela propõe estiver relacionada 
a alterações em órgãos de natureza muscular e, ainda, alterações que não envolvam mudanças no 
material genético do indivíduo. A cauda de um macaco sul-americano não cresceu porque o animalmanifestou o desejo de se prender aos galhos de uma árvore. Tal mudança deveria envolver antes uma 
alteração nos genes encarregados da confecção da cauda. 
Com relação à lei da transmissão das características adquiridas, é preciso deixar bem claro que 
eventos que ocorrem durante a vida de um organismo, alterando alguma sua característica, não podem 
ser transmissíveis à geração seguinte. O que uma geração transmite à outra são genes. E os genes 
transmissíveis já existem em um indivíduo desde o momento em que ele foi um zigoto. E, fatos que 
ocorram durante sua vida não influenciarão exatamente aqueles genes que ele deseja que sejam 
alterados. 
 
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Lamarck e Darwin frente a frente: o tamanho do pescoço das girafas: 
 
 
 
A Especiação 
 
Especiação é o nome dado ao processo de surgimento de novas espécies a partir de uma espécie 
ancestral. De modo geral, para que isso ocorra é imprescindível que grupos da espécie original se 
separem e deixem de se cruzar. Essa separação constitui o isolamento geográfico e pode ocorrer por 
migração de grupos de organismos para locais diferentes e distantes, ou pelo surgimento súbito de 
barreiras naturais intransponíveis, como rios, vales, montanhas, etc., que impeçam o encontro dos 
componentes da espécie original. O isolamento geográfico, então, é a separação física de organismos da 
mesma espécie por barreiras geográficas intransponíveis e que impedem o seu encontro e cruzamento. 
A mudança de ambiente favorece a ação da seleção natural, o que pode levar a uma mudança inicial 
de composição dos grupos. A ocorrência de mutações casuais do material genético ao longo do tempo 
leva a um aumento da variabilidade e permite a continuidade da atuação da seleção natural. Se após 
certo tempo de isolamento geográfico os descendentes dos grupos originais voltarem a se encontrar, 
pode não haver mais a possibilidade de reprodução entre eles. Nesse caso, eles constituem novas 
espécies. Isso pode ser evidenciado através da observação de diferenças no comportamento reprodutor, 
da incompatibilidade na estrutura e tamanho dos órgãos reprodutores, da inexistência de descendentes 
ou, ainda, da esterilidade dos descendentes, no caso de eles existirem. Acontecendo alguma dessas 
possibilidades, as novas espécies assim formadas estarão em isolamento reprodutivo, confirmando, 
desse modo, o sucesso do processo de especiação. 
Podemos dividir a especiação em três tipos, que serão explicados a seguir: 
1. Especiação alopátrica; 
2. Especiação simpátrica; 
3. Especiação parapátrica. 
 
1. Especiação alopátrica 
A especiação alopátrica ocorre quando duas espécies são separadas por um isolamento geográfico. 
O isolamento pode ocorrer devido à grande distância ou uma barreira física, como um deserto, rio ou 
montanha. A especiação bem-sucedida é vista na figura abaixo. Os tentilhões observados por Darwin é 
um exemplo dessa especiação na qual ele observou que, nas ilhas Galápagos, eles se diferenciavam 
pelo tipo de bico. Além disso, seria uma forma de adaptação à dieta alimentar de cada uma das 14 
espécies. 
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. 16 
 
Exemplo de especiação alopátrica (Foto: USP) 
 
2. Especiação simpátrica 
A especiação simpátrica diferencia-se da alopátrica pela ausência da separação geográfica. Nessa 
especiação, duas populações de uma mesma espécie vivem na mesma área, mas não há cruzamento 
entre as mesmas, resultando em diferenças que levarão à especiação, ou seja, a uma nova espécie. Isso 
pode ocorrer pelo fato dos indivíduos explorarem outros nichos, como insetos herbívoros que 
experimentam uma nova planta hospedeira. 
 
 
Moscas que vivem no mesmo local, mas se alimentam de frutos diferentes. (Foto: USP) 
 
3. Especiação parapátrica 
A especiação parapátrica ocorre em duas populações da mesma espécie que também não possuem 
nenhuma barreira física, mas sim uma barreira ao fluxo gênico (migração de genes) entre as espécies. É 
uma população contínua, mas que não se cruza aleatoriamente, caso tenha o intercruzamento, o 
resultado são descendentes híbridos. Um exemplo dessa especiação é o caso das gramíneas 
Anthoxanthum, que se diferenciou por certas espécies estarem fixadas em um substrato contaminado 
com metais pesados. 
Dessa forma, houve a seleção natural para esses indivíduos, que foram se adaptando para genótipos 
tolerantes a esses metais pesados. Ao longo prazo, essas espécies foram adquirindo características 
diferentes, como a mudança de floração impossibilitando o cruzamento, acabando com o fluxo gênico 
entre esses grupos. 
 
 
Espécie de gramínea à esquerda em um solo não contaminado e à direita, contaminada por metais 
pesados (Foto: USP) 
 
Irradiação adaptativa 
Há muitos indícios de que a evolução dos grandes grupos de seres vivos foi possível a partir de um 
grupo ancestral cujos componentes, através do processo de especiação, possibilitaram o surgimento de 
espécies relacionadas. Assim, a partir de uma espécie inicial, pequenos grupos iniciaram a conquista de 
novos ambientes, sofrendo uma adaptação que lhes possibilitou a sobrevivência nesses meios. Desse 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 17 
modo teriam surgido novas espécies que em muitas características apresentavam semelhanças com 
espécies relacionadas e com a ancestral. Esse fenômeno evolutivo é conhecido como Irradiação 
Adaptativa, e um dos melhores exemplos corresponde aos pássaros fringilídeos de Galápagos estudados 
por Darwin. Originários do continente sul-americano, irradiaram-se para diversas ilhas do arquipélago, 
cada grupo adaptando-se às condições peculiares de cada ilha e, consequentemente, originando as 
diferentes espécies hoje lá existentes. 
Para que a irradiação possa ocorrer, é necessário em primeiro lugar que os organismos já possuam 
em seu equipamento genético as condições necessárias para a ocupação do novo meio. Este, por sua 
vez, constitui-se num segundo fator importante, já que a seleção natural adaptará a composição do grupo 
ao meio de vida. 
 
 
Convergência adaptativa 
Processo que é resultante da adaptação de grupos de organismos de espécies diferentes a um mesmo 
hábitat. Por estarem adaptados ao mesmo hábitat, possuem semelhanças em relação à organização de 
corpo sem necessariamente possuírem grau de parentesco. 
Estes organismos, por viverem num mesmo tipo de ambiente e estarem adaptados ao mesmo, 
possuem estruturas que apresentam a mesma função que são chamadas órgãos análogos, como, por 
exemplo as asas de um morcego e as patas de um leão. 
 
 
 
São semelhantes pela função e não por terem uma mesma origem embrionária ou pelos organismos 
possuírem ancestral comum. 
 
Homologia e analogia 
Agora que sabemos o que é irradiação adaptativa e convergência adaptativa, fica fácil entender o 
significado dos termos homologia e analogia. Ambos utilizados para comparar órgãos ou estruturas 
existentes nos seres vivos. Por homologia entende-se semelhança entre estruturas de diferentes 
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organismos, unicamente a uma mesma origem embriológica. As estruturas homológicas podem exercer 
ou não a mesma função. 
O braço do homem, a pata do cavalo, a asa do morcego e a nadadeira da baleia são estruturas 
homológicas entre si, pois todas têm a mesma origem embriológica. Nesses casos, não há similaridade 
funcional. 
Ao analisar, entretanto, a asa do morcego e a asa da ave, verifica-se que ambas têm a mesma origem 
embriológica e estão ainda associadas a mesma função. 
A analogia refere-se à semelhança morfológica entre estruturas, em função de adaptação à execução 
da mesma função. 
As asas dosinsetos e das aves são estruturas diferentes quanto à origem embriológica, mas ambas 
estão adaptadas à execução de uma mesma função: o voo. São estruturas análoga 
 
 
 
4EVOLUÇÃO HUMANA 
 
A Evolução Humana é o processo de mudança e desenvolvimento, ou evolução, pelo qual os seres 
humanos emergiram como uma espécie distinta. É tema de um amplo questionamento científico que 
busca entender e descrever como a mudança e o desenvolvimento acontecem. O estudo da evolução 
humana engloba muitas áreas da ciência, como a Psicologia Evolucionista, a Biologia Evolutiva, a 
Genética e a Antropologia Física. O termo “humano”, no contexto da evolução humana, refere-se ao 
gênero Homo. Mas, os estudos da evolução humana usualmente incluem outros hominídeos, como os 
Australopithecus. 
 
Histórico da paleoantropologia 
A moderna área da paleoantropologia começou com o descobrimento do Neandertal e evidências de 
outros “homens das cavernas” no século 19. A ideia de que os humanos eram similares a certos macacos 
era óbvia para alguns há algum tempo. Mas, a ideia de evolução biológica das espécies em geral não foi 
legitimizada até à publicação de A Origem das Espécies por Charles Darwin em 1859. Apesar do primeiro 
livro de Darwin sobre evolução não abordar a questão da evolução humana, era claro para leitores 
contemporâneos o que estava em jogo. Debates entre Thomas Huxley e Richard Owen focaram na ideia 
de evolução humana, e quando Darwin publicou seu próprio livro sobre o assunto (A descendência do 
Homem e Seleção em relação ao Sexo), essa já era uma conhecida interpretação da sua teoria—e seu 
bastante controverso aspecto. Até muitos dos apoiadores originais de Darwin (como Alfred Russel 
Wallace e Charles Lyell) rejeitaram a ideia de que os seres humanos poderiam ter evoluído sua 
capacidade mental e senso moral pela seleção natural. 
Desde o tempo de Lineu, alguns grandes macacos foram classificados como sendo os animais mais 
próximos dos seres humanos, baseado na similaridade morfológica. No século XIX, especulava-se que 
nossos parentes mais próximos eram os chimpanzés e gorilas. E, baseado na distribuição natural dessas 
espécies, supunha-se que os fósseis dos ancestrais dos humanos seriam encontrados na África e que os 
humanos compartilhavam um ancestral comum com os outros antropoides africanos. 
Foi apenas na década de 1920 que fósseis além dos de Neandertais foram encontrados. Em 1925, 
Raymond Dart descreveu o Australopithecus africanus. O espécime foi Bebé de Taung, um infante de 
Australopithecus descoberto em Taung, África do Sul. Os restos constituíam-se de um crânio muito bem 
preservado e de um molde endocranial do cérebro do indivíduo. Apesar do cérebro ser pequeno (410 
cm3), seu formato era redondo, diferentemente daqueles dos chimpanzés e gorilas, sendo mais 
semelhante ao cérebro do homem moderno. Além disso, o espécime exibia dentes caninos pequenos e 
 
4 Disponível em:<http://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/evolucao-humana>. Acesso em abril de 2017. 
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a posição do foramen magnum foi uma evidência da locomoção bípede. Todos esses traços convenceram 
Dart de que o “bebê de Taung” era um ancestral humano bípede, uma forma transitória entre “macacos” 
e humanos. Mais 20 anos passariam até que as reinvindicações de Dart fossem levadas em consideração, 
seguindo a descoberta de mais fósseis que lembravam o achado de Dart. A visão prevalente naquele 
tempo era a de que um cérebro grande desenvolveu-se antes da locomoção bípede. 
Pensava-se que a inteligência presente nos humanos modernos fosse um pré-requisito para o 
bipedalismo. 
Os Australopithcineos são agora vistos como os ancestrais imediatos do gênero Homo, o grupo ao 
qual os homens modernos pertencem. Tanto os Australopithecines quanto o Homo pertencem à família 
Hominidae, mas dados recentes têm levado a questionar a posição do A. africanus como um ancestral 
direto dos humanos modernos; ele pode muito bem ter sido um primo mais distante. 
Os Australopithecines foram originalmente classificados em dois tipos: gráceis e robustos. A 
variedade robusta de Australopithecus tem, desde então, sido reclassificada como Paranthropus. Na 
década de 1930, quando os espécimes robustos foram descritos pela primeira vez, o gênero 
Paranthropus foi utilizado. 
Durante a década de 1960, a variedade robusta foi transformada em Australopithecus. A tendência 
recente tem-se voltado à classificação original como um gênero separado. 
 
A Teoria da Savana 
Um dos aspectos mais fascinantes da pesquisa paleoantropológica se refere à influência da Teoria da 
Savana neste campo científico. A Teoria da Savana é normalmente ligada ao trabalho de Raymond Dart. 
Em seu artigo em Nature no ano 1925 Dart sugeriu um cenário evolutivo para a origem do 
Australopithecus africanus: por consequência de mudanças climáticas e uma subsequente redução 
das matas, o A. africanus abandonou a vida arborícola e passou a se adaptar a uma vida nas savanas. 
Este modelo teórico foi aceito pelas gerações seguintes de paleoantropólogos e se tornou a explicação 
mais comum nos livros sobre evolução humana, popularizado também em inúmeros livros de ciência 
popular. A Teoria da Savana foi vista como um fato indisputável, desde que os fósseis de hominídeos 
encontrados na África pareciam confirmar este modelo teórico. 
Em 1993, Renato Bender, um cientista brasileiro de residência na Suíça iniciou uma análise histórica 
da Teoria da Savana. Os resultados desta pesquisa foram apresentados 1999 em uma dissertação no 
Instituto de Esportes e Ciências Esportivas da Universidade de Berna. Neste trabalho foi demonstrado 
que a Teoria da Savana não tem sua origem no trabalho de Raymond Dart. Bender provou que a ideia 
de uma adaptação à vida nos “campos abertos” é muito antiga, tendo sido já mencionada em 1809 pelo 
famoso cientista francês Jean-Baptiste de Lamarck. Este fato é de enorme importância na avaliação 
científica da Teoria da Savana, tendo em vista que os descobrimentos dos fósseis não tiveram influência 
alguma na formulação destas especulações. 
A partir desta análise, Bender sugeriu que a Teoria da Savana se denominasse “Freilandhypothesen”, 
uma palavra alemã que pode ser traduzida pela expressão “Hipótese dos Campos Abertos” (HCA). 
Bender insistiu no uso desta expressão no plural, afim de abranger as diferentes versões deste grupo de 
especulações que foram publicadas nos últimos 200 anos da história da HCA. 
Totalmente independente de Bender, e a partir de outras considerações, sugeriu também o Professor 
Phillip Tobias, um paleoantropólogo de renome internacional da África do Sul, um distanciamento das 
HCA. Nos últimos anos vários paleoantropólogos também passaram a se distanciar destas especulações, 
reconhecendo que estas não tenham a base científica antigamente tida como certa. Um dos exemplos 
mais impressionantes deste distanciamento podemos ver na obra Biology, um livro clássico de Campbell 
e Reece (2006, 848-849) e muito influente no campo biológico. 
Através desta gradual perda de suporte na HCA, os cientistas passaram a se interessar por 
explicações alternativas dentro do mundo científico. Uma das alternativas é a Teoria Aquática, também 
conhecida por Aquatic Ape Theory ou Aquatic Ape Hypothesis. O interessante nesta teoria é o fato que 
ela foi divulgada e desenvolvida durante muito tempo em obras populares, não tendo apoio de cientistas. 
Bem ao contrário: até poucos anos atrás esta teoria era normalmente mencionada como um exemplo 
clássico de uma especulação infundada. A situação está mudando rapidamente. Por exemplo a médica 
suíça Nicole Bender-Oser escreveu uma dissertação histórica sobre a origem da Teoria Aquática (teoria 
esta formulada pela primeira vez pelo médicoalemão Max Westenhöfer em 1923). Este trabalho foi 
honorado no ano 2004 pela Universidade de Berna. Além disso, na obra acima citada de Campbell e 
Reece, a Teoria Aquática é apresentada como a alternativa mais convincente entre as atuais opções da 
literatura especializada. 
 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 20 
Antes do Homo 
Os primeiros hominídeos 
Sahelanthropus tchadensis 
Orrorin tugenensis 
Ardipithecus kadabba 
Ardipithecus ramidus 
 
Gênero Australopithecus 
Australopithecus anamensis 
Australopithecus afarensis 
Australopithecus africanus 
Australopithecus garhi 
 
Gênero Paranthropus 
Paranthropus aethiopicus 
Paranthropus boisei 
Paranthropus robustus 
 
Gênero Homo 
Na taxonomia moderna, o Homo sapiens é a única espécie existente desse gênero, Homo. Do mesmo 
modo, o estudo recente das origens do Homo sapiens geralmente demonstra que existiram outras 
espécies de Homo, todas as quais estão agora extintas. Enquanto algumas dessas outras espécies 
poderiam ter sido ancestrais do H. sapiens, muitas foram provavelmente nossos “primos”, tendo 
especificado a partir de nossa linhagem ancestral. 
Ainda não há nenhum consenso a respeito de quais desses grupos deveriam ser considerados como 
espécies em separado e sobre quais deveriam ser subespécies de outras espécies. Em alguns casos, 
isso é devido à escassez de fósseis, em outros, devido a diferenças mínimas usadas para distinguir 
espécies no gênero Homo. 
A palavra homo vem do Latim e significa “pessoa”, escolhido originalmente por Carolus Linnaeus em 
seu sistema de classificação. É geralmente traduzido como “homem”, apesar disso causar confusão, dado 
que a palavra “homem” pode ser genérica como homo, mas pode também referir-se especificamente aos 
indivíduos do sexo masculino. A palavra latina para “homem” no sentido específico ao gênero é vir, 
cognato com “virile” e “werewolf”. A palavra “humano” vem de humanus, a forma adjetiva de homo. 
Homo habilis 
Viveu entre cerca de 2,4 a 1,5 milhões de anos atrás (MAA). H. habilis, a primeira espécie do gênero 
Homo, evoluiu no sul e no leste da África no final do Plioceno ou início do Pleistoceno, 2,5–2 MAA, quando 
divergiu do Australopithecines. H. habilis tinha molares menores e cérebro maior que os 
Australopithecines, e faziam ferramentas de pedra e talvez de ossos de animais. 
Homo erectus 
Viveu entre cerca de 1,8 (incluindo o ergaster) ou de 1,25 (excluindo o ergaster) a 0,70 MAA. No 
Pleistoceno Inferior, 1,5–1 MAA, na África, Ásia, e Europa, provavelmente Homo habilis possuía um 
cérebro maior e fabricou ferramentas de pedra mais elaboradas; essas e outras diferenças são suficientes 
para que os antropólogos possam classificá-los como uma nova espécie, Homo erectus. Um exemplo 
famoso de Homo erectus é o Homem de Pequim; outros foram encontrados na Ásia (notadamente na 
Indonésia), África, e Europa. Muitos paleoantropólogos estão atualmente utilizando o termo Homo 
ergaster para as formas não asiáticas desse grupo, e reservando a denominação Homo erectus apenas 
para os fósseis encontrados na região da Ásia e que possuam certas exigências esqueléticas e dentárias 
que diferem levemente das do ergaster. 
Homo ergaster 
Viveu entre cerca de 1,8 a 1,25 Milhões de anos. Também conhecido como Homo erectus ergaster 
Homo heidelbergensis 
O Homem de Heidelberg viveu entre cerca de 800 a 300 mil anos atrás. Também conhecido como 
Homo sapiens heidelbergensis e Homo sapiens paleohungaricus. 
Homo sapiens idaltu 
Viveu há cerca de 160 mil anos (subespécie). É o humano moderno anatomicamente mais antigo 
conhecido. Eles não enterravam os corpos das pessoas mortas, acreditando que elas pudessem retornar 
à vida 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 21 
Homo floresiensis 
Viveu há cerca de 12 mil anos (anunciado em 28 de Outubro de 2004 no periódico científico Nature). 
Apelidado de hobbit por causa de seu pequeno tamanho. 
Homo neanderthalensis 
Viveu entre 250 e 30 mil anos atrás. Também conhecido como Homo sapiens neanderthalensis. Há 
um debate recente sobre se o “Homem de Neanderthal” foi uma espécie separada, Homo 
neanderthalensis, ou uma subespécie de H. sapiens. Enquanto o debate continua, a maioria das 
evidências, adquiridas através da análise do DNA mitocondrial e do Y-cromosomal DNA, atualmente 
indica que não houve nenhum fluxo genético entre o H. neanderthalensis e o H. sapiens, e, 
consequentemente, eram duas espécies diferentes. 
Em 1997 o Dr. Mark Stoneking, então um professor associado de antropologia da Universidade de 
Penn State, disse: “Esses resultados [baseados no DNA mitocondrial extraído dos ossos do Neanderthal] 
indicam que os Neanderthais não contribuíram com o DNA mitocondrial com os humanos modernos … 
os Neanderthais não são nossos ancestrais.” Investigações subsequentes de uma segunda fonte de DNA 
de Neanderthal confirmaram esses achados 
Homo sapiens 
Surgiu há cerca de 200 mil anos. Entre 400 mil anos atrás e o segundo período interglacial no 
Pleistoceno Médio, há cerca de 250 mil anos, a tendência de expansão craniana e a tecnologia na 
elaboração de ferramentas de pedra desenvolveu-se, fornecendo evidências da transição do Homo 
erectus ao Homo sapiens. 
A evidência direta sugere que houve uma migração do Homo erectus para fora da África, então uma 
subsequente especiação para o H. sapiens na África. (Há poucas evidências de que essa especiação 
ocorreu em algum lugar). Então, uma subsequente migração dentro e fora da África eventualmente 
substituiu o anteriormente disperso Homo erectus. Entretanto, a evidência atual não impossibilita a 
especiação multiregional. Essa é uma área calorosamente debatida da paleoantropologia. “Sapiens” 
significa “sábio” ou “inteligente.” 
Notas adicionais 
As origens da humanidade têm sido frequentemente um assunto de grande controvérsia científica e 
religiosa. Veja os artigos sobre a controvérsia entre os evolucionistas e os criacionistas. 
A classificação dos humanos e seus parentes tem mudado consideravelmente ao longo do tempo. 
A especulação a respeito da evolução futura dos humanos é geralmente explorada na ficção científica 
como continuação da especiação dos humanos à medida que pertencem a vários nichos ecológicos; ver 
radiação adaptativa. 
Fonte: www.geocities.com 
 
Evolução Humana 
Origem e Evolução do Ser Humano 
África, o berço da humanidade 
É comum indagarmos sobre a nossa origem. Viemos mesmo dos macacos? Antigamente a pergunta 
era ouvida com desprezo e incredulidade, mas hoje é recebida com naturalidade. 
A origem do ser humano – esse mamífero tão especial – deve ser analisada, pois o comportamento 
humano tem raízes num passado remoto, quando um ser meio macaco, meio humano ocupava as 
florestas e depois as savanas da África, onde devem ter surgido os primeiros ancestrais dos seres 
humanos. 
Há milhões de anos, a África era coberta por densas florestas e macacos movimentavam-se em 
bandos. Terremotos, porém, modificaram a paisagem, fazendo surgir montanhas de até 3 mil metros de 
altitude ao longo do continente. 
Essas modificações transformaram não só a paisagem como também o clima: as grandes elevações 
formaram uma barreira contra a passagem da umidade tão necessária à manutenção das florestas; 
consequentemente, as árvores escassearam, diminuindo as áreas de florestas, em parte substituídas por 
matas, savanas e desertos. 
Há milhões de anos, a formação de montanhas muito altas impediu a passagem de correntes aéreas, 
ricas em umidade, da região litorânea para o interior. O litoral, mais úmido, manteve as florestas lá 
existentes, enquanto no interior a vegetação tornou-se escassa. 
Posteriormente, outras modificações da crosta terrestre originaram um grande vale que, estendendo-
se de norte a sul, funcionou como umobstáculo natural às populações animais que viviam no leste e no 
oeste. 
Separados por essa barreira natural, grupos de macacos passaram a viver em lugares com condições 
ambientais diferentes, fato que propiciou o ambiente ideal à formação de uma nova espécie. 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 22 
A formação de um longo e sinuoso vale (Vale da Grande Fenda, Tanzânia), há cerca de 12 milhões 
de anos, funcionou como uma grande barreira, impedindo a comunicação entre os animais de regiões 
diferentes. 
Assim, o destino dos seres vivos que ficaram nessas novas regiões dependia da adaptação às novas 
condições do meio; se se adaptassem sobreviveriam; se não, pereceriam. 
Separados por essa barreira natural, os indivíduos foram sofrendo pequenas modificações que, ao 
longo de muitas gerações, resultaram populações com características físicas e comportamentais 
diferentes em cada uma das regiões. Assim, alguns desses macacos do passado continuaram habitando 
as árvores das florestas remanescentes e originaram o orangotango, o gorila e o chimpanzé; outros, que 
ocupavam a região que se modificou, para poder sobreviver, abandonaram as árvores, aventuraram-se 
pelo chão e deram origem aos humanos. 
Isso não se deu num passe de mágica, mas foram necessários milhões de anos em que, 
gradativamente, foram se acumulando modificações até se formar uma nova espécie: a humana. 
A floresta primitiva apresentava grande variedade de folhas e frutos comestíveis, alimento farto e 
variado aos nossos antepassados que não precisavam deslocar-se a grandes distâncias para obtê-lo nem 
de horário certo para se alimentar. Viviam em bandos e saciavam a fome nos lugares por onde passavam. 
Com as mudanças das condições ambientais escassearam as florestas e apareceram as savanas, e 
já não havia mais a mesma fartura de alimento. As espécies, então, iniciaram uma grande competição 
pelo alimento. Provavelmente alguns macacos se aventuraram fora do ambiente em que sempre tinham 
vivido, para procurar outras fontes de subsistência. Para sobreviver, modificaram os hábitos alimentares, 
pois a vegetação escassa forçava-os a procurar outros alimentos, levando-os provavelmente a 
especializar-se mais na caça de pequenos animais para complementar a sua alimentação. 
Todas as modificações que ocorreram em seu organismo que os capacitaram a caçar com mais 
facilidade provavelmente foram mantidas, pois, caçando mais, teriam alimentação de melhor qualidade, 
e esse fator aumentaria as chances de sobreviver, ter filhos e transmitir as novas características às 
gerações futuras. 
Seres da mesma espécie, quando se acasalam, dão origem a descendentes férteis. O mesmo não 
acontece quando o cruzamento se dá entre animais de espécies diferentes. 
Fisicamente, porém, havia um grande empecilho: não possuíam características de caçador. Não 
tinham presas desenvolvidas nem garras nem esqueletos que lhes permitissem locomover-se em pé, 
olhando por sobre o capim, com as mãos livres para empunhar paus, pedras e carregar o que coletavam. 
A caça de animais maiores tornava-se difícil… Algo deveria mudar... Teriam chances de sobreviver? 
 
A evolução do ser humano 
O antropólogo Richard Leakey, em seu livro A origem da espécie humana, afirma que a primeira 
espécie de macaco bípede – o fundador da família humana – era fisicamente diferente dos macacos 
atuais e devia alimentar-se de talos, sementes, raízes, brotos e insetos, da mesma forma que fazem hoje 
os babuínos das regiões montanhosas da Etiópia. Talvez comesse animais que já encontrava mortos e, 
como os chimpanzés, usasse gravetos para desenterrar raízes ou espantar adversários. 
Acredita-se que a partir desse animal, que viveu entre 5 e 7 milhões de anos atrás, surgiu a família 
humana. 
Mas somente há 3 milhões de anos aproximadamente os hominídeos (espécies humanas ancestrais) 
proliferaram e deram origem a novos tipos: um deles a linhagem do Homo, que originou o homem 
moderno. 
Entre esse ancestral e o ser humano atual – conhecido nos meios científicos como Homo sapiens 
sapiens – houve uma série de outros tipos. 
Por meio dos fósseis sabemos que progressivas modificações determinaram um aumento da estatura 
e também do volume do cérebro. Este quase triplicou, passando de 500 para 1.400 centímetros cúbicos 
no homem atual. Como tudo isso aconteceu? 
O ser humano originou-se pela seleção natural, o mesmo processo evolutivo que deu origem a todos 
os seres vivos. 
Nas células de todos os seres vivos há os cromossomos e, nestes, os genes. Os genes são estruturas 
responsáveis por todas as características que identificam um ser. Definem-lhe desde a forma até as 
substâncias que compõem suas células, assim como o seu funcionamento. 
Os genes são formados por uma substância conhecida como DNA, que contém as informações 
genéticas necessárias à vida em um sistema chamado código genético. Ocasionalmente, este código se 
modifica e, consequentemente, as substâncias que vão ser formadas nesse ser, o que alterará as 
características determinadas pelo gene. Essas modificações geralmente casuais são as mutações, que 
constituem a base ou a matéria-prima da evolução. Se esta modificação for favorável ao ser, aumentando-
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 23 
lhe a probabilidade de sobrevivência no meio, a mutação será mantida. Essas mudanças ocorrem 
continuamente e, por serem graduais, são assimiladas naturalmente pelas populações, passando 
despercebidas aos nossos olhos. 
Desse modo, somos, entre outras coisas, o resultado da herança genética codificada em nosso DNA, 
originada não só do nosso grupo familiar e racial, mas também dos nossos antepassados que viveram há 
milhões de anos. Entretanto, não podemos chegar ao extremo de acreditar que o DNA seja o único 
responsável por tudo o que somos. Agindo sobre o nosso material genético comum, a cultura cria 
inúmeras e variadas tradições. 
A própria formação dos grupos étnicos é resultado das mutações. Grupos humanos dispersaram-se 
por várias regiões da Terra e ficaram muito tempo isolados geograficamente. Durante o período de 
isolamento, sofreram pequenas modificações que se foram somando e dando-Ihes características 
diferentes. Se um desses grupos tivesse permanecido isolado por longo período de tempo, tantas 
poderiam ter sido as modificações causadas pelas mutações que talvez até impossibilitassem o 
cruzamento ou a formação de um descendente caso esses grupos se encontrassem. Neste caso ter-se-
ia se formado uma nova espécie. No entanto, isso não aconteceu. 
O isolamento geográfico durante um certo período de tempo deu a cada grupo étnico características 
genéticas próprias. Mas o ser humano é, também, resultado do ambiente cultural e social em que vive. 
Assim, ocorre naturalmente uma seleção imposta pelo ambiente, sobrevivendo aquele que estiver mais 
adaptado a ele. A esse processo – o principal mecanismo da Teoria da Evolução enunciada por Charles 
Darwin (1809-1882) – damos o nome de seleção natural. 
A hipótese mais aceita sobre a origem da espécie humana afirma que, por um mecanismo semelhante, 
um grupo primitivo de macacos se diversificou, originando o ser humano, o chimpanzé, o gorila e o 
orangotango. 
Recentemente, estudos bioquímicos revelaram que há 99,4% de semelhança entre o DNA humano e 
o do chimpanzé. Também nos mostraram que o chimpanzé é muito mais parecido com os humanos do 
que com o gorila. Após esses estudos, o chimpanzé e o gorila passaram a fazer parte da família humana. 
 
O que nos diferencia dos outros primatas 
O homem, o gorila, o chimpanzé, o orangotango, os macacos do Novo e do Velho Mundo, o társio e o 
lêmure formam o grupo dos mamíferos conhecido como primatas. 
Diferem bastante entre si, mas, de todos, o homem é um primata muito especial: herdou de seusancestrais macacos a visão binocular (que permite a visão tridimensional e a percepção da profundidade) 
e a capacidade de agarrar e manipular objetos com as mãos, com destreza e perfeição. 
Todos são parentes: o orangotango, o gorila, o chimpanzé e o ser humano. Porém, somente o ser 
humano é capaz de impor sua vontade ao meio ambiente e entender a diferença entre o bem e o mal. 
Além de o corpo ter-se tornado ereto, houve ainda o aumento relativo do volume do cérebro e da 
espessura do córtex, onde se situam as circunvoluções, que no ser humano são mais desenvolvidas do 
que nos demais primatas. Como conseqüência dessas modificações cerebrais sua capacidade mental 
tornou-se maior. 
Além dessas diferenças, uma das principais características humanas é a criação do mundo espiritual. 
Os chimpanzés não enterram seus mortos nem têm simbologia para o além; não representam 
graficamente as emoções, embora elas estejam presentes no semblante e nos gestos; não apresentam 
criatividade para a elaboração de símbolos que levem a imagens gráficas ou musicais. 
O ser humano é o único animal capaz de impor sua vontade ao meio ambiente. Só ele tem realmente 
a capacidade de entender a diferença entre o bem e o mal. 
Somente o homem ama de forma a englobar todas as criaturas. 
 
O despertar da consciência 
Será que os outros animais também têm consciência? Até bem pouco tempo essa indagação não teria 
sentido, e a resposta seria um sonoro “Não!”. Atualmente, como se descobriu que o chimpanzé reconhece 
sua imagem no espelho, já não podemos mais responder negativamente a essa pergunta. 
A bióloga Jane Goodall passou várias décadas observando e estudando os chimpanzés livres no 
Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia. Suas observações serviram para chamar a atenção do mundo 
científico e leigo para o fato de os animais também terem história: estrutura familiar, dinastia, líderes etc. 
Os chimpanzés utilizam pedaços de pau para retirar formigas ou cupins de dentro do formigueiro ou 
cupinzeiro. Esses paus agem como ferramentas para realizarem o seu trabalho. 
Pesquisadores colocaram uma mancha vermelha na testa de um chimpanzé e fizeram-no olhar-se no 
espelho; imediatamente, ele colocou a mão na testa: sabia que era a sua imagem. Outros tipos de 
macacos, porém, não possuem a mesma capacidade, portanto devem existir vários níveis de consciência, 
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entre os quais a humana seria a mais diferenciada e, como diz o antropólogo Richard Leakey, “o produto 
de uma criação muito especial”. 
A partir de 1960, vários trabalhos têm demonstrado que determinados comportamentos considerados 
essencialmente humanos – reconhecer-se diante do espelho, usar símbolos, fabricar artefatos e 
ferramentas – não são exclusividade da espécie humana. Experiências realizadas com chimpanzés já 
demonstraram que eles relacionam com facilidade símbolos com objetos. Outros animais também são 
capazes de fazer essa associação. Os cães, por exemplo, ficam felizes ao ver seus donos pegar a coleira, 
pois associam a coleira ao passeio na rua, assim como associam uma vasilha com o alimento. 
Havia, porém, uma curiosidade entre os pesquisadores: queriam saber se os chimpanzés usariam os 
símbolos para pensar abstratamente. Para isso, em um teste, ensinaram-lhes o que era comida e o que 
era ferramenta. 
Posteriormente, mostraram outras comidas e outras ferramentas: os chimpanzés separaram com 
facilidade as comidas das ferramentas, mostrando que seu intelecto estava generalizando abstrações. 
 
Fonte: www.nre.seed.pr.gov.br 
 
Anexo – Evolução Humana 
Os hominídeos não evoluíram de maneira retilínea de seus ancestrais comuns (mamíferos primitivos), 
mas sim com um formato digno de um cladograma, em formato de galhos, como a imagem abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Já abaixo, segue a imagem correta da evolução da espécie humana, que não é de forma contínua e 
progressiva, mas sim com interações e alterações. 
 
 
 
Questões 
 
01. (UFSCar) “O meio ambiente cria a necessidade de uma determinada estrutura em um organismo. 
Este se esforça para responder a essa necessidade. Como resposta a esse esforço, há uma modificação 
na estrutura do organismo. Tal modificação é transmitida aos descendentes.” 
O texto sintetiza as principais ideias relacionadas ao: 
(A) fixismo. 
(B) darwinismo. 
(C) mendelismo. 
(D) criacionismo. 
(E) lamarckismo. 
 
02. (Mackenzie-SP) A teoria moderna da evolução, ou teoria sintética da evolução, incorpora os 
seguintes conceitos à teoria original proposta por Darwin 
(A) mutação e seleção natural. 
(B) mutação e adaptação. 
(C) mutação e recombinação gênica. 
(D) recombinação gênica e seleção natural. 
(E) adaptação e seleção natural. 
 
03. (PUC-RS) Quais dos cientistas abaixo deram as maiores contribuições para o desenvolvimento da 
teoria da evolução? 
(A) Mendel, Newton e Darwin. 
(B) Lineu, Aristóteles e Wallace. 
(C) Pasteur, Lavoisier e Darwin. 
(D) Lamarck, Darwin e Lavoisier. 
(E) Darwin, Wallace e Lamarck. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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04. (UEPB) Observe a figura abaixo: 
 
 
 
Sobre as estruturas locomotoras acima representadas, podemos afirmar que são: 
(A) Homólogas, porque têm a mesma função e a mesma origem. 
(B) Homólogas, porque têm a mesma função e origens diferentes. 
(C) Análogas, porque têm a mesma função e a mesma origem. 
(D) Análogas, porque têm a mesma função, mas possuem origens diferentes. 
(E) Homólogas, porque têm funções diferentes, mas possuem a mesma origem. 
 
05. Sabemos que Jean-Baptiste Lamarck foi um dos primeiros estudiosos que compreenderam que o 
meio poderia de alguma forma influenciar na evolução dos seres vivos. Apesar de algumas conclusões 
errôneas, esse pesquisador foi muito importante para a biologia evolutiva. 
Marque a alternativa que indica os dois pontos principais da teoria que ficou conhecida por 
lamarckismo. 
(A) Seleção natural e mutação. 
(B) Lei do uso e desuso e seleção natural. 
(C) Lei do uso e desuso e lei da necessidade. 
(D) Lei da herança dos caracteres adquiridos e lei do uso e desuso. 
(E) Seleção natural e lei da herança dos caracteres adquiridos. 
 
06. (UFC) Um problema para a teoria da evolução proposta por Charles Darwin no século XIX dizia 
respeito ao surgimento da variabilidade sobre a qual a seleção poderia atuar. Segundo a Teoria Sintética 
da Evolução, proposta no século XX, dois fatores que contribuem para o surgimento da variabilidade 
genética das populações naturais são: 
(A) mutação e recombinação genética. 
(B) deriva genética e mutação. 
(C) seleção natural e especiação. 
(D) migração e frequência gênica. 
(E) adaptação e seleção natural. 
 
07. (UFTM) Um estudante do ensino médio, ao ler sobre o tegumento humano, fez a seguinte 
afirmação ao seu professor: “o homem moderno não apresenta tantos pelos como os seus ancestrais, 
pois deixou de usar esses anexos como isolante térmico. Isso só foi possível porque o homem adquiriu 
uma inteligência que permitiu a confecção de roupas, protegendo-o do frio.” Diante dessa informação 
dada pelo aluno, o professor explicou que isso: 
(A) não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Lamarck, que pressupõe que 
estruturas do corpo que não são solicitadas desaparecem e essas características adquiridas são 
transmitidas aos descendentes. 
(B) não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Lamarck, que pressupõe que 
existe variação genotípica entre indivíduos, sendo que aqueles portadores de características adaptativas 
conseguem sobreviver e deixar descendentes. 
(C)não ocorreu e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Stephen Jay Gould, que 
pressupõe que os seres vivos não se modificam por interferência ambiental, mas sim por alterações 
genéticas intrínsecas. 
(D) ocorreu de fato e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Darwin, que pressupõe 
que os seres vivos com características adaptativas favoráveis têm maiores chances de viver. 
(E) ocorreu de fato e a informação está de acordo com a teoria evolutiva de Darwin, que pressupõe 
que os seres vivos por necessidade vão se modificando ao longo do tempo. 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
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08( FCC - SEE-MG - Professor de Educação Básica – Biologia) Uma das imagens mais populares 
sobre a evolução humana mostra uma sucessão progressiva de espécies, conforme a figura abaixo: 
 
 
Considerando-se o significado biológico de evolução e o processo de evolução do homem, esta 
representação é 
(A) adequada, pois a evolução humana ocorreu de forma contínua e progressiva. O homem, que ocupa 
a primeira posição da fila, representa a espécie mais evoluída. 
(B) adequada, pois as evidências científicas já demonstraram que o homem é resultante da evolução 
de primatas menos evoluídos, como o gibão, o gorila e o chimpanzé. 
(C) inadequada, pois há espécies que foram extintas. O correto seria representar apenas as espécies 
ancestrais que ainda têm descendentes 
(D) inadequada, pois algumas das espécies representadas não são ancestrais das espécies seguintes. 
O mais correto seria representar a evolução humana como os galhos de um ramo. 
 
09(FUNRIO - UFRB - Técnico de Laboratório - Análises clínicas – 2015). Leia as proposições: 
I) O campeão atual de halterofilismo, graças a sua dedicação e muitas horas de exercício, deverá ter 
filhos com grande desenvolvimento muscular. 
II) Os pavões machos por terem uma cauda maior e chamativa conseguem atrair mais as fêmeas para 
o acasalamento, mesmo no meio da vegetação. 
III) Um grupo de tentilhões ficou com o bico maior para comer as sementes maiores e o outro grupo 
de tentilhões ficou com o bico menor para comer as sementes menores. 
Essas proposições podem ser atribuídas respectivamente, a: 
(A) I - Lamarck, II - Lamarck, III - Darwin. 
(B) I - Lamarck, II - Darwin, III - Lamarck. 
(C) I - Darwin, II - Lamarck, III - Lamarck. 
(D) I - Lamarck, II - Darwin, III - Darwin. 
(E) I - Darwin, II - Lamarck, III - Darwin. 
 
10. (FCC- SEE-MG - Professor de Educação Básica – Biologia) Durante o chamado Inverno da 
Fome na Holanda (1944-1945), mulheres grávidas subnutridas geraram crianças com peso abaixo do 
normal. Anos depois, quando essas crianças já haviam se tornado pessoas adultas e tiveram filhos, 
verificou-se que os seus bebês nasciam com peso abaixo da média, ainda que todas as mães tivessem 
recebido uma dieta adequada durante a gravidez. Esse fato sugeriu a possibilidade de ocorrer a 
transmissão de caracteres adquiridos em seres humanos, o que é compatível com a explicação de 
(A) Lamarck para a evolução dos seres vivos. 
(B) Darwin para a evolução dos seres vivos. 
(C) Mendel para a transmissão das características hereditárias. 
(D) Darwin para a seleção sexual. 
Respostas 
 
01. Resposta E. 
O texto apresenta as ideias fundamentais da teoria de evolução de Lamarck, que se fundamenta na 
lei do uso e desuso e na transmissão dos caracteres adquiridos. 
 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 28 
02. Resposta C 
Na teoria sintética da evolução, a teoria proposta por Darwin é “melhorada” através de conceitos de 
Genética até então desconhecidos. Sendo assim, foram incorporados conceitos como mutação e 
recombinação gênica. 
 
03. Resposta E 
-Mendel é conhecido como o pai da genética pois em 1865 formulou as famosas “Leis de Mendel”, que 
regem a transmissão dos caracteres hereditários. 
-Newton, físico e matemático, publicou 1687, a lei da gravitação universal e as três leis de Newton, 
que fundamentaram a mecânica clássica. 
-Darwin: foi um naturalista britânico que alcançou fama ao convencer a comunidade científica da 
ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela se dá por meio da seleção natura. 
-Pasteur: Foi um cientista francês que fez descobertas que tiveram enorme importância na história da 
química e da medicina. 
-Aristóteles: Dedicou sua vida ao desenvolvimento de conceitos fundamentais de ética, lógica, política, 
e outros, que são usados até hoje. 
-Wallace: Escreveu um ensaio no qual praticamente definia as bases da teoria da evolução e enviou-
o a Charles Darwin, com quem mantinha correspondência, pedindo ao colega uma avaliação do mérito 
de sua teoria, bem como o encaminhamento do manuscrito ao geólogo Charles Lyell. Darwin, ao se dar 
conta de que o manuscrito de Wallace apresentava uma teoria praticamente idêntica à sua - aquela em 
que vinha trabalhando, com grande sigilo, ao longo de vinte anos - escreveu ao amigo Charles Lyell: 
"Toda a minha originalidade será esmagada". Para evitar que isso acontecesse, Lyell e o botânico Joseph 
Hooker - também amigo de Darwin e com grande influência no meio científico - propuseram que os 
trabalhos fossem apresentados simultaneamente à Linnean Society of London, o mais importante centro 
de estudos de história natural da Grã-Bretanha. 
-Lineu: Criou um sistema de classificação e de nomenclatura, em 1735, que é usado até hoje com 
poucas modificações. 
-Lavoisier: Químico francês, considerado o pai da química moderna. É reconhecido por ter enunciado 
o princípio da conservação da matéria. 
Lamarck: Naturalista francês que desenvolveu a teoria dos caracteres adquiridos 
 
04. Resposta D 
 
05. Resposta D 
Os principais pontos do lamarckismo foram a lei do uso e desuso, que diz que certos órgãos podem 
desenvolver-se ou se atrofiar de acordo com sua utilização, e a lei da herança dos caracteres adquiridos, 
que afirma que uma característica adquirida durante a vida é passada à prole 
 
06. Resposta A 
 
07. Resposta A 
A afirmação do aluno está incorreta, pois sua explicação baseia-se na lei de uso e desuso, que diz que 
estruturas que não são usadas com frequência tendem a desaparecer. 
 
08. Resposta D 
 
09. Resposta B. 
 
10. Resposta A 
 
 
 
 
 
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. 29 
 
 
Citologia 
 
O descobrimento da célula ocorreu após a invenção do microscópio por Hans Zacarias Jensen 
(1590). Robert Hook, 1665, apresentou a sociedade de Londres resultados de suas pesquisas sobre a 
estrutura da cortiça observada ao microscópio. 
 
O material apresentava-se formado por pequenos compartimentos hexagonais delimitados por 
paredes espessas, lembrando o conjunto de favos de mel. Cada compartimento observado recebeu o 
nome de célula. Atualmente sabe-se que aquele tecido observado por Hooke (súber) está formado por 
células mortas, cujas paredes estava depositada suberina, tornando-as impermeáveis e impedindo as 
trocas de substâncias. 
Anos depois, o botânico escocês Robert Brown observou que o espaço de vários tipos de células era 
preenchido com um material de aspecto gelatinoso, e que em seu interior havia uma pequena estrutura 
a qual chamou de núcleo. Em 1838, o botânico alemão Matthias Schleiden chegou à conclusão de que a 
célula era a unidade viva que compunha todas as plantas. Em 1839, o zoólogo alemão Theodor Schwann 
concluiu que todos os seres vivos, tanto plantas quanto animais, eram formados por células. Anos mais 
tarde essa hipótese ficou conhecida como teoria celular. Mesmo sabendo que todos os seres vivos eram 
compostos por células, ainda havia uma dúvida: de onde se originavam as células? 
Alguns pesquisadores acreditavam que as células se originavam da aglomeração de algumas 
substâncias,enquanto que outros diziam que as células se originavam de outras células preexistentes. 
Um dos cientistas que defendiam essa última ideia era o pesquisador alemão Rudolf Virchow, que foi o 
autor da célebre frase em latim: “Omnis cellula ex cellula”, que significa “toda célula se origina de outra 
célula”. Virchow também afirmou que as doenças eram provenientes de problemas com as células, uma 
afirmação um pouco ousada para a época. 
Em 1878, o biólogo alemão Walther Flemming descreveu em detalhes a divisão de uma célula em 
duas e chamou esse processo de mitose. Dessa forma, a ideia de que as células se originavam da 
aglomeração de algumas substâncias caiu por terra. Baseando-se em todas essas descobertas, a teoria 
celular ganhou força e começou a se apoiar em três princípios fundamentais: 
1. Todo e qualquer ser vivo é formado por células, pois elas são a unidade morfológica dos seres vivos; 
2. As células são as unidades funcionais dos seres vivos; dessa forma, todo o metabolismo dos seres 
vivos depende das propriedades de suas células; 
3. As células sempre se originam de uma célula preexistente através da divisão celular. 
 
A organização estrutural dos seres vivos 
a) Quando ao número de célula 
Dizemos que todos os seres vivos são formados por células, sendo conhecidos desde formas 
unicelulares até formas pluricelulares. 
O organismo unicelular tem a célula como sendo o próprio organismo, isto é, a única célula é 
responsável por todas as atividades vitais, como alimentação, trocas gasosas, reprodução, etc. O 
organismo pluricelular, que é formado por muitas células (milhares, milhões, até trilhões de células), 
apresenta o corpo com tecidos, órgãos e sistemas, especializados em diferentes funções vitais. As células 
dos pluricelulares, diferem quanto às especializações e de acordo com os tecidos a que elas pertencem. 
Podemos então considerar, para o organismo unicelular ou pluricelular, que a célula é a unidade 
estrutural e funcional dos seres vivos. 
A organização celular: seres procariontes, eucariontes e sem organização 
celular. A química dos organismos vivos: a principal característica da 
biomolécula. Funções celulares: as organelas, síntese, transporte, eliminação de 
substâncias e processos de obtenção de energia; 
 
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. 30 
 
 
b) Quanto à estrutura celular 
Em relação a estrutura celular os organismos podem ser classificados em eucariontes e procariontes. 
As células procariontes ou procariotas apresentam inúmeras características que as diferem das células 
eucariontes. Entretanto, sua maior diferença é que as células dos organismos procariontes (bactérias e 
cianofíceas) não possuem carioteca. Esta estrutura consiste em uma membrana que separa o material 
genético do citoplasma. Conforme pode ser observado na figura abaixo, a células eucariontes ou 
eucariotas possuem a carioteca, individualizando o material nuclear da célula, isto é, tornando o núcleo 
um compartimento isolado do restante das organelas dispersas no citoplasma. 
 
 
Unidade fundamental da vida 
A teoria celular afirma que todos seres vivos são constituídos por células e produtos resultantes das 
atividades celulares. Portanto, a célula representa a unidade estrutural e funcional dos seres vivos, da 
mesma forma que o átomo é a unidade fundamental dos compostos químicos. Salvo raras exceções a 
célula realiza um ciclo no qual se alteram duas grandes fases: interfase e mitose. A interfase representa 
à fase de multiplicação. Durante a interfase, em função de sua estrutura, a célula é classificada em função 
de sua estrutura, a célula é classifica em eucariótica e procariótica. 
Na célula eucariótica existem três componentes básicos: membrana, citoplasma e núcleo. 
Na célula procariota não existe um núcleo, sendo o mesmo substituído por um equivalente nuclear 
chamado nucleoide. Os vírus escapam a essa classificação por não apresentam estrutura celular. 
 
A membrana plasmática 
Todas as células procariotas e eucariotas apresentam na superfície um envoltório, a membrana 
citoplasmática, também chamada de membrana plasmática ou plasmalema. Os vírus, não sendo de 
natureza celular, não possuem membrana plasmática; apresentam somente um envelope de natureza 
proteica, que envolve um filamento de ácido nucleico, seja ele DNA e RNA. 
Além de conter o citoplasma, essa membrana regula a entrada e saída de substância, permitindo que 
a célula mantenha uma composição química definida, diferente do meio extracelular. 
 
 
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. 31 
Constituição da membrana plasmática 
A membrana plasmática, por ser constituída de uma associação de moléculas de fosfolipídios com 
proteínas, é chamada de lipoproteica. Da mesma maneira, todas as outras membranas biológicas, tais 
como as do reticulo, da mitocôndria e do sistema golgiense são lipoproteicas. 
O modelo atualmente aceito da estrutura da membrana plasmática foi proposto por Singer e Nicholson. 
De acordo com este modelo a membrana plasmática apresenta duas camadas de fosfolipídeos onde 
estão “embutidas” proteínas. Sendo a camada de lipídios fluida, ela tem uma consistência semelhante à 
do óleo. Dessa forma, lipídios e proteínas estariam constantemente mudando de lugar de forma dinâmica. 
Por outro lado, o encaixe de proteínas entre os lipídios lembra um mosaico. Esses dois fatos justificam a 
expressão mosaico fluido, que se usa para designar este modelo. 
 
As proteínas da membrana plasmática exercem grandes variedades de funções: atuam 
preferencialmente nos mecanismos de transporte, organizando verdadeiros túneis que permitem a 
passagem de substâncias para dentro e para fora da célula, funcionam como receptores de membrana, 
encarregadas de receber sinais de substâncias que levam alguma mensagem para a célula, favorecem 
a adesão de células adjacentes em um tecido, servem como ponto de ancoragem para o citoesqueleto. 
 
Transportes entre célula e ambiente 
A membrana celular exerce um papel importante no que se diz respeito à seletividade de substâncias 
- característica esta chamada permeabilidade seletiva. Neste processo, elas podem ser: 
- Impedidas de atravessar o espaço intracelular ou intercelular; 
- Transportadas, mas com gasto de energia (transporte ativo); 
- Transportadas, sem gasto de energia (transporte passivo). 
No transporte passivo, temos a difusão simples, difusão facilitada e osmose. Neste contexto 
abordaremos apenas as duas primeiras, que ocorrem a fim de igualar a concentração intra e extracelular. 
 
5Transporte Passivo 
Ocorre sempre a favor do gradiente, no sentido de igualar as concentrações nos dois lados (interno e 
externo) da membrana. Não envolve nenhum gasto de energia. 
 
A - Difusão simples 
Consiste na passagem de partículas de soluto do local de maior para o local de menor concentração, 
tendendo a estabelecer um equilíbrio. É um processo geralmente lento, exceto quando o gradiente de 
concentração é muito elevado ou quando as distâncias a serem percorridas pelas partículas forem muito 
pequenas. 
A passagem de substâncias relativamente grandes através da membrana se dá por intermédio de 
poros que ela possui, e que põe diretamente em contato o hialoplasma e o meio extracelular. 
A velocidade com a qual determinadas moléculas se difundem pelas membranas das células depende 
de alguns fatores, anteriormente citados: tamanho das moléculas, carga elétrica, polaridade, etc. 
 
B - Difusão facilitada 
Certas substâncias entram na célula a favor do gradiente de concentração e sem gasto energético, 
mas com uma velocidade maior do que a permitida pela difusão simples. Isto ocorre, por exemplo, com a 
glicose, com alguns aminoácidos e certas vitaminas. A velocidade da difusão facilitada não é proporcionalà concentração da substância. Aumentando-se a concentração, atinge-se um ponto de saturação, a partir 
do qual a entrada obedece à difusão simples. Isto sugere a existência de uma molécula transportadora 
chamada permease na membrana. Quando todas as permeases estão sendo utilizadas, a velocidade não 
 
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. 32 
pode aumentar. Como alguns solutos diferentes podem competir pela mesma permease, a presença de 
um dificulta a passagem do outro. 
 
C - Osmose 
A osmose é a difusão da água através de uma membrana semipermeável (M.S.P.). É um fenômeno 
físico-químico que ocorre quando duas soluções aquosas de concentrações diferentes entram em contato 
através de uma membrana semipermeável. Existem muitos tipos dessas membranas, exemplos: Papel 
celofane, bexiga animal, paredes de células, porcelana, cenoura sem o miolo (oca). 
No movimento osmótico a água passa obedecendo ao gradiente de pressão de difusão, sendo um 
mecanismo de transporte passivo. Observe as figuras abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transporte Ativo 
 
Soluções de mesma pressão osmótica são chamadas de isotônicas. Em soluções de diferentes 
pressões osmóticas, a solução de menor pressão é chamada de hipotônica e a de maior pressão é 
chamada de hipertônica. Caso se aplica uma pressão sobre a solução maior que a pressão osmótica 
ocorre o processo denominado de osmose inversa, e é a partir desse processo que se obtém o sal. 
 
Transporte ativo 
Neste processo, as substâncias são transportadas com gasto de energia, podendo ocorrer do local de 
menor para o de maior concentração (contra o gradiente de concentração). Esse gradiente pode ser 
químico ou elétrico, como no transporte de íons. O transporte ativo age como uma “porta giratória”. A 
molécula a ser transportada liga-se à molécula transportadora (proteína da membrana) como uma enzima 
se liga ao substrato. A molécula transportadora gira e libera a molécula carregada no outro lado da 
membrana. Gira, novamente, voltando à posição inicial. A bomba de sódio e potássio liga-se em um íon 
Na+ na face interna da membrana e o libera na face externa. Ali, se liga a um íon K+ e o libera na face 
externa. A energia para o transporte ativo vem da hidrólise do ATP. 
 
 
Quando solução e solvente puro (água) estão separados por uma membrana semipermeável, a 
água passa rapidamente de onde tem maior pressão de difusão (água pura) para onde tem menor 
pressão de difusão (solução) 
 
Quando duas soluções de concentrações diferentes estão separadas por uma membrana 
semipermeável, a água passa mais rapidamente de onde tem maior pressão de difusão (a solução 
diluída) para onde tem menor pressão de difusão (solução concentrada) 
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. 33 
Transportes de Massa 
As células são capazes de englobar grandes quantidades de materiais "em bloco". Geralmente, esses 
mecanismos são empregados na obtenção de macromoléculas, como proteínas, polissacarídeos, ácidos 
nucléicos, etc. Essa entrada de materiais em grandes porções é chamada endocitose. Esses processos 
de transporte de massa sempre são acompanhados por alterações morfológicas da célula e de grande 
gasto de energia. 
 
A endocitose pode ocorrer por dois mecanismos fundamentais: 
 
A - Fagocitose 
É o processo pelo qual a célula engloba partículas sólidas, pela emissão de pseudópodes. 
Nos protozoários, a fagocitose é uma etapa importante da alimentação, pois é a forma pela qual esses 
organismos unicelulares conseguem obter alimentos em grandes quantidades de uma só vez. Nos 
metazoários, animais formados por numerosas células, a fagocitose desempenha papéis mais 
específicos, como a defesa contra micro-organismos e a remodelagem de alguns tecidos, como os ossos. 
 
B - Pinocitose 
Processo pelo qual a célula engloba gotículas de líquido ou partículas de diâmetro inferior a 1 
micrômetro. 
 
Depois de englobadas por fagocitose ou por pinocitose, as substâncias permanecem no interior de 
vesículas, fagossomos ou pinossomos. Nelas, são acrescidas das enzimas presentes nos lisossomos, 
formando o vacúolo digestivo. Voltaremos ao assunto quando estudarmos a digestão celular. 
 
Diferenciação da membrana plasmática 
No desempenho de funções específicas, surgem diferenciações da membrana plasmática de algumas 
células passamos a apresentar algumas dessas diferenciações. 
 
A - Microvilosidades: são expansões semelhantes a dedos de luvas, que aumentam a superfície de 
absorção das células que as possuem. São encontradas nas células que revestem o intestino e nas 
células dos túbulos renais. 
 
B - Interdigitações: são conjuntos de saliências e reentrâncias das membranas de células vizinhas, 
que se encaixam e facilitam as trocas de substâncias entre elas. São observadas nas células dos túbulos 
renais. 
 
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C - Desmossomos: são placas arredondadas formadas pelas membranas de células vizinhas. O 
espaço entre as membranas é ocupado por um material mais elétron-denso que o glicocálix. 
Na sua face interna, inserem-se filamentos do citoesqueleto que mergulham no hialoplasma. É o local 
de "ancoragem" dos componentes do citoesqueleto, e de forte adesão entre células vizinhas. 
 
 
Os níveis de organização das Células Eucariotas 
Nesse grupo encontram-se: 
- Células Vegetais (com cloroplastos e com parede celular; normalmente, apenas, um grande vacúolo 
central) 
- Células Animais (sem cloroplastos e sem parede celular; vários pequenos vacúolos) 
 
Componentes Morfológicos das Células 
Já citamos anteriormente as diferenças entre a célula procariota e eucariota. Neste bloco, estudaremos 
o citoplasma dos eucariontes. 
Os componentes fundamentais do citoplasma de uma célula eucariota são: 
 
1. Hialoplasma e citoesqueleto 
O hialoplasma ou citosol corresponde ao fluido citoplasmático onde estão mergulhadas as orgânulos 
citoplasmáticos. Ele é constituído por proteínas, sais minerais, açúcares e íons dissolvidos em água, 
localizando-se entre a membrana plasmática e o núcleo. 
O hialoplasma é considerado um coloide, ora no estado de sol (fluido), ora no estado de gel (viscoso). 
Nas regiões mais periféricas da célula, o hialoplasma costuma ter a consistência de gel, e é 
denominado ectoplasma. Já a parte mais interna do citoplasma é um sol, bastante fluido, e é chamada 
de endoplasma. 
 
Citoesqueleto 
Quando se diz que o hialoplasma é um fluido viscoso, fica-se com a impressão de que a célula animal 
tem uma consistência amolecida e que se deforma a todo o momento. Não é assim. Um verdadeiro 
“esqueleto” formado por vários tipos de fibras de proteínas cruza a célula em diversas direções, dando-
lhe consistência e firmeza. Essa “armação” é importante se lembrarmos que a célula animal é desprovida 
de uma membrana rígida, como acontece com a membrana celulósica dos vegetais. Entre as fibras 
proteicas componentes desse “citoesqueleto” podem ser citados os microfilamentos de actina, os 
microtúbulos e os filamentos intermediários. 
 
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Os microfilamentos são os mais abundantes, constituídos da proteína contráctil actina e encontrados 
em todas as células eucarióticas. São extremamente finos e flexíveis, chegando a ter 3 a 6nm 
(nanômetros) de diâmetro, cruzando a célula em diferentes direções, embora concentram-se em maior 
número na periferia, logo abaixo da membrana plasmática. Muitos movimentos executados por células 
animais e vegetais são possíveis graças aos microfilamentos de actina. 
 
Os microtúbulos, por sua vez, são filamentosmais grossos, de cerca de 20 a 25 nm de diâmetro, que 
funcionam como verdadeiros andaimes de todas as células eucarióticas. São, como o nome diz, 
tubulares, rígidos e constituídos por moléculas de proteínas conhecidas como tubulinas, dispostas 
helicoidalmente, formando um cilindro. Um exemplo, desse tipo de filamento é o que organiza o chamado 
fuso de divisão celular. Nesse caso, inúmeros microtúbulos se originam e irradiam a partir de uma região 
da célula conhecida como centrossomo (ou centro celular) e desempenham papel extremamente 
importante na movimentação dos cromossomos durante a divisão de uma célula. 
 
Outro papel atribuído aos microtúbulos é o de servir como verdadeiras “esteiras” rolantes que permitem 
o deslocamento de substâncias, de vesículas e de organoides como as mitocôndrias e cloroplastos pelo 
interior da célula. Isso é possível a partir da associação de proteínas motoras com os microtúbulos. Essas 
proteínas motoras ligam-se de um lado, aos microtúbulos e, do outro, à substância ou organoide que será 
transportado, promovendo o seu deslocamento. Por exemplo, ao longo do axônio (prolongamento) de um 
neurônio, as proteínas motoras conduzem, ao longo da “esteira” formada pelos microtúbulos, diversas 
substâncias para as terminações do axônio e que terão importante participação no funcionamento da 
célula nervosa. 
 
Filamentos Intermediários 
 Os filamentos intermediários são assim chamados por terem um diâmetro intermediário – cerca de 
10nm – em relação aos outros dois tipos de filamentos proteicos. 
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Nas células que revestem a camada mais externa da pele existe grande quantidade de um tipo de 
filamento intermediário chamado queratina. Um dos papéis desse filamento é impedir que as células 
desse tecido se separem ou rompam ao serem submetidas, por exemplo, a um estiramento. Além de 
estarem espalhadas pelo interior das células, armando-as, moléculas de queratina promovem uma 
“amarração” entre elas em determinados pontos, o que garante a estabilidade do tecido no caso da ação 
de algum agente externo que tente separá-las. Esse papel é parecido ao das barras de ferro que são 
utilizadas na construção de uma coluna de concreto. Outras células possuem apreciável quantidade de 
outros filamentos intermediários. É o caso das componentes dos tecidos conjuntivos e dos 
neurofilamentos encontrados no interior das células nervosas. 
 
 
Movimentos do hialoplasma 
1.1 Ciclose 
Células vivas observadas ao microscópio óptico mostram a existência de um movimento orientado da 
parte sol do hialoplasma (endoplasma), que arrasta orgânulos nele mergulhados. Este nome recebe o 
nome de ciclose e é facilmente observado em células vegetais, em que os cloroplastos- verdes, grandes, 
bem visíveis- são arrastados pelas correntes do citoplasma. Este fenômeno existe, aparentemente, em 
todas as células de eucariontes vivas, sejam elas animais ou vegetais. 
 
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1.2 Movimento ameboide 
Certas células, como as bactérias e os glóbulos brancos, podem modificar sua forma, surgindo assim 
os pseudópodes (=falsos pés). Os pseudópodes estão relacionados com a locomoção ou com a 
habilidade de fagocitar alimentos. A formação de pseudópodes depende de um movimento especial do 
hialoplasma celular, chamado movimento ameboide. 
 
2. O retículo endoplasmático 
Consiste em uma complexa rede de membranas duplas lipoproteicas que está espalhada por todo o 
hialoplasma. Essas membranas duplas formam sacos achatados (também chamados de cisternas); 
vacúolos que armazenam substâncias de reservas; vesículas (bolsinhas), que podem se desprender do 
restante das membranas; e túbulos, que fazem a comunicação de sacos membranosos. 
Pode-se distinguir dois tipos de retículo: rugoso (ou granular) e liso (ou agranular). 
 
Retículo endoplasmático rugoso (RER) e liso (REL) 
O retículo endoplasmático rugoso (RER), também chamado de ergastoplasma, é formado por sacos 
achatados, cujas membranas têm aspecto verrugoso devido à presença de grânulos – os ribossomos – 
aderidos à sua superfície externa (voltada para o citosol). Já o retículo endoplasmático liso (REL) é 
formado por estruturas membranosas tubulares, sem ribossomos aderidos, e, portanto, de superfície lisa. 
 
 
Os papéis do retículo endoplasmático 
O retículo endoplasmático, devido à grande superfície de suas membranas, desempenha alguns 
papéis básicos no interior da célula: 
- Transporta substâncias, uma vez que apresenta uma verdadeira rede de comunicação entre as 
diversas regiões da célula. 
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- Armazena materiais, principalmente no interior dos vacúolos, grandes espaços envolvidos por 
membrana plasmática. 
- Facilita muitas reações químicas do citoplasma, devido à associação de suas membranas com várias 
enzimas. 
- Sintetiza lipídios, como triglicerídeos, fosfolipídios e esteroides. Em células secretoras de hormônios 
sexuais, que são na realidade esteroides, o retículo apresenta –se bem desenvolvido. 
 
O retículo rugoso (ergastoplasma), desempenha todas as funções do reticulo liso. Além disso, devido 
a presença de ribossomos, está intimamente relacionado a síntese proteica. 
 
3. Os ribossomos 
Os ribossomos são organelas celulares presentes em todo o citoplasma de células eucariontes quanto 
procariontes. Elas tem como função sintetizar proteínas que serão utilizadas em processos internos da 
célula. 
Eles podem estar agrupados em fila, com a ajuda de uma fita de RNA (formando os polirribossomos), 
espalhados no citoplasma (ou hialoplasma), ou grudados na parede do retículo endoplasmático, dando 
origem ao retículo endoplasmático rugoso. 
 
4. O complexo golgiense 
O complexo golgiense está presente em quase todas as células eucarióticas (núcleo organizado), e é 
constituído por dobras de membranas e vesículas. Sua função primordial é o processamento de proteínas 
ribossômicas e a sua distribuição por entre essas vesículas. Funciona, portanto, como uma espécie de 
sistema central de distribuição na célula, atuando como centro de armazenamento, transformação, 
empacotamento e secreção de substâncias. 
O complexo golgiense é responsável também pela formação dos lisossomos, da lamela média dos 
vegetais, do acrossomo do espermatozoide, do glicocálix e está ligado à síntese de polissacarídeos. 
Acredita-se, ainda, que a organela seja responsável por alguns processos pós-traducionais, tais como 
adicionar sinalizadores às proteínas, que as direcionam para os locais da célula onde atuarão. 
A maior parte das vesículas transportadoras que saem do retículo endoplasmático, e em particular do 
retículo endoplasmático rugoso, são transportadas até o complexo de Golgi, onde são modificadas, 
ordenadas e enviadas na direção dos seus destinos finais. A organela está presente na maior parte das 
células eucarióticas, mas tende a ser mais proeminente nas células de órgãos responsáveis pela 
secreção de certas substâncias, tais como o pâncreas, a hipófise e a tireoide. 
 
 
5. Os lisossomos 
Os lisossomos são pequenas vesículas, formadas pelo complexo golgiense, repletas de enzimas 
digestivas de todos os tipos. Assim, estão diretamente relacionados com a digestão intracelular de 
materiais diversos. 
As enzimas presentes nos lisossomos, assim como qualquer outra proteínas, são produzidas nos 
ribossomos. Em seguida, são transferidas para o complexo golgiense, que finalmente as “empacota” em 
vesículas que são liberadas no hialoplasma celular. Essas vesículas são os lisossomos propriamente 
ditos, também chamados de lisossomos primários. Quando a célula engloba alguma partícula externa, 
como de alimento, por exemplo,forma-se um vacúolo alimentar, ou fagossomo. Um lisossomo se funde 
então ao vacúolo alimentar. Diante disso, as enzimas digestivas presente no lisossomo ficam em contato 
com a partícula a ser digerida, formando o vacúolo digestivo ou lisossomo secundário. As moléculas de 
nutrientes provenientes da digestão podem sair do vacúolo digestivo através de sua membrana e difundir-
se para o hialoplasma. No agora chamado vacúolo residual funde-se a membrana plasmática e despeja 
seu conteúdo para o meio externo, num processo chamado defecação celular ou clasmocitose. 
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Os lisossomos podem também digerir o material proveniente da própria célula. Orgânulos fora de uso, 
por exemplo, são digeridos, e as moléculas que o compões são reaproveitadas pela célula. Neste caso, 
o lisossomo primário engloba o orgânulo, constituindo um vacúolo digestivo especial chamado de 
vacúolo autofágico, (auto= a si mesmo, fago= comer). 
 
 
6. Os peroxissomos 
Os peroxissomos são organelas membranosas que contêm alguns tipos de enzimas digestivas. Sua 
semelhança com os lisossomos fez com que fossem confundidos com eles até bem pouco tempo. 
Entretanto, hoje se sabe que os peroxissomos diferem dos lisossomos principalmente quanto ao tipo de 
enzimas que possuem. 
Os peroxissomos, além de conterem enzimas que degradam gorduras e aminoácidos, têm também 
grandes quantidades da enzima catalase. A catalase converte o peróxido de hidrogênio, popularmente 
conhecido como água oxigenada (H2O2), e água e gás oxigênio. A água oxigenada se forma normalmente 
durante a degradação de gorduras e de aminoácidos, mas, em grande quantidade, pode causar lesões à 
célula. 
 
 
 
7. As mitocôndrias 
As mitocôndrias estão diretamente relacionadas com a respiração celular aeróbica. No seu interior 
ocorre a oxidação de substâncias derivadas da glicose, com a consequente liberação de energia sob a 
forma de moléculas de ATP. Para as mitocôndrias funcionarem, se faz necessária a presença de oxigênio. 
Os resíduos produzidos nesta reação são o CO2 e a H2O. 
As mitocôndrias são delimitadas por duas membranas lipoprotéicas semelhantes às demais 
membranas celulares. Enquanto a membrana externa é lisa, a membrana interna possui inúmeras 
pregas – as cristas mitocondriais – que se projetam para o interior da organela. A cavidade interna das 
mitocôndrias é preenchida por um fluido denominado matriz mitocondrial, onde estão presentes 
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diversas enzimas, além de DNA e RNA e pequenos ribossomos e substâncias necessárias à fabricação 
de determinadas proteínas. 
 
 
8. Os cloroplastos 
Os cloroplastos são os organoides responsáveis pelo processo de fotossíntese. Assim, enquanto as 
mitocôndrias consomem matéria orgânica, oxidando-a, os cloroplastos produzem-na. Veja o esquema 
abaixo que representa esse processo: 
 
 
Com relação a estrutura os cloroplastos têm certa semelhança com as mitocôndrias: também possuem 
duas membrana lipoproteicas envolventes. Além disso, existem sacos membranosos chamados lamelas, 
e estruturas semelhantes a moedas, chamadas tilacóides. Uma pilha de tilacóides chama-se granum (o 
termo grana representa o plural de granum). Lamelas e grana são ricas em clorofila, e estão mergulhadas 
numa material denominado estroma. Veja o esquema abaixo: 
 
 
9. Os centríolos 
Os centríolos são organelas que não estão envolvidas por membrana e que participam do progresso 
de divisão celular em células animais. Nas células de fungos complexos, plantas superiores 
(gimnospermas e angiospermas) e nematoides não existem centríolos. Eles estão presentes na maioria 
das células de animais, algas e vegetais inferiores como as briófitas (musgos) e pteridófitas 
(samambaias). 
Estruturalmente, são constituídos por um total de nove trios de microtúbulos proteicos, que se 
organizam em cilindro. 
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. 41 
 
São autoduplicáveis no período que precede a divisão celular, migrando, logo a seguir, para os polos 
opostos da célula. 
Uma das providências que a fábrica celular precisa tomar é a construção de novas fábricas, isto é, a 
sua multiplicação. Isso envolve uma elaboração prévia de uma série de “andaimes” proteicos, o chamado 
fuso de divisão, formado por inúmeros filamentos de microtúbulos. Embora esses microtúbulos não sejam 
originados dos centríolos e sim de uma região da célula conhecido como centrossomo, é comum a 
participação deles no processo de divisão de uma célula animal. Já em células de vegetais superiores, 
como não existem centríolos, sua multiplicação se processa sem eles. 
 
10. Cílios e flagelos 
Os cílios e flagelos são estruturas móveis, encontradas externamente em células de diversos seres 
vivos. Os cílios são curtos e podem ser relacionados à locomoção e a remoção de impurezas. Nas células 
que revestem a traqueia humana, por exemplo, os batimentos ciliares empurram impurezas provenientes 
do ar inspirado, trabalho facilitado pela mistura com o muco que, produzido pelas células da traquéia, 
lubrifica e protege a traquéia. Em alguns protozoários, por exemplo, o paramécio, os cílios são utilizados 
para a locomoção. 
 
Os flagelos são longos e também se relacionam a locomoção de certas células, como a de alguns 
protozoários (por exemplo, o tripanossomo causador da doença de Chagas) e a do espermatozoide. 
Em alguns organismos pluricelulares, por exemplo, nas esponjas, o batimento flagelar cria correntes 
de água que percorrem canais e cavidades internas, trazendo, por exemplo, partículas de alimento. 
Estruturalmente, cílios e flagelos são idênticos. Ambos são cilíndricos, exteriores as células e cobertos 
por membrana plasmática. Internamente, cada cílio ou flagelo é constituído por um conjunto de nove 
pares de microtúbulos periféricos de tubulinas, circundando um par de microtúbulos centrais. É a 
chamada estrutura 9 + 2. 
 
Fonte: 
fttp://www.elsevier.es/publicaciones/1698031X/0000000400000001/v0_201308021011/13089233/v0_20
1308021012/pt/main. assets/262v4n1-13089233fig03.jpg 
 
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10. Os vacúolos 
 
Os vacúolos são cavidades existentes no interior do citoplasma, que surgiram a partir do 
desenvolvimento de vesículas do retículo endoplasmático. Essas cavidades contêm água e substâncias 
dissolvidas. Em certos casos, podem se originar a partir da membrana plasmática (fagocitose e 
pinocitose). Podemos considerar os seguintes tipos de vacúolos: 
10.1 Vacúolo alimentar ou fagossomo 
São comuns em organismos em que a digestão é intracelular. A célula engloba uma partícula através 
da fagocitose, que é introduzida no interior do citoplasma. 
10.2 Vacúolos digestivos 
Quando o vacúolo alimentar se funde com o lisossomo, o vacúolo resultante, onde ocorre a digestão 
de substâncias ingeridas pela célula, é chamado de vacúolo digestivo. 
10.3 Vacúolos contráteis 
Os vacúolos pulsáteis ou contráteis são organelas citoplasmáticas existentes na célula de alguns 
protozoários como o Paramecium, que realizam a osmorregulação, ou seja, o controle do volume celular, 
e deixam o meio externo com concentração idêntica ao meio interno do ser vivo, permitindo a expulsão 
do excesso de água com excretas tóxicas ao organismo. 
 
 
10. 4 Vacúolos de células vegetais 
Os vacúolos das células vegetais são regiões expandidas do retículo endoplasmático. Em células 
vegetais jovens observam-se algumas dessas regiões, formando pequenos vacúolos isolados um do 
outro. Mas, à medida que a célula atinge a fase adulta, esses pequenos vacúolos se fundem, formando-
se um único, grande e central, com ramificações que lembramsua origem reticular. A expansão do 
vacúolo leva o restante do citoplasma a ficar comprimido e restrito à porção periférica da célula. Além 
disso, a função do vacúolo é regular as trocas de água que ocorrem na osmose. 
 
 
11. Plastos 
Os plastos são orgânulos citoplasmáticos encontrados nas células de plantas e de algas. Sua forma 
e tamanho variam conforme o tipo de organismo. Em algumas algas, cada célula possui um ou poucos 
plastos, de grande tamanho e formas características. Já em outras algas e nas plantas em geral, os 
plastos são menores e estão presentes em grande número por célula. 
Os plastos podem ser separados em duas categorias: 
- Cromoplastos que apresentam pigmentos em seu interior. O cromoplasto mais frequente nas plantas 
é o cloroplasto, cujo principal componente é a clorofila, de cor verde. Há também plastos vermelhos, os 
eritroplastos (do grego eritros, vermelho), que se desenvolvem, por exemplo, em frutos maduros de 
tomate. 
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. 43 
- Leucoplastos: São aqueles que não possuem nenhum pigmento, seu sistema de membranas interno 
não é muito elaborado e funcionam armazenando substâncias. Seu nome muda de acordo com a 
substância que é encontrada em seu interior: 
- Amiloplastos: Acumulam amido; 
- Proteinoplastos: Acumulam proteínas; 
- Elaioplastos ou oleoplastos: Acumulam substâncias lipofílicas. 
 
Os componentes do núcleo 
O núcleo das células que não estão em processo de divisão apresenta um limite bem definido, devido 
à presença da carioteca ou membrana nuclear, visível apenas ao microscópio eletrônico. A maior parte 
do volume nuclear é ocupada por uma massa filamentosa denominada cromatina. Existem ainda um ou 
mais corpos densos (nucléolos) e um líquido viscoso (cariolinfa ou nucleoplasma). 
 
Nucleoplasma ou suco nuclear 
O nucleoplasma é o material gelatinoso que preenche o espaço interno do núcleo. Embora muitos 
citologistas anteriores a ele já tivessem observados núcleos, não haviam compreendido a enorme 
importância dessas estruturas para a vida das células. O grande mérito de Brown foi justamente 
reconhecer o núcleo como componente fundamental das células. O nome que ele escolheu expressa 
essa convicção: a palavra “núcleo” vem do grego nux, que significa semente. Brown imaginou que o 
núcleo fosse a semente da célula, por analogia aos frutos. 
 
A carioteca 
A carioteca (do grego karyon, núcleo e theke, invólucro, caixa) é um envoltório formado por duas 
membranas lipoprotéicas cuja organização molecular é semelhante as demais membranas celulares. 
Entre essas duas membranas existe um estreito espaço, chamado cavidade perinuclear. A face externa 
da carioteca, em algumas partes, se comunica com o retículo endoplasmático e, muitas vezes, apresenta 
ribossomos aderidos à sua superfície. Neste caso, o espaço entre as duas membranas nucleares é uma 
continuação do espaço interno do retículo endoplasmático. 
 
 
Poros da carioteca 
A carioteca é perfurada por milhares de poros, através das quais determinadas substâncias entram e 
saem do núcleo. Os poros nucleares são mais do que simples aberturas. Em cada poro existe uma 
complexa estrutura proteica que funciona como uma válvula, abrindo-se para dar passagem a 
determinadas moléculas e fechando-se em seguida. Dessa forma, a carioteca pode controlar a entrada e 
a saída de substâncias. 
 
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. 44 
A face interna da carioteca encontra-se a lâmina nuclear, uma rede de proteínas que lhe dá 
sustentação. A lâmina nuclear participa da fragmentação e da reconstituição da carioteca, fenômenos 
que ocorrem durante a divisão celular. 
 
Os nucléolos 
Na fase que a célula eucariótica não se encontra em divisão é possível visualizas vários nucléolos, 
associados a algumas regiões específicas da cromatina. Cada nucléolo é um corpúsculo esférico, não 
membranoso, de aspecto esponjoso quando visto ao microscópio eletrônico, rico em RNA ribossômico (a 
sigla RNA provém do inglês RiboNucleic Acid). Este RNA é um ácido nucléico produzido a partir o DNA 
das regiões específicas da cromatina e se constituirá um dos principais componentes dos ribossomos 
presentes no citoplasma. É importante perceber que ao ocorrer a espiralação cromossômica os nucléolos 
vão desaparecendo lentamente. Isso acontece durante os eventos que caracterizam a divisão celular. O 
reaparecimento dos nucléolos ocorre com a desespiralação dos cromossomos, no final da divisão do 
núcleo. 
 
A cromatina 
A cromatina é um conjunto de fios muito longos e finos, emaranhados desordenadamente no interior 
do núcleo. Ela contém a substância, associada com proteínas, na qual se encontra a informação genética: 
o DNA (ácido desoxirribonucleico). O DNA é responsável pelo controle da atividade celular e o comando 
da reprodução da célula. 
Na interfase, a cromatina se organiza em dois estados diferentes. A maior parte é formada por 
filamentos desespiralados e pouco condensados, constituindo a eucromatina. O restante do material é 
formado por regiões espiraladas, muito condensadas e evidentes, formando a heterocromatina. Essa 
desigualdade estrutura, com dias regiões distintas da cromatina, está associada a diferenças funcionais 
do material genético. 
 
 
 
6Os cromossomos 
Os filamentos de cromatina na interfase são muitos longos, emaranhados e misturados, a divisão 
celular, os fios enrolam-se, tornando-se mais curtos e grossos, o que facilita a separação do material 
genético. Desse modo, eles se individualizam em bastonetes denominados cromossomos. 
Durante a interfase, o material genético que forma a cromatina duplica-se. Cada fio de cromatina forma 
um novo, igual a ele. Assim, no início do processo de divisão, cada cromossomo está formado por dois 
filamentos idênticos, as cromátides-irmãs. Elas estão ligadas entre si por um estrangulamento - o 
centrômero, ou constituição primária. A presença do centrômero é obrigatória e fundamental para o 
cromossomo, e sua função será estuda na divisão celular. 
 
 
 
 
6 6 Uzunian, A.; Castro, N. H. C..; Sasson, S. 2012. Biologia 1p.113 
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. 45 
As partes de um cromossomo separadas pelo centrômero são chamadas braços cromossômicos. A 
relação de tamanho entre os braços cromossômicos, determinada pela posição do centrômero, permite 
classificar os cromossomos em quatro tipos: 
-Metacêntrico: possuem o centrômero no meio, formando dois braços de mesmo tamanho; 
-Submetacêntricos: possuem o centrômero um pouco deslocado da região mediana, formando dois 
braços de tamanhos desiguais; 
-Acrocêntricos: possuem o centrômero bem próximo a uma das extremidades, formando um braço 
grande e outro muito pequeno; 
-Telocêntricos: possuem o centrômero em um das extremidades, tendo apenas um braço. 
 
O número de cromossomos é fixo nos indivíduos de determinada espécie, mas não e exclusivo dela. 
Espécies diferentes apresentam o mesmo número de cromossomos; por exemplo, a seringueira, a 
mandioca, a barata e o caramujo têm 36 cromossomos nas células. 
 
 
Geralmente, os cromossomos das células somáticas (não relacionados com a reprodução) são 
encontrados aos pares. Esses cromossomos que formam pares são denominados homólogos e têm a 
mesma forma, o mesmo tamanho e a mesma sequência de genes. Os genes que ocupam a mesma 
posição (loco, ou locus) em cromossomos homólogos são chamados de genes alelos. 
 
 
 
Células que apresentam todos os seus cromossomos distribuídos em pares homólogos são células 
diploides ou 2n. As células somáticas (dos órgãos do corpo) na maioria dos organismos são diploides, 
inclusive as humanas. 
Quando uma célula nãopossui pares de cromossomos homólogos, mas só um representante de cada 
par, ela é haploide ou n. Os gametas (células reprodutoras) são exemplos de células haploides. 
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A maioria das espécies possui um número diploide de cromossomos nas células somáticas. O número 
2n no homem é 46, no cachorro 78, e na mosca 12. Na reprodução sexuada ocorre a união de dois 
gametas, que devem ser haploides, para manter o número 2n da espécie. Assim, a fecundação (união 
entre os gametas) restabelece o número 2n de cromossomos ao formar o zigoto, que é a primeira célula 
de um organismo. 
 O conjunto haploide de cromossomos de uma espécie constitui a bagagem cromossômica de um 
gameta, sendo a contribuição genética de cada genitor para o filho. Assim, o conjunto haploide humano 
é 23, e o do cachorro 39. 
 Resumindo... Cromatina e cromossomos são dois diferentes aspectos do mesmo material. 
 
Constituição química e arquitetura dos cromossomos 
Descobrir a natureza química dos cromossomos foi uma árdua tarefa que mobilizou centenas de 
cientistas e muitos anos de trabalho. O primeiro constituinte cromossômico a ser identificado foi o ácido 
desoxirribonucleico, o DNA. Em 1924, o pesquisador alemão Robert J. Feugen desenvolveu uma técnica 
especial de coloração que permitiu demonstrar que o DNA é um dos principais componentes dos 
cromossomos. Alguns anos mais tarde, descobriu-se que a cromatina também é rica em proteínas 
denominadas histonas. 
 
Divisão celular (mitose e meiose, e suas fases) 
Do mesmo modo que uma fábrica pode ser multiplicada pela construção de várias filiais, também as 
células se dividem e produzem cópias de si mesmas. Há dois tipos de divisão celular: mitose e meiose. 
Na mitose, a divisão de uma “célula-mãe” duas “células-filhas” geneticamente idênticas e com o mesmo 
número cromossômico que existia na célula-mãe. Uma célula n produz duas células n, uma célula 2n 
produz duas células 2n etc. Trata-se de uma divisão equacional. Já na meiose, a divisão de uma “célula-
mãe” 2n gera “células-filhas” n, geneticamente diferentes. Neste caso, como uma célula 2n produz quatro 
células n, a divisão é chamada reducional. 
O principal ponto em comum entre esses dois processos é o fato de que qualquer célula, antes de 
entrar em mitose ou meiose, deve duplicar seu material genético. 
Essa duplicação ocorre durante a interfase, período no qual a célula não está em divisão, porem 
apresenta grande atividade, sintetizando material para seu funcionamento, crescimento e preparando-se 
para a divisão. 
Costuma-se dividir a interfase em três períodos distintos: G1, S e G2. O intervalo de tempo em que 
ocorre a duplicação do DNA foi denominado de S (síntese) e o período que antecede é conhecido como 
G1 (G1 provém do inglês gap, que significa “intervalo”). O período que sucede o S é conhecido como G2. 
 
 
 
O ciclo celular todo, incluindo a interfase (G1, S, G2) e a mitose (M) – prófase, metáfase, anáfase e 
telófase – pode ser representado em um gráfico no qual se coloca a quantidade da DNA na ordenada (y) 
e o tempo na abscissa (x). 
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Mitose 
 
A mitose é o processo de divisão celular que forma células-filhas com o mesmo número de 
cromossomos da célula-mãe. Por meio da mitose, uma célula com o número x de cromossomos (n, 2n, 
3n) divide-se em duas células com o mesmo número x de cromossomos. 
Desse modo, a mitose mantem constante o número de cromossomos das células, formando células 
idênticas à célula inicial, condição essencial para o crescimento dos organismos pluricelulares. 
Todos os seres vivos começam por uma única célula, que, nos organismos pluricelulares se divide, 
formando as células do corpo. A mitose permite, assim, a construção dos organismos animais e vegetais. 
O aumento do número de células provoca o crescimento dos indivíduos. À medida que ocorre a 
formação da células por mitose há também um processo de especialização complexo- a diferenciação 
celular. Ela possibilita a transformação das células, de modo a realizar as diferentes funções orgânicas e 
a construir os órgãos e tecidos do corpo. 
Além de promover o crescimento, a mitose é necessária aos processos de regeneração do organismo, 
pois é por meio dela que se dá a reposição de células, para substituir células mortas. 
 
Os cromossomos durante a mitose 
 
Os cromossomos iniciam a mitose já duplicados, com duas cromátides ligadas pelo centrômero, pois 
a duplicação do DNA já ocorreu na intérfase. 
Durante mitose, as cromátides se separam, permitindo a divisão dos cromossomos, que são levados 
para as células-filhas. Isso possibilita que cada célula resultante da mitose receba o mesmo número de 
cromossomos da célula inicial. 
A mitose é um mecanismo de divisão reducional (R), porque mantém constante o número de 
cromossomos das células. 
 
As fases da mitose 
 
A mitose é um processo contínuo de divisão celular, mas, por motivos didáticos, para melhor 
compreendê-la, vamos dividi-la em fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase. Alguns autores 
costumam citar uma quinta fase – a prometáfase – intermediária entre a prófase e a metáfase. O final da 
mitose, com a separação do citoplasma, é chamado de citocinese. 
 
Prófase 
 
- Os cromossomos começam a ficar visíveis devido à espiralação. 
- O nucléolo começa a desaparecer. 
- Organiza-se em torno do núcleo um conjunto de fibras (nada mais são do que microtúbulos) 
originadas a partir dos centrossomos, constituindo o chamado fuso de divisão (ou fuso mitótico). 
Embora os centríolos participem da divisão, não é deles que se originam as fibras do fuso. Na mitose 
em célula animal, as fibras que se situam ao redor de cada par de centríolos opostas ao fuso constituem 
o áster (do grego, aster = estrela). 
- O núcleo absorve água, aumento de volume e a carioteca se desorganiza. 
- No final da prófase, curtas fibras do fuso, provenientes do centrossomos, unem-se aos centrômeros. 
Cada uma das cromátides-irmãs fica ligada a um dos polos da célula. 
 
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Metáfase 
 
 Os cromossomos atingem o máximo em espiralação, encurtam e se localizam na região equatorial da 
célula. 
- No finalzinho da metáfase e início da anáfase ocorre a duplicação dos centrômeros. 
 
 
 
Anáfase 
 
As fibras do fuso começam a encurtar. Em consequência, cada lote de cromossomos-irmãos é puxado 
para os polos opostos da célula. 
Como cada cromátide passa a ser um novo cromossomo, pode-se considerar que a célula fica 
temporariamente tetraploide. 
 
 
Telófase 
 
- Os cromossomos iniciam o processo de desespirilação. 
- Os nucléolos reaparecem nos novos núcleos celulares. 
- A carioteca se reorganiza em cada núcleo-filho. 
- Cada dupla de centríolos já se encontra no local definitivo nas futuras células-filhas. 
 
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Citocinese – Separando as células 
 
A partição em duas copias é chamada de citocinese e ocorre, na célula animal, de fora para dentro, 
isto é, como se a célula fosse estrangulada e partida em duas (citocinese centrípeta). Há uma distribuição 
de organelas pelas duas células-irmãs. Perceba que a citocinese é, na verdade a divisão do citoplasma. 
Essa divisão pode ter início já na anáfase, dependendo da célula. 
 
 
Função da mitose 
 
A mitose é um tipo de divisão muito frequente entre os organismos da Terra atual. Nos unicelulares, 
serve à reprodução assexuada e à multiplicação dos organismos. Nos pluricelulares, ela repara tecidos 
lesados, repões células que normalmente morrem e também está envolvida no crescimento.No homem, 
a pele, a medula óssea e o revestimento intestinal são locais onde a mitose é frequente. Nem todas as 
células do homem, porém, são capazes de realizar mitose. Neurônios e célula musculares são dois tipos 
celulares altamente especializados em que não ocorre esse tipo de divisão (ocorre apenas na fase 
embrionária). Nos vegetais, a mitose ocorre em locais onde existem tecidos responsáveis pelo 
crescimento, por exemplo, na ponta de raízes, na ponta de caules e nas gemas laterais. Serve também 
para produzir gametas, ao contrário do que ocorre nos animais, em que a meiose é o processo de divisão 
mais diretamente associado à produção das células gaméticas. 
 
Meiose 
 
As células somáticas de um organismo humano possuem um número diploide de 46 cromossomos em 
seus núcleos. Elas foram formadas de um célula inicial, o zigoto, ou célula ovo, originada da fecundação. 
O zigoto dividiu-se por mitose para originar as células somáticas. 
O zigoto tem 46 cromossomos e é formado pela união dos gametas masculinos e femininos. Para que 
o zigoto tenha 16 cromossomos, os gametas devem apresentar 23 cromossomos cada. 
No homem, e na maioria das espécies pluricelulares, encontramos células somáticas diploides e, para 
permitir a reprodução sexuada, gametas haploides. 
Para possibilitar a formação desses gametas (haploides-n), a partir de células duplóides, existe um 
processo especial de divisão chamado meiose. 
A meiose é um mecanismos de divisão reducional (R), pelo qual uma célula 2n (diploide) forma quatro 
células n (haploides), após duas divisões consecutivas. 
A meiose está associado a reprodução sexuada, possibilitando a preservação da espécies, mas não 
é indispensável para a sobrevivência do indivíduo. 
 
 
 
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As fases da meiose 
 
A redução do número cromossômico da célula é importante fator para a conservação do lote 
cromossômico das espécies, pois como a meiose formam-se gametas com a metade do lote 
cromossômico. Quando ocorre a fecundação, o número de cromossomos da espécie se restabelece. 
Podemos estudar a meiose em duas etapas, separadas por um curto intervalo, chamado intercinese. Em 
cada etapa, encontramos as fases estudadas na mitose, ou seja, prófase, metáfase, anáfase e telófase. 
 
Vamos supor uma célula 2n = 2 e estudar os eventos principais da meiose nessa célula. 
 
Meiose I (Primeira Divisão Meiótica) 
 
Prófase I – É a etapa mais marcante da meiose. Nela ocorre o pareamento dos cromossomos 
homólogos e pode acontecer um fenômeno conhecido como crossing-over (também chamado de 
permuta). Como a prófase I é longa, há uma sequência de eventos que, para efeito de estudo, pode ser 
dividida nas seguintes etapas: 
- Inicia-se a espiralação cromossômica. É a fase de leptóteno (leptós = fino), em que os filamentos 
cromossômicos são finos, pouco visíveis e já constituídos cada um por duas cromátides. 
 
 
 
Começa a atração e o pareamento dos cromossomos homólogos; é um pareamento ponto por ponto 
conhecido como sinapse (o prefixo sin provém do grego e significa união). Essa é a fase de zigóteno 
(zygós = par). 
 
 
- A espiralação progrediu: agora, são bem visíveis as duas cromátides de cada homólogo pareado; 
como existem, então, quatro cromátides, o conjunto forma uma tétrade ou par bivalente. Essa é a fase de 
paquíteno (pakhús = espesso). 
 
 
- Ocorrem quebras casuais nas cromátides e uma troca de pedaços entre as cromátides homólogas, 
fenômeno conhecido como crossing-over (ou permuta). Em seguida, os homólogos se afastam e 
evidenciam-se entre eles algumas regiões que estão ainda em contato. Essas regiões são conhecidas 
como quiasmas (qui corresponde à letra “x” em grego). Os quiasmas representam as regiões em que 
houve as trocas de pedaços. Essa fase da prófase I é o diplóteno (diplós = duplo). 
 
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- Os pares de cromátides afastam-se um pouco mais e os quiasmas parecem “escorregar” para as 
extremidades; a espiralação dos cromossomos aumenta é a última fase da prófase I, conhecida por 
diacinese (dia = através; kinesis = movimento). 
 
 
 
Enquanto acontecem esses eventos, os centríolos, que vieram duplicado da interfase, migram para os 
polos opostos e organizam o fuso de divisão; os nucléolos desaparecem; a carioteca se desfaz após o 
término da prófase I, prenunciando a ocorrência da metáfase I. 
 
Metáfase I – os cromossomos homólogos pareados se dispõem na região mediana da célula; cada 
cromossomo está preso a fibras de um só polo. 
 
 
 
Anáfase I – o encurtamento das fibras do fuso separa os cromossomos homólogos, que são 
conduzidos para polos opostos da célula, não há separação das cromátides-irmãs. Quando os 
cromossomos atingem os polos, ocorre sua desespiralação, embora não obrigatória, mesmo porque a 
segunda etapa da meiose vem a seguir. Às vezes, nem mesmo a carioteca se reconstitui. 
 
 
 
Telófase I – no final desta fase, ocorre a citocinese, separando as duas células-filhas haploides. Segue-
se um curto intervalo a intercinese, que procede a prófase II. 
 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
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Meiose II (segunda divisão meiótica) 
 
Prófase II – cada uma das duas células-filhas tem apenas um lote de cromossomos duplicados. Nesta 
fase os centríolos duplicam novamente e as células em que houve formação da carioteca, esta começa 
a se desintegrar. 
 
 
 
Metáfase II - como na mitose, os cromossomos prendem-se pelo centrômero às fibras do fuso, que 
partem de ambos os polos. 
 
 
 
Anáfase II – Ocorre duplicação dos centrômeros, só agora as cromátides-irmãs separam-se 
(lembrando a mitose). 
 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
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Telófase II e citocinese – com o término da telófase II reorganizam-se os núcleos. A citocinese separa 
as quatro células-filhas haploides, isto é, sem cromossomos homólogos e com a metade do número de 
cromossomos em relação à célula que iniciou a meiose. 
 
 
Variabilidade: Entendendo o crossing-over 
 
A principal consequência da meiose, sem dúvida, é o surgimento da diversidade entre os indivíduos 
que são produzidos na reprodução sexuada da espécie. A relação existente entre meiose e variabilidade 
é baseada principalmente na ocorrência de crossing-over. 
 
Meiose com crossing-over 
O crossing é um fenômeno que envolve cromátides homólogas. Consiste na quebra dessas cromátides 
em certos pontos, seguida de uma troca de pedaços (quiasmas) correspondentes entre elas. As trocas 
provocam o surgimento de novas sequências de genes ao longo dos cromossomos. Assim, se em um 
cromossomo existem vários genes combinados segundo uma certa sequência, após a ocorrência do 
crossing a combinação pode não ser mais a mesma. Então, quando se pensa no crossing, é comum 
analisar o que aconteceria, por exemplo, quanto à combinação entre os genes alelos A e a e B e b no par 
de homólogos ilustrados na figura. Nessa combinação o gene A e B encontram-se em um mesmo 
cromossomo, enquanto a e b estão no cromossomo homólogo. Se a distância de A e B for considerável, 
é grande a chance de ocorrer uma permuta. E, se tal acontecer, uma nova combinação gênica poderá 
surgir. As combinações Ab e aB são novas. São recombinações gênicas que contribuem para a geração 
de maior variabilidade nas células resultantes da meiose. Se pensarmos na existência de três genes 
ligados em um mesmo cromossomo (A, b e C, por exemplo), as possibilidades de ocorrência de crossings 
dependerão da distância em que os genes se encontram – caso estejam distantes, a variabilidade 
produzida será bem maior. 
 
Codificação da informação genéticaA descoberta do DNA ocorreu em 1869 e foi feita pelo bioquímico alemão Johann Friedrich Miescher 
(1844-1895). Miescher buscava determinar os componentes químicos do núcleo celular e usava os 
glóbulos brancos contidos no pus para suas pesquisas. Os glóbulos brancos eram um bom material pois 
são células que apresentam núcleos grandes e fáceis de serem isolados do citoplasma. Além disso, o 
pus era muito fácil de se conseguir na época em ataduras usadas em ferimentos. 
Analisando os núcleos, Miescher descobriu a presença de um composto de natureza ácida que era 
desconhecido até o momento. Esse composto era rico em fósforo e em nitrogênio, era desprovido de 
enxofre e resistente à ação da pepsina (enzima proteolítica). Esse composto, que aparentemente era 
constituído de moléculas grandes, foi denominado, por Miescher, nucleína. Essa substância foi isolada 
também da cicatriculada gema do ovo de galinha e de espermatozoides de salmão. 
Em 1880, outro pesquisador alemão, Albrecht Kossel (1883-1927), demonstrou que a nucleína 
continha bases nitrogenadas em sua estrutura, explicando o fato da nucleína ser rica em nitrogênio. Nove 
anos depois, Richard Altmann (1852-1900), que era aluno de Miescher, obteve a nucleína com alto grau 
de pureza, comprovando sua natureza ácida e dando-lhe, então, o nome de ácido nucléico. A partir daí, 
o material mais utilizado para estudo e obtenção do ácido nucléico passou a ser o timo de bezerro, cujo 
tecido apresenta células com núcleos grandes. Foi descoberto que a degradação do ácido nucléico do 
timo, chamado de ácido timonucleico, liberava quatro tipos de bases nitrogenadas: 
- dois tipos de bases púricas: adenina e guanina 
- dois tipos de bases pirimídicas: citosina e timina 
Foi demonstrado também que outro produto da degradação do ácido nucleico era um glicídio com 5 
átomos de carbono, uma pentose, no caso uma desoxirribose. O fósforo estava presente na forma de um 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
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derivado do ácido fosfórico, fosfato. Tinha-se até o momento que o ácido nucléico era composto de bases 
nitrogenadas (púricas e pirimídicas), de um glicídio (pentose) e de fosfato. Em 1890, foi descoberto em 
levedura (fermento) outro tipo de ácido nucleico, que possuía uracila ao invés de timina e ribose ao invés 
da desoxirribose. Dessa maneira, foram caracterizados dois tipos de ácidos nucleicos, de acordo com o 
glicídio que possuíam: 
- ácido ribonucleico (RNA) 
- ácido desoxirribonucleico (DNA) 
Em 1912, Phoebus Levine (1869-1940) e Walter Jacobs (1883-1967) concluíram que o componente 
básico dos ácidos nucléicos era uma estrutura composta por uma unidade que se constituía numa base 
nitrogenada ligada a uma pentose, e esta por sua vez, ligada a um fosfato. Esta unidade foi denominada 
de nucleotídeo. Um ácido nucléico seria então uma molécula composta por vários nucleotídeos unidos 
entre si, ou seja, um polinucleotídeo. Os estudos dos ácidos nucléicos continuaram por muitos anos sem 
que os cientistas soubessem de sua importância como material hereditário, descoberta que só foi 
realizada muitos anos depois. Os ácidos nucléicos são moléculas gigantes (macromoléculas), formadas 
por unidades monoméricas menores conhecidas como nucleotídeos. Cada nucleotídeo, por sua vez, é 
formado por três partes: 
- um açúcar do grupo das pentoses (monossacarídeos com cinco átomos de carbono); 
- um radical “fosfato”, derivado da molécula do ácido ortofosfórico (H3PO4). 
- uma base orgânica nitrogenada. 
 
 
 
Sabia-se de sua presença nas células, mas a descoberta de sua função como substâncias 
controladoras da atividade celular foi um dos passos mais importantes da história da Biologia. 
 
Função dos Ácidos Nucleicos 
 
Coordenar a síntese das enzimas (e demais proteínas) determinando assim as características dos 
indivíduos, como: cor dos olhos, cor da pele, estatura, tendências de comportamento, doenças 
hereditárias (diabetes, hemofilia, daltonismo), etc. 
Dessa forma controla o metabolismo, a reprodução e constituem o material genético ou hereditário de 
todos os seres vivos. 
 
Os Nucleotídeos: são as unidades constituintes dos ácidos nucléicos. Ou seja, são os monômeros 
dos ácidos nucléicos. 
 
Estrutura do Nucleotídeo 
 
Basicamente, um nucleotídeo é constituído por três partes: 
- Uma base nitrogenada 
- Uma pentose 
- Um grupo fosfato 
 
a) As Bases Nitrogenadas 
Já as bases nitrogenadas pertencem a dois grupos: 
- as púricas: adenina (A) e guanina (G); 
- as pirimídicas: timina (T), citosina (C) e uracila (U). 
 
 
 
 
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No quadro abaixo os exemplos das bases púricas e pirimídicas 
 
 
 
Bases púricas e pirimídicas 
 
As pentoses: são monossacarídeos (oses) de cinco carbonos na cadeia. Têm a função de dar 
sustentação a molécula. São elas: 
- Ribose no RNA 
- Desoxirribose no DNA 
 
O Grupo Fosfato (PO4): é derivado do ácido fosfórico (H3PO4) - é comum tanto ao DNA como ao RNA. 
Tem a função de ligar os nucleotídeos de uma mesma fita. 
 
Características do DNA 
Apresenta-se como fita dupla, formando uma dupla hélice (modelo de Watson e Crick, 1972). 
Apresenta a pentose (ose) Desoxirribose com exclusividade; 
Apresentam a base nitrogenada “Timina” com exclusividade; 
Promove a Duplicação ou Replicação: Sintetiza cópias idênticas de si mesmo; 
Promove a transcrição: Sintetiza moléculas de RNAm (mensageiro); 
O DNA é encontrado em maior quantidade no núcleo (na cromatina) que no citoplasma (nas 
mitocôndrias e cloroplastos) 
 
É da associação dos diferentes nucleotídeos que se formam as macromoléculas dos dois tipos de 
ácidos nucléicos: o ácido ribonucleico (RNA) e o ácido desoxirribonucleico (DNA). Eles foram assim 
chamados em função dos açúcar presente em suas moléculas: O RNA contém o açúcar ribose e o DNA 
contém o açúcar desoxirribose. 
 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 56 
Outra diferença importante entre as moléculas de DNA e a de RNA diz respeito às bases nitrogenadas: 
no DNA, as bases são citosina, guanina, adenina e timina; no RNA, no lugar da timina, encontra-se a 
uracila. A importância e o funcionamento dos ácidos nucléicos 
 
 
O desenho mostra os filamentos dos ácidos nucléicos. 
DNA filamento duplo e RNA monofilamento. 
 
A Duplicação ou Replicação do DNA 
 
É o processo através do qual uma molécula de DNA dá origem a outra molécula, idêntica a molécula 
mãe. A duplicação é semiconservativa, ou seja, cada molécula de ADN formada conserva uma das fitas 
da molécula-mãe. 
Etapas da Duplicação 
1- Em presença da enzima helicase e DNApolimerase, ocorre o afastamento das duas fitas do DNA; 
2- Nucleotídeos com desoxirribose (desoxirribonucleotídeos), livres no núcleo, encaixam-se nas fitas 
separadas; 
3- Ao final do processo, estão formadas duas moléculas de DNA, cada uma contendo uma das fitas 
das moléculas – mãe. 
 
 
Ilustração da replicação do DNA 
 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
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A ação da enzima DNA polimerase 
Transcrição 
 
O material genético representado pelo DNA contém uma mensagem em código que precisa ser 
decifrada e traduzida em proteínas, muitas das quais atuarão nas reações metabólicas da célula. A 
mensagem contida no DNA deve, inicialmente, ser passada para moléculas de RNA que, por sua vez, 
orientarão a síntese de proteínas. O controle da atividade celular pelo DNA, portanto, é indireto e ocorre 
por meio da fabricação de moléculas de RNA, em um processo conhecido como transcrição. 
 
RNA: uma Cadeia (Fita) Simples 
 
As moléculas de RNA são constituídas por uma sequência de ribonucleotídeos, formando uma cadeia 
(fita) simples. 
 
Transcrição dainformação genética 
 
A síntese de RNA (mensageiro, por exemplo) se inicia com a separação das duas fitas de DNA. Apenas 
uma das fitas do DNA serve de molde para a produção da molécula de RNAm. A outra fita não é transcrita. 
Essa é uma das diferenças entre a duplicação do DNA e a produção do RNA. 
 
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Enzima RNA polimerase 
 
Exemplos: 
Imaginando um segmento hipotético de um filamento de DNA com a sequência de bases: 
DNA- ATGCCGAAATTTGCG 
O segmento de RNAm formado na transcrição terá a sequência de bases: 
RNA- UACGGCUUUAAACGC 
 
Obs.: Em uma célula eucariótica, o RNAm produzido destaca-se de seu molde e, após passar por um 
processamento, atravessa a carioteca e se dirige para o citoplasma, onde se dará a síntese proteica. Com 
o fim da transcrição, as duas fitas de DNA seu unem novamente, refazendo-se a dupla hélice. 
 
Tradução: Síntese de Proteínas 
 
Tradução é o nome utilizado para designar o processo de síntese de proteínas. Ocorre no citoplasma 
com a participação, entre outros, de RNA e de aminoácidos. 
 
Cístron - é o segmento de DNA que contém as informações para a síntese de um polipeptídeo ou 
proteína. O RNA produzido que contém uma sequência de bases nitrogenadas transcrita do DNA é um 
RNA mensageiro. 
 
 
Ilustração do processo de transcrição 
 
RNAs transportadores, RNAt. Assim chamados porque serão os responsáveis pelo transporte de 
aminoácidos até o local onde se dará a síntese de proteínas junto aos ribossomos. São moléculas de 
RNA de fita simples, de pequeno tamanho, contendo, cada uma, cerca de 75 a 85 nucleotídeos. Cada fita 
de RNAt torce-se sobre si mesma, adquirindo o aspecto visto na figura abaixo. Duas regiões se destacam 
em cada transportador: uma é o local em que se ligará o aminoácido a ser transportado e a outra 
corresponde ao trio de bases complementares (chamado anticódon) do RNAt, que se encaixará no códon 
correspondente do RNAm. 
 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
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Obs.: Anticódon é o trio de bases do RNAt, complementar do códon do RNAm. 
 
Etapas da Síntese Proteica: 
 
- Um RNAm, processado no núcleo, contendo sete códons (21 bases hidrogenadas) se dirige ao 
citoplasma. 
- No citoplasma, um ribossomo se liga ao RNAm na extremidade correspondente ao início da leitura. 
Dois RNAt, carregando os seus respectivos aminoácidos (metionina e alanina), prendem-se ao 
ribossomo. Cada RNAt liga-se ao seu trio de bases (anticódon) ao trio de bases correspondentes ao 
códon do RNAm. Uma ligação peptídica une a metionina à alanina. 
- O ribossomo se desloca ao longo do RNAm. O RNAt que carregava a metionina se desliga do 
ribossomo. O quarto RNAt, transportando o aminoácido leucina, une o seu anticódon ao códon 
correspondente do RNAm. Uma ligação peptídica é feita entre a leucina e a alanina. 
- O ribossomo novamente se desloca. O RNAt que carregava a alanina se desliga do ribossomo. O 
quarto RNAt, transportando o aminoácido ácido glutâmico encaixa-se no ribossomo. Ocorre a união do 
anticódon desse RNAt com o códon correspondente do RNAm. Uma ligação peptídica une o ácido 
glutâmico à leucina. 
- Novo deslocamento do ribossomo. O quinto RNAt, carregando a aminoácido glicina, se encaixa no 
ribossomo. Ocorre a ligação peptídica da glicina com o ácido glutâmico. 
- Continua o deslocamento do ribossomo ao longo do RNAm. O sexto RNAt, carregando o aminoácido 
serina, se encaixa no ribossomo. Uma ligação peptídica une a serina à glicina. 
- Fim do deslocamento do ribossomo. O último transportador, carregando o aminoácido triptofano, 
encaixa-se no ribossomo. Ocorre a ligação peptídica do triptofano com a serina. O RNAt que carrega o 
triptofano se separa do ribossomo. O mesmo ocorre com o transportador que portava a serina. 
- O peptídeo contendo sete aminoácidos fica livre no citoplasma. Claro que outro ribossomo pode se 
ligar ao RNAm, reiniciando o processo de tradução, que resultará em um novo peptídio. Perceba, assim, 
que o RNAm contendo sete códons (21 bases nitrogenadas) conduziu a síntese de um peptídeo formado 
por sete aminoácidos. 
 
O Código Genético 
 
A mensagem genética contida no DNA é formada por um alfabeto de quatro letras que correspondem 
aos quatro nucleotídeos: A, T, C e G. Com essas quatros letras é preciso formar “palavras” que possuem 
o significado de “aminoácidos”. Cada proteína corresponde a uma “frase” formada pelas “palavras”, que 
são os aminoácidos. De que maneira apenas quatro letras do alfabeto do DNA poderiam ser combinadas 
para corresponder a cada uma das vinte “palavras” representadas pelos vinte aminoácidos diferentes que 
ocorrem nos seres vivos. 
Uma proposta brilhante sugerida por vários pesquisadores, e depois confirmada por métodos 
experimentais, foi a de que cada três letras (uma trinca de bases) do DNA corresponderia uma 
“palavra”, isto é, um aminoácido. Nesse caso, haveria 64 combinações possíveis de três letras, o 
que seria mais do que suficiente para codificar os vinte tipos diferentes de aminoácidos 
(matematicamente, utilizando o método das combinações seriam, então, 4 letras combinadas 3 a 3, ou 
seja, 43 = 64 combinações possíveis). 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
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O código genético do DNA se expressa por trincas de bases, que foram denominadas códons. 
Cada códon, formado por três letras, corresponde a certo aminoácido. A correspondência entre o 
trio de bases do DNA, o trio de bases do RNA e os aminoácidos por eles especificados constitui uma 
mensagem em código que passou a ser conhecida como “código genético”. Mas, surge um problema. 
Como são vinte os diferentes aminoácidos, há mais códons do que tipos de aminoácidos! Deve-
se concluir, então, que há aminoácidos que são especificados por mais de um códon, o que foi 
confirmado. A tabela abaixo, especifica os códons de RNAm que podem ser formados e os 
correspondentes aminoácidos que especificam. 
 
 
Dizemos que o código genético é universal, pois em todos os organismos da Terra atual ele funciona 
da mesma maneira, quer seja em bactérias, em uma cenoura ou no homem. O códon AUG, que codifica 
para o aminoácido metionina, também significa início de leitura, ou seja, é um códon que indica aos 
ribossomos que é por esse trio de bases que deve ser iniciada a leitura do RNAm. Note que três códons 
não especificam nenhum aminoácido. São os códons UAA, UAG e UGA, chamados de códons e 
parada durante a “leitura” (ou stop códons) do RNA pelos ribossomos, na síntese proteica. 
 
Obs.: Diz-se que o código genético é degenerado porque cada “palavra” (entenda-se 
aminoácido) pode ser especificada por mais de uma trinca. 
 
Questões 
 
01. A membrana plasmática apresenta uma propriedade típica: a permeabilidade seletiva. No que 
consiste essa propriedade? 
 
02. Assinale a alternativa que completa melhor a frase a seguir: 
“A membrana plasmática é constituída por uma bicamada de _________ com moléculas de 
__________ inseridas” 
 
(A)Proteínas e glicocálix 
(B)Fosfolipídios e proteínas 
(C)Fosfolipídios e lipídios 
(D)Lipídios e fosfolipídios 
(E)Proteínas e fosfolipídios 
 
03. (PUC - RJ-adaptada/2015) Em relação aos envoltórios celulares, podemos afirmar que: 
(A) todas as células dos seres vivos têm parede celular. 
(B) somente as células vegetais têm membrana celular. 
(C) somente as células animais têm parede celular. 
(D) todas as células dos seres vivos têm membrana celular. 
(E) os fungos e bactérias não têm parede celular. 
 
04. (FUVEST) Assinale a alternativa que contêm as organelas que apresentam DNA 
(A) Mitocôndria e ribossomo 
(B) Mitocôndria e cloroplasto 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77. 61 
(C) Nucléolo e cloroplasto 
(D) Lisossomo e ribossomo 
(E) Ribossomo e cromossomo 
 
05. (UEL) A produção de ATP numa célula animal ocorre, fundamentalmente: 
(A) nos golgiossomos. 
(B) nos cromossomos. 
(C) nos lisossomos. 
(D) nos ribossomos. 
(E) nas mitocôndrias 
 
06. (UNITAU) O retículo endoplasmático rugoso é responsável pela síntese e transporte de proteínas. 
No entanto, a síntese proteica é realizada por grânulos, que estão aderidos a ele, denominados de: 
(A) mitocôndrias. 
(B) ribossomos. 
(C) lisossomos. 
(D) cloroplastos. 
(E) fagossomos. 
 
07. (UECE) Certas organelas produzem moléculas de ATP e outras utilizam o ATP produzido, pelas 
primeiras, para a síntese orgânica a partir do dióxido de carbono. Estamos falando, respectivamente, de 
(A) lisossomos e cloroplastos. 
(B) mitocôndrias e complexo de Golgi. 
(C) mitocôndrias e cloroplastos. 
(D) lisossomos e mitocôndrias. 
 
08. Qual das estruturas abaixo está associada corretamente à principal função que exerce na célula? 
 
(A) Centríolo …………………………….. divisão celular 
(B) lisossomo …………………………………. respiração celular 
(C) mitocôndria ………………………………. síntese de proteína 
(D) ribossomo ………………………………… digestão celular 
(E) Complexo de Golgi ……………………. ciclos de Krebs 
 
09. Os lisossomos participam de dois processos celulares: autofagia e autólise. No que consiste esses 
dois processos? 
 
10. De que maneira a célula age em relação à água oxigenada, produto tóxico resultante da atividade 
celular? 
 
11. (UNIMONTES) As organelas celulares são estruturas especializadas, presentes em células 
eucarióticas. As alternativas a seguir referem-se às características do complexo de golgiense, Exceto: 
(A) Geralmente se encontra próximo ao núcleo. 
(B) Não apresenta cisternas na sua constituição. 
(C) Pode exportar substâncias. 
(D) Distribui e armazena proteínas e lipídeos. 
 
12. (UNICAMP-adaptado/2015) É comum, nos dias de hoje, ouvirmos dizer: “estou com o colesterol 
alto no sangue”. A presença de colesterol no sangue, em concentração adequada, não é problema, pois 
é um componente importante ao organismo. Porém, o aumento das partículas LDL (lipoproteína de baixa 
densidade), que transportam o colesterol no plasma sanguíneo, leva à formação de placas 
ateroscleróticas nos vasos, causa freqüente de infarto do miocárdio. Nos indivíduos normais, a LDL 
circulante é internalizada nas células através de pinocitose e chega aos lisossomos. O colesterol é 
liberado da partícula LDL e passa para o citosol para ser utilizado pela célula. 
a) O colesterol é liberado da partícula LDL no lisossomo. Que função essa organela exerce na célula? 
b) A pinocitose é um processo celular de internalização de substâncias. Indique outro processo de 
internalização encontrado nos organismos e explique no que difere da pinocitose. 
c) Cite um processo no qual o colesterol é utilizado. 
 
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13. No citoplasma das células encontram-se diversas organelas, desempenhando funções diversas. 
Em relação à função desempenhada pelas mitocôndrias podemos afirmar que: 
(A) é responsável pela produção de energia a partir do gás carbônico e da glicose. 
(B) é a organela envolvida na síntese de proteínas. 
(C) é a estrutura que participa da síntese de lipídeos. 
(D) é responsável pela respiração celular. 
(E) Não participa das atividades metabólicas celulares. 
 
14. (UFLA- adaptado/2015) Na coluna da esquerda, encontram-se nomes de organelas celulares e, 
na coluna da direita, importantes processos fisiológicos. Marque a sequência que representa a correlação 
CORRETA entre as duas colunas. 
Organelas Processos fisiológicos 
1 – Ribossomos A – Síntese de ATP 
2 – Retículo endoplasmático B – Formação de grãos de secreção 
3 – Mitocôndria C – Síntese de proteínas 
4 – Lisossomos D – Digestão intracelular 
5 – Aparelho de Golgi E – Neutralização de substâncias tóxicas 
(A) 1A, 2B, 3D, 4C, 5E 
(B) 1B, 2D, 3E, 4A, 5C 
(C) 1C, 2E, 3A, 4D, 5B 
(D) 1C, 2B, 3A, 4D, 5E 
(E) 1E, 2D, 3A, 4B, 5C 
 
15. Quais das estruturas apresentadas abaixo são comuns no citoplasma de células procariontes e 
eucariontes. 
(A) Mitocôndria e ribossomo 
(B) Núcleo e lisossomos 
(C) Cloroplasto e complexo de Golgi 
(D) Somente o ribossomo 
(E) Plasmídio e ribossomo 
 
16. (VUNESP) Numa célula eucariótica, a síntese de proteínas, a síntese de esteróides e a respiração 
celular estão relacionadas, respectivamente: 
(A) ao Complexo de Golgi, às mitocôndrias, aos ribossomos; 
(B) ao retículo endoplasmático liso, ao retículo endoplasmático granular, ao Complexo de Golgi; 
(C) aos ribossomos, ao retículo endoplasmático liso, às mitocôndrias; 
(D) ao retículo endoplasmático granular, às mitocôndrias, ao Complexo de Golgi; 
(E) ao retículo endoplasmático liso, ao Complexo de Golgi, às mitocôndrias. 
 
17. As células são as menores unidades vivas de um organismo e estão presentes em todos os seres, 
com exceção dos vírus. Elas podem ser classificadas em procarióticas e eucarióticas se levarmos em 
consideração a ausência ou presença: 
(A) de parede celular. 
(B) de organelas celulares. 
(C) de carioteca. 
(D) de membrana plasmática. 
(E) de citoplasma. 
 
18.Organismos procariontes apresentam células mais simples, que não possuem um núcleo 
organizado. São exemplos de seres procariontes: 
(A) bactérias e plantas. 
(B) bactérias e cianobactérias. 
(C) animais e plantas. 
(D) fungos e bactérias. 
(E) protozoários e bactérias. 
19. A mitose é um processo de divisão celular que pode ser dividido em quatro etapas. Marque a 
alternativa que indica corretamente as etapas e a sequência correta em que elas ocorrem. 
(A) Prófase, G1, S e G2. 
(B) G1, S, G2 e Metáfase. 
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(C) Prófase, metáfase, telófase e anáfase. 
(D) Metáfase, prófase, anáfase e telófase. 
(E) Prófase, metáfase, anáfase e telófase. 
 
20. (UFSM-RS). Um bioquímico mediu a quantidade de DNA em células cultivadas em laboratório e 
verificou que a quantidade de DNA na célula duplicou: 
(A) entre as fases G1 e G2 do ciclo celular. 
(B) entre a prófase e a anáfase da mitose. 
(C) durante a metáfase do ciclo celular. 
(D) entre a prófase I e a prófase II da meiose. 
(E) entre a anáfase e a telófase da mitose 
 
21. (CES/JF-MG) Entre as frases a seguir, em relação à divisão celular por mitose, uma é incorreta. 
Aponte-a. 
(A) É um processo muito importante para o crescimento dos organismos. 
(B) Ocorre nas células somáticas tanto de animais como de vegetais. 
(C) A célula-mãe dá origem a duas células-filhas com metade do número de cromossomos. 
(D) Na metáfase, todos os cromossomos, cada um com duas cromátides, encontram-se no equador 
da célula em maior grau de condensação. 
(E) As células-filhas são idênticas às células-mãe. 
 
22. Qual fase da mitose é caracterizada pelo posicionamento dos cromossomos no equador da célula? 
(A) G1. 
(B) Prófase. 
(C) Metáfase. 
(D) Anáfase. 
(E) Telófase 
 
Respostas 
01. Resposta 
Consiste em regular a entrada e saída de substâncias na célula, mantendo uma composição química 
específica. 
 
02. Resposta B 
A membrana plasmática é constituída por uma bicamada de fosfolipídios com moléculas de proteínas 
inseridas. 
 
03. Resposta D 
Todas as células vivas apresentam membrana plasmática. 
 
04. Resposta B 
Nas células eucarióticas existem duas organelas que possuem DNA próprio, sendo estas as 
mitocôndrias e os cloroplastos. Tanto nas mitocôndrias quanto nos cloroplastos, o DNA se mostra 
organizado de maneira muito semelhante ao conteúdo genético dos organismos procariontes. Nestas 
organelas, o DNA possui forma circular a exceção do DNA de alguns protozoários dotados de cílios, que 
se mostra totalmente linear. Este DNA se mostracondensado de forma idêntica ao cromossomo 
procariótico, e ainda no caso das mitocôndrias, estudos recentes têm demonstrado que este se situa 
preso à membrana interna destas organelas. Além do DNA, diferentes tipos de RNA e todo o mecanismo 
necessário para a produção de proteínas estão presentes nestas organelas. 
 
05. Resposta E. 
A organela responsável pela produção de energia é a mitocôndrias. Esta gera energia (ATP) através 
da respiração aeróbica. 
 
06. Resposta B. 
O retículo endoplasmático rugoso (REG) apresentam grânulos aderidos as suas membranas. Esses 
grânulos recebe o nome de ribossomos e são responsáveis pela síntese de proteínas da célula. 
 
 
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07. Resposta C. 
 
08. Resposta A. 
Os centríolos estão relacionados a formação das fibras do áster, portanto, está relacionada ao 
processo de divisão celular. 
 
09. Resposta: 
Autofagia é a digestão de estruturas celulares em desuso; serve para a renovação celular. 
Autólise é a desintegração celular. 
 
10. Resposta: 
Os peroxissomos produzem a catalase enzima que transforma a água oxigenada em água e oxigênio. 
 
11. Resposta B 
O complexo golgiense (sistema de Golgi) e formado por membranas lipoproteicas duplas que formam 
sacos achatados. 
 
12. Resposta: 
a) Sua função é promover a quebra de moléculas complexas no interior da célula (digestão 
intracelular). 
b) Um outro processo é a fagocitose. Na pinocitose há internalização de partículas por meio de 
invaginação da membrana plasmática, enquanto na fagocitose a internalização ocorre por meio de 
pseudópodes. Pode-se dizer, ainda, que a pinocitose permite a internalização de partículas líquidas, 
menores; já a fagocitose permite a internalização de partículas maiores, sólidas. 
c) O colesterol é usado na síntese dos hormônios esteroides. 
 
13. Resposta D. 
A – Errada – a produção de energia é a partir do gás oxigênio e não do gás carbônico. 
B – Errada – está associada à produção de energia e não de proteínas. 
C – Errada – está associada à produção de energia e não de lipídios. 
D – Correta – as mitocôndrias são responsáveis pela respiração celular. 
E – Errada – participa das atividades metabólicas através da síntese de energia/ATP. 
 
14. Resposta C. 
A – Errada – Os ribossomos não realizam a síntese de ATP, a mitocôndria não realiza digestão 
intracelular, etc. 
B – Errada – O RE não realiza a digestão intracelular, e o complexo de Golgi não participa da síntese 
de ATP, etc. 
C – Correta – Todas as informações apresentadas estão corretas. 
D – Errada – O RE não é responsável pela formação de grãos de secreção e o complexo de Golgi não 
tem a capacidade de neutralizar toxinas. 
E – Errada – O aparelho de Golgi não é responsável pela síntese de proteínas. 
 
15. Resposta D. 
 
A – Errada – Não há na célula procariota a presença de mitocôndria. 
B – Errada – As duas estruturas não estão presentes nas células procariotas. 
C – Errada – Complexo de Golgi não está presente na célula procariota. 
D – Correta – Somente o ribossomo é comum em células procariontes e eucariontes. 
E – Errada – Não há na célula eucariota a presença de plasmídio. 
 
16. Resposta C 
 
17. Resposta C 
A classificação em procarióticas e eucarióticas é baseada na ausência ou presença de carioteca, uma 
membrana que envolve o material nuclear. Nas células procarióticas, essa membrana está ausente e por 
isso dizemos que elas não apresentam núcleo definido. 
 
 
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18. Resposta B 
Cianobactérias e bactérias são seres que apresentam células procarióticas, ou seja, que não possuem 
membrana envolvendo o material nuclear. 
 
19. Resposta E 
 
20. Resposta A. 
A duplicação do DNA ocorre durante a fase chamada de S, que fica entre G1 e G2. 
 
21. Resposta C. 
A alternativa é incorreta, pois, no final da mitose, as células-filhas possuirão o mesmo número de 
cromossomos da célula-mãe. 
 
22. Resposta C. 
É na metáfase que os cromossomos se dispõem na região mediana da célula e formam a chamada 
placa equatorial. 
 
Composição química das células 
- 7Água: 
A água é constituinte celular mais abundante. O teor hídrico da célula varia de acordo o tipo de célula 
e a idade do organismo. Por exemplo, o cérebro tem quase quatro vezes mais água do que os ossos, e 
os tecidos embrionários têm muito mais água que as células adultas, pois a taxa de água decresce 
conforme aumenta a idade do organismo. 
A quantidade de água também pode variar conforme a espécie: os seres humanos possuem 
aproximadamente 63% de água em sua composição, e as águas-vivas, 98%. 
 Devido ao fato de que a água é um solvente universal. Esta propriedade permite que os 
carboidratos, proteínas, vitaminas, entre outros elementos se relacionem para produzir energia e 
coordenar as atividades corporais, dentro dos tecidos e órgãos nos quais estão inseridas tais células. Por 
conta da facilidade de quebra das pontes de hidrogênio (famosas ligações que mantém as moléculas 
unidas, mas que permite sua quebra caso seja necessário), a água acaba se tornando o meio perfeito 
para que as reações químicas aconteçam dentro do citoplasma e do núcleo da célula. 
 Além de facilitar o acontecimento de reações químicas dentro das células, a água também ajuda 
por outros meios. A hidrólise e a desidratação também são fundamentais para que a célula continue 
executando suas funções básicas e o corpo permaneça em perfeito estado de funcionamento. 
 A hidrólise é a quebra de moléculas de qualquer elemento na presença de água. Várias reações 
acontecem somente por conta da possibilidade de existir hidrólise dentro da célula. Moléculas de 
vitaminas e carboidratos são quebradas e transformadas em energia por meio da hidrólise. 
 Já a desidratação permite que moléculas de outros elementos combinem-se entre si para produzir 
uma reação benéfica para o organismo e para a célula. Para combinar-se entre si, tais elementos utilizam 
a água presente na composição química da célula, o que provoca a perda de água a necessidade de ela 
ser reposta. É aí que o corpo sente sede. 
 
Funções da água nas células: 
Entre as principais funções exercidas pela água, destacamos: 
1. Solvente de íons minerais e outras substâncias 
2. Constitui a fase dispersante do coloide protoplasmático, em que as proteínas representam a fase 
dispersa. 
3. Regulação térmica, visto que absorvendo grandes quantidades de calor permite que pouco varie a 
temperatura da célula. 
4. Atividade metabólica, dado que na ausência de água as enzimas permanecem inativas. 
 
 
A água e a vida 
 É por estes motivos que a água é tão essencial à vida em nosso e em qualquer planeta que possa 
vir a abrigar água neste universo. É por isso que os cientistas ficam eufóricos quando fazem descobertas 
de água em outros objetos no sistema solar ou fora dele: a presença de água pode indicar a presença de 
 
7 Amabis, José Mariano. Biologia. Volume 1. Editora Moderna. 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 66 
vida. E isso é uma regra que não pode ser quebrada, já que a água já provou ser unanimidade em 
qualquer corpo que possua vida. 
 
- Sais minerais 
Os sais minerais aparecem sob duas formas: iônica e molecular. Os principais íons são: Na+, K+, Ca++, 
Mg++, Cl-, CO3--, No3- e P04--. O potássio e o magnésio são elementos predominantemente intracelulares, 
enquanto o sódio e o cloro aparecem nos líquidos extracelulares. O cálcio existe no plasma sanguíneo, 
sendo fundamental para a coagulação sanguínea, existindo também nos ossos sob a forma de fosfato. O 
magnésio aparece na molécula de clorofila enquanto o ferro existe na hemoglobina e citocromos, 
pigmentosrespiratórios. A hemocianina, pigmento respiratório dos aracnídeos contém cobre. O íon que 
predomina na célula é o fosfato, que aparece tanto livre como formando fosfatos inorgânicos, fosfolipídios, 
fosfoproteínas e nucleotídeos. 
 
Funções dos sais minerais nas células 
1. Regulação osmótica: A pressão osmótica varia diretamente com a concentração de sais minerais 
existentes no meio. 
2. Sistema tampão: Os graus de acidez ou alcalinidade de uma solução são definidos através de 
valores que são medidos por uma escala de pH, conforme demonstrado na figura abaixo: 
 
Na maioria das células o pH varia entre 6 e 8. A manutenção de um pH constante é de vital importância 
porque ele influencia a atividade enzimática. 
Os organismos resistem a variações do pH por meio de soluções tampões. No tampão ocorre uma 
combinação de um doador de H+ e de um receptor de H+, na forma de ácido ou base fracos. No estômago, 
por exemplo, o bicarbonato de sódio (NaHCO3) é o melhor tampão contra o ácido clorídrico. Assim, o 
NaHCO3 dissocia-se em Na+ e HCO3- que se combina com H+ produzindo o ácido carbônico (H2CO3), 
que é instável. E, com isso, os íons H+ não tornam o pH ácido. 
 
- Vitaminas 
As vitaminas são substâncias que o organismo não tem condições de produzir e, por isso, precisam 
fazer parte da dieta alimentar. Suas principais fontes são as frutas, verduras e legumes, mas elas também 
são encontradas na carne, no leite, nos ovos e cereais. 
As vitaminas desempenham diversas funções no desenvolvimento e no metabolismo orgânico. No 
entanto, não são usadas nem como energia, nem como material de reposição celular. Funcionam como 
aditivos - são indispensáveis ao mecanismo de produção de energia e outros, mas em quantidades 
pequenas. A falta delas, porém, pode causar várias doenças, como o raquitismo (enfraquecimento dos 
ossos pela falta da vitamina D) ou o escorbuto (falta de vitamina C), que matou tripulações inteiras até 
dois séculos atrás, quando os marinheiros enfrentavam viagens longas comendo apenas pães e 
conservas. 
A Ciência conhece aproximadamente uma dúzia de vitaminas, sendo que as principais são designadas 
por letras. Essas vitaminas podem ser encontradas em muitos alimentos, especialmente os de origem 
vegetal. 
Classificação das vitaminas 
Hidrossolúveis 
 Vitamina B1 → Tiamina 
 Vitamina B2 → Riboflavina 
 Vitamina B3 → Nicotinamida/Niacina 
 Vitamina B5 → Ácido pantotênico 
 Vitamina B6 → Piridoxina, Piridoxamina e Fosfato piridoxal 
 Vitamina H, Vitamina B7 ou Vitamina B8 → Biotina 
 Vitamina B9 ou Vitamina M→ Ácido fólico 
 Vitamina B12→ Cobalamina, Cianocobalamina 
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. 67 
 Vitamina C→ Ácido Ascórbico 
Lipossolúveis 
 Vitamina A→ Retinol 
 Vitamina D→ Calciferol 
 Vitamina E→ Tocoferol 
 Vitamina K 
 
 
- Glicídios (Carboidratos, Açúcares) 
Os carboidratos também podem ser chamados de glicídios, glucídios, hidratos de carbono ou 
açúcares. São formados fundamentalmente por moléculas de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), 
por isso recém a denominação de hidratos de carbono. Há três classes gerais dos açucares: 
monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. 
 
Monossacarídeos 
Os monossacarídeos são os carboidratos mais simples. Apresentam de 3 a 7 carbonos em sua 
estrutura, havendo uma proporção entre esses átomos e os átomos de hidrogênio, obedecendo uma 
fórmula geral, onde há um carbono para cada dois hidrogênios e um oxigênio: Cn(H2O)n. Se um 
monossacarídeo tiver 4 átomos de carbono, ele terá 8 átomos de hidrogênio e 4 átomos de oxigênio. 
Os monossacarídeos recebem o sufixo -ose, precedida pelo número de carbonos que contém em sua 
fórmula, então: 
 
Nº 
carbonos 
Fórmu
la 
Nome 
3 C3H6O3 Triose 
4 C4H8O4 
Tetros
e 
5 
C5H10O
5 
Pento
se 
6 
C6H12O
6 
Hexos
e 
7 
C7H14O
7 
Hepto
se 
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. 68 
Os monossacarídeos que apresentam extrema importância biológica são: 
Pentose Função 
Ribose 
Participa da produção do ácido ribonucleico (RNA) atuando 
como matéria-prima. 
Desoxirribose 
Participa da produção do ácido desoxirribonucleico (DNA) 
atuando como matéria-prima. 
 
Hexose Função 
Glicose 
É a principal fonte de energia para os seres vivos, mais usada 
na obtenção de energia. É fabricada pelos vegetais na 
fotossíntese e utilizada por todos os outros seres vivos na 
alimentação. 
Frutose Possui função energética 
Galactose 
Possui função energética. Participa da composição de 
dissacarídeos da lactose, junto com a glicose. 
 
Dissacarídeos 
Os dissacarídeos são o resultado da ligação entre dois monossacarídeos. Na reação de formação de 
um dissacarídeo há formação de uma molécula de água, portanto se trata de uma síntese por 
desidratação para cada ligação. Um dos monossacarídeos perde um hidrogênio (H) e o outro perde a 
hidroxila (OH). Essa duas moléculas se unem, formando uma molécula de água (H2O). A ligação que 
ocorre entre as extremidades dos monossacarídeos é chamada de ligação glicosídica. 
Esse mesmo tipo de ligação ocorre na formação das moléculas de DNA e RNA, através da ligação 
entre uma pentose e uma base nitrogenada. 
Os principais dissacarídeos de importância biológica são: 
 
Dissacarídeo Monossacarídeos constituintes Função 
Sacarose Glicose + frutose 
Apresenta função energética. Está presente nos 
vegetais, principalmente na cana-de-açúcar. 
Lactose Glicose + galactose 
Apresenta função energética e é o açúcar 
presente no leite. 
Maltose Glicose + glicose 
Apresenta função energética e é encontrado em 
vegetais. 
 
-Polissacarídeos 
Os polissacarídeos são moléculas (polímeros) formadas através da união de vários monossacarídeos. 
São constituídos por cadeias longas, geralmente insolúveis. Constituem uma forma de armazenamento 
e quando hidrolisados produzem monossacarídeos. Os principais polissacarídeos são: 
 
Principais polissacarídeos estruturais: 
Polissacarídeo Função 
Celulose 
Participa da composição da parede celular dos vegetais. É o 
carboidrato mais abundante na natureza. 
Quitina 
Está presente na parede celular de fungos e no exoesqueleto 
dos artrópodes. Possuem grupos amina(NH2) em sua cadeia. 
 
Principais polissacarídeos energéticos: 
Polissacarídeo Função 
Amido 
Apresenta função de reserva. É encontrado em raízes, caules e 
folhas. 
Glicogênio 
É o carboidrato de reserva dos animais e dos fungos. É armazenado 
nos músculos e no fígado dos animais. 
 
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. 69 
Função dos carboidratos: 
1) Principal fonte de energia do corpo. Deve ser suprido regularmente e em intervalos frequentes, para 
satisfazer as necessidades energéticas do organismo. Num homem adulto, 300g de carboidrato são 
armazenados no fígado e músculos na forma de glicogênio e 10g estão em forma de açúcar circulante. 
Está quantidade total de glicose é suficiente apenas para meio dia de atividade moderada, por isso os 
carboidratos devem ser ingeridos a intervalos regulares e de maneira moderada. Cada 1 grama de 
carboidratos fornece 4 Kcal, independente da fonte (monossacarídeos, dissacarídeos, ou 
polissacarídeos). 
2) Regulam o metabolismo proteico, poupando proteínas. Uma quantidade suficiente de carboidratos 
impede que as proteínas sejam utilizadas para a produção de energia, mantendo-se em sua função de 
construção de tecidos. 
3) A quantidade de carboidratos da dieta determina como as gorduras serão utilizadas para suprir uma 
fonte de energia imediata. Se não houver glicose disponível para a utilização das células (jejum ou dietas 
restritivas), os lipídios serão oxidados, formando uma quantidade excessivade cetonas que poderão 
causar uma acidose metabólica, podendo levar ao coma e a morte. 
4) Necessários para o funcionamento normal do sistema nervoso central. O cérebro não armazena 
glicose e dessa maneira necessita de um suprimento de glicose sanguínea. A ausência pode causar 
danos irreversíveis para o cérebro. 
5) A celulose e outros carboidratos indigeríveis auxiliam na eliminação do bolo fecal. Estimulam os 
movimentos peristálticos do trato gastrointestinal e absorvem água para dar massa ao conteúdo intestinal. 
6) Apresentam função estrutural nas membranas plasmáticas da células. 
 
- Lipídios 
Também conhecidos por lipídios ou gorduras, são substâncias amplamente distribuídas nos seres 
vivos. Caracterizam-se por serem insolúveis em água, mas solúveis em solventes orgânicos, como éter, 
benzemos e clorofórmio. Podem ser divididos em: simples complexos e esteroides. 
 
Lipídios simples 
Os lipídios simples são constituídos apenas C, H e O. São os triglicérides (óleos e gorduras) e as 
ceras. 
1. Triglicérides. São constituídos por três moléculas de ácidos graxos unidas a uma molécula de 
glicerol. As gorduras são conhecidas com denominações vulgares: banha, manteiga e margarina. Os 
óleos podem ser de origem animal, como o óleo de fígado de bacalhau, ou de origem vegetal, como o 
óleo de oliva e o de rícino. 
2. Ceras ou cérides. São constituídos por ácidos graxos com álcool que não é o glicerol. São exemplos 
a cera de abelha e de carnaúba. 
 
Lipídios complexos 
Os lipídios complexos são aqueles que contêm outros elementos além de C, H e O, encontrados nos 
lipídios simples. Esses elementos podem ser enxofre, fósforo e nitrogênio. Os principais são os 
fosfolipídios e a esfingomielina. 
1. Fosfolipídeos. Associados a proteínas, integram as membranas das células. 
2. Esfingomielina. Forma a bainha de mielina, substância que atua como um isolante elétrico quando 
envolve o axônio do neurônio. 
 
Esteroides 
São formados por ácidos graxos e colesterol. Funcionam como componentes estruturais das 
membradas celulares e como hormônios Assim, são esteróis os hormônio sexuais como a testosterona, 
progesterona e estradiol. 
 
Funções dos lipídios 
1. Reserva. Como alimento armazenado, os lipídios foram o tecido adiposo nos animais e as sementes 
oleaginosas dos vegetais. 
2. Estrutural. Quando se associam a proteínas, entram na estruturação das células 
3. Energética: Uma vez oxidados, servem como substrato respiratórios e libertam energia. 
4. Homeotermia: Situados na camada profunda da pele, normalmente no tecido adiposo, atuam na 
manutenção da temperatura constante de aves e mamíferos. 
 
 
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. 70 
- Proteínas 
As proteínas são compostos orgânicos relacionados ao metabolismo de construção. Durante as fases 
de crescimento e desenvolvimento do indivíduo, há um aumento extraordinário do número de suas células 
passam a exercer funções especializadas, gerando tecidos e órgãos. As proteínas possuem um papel 
fundamental no crescimento, já que muitas delas desempenham papel estrutural nas células, isto é, são 
componentes da membrana plasmática, das organelas dotadas de membrana, do citoesqueleto dos 
cromossomos etc. E para produzir mais células é preciso mais proteína. Sem elas não há crescimento 
normal. A diferenciação e a realização de diversas reações químicas componentes do metabolismo 
celular dependem da paralisação de diversas reações químicas componentes do metabolismo celular 
dependem da participação de enzimas, uma categoria de proteínas de defesa, chamadas anticorpos. 
Sem eles, nosso organismo fica extremamente vulnerável. 
 
Composição química das proteínas 
As proteínas são macromoléculas formadas por uma sucessão de moléculas menores conhecidas 
como aminoácidos. A maioria dos seres vivos, incluindo o homem, utiliza somente cerca de vinte tipos 
diferentes de aminoácidos, para a construção de suas proteínas. Com eles, cada ser vivo é capaz de 
produzir centenas de proteínas diferentes e de tamanho variável. 
 
Aminoácidos 
Cada aminoácido é diferente de outro. No entanto, todos possuem alguns componentes comuns. Todo 
aminoácido possui um átomo de carbono, ao qual estão ligados uma carboxila, uma amina e um 
hidrogênio. A quarta ligação é a porção variável, representada por R, e pode ser ocupada por um 
hidrogênio, ou por um metil ou por outro radical. 
 
Estrutura dos aminoácidos 
 
Aminoácidos essenciais e naturais 
Todos os seres vivos produzem proteínas. No entanto, nem todos produzem os vinte tipos de 
aminoácidos necessários para a construção das proteínas. O homem, por exemplo, é capaz de sintetizar 
no fígado apenas onze dos vinte tipos de aminoácidos. Esses onze aminoácidos são considerados 
naturais para a nossa espécie. São eles: alanina, asparagina, cisteína, glicina, glutamina, histidina, 
prolina, tiroxina, ácido aspártico, ácido glutâmico. Os outros nove tipos, os que não sintetizamos, são os 
essenciais e devem ser obtidos de quem os produz (plantas ou animais). São eles: arginina, fenilalanina, 
isoleucina, leucina, lisina, metionina, serina, treonina, triptofano e valina. É preciso lembrar que um 
determinado aminoácido pode ser essencial para uma espécie e ser natural para outra. 
 
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. 71 
Ligação peptídica 
Cada aminoácido está ligado a outro por uma ligação peptídica. Por meio dessa ligação, o grupo amina 
de um aminoácido une-se ao grupo carboxila do outro, havendo a liberação de uma molécula de água. 
Os dois aminoácidos unidos formam um dipeptídio. A ligação de um terceiro aminoácido ao dipeptídio 
origina um tripeptídio que então, contém duas ligações peptídicas. Se um quarto aminoácido se ligar aos 
três anteriores, teremos um tetrapeptídio, com três ligações peptídicas. Com o aumento do número de 
aminoácidos na cadeia, forma-se um polipeptídio, denominação utilizada até o número de 70 
aminoácidos. A partir desse número considera-se que o composto formado é uma proteína. 
 
Uma visão espacial da proteína 
Uma molécula de proteína tem, a grosso modo, formato de um colar de contas. O fio fundamental da 
proteína, formado como uma sequência de aminoácidos (cuja sequência é determinada geneticamente), 
constitui a chamada estrutura primária da proteína. 
 
Proteínas em forma de colar 
 
Ocorre, porém, que o papel biológico da maioria das proteínas depende de uma forma espacial muito 
mais elaborada. Assim, o fio fundamental é capaz de se enrolar sobre si mesmo, resultando um filamento 
espiralado que conduz à estrutura secundária, mantida estável por ligações que surgem entre os 
aminoácidos. Novos dobramentos da espiral conduzem a uma nova forma, globosa, mantida estável 
graças a novas ligações que ocorrem entre os aminoácidos. Essa forma globosa representa a estrutura 
terciária. Em certas proteínas, cadeias polipeptídicas em estruturas terciárias globosa unem-se, 
originando uma forma espacial muito complexa, determinante do papel bioquímico da proteína. Essa nova 
forma constitui a estrutura quaternária dessas proteínas. 
A figura abaixo mostra as quatro estruturas da hemoglobina juntas. Q hemoglobina esta presente 
dentro os glóbulos vermelhos do sangue e seu papel biológico é ligar-se a moléculas de oxigênio, 
transportando-as a nossos tecidos. 
 
Estrutura de uma hemoglobina 
 
Forma e função das proteínas 
A estrutura espacial de uma proteína está relacionado à função biológica que ela exerce. Por enquanto, 
lembre-se que, a manutenção das estruturas secundárias e terciárias deve-se a ligações que ocorrem 
entre os aminoácidos no interior da molécula proteica, determinando os diferentes aspectos espaciais 
observados. 
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Estrutura proteica 
O aquecimento de uma proteína a determinadas temperaturas promove a ruptura das ligações internas 
entre os aminoácidos, responsáveis pela manutenção das estruturas secundária e terciária. Os 
aminoácidos não se separam, são se rompem as ligações peptídicas, porém a proteína fica 
“desmantelada”, perde a sua estrutura original. Dizemos que ocorreu uma desnaturação proteica, com 
perda da sua forma origina. Dessa maneira a função biológica da proteína é prejudicada. 
Nota: Nem sempre, porém, é a temperatura ou a alteração da acidez do meio que provoca a mudança 
da forma da proteína. Muitas vezes, a substituição de um simples aminoácido pode provocar alteração 
da forma da proteína. 
 
Proteínas na alimentação 
As proteínas são nutrientes orgânicos nitrogenados presentes em todas as células vivas; portanto, são 
essenciais à vida de todo animal. Todos os animais necessitam receber uma quantidade de proteína e, 
além disso, para o homem, suínos, aves, cães entre outros, a quantidade e tão importante quanto a 
qualidade. O mesmo não acontece com os bovinos, ovinos e equinos. A proteína forma o principal 
constituinte do organismo do animal, sendo, pois, indispensável para o crescimento, a reprodução e a 
produção. 
As melhores fontes de proteínas são os alimentos de origem animal, estando também presentes em 
quantidades significativas em alimentos de origem vegetal, salientando-se as leguminosas verdes e secas 
(feijão, grão-de-bico, favas, ervilhas, lentilhas). 
-Alimentos de origem animal: lacticínios, carnes, pescado e ovos. 
-Alimentos de origem vegetal: leguminosas verdes e secas, cereais e derivados, tubérculos, hortaliças 
e legumes. 
 
Tabela de alimentos ricos em proteína animal 
Alimentos Proteína animal por 100 
g 
Energia por 100 
g 
Carne de 
frango 
32,8 g 148 calorias 
Carne de vaca 26,4 g 163 calorias 
Queijo 26 g 316 calorias 
Salmão 
grelhado 
23,8 g 308 calorias 
Pescada 19,2 g 109 calorias 
Ovo 13 g 149 calorias 
Iogurte 4,1 g 54 calorias 
Leite 3,3 g 47 calorias 
 
Tabela de alimentos ricos em proteína vegetal 
Alimentos Proteína vegetal por 100 
g 
Energia por 100 
g 
Soja 12,5 g 140 calorias 
Quinoa 12,0 g 335 calorias 
Trigo 
sarraceno 
11,0 g 366 calorias 
Milhete 11,8 g 360 calorias 
Lentilhas 9,1 g 108 calorias 
Tofu 8,5 g 76 calorias 
Feijão 6,6 g 91 calorias 
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. 73 
Ervilhas 6,2 g 63 calorias 
Arroz cozido 2,5 g 127 calorias 
 
Para adultos saudáveis, a ingestão recomendada de proteína é de 0.8 g/kg de peso. Relativamente a 
valores de referência, a ingestão diária de proteína situa-se nos 50 g (tendo como base um valor 
energético de 2000 kcal/dia para adultos e crianças acima dos 4 anos). 
- crianças com menos de 1 ano: 14 g; 
- crianças entre 1 e 4 anos: 16 g; 
- grávidas: 60 g; mulheres a amamentar: 65 g. 
Em determinadas patologias este valor será determinado segundo fórmulas específicas. 
 
- Enzimas 
A vida depende da realização de inúmeras reações químicas que ocorrem no interior das células e 
também fora delas (em cavidades de órgãos, por exemplo). Por outro lado, todas essas reações 
dependem, para a sua realização, da existência de uma determinada enzima. As enzimas são 
substâncias do grupo das proteínas e atuam como catalisadores de reações químicas. Muitas enzimas 
possuem, além da porção proteica propriamente dita, constituída por uma sequência de aminoácidos, 
uma porção não proteica. 
Nota: Catalisador é uma substância que acelera a velocidade de ocorrência de certa reação química. 
 
A parte proteica é a apoenzima e a não proteica é o cofator. Quando o cofator é uma molécula orgânica, 
é chamado de coenzima. O mecanismo de atuação da enzima se inicia quando ela se liga ao reagente, 
mais propriamente conhecido como substrato. É formado um complexo enzima-substrato, instável, que 
logo se desfaz, liberando os produtos da reação a enzima, que permanece intacta embora tenha 
participado da reação. Mas para que ocorra uma reação química entre duas substâncias orgânicas que 
estão na mesma solução é preciso fornecer certa quantidade de energia, geralmente, na forma de calor, 
que favoreça o encontro e a colisão entre elas. A energia também é necessária para romper ligações 
químicas existentes entre os átomos de cada substância, favorecendo, assim a ocorrência de outras 
ligações químicas e a síntese de uma nova substância a partir das duas iniciais. 
 
Mecanismo de ação enzimática 
Na catálise de uma reação química, as enzimas interagem com os substratos, formando com eles, 
temporariamente, o chamado complexo enzima-substrato. Na formação das estruturas secundária e 
terciária de uma enzima (não esqueça que as enzimas são proteínas), acabam surgindo certos locais na 
molécula que servirão de encaixe para o alojamento de um ou mais substratos, do mesmo modo que uma 
chave se aloja na fechadura. 
 
Reação de catalise de uma reação enzimáticas 
Esses locais de encaixe são chamados de sítio ativos e ficam na superfície da enzima. Ao se 
encaixarem nos sítios ativos, os substratos ficam próximos um do outro e podem reagir mais facilmente. 
Assim que ocorre a reação química com os substratos, desfaz-se o complexo enzima-substrato. Liberam-
se os produtos e a enzima volta a atrair novos substratos para a formação de outros complexos. 
 
Fatores que afetam a atividade das enzimas: 
Temperatura 
A temperatura é um fator importante na atividade das enzimas. Dentro de certos limites, a velocidade 
de uma reação enzimática aumenta com o aumento da temperatura. Entretanto, a partir de uma 
determinada temperatura, a velocidade da reação diminui bruscamente. O aumento de temperatura 
provoca maior agitação das moléculas e, portanto, maiores possibilidades de elas se chocarem para 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 74 
reagir. Porém, se for ultrapassada certa temperatura, a agitação das moléculas se torna tão intensa que 
as ligações que estabilizam a estrutura espacial da enzima se rompem e ela se desnatura. 
Para cada tipo de enzima existe uma temperatura ótima, na qual a velocidade da reação é máxima, 
permitindo o maior número possível de colisões moleculares sem desnaturar a enzima. A maioria das 
enzimas humanas, têm sua temperatura ótima entre 35 e 40ºC, a faixa de temperatura normal do nosso 
corpo. Já bactéria que vivem em fontes de água quente têm enzimas cuja temperatura ótima fica ao redor 
de 70ºC. 
 
Temperatura ótima para a ação enzimática 
 
Grau de acidez (pH) 
Outro fator que afeta a forma das proteínas é o grau de acidez do meio, também conhecido como pH 
(potencial hidrogeniônico). A escala de pH vai de 0 a 14 e mede a concentração relativa de íons hidrogênio 
(H+) em um determinado meio. O valor 7 apresenta um meio neutro, nem ácido nem básico. Valores 
próximos de 0 são os mais ácidos e os próximos de 14 são os mais básicos (alcalinos). Cada enzima tem 
um pH ótimo de atuação, no qual a sua atividade é máxima. O pH ótimo para a maioria das enzimas fica 
entre 6 e 8, mas há exceções. A pepsina, por exemplo, uma enzima digestiva estomacal, atua 
eficientemente no pH fortemente ácido de nosso estômago (em torno de 2), onde a maioria das enzimas 
seria desnaturada. A tripsina, por sua vez, é uma enzima digestiva que atua no ambiente alcalino do 
intestino, tendo um pH ótimo situado em torno de 8. 
 
 
- Ácidos nucleicos 
Os ácidos nucleicos são macromoléculas encontradas em todas as células vivas, que constituem os 
genes, responsáveis pelo armazenamento, transmissão e tradução das informações genéticas. Tais 
moléculas recebem esse nome devido ao seu caráter ácido e também por terem sido descobertos no 
núcleo celular, em meados do século XIX. 
Existem dois tipos deácidos nucleicos: o ácido desoxirribonucleico, mais conhecido pela sigla DNA e 
o ácido ribonucleico, conhecido como RNA. 
 
Ácido desoxirribonucleico (DNA) 
Localizado essencialmente no interior do núcleo da célula, o DNA representa o gene, estrutura 
responsável pela determinação das características hereditárias dos organismos 
O DNA é um polímero, isto é, uma macromolécula formada pelo encadeamento de unidades, os 
monômeros. 
Na macromolécula do DNA os monômeros são chamados de nucleotídeos. Portanto, o DNA é um 
polinucleotídio, ou seja, uma enorme molécula formada pelo encadeamento de unidades chamadas de 
nucleotídeos. 
Por outro lado, cada nucleotídeo resulta da combinação de três moléculas: fosfato, açúcar e uma base 
nitrogenada. 
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. 75 
 
O açúcar encontrado é uma pentose (possui cinco carbonos) e recebe o nome de desoxirribose. As 
bases nitrogenadas do DNA podem ser classificadas em púricas e pirimídicas. As bases púricas são 
representadas pela adenina (A) e guanina (G) e as pirimídicas pela citosina (C) e timina (T). 
O DNA é formado por duas cadeias composta por muitos nucleotídeos (cadeias polinucleotídicas), as 
quais são caracterizadas por serem helicoidais, complementares e antiparalelas, comumente 
denominada de estrutura em dupla hélice. Como pode ser visto na figura abaixo, a parte externa de cada 
hélice é formada por uma sucessão de moléculas intercaladas de açúcar e fosfato, enquanto a parte 
interna das hélices é formada pela união de bases nitrogenadas, formando um par de bases, no qual 
sempre há uma base púrica ligada a uma base pirimídica por ligações de hidrogênio. Podemos ver que 
as duas cadeias são complementares porque cada adenina liga-se a uma timina, enquanto que cada 
citosina liga-se com guanina. 
 
O DNA se duplica por um processo semiconservativo, mediado pela ação da enzima DNA polimerase, 
a qual é responsável pela quebra das pontes de hidrogênio e separação das cadeias. Nesse entremeio, 
cada cadeia liga-se a uma sequência complementar a partir do encadeamento de novos nucleotídeos. O 
resultado é a formação de duas novas cadeias completas, cada uma com metade da molécula de DNA 
original. Por conta disso o processo é chamado semiconservativo. 
 
 
Ácido ribonucleico (RNA) 
O RNA é um polinucleotídios, cuja composição química é bastante similar à do DNA. Os nucleotídeos 
do RNA diferem do DNA em dois aspectos: pentose e base pirimídica. No RNA a pentose é a ribose, 
sendo que a base pirimídica timina (T) é substituída por uracila (U). 
O RNA é constituído por uma única cadeia de nucleotídeos, não existindo as relações de igualdade 
entre purinas e pirimidinas. 
Existem três tipos de RNA, desempenhando funções específicas no processo da síntese proteica. São 
eles: RNAr (ribossômico), RNAm (mensageiro) e RNAt (transportador). 
O RNA ribossômico (RNAr), associado a proteínas, entra na constituição do ribossomo, o organoide 
celular em que ocorre a síntese proteicas. 
O RNA mensageiro (RNAm) codifica sequência de aminoácidos das proteínas sintetizadas nos 
ribossomos. O RNAm é livre e apresenta um tamanho variável, dependendo da proteína por ele 
codificada; representa apenas 5% do RNA celular, mas é de vital importância na síntese proteica. 
 
 
 
 
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. 76 
Questões 
01. Os carboidratos que entram na constituição dos ácidos nucleicos são: 
(A) Glicose e ribose 
(B) Desoxirribose e sacarose 
(C) Ribose e desoxirribose 
(D) Sacarose e glicose 
(E) Desoxirribose e sacarose 
 
02. O polissacarídeo formado pela união de moléculas de glicose e que representa a principal forma 
de reserva encontrado no animais é denominado: 
(A) Amido 
(B) Maltose 
(C) Colesterol 
(D) Glicogênio 
(E) Glicose 
 
03. Assinale a alternativa que contém apenas monossacarídeos. 
(A) Maltose e glicose. 
(B) Sacarose e frutose. 
(C) Glicose e galactose. 
(D) Lactose e glicose. 
(E) Frutose e lactose. 
 
04. Quanto aos carboidratos, assinale a alternativa incorreta. 
(A) Os glicídios são classificados de acordo com o tamanho e a organização de sua molécula em três 
grupos: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos. 
(B) Os polissacarídeos compõem um grupo de glicídios cujas moléculas não apresentam sabor 
adocicado, embora sejam formadas pela união de centenas ou mesmo milhares de monossacarídeos. 
(C) Os dissacarídeos são constituídos pela união de dois monossacarídeos, e seus representantes 
mais conhecidos são a celulose, a quitina e o glicogênio. 
(D) Os glicídios, além de terem função energética, ainda participam da estrutura dos ácidos nucleicos, 
tanto RNA quanto DNA. 
(E) A função do glicogênio para os animais é equivalente à do amido para as plantas 
 
05. Considere as seguintes afirmativas: 
I- As proteínas são substâncias de grande importância para os seres vivos: muitas participam da 
construção da matéria viva. 
II- As proteínas chamada enzimas facilitam reações químicas celulares. 
III- Os anticorpos, que também são proteínas, funcionam como substâncias de defesa. 
Assinale: 
(A) se somente I estiver correta. 
(B) se somente II estiver correta. 
(C) se somente III estiver correta. 
(D) se I e II estiverem corretas. 
(E) se todas estiverem corretas 
 
06(Mackenzie-SP) - São substâncias químicas constituídas por aminoácidos, unidas por sucessivas 
ligações peptídicas, e importante como nutrientes e com outras funções no nosso organismo. Referimo-
nos aos(às): 
(A) carboidratos. 
(B) proteínas. 
(C) lipídios. 
(D) vitaminas. 
(E) sais minerais. 
 
07. (PUC Minas) - Os lipídeos compreendem um grupo quimicamente variado de moléculas orgânicas 
tipicamente hidrofóbicas. Diferentes lipídeos podem cumprir funções específicas em animais e em 
vegetais. Assinale a alternativa INCORRETA. 
A) Os carotenoides são pigmentos acessórios capazes de captar energia solar. 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 77 
B) Os esteroides podem desempenhar papéis regulatórios, como os hormônios sexuais. 
C) Os triglicerídeos podem atuar como isolantes térmicos ou reserva energética em animais. 
D) O colesterol é uma das principais fontes de energia para o fígado. 
 
08. Sabemos que existem dois tipos de ácidos nucleicos: o DNA e o RNA. A respeito dessas duas 
moléculas, marque a alternativa correta: 
(A) O RNA é encontrado apenas na região do núcleo e no citosol. 
(B) O DNA é encontrado apenas no interior do núcleo das células. 
(C) Tanto o DNA quanto o RNA possuem em sua composição um monossacarídeo chamado de ribose. 
(D) A base nitrogenada timina é exclusiva do DNA. 
(E) A base nitrogenada guanina é exclusiva do RNA. 
 
09. (CES/JF-MG) Sobre ácidos nucleicos, assinale a alternativa incorreta: 
(A) O DNA existe obrigatoriamente em todos as células. 
(B) O DNA existe em quase todos os seres vivos com exceção de alguns vírus. 
(C) Nos procariontes, o DNA está espalhado no citoplasma. 
(D) Nos eucariontes, o DNA está limitado ao núcleo. 
(E) Nos eucariontes, o DNA, quando no citoplasma, está limitado dentro de organelas que se 
autoduplicam, como cloroplastos e mitocôndrias. 
 
10. (UFPI) A hidrólise de moléculas de lipídios produz: 
(A) aminoácidos e água. 
(B) ácidos graxos e glicerol. 
(C) glucose e glicerol. 
(D) glicerol e água. 
(E) ácidos graxos e água. 
Respostas 
 
01. Resposta C. 
Os carboidratos que entram na constituição dos ácidos nucleicos são a ribose (presente no RNA) e a 
desoxirribose (presente no DNA). 
 
02. Resposta D. 
 A principal forma de reserva de carboidratos nos animais é o glicogênio. Já nos vegetais a forma de 
reserva é chamada de amido. 
 
03. Resposta C. 
Os monossacarídeos são carboidratos simples, solúveis em água, e que não podemser quebrados 
pela digestão em moléculas menores. Os monossacarídeos mais conhecidos são a glicose (fabricada 
pelos vegetais na fotossíntese), a frutose (encontrada no mel) e a galactose (que se liga à glicose 
formando a lactose, encontrada no leite). 
 
 
04. Resposta C 
Os dissacarídeos são constituídos pela união de dois monossacarídeos, e seus representantes mais 
conhecidos são a sacarose (glicose + frutose), lactose (glicose + galactose) e maltose (glicose + glicose). 
 
05. Resposta E. 
 
06. Resposta B. 
 
07. Resposta D. 
Afirmativa a: está correta, os carotenoides são pigmentos com cores entre amarelo, laranja e vermelho, 
podendo captar a energia solar. 
Afirmativa b: está correta, os esteroides atuam como reguladores de atividades biológicas. 
Afirmativa c: está correta, os triglicerídeos ficam armazenados nos adipócitos, formando uma reserva 
energética e também servindo como isolantes térmicos. 
Afirmativa d: está errada, o nosso organismo não utiliza o colesterol como fonte de energia. 
 
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08. Resposta D. 
São conhecidas cinco bases nitrogenadas: adenina, citosina, guanina, timina e uracila. As três 
primeiras são comuns ao DNA e RNA, enquanto a timina só ocorre no DNA, e a uracila, no RNA. 
 
09. Resposta D. 
Nos eucariontes, o DNA é encontrado também nos cloroplastos e mitocôndrias. 
 
10. Resposta B. 
Os lipídios são moléculas orgânicas resultantes da associação entre ácidos graxos e glicerol (álcool). 
 
 
 
Seres Vivos 
Estima-se que existam na Terra milhões de diferentes tipos de organismos vivos compartilhando a 
biosfera. O reconhecimento dessas espécies está intimamente relacionado à história do homem. 
O homem, determinado momento da história evolutiva, passou a utilizar animais e plantas para sua 
alimentação, cura de doenças, fabricação de armas, objetos agrícolas e abrigo. A necessidade de 
transmitir as experiências adquiridas para os descendentes forçou-o a conhecer detalhadamente as 
plantas e animais. O documento zoológico mais antigo que se tem notícia, é um trabalho grego de 
medicina, do século V a.C., que continha uma classificação simples dos animais comestíveis, 
principalmente peixes. 
Diante disso, a classificação dos seres vivos surgiu da necessidade do homem em reconhecê-los. O 
grande número de espécies viventes levou-o a organizá-las de forma a facilitar a identificação e, 
consequentemente, seu uso. 
 
A classificação dos seres vivos 
A primeira fase da classificação dos seres vivos começou na Antiguidade, com o filósofo grego 
Aristóteles (384 - 322 a.C.), autor dos registros escritos mais antigos conhecidos sobre esse assunto e 
que datam do século 4 a.C. Nessa época, os organismos vivos foram divididos em dois reinos claramente 
distintos: as Vegetal e Animal. Neste tipo de classificação, as plantas eram todos os organismos fixos e 
sem uma forma claramente definida, capazes de fabricar matéria orgânica a partir de fontes inorgânicas 
– autotrofia -, enquanto os animais eram todos os restantes organismos, devida livre, com forma definida 
e dependentes da matéria orgânica (plantas ou outros animais) para a sua nutrição – heterotrofia. 
Conforme mais dados iam sendo recolhidos, principalmente de estrutura microscópica e metabolismo, 
a sua maioria confirmava a total separação dos dois grandes reinos. Assim, as plantas apresentavam 
todas espessas paredes celulares celulósicas, enquanto as células animais apresentavam outros 
compostos no seu interior. 
Esta divisão simples dos organismos parecia tão óbvia e bem definida para os organismos 
macroscópicos que o problema causado pelos fungos, que não pareciam encaixar bem nas plantas, era 
facilmente esquecido. 
 
 
Entretanto, com a invenção do microscópio por Van Leeuwenhoek, foi revelado uma miríade de 
organismos microscópicos, não visíveis a olho nu. Assim, ficou claro que a distinção entre animais e 
plantas não podia ser facilmente aplicada a este nível. Alguns deste seres podiam ser facilmente 
A classificação dos seres vivos: regras de nomenclatura; principais categorias 
taxonômicas. 
 
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. 79 
comparados com algas macroscópicas e incluídos nas plantas, outros poderiam ser incluídos nos animais 
mas ainda restavam muitos com combinações estranhas de características de animal e de planta. 
Para complicar ainda mais a situação, a teoria de Darwin da evolução tinha sido aceita como 
representativa da realidade, e considerava que todos os organismos tinham um ancestral comum. Era 
óbvio que um ancestral comum às plantas e aos animais não poderia ser nenhum deles, sendo necessário 
criar um novo grupo onde se pudesse incluí-lo. 
Diante disso, o alemão Ernst Haeckel, realizou estudos microscópicos da enorme variedade de 
organismos unicelulares, e chegou à conclusão que as primeiras formas de vida teriam sido muito simples, 
sem a complexidade estrutural que já observava nos unicelulares observados. Assim, Haeckel, chamou 
esses organismos primitivos moneras, tendo-os dividido em zoomoneres (bactérias) e phytomoneres 
(cianobactérias). O desenvolvimento de células mais complexas, contendo núcleo, era, na sua opinião, o 
resultado de diferenciação do citoplasma. 
Assim, Haeckel criou um terceiro reino a que chamou Protista. Neste reino colocou todos os seres 
que não apresentavam tecidos diferenciados, incluindo seres unicelulares e coloniais. 
 
 
 
Haeckel reconheceu uma série de subdivisões no seu reino Protista. A principal subdivisão era entre 
os grupos semelhantes às plantas – Protophytes – e os semelhantes aos animais – Protozoa -, 
reconhecidos pelos seus pelos seus metabolismos diferentes. Também necessitava de um terceiro grupo 
onde colocar todos os protistas que não eram claramente semelhantes às plantas ou aos animais, os 
protistas atípicos. A distinção entre células com e sem núcleo estavam subordinadas a estas três 
categorias, com os organismos sem núcleo a formar um pequeno grupo dentro dos protistas atípicos. 
Com a descoberta do microscópio eletrônico, foi possível a morfologia celular dos organismos. Assim, 
Herbert Copeland, em 1936, propôs um sistema de classificação em quatro reinos, retirando Monera de 
dentro dos protistas por serem procariontes, e resgatando o termo Protista para eucariontes unicelulares 
ou multicelulares sem tecidos verdadeiros. Seus reinos eram: 
- Reino Monera: bactérias e cianobactérias; 
- Reino Protoctista: unicelulares eucariontes, multicelulares como “algas” e fungos; 
- Reino Plantae: multicelulares fotossintetizantes com tecidos; 
- Reino Animalia: multicelulares heterótrofos com tecidos. 
 
 
 
Essa proposta foi posteriormente substituída, a partir de 1959, pelo sistema de cinco reinos de Robert 
Whittaker, que definiu os seguintes reinos: 
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. 80 
- Reino Monera: procariontes representados pelas bactérias e cianobactérias; 
- Reino Protista: unicelulares eucariontes; 
- Reino Plantae: multicelulares eucariontes que fazem fotossíntese (“algas” e plantas terrestres); 
- Reino Fungi: eucariontes multicelulares heterótrofos que absorvem nutrientes do meio, possuem 
parede celular de quitina; 
- Reino Animalia: eucariontes multicelulares heterótrofos que ingerem alimento do meio. 
 
 
A partir de 1970, até os dias de hoje, as propostas de classificação estão mais relacionadas com os 
avanços da biologia molecular, o aprimoramento dos estudos com microscopia eletrônica e com a maior 
aceitação e desenvolvimento da sistemática filogenética. 
O sistema de classificação de Lynn Margulis baseia-se no conhecimento sobre a estrutura sub-
microscópica das células e seus organelos, bem como vias metabólicas, incorporandoa descoberta de 
muitos tipos altamente diferenciados de bactérias. Apesar de o seu sistema também incorporar uma 
elaborada teoria de evolução da estrutura celular por endossimbiose, difere apenas em alguns detalhes 
das classificações de Copeland e de Whittaker. 
Na classificação de Copeland, não se dava especial atenção à distinção entre organismos com e sem 
núcleo, mas em classificações posteriores esta tornou-se uma condição crucial. Margulis distingue os 
chamados super-reinos ou domínios Prokarya e Eukarya, sendo o último caracterizado por apresentar 
genoma composto, sistemas de mobilidade intracelular e a possibilidade de fusão celular, que leva a um 
sistema de genética mendeliana e sexo. O domínio Prokarya, por outro lado, é agrupado com base na 
ausência de um sistema sexual desse tipo. 
Dentro dos Eukarya, ela distingue os mesmos grupos que Whittaker: protoctistas, plantas, animais e 
fungos. Neste caso, os protoctistas são novamente definidos negativamente, o que volta a tornar as 
plantas, animais e fungos monofiléticos. 
Nos Prokarya, a diversidade de vias metabólicas e a reconhecida divergência evolutiva (como 
demonstrada pelas sequências de RNA) não deu origem a categorias elevadas. A distinção entre Archaea 
e Eubacteria é abafada sob o nome de bactérias e expressa a um nível inferior ao da distinção entre 
fungos, animais e plantas. 
Uma classificação ligeiramente diferente foi proposta por Mayr (1990), que concorda com Margulis em 
relação à distinção entre procariontes e eucariontes, mas vai mais além e propõe que se reconheçam os 
subdomínios Archaea e Bacteria, dentro dos procariontes. Uma subdivisão semelhante é feita nos 
eucariontes, com os Protista e os Metabionta, para organismos unicelulares e multicelulares, 
respectivamente. Mayr dá especial atenção, portanto, a semelhanças e diferenças em morfologia e não 
às relações filogenéticas.8 
Os procariontes são unidos com base na semelhança de organização celular, ignorando a diversidade 
de metabolismos e as relações evolutivas deduzidas a partir de sequências de DNA. Também os protistas 
são unidos com base na falta de multicelularidade, novamente ignorando a sua enorme diversidade em 
muitos outros aspectos. Ambos os taxa estão em perigo de se tornar parafiléticos. 
No entanto, a principal divergência entre esta classificação e uma classificação filogenética não é o 
surgimento destes dois grupos parafiléticos mas antes o facto de o subdomínio Metabionta ser 
reconhecido com base apenas numa característica, a multicelularidade. Esta característica surgiu 
independentemente nos três grupos que o compõem, tornando este subdomínio completamente 
polifilético. 
Essencialmente com base na comparação de sequências de RNA ribossômico, Woese e seus colegas 
concluíram que os procariontes não eram um grupo coeso do ponto de vista evolutivo, mas antes 
 
8 http://simbiotica.org/ 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
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composto por dois subgrupos principais, cada um dos quais difere entre si e dos eucariontes. Esta 
diversidade evolutiva reflete-se no genoma e, por sua vez, na bioquímica e na ecologia. 
Assim, propuseram a substituição da divisão do mundo vivo em dois grandes domínios (procariontes 
e eucariontes) por uma subdivisão em três domínios: mantiveram os tradicionais eucariontes como o 
domínio Eucarya, mas em vez dos tradicionais procariontes surgem os domínios Archaea e Bacteria, ao 
mesmo nível que os Eucarya. A sua classificação reflecte a ideia de que a árvore da Vida tem três e não 
apenas dois ramos. 
No entanto, esta classificação não reflecte completamente a sua visão sobre qual dos três ramos é 
mais basal. Na filogenia em que baseiam a sua classificação, o ramo mais basal é o que conduz ao 
domínio Bacteria, sendo posterior a ramificação dos dois restantes grupos posterior, o que os torna mais 
relacionados entre si do que cada um deles com as bactérias. Esta relação próxima não se reflecte na 
classificação pois para esta filogenia ser aparente, Archaea e Eukarya teriam que ser agrupados num 
único super-domínio. 
A posição da raiz da árvore da Vida junto das bactérias não é, apesar de tudo, pacífica. Foram 
propostas raízes alternativas, que implicariam diferentes relações filogenéticas e diferentes 
classificações, mas deixando sempre intocada a parte dos eucariontes, pelo que a maioria das 
classificações coloca os procariontes num único grupo do mesmo nível que o dos eucariontes. Esta é 
uma simplificação deliberada, que ignora o facto de que, obrigatoriamente, um dos grupos de procariontes 
está mais próximo dos eucariontes do que qualquer outro. 
O esquema de seis reinos recentemente proposto por Cavalier-Smith é, em muitos aspectos, 
semelhante aos de Whittaker e Mayr, mas a semelhança é frequentemente superficial. Cavalier-Smith 
tenta um sistema mais estritamente filogenética, em que os grupos polifiléticos estão totalmente ausentes 
e os parafiléticos são evitados o mais possível. 
Para alcançar este fim, ele tem que transferir um número de grupos que pertenciam aos Protoctista na 
maioria dos sistemas de classificação anteriores, para um dos outros reinos. Assim, neste sistema, cada 
um dos reinos que contém organismos multicelulares passa a conter um certo número de organismos 
unicelulares relacionados. Estas revisões são baseadas num conjunto ainda crescente de dados acerca 
das relações deduzidas da comparação de sequências de DNA e proteínas, bem como acerca da ultra-
estrutura celular. 
Nos procariontes, Cavalier-Smith salienta o número características ultra-estruturais em vez das 
sequências de RNA ribossómico usadas por Woese. Assim, as Archaea são incluídas como um subgrupo 
relativamente menor dentro do reino Bacteria. Dentro dos eucariontes, Cavalier-Smith reconhece cinco 
reinos. 
O reino Animalia é relativamente inalterado, quando comparado com outros sistemas de classificação. 
Para além dos animais, também contém um grupo de parasites unicelulares, com base em que a 
unicelularidade é devida a uma regressão e não a um caracter original. 
De forma semelhante, o reino Fungi também contém um grupo de parasitas, antes parte dos 
protoctistas. Alguns grupos, antes considerados fungos, foram transferidos para um novo reino designado 
Chromista. O reino Plantae expandiu-se para incluir as algas vermelhas, para além das tradicionalmente 
incluídas algas verdes. Este facto reflecte um cenário evolucionista em que a fotossíntese foi adquirida 
apenas uma vez, pela incorporação do cloroplasto num célula eucariótica, derivado de uma cianobactéria. 
Outras classificações, que colocam as plantas e as algas vermelhas mais afastadas, têm que assumir um 
cenário evolutivo onde os cloroplastos foram adquiridos independentemente várias vezes, ou totalmente 
perdidos ainda mais vezes. 
O reino novo Chromista contém a maioria dos restantes grupos fotossintéticos, informalmente 
designados algas, bem como um grupo de outros grupos anteriormente colocados nos fungos e que se 
acredita terem perdido a capacidade fotossintética secundariamente. No cenário evolutivo, o cloroplastos 
foi adquirido pela fusão de uma célula autotrófica com uma célula não fotossintética, um acontecimento 
que levou ao surgimento de uma membrana extra em volta do organito. 
 
 
Lineu e o Sistema Binomial 
O estudo descritivo de todas as espécies de seres vivos e sua classificação dentro de uma verdadeira 
hierarquia de grupamentos constitui a sistemática ou taxonomia. Vamos começar a interpretar o papel da 
taxonomia revendo o conceito de espécie. 
As espécies são os diferentes tipos de organismos. Uma definição mais técnica de espécie é: "um 
grupo de organismos que se cruzam entre si, sem normalmente cruzar-se com representantes de outros 
grupos". Os organismos pertencentes a uma espéciedevem apresentar semelhanças estruturais e 
funcionais, similaridades bioquímicas e mesmo cariótipo, além da capacidade de reprodução entre si. A 
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definição acima, embora útil para os animais, não é, entretanto, útil na taxonomia vegetal, porque 
cruzamentos férteis podem ocorrer entre plantas de tipos bastante diferentes. Também não se aplica esta 
distinção a organismos que não se reproduzem sexualmente. 
Com base nas teorias evolucionistas, uma espécie se modifica constantemente, no espaço e no tempo, 
em vez de ser uma forma imutável, ideal, como foi concebida por Lineu. Desta maneira, a palavra 
"espécie" possui diferentes significados para diferentes tipos de organismos, o que não é surpresa se 
considerarmos que a evolução nos vários grupos de organismos seguiu caminhos diversificados. No 
entanto, o termo permanece sendo útil e possibilita uma maneira adequada de se referir a organismos e 
catalogá-los. 
 
Outros Grupos Taxonômicos 
O reino é a maior unidade usada em classificação biológica. Entre o nível do reino e do gênero, 
entretanto, Lineu e taxonomistas posteriores adicionaram diversas categorias (ou taxa). Temos então, os 
gêneros agrupados em famílias, as famílias em ordens, as ordens em classes e as classes em filos 
(ou divisão, para os botânicos), seguindo um padrão hierárquico. 
Essas categorias podem ser subdivididas ou agregadas em várias outras, menos importantes, como, 
por exemplo, os subgêneros e as superfamílias. Assim, hierarquicamente, temos: 
 
 
 
Regras de nomenclatura 
Os animais, assim como as plantas, são popularmente conhecidos por nomes muito variáveis de um 
lugar para outro. Os cientistas, com intuito de universalizar os nomes de animais e plantas, procuraram 
criar uma nomenclatura internacional para a designação dos seres vivos. Mark Catesby, por volta de 
1740, publicou um livro de zoologia onde denominava o pássaro conhecido como tordo (sabiá americano) 
de Turdus minor cinereoalbus non maculatus, que significava: “tordo pequeno branco-acinzentado sem 
manchas”. Essa foi uma tentativa de padronizar o nome do pássaro, para que ele pudesse ser conhecido 
em qualquer idioma ou região, mas havia o inconveniente de usar uma denominação muito extensa. 
Em 1735, Carl von Linné, propôs regras para classificar e denominar animais e plantas, onde cada 
organismo seria conhecido por dois nomes apenas, seguidos e inseparáveis. Surgiu assim a 
nomenclatura binomial, a qual é ainda hoje utilizada. 
Para escrevermos o nome científico de uma espécie, utilizamos as regras propostas por Lineu: 
1. O nome deve ser escrito em latim e destacado do texto (em itálico, negrito ou grifado); 
2. O nome deve ser escrito com duas palavras (nomenclatura binominal). A primeira se refere ao 
gênero, a segunda é o epíteto específico. Juntas, formam a espécie. 
3. O gênero deve iniciar com letra maiúscula e o epíteto específico com a letra minúscula. 
 
Exemplos: 
Homem = Homo sapiens 
Cachorro = Canis familiaris 
Mosca = Musca domestica 
 
Nomes Populares: Filogenia; Cladogramas. 
A nomeação dos seres vivos que compõe a biodiversidade constitui uma etapa do trabalho de 
classificação. Muitos seres são “batizados” pela população com nomes denominados populares ou 
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vulgares, pela comunidade científica. Esses nomes podem designar um conjunto muito amplo de 
organismos, incluindo, algumas vezes, até grupos não aparentados. O mesmo nome popular pode ser 
atribuído a diferentes espécies, como neste exemplo: 
 
 
 Ananas comosus Ananas ananassoides 
Estas duas espécies do gênero ananas são chamadas pelo mesmo nome popular Abacaxi. 
Outro exemplo é o crustáceo de praia Emerita brasiliensis, que no Rio de Janeiro é denominado tatuí, 
e nos estados de São Paulo e Paraná é chamado de tatuíra. 
 
 
 
Em contra partida, animais de uma mesma espécie podem receber vários nomes, como ocorre com a 
onça-pintada, cujo nome científico é Panthera onca. 
 
 
Outros nomes populares: canguçu, onça-canguçu, jaguar-canguçu 
 
Outro exemplo é a planta Manihot esculenta, cuja raiz é muito apreciada como alimento. Dependendo 
da região do Brasil, ela é conhecida por vários nomes: aipim, macaxeira ou mandioca. Considerando os 
exemplo apresentados, podemos perceber que a nomenclatura popular varia bastante, mesmo num país 
como o Brasil, em que a população fala um mesmo idioma, excetuando-se os idiomas indígenas. Imagine 
se considerarmos o mundo todo, com tantos, com tantos idiomas e dialetos diferentes, a grande 
quantidade de nomes de um mesmo ser vivo pode receber. Desse modo podemos entender a 
necessidade de existir uma nomenclatura padrão, adotada internacionalmente, para facilitar a 
comunicação de diversos profissionais, como os médicos, os zoólogos, os botânicos e todos aqueles que 
estudam os seres vivos. 
A sistemática é a ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as 
relações filogenéticas entre os organismos. Inclui a taxonomia (ciência da descoberta, descrição e 
classificação das espécies e grupo de espécies, com suas normas e princípios) e também a filogenia 
(relações evolutivas entre os organismos). Em geral, diz-se que compreende a classificação dos diversos 
organismos vivos. Em biologia, os sistemas são os cientistas que classificam as espécies em outros 
táxons a fim de definir o modo como eles se relacionam evolutivamente. 
O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada taxonomia, foi inicialmente o de organizar as 
plantas e animais conhecidos em categorias que pudessem ser referidas. Posteriormente a classificação 
passou a respeitar as relações evolutivas entre organismos, organização mais natural do que a baseada 
apenas em características externas. Para isso se utilizam também características ecológicas, fisiológicas, 
e todas as outras que estiverem disponíveis para os táxons em questão. É a esse conjunto de 
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investigações a respeito dos táxons que se dá o nome de Sistemática. Nos últimos anos têm sido tentadas 
classificações baseadas na semelhança entre genomas, com grandes avanços em algumas áreas, 
especialmente quando se juntam a essas informações aquelas oriundas dos outros campos da Biologia. 
A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, ciência que estuda as relações entre 
organismos, e que inclui a coleta, preservação e estudo de espécimes, e a análise dos dados vindos de 
várias áreas de pesquisa biológica. O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles no século IV 
a.C., que ordenou os animais pelo tipo de reprodução e por terem ou não sangue vermelho. O seu 
discípulo Teofrasto classificou as plantas por seu uso e forma de cultivo. Nos séculos XVII e XVIII os 
botânicos e zoólogos começaram a delinear o atual sistema de categorias, ainda baseados em 
características anatômicas superficiais. No entanto, como a ancestralidade comum pode ser a causa de 
tais semelhanças, este sistema demonstrou aproximar-se da natureza, e continua sendo a base da 
classificação atual. Lineu fez o primeiro trabalho extenso de categorização, em 1758, criando a hierarquia 
atual. 
A partir de Darwin a evolução passou a ser considerada como paradigma central da Biologia, e com 
isso evidências da paleontologia sobre formas ancestrais, e da embriologia sobre semelhanças nos 
primeiros estágios de vida. No século XX, a genética e a fisiologia tornaram-se importantes na 
classificação, como o uso recente da genética molecular na comparação de códigos genéticos. 
Programas de computador específicos são usados na análise matemáticados dados. 
Em fevereiro de 2005 Edward Osborne Wilson, professor aposentado da Universidade de Harvard, 
onde cunhou o termo biodiversidade e participou da fundação da sociobiologia, ao defender um "projeto 
genoma" da biodiversidade da Terra, propôs a criação de uma base de dados digital com fotos detalhadas 
de todas a espécies vivas e a finalização do projeto Árvore da vida. Em contraposição a uma sistemática 
baseada na biologia celular e molecular, Wilson vê a necessidade da sistemática descritiva para preservar 
a biodiversidade. 
Do ponto de vista econômico, defendem Wilson, Peter Raven e Dan Brooks, a sistemática pode trazer 
conhecimentos úteis na biotecnologia, e na contenção de doenças emergentes. Mais da metade das 
espécies do planeta é parasita, e a maioria delas ainda é desconhecida. De acordo com a classificação 
vigente as espécies descritas são agrupadas em gêneros. Os gêneros são reunidos, se tiverem algumas 
características em comum, formando uma família. Famílias, por sua vez, são agrupadas em uma ordem. 
Ordens são reunidas em uma classe. Classes de seres vivos são reunidas em filos. E os filos são, 
finalmente, componentes de alguns dos cinco reinos (Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia). 
 
 
 
 
A Filogênese dos Seres Vivos 
 Qual foi o ancestral dos répteis (lagartos, cobras) que vivem na Terra atual? Essas e outras perguntas 
relativas à origem dos grandes grupo de seres vivos eram difíceis de serem respondidas até surgir, em 
1859, a Teoria da evolução Biológica por Seleção Natural, proposta por Charles Darwin e Alfred Russel 
Wallace. Com a compreensão de "como" a evolução biológica ocorre, os biólogos passaram a sugerir 
hipóteses para explicar a possível relação de parentesco entre os diversos grupos de seres vivos. 
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Diagramas em forma de árvore - elaborados com dados de anatomia e embriologia comparadas, além 
de informações derivadas do estudo de fósseis - mostraram a hipotética origem de grupos a partir de 
supostos ancestrais. Essas supostas "árvores genealógicas" ou "filogenéticas" (do grego, phylon = raça, 
tribo + génesis = fonte, origem, início) simbolizavam a história evolutiva dos grupos que eram comparados, 
além de sugerir uma provável época de origem para cada um deles. Como exemplo veja a figura abaixo. 
 
 
O esquema representa uma provável "história evolutiva" dos vertebrados. Note que estão 
representados os grupos atuais - no topo do esquema- bem como os prováveis ancestrais. Perceba que 
o grupo das lampreias (considerados "peixes" sem mandíbula) é bem antigo (mais de 500 milhões de 
anos). Já cerca de 150 milhões de anos, provavelmente a partir de um grupo de dinossauros ancestrais. 
Note, ainda, que o parentesco existe entre aves e répteis é maior do que existe entre mamífero e répteis, 
e que os três grupos foram originados de um ancestral comum. Atualmente com um maior número de 
informações sobre os grupos taxonômicos passaram-se a utilizar computadores para se gerar as arvores 
filogenéticas e os cladogramas para estabelecer as inúmeras relações entre os seres vivos. 
 
Estabelecendo Filogenias com os Cladogramas 
 Ao dispor de um grande número de características comparativas, mais confiáveis - anatômicas, 
embriológicas, funcionais, genéticas, comportamentais etc. - os biólogos interessados na classificação 
dos seres vivos puderam elaborar hipóteses mais consistentes a respeito da evolução dos grandes 
grupos. Influenciados pelo trabalho de Wili Hennig - um cientista alemão, especialista em insetos - 
passaram a apresentar as características em cladogramas. Neste tipo de diagrama, utiliza-se uma linha, 
cujo ponto de origem - a raiz- simboliza um provável grupo (ou espécie) ancestral. De cada nó surge um 
ramo, que conduz a um ou a vários grupos terminais. Com os cladogramas pode-se estabelecer uma 
comparação entre as características primitivas - que existiam em grupos ancestrais - e as derivadas - 
compartilhadas por grupos que os sucederam. 
 
Os seres vivos apresentam: 
 Composição química mais complexa; 
 Organização celular, que vai muito além da organização dos átomos e das moléculas 
constituintes de toda matéria (viva ou bruta); 
 Capacidade de nutrição, absorvendo matéria e energia do ambiente para se desenvolver e 
manter suas funções vitais; 
 Reações a estímulos do ambiente; 
 Capacidade de manter seu meio interno em condições adequadas, independente dos fatores 
externos, como calor e frio; 
 Crescimento e reprodução, originando descendentes semelhantes; 
 Capacidade de modificar-se ao longo do tempo, através do processo de evolução, 
desenvolvendo adaptações adequadas à sobrevivência. 
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Composição química 
Os seres vivos possuem uma composição química complexa constituída principalmente por carbono, 
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio. Esses quatro elementos são os mais abundantes na matéria viva, 
perfazendo 95% ou mais de sua composição. Outros elementos, como fósforo, enxofre, cálcio, sódio e 
potássio completam o restante dessa massa. Água e sais minerais, classificados como substâncias 
inorgânicas, são formados por pequenas moléculas ou por pequenos íons, e, por isso, são mais simples. 
Essas substâncias são encontradas na natureza, tanto nos seres vivos quanto fora deles. Já as 
substâncias orgânicas, como proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e ácidos nucleicos, são formadas 
por moléculas mais complexas, geralmente de tamanho maior, sendo, muitas vezes, macromoléculas. 
Elas têm como elemento principal o carbono e são fabricadas principalmente nos organismos vivos, 
podendo ser sintetizadas também em laboratório. 
 
Organização celular: 
Existem vários níveis hierárquicos de organização entre os seres vivos, começando pelos átomos e 
terminando na biosfera. Cada um desses níveis é motivo de estudo para os biólogos. 
 
Átomos e moléculas 
Os átomos formam toda a matéria existente. Eles se unem por meio de ligações químicas para formar 
as moléculas, desde as mais simples como a água (H2O), até moléculas complexas, como proteínas, que 
possuem de centenas a milhares de átomos. A matéria viva é formada principalmente pela união dos 
átomos (C) Carbono, (H) Hidrogênio, (O) Oxigênio e (N) Nitrogênio. 
 Organelas e Células 
As organelas são estruturas presentes no interior das células, que desempenham funções específicas. 
São formadas a partir da união de várias moléculas. A célula é a unidade básica da vida, sendo 
imprescindível para a existência dela. Existem vários tipos de células, cada uma com sua função 
específica. 
 Tecidos 
Os tecidos são formados pela união de células especializadas. Os tecidos estão presentes apenas em 
alguns organismos multicelulares como as plantas e animais. Um exemplo de tecido é o muscular, que 
tem a função de produzir os movimentos de um organismo; o tecido ósseo, formado pelas células ósseas, 
tem a função de sustentar o organismo. 
 Órgãos 
Os tecidos se organizam e se unem, formando os órgãos. Eles são formados de vários tipos de tecidos. 
Por exemplo, o coração é formado por tecido muscular, sanguíneo e tecido nervoso. Os ossos são 
formados por tecido ósseo, sanguíneo e nervoso. 
 Sistemas 
Os sistemas são formados pela união de vários órgãos, que se trabalham em conjunto para exercer 
uma determinada função corporal; por exemplo, o sistema digestório, que é formado por vários órgãos, 
como boca, estômago, intestinos, glândulas, etc. 
 Organismo 
A união de todos os sistemas forma o organismo, que pode ser uma pessoa, uma planta, um peixe, 
um cachorro, um pássaro, um verme, etc. 
 
Questões 
01. (FCC - SEE-MG - Professor de Educação Básica – Biologia) Sobre a célula, unidade estrutural 
e funcional dos seresvivos, está correto afirmar que 
(A) os diferentes tipos celulares apresentam mitocôndrias que sintetizam ATP 
(B) as células animais apresentam membrana nuclear, o que não ocorre com as vegetais. 
(C) os diferentes tipos celulares apresentam ribossomos e sintetizam proteínas. 
(D) algumas células possuem DNA como material hereditário, enquanto outras possuem RNA 
 
02. (IMA - Prefeitura de Canavieira - PI - Professor de Ciências- 2015) Antigamente os cientistas 
dividiam os seres vivos em dois grandes reinos, o das plantas e o dos animais. Com o avanço nos estudos 
dos seres vivos e em especial dos seres microscópios, começou a ficar cada vez mais difícil manter este 
sistema de classificação, pois muitos seres não se encaixam nem em um reino nem no outro. Nesse 
sistema atualmente os cientistas agrupam os seres vivos do seguinte modo, EXCETO: 
(A) Reino Morena, organismo procariontes, unicelulares, coloniais ou não autótrofos ou heterótrofos. 
(B) Reino macrófagos células encontra no sangue contra infecções fagocitando microrganismos 
patogênicos. 
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(C) Reino Protista, organismo eucariontes unicelulares coloniais ou multicelulares que não possuem 
tecidos verdadeiros. 
(D) Reino Plantae, organismo eucariontes multicelulares e fotossintetizante com tecidos verdadeiros. 
 
03. (CEPERJ - SEDUC-RJ - Professor – Biologia) 
 
Considerando a classificação tradicional em cinco Reinos, é correta a seguinte afirmação sobre as 
amebas: 
(A) são eucarióticos do Reino Monera 
(B) são procarióticos do Reino Protoctista 
(C) são metazoários do Reino Monera 
(D) são eucarióticos do Reino Protoctista 
(E) são protozoários do Reino Monera 
 
04. (FCC - MPU - Analista Pericial – Antropologia) A hierarquia correta das categorias taxonômicas, 
da mais inclusiva para a mais restrita é 
(A) reino, filo, classe, ordem, família, gênero, espécie. 
(B) filo, reino, classe, ordem, família, gênero, espécie. 
(C) ordem, reino, filo, família, classe, gênero, espécie. 
(D) espécie, gênero, família, ordem, classe, filo, reino. 
(E) espécie, gênero, família, classe, ordem, filo, reino. 
 
05. (IBFC - SEAP-DF - Professor – Biologia) Durante a história da Biologia, diversas mudanças 
ocorreram em relação à classificação dos organismos, pois conforme nova informação é descoberta, 
novos parâmetros são utilizados para a classificação. A história da classificação dos seres vivos data do 
início no século 4 a.C. com Aristóteles e até os dias de hoje há grande discussão sobre as hipóteses de 
classificação, pois a evolução do conhecimento e de novas metodologias empregadas têm trazido 
mudanças na árvore da vida. 
Assinale a alternativa incorreta a respeito do panorama histórico da classificação dos seres vivos: 
(A) O sistema de classificação de Lineu propôs uma interpretação dicotômica de diversidade. As 
plantas eram caracterizadas pela presença de parede celular, pela fotossíntese e por serem sésseis, e 
os animais pelo fato de conseguirem se locomover, por não fazerem fotossíntese e não possuírem parede 
celular. 
(B) A proposta de classificação dos seres vivos em cinco reinos: Monera, Protista, Plantae, Fungi e 
Animalia surge com a utilização de microscopia eletrônica é a mais atual e aceita em Biologia. 
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(C) As comparações entre as moléculas de RNA que formam os ribossomos, estabeleceu uma 
categoria taxonômica superior a Reino, o Domínio, e considerou que todos os eucariontes podem ser 
reunidos em um único domínio (Eucarya). 
(D) Na classificação mais recente, os procariontes estão distribuídos em dois domínios: Archaea e 
Bactéria. 
 
Respostas 
01. Resposta:C 
 
02. Resposta:B 
 
03. Resposta:D 
 
04. Resposta:A 
A taxonomia é a ciência que estuda a classificação dos animais. Ela se divide em dois grandes ramos: 
a sistemática que trabalha com a divisão dos animais em grupos de acordo com suas semelhanças e a 
nomenclatura que enquadra nas normas universais para identificação. Os animais são divididos em sete 
grupos: reino, filo, classe, ordem, família, gênero, espécie, onde o reino é a classificação mais ampla, 
com características mais gerais dos organismos e em espécies, onde se identifica e classifica os animais 
mais especificamente. 
 
05. Resposta:B 
 
Os Vírus 
 
Os vírus são únicos organismos acelulares da Terral atual. Extremamente simples e pequenos 
(medem menos de 0,2 µm), são constituídos por apenas uma carapaça proteica envolvendo uma 
molécula de ácido nucléico que pode ser DNA ou RNA, nunca os dois juntos. O capsídeo pode ser 
envolvido por um envelope constituído de lipídios, proteínas e carboidratos e que possui projeções na 
superfície ou espículas de constituição glicoproteica (essas projeções são importantes na fixação dos 
vírus às células hospedeiras). 
 
 
 
Os vírus representam o limite entre as formas vivas e as sem vida. Podem inserir-se no material 
genético da célula e causar grandes danos (agentes infecciosos). 
A estrutura viral completa é denominada vírion; - vírus com RNA é mais fácil de mutar porque não tem 
mecanismo de reparo, tem cadeia simples que é menos estável. DNA do vírus tem sistema de reparo 
porque sempre teve função genética e RNA só teve essa função depois; não possuem componentes 
celulares necessários para o metabolismo ou reprodução independente; muitos vírus possuem dentro do 
capsídeo uma ou mais enzimas que são liberadas após o desnudamento do vírus no interior da célula 
hospedeira e atuam na replicação do ácido nucléico; podem multiplicar-se somente dentro de células 
vivas, sendo considerados parasitas intracelulares obrigatórios. Após invadir uma célula ou um 
microrganismo, um vírus tem a habilidade de induzir a maquinaria genética da célula hospedeira a fazer 
muitas cópias do vírus 
 
Fases da Replicação Viral 
 
-Absorção: especificidade, reconhecimento vírus - célula a ser infectada. Para vírions nus, as proteínas 
do capsídeo são provavelmente responsáveis pela ligação a um receptor específico da célula. Para 
vírions envelopados, as glicoproteínas da superfície da membrana do envelope são responsáveis pelo 
reconhecimento de um receptor presente na superfície celular, ocorrendo posteriormente a fixação. 
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-Penetração: a maioria dos vírus envelopados entra na célula hospedeira pela fusão da membrana da 
célula hospedeira com o envelope viral, resultando na liberação o nucleocapsídeo para dentro do 
citoplasma da célula. Alguns vírus envelopados e a maioria dos nus são englobados pela célula 
hospedeira em um vacúolo envolvido por uma membrana, os nucleocapsídeos são então liberados dentro 
do citoplasma. 
 
-Decapsidação: vírus dentro da célula perde o capsídeo; eclipse = período de tempo entre a 
decapsidação até a montagem de um novo vírion maduro, vírus sem capsídeo não visto no M.O. Célula 
com dois DNA: o dela e o do vírus. 
 
-Montagem: o processo de montagem não envolve a biossíntese de enzimas especiais, ocorrendo 
espontaneamente como resultado da interação molecular altamente específica das macromoléculas do 
capsídeo com o ácido nucleico viral. Montagem do capsídeo ocorre após a replicação, lipídios da 
membrana da célula irão fazer parte do vírus (isso permite o reconhecimento do vírus às mesmas células 
que o “fez”) 
 
-Liberação: o mecanismo de liberação varia com o vírus. O vírus sai da célula por brotamento ou a 
célula morre e se rompe, liberando os vírions. Além desses modos, os vírions podem deixar as células 
por canais especiais por um longo período de tempo. 
 
 
 
Doenças Humanas Virais 
Dengue 
 
Endêmica no Brasil desde a década de 80, a dengue é considerada uma dasprincipais ameaças à 
saúde em nosso país. Nos últimos anos vem se disseminando de tal forma que, segundo dados do 
Ministério da Saúde, somente em 1998, 529,4 mil pessoas foram contaminadas. O vírus causador da 
dengue tem quatro sorotipos classificados pelos números 1, 2, 3 e 4. No Brasil, são registrados casos 
com sorotipos 1 e 2 (apesar da ameaça do tipo 3 no ano passado). A transmissão do vírus ocorre pela 
picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada com o vírus da doença. Teoricamente, a transfusão 
de sangue infectado também transmite a doença. 
Os principais sintomas da dengue clássica são: dores de cabeça e muscular, febre alta, vermelhidão 
no corpo, aumento das glândulas linfáticas e comprometimento das vias aéreas superiores. Depois de 
cinco a sete dias, acaba o ciclo do vírus no doente, este melhora e fica imunizado para esse sorotipo que 
o infectou. Na dengue hemorrágica, além da febre e das dores de cabeça e muscular, o doente também 
apresenta hemorragias gastrointestinal, cutânea, gengival e nasal, tontura e queda de pressão. Em razão 
das hemorragias, este tipo de dengue pode matar. 
-Prevenção: Não deixe água acumulada, em pneus, caixa d'água. Uma água parada em uma simples 
tampinha de garrafa pode servir de criatório para o mosquito Aedes aegypti. 
 
Febre Amarela 
 
Outra virose que tem registrado uma aumento significativo de casos é a febre amarela, notadamente 
em estados como Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Pará. Depois de três a seis dias de ser infectada, a 
pessoa apresenta os seguintes sintomas: dores de cabeça e muscular, enjoo, vômitos, febre alta, pulso 
baixo, prostação e irritabilidade. O nome da doença provém do fato de o doente normalmente apresentar 
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icterícia, ou seja, sua pele torna-se impregnada de bilirrubina, tornando-se amarela. Na fase mais 
avançada da doença, há comprometimento do fígado e dos rins, além de hemorragias que podem levar 
à morte. 
A febre amarela urbana é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectada por 
pessoas contaminadas. O vírus da febre amarela silvestre é transmitida pela fêmea do mosquito 
Haemagogus, infectada ao sugar sangues de macacos que são os reservatórios naturais do agente 
causador da doença. Não há tratamento que cure a febre amarela. A cura depende da resistência de 
cada paciente. A internação em hospitais torna-se necessária, para que sejam controladas as principais 
complicações do doente, principalmente as relacionadas aos rins e às hemorragias. 
-Prevenção: é feita com o combate aos insetos transmissores e com a vacinação antiamarílica que 
pode ser aplicada a partir dos seis meses de idade. A vacina é eficaz por dez anos 
 
Sarampo 
 
O Sarampo constitui uma doença febril, extremamente contagiosa, caracterizada por irritação ocular e 
inflamação do sistema respiratório, com posterior surgimento de exantemas. As crianças são mais 
facilmente acometidas, embora os adultos que não a tenham tido possam adquiri-la nessa fase. 
-Contágio: a infecção é transmitida através de secreções dos olhos, nariz e garganta, por contágio 
direto ou gotas de saliva propagadas por espirros e tosse. 
-Sintomas e Sinais: após um período de incubação de aproximadamente 11 dias, começam a surgir 
os primeiros sintomas, semelhantes aos do resfriado comum, com coriza, espirros, febre e calafrios, dores 
de cabeça e nas costas, fotofobia, etc. Nesse período, que dura de 1 a 4 dias, surgem minúsculas 
manchas brancas na mucosa bucal, as chamadas manchas de Koplik que podem anunciar o 
aparecimento do exantema cutâneo. Surgem exantemas cutâneos que iniciam no rosto ou atrás das 
orelhas e posteriormente atingem o tronco e membros. Regridem em 2 a 4 dias após o seu surgimento, 
por fina descamação, com regressão da doença. 
-Tratamento e Prevenção: o tratamento é sintomático e a profilaxia (ou prevenção) é feita com vacinas 
de vírus em crianças (que não tenham tido a doença) com idade entre 6 meses e 6 anos. Aqueles que já 
tiveram a doença ou foram vacinados têm imunidade permanente, raramente adquiri novamente o 
Sarampo. 
 
Rubéola 
 
Apresenta este nome pelo aspecto avermelhado ou rubro do paciente. A rubéola é uma doença aguda, 
benigna, contagiosa, de crianças e adultos jovens. É conhecida como "sarampo alemão" ou sarampo de 
três dias. É uma das poucas infecções virais que está associada à gênese de anormalidade fetais. 
-Contágio: é direto, provavelmente das vias respiratórias ou da mãe para o feto através da circulação 
comum. Do mesmo modo que no sarampo, o doente deve ser isolado, pois é infectante durante uns 10 
dias depois do aparecimento da erupção. 
-Sintomas e Sinais: o período de incubação é de 14 a 21 dias, após o que surgem sintomas variáveis 
em ocorrência e gravidade: cefaleia, mal-estar, mialgia, febre alta de até 38,5°C e, mais raramente, tosse, 
faringite e coriza. Aparecem, 24 ou 48 horas após o surgimento desses sintomas, os exantemas no rosto, 
atrás das orelhas e no couro cabeludo, disseminando-se depois para todo o corpo. No 3º dia, ocorre a 
descamação dos exantemas e consequentemente melhora do quadro. As manchas de Koplik não 
aparecem na rubéola. 
-Complicações na gravidez: existe ainda a chamada rubéola congênita, em que a mãe, sintomática ou 
não, transmite o vírus pela circulação ao feto, provocando malformações congênitas com alterações 
cardíacas e oculares principalmente e, frequentemente, leva a partos de natimortos 
-Tratamento e Prevenção: o tratamento consiste em repouso e diminuição da cefaleia que leva ao 
desconforto. A profilaxia (ou prevenção) se faz com vacinas de vírus atenuados nas várias faixas 
susceptíveis. Também aqui a imunidade é permanente. Observação em caso de Rubéola consulte o 
Posto de Saúde mais próximo, ou Médico mais próximo, não tente se medicar sozinho (a), para não 
ocorrer gravidades no quadro. 
 
AIDS 
 
A AIDS é uma doença causada por um vírus do grupo retrovírus (vírus com RNA e que se utiliza do 
seu ácido nucléico como modelo para a síntese de DNA) denominada HIV. “Esta doença destrói parte do 
sistema imunológico do corpo e, em consequência, suas vítimas se tornam incapazes de se defenderem 
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de outros agentes etiológicos oportunistas, como certos tipos de vírus e certas espécies de bactérias, 
protozoários e fungos que normalmente seriam benignos ou teriam eliminação rápida em indivíduos até 
então sadios.” 
-Contágio: a transmissão do vírus HIV ocorre nas relações sexuais (homo ou heterossexuais) através 
do sêmen ou do fluido vaginal de portadores pelo uso de seringas ou material cirúrgico contaminado pelo 
vírus ou de seringas contaminadas em usuários de drogas, nas transfusões sanguíneas contaminadas 
pelo HIV; de mãe contaminada para filho na vida intrauterina ou na amamentação. Quando o vírus HIV é 
transmitido, ataca principalmente as células chamadas linfócitos T e os macrófagos, porque estas células 
do sistema imunitário possuem na membrana plasmática um tipo de proteína chamada CD4 com a qual 
as moléculas proteicas do revestimento viral têm grande afinidade. 
-Sintomas e Sinais: como a AIDS é consequência de um processo de imunodeficiência, a designação 
síndrome é usada caracterizando um conjunto de infecções oportunistas. São vários estágios, desde o 
contato com o vírus, usualmente assintomático e que pode levar de várias semanas até mais de 1 ano. 
Nas fases seguintes surgem febre, fadiga, inchaço dos glândios linfáticos, queda no número dos linfócitos 
T, cujo número normal é de mais de 400 por mm³ para menos de 200 por mm³, começando a desenvolver 
infecções virais, como Herpes simplex, produzindo lesões na pele em volta do ânus, boca e região genital. 
-Complicações: num estágiomais avançado, vários anos após o contato com o vírus HIV e que pode 
durar, em média, 2 anos, os linfócitos T caem para menos de 100 por mm³ quando surgem diversas 
infecções oportunistas que levam a pessoa à morte. 
-Tratamento e Prevenção: até o momento não se conseguiu produzir vacina contra o vírus do HIV, pois 
o material genético apresenta constante mutação e, ao se produzirem anticorpos para dar-lhe combate, 
ficam sem ação diante de transformações que o vírus sofre devido ao processo mutagênico. Portanto não 
existe cura, mas o tratamento através de drogas ou inibidores de enzimas importantes para que o ciclo 
viral ocorra, pode minorar o sofrimento e mesmo prolongar a vida do paciente. 
 
Bacteriófagos 
 
Os bacteriófagos podem ser vírus de DNA ou de RNA que infectam somente organismos procariotos. 
São formados apenas pelo nucleocapsídeo, não existindo formas envelopadas. Os mais estudados são 
os que infectam a bactéria intestinal Escherichia coli, conhecida como fagos T. Estes são constituídos por 
uma cápsula proteica bastante complexa, que apresenta uma região denominada cabeça, com formato 
poligonal, envolvendo uma molécula de DNA, e uma região denominada cauda, com formato cilíndrico, 
contendo, em sua extremidade livre, fibras proteicas. 
O DNA viral multiplica-se na célula hospedeira – no caso, a bactéria – provocando a síntese de 
proteínas virais e, consequentemente, a formação de novos fagos. Estes, após determinado tempo e com 
auxílio de enzimas específicas, rompem a parede bacteriana, podendo infectar outros indivíduos. Tais 
etapas compreendem o chamado ciclo lítico. 
Pode ocorrer, também, do bacteriófago se incorporar ao cromossomo da bactéria, passando a ser 
denominado profago. Lá, se multiplica e divide juntamente com o organismo hospedeiro, criando 
populações bacterianas inteiras infectadas por fagos inativos, ou temperados. Este é o ciclo lisogênico. 
O fago inativo pode também assumir o controle metabólico da bactéria, ao se desvencilhar do 
cromossomo bacteriano, iniciando o ciclo lítico. 
 
2. REINOS 
 
Reino Monera 
 
As bactérias tem uma estrutura celular bem característica de células procarióticas: parede celular, 
cápsula, membrana plasmática, citoplasma, nucleóde, plasmídeos, ribossomos, flagelos e fímbrias que 
serão detalhados a seguir: 
-Parede celular - envoltório extracelular rígido responsável pela forma da bactéria constituída por um 
complexo proteico - glicídico (proteína + carboidrato) com a função de proteger a célula contra agressões 
físicas do ambiente. 
Obs.: Não possui celulose como as das células vegetais. 
 
-Cápsula - camada de consistência mucosa ou viscosa formada por polissacarídeos que reveste a 
parede celular em algumas bactérias. É encontrada principalmente nas bactérias patogênicas, 
protegendo-as contra a fagocitose. 
 
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-Membrana Plasmática - mesma estrutura e função das células eucariontes. 
Obs.: Nas bactérias ocorrem invaginações na membrana plasmática que concentram as enzimas 
respiratórias: os mesossomos. 
 
-Citoplasma - formado pelo Hialoplasma e pelos Ribossomos. Ausência de organelas membranosas. 
 
-Nucleóide - é a região onde se concentra o cromossomo bacteriano, constituído por uma molécula 
circular de DNA. É o equivalente bacteriano dos núcleos de células eucariontes. Não possui carioteca ou 
envoltório nuclear. Além do DNA presente no nucleóide, a célula bacteriana pode ainda conter moléculas 
adicionais de DNA, chamadas Plasmídios ou Epissomas. 
 
-Ribossosmos: organela responsável pela síntese proteica da bactéria 
 
-Flagelos - apêndices filiformes usados na locomoção. 
 
-Fímbrias - apêndices filamentares, de natureza proteica, mais finos e curtos que os flagelos. Nas 
bactérias que sofrem conjugação, as fímbrias funcionam como pontes citoplasmáticas permitindo a 
passagem do material genético 
 
 
 
Tipos morfológicos de bactérias 
 
Quanto à morfologia, as bactérias classificam-se basicamente em três categorias: 
 
1. Cocos: São bactérias de forma arredondada, cujo tamanho, em geral, situa-se entre 0,2 e 5 µm de 
diâmetro. Os cocos apresentam-se isolados ou formando colônias Segundo a quantidade de bactérias e 
sua disposição, as colônias são classificadas em: 
-Diplococos — colônia de dois cocos; 
-Tétrade — colônia de quatro cocos; 
-Sarcina — colônia cúbica de oito ou mais cocos; 
-Estreptococos — colônia de cocos em fileira; 
-Pneumococos — colônia de dois cocos em forma de chama de vela; 
-Estafilococos — colônia de cocos dispostos em cacho; 
-Gonococos — colônia de dois cocos reniformes (em forma de rim). 
 
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2- Bacilos: São bactérias em forma de bastonete, que medem, em regra, de 1 a 15 µm de 
comprimento. 
 
3. Espirilos: São bactérias que têm a forma de um bastonete recurvado. Os espirilos propriamente 
ditos formam filamentos helicoidais (fig. 4.6). Já os vibriões, como o Vibrio cholerae, causador da cólera, 
são bactérias curtas, com uma espira incompleta, em forma de vírgula. 
 
 
Metabolismo das Bactérias 
 
Duas classes de nutrientes que são indispensáveis às bactérias: macronutrientes (carbono, oxigênio, 
nitrogênio, enxofre, fósforo e hidrogênio) e micronutrientes (ferro, zinco, manganês, cálcio, potássio, 
sódio, cobre, cloro, cobalto, molibdênio, selênio, magnésio, entre tantos outros). 
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Em relação ao metabolismo, as bactérias podem ser autotróficas (ex.: espécies que produzem 
matéria orgânica através da fotossíntese) ou heterotróficas (ex.: espécies parasitas). As autotróficas, 
adquirem as moléculas de que precisam através do dióxido de carbono, já no segundo caso elas captam 
do ambiente o alimento de que necessitam. As heterotróficas podem ser bactérias anaeróbias obrigatórias 
(morrem na presença de oxigênio), anaeróbias facultativas (suportam bem a ausência ou a presença de 
oxigênio) ou aeróbias obrigatórias (só sobrevivem se houver oxigênio). 
Levando em consideração o metabolismo baseado na fonte de energia, teremos bactérias 
dependentes de luz ou de compostos químicos. Se for de luz, captam energia solar através da 
bacterioclorofila (um tipo específico de clorofila), no momento em que fazem a fotossíntese. Se for de 
composto químico, a energia adquirida será a química e mais tarde será convertida em energia de ligação 
para unir compostos inorgânicos oxidados. Esta reação acontece na ausência de luz solar, por isso 
conhecida como reação de escuro. 
A absorção de nutrientes para a realização do metabolismo só ocorre porque há fatores de crescimento 
(ambientais) que influenciam no desenvolvimento da bactéria. Alguns exemplos desses fatores são: luz, 
temperatura, pH, oxigênio e pressão osmótica. Cada organismo tem uma temperatura ótima de 
crescimento, ou um pH favorável para realizar seu metabolismo com sucesso. Isso vai variar de espécie 
para espécie. 
 
Reprodução das Bactérias 
 
Quando os microrganismos estão em um meio apropriado (alimentos, meios de cultura, tecidos de 
animais ou plantas) e em condições ótimas para o crescimento, um grande aumento no número de células 
ocorre em um período de tempo relativamente curto. 
A reprodução das bactérias se dá, principalmente, de forma assexuada, em que novas células iguais 
a que deu origem são produzidas. As bactérias se reproduzem assexuadamente por fissão binária, na 
qual uma única célula parental simplesmente se divide em duas células filhas idênticas. Anteriormente à 
divisão celular, os conteúdos celulares se duplicam e o núcleo é replicado. O tempo de geração, ou seja, 
o intervalo de tempo requerido para que cada microrganismo sedivida ou para que a população de uma 
cultura duplique em número é diferente para cada espécie e é fortemente influenciado pela composição 
nutricional do meio em que o microrganismo se encontra. 
 
 
 
Existe um outro processo de reprodução denominado conjugação. Esse tipo de reprodução pode ser 
considerado como sexuada. Neste caso, pedaços do DNA de uma bactéria denominada de “macho” 
passa para a “Fêmea” através de pelos sexuais (fimbrias-pelos sexuais) do macho. O fragmento de DNA 
recombina-se com o DNA da bactéria fêmea, produzindo bactérias com uma nova combinação genética. 
 
 
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Classificação das bactérias 
 
As bactérias são divididas em dois grandes grupos: as eubactérias e as arqueobactérias. As 
eubactérias apresentam composição da parede celular diferente das arqueobactérias, frequentemente 
aparecem aos pares, em cadeias, formando tétrades ou agrupadas. Algumas apresentam flagelos, 
favorecendo seu deslocamento rapidamente em líquidos. São de grande importância na natureza e na 
indústria, sendo essenciais na reciclagem de lixo orgânico e na produção de antibiótico como a 
streptomicina. As infecções causadas pelas eubactérias incluem as streptocócica de garganta, tétano, 
peste, cólera e tuberculose. 
As arqueobactérias assemelham-se as eubactérias quando observadas por meio de um microscópio, 
mas existem diferenças importantes quanto a sua composição química, à atividade e ao meio ambiente 
em que se desenvolvem tais como em elevada concentração de salina ou acidez elevada e altas 
temperaturas a exemplo de piscinas térmicas e lagoas salinas. 
 
Cianobactérias 
 
As cianobactérias, assim como as bactérias são também procariontes. Também conhecidas por 
cianofíceas, são todas autótrofas fotossintetizantes, mas suas células não possuem cloroplastos. A 
clorofila, do tipo a, fica dispersa pelo hialoplasma e em lamelas fotossintetizantes, que são ramificações 
da membrana plasmática. 
As cianobactérias são microrganismos presentes em ambientes aquáticos com capacidade de produzir 
toxinas (cianotoxinas), em alguns casos, altamente prejudiciais à saúde humana e animal, que podem 
causar graves intoxicações pela ingestão e contato com corpos de água contaminadas. A presença 
excessiva de cianobactérias, sempre que formam escuma na superfície, é sinalizada por uma cor verde-
azulada na água. 
 
Importância das bactérias9 
Decomposição da matéria orgânica: :As bactérias decompositoras ou saprófitas, juntamente com a 
maioria dos fungos, atuam na natureza decompondo organismos mortos, partes que se destacam de 
seres vivos ou resíduos eliminados no ambiente, como folhas e frutos caídos, fezes, pele, etc. Desse 
modo, os seres decompositores transformam a matéria orgânica morta em matéria inorgânica simples, 
que pode ser reaproveitada por outros seres, especialmente as plantas. São, portanto, indispensáveis à 
reciclagem da matéria na natureza, constituindo verdadeiras "usinas processadoras" de material orgânico 
morto. 
Fertilização do solo: A fertilidade do solo depende da atividade dos seres decompositores como as 
das bactérias do gênero Rhizobium, que vivem associadas às raízes de leguminosas, um importante 
grupo de plantas, como a soja, o feijão e a ervilha. Uma vez instaladas nas raízes, as bactérias fixam o 
gás nitrogênio atmosférico (N2) e o transformam em sais nitrogenados, que são em parte assimilados 
pelas plantas. Esse gênero de bactérias fornece às leguminosas os sais nitrogenados necessários ao seu 
desenvolvimento. Parte da matéria orgânica produzida pelas leguminosas por meio da fotossíntese é 
assimilada por essas bactérias, que são heterótrofas. Estabelece-se, assim, uma interação de benefícios 
mútuos entre as bactérias Rhizobium e a planta; esse tipo de interação é denominado mutualismo. Depois 
de colhidas as sementes, o agricultor pode enterrar as leguminosas para que funcionem como "adubos 
verdes". De fato, à medida que se decompõem, as grandes moléculas orgânicas nitrogenadas existentes 
na planta, como as proteínas, originam principalmente amônia, que é liberada para o ambiente. Então, 
bactérias nitrificantes, como as dos gêneros Nitrosomonas e Nitrobacter, atuam, respectivamente, 
convertendo a amônia em nitrito e o nitrito em nitrato. Uma vez incorporados ao solo os nitritos e os 
nitratos aumentam sua fertilidade 
Digestão de celulose: As bactérias que vivem no estômago de ruminantes, estabelecem com esses 
animais um outro exemplo de mutualismo. Essas bactérias são capazes de digerir celulose, auxiliando 
assim a nutrição dos ruminantes; em troca, encontram nesses animais um hábitat adequado ao seu 
desenvolvimento, além do alimento que garante sua atividade metabólica. 
Emprego industrial: Na indústria, são bastante conhecidas às bactérias do gênero Acetobacter, que 
oxidam o álcool etílico transformando-o em ácido acético; esse fenômeno constitui a base da fabricação 
do vinagre. As bactérias do gênero Lactobacillus promovem a conversão da lactose (açúcar do leite) em 
ácido láctico. O leite torna-se então azedo, e a redução do pH determina a precipitação de suas proteínas, 
com a consequente formação do coalho. Essas bactérias têm, assim, participação marcante no processo 
 
9 http://www.colegioanchieta.com.br/ 
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de fabricação de coalhada, iogurte e queijo. Na indústria farmacêutica, as bactérias do gênero Bacillus 
fornecem certos antibióticos, como a tirotricina e a bacitracina. 
Controle biológico: Utilizadas no combate a espécies daninhas à agricultura. Um exemplo é o Bacillus 
thuringiensis, que infesta a larva de determinados insetos. Essa bactéria produz cristais protéicos que se 
dissolvem no intestino da larva; a proteína dissolvida promove a ruptura da parede intestinal, permitindo 
a invasão dos tecidos pelas bactérias, o que provoca a morte da larva. 
Ação patogênica: representa as principais doenças humanas causadas por bactérias patogênicas (do 
grego pathos, 'sofrimento'). Neste momento, basta saber que elas podem causar doenças ao ser humano 
e a outros seres vivos; a tuberculose, a sífilis e o tétano são alguns exemplos dessas doenças. 
 
Reino Fungi 
 
Os fungos são popularmente conhecidos por mofos, bolores fermentos, orelhas-de-pau, trufas, micose 
e cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, formado por cerca de 70 mil 
espécies de organismos eucariontes que estão espalhados por praticamente qualquer tipo de ambiente. 
 
Características gerais 
 
Habitat: Podemos encontrar os fungos em ambientes terrestres úmidos, sombreados ambientes 
aquáticos, no homem e animais e em detritos em geral. 
Alimentação: Os fungos não apresentam clorofila, nem celulose e, com isso, não sintetizam seu 
próprio alimento, sendo então classificados como heterotróficos. Eles liberam uma exoenzima que os 
auxiliam na digestão dos alimentos. 
 
De acordo com o tipo de alimentação, os fungos são classificados em: 
-Fungos Saprófagos: Obtêm alimentos decompondo organismos mortos; 
-Fungos Parasitas: Alimentam-se de substâncias de organismos vivos; 
-Fungos Predadores: Alimentam-se de pequenos animais que capturam. 
 
Estrutura do corpo: Apresentam parede celular de quitina, que é um polissacarídeo. Os fungos 
podem ser unicelulares (leveduras) ou pluricelulares. 
Os fungos pluricelulares são formados por células alongadas constituindo estruturas filamentosas que 
recebem o nome de hifas. O conjunto de hifas, entrelaçam-se e acabam formando o corpo do fungo, esse 
conjunto de hifas forma uma estrutura chamada de micélio, conforme representado na figura abaixo. 
 
O micélio fica na sua maior parte sob a superfície, abaixo do substrato nutritivo,formando o corpo de 
frutificação. Alguns desses corpo de frutificação recebem o nome de cogumelo. É a parte que mais 
conhecemos do fungo, uma vez que normalmente é a parte que conseguimos observar nos fungos. 
Os fungos unicelulares são muito pequenos, não formam hifas nem micélios e geralmente possuem 
forma ovaladas ou esféricas como pode ser observado na figura abaixo. Estes são popularmente 
conhecidos como leveduras e obtém energia através da fermentação quando não há oxigênio presente. 
 
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Reprodução: Os fungos podem se reproduzir de maneira sexuada ou assexuada, sendo o vento 
considerado um importante dispersor que espalha os propágulos e fragmentos de hifa, a proliferação dos 
fungos. 
-Assexuada: A reprodução assexuada dos fungos pode ocorrer por: 
-Fragmentação: Nessa forma de reprodução um micélio se fragmenta originando novos micélios. 
-Brotamento: Nesse caso, leveduras como Saccharomyces cerevisae geram brotos (gêmulas) que 
normalmente se separam do genitor mas, eventualmente, podem permanecer grudados, formando 
cadeias de células. 
-Esporulação: Nessa forma de reprodução os corpos de frutificação produzem (mitose) células 
abundantes que são espalhadas pelo meio que ao cair em um material apropriado, é capaz de gerar 
sozinha um novo fungo. 
-Sexuada – De modo geral, a reprodução sexuada dos fungos se inicia com a fusão de hifas haploides, 
caracterizando a plasmogamia (fusão de citoplasmas). Quando se as hifas haploides, porém 
geneticamente diferentes se unem são gerados um micélio diploide, que irá crescer (divisão por mitose), 
transformando-se em novo fungo, o que completa o ciclo de reprodução. 
 
Classificação dos fungos 
 
Os fungos podem ser classificados em cinco filos: Filo Cythridiomycota, Filo Zygomycota, Filo 
Ascomycota, Filo Basidiomycota e Filo Deuteromycota. 
 
1. Filo Cythridiomycota: Constituem os fungos que vivem em ambientes aquáticos, e apresentam 
flagelos em pelo menos durante algum estágio de sua vida. São normalmente conhecidos como 
mastigomicetos (mastix = flagelo; mycetos = fungo), ou citridiomicetos, podendo ser unicelulares ou 
filamentosos e não possuem quitina em sua parede celular, que é constituída apenas por celulose e 
glicanos (polissacarídeos) como pode ser observado na figura abaixo. Os fungos citridiomicetos 
armazenam uma substância de reserva semelhante à das algas pardas e diatomáceas e, por esse motivo, 
muitos cientistas classificam esses fungos no mesmo grupo das diatomáceas, algas pardas e algas 
douradas. Esses organismos podem ser sapróbios (que se alimentam de restos de plantas e animais) ou 
parasitas (patógenos de batatas). 
 
 
2. Filo Zygomycota: Conhecidos normalmente como zigomicetos ou ficomicetos, os fungos que 
compreendem este filo não desenvolvem o corpo de frutificação durante a reprodução sexuada. Alguns 
desses fungos são utilizados na produção do molho de soja (popular shoyu), hormônios anticoncepcionais 
e medicamentos anti-inflamatórios. As espécies de fungos desse filo são de vida livre, como, por exemplo, 
o Rhizopus, bolor negro que se desenvolve sobre a superfície úmida de alimentos como frutas, verduras 
e pães como pode ser observado na figura abaixo: 
 
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3. Filo Ascomycota10: São chamados de ascomicetos e abrangem a metade de todas as espécies 
descritas de fungo. Esses organismos formam o asco (hifas em forma de saco), justificando o nome do 
filo. O ascomiceto mais conhecido é o levedo (Saccharomyces cerevisae), também conhecido como 
fermento de padaria, muito empregado na produção de bebidas alcoólicas, álcool e pão. Outros exemplos 
de ascomicetos são Neurospora crassa, que é muito utilizado em pesquisas genéticas; algumas espécies 
de Penicillium, dos quais se produzem a penicilina e certos queijos; e alguns que parasitam plantas, como 
o Aspergillus flavus. O ascomiceto Claviceps purpúrea ataca cereais, e a ingestão de alimentos 
contaminados por ele causa ergotismo, um envenenamento que provoca alucinações, convulsões, 
espasmos nervosos e morte. A substância que causa esse quadro se chama ergotina e é utilizada em 
alguns medicamentos por causar vasoconstrição e contração muscular. Essa substância também é 
utilizada para se produzir o LSD, uma droga bastante perigosa. Algumas espécies de ascomicetos vivem 
associadas a algas ou cianobactérias formando os liquens. 
 
 
 
4. Filo Basidiomycota: Os fungos pertencentes a esse filo são os famosos orelhas-de-pau e 
cogumelos. Alguns basidiomicetos, como o Agaricus (champignons), são utilizados na culinária, enquanto 
que outros, como o Amanita muscaria, são tão venenosos que a ingestão de um pequeno pedaço pode 
levar à morte imediata. Há ainda espécies de basidiomicetos que são tóxicas e contêm substâncias 
alucinógenas como o Psilocybe mexicana; e outras que atacam vegetais como cereais e café causando 
as chamadas ferrugens. 
 
 
 
5. Filo Deuteromycota: os fungos pertencentes a esse filo são chamados de deuteromicetos, uma 
vez que não apresentam reprodução sexuada. Muitos fungos que foram classificados como sendo 
deuteromicetos foram ou estão sendo reclassificados em outros filos, como é o caso do Penicillium (fungo 
do qual de extrai a penicilina), da Candida albicans (fungo que parasita mucosas) e do fungo Trichophyton 
(causadores do pé-de-atleta e fireiras), que eram classificados como deuteromicetos e agora são 
classificados no filo dos ascomicetos. 
 
 
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Importância dos fungos: 
 
Decompositores: São responsáveis em grande parte pela decomposição das substâncias orgânicas 
como alimentos, restos de plantas e animais mortos, tecidos, couro e outros artigos de consumo 
manufaturados com materiais sujeitos a seus ataques. 
 
Patógenos: São os fungos que podem causar doenças tanto em animais como em vegetais. Veja 
alguns dos exemplos a seguir: 
 
-Micoses: São infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. São 
particularmente frequentes nos trópicos, onde existem condições ideais de calor e umidade, necessárias 
para o desenvolvimento dos fungos. 
 
-Candidíase: É uma infecção causada pelo fungo Candida albicans que provoca o surgimento de 
coceira intensa, vermelhidão ou placas brancas, afetando, principalmente, a boca e os órgãos genitais de 
homens ou mulheres. 
- Biotecnologia industrial: fermentação, produção de queijo, enzimas como celulase. 
 
- Produção de antibióticos (penicilina, ampicilina, notatina, flavicina) 
 
Liquens 
 
Os liquens são formados pela associação mutualística entre fungos e algas ou cianobactérias. Nessa 
relação mutualística, as algas produzem, através da fotossíntese, substâncias orgânicas que são 
utilizadas pelo fungo, enquanto o fungo dá às algas proteção e um ambiente adequado para seu 
desenvolvimento. Na associação com cianobactérias pode haver aproveitamento do nitrogênio 
atmosférico como alimento. 
 
 
 
Os liquens são organismos que resistem a mudanças de temperatura, ao sol forte e à falta de água, e 
por isso são seres que habitam as mais diversas regiões do planeta. No entanto, os liquens são 
extremamente sensíveis à poluição, sendo considerados bioindicadores de poluição. Pode-se dizer que 
eles são organismos pioneiros, pois degradam rochas e auxiliam na formação do solo, criando condições 
para que outros seres vivos também se instalem no local. Como apresentam nutrição independente do 
substrato, eles podem ser encontrados em rochas, folhas, no solo, troncos e galhos de árvores, barrancos, 
etc. 
Algunstipos de liquens são utilizados como fonte de alimento para alguns animais; enquanto que 
outros tipos podem ser utilizados na fabricação de corantes, em razão de suas cores que variam do 
branco ao negro, passando por tonalidades de vermelho, laranja, marrom, amarelo e verde. Alguns 
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liquens também são utilizados na fabricação de bases para fixadores na produção de perfumes finos e 
até geleias. 
Os liquens se reproduzem assexuadamente através de pequenos fragmentos especiais chamados de 
sorédios, que se soltam, sendo carregados pelo vento para lugares distantes. 
 
Reino Protista 
 
O grupo dos protozoários é constituído por organismos microscópicos, unicelulares e heterotróficos. 
Toadas as funções- respiração, respiração, excreção, transporte coordenação e reprodução, são 
realizadas por uma única célula. 
A digestão depende ou da ingestão, seguida de digestão intracelular, ou da absorção direta de 
nutrientes presentes no meio em que vivem, especialmente no caso dos parasitos. As trocas gasosas e 
a excreção ocorrem por difusão através da membrana. O transporte- de alimentos, gases e excretas- é 
realizado pela movimentação do citoplasma (ciclose). Em algumas espécies, existem estruturas especiais 
com função de coordenação motora. A reprodução é predominantemente assexuadas, mas há algumas 
formas de reprodução sexuadas, que contribui para o aumento da variabilidade genética. 
Os protozoários podem ainda apresentar estruturas de locomoção, que são consideradas como critério 
de classificação desses animais: pseudópodes (falsos pés), cílios e flagelos. 
 
11-Rizópodes (Filo Rhizopoda) 
 
Grupo onde é encontrado a Ameba, que usa muitos pseudópodes para locomoção. Observe na figura: 
 
 
 
A ameba é um ótimo exemplo de protozoário. Obtêm alimentos através do processo chamado 
fagocitose, e digere o alimento nos vacúolos digestivos. 
A densidade do seu citoplasma é maior que a da água que o envolve no ambiente, por isso ela tem 
que periodicamente realizar a osmose, que é fazer o equilíbrio de água dentro do organismo. Para isso, 
ela utiliza os vacúolos pulsáteis (contráteis) para expulsar a água em excesso. Na realidade, o nome 
pulsátil é errôneo, pois o que acontece é que o vacúolo se forma cheio de água dentro da célula, se 
desloca até a membrana celular, e se desfaz lá, jogando a água para fora, e não como se fosse um 
"coração" batendo freneticamente. 
 
-Ciliados (Filo Ciliophora) 
 
Grupo onde é encontrado o paramécio. Os ciliados recebem este nome pois se movem e alimentam-
se com o auxílio de cílios, que estão em toda a superfície do protozoário. Este tipo aparece geralmente 
em água doce e salgada, e onde existe matéria vegetal em decomposição. Eles executam também outro 
tipo de reprodução, chamado de conjugação (sexuada), onde uma célula transmite material genético para 
outra célula, ocasionando uma variabilidade genética, o que é essencial para qualquer tipo de ser vivo. 
Depois da conjugação, as células realizam a reprodução assexuada. 
 
 
11 http://www.infoescola.com/ 
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-Flagelados 
Os flagelados são de vida livre e muitos deles são parasitas de humanos, como: 
 
-Trichomonas vaginalis - fica alojado no aparelho reprodutor humano, geralmente nas mulheres, na 
vagina. Provoca muita coceira, ardência e corrimento, a Tricomoníase. 
 
 
Trichomonas vaginalis 
 
-Giardia lamblia - causa a giardíase, no intestino. os sintomas são náuseas, cólicas, diarreia, etc. 
 
 
 
-Leishmania brasiliensis (causa a Leishmaniose); Tripanossoma cruzi (Doença de Chagas); 
 
-Esporozoários (Apicomplexos) 
 
No grupo dos esporozoários encontram-se os protistas que não têm qualquer tipo de sistema de 
locomoção. Todos eles são parasitas obrigatórios. O nome "Apicomplexos" vêm de uma parte do protista, 
responsável pela perfuração da membrana celular das futuras células hospedeiras. Os mais comuns são 
do gênero Plasmodium, que causam a Malária, e do gênero Toxoplasma, que causam a toxoplasmose. 
 
Habitat 
 
Os protozoários são, na grande maioria, aquáticos, vivendo nos mares, rios, tanques, aquários, poças, 
lodo e terra úmida. Há espécies mutualísticas e muitas são parasitas de invertebrados e vertebrados. Eles 
são organismos microscópicos, mas há espécies de 2 a 3 mm. Alguns formam colônias livres ou sésseis. 
 
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Fazem parte do plâncton (conjunto de seres que vivem em suspensão na água dos rios, lagos e 
oceanos, carregados passivamente pelas ondas e correntes). No plâncton distinguem-se dois grupos de 
organismos: 
 
-Fitoplâncton-Algas: organismos produtores (fotossintetizadores), representados principalmente por 
dinoflagelados e diatomáceas, constituem a base de sustentação da cadeia alimentar nos mares e lagos 
São responsáveis por mais de 90% da fotossíntese no planeta. 
 
 
 
-Zooplâncton: organismos consumidores, isto é, heterótrofos, representados principalmente por 
pequenos crustáceos e larvas de muitos invertebrados e de peixes. 
 
 
 
Reino Animalia – Invertebrados 
 
Existem dois grupos principais no reino animal: os vertebrados e os invertebrados. Ambos pertencem 
ao reino Animalia, contudo, a estrutura corporal varia bastante de um grupo para o outro. 
O grupo dos invertebrados inclui 97% de toda a espécie animal, exceto o dos vertebrados (peixes, 
répteis, anfíbios, pássaros e mamíferos). 
Uma característica comum a todos os invertebrados é a ausência da espinha dorsal. Como exemplo, 
podemos citar as esponjas (que apesar de nem sempre se enquadrarem nesta categoria, continuam a 
fazer parte deste grupo). 
 
Outras características comuns aos invertebrados 
 
- Formação multicelular (grupos diferentes de células compõem este organismo); 
- Ausência de parede celular (pois são formados por célula animal); 
- Com exceção das esponjas, possuem tecidos como resultado de sua organização celular; 
- Sua reprodução geralmente é sexuada (gametas masculinos e femininos se combinam para formar 
um novo organismo). 
De forma geral, podemos dizer que a grande maioria dos invertebrados é capaz de se locomover. 
Contudo, as esponjas somente realizam esta tarefa quando elas ainda são bem jovens e pequenas. Já 
as lagostas e os insetos são capazes de se movimentar durante toda sua existência. 
 
Classificação dos animais 
 
A principais etapas do desenvolvimento embrionário: 
 
A união do espermatozoide e do óvulo produz o zigoto, que se divide várias vezes e forma um cacho 
de células, a mórula. Esta se transforma em uma esfera oca, a blástula, cuja cavidade é chamada de 
blastocele. A esse estágio se segue o de gástrula, no qual já é ectoderme e a endoderme. Os animais 
que apresentam apenas essas duas camadas são chamados de diblásticos. Aqueles que desenvolvem 
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uma terceira camada, a mesoderme, são chamados de triblásticos ou triploblásticos. Dessas camadas se 
originam todos os tecidos e órgãos do animal. 
No estágio de gástrula, o embrião possui uma cavidade, o arquêntero, que originará a cavidade do 
tubo digestório do animal. Ela comunica-se com o exterior por um orifício, o blastóporo, esse orifício 
origina a boca. Nos deuterostômios a boca forma-se mais tarde em outra região, e o ânus forma-se do 
blastóporo ou em uma região próximo a ele. 
Em alguns animais surge uma cavidade no meio da mesoderme, o celoma, que no adulto formará a 
cavidade geral do corpo, situada entre a epiderme e o tubo digestório e que aloja diversos órgãos. Esses 
animais são chamadosde celomados. Aqueles que não possuem uma cavidade no corpo que não se 
formou dentro da mesoderme, mas da blastocele, sendo, por isso, chamada de pseudoceloma; os animais 
são pseudocelomados. 
 
Sem folhetos embrionários Poríferos 
Diblásticos Cnidários 
 
 
 
Triblásticos 
Acelomados Platelmintos 
Pseudocelomados Nematódeos 
 
Celomados 
Anelídeos 
Moluscos 
Artrópodes 
Equinodermas 
Cordados 
 
 
Filo Porífera 
 
O filo Poríferos ou Espongiários abriga animais filtradores pluricelulares muito primitivos (parazoários), 
de ambiente exclusivamente aquático- na maioria marinhos, como as esponjas. Estas possuem o corpo 
perfurado por numerosos poros, daí o nome do filo. 
Em termos evolutivos, as esponjas representam a transição de um modo de vida unicelular 
(protozoários) para a pluricelularidade. De fato, é bem possível que as esponjas tenham se originado de 
protozoários coloniais. Sua organização é bastante simples uma vez que não apresentam órgãos e 
sistemas e são animais assimétricos, acelomados e sem cavidade digestiva. 
As esponjas são animais sésseis, isto é, vivem fixas a um substrato (como madeira, conchas, rochas,) 
e de vida livre (não são parasitas). Algumas espécies formam colônias, nas quais ocorre um certo grau 
de fusão das entre os indivíduos. 
 
Estrutura do corpo de uma esponja 
 
A forma mais simples de uma esponja consiste num tubo fechado em uma das extremidades e aberto 
na oposta. A água entra no corpo de uma esponja através dos seus poros, e então em um uma cavidade 
chamada interna chamada de átrio ou espongiocele e sai por um ou mais aberturas maiores, chamados 
de ósculos também é conhecido como canal exalante. 
A circulação da água é promovida por células especiais que forram o interior da cavidade atrial 
chamada de coanócitos. A movimentação do flagelo provoca uma corrente de água que na qual circulam 
gases, excretas, gametas e partículas de alimento. Se uma dessas partículas ficar aprisionada no interior 
desse “colarinho” pode ser fagocitada pelo coanócito. 
A parede do corpo dos poríferos é formada por três camadas celulares distintas: 
- Pinacoderme: Uma camada mais externa-, com função de revestimento e proteção, formada por 
células denominadas pinacócitos; 
-Uma camada gelatinosa média, na qual estão mergulhados os amebócitos (células com várias 
funções) e estruturas de sustentação (espículas) calcárias ou silicosas, ou uma rede de fibras proteicas 
de espongina. 
- Uma camada de células dotadas de um poro central (porócitos), designado poro inalante, que as 
atravessa de lado a lado. Localizam-se a espaços regulares na parede do corpo da esponja, sendo 
através delas que a água penetra no espongicele. 
 
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Fisiologia dos poríferos 
 
-Alimentação e digestão: O alimento capturado pelos coanócitos é digerido no interior dessas células, 
dentro de vacúolos digestivos. Diante disso, a digestão nesses animais é conhecida como digestão 
intracelular. 
Os nutrientes obtidos a partir da digestão são distribuídos as outras células por meio dos amebócitos. 
 
 
 
-Circulação: A circulação que ocorre nos poríferos é de água, alimento e espermatozoides. O percurso 
se inicia nos poros, por onde entram, e termina no ósculo, por onde saem por meio da movimentação dos 
flagelos dos coanócitos. 
 
-Excreção: A excreção dos poríferos ocorre por meio de difusão assim como o processo de 
respiração. 
 
-Reprodução: A reprodução das esponjas pode ser tanto assexuada (brotamento das células) como 
sexuada (com formação de gametas). 
A maioria das esponjas é hermafrodita e sua fecundação é interna. Entretanto, o brotamento é a forma 
mais comum de reprodução desses organismos. 
Algumas esponjas de água doce, quanto estão submetidas a condições extremas, produzem 
estruturas de resistências chamadas de gêmulas. Estás estruturas são uma espécie de “bolsa” que 
contem em seu interior células de repouso. 
 
Filo Cnidária 
12 
Os Cnidários são animais exclusivamente aquáticos, a maioria de ambiente marinho; sendo que seus 
representantes mais conhecidos são a água-viva, os corais, axs anêmonas e a hidra, esta última, de água 
doce. 
Quanto à organização corporal, esses animais são considerados dibásticos, apresentando dois 
folhetos germinativos (ectoderma e endoderma), durante o desenvolvimento germinativo, que orientam a 
formação da estrutura de revestimento corporal em duas camadas: a epiderme e a gastroderme. 
No filo cnidária existem basicamente dois tipos morfológicos de indivíduos: pólipos (organismos 
sésseis) e as medusas (organismos livre-natantes), ambos manifestam orifício bucal por onde o alimento 
é ingerido, e em seguida transferido à cavidade gastrovascular responsável pela digestão parcial dos 
nutrientes absorvidos pelas células que revestem essa cavidade, e dessas aos demais tecidos. 
 
 
12 http://www.sobiologia.com.br/ 
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Nos cnidários existe um tipo especial de célula denominada cnidócito, que apesar de ocorrer ao longo 
de toda a superfície do animal, aparece em maior quantidade nos tentáculos. Ao ser tocado o cnidócito 
lança o nematocisto, estrutura penetrante que possui um longo filamento através do qual o líquido 
urticante contido em seu interior é eliminado. Esse líquido pode provocar sérias queimaduras no homem. 
Essas células participam da defesa dos cnidários contra predadores e também da captura de presas. 
Valendo-se das substâncias produzidas pelos cnidócitos, eles conseguem paralisar imediatamente os 
pequenos animais capturados por seus tentáculos. Foi a presença do cnidócito que deu o nome ao filo 
Cnidaria (que têm cnida = urtiga). 
 
 
 
 
Estrutura corporal: Apresentam três camadas que constituem o corpo: epiderme (camada mais 
externa, com células sensoriais e cnidócitos), mesogléia (camada gelatinosa que possui células 
nervosas formando um sistema nervoso difuso) e gastroderme (revestimento da cavidade 
gastrovascular). A mesogléia é muito mais desenvolvida nas medusas, o que confere aspecto 
gelatinoso. 
Fisiologia dos cnidários 
 
Digestão: Tanto o pólipo como a medusa apresentam uma boca que se abre na cavidade 
gastrovascular, mas não possuem ânus. O alimento ingerido pela boca, cai na cavidade gastrovascular, 
onde é parcialmente digerido e distribuido (daí o nome gastro, de alimentação, e vascular, de circulação). 
Após a fase extracelular da digestão, o alimento é absorvido pelas células que revestem a cavidade 
gastrovascular, completando a digestão. 
A digestão é portanto, em parte extracelular e em parte intracelular. Os restos não-aproveitáveis são 
liberados pela boca. Na região oral, estão os tentáculos, que participam na captura de alimentos. 
 
Sistema nervoso: Os cnidários são os primeiros animais a apresentarem células nervosas 
(neurônios). Nesses animais, os neurônios dispõem-se de modo difuso pelo corpo, o que é uma condição 
primitiva entre os animais. 
 
Reprodução: Os Cnidários podem apresentar dois tipos de reprodução: assexuada (brotamento e 
estrobilação) e sexuada, podendo haver alternância de gerações 
Sexuada: há presença de gônadas. Existem espécies monóicas e dióicas. Pode haver alternância de 
gerações (metagênese) envolvendo pólipos e medusas. 
 
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OS VERMES: FILO PLATYHELMINTHES, NEMATODA E ANNELIDA 
 
Em Biologia, chamamos genericamente de vermes os animais pertencentes a três filos distintos: Os 
platyhelminthes (vermes achatados, como a tênia), os nematoda (vermes cilíndricos, não segmentados, 
como a lombriga) e os anelídeos(vermes cilíndricos, segmentados, como a minhoca). 
 
Filo Platyhelminthes 
 
Os platelmintos são animais que apresentam o corpo geralmente achatado, daí o nome do grupo: 
platelmintos (do grego platy: 'achatado'; e helmin: 'verme'). O representante desse filo mais conhecido é 
a planária. 
 
 
 
Habitat: Estes organismos vivem principalmente em ambientes aquáticos, como oceanos, rios e lagos; 
entretanto, também são encontrados em ambientes terrestres úmidos. Alguns têm vida livre e outros 
parasitam animais diversos, especialmente vertebrados. 
 
Os platelmintos são animais triblásticos, acelomados e protostômios. 
 
Fisiologia dos platelmintos 
 
Alimentação: Esses animais alimentam-se de moluscos, de outros vermes e de cadáveres de animais 
maiores, entre outros. Seu tubo digestório, tal como nos cnidários, é incompleto, pois tem um única 
abertura. 
 
Respiração: Não possuem sistema respiratório. Nos platelmintos de vida livre as trocas são feitas por 
difusão. Já nos parasitas ela é feita de forma anaeróbica, ou seja, não utiliza oxigênio. 
 
Excreção: A excreção é realizada através das células-flama (protonefrídios ou solenócitos), que 
realizam a excreção para a superfície do corpo. Os platelmintos secretam amônia. 
 
 
 
Circulação: Também não possuem sistema circulatório. Os alimentos são distribuídos pelo corpo 
através das ramificações do sistema digestivo. 
 
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Sistema nervoso: Em termos fisiológicos são os primeiros amimais na escala zoológica que apresenta 
sistema nervoso formado por gânglios (ganglionar), isto é, centros de coordenação com grandes 
concentrações de neurônios. 
 
 
 
 
Reprodução: A reprodução deste filo pode ser sexuada ou assexuada (maioria das espécies). Vale 
lembrar que os platelmintos apresentam ainda uma alta capacidade de regeneração. 
 
 
 
Classificação dos platelmintos 
 
Há três classes de platelmintos: Tuberllaria, Cestoda e Tremátoda. 
 
Classe Características Exemplos 
Tubellaria Vida livre, aquáticos ou terrestres (úmidos) Planária 
Cestoda Endoparasitas Tênia (ou solitária) 
Trematoda Parasitas Scistosoma mansoni, Fasciola hepática 
 
Parasitoses humanas causadas por platelmintos 
 
-Esquistossomose 
 
Doença infecciosa parasitária provocada por vermes da classe Trematoda. Os parasitas desta classe 
são cinco, e variam como agente causador da infecção conforme a região do mundo. No Brasil, é causada 
pelo Schistossoma mansoni. O principal hospedeiro e reservatório do parasita é o homem, sendo a partir 
de suas excretas (fezes e urina) que os ovos são disseminados na natureza. 
Possui ainda um hospedeiro intermediário que são os caramujos, caracóis ou lesmas, onde os ovos 
passam a forma larvária (cercária). Esta última dispersa principalmente em águas não tratadas, como 
lagos, infecta o homem pela pele causando uma inflamação da mesma. 
No homem o parasita se desenvolve e se aloja nas veias do intestino e fígado causando obstrução 
das mesmas, sendo esta a causa da maioria dos sintomas da doença que pode ser crônica e levar a 
morte. 
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Essa doença é também conhecida como, “xistose”, “xistosa” “xistosomose”, “doença dos caramujos”, 
“barriga d’água” e “doença de Manson-Pirajá da Silva”. 
 
 
 
 
-Teníase 
A teníase é uma doença causada por um platelminto da Classe Cestoda, representada por parasitas 
intestinais. Esses organinos, em razão do seu modo de vida, possuem sistema digestório, uma vez que 
absorvem nutrientes digeridos pelo hospedeiro. 
Normalmente consideramos como importante duas espécies de tênias: a Taenia solium, que parasita 
suínos e a Taenia saginata, parasitando bovinos. Ambas possuem corpo dividido em vários anéis 
denominados proglótides e na extremidade anterior, denominada escólex, há presença de ventosas que 
auxiliam na fixação do animal. A Taenia solium, possui nesta região, ainda, ganchos cujo conjunto é 
denominado rostro, auxiliando também na fixação. 
No ciclo da teníase, o animal humano é o hospedeiro definitivo e suínos e bovinos são considerados 
hospedeiros intermediários. No hospedeiro definitivo, o animal adulto fica fixado às paredes intestinais e 
se autofecunda. Cada proglótide fecundada, sendo eliminada pelas fezes, elimina ovos no ambiente. 
Esses podem contaminar a água e alimentos, gerando grande possibilidade de serem ingeridos por um 
dos hospedeiros. 
Ocorrendo a ingestão pelos hospedeiros intermediários, estes têm a parede do intestino perfurada pelo 
embrião contido no ovo, que se aloja no tecido muscular. Este, alojado, confere à região um aspecto 
parecido com canjica – e é por esse motivo que algumas pessoas chamam esta doença pelo nome de 
“canjiquinha”. 
Ao se alimentar da carne crua ou malpassada do animal contaminado, o homem completa o ciclo da 
doença. O animal se desenvolve até o estágio adulto no intestino humano e pode conferir ao portador 
dores de cabeça e abdominais, perda de peso, alterações do apetite, enjoos, perturbações nervosas, 
irritação, fadiga e insônia. O hospedeiro definitivo tem potencial de continuar o ciclo da doença, caso suas 
fezes contaminem a água e alimentos dos hospedeiros intermediários ou de outras pessoas. 
 
 
Filo nematoda 
 
Os nematelmintos (do grego nematos: 'filamento', e helmin: 'vermes') são vermes de corpo cilíndrico, 
afilado nas extremidades. Há mais de 25 mil espécies desse tipo de vermes catalogadas, mas cálculos 
feitos indicam a existência de muitas outras espécies, ainda desconhecidas. 
13Entre as principais características anatômicas destacam-se: a bilateralidade corporal, a presença de 
três folhetos embrionários (triblásticos – com ectoderme, endoderme e mesoderme), a existência de uma 
falsa região celomática (cavidade parcialmente revestida de mesoderme, considerada pseudoceloma) e 
situação protostômica (durante o desenvolvimento embrionário forma-se primeiramente a boca e 
posteriormente o ânus). 
 
13 http://www.mundoeducacao.com/ 
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Habitat e modo de vida: Muitas espécies são de vida livre e vivem em ambiente aquático ou 
terrestre; outras são parasitas de plantas e de animais, inclusive o ser humano. 
 
Fisiologia dos nematelmintos 
 
Digestão: Ao contrário dos platelmintos, os nematelmintos possuem tubo digestório completo, com 
boca e ânus A digestão nesses organismos ocorre de forma extra e intracelular. 
 
 
 
Respiração: Devido à ausência do sistema respiratório nestes animais, as troca gasosa ocorrem 
através da superfície cuticular epidérmica. 
 
Circulação: O sistema circulatório desses organismos também é ausente, assim, tanto os nutrientes 
digeridos e os gases absorvidos são transportados pelo fluido pseudocelomático, conferindo, além da 
difusão de substâncias, sustentação e auxílio na mobilidade, funcionando com esqueleto hidrostático. 
 
Excreção: O sistema excretor elimina pricipalmente substâncias nitrogenadas, secretando também 
íons dissolvidos no excesso de água por meio de células especializadas denominadas renete, captando 
e direcionando excrementos para um canal coletor principal que desemboca em um poro próximo ao 
orifício bucal 
 
Reprodução: Esses organismos são normalmente dioicos (sexos separados), e as diferenças entre 
o macho e a fêmea podem ser bem nítidas, como no caso dos principais parasitas humanos. De modo 
geral o macho é menor do que a fêmea da mesma idade e sua extremidade posterior possui forma de 
gancho. O ciclo de desenvolvimento costuma ser complexo, com diversos estágios, às vezes passando 
o organismo parasita por mais deum hospedeiro 
 
Parasitoses humanas causadas por nematelmintos 
 
-Filaríase 
 
A filaríase ou elefantiase é a doença causada pelos parasitas Wuchereria Este se aloja nos vasos 
linfáticos causando linfedema. Esta doença é também conhecida como elefantíase, devido ao aspecto de 
perna de elefante do paciente com esta doença. 
O hospedeiro definitivo é o homem o hospedeiros intermediários são pernilongos, principalmente do 
gênero Culex. Os vermes adultos estão presentes no interior dos vasos linfáticos, e após o acasalamento, 
são liberadas as larvas microfilárias, que migram para regiões periféricas do corpo, como a pele, em 
determinadas horas do dia, que coincide com os hábitos alimentares dos pernilongos. Juntamente com o 
sangue, as larvas são sugadas pelo inseto, onde amadurecem e migram para as glândulas salivares, 
onde são novamente inoculadas na pele de outras pessoas através da picada do inseto. 
O problema dessa doença é que o acúmulo de vermes provoca entupimento dos vasos linfáticos, o 
que faz com que a linfa se acumule nos tecidos, provocando inchaço. 
 
 
 
 
 
 
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-Ascaridíase : 
 
Agente etiológico: Ascaris lumbricoides ou lombriga. 
 
 
 
Transmissão - ocorre através da ingestão dos ovos do parasita, procedentes do solo, água ou 
alimentos contaminados com fezes. O verme se aloja no intestino delgado do ser humano. 
 
Sintomas – o indivíduo pode manifestar-se por dor abdominal, diarréia e náusea. Dependendo da 
quantidade de vermes, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal. 
 
Medidas preventivas: Evitar as possíveis fontes de infecção, ingerir vegetais cozidos e não crus, 
higiene pessoal e fornecimento de saneamento básico adequado para a população. 
 
-Enterobiose ou Oxiurose: 
 
Agente etiológico: Oxyurus vermiculares ou enterobiose). 
 
 
 
Transmissão: Ocorre através da ingestão de ovos, podendo ser de forma direta, da região anal para a 
boca (comumente observado em crianças), ou indiretamente através de alimentos contaminados. 
 
 
 
Sintomas – náusea, coceira, dor abdominal e intensa secreção pruriginosa anal. 
 
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Medidas preventivas higiene pessoal, lavar bem os alimentos e evitar utilizar roupas íntimas de outras 
pessoas, principalmente de pessoas desconhecidas. 
 
-Amarelão ou ancilostomose (Amarelão): 
 
Agente etiológico: Esta doença pode ser provocada por três tipos de verme: o Necator americanus e 
outros dois do gênero Ancylostoma: A. duodenalis e o A. ceylanicum 
 
Sintomas: Os primeiros sintomas da doença são: palidez, desânimo, dificuldade de raciocínio, cansaço 
e fraqueza, provenientes da falta de ferro (anemia) no organismo. 
 
 
 
Outros sintomas como dores musculares, abdominais e de cabeça, hipertensão, tonturas; também 
poderão ocorrer com o agravamento do quadro. A doença é perigosa para as gestantes, pois pode afetar 
o desenvolvimento do feto. 
 
Transmissão: Ocorre por meio do contato direto com solo contaminado, como, por exemplo, andar 
descalço na terra. 
 
 
 
 
Medidas preventivas: A prevenção dessa doença é feita com medidas sanitárias, educativas. 
 
Filo Annelida 
 
O Filo Annelida compreende os animais com estrutura corporal cilíndrica e segmentada, com evidentes 
anéis externos, também subdivididos internamente (metamerização verdadeira). Seu representante típico 
é a minhoca. 
Esses invertebrados apresentam simetria bilateral três folhetos embrionários (triblásticos), 
protostômios e celomados. Na superfície externa de algumas espécies, na cutícula epidérmica, existem 
pequenos pelos (cerdas) que dão sustentação durante a locomoção, sendo a quantidade desses 
filamentos um critério utilizado na diferenciação dos organismos. 
 
Habitat e modo de vida: São animais exclusivamente de vida livre, com ampla distribuição geográfica, 
ocupando ecossistemas terrestres e aquáticos, de água doce ou salgada. 
 
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Fisiologia dos anelídeos 
 
Sistema digestório: A digestão é completa e extracelular, apresentando aparelho digestório 
compartimentado em regiões diferenciadas: boca, faringe, esôfago, papo, moela, intestino e ânus. 
 
 
 
Sistema respiratório: A respiração desses organimos é cutânea, com trocas gasosas através da 
superfície corporal. 
 
Sistema nervoso: O sistema nervoso é formado por um gânglio nervoso central ligado a um cordão 
ventral com numerosos nódulos. 
 
 
 
Sistema circulatório: O sistema circulatório é fechado, apresentando vasos pulsáteis (corações 
laterais) promovendo a circulação do sangue. 
 
 
 
Sistema excretor :Formado por nefrídeos que secretam principalmente amônia. 
 
Reprodução: A reprodução pode ser sexuada, sendo algumas espécies monoicas com fecundação 
cruzada (minhocas), e dioicas, com fecundação externa e desenvolvimento indireto (neris). 
 
Classificação dos anelídeos 
 
Há três principais classes dos anelídeos: Oligoquetas, Poliquetas e Hirundíneos. 
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Classe oligoquetas: 
 
Essa classe compreende os organismos que apresentam poucas cerdas por anel e não exibem 
parapódios (pequenas projeções do corpo que auxiliam a locomoção) nem cabeça diferenciada do 
restante do corpo. O principal representante dessa classe é a minhoca. Ela tem a pele coberta por uma 
fina película e produz uma substância viscosa; esse muco diminui o atrito com o solo, protege a pele do 
contato com possíveis substâncias tóxicas e mantém a umidade, que é fundamental para a respiração 
cutânea. 
 
 
Nesse animal, é visível o clitelo - um anel mais claro por onde os animais se unem na fecundação 
cruzada, trocando espermatozóides. Após a reprodução, cada um dos vermes libera no solo um casulo 
cheio de ovos. Alguns dias depois, saem desses ovos vermes jovens. 
O sistema digestório é formado por uma boca; um papo, que parece uma grande câmera; uma moela, 
por onde o alimento é triturado; um longo intestino, que termina no ânus, situado no ultimo anel do corpo. 
O sistema circulatório é fechado, e nele o sangue circula dentro dos vasos. O sangue possui 
hemoglobina, o mesmo pigmento vermelho que nós, seres humanos, possuímos. 
O sistema nervoso é formado por células nervosas que coordenam várias funções do corpo. 
Função ecológica: a minhoca desempenha um papel importante na fertilidade do solo. Ela cava 
"túneis", atua como arado, aumentando a aeração e a circulação da água. Além disso, as suas fezes 
contêm, substâncias nutritivas que se misturam com a terra e agem como adubo, fertilizando o solo. 
 
Classe Poliqueta 
 
Os poliquetas são animais marinhos que possuem muitas cerdas em cada segmento, ou seja, em cada 
anel. Cada anel tem um par de projeções laterais, os parapódios, no qual estão implantadas as cerdas. 
 
 
 
Algumas espécies são errantes, isto é, se locomovem ativamente no fundo do mar Á procura de 
alimentos; outras são fixas e, neste caso, obtêm alimento filtrando a água do mar com uma coroa de 
“penachos “branquiais que rodeiam a boca. Esses animais são carnívoros e muitas vezes são canibais, 
isto é, devoram outros poliquetos. 
Os sexos dessa classe são separados, a fecundação é externa e o desenvolvimento é indireto, com 
uma fase larval chamada trocófora 
 
Classe Hirundínea 
 
Os hirundíneos, também conhecido como aquetos, não possuem cerdas e apresentam ventosas, que 
ajudam na fixação e na locomoção. Nesse grupo, está a sanguessuga. Ela é hermafrodita e vive em solo 
úmido e pantanoso ou em águadoce. Existem também algumas espécies marinhas. 
A sanguessuga chupa o sangue de outros animais pelas ventosas, mas também pode se alimentar de 
minhocas e de restos de animais. É de pequeno porte, o seu comprimento varia de 1 a 20 centímetros. 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
. 114 
 
 
 
Filo Mollusca 
 
Os moluscos são animais de corpo mole (daí o nome do filo), não segmentado. Muitos desses 
animais são revestidos por uma concha calcária que é produzida por uma dobra na epiderme chamada 
de manto. 
 
 
 
 
Na maioria dos moluscos, o corpo do animal se divide em três partes: massa visceral, cabeça e pé, 
como a representação abaixo: 
 
 
 
15Os moluscos são animais triblásticos, celomados e protostômios. Apresentam o corpo mole, não 
segmentado, e com simetria bilateral. A cabeça ocupa posição anterior, onde abre-se a boca, entrada do 
tubo digestivo. Muitas estruturas sensoriais também localizam-se na cabeça, como os olhos. Sensores 
químicos também estão presentes nos moluscos e permitem pressentir a aproximação de inimigos 
naturais, quando o molusco rapidamente fecha sua concha, colocando-se protegido. 
O pé é a estrutura muscular mais desenvolvida dos moluscos. Com ele, podem se deslocar, cavar, 
nadar ou capturar suas presas. O restante dos órgãos está na massa visceral. Nesta estão os sistemas 
digestivo, excretor, nervoso e reprodutor. Ao redor da massa visceral, está o manto, responsável pela 
produção da concha. 
Fisiologia dos moluscos 
 
Alimentação: Os moluscos são enterozoários (que têm cavidade digestiva) completos. Muitos deles 
possuem uma estrutura raladora chamada rádula. Com ela, podem raspar pedaços de alimentos, 
fragmentando-os em pequenas porções. A digestão dos alimentos se processa quase totalmente no 
interior do tubo digestivo (digestão extracelular). Algumas macromoléculas só completam a sua 
fragmentação no interior das células de revestimento do intestino (digestão intracelular). 
 
 
15 http://www.sobiologia.com.br/ 
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. 115 
Respiração: A respiração dos moluscos é branquial (na maioria das espécies) ou, em alguns caracóis 
é pulmonar, pois uma parte da epiderme, ricamente vascularizada, funciona como um pulmão primitivo. 
 
Circulação: Seu sistema circulatório é, na maioria das vezes, do tipo aberto ou lacunar: o sangue 
corre parte do tempo dentro de vasos mais acaba desembocando em lacunas ou hemocelas, que são 
espaços abertos no interior do corpo do animal. 
 
Excreção: Na cavidade celomática abrem-se os nefrídios, as estruturas excretoras. Pela abertura 
interna dos nefrídios (o nefróstoma), penetram substâncias presentes no sangue e no líquido celomático. 
Em alguns moluscos, como nos cefalópodos, os nefrídios encontram-se bastante agrupados, formando 
um "rim" primitivo. 
 
Reprodução: A maioria dos moluscos apresentam sexos separados (dioicos); algumas espécies como 
o caracol de jardim, são hermafroditas. A fecundação pode ser externa ou interna, e o desenvolvimento, 
direto ou indireto. 
 
A classificação dos moluscos 
 
Há quatro classes principais de moluscos: Gastópoda, Bivalvia, Cephalopoda e Scaphopoda. 
 
Classe Gastropoda ("estômago nos pés"): corresponde ao maior grupo de moluscos, marinhos, de 
água doce e de ambientes terrestres. São os conhecidos caramujos, os caracóis e as lesmas. A concha, 
quando presente, tem formato helicoidal. 
 
 
Caracol 
 
Classe Bivalvia (duas metades de concha): também são encontrados em água doce ou salgada. 
Sua concha possui duas partes que encerram completamente o corpo do animal. Os exemplos mais 
familiares são as ostras, os mexilhões e os mariscos. Apresentam as brânquias recobertas por uma 
camada de muco; ao passar pelas brânquias, partículas alimentares ficam aderidas ao muco e são 
levadas para a boca. 
 
Marisco 
 
Classe Cephalopoda ("pés na cabeça"): moluscos sem concha externa, que apresentam uma 
estrutura interna e uma morfologia bastante diferentes dos demais. São o polvo, a lula, o náutilo e o 
calamar, animais exclusivamente marinhos. O pé dos cefalópodes é dividido em tentáculos. Possuem 
estruturas de defesa como cromatóforos. Quando se sentem ameaçados soltam esses pigmentos que 
turvam a água e confundem os predadores. 
 
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Polvo 
 
Classe Scaphopoda ("pé em forma de canoa"): pequenos animais dotados de uma concha cônica e 
alongada. São marinhos, e vivem parcialmente enterrados na areia. Conhecidos, em geral, por dentálios. 
 
 
 
Dentalium (dentálio ou dente-de-elefante) 
 
Filo Arthropoda 
 
O filo Arthropoda (do grego, arthron = articulação + podos = pés) é o mais numerosos da Terra atual. 
Contém cerca de 1.000.000 de espécies conhecidas, o que é pelo menos quatro vezes o total de todos 
os outros grupos de animais reunidos. Além disso, possuem boa adaptação a diferentes ambientes; 
vantagens em competição com outras espécies; excepcional capacidade reprodutora; eficiência na 
execução de suas funções; resistência a substâncias tóxicas e perfeita organização social (abelhas, 
formigas e cupins) e presença de exoesqueleto quitinoso. 
Ao crescer, os artrópodes precisam abandonar o exoesqueleto velho, pequeno, e fabricar outro, maior. 
Esse fenômeno é chamado muda ou ecdise e ocorre diversas vezes até cessar o crescimento na fase 
adulta. As carapaças deixadas por ocasião das mudas são as exúvias (do latim exuviae, "vestidos 
largados"). 
 
Principais características dos artrópodes16: 
 
São animais metamerizados (corpo segmentado), triblásticos (com três folhetos germinativos), 
celomados (cavidade geral do organismo) e simetria bilateral. 
- Sistema digestivo completo; 
- Sistema circulatório aberto; 
- Sistema respiratório diversificado: branquial, traqueal e pulmonar ou filotraqueal; 
- Sistema excretor realizado por glândulas verdes, túbulos de malpighi ou glândulas coxais; 
- Sistema nervoso constituído por vários gânglios nervosos fundidos; 
- Sistema sensorial formado por olhos simples ou compostos e sensores táteis e químicos. 
- A reprodução é sexuada, sendo as espécies dióicas com fecundação interna ou externa. O 
desenvolvimento e direto ou indireto, com metamorfose gradual (hemimetábolos) ou completa 
(holometábulos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 http://www.mundoeducacao.com/ 
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Os artrópodes podem ser classificados em cinco classes principais, usando como critério o número de 
patas. 
 
Nª de patas Classe Exemplos 
6 Insetos Barata, mosquito 
8 Aracnídeos Aranha, escorpião 
10 Crustáceos Camarão, siri 
1 par por seg. Quilópodes Lacraias 
2 par por seg. Diplópodes Piolho de cobra 
 
Classe Insecta 
 
Os insetos constituem a classe mais diversificada e mais numerosa do filo. Caracterizam-se por 
apresentar o corpo formado por cabeça, tórax e abdome separados. Na cabeça há um par de antenas, 
providas de estruturas sensoriais microscópicas, com função tátil e olfativa. Junto à boca fica o aparelho 
bucal adaptado para triturar, lamber sugar ou picar. 
Do tórax saem três pares de patas articuladas e a maioria tem asas, que são expansões da epiderme 
e do exoesqueleto. O voo é realizado através da ação dos músculos estriados antagônicos existentes 
dentro do tórax. 
Devido à capacidade de voar, os insetos vivem em todos os ambientes terrestres. Alguns são 
parasitas, como o piolho e o bicho-de-pé; outros são transmissores de parasitas, como o barbeiro 
(triatoma infestans), que transmite o trypanosoma cruzi,causador da doença de chagas. 
Todos respiram por meio de traqueias e o sangue ou hemolinfa não contém pigmento respiratório. 
A excreção é feita por um tudo de filamentos denominados túbulos de Malpighi. 
Os insetos são de sexos separados e, geralmente com dimorfismo sexual. A fecundação é interna e o 
desenvolvimento dos ovos pode ser direto ou indireto. 
Devido a sua grande diversificação, a classe dos insetos é subdividida em muitas ordens. 
 
 
 
Classe Arachnida 
 
Os aracnídeos são artrópodes predominantemente terrestres, providos de quatro pares de patas 
articuladas, e o copo, na maioria dos representantes, divididos em cefalotórax e abdome. 
Na porção anterior do cefalotórax há um par de pedipalpos, órgãos preensores de alimento. Observa-
se também um par de quelíceras, peças bucais usadas pelos aracnídeos para matar presas. 
 
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Há espécies de aracnídeos que podem causar danos ao homem e a outros animais por serem 
venenosos ou parasitas. As aranhas e os escorpiões são exemplos de aracnídeos venenosos, e os 
carrapatos de aracnídeos parasitas. 
No sangue dos aracnídeos se encontra a hemocianina. Na região ventral do abdome há um par de filo 
traqueias. A excreção é realizada por túbulos de Malpighi, ligados ao intestinos, e por glândulas coxais, 
que se abrem na base do terceiro par de patas. Os sexos são separados e, em geral, com domirfismo 
sexual. A fecundação é interna e o desenvolvimento é direto. Os indivíduos crescem, passando por várias 
mudas do exoesqueleto. 
 
-Classe Crustacea 
 
Os crustáceos compreendem animais dotados de exoesqueleto qutinoso impregnado, em geral, de 
sais de cálcio. O corpo é dividido em cefalotórax e abdome. Tem cinco ou mais pares de patas articuladas, 
dois pares de antenas, além de outros apêndices. 
São predominantemente aquáticos, principalmente marinhos. Incluem, além do camarões, os siris, as 
lagostas, as cracas, os ermitões, os caranguejos, os tatuzinhos de jardim e diversas formas 
microscópicas, como a pulga-d`água (Dapnhia) e o ciclopodes (Cyclops). 
Alguns tem respiração cutânea, como as formas macroscópicas; a maioria, entretanto, apresenta 
brânquias, situadas junto às patas ou agrupadas no cefalotórax e protegidas pelo exoesqueleto. 
O sangue (hemolinfa) contém hemocianina, um pigmento respiratório, que transporta O2. 
A excreção é feita por estruturas denominadas glândulas verdes, localizadas na porção anterior do 
corpo, próximo às antenas. 
A maioria dos representantes tem sexos separados, com ou sem dimorfismo sexual. A fecundação 
pode ser externa ou interna e o desenvolvimento dos ovos pode ser direto ou indireto. 
 
 
 
Classe Chilopoda e Diplopoda 
 
A classe dos quilópodes (gr. khilioi = mil + podos = pé), de dos diplópodes (gr. diploos = duplo + podos 
= pé) tem muitas semelhanças e podem ser descritas em conjunto. Os primeiros correspondem as 
lacraias e centopeias, e o segundo, os piolhos-de-cobra. São organismos terrestres, com exoesqueleto 
quitinoso. A cabeça é distinta e o corpo, todo segmentado. Na cabeça há um par de antenas, olhos 
simples e boca provida de peças para cortar e triturar. 
Os quilópodes têm o corpo achatado e um par de patas por segmentos, e os diplópodes, corpo 
cilíndrico e dois pares de patas pode segmento. 
A respiração desses organismos é traqueal e a hemolinfa não tem pigmento respiratório. A excreção 
é feita por túbulos de Malpighi. 
As fêmeas põem ovos, que apresentam desenvolvimento direto. 
 
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Filo Echinodermata 
 
O filo dos equinodermos (do grego ekhinos= ouriço + derma =pele) compreende os animais 
exclusivamente marinhos, como a estrela-do-mar, o ouriço-do-mar, o pepino-do-mar, a bolacha-da-praia 
e outros como podemos observar a seguir. 
 
 
 
 Como o próprio nome indica, são animais que apresentam o corpo total ou parcialmente cobertos por 
espinhos, ou então por protuberâncias espinhosas. É ainda característica exclusiva do filo o fato de 
apresentarem um sistema locomotor único, o sistema ambulacral (ou ambulacrário) que será descrito no 
decorrer do nosso tópico. 
Quando adultos, os equinodermas apresentam aspectos primitivos: hábitos sedentários (fixos a um 
substrato, como os lírios-do mar ou crionoides) ou locomoção muito lenta (as demãos espécies do grupo); 
sua simetria é radial (frequentemente pentarradial como nas estrelas-do-mar) e a cabeça não apresenta 
diferenciação; seu sistema nervoso é extremamente reduzido, não apresentando cérebro e nem órgãos 
sensoriais especializados (como a antenas, olhos entre outros). 
Por outro lado, quando larvas esses animais apresentamsimetria vilateral, vida livre e são bastante 
semelhantes às larvas de alguns cordados. Além disso, seu esqueleto é interno (endoesqueleto) e 
calcário. 
Caro candidato, vamos agora aprofundar nossos conhecimentos a respeito do filo Equinoderma!!! 
São animais triblásticos, celomados e deuterostômios. 
 
Antes de prosseguir nosso estudo vamos relembras o que significa os termos utilizados acima: 
 
-Triblásticos: 
São animais que apresentam por três camadas de células, derivadas da ectoderme, da endoderme e 
da mesoderme, conforme exemplificado na figura abaixo: 
 
 
-Celomados: 
Representa a cavidade geral do corpo, que serve de espaço para os órgãos internos (vísceras). 
Quando não há celoma, os animais são ditos acelomados, como os vermes de corpo achatado - os 
platelmintos. 
 
 
 
 
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-Deuterostômios: 
Rerefe-se a origem do blastóporo. Se o blastóporo originar o ânus (e a boca se originar na extremidade 
oposta, como um novo orifício), dizemos que os animais são deuterostômios (do grego, deutero = 
secundário, o que veio depois). 
 
 
Agora que já relembramos os conceitos acima, vamos voltar as características dos equinodermos!!! 
O sistema circulatórios desses animais é muito reduzido ou ausente. 
O tubo digestório é completo: na estrela-do-mar e no ouriço, a boca abre-se na superfície inferior 
(voltada para o solo) e o ânus para a parte superior do corpo; na bolacha-da-praia, o ânus encontra-se 
do lado da boca, na face inferior. Na boca do ouriço-do-mar e da bolacha-da-praia, encontramos uma 
estrutura mastigatória equivalente a cinco dentes chamada de lanterna de Aristóteles. Veja abaixo um 
esquema que apresenta a lanterna de Aristóteles. 
 
 
 
A respiração e a excreção são feitas por difusão através da superfície do corpo, podendo também ser 
auxiliadas pelo sistema ambulacrário. 
 
 O que é o sistema ambulacrário? 
É um sistema composto por inúmeros canais, ampolas e pés, por onde circula a água do mar. A água 
penetra no corpo do animal por uma placa perfurada chamada de placa madrepórica, e cai em canais 
que percorrem o corpo do animal. Na estrela-do-mar há um canal em cada braço (canais radiais); no 
outriço-do-mar há cinco faixas, chamadas de zona ambulacrais. Dos canais radiais sai um grande número 
de pequenos pés ambulacrarios, que atravessam o esqueleto e se projetam para o exterior do corpo. 
 
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. 121 
Por meio de contração na musculatura de pequenas ampolas (semelhantes a uma ventosa de um 
conta gotas), os pés ambulacrários podem se encher ou esvaziar de água. 
A reprodução é sexuada, com sexos separados. Embora exista, o hemafroditismo é um evento raro. 
 
Filo Chordata 
 
Os cordados são animais que apresentam notocorda, tubo nervoso dorsal e fendas faringianas 
(ou branqiueais) em pelo menos uma fase de sua vida. 
 
Mais o que seriam essas estruturas? 
Para que não fique nenhuma dúvida vamos definire ilustrar as seguintes estruturas: 
 
-Notocorda: é uma estrutura de sustentação cilíndrica e gelatinosa, de posição dorsal e longitudinal, 
localizado entre o tubo neural e o tubo digestório, correspondente a um bastonete maciço e flexível. É a 
primeira estrutura de sustentação de um cordado. Ocorre em todos so os cordados em alguma fase da 
vida, podendo persistir na fase adulta. Nos animais que ela não persiste, é substituída pela coluna 
vertebral. 
 
-Fendas faringianas: São estruturas embrionárias, podendo permanecer na fase adulta, e até 
desaparecer na fase embrionária. Nos cordados aquáticos ela persistem na fase adulta e têm função 
respiratória. Nos cordados terrestres elas desaparecem para que dá faringe possa surgir a traquéia, 
estrutura respiratória destes animais. 
 
Tubo nervoso dorsal: O tubo nervoso ocupa a posição dorsal, e localiza-se logo acima da notocorda. 
Deriva-se da invaginação da ectoderme dorsal do embrião. O tubo nervoso dorsal é bem desenvolvido 
nos adultos, mas pode ser reduzido em alguns protocordados. Os animais não-cordados possuem um 
sistema nervoso mais simples, do tipo ganglionar e ocupa a posição ventral no corpo e esta é uma 
característica que distingue os cordados dos demais animais. 
 
Vejamos agora um exemplo de um animal, o anfioxo, que apresenta essas três características ao longo 
de toda sua vida. 
 
 
 
Agora que já aprendemos as principais características dos cordados, vamos memorizar 
algumas características secundárias destes: 
 
-Cordão nervoso em posição dorsal. Esse cordão, na parte anterior, se alarga para formar o cérebro; 
- Sistema digestivo completo; 
- Três camadas germinativas; 
- Coração ventral com presença de vasos sanguíneos; 
- Celoma desenvolvido; 
- Esqueleto interno ósseo ou cartilaginoso. 
 
 
 
 
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Classificação dos cordados 
 
Podemos dividir os cordados em dois grandes grupos: os protocordados (cordados invertebvrados) 
e os vertebrados. 
 
Divisões do filo Cordados 
Protocordados Cefalocordados 
Tunicados 
Vertebrados Ágnatos Ciclostomados 
Gnatostomados Peixes Peixes cartilaginosos Peixes ósseos 
Tetrápodes Anfíbios 
Répteis 
Aves 
Mamíferos 
 
Protocordados 
 
Os protocordados são animais que não apresentam tecido cartilaginoso nem ósseo, logo não possuem 
vértebras nem crânio, e a notocorda pode permanecer no adulto ou ficar restrita apenas no período larval. 
São exclusivamente marinhos e de pequeno porte. São exemplos desse filo o anfioxo e a ascídia. 
As ascídias animais sésseis, filtradores pertencente ao subfilo Urocordados. Os anfíoxos, que são 
classificadas no subfilo Cefalocordados, já são animais que, apesar de serem capazes de locomover, 
vivem enterrados e, assim como as ascídias, são filtradores. Mesmo sendo animais muito simples, eles 
são classificados no filo dos cordados por, pelo menos sua larva, apresentar as características: notocorda, 
fendas faringianas, tubo nervoso dorsal e cauda, ou seja, as características exclusivas dos cordados. 
 
Vertebrados 
 
Os vertebrados possuem tecido cartilaginoso e/ou tecido ósseo e a notocorda, na fase adulta, é 
substituída pela coluna vertebral. 
 
 Notocorda Coluna vertebral 
 
A maior parte dos vertebrados apresentam mandíbulas, como os peixes, anfíbios, répteis, aves e 
mamíferos. Porém, existe um grupo de vertebrados sem mandíbulas, os ágnatos, cujos representantes 
apresentam boca circular. 
Os agnatos, também conhecidos como ciclostomados, são animais vertebrados primitivos que 
podem ser encontrados em ambientes de água salgada e também em ambientes de água doce. Esses 
animais possuem corpo cilíndrico e alongado, com esqueleto cartilaginoso, e em sua pele são 
encontradas glândulas produtoras de muco. São desprovidos de escamas e apresentam nadadeiras 
ímpares pouco desenvolvidas no dorso e cauda. Com mandíbula ausente, os agnatos possuem uma boca 
circular que suga os alimentos – por esse motivo são chamados de ciclostomados (ciclo = redondo; 
estoma = boca). 
 
O exemplo mais conhecido é a lampréia como ilustrado abaixo: 
 
 
 
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Gnatostomados 
 
São vertebrados mais evoluídos que apresentam mandíbulas (do grego gnathos, mandíbula, e 
stomatos, boca). O desenvolvimento das mandíbulas foi uma importantíssima inovação evolutiva nesses 
animais, pois essa estrutura é manipulada por músculos e associada a dentes. Desse modo, os 
gnatostomados primitivos puderam destacar com maior eficiência os peda-ços maiores de algas e de 
outros animais. Portanto, os animais mais eficientes na captura do alimento são os gnatostomados. Essa 
característica permitiu uma vantagem competitiva e, consequentemente, uma diversificação maior de 
espécies. 
 
Entre os gnatostomados temos as seguintes classes: 
•Condrichthyes (peixes cartilaginosos – tubarão, arraia, cação). 
•Osteichthyes (peixes ósseos – tainha, salmão, piranha). 
•Amphibia (anfíbios – sapo, salamandra, cobra-cega). “ 
•Reptilia (répteis – tartaruga, cobra, lagarto). 
•Aves (aves – coruja, avestruz, arara). 
•Mammalia (mamíferos – leopardo, macaco, golfinho). 
 
Vertebrados-peixes 
 
Os peixes representam a maior classe em número de espécies conhecidas entre os vertebrados. Os 
peixes ocupam as águas salgadas dos mares e oceanos e as águas doces dos rios, lagos e açudes. 
Nesse grupo, existem cerca de 24 mil espécies, das quais mais da metade vive em água salgada. 
 
Características gerais 
 
Esses animais têm nadadeiras, linha lateral e pele frequentemente coberta por escamas; são 
celomados, cordados, vertebrados, com mandíbulas, corpo alongado e desprovidos de membros; 
São animais pecilotérmicos, isto é, a temperatura do seu corpo varia de acordo com a do ambiente; 
A maioria dos peixes respira por meio de brânquias; 
 
 
 
A circulação dos peixes é classificada como simples. O coração desses animais tem duas cavidades 
um átrio e um ventrículo - e por ele circula apenas sangue não-oxigenado; 
 
 
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Quanto a alimentação os peixes podem ser herbívoros (alimentam principalmente de algas), carnívoros 
(alimentam-se de outros peixes e de animais diversos); 
 
Os peixes têm vários órgãos dos sentidos tais como: 
-Bolsa olfatória (associadas à percepção de cheiros das substâncias dissolvidas na água). O sentido 
do olfato dos peixes é geralmente muito aguçado. O tubarão, por exemplo, pode "farejar" sangue fresco 
a dezenas de metros de distância. 
 
-Olhos: permitem formar imagens nítidas a curta distância. 
 
•Linha lateral: formada por uma fileira de poros situada de cada lado do corpo que auxiliam na 
percepção das diferenças de pressão, correntes e vibrações na água, detectando a presença de uma 
presa, de um predador ou os movimentos de outros peixes que estão nadando ao seu lado, o que é muito 
importante para as viagens em cardumes. 
 
Características que favorecem a vida na água 
 
•corpo com formato hidrodinâmico (achatado lateralmente e alongado) o que favorece seu 
deslocamento na água; 
•corpo geralmente recoberto por escamas lisas, que diminui o atrito com a água durante o 
deslocamento do animal; 
•presença de nadadeiras (estruturas de locomoção); 
•musculatura segmentada, o que permite a realização de movimentos ondulatórios. 
 
 
 
 
Classificação dos peixes 
 
Os peixes são classificados em duas classes: a classe dos condrictes (do grego khondros: 
'cartilagem'; e ichthyes: 'peixe'), ou peixes cartilaginosos, e a classe dos osteíctes (do grego osteon: 
'osso'), ou peixes ósseos. 
 
Peixescartilaginosos (condrictes) 
 
Os representantes mais conhecidos dessa classe são os tubarões, cações e raias. São animais que 
comumente vivem em ambientes marinho, porém há raias que vivem em água doce. As principais 
características dos peixes cartilaginosos são: 
 
-Esqueleto inteiramente cartilaginoso; 
-Presença de nadadeiras pares (peitorais e pélvicas), que facilitam a movimentação do peixe, dando-
lhe impulsão; 
-Pele revestida de escamas placóides, de origem dermoepidérmica; 
-Boca localizada ventralmente; 
-Cinco pares de fendas faringianas; 
-Pecilotermia. 
 
Peixes ósseos (Osteíctes) 
 
Os representantes dessa classe são abundantes tanto em água salgada (tainhas, robalos, cavalos-
marinhos, pescadas, etc.) como em água doce (lambaris, dourados, pintados, pacus, acarás-bandeira, 
etc.). 
Em relação aos peixes cartilaginosos, notamos as seguintes diferenças desses animais: 
-Esqueleto ósseo; 
-As nadadeiras pares peitorais e pélvicas servem mais como órgão de estabilização do que impulsão. 
Além disso, há uma nadadeira anal e uma caudal; 
-A pele tem escamas dérmicas e é lubrificada por um muco produzido pelas glândulas mucosas; 
-A boca é terminal; 
-Possuem quatro pares de fendas faringianas protegidas por uma placa óssea, o opérculo; 
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-Apresentam linhas laterais visíveis; 
Apresentam um órgão hidrostático, a bexiga natatória, que facilita a exploração de locais com elevada 
variação profundidade. 
 
Cordados- anfíbios 
 
A classe dos Anfíbios compreende os sapos, rãs, pererecas, salamandras, cobras-cegas, e etc. 
 
 
 
Com base nos aspectos evolutivos do nosso planeta, os anfíbios foram os primeiros vertebrados a 
ocupar o ambiente terrestre, situando-se entre os peixes e os répteis. Esses organismos, considerados 
como um grupo de transição, além de possuírem uma pele muito fina que não protege da desidratação, 
eles colocam ovos sem casca, que ficam ressecados se permanecerem fora da água ou de ambientes 
úmidos. 
Como o próprio nome sugere, a maioria das espécies vive parcialmente na água doce e parcialmente 
na terra. Embora alguns vivam em terra firme o tempo todo, ainda assim necessitam estar próximas da 
água ou viver em um ambiente de elevada umidade atmosférica; isso ocorre por várias razões, sendo a 
principal delas sua reprodução. 
 
Características gerais 
 
-São incapazes de manter constante a temperatura de seu corpo (pecilotérmicos); 
-Não possuem pêlos nem escamas externas; 
- Apresentam pele fina, rica em vasos sanguíneos e glândulas; 
-As glândulas em sua pele são de dois tipos: mucosas, que produzem muco, e serosas, que produzem 
veneno. 
 
Adaptações que capacitou os Anfíbios a ocupar o ambiente terrestre 
 
-Modificações na sua estrutura corporal que permitem locomover-se em terra firme (por exemplo, o 
desenvolvimento de patas no lugar de nadadeiras); 
-Substituições de brânquias por pulmões; 
-Modificações no aparelho circulatório, a fim de permitir a captação de oxigênio atmosférico pelos 
pulmões e através da pele. 
Fisiologia dos Anfíbios 
 
Respiração: Na fase larval, aquática, respiram por brânquias, quando adultos, respiram através da 
pele (respiração cutânea) e pelos pulmões. Como os seus pulmões são simples e têm pouca superfície 
de contato para as trocas gasosas, a respiração pulmonar é pouco eficiente, sendo importante a 
respiração cutânea - processo de trocas de gases com o meio ambiente através da pele, que deve ser 
úmida e bem vascularizada para que ocorra a difusão dos gases. 
Circulação: 
Os anfíbios apresentam circulação fechada, isto é, o sangue circula dentro dos vasos 
O coração dos anfíbios é constituído por três cavidades (dois átrios e um ventrículo). O sangue arterial 
(proveniente dos pulmões) e o sangue venoso (proveniente da circulação corporal) misturam-se no 
ventrículo. 
 
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- Excreção: 
 
Os anfíbios fazem a sua excreção através dos rins. Estes eliminam uma urina diluída e abundante, 
pois o excretam amônia, substancia extremamente tóxica que precisa ser eliminada constantemente 
junto com agua em abundância. Os adultos de algumas espécies terrestres excretam ureia, menos tóxica, 
o que resulta em certa economia de agua. 
 
-Alimentação:17 
 
Na fase adulta, que ocorre no ambiente terrestre, os anfíbios são carnívoros. Alimentam-se de 
minhocas, insetos, aranhas, e de outros vertebrados. A língua, em algumas espécies de anfíbios é uma 
das suas características adaptativas mais importantes. Os sapos caçam insetos em pleno vôo, utilizando 
a língua que é presa na parte da frente da boca e não na parte mais interna.e alcança uma grande 
distância, além de ser pegajosa, outro fator facilitador na captura da presa. 
 
-Reprodução 
 
Os ovos dos anfíbios não apresentam casca que possa protegê-los contra a desidratação, por isso, 
devem ser postos na água ou em um lugar de extrema umidade. Na maioria das vezes a fecundação é 
externa: a fêmea coloca os ovos na água, e o macho, estando próximo ou mesmo sobre ela, lança jatos 
de esperma sobre os ovos. Algumas espécies de salamandras e cobras-cegas colocam seus ovos em 
terra úmida. Após certo período de desenvolvimento embrionário, formam-se as larvas, denominadas 
girinos. Estas nadam livremente, e após um período de transformações (metamorfose) transformam-se 
em adultos como pode ser observado no esquema abaixo: 
 
Vertebrados-répteis 
 
Os répteis (do latim reptare, 'rastejar') representam um grupo de animais que possui em comum a 
ectotermia (capacidade de utilizar fontes externas de calor para regular a temperatura corporal) e a pele 
recoberta por escamas. Esse grupo inclui diversas linhagens (lagartos, serpentes, quelônios e jacarés). 
 
Características gerais 
 
-Membros locomotores situados no mesmo plano do corpo (facilitando o rastejamento do ventre no 
solo); 
-Pele seca e frequentemente recoberta por escamas, placas dérmicas, plastrões e carapaças; 
 
Fisiologia dos répteis 
 
 Alimentação e sistema digestório: 
- Os répteis podem ser classificados como: carnívoros (na sua maioria); algumas espécies são 
herbívoras e outras são onívoras. 
-Estes animais apresentam o digestório completo com glândulas bem desenvolvidas, como fígado e 
pâncreas. 
-O intestino grosso termina na cloaca. 
 
 
 
 
 
17 http://www.sobiologia.com.br/ 
 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz Marques 027.711.435-77
 
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Respiração: 
-A respiração é única e exclusivamente pulmonar; 
-Os répteis possuem um pulmão com alvéolos, dotados de dotando dobras internas que aumentam a 
sua capacidade respiratória, sendo melhor que o dos anfíbios; 
 
 
 
-Circulação: 
- A circulação da maioria dos répteis e dupla fechada e completa; 
O coração da maioria dos répteis apresenta dois átrios e dois ventrículos parcialmente divididos. Nos 
ventrículos ocorrem mistura de sangue oxigenado com sangue não-oxigenado. Nos répteis crocodilianos 
(crocodilo, jacarés), os dois ventrículos estão completamente separados, mas o sangue oxigenado e o 
sangue não-oxigenado continuam se misturando, agora fora do coração. 
 
 
 
Reprodução: 
-Os répteis se reproduzem sexualmente da mesma forma que outros vertebrados. A fecundação em é 
interna e geralmente com órgãos copuladores (pênis nos crocodilianos ou hemipênis nos lagartos e 
cobras, permitindo a transferência direta do esperma para o interior do corpo da fêmea). 
-A maioria é ovípara, isto é, a fêmea põe ovos, de onde saem os filhotes. 
-A fecundação interna e os ovos com casca representam um marco na evolução dos vertebrados, pois 
impediram a morte dos gametas e embriõespor desidratação e tornaram esses animais independentes 
da água para a reprodução. 
 
Classificação dos Répteis 
Podemos reconhecer as quatro grandes Ordens viventes: 
 
 
 
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. 128 
- Ordem Crocodilia (crocodilos e jacarés) 
 
 
 
- Ordem Rhynchocephalia (tuataras) 
 
 
 
- Ordem Squamata (lagartos e cobras) 
 
 
 
- Ordem Testudinata (tartarugas, jabutis e cágados) conhecidos como quelônios 
 
 
 
Vertebrados- AVES 
 
De acordo com estudos paleontológicos recentes, utilizando fósseis, as aves tiveram origem no 
Período Jurássico. Elas evoluíram dos dinossauros tetrápodes, por volta de 150 milhões de anos atrás. 
Estes constituem a classe de animais vertebrados, endotérmicos, ovíparos, caracterizados principalmente 
por possuírem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas, bico córneo e ossos 
pneumáticos. 
Atualmente são reconhecidas aproximadamente 9.000 espécies de aves no mundo. A ampla 
distribuição geográfica das aves e também dos mamíferos reflete o sucesso que esses grupos tiveram na 
conquista do meio terrestre em relação aos répteis. A principal característica que possibilitou essa 
conquista foi, sem dúvida, a homeotermia, isto é, a capacidade de manter, em ambientes diversificados, 
a temperatura corporal relativamente elevada e constante. Porém, a manutenção da temperatura ocorre 
à custa de uma alta taxa metabólica qual envolve intensa combustão de alimento energético nas células. 
 
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Características gerais das aves18 
 
- São vertebrados (presença de coluna vertebral segmentada); 
- São bípedes (se movimentam na posição vertical, usando as extremidades inferiores para assentar 
no solo); 
- São ovíparos (embrião se desenvolve dentro de um ovo, em ambiente externo e sem ligação com a 
mãe); 
- São homeotérmicos (a temperatura corporal é mantida constante, mesmo com variação da 
temperatura do meio ambiente); 
- Possuem o corpo coberto por penas; 
- Possuem asas (grande parte das aves consegue voar com estas asas); 
- Possuem bico (usado para pegar alimentos, quebrar, furar e até transportar); 
- Possuem ossos pneumáticos (com presença de ar na parte interna, são ocos). 
- As aves não possuem a capacidade de urinar, pois não possuem bexiga para armazenar a urina. 
Quando consomem líquidos, principalmente água, estes vão para o intestino (local da absorção). As 
impurezas se transformam em urato, que saem junto com as fezes. 
 
Características que favorecem a homeotermia nas aves 
 
-Presença de penas: As penas são anexos epidérmicos de queratina exclusivos das aves. A camada 
de ar retida entre as penas promove o isolamento térmico, agindo contra a perda de calor do corpo. Em 
um dia de muito frio, as aves, em repouso, mantêm suas penas elevadas aumentando a camada de ar 
isolante. Ao contrário, quando está quente, as penas são mantidas bem juntas ao corpo, diminuindo a 
espessura da camada de isolamento. 
 
-Coração: O coração das aves tem quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos e isso permite que 
não ocorra mistura de sangue. A metade direita (átrio e ventrículo direitos) trabalha exclusivamente com 
sangue pobre em oxigênio (sangue venoso), encaminhando-o aos pulmões para a oxigenação. Já a 
metade esquerda (átrio e ventrículo esquerdos) trabalha apenas com sangue rico em oxigênio (sangue 
arterial), que é conduzido aos tecidos do corpo. Assim, os órgãos recebem sangue ricamente oxigenado, 
o que permite e garante a manutenção de taxas metabólicas mais elevadas que, associadas aos 
mecanismos de isolamento e regulação térmicos, favorece a sobrevivência em variados tipos de 
ambientes. 
 
 
-Aparelho respiratório: Embora pequenos e poucos elásticos, os pulmões das aves são muito mais 
eficientes que os dos répteis e mamíferos. Isso ocorre pois esses animais apresentam diversas 
expansões membranosas, os sacos aéreos, que contribuem para a manutenção de um fluxo de ar 
unidirecional e para a regulação térmica do animal (favorecendo parte da dissipação do calor gerado pelo 
corpo). Os sacos aéreos expandem-se entre os órgãos e alguns penetram no interior dos longos 
pneumáticos (ossos com cavidades livres). Ao inflar os sacos aéreos as aves reduzem a densidade do 
corpo, característica útil para animais que voam. 
 
 
18 http://www.todabiologia.com/ 
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. 130 
 
 A grande eficiência dos pulmões nas trocas gasosas, associada ao coração tetracavitário, garante o 
suprimento alto e constante de oxigênio para os tecidos, o que contribui para a manutenção de elevadas 
taxas metabólicas nesses animais. 
 
Adaptações que permitiram o voo nas aves 
 
As aves adquiriram várias características essenciais que permitiram o vôo ao animal. Para exemplificar 
as adaptações adquiridas pelas aves ao longo da evolução veja a ilustração abaixo: 
 
 
 
Além das características exemplificadas acima, as aves ainda apresentam: 
-Forma do corpo aerodinâmica; 
-Homeotermia: taxa metabólica elevada que produz grande quantidade de energia que o voo requer; 
 
 
Fisiologia das aves19 
 
Alimentação e digestão: 
As aves consomem os mais variados tipos de alimentos como frutos, néctar, sementes, insetos, 
vermes, crustáceos, moluscos, peixes e outros pequenos vertebrados. Elas possuem um sistema 
digestivo completo, composto de boca, faringe, esôfago, papo, proventrículo, moela, intestino, cloaca e 
órgãos anexos (fígado e pâncreas). 
Ao serem engolidos os alimentos passam pela faringe, esôfago e seguem para o papo (função de 
armazenar e amolecer os alimentos). A partir desse, vão para o proventrículo, que é o estômago químico 
das aves, onde sofrem a ação de sucos digestivos e começam a serem digeridos. Passam então para a 
moela (estômago mecânico) que tem paredes grossas e musculosas, onde os alimentos são triturados. 
Finalmente atingem o intestino, onde as substâncias nutritivas são absorvidas pelo organismo. Os 
restos não aproveitados transformam-se em fezes. 
 
19 http://www.sobiologia.com.br/ 
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As aves possuem uma bolsa única, a cloaca, onde desembocam as partes finais do sistema digestivo, 
urinário e reprodutor e que se abre para o exterior. Por essa bolsa eles eliminam as fezes e a urina e 
também põe os ovos. 
 
Reprodução: 
 
Diferentes de seus parentes répteis, que às vezes dão à luz a seus filhotes, todas as espécies de aves 
põem ovos. 
 
 
Os sexos das aves são separados (dioicos), a fecundação é interna e geralmente apresentam um 
dimorfismo sexual muito marcante, sendo os machos mais vistosos que as fêmeas. Veja o exemplo a 
seguir do dimorfismo sexual do pavão: 
 
 
 
No interior do ovo, durante o desenvolvimento embrionário, são encontrados o córion, âmnio, a 
vesícula vitelínica e a alantoide. A casca porosa, semelhante à do ovo dos répteis, permite a ocorrência 
de trocas gasosas. Os ovos das aves são chocados, isto é, devem ser aquecidos pelos pais, possibilitando 
o desenvolvimento embrionário, fato que não ocorre nos répteis, que são pecilotermos. 
 
Vertebrados- Mamíferos 
 
Os mamíferos (do latim científico Mammalia) constituem uma classe de animais vertebrado mais 
conhecidos Nesta classe incluem-se as toupeiras, morcegos, roedores, gatos, macacos, baleias, cavalos, 
veados e muitos outros, o próprio homem entre eles. 
Nela existem animais pesando de 3g a 160 toneladas e medindo de 8 cm até 30 m de comprimento. 
 
Características específicas 
 
-Glândulas mamárias; 
-Corpototal ou parcialmente coberto por pelos; 
-Dentes diferenciados com incisivos, caninos, pré-molares e molares; 
-Presença da placenta; 
-Hemácia anucleada 
-Musculo diafragma, uma membrana muscular que separa o tórax do abdome e que auxilia na 
ventilação dos pulmões. 
 
 
 
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Fisiologia dos mamíferos 
 
-Digestão e alimentação 
O sistema digestório dos mamíferos é completo formado por um longo tubo que vai da boca ao ânus. 
Veja a seguir o exemplo do trajeto do alimento na espécie humana: 
 
 
-Respiração: 
Todos os mamíferos são seres pulmonados, isto é, o ar entra pelas vias respiratórias até os pulmões, 
que absorvem o oxigênio. Até mesmo os mamíferos aquáticos têm pulmões, eles precisam vir à superfície 
para respirar. 
 
-Circulação 
Assim como o coração das aves, o coração dos mamíferos apresenta quatro cavidades. A circulação 
dos mamíferos é fechada, dupla e completa, sem que haja mistura de sangue venoso com arterial. A 
eficiência na circulação do sangue favorece a homeotermia corporal. 
Tal como as aves, os mamíferos são endotérmicos ou homeotérmicos, o que lhes permite permanecer 
ativos mesmo a temperaturas muito elevadas ou muito baixas. Este fato justifica a sua larga distribuição 
em todos os tipos de habitats, mais vasta que qualquer outro animal (exceto as aves). 
 
Veja a seguir o coração tetracavitário dos mamíferos: 
 
 
 
Atenção candidatos, Vale lembrar que a artéria aorta nos mamíferos é voltada para a direita e das aves 
para a esquerda. 
 
 
 
 
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Reprodução:20 
 
Os mamíferos são dióicos, com fecundação interna e desenvolvimento direto. A grande maioria das 
espécies é vivípara, existindo espécies ovíparas (ornitorrinco) e ovovivíparas (canguru). 
Embora a viviparidade limite o número de filhotes por gestação, é um fator que se revelou vantajoso 
evolutivamente, aumentando as chances de sobrevivência e o sucesso reprodutivo. 
Enquanto o filhote está se desenvolvendo no útero materno, recebe nutrientes e oxigênio através da 
placenta, pelo cordão umbilical. A placenta é uma estrutura formada por parte do corpo da mãe e parte 
do corpo do feto. Também é pela placenta que o feto elimina as excretas, que são restos produzidos, por 
exemplo, o gás carbônico. 
 
 
 
Classificação dos mamíferos 
 
Os mamíferos dividem-se em três grandes grupos em relação à reprodução: 
 
Placentários: 
Este é o maior grupo de mamíferos, dominando totalmente a classe e os habitats terrestres atuais. Os 
ovos amnióticos são geralmente minúsculos e retidos no útero da fêmea para o desenvolvimento, com a 
ajuda de uma placenta que fornece fixação e nutrientes (oxigênio e alimentos). 
 
 
 
Monotremados: 
Os monotremados apresentam um orifício referente a cloaca, existente também nos répteis e aves. 
Esses animais são considerados como os mamíferos primitivos que se reproduzem por meio da postura 
de ovos, ou seja, são ovíparos e cuja boca possui um bico córneo. As glândulas mamárias não 
desembocam em mamilos. Vivem exclusivamente em algumas região da Oceania. Ex: ornitorrincos e 
quidnas. 
 
 
 
20 http://www.sobiologia.com.br/ 
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-Marsupiais 
Nos marsupiais (do latim marsupium, “pequena bolsa”), os embriões passam por um rápido estágio 
embrionário em um pequeno útero; em seguida os embriões são expulsos e terminam o desenvolvimento 
presos a mamilos e cobertos por uma dobra da pele do abdômen da mãe, o marsúpio, que tem aspecto 
de uma bolsa. Ex: gambás, cuícas, cangurus e coalas (sendo os dois últimos exclusivos da fauna 
australiana). Todos os mamíferos são dotados de glândulas mamárias que produzem o leite, alimentando 
dos filhotes. 
 
 
 
Reino Plantae 
 
Atualmente, os seres vivos estão divididos em três domínios: 
1. Archaea 
2. Bactéria 
3. Eucaria 
 
O domínio Archaea possui um reino conhecido como Archeabactéria. O domínio Bactéria possui um 
único reino chamado Eubactéria. Já o domínio Eucaria é subdividido em quatro reinos a saber: Protista, 
Fungi, Plantae e Animalia. 
O reino Plantae originou-se dos Protistas, que deram origem as algas vermelhas (Rhodophyta), algas 
pardas (Phaeophyta) e algas verdes (Chlorophyta). 
A partir das algas verdes, originaram-se as plantas terrestres: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e 
angiospermas. 
 
 
 
Evidências da evolução dos vegetais a partir das algas verdes 
 
As primeiras plantas terrestres devem ter surgido de um grupo ancestral de algas verdes. Os longos 
períodos de seca ocorridos no Siluriano podem ter sido um fator de seleção natural que favoreceu as 
plantas com adaptações ao meio terrestre. 
Todos os grupos (algas verdes, briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas) apresentam 
em comum: 
-Os mesmos tipos de clorofilas (A e B); 
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. 135 
-Pigmentos carotenoides, em especial o β-caroteno; 
-Reserva alimentar na forma de amido; 
-Semelhança no DNA dos cloroplastos 
 
A transição para o meio terrestre 
 
As plantas começaram a avançar no ambiente terrestre e passaram a ter que enfrentar alguns 
problemas, afinal não se faz uma transição dessas da noite pro dia e muitos que tentaram acabaram 
extintos. 
Um fator óbvio associado a essa passagem é a menor disponibilidade de água no meio terrestre. Em 
razão disso, foram selecionados mecanismos para evitar a perda de água entre as plantas, como a 
cutícula de cera que envolve principalmente as folhas, tornando-as impermeáveis, e os estômatos, 
estruturas responsáveis pelo controle de entrada e saída de gases e de água pelas folhas. 
 
Outras estruturas importantes são as raízes - para a ancoragem e a absorção de água e nutrientes do 
solo - e o caule - para a sustentação (antes provida pela água, mais densa, na qual as algas estão 
imersas). 
Na reprodução, também temos agora meios que independem da água para o "trânsito" dos gametas, 
associado a um sistema de dispersão por meio de sementes. 
Na classificação dos vegetais, observamos a influência dessa transição: as briófitas (musgos) se 
separam dos outros grupos em razão da ausência de um sistema condutor de água e 
nutrientes(avasculares), motivo pelo qual têm seu tamanho limitado a poucos centímetros. 
 As pteridófitas (samambaias) possuem vasos (vasculares), mas ainda não produzem flores nem 
sementes, limitando sua dispersão. 
 As gimnospermas (pinheiros) possuem vasos, flores e sementes, mas não desenvolvem frutos para 
a proteção das sementes, reduzindo seu sucesso reprodutivo e dispersão se comparadas às 
angiospermas (com frutos). 
 
-Esses grupos apresentam em comum: 
 
-parede celular formada por celulose; 
-embriões protegidos por tecidos originados do corpo materno; 
-cloroplastos contendo clorofilas a e b, carotenos e xantofilas; 
-reserva constituída por amido; 
-reprodução por alternância de gerações (metagênese), na qual a meiose é espórica (intermediária). 
 
 
 
Briófitas 
 
As Briófitas (do gergo bryon: 'musgo'; e phyton: 'planta') são plantas pequenas, geralmente com alguns 
poucos centímetros de altura, que vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados (plantas 
umbrófitas). Poucas espécies vivem em água doce e nenhuma é marinha. 
 
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Esse grupo de vegetais não possuem, evidentemente, flores, frutos e sementes, sendo formadas 
basicamente de três partes ou estruturas: 
-rizoides - filamentos que fixam a planta no ambiente em que ela vivee absorvem a água e os sais 
minerais disponíveis nesse ambiente; 
-cauloide - pequena haste de onde partem os filoides; 
-filoides -estruturas clorofiladas e capazes de fazer fotossíntese. 
 
 
O corpo desses vegetais é desprovido de tecidos condutores (avasculares) de nutrientes e água. 
Devido à ausência desses vasos condutores, a água absorvida do ambiente e é transportada nessas 
plantas de célula para célula, ao longo do corpo do vegetal. Esse tipo de transporte é relativamente lento 
e limita o desenvolvimento de plantas de grande porte. Assim, as briófitas são sempre pequenas, baixas. 
 
Reprodução das briófitas 
 
Nesses vegetais, encontra-se uma nítida alternância de gerações (metagênese), em que o gametófito 
representa o vegetal verde, complexo e duradouro (permanente), enquanto o esporófito é um vegetal 
reduzido (transitório) e dependente (parasita) do gametófito. 
 
 
 
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Os gametófitos produzem os órgãos reprodutores (gametângios) representados pelos arquegônios e 
anterídios. 
Os gametângios femininos são denominados arquegônios. São estruturas muito pequenas, têm a 
forma de uma garrafinha, sendo a região do gargalo chamado de colo e a região do bojo, ventre. O colo 
e preenchido por dois tipos de células: ventral e oosfera. Durante o amadurecimento do arquegônio, as 
células colares e ventral transformam-se em substâncias mucilaginosas, restando, no interior do ventre, 
a ossfera (gameta feminino). 
Os gametângios masculinos são denominados anterídios. São órgãos em forma de clava ou esféricos. 
Externamente observa-se a epiderme, que envolve e protege um tecido formado por células diminutas, 
os andrócitos. Cada andrócito sofre uma metamorfose, originando uma célula espiralada e biflagelada 
denominada anterozoide (gameta masculino). 
Uma vez produzidos na planta masculina, os anterozoides podem ser levados até uma planta feminina 
com pingos de água da chuva que caem e respingam. 
Na planta feminina, os anterozoides nadam em direção à oosfera; da união entre um anterozoide e 
uma oosfera surge o zigoto, que se desenvolve e forma um embrião sobre a planta feminina. Em seguida, 
o embrião se desenvolve e origina uma fase assexuada chamada esporófito, isto é, a fase produtora de 
esporos. 
No esporófito possui uma haste e uma cápsula. No interior da cápsula formam-se os esporos. Quando 
maduros, os esporos são liberados e podem germinar no solo úmido. Cada esporo, então, pode se 
desenvolver e originar um novo musgo verde - a fase sexuada chamada gametófito. 
Como você pode perceber, as briófitas dependem da água para a reprodução, pois os anterozoides 
precisam dela para se deslocar e alcançar a oosfera. 
O musgo verde, clorofilado, constitui como vimos a fase denominada gametófito, considerada 
duradoura porque o musgo se mantém vivo após a produção de gametas. Já a fase denominada 
esporófito não tem clorofila; ela é nutrida pela planta feminina sobre a qual cresce. O esporófito é 
considerado uma fase passageira porque morre logo após produzir esporos. 
 
 
 
 
Resumindo..... 
 
 
 
 
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Importância das briófitas: 
 
-Decompõem as rochas sobre as quais se desenvolvem; 
-Absorvem, como verdadeiras esponjas, grandes quantidades de água das chuvas, mantendo a 
superfície do solo sempre úmida; 
-Formam a turfa utilizada como combustível. 
 
Pteridófitas 
 
As pteridófitas são plantas pluricelulares, autótrofas, que vivem em ambientes úmidos e sombreados, 
sendo a Mata Atlântica o hábitat da maioria das espécies desse grupo. Samambaias, avencas, xaxins e 
cavalinhas são alguns dos exemplos mais conhecidos de plantas do grupo das pteridófitas. 
 
 
 
 Samambaia Avencas Xaxim 
As pteridófitas consistem no primeiro grupo de vegetais na escala evolutiva a apresentar vasos para o 
transporte de seiva (floema e xilema), sendo portanto incluídas entre as plantas traqueófitas e, por isso, 
vão apresentar tamanhos muito maiores que as briófitas, afinal, os nutrientes vão conseguir chegar às 
células de uma maneira muito mais eficiente. 
Nas pteridófitas existe uma nítida metagênese (alternância de gerações) em que o esporófito 
representa o vegetal verde, complexo e duradouro e o gametófito (protálo), uma planta verde, complexa, 
transitória (vida curta), podendo ser monóica ou dióica. 
 
-Esporófito 
 
Morfologicamente, o esporófito da pteridófitas é formado por um caule subterrâneo, chamado de 
rizoma, e folhas aéreas, muitas vezes divididas em folíolos. 
 
 
Esporótifo de uma samambaia 
 
De acordo com a função das folhas, estas podem ser classificadas como: 
 
Trofofilos: são folhas estéreis que realizam apenas a função de fotossíntese (folhas assimiladoras). 
Esporofilos: são folhas férteis, relacionadas com a produção de esporângios. 
Trofoesporofilos: realizam fotossíntese e produzem esporângios. 
 
 
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Quanto ao tipo de esporo produzido, as pteridáfitas são divididas em dois grupos: 
 
- Isosporadas: quando produzem esporos morfologicamente idênticos. 
-Heterosporadas: quando produzem dois tipos de esporos: micrósporos e megásporos (macrósporos). 
 
-Gametófito ou Prótalo 
 
 São plantas verdes, delgadas, de forma talosa e com poucas camadas de células parenquimáticas. 
 
 
 
Os gametófitos podem ser monóicos ou dióicos. 
 
Os órgãos reprodutores são anterídios de forma esférica e mais simples do que os das briófitas. Não 
têm pedúnculo e estão diretamente ligados ou mergulhados no interior do prótalo. O número de 
anterozóides em cada anterídio é menor do que nas briófitas e os anterozóides são espiralizados e 
geralmente flagelados. 
Os arquegônios também são mais simples do que os das briófitas. Têm forma de garrafa. Cada 
arquegônio forma apenas uma oosfera e fica parcialmente mergulhado no tecido do prótalo. 
As pteridófitas dependem de água para a fecundação. Os anterozóides são atraídos até o arquegônio 
por fenômenos de quimiotactismo. Uma vez formado o zigoto, este desenvolve-se para formar, 
inicialmente, um embrião e, posteriormente, um novo esporófito. 
 
Ciclo das peteridófitas homosporadas 
 
 
 
Ciclo das pteridofitas heterosporadas 
As pteridofitas heterosporadas produzem dois tipos distintos de esporos: micrósporos, pequenos e 
numerosos e macrósporos ou megásporos grandes e produzidos normalmente em número de quatro. 
Como exemplo desse tipo de pteridofitas, citamos a Selaginella. 
A Selaginella é uma planta geralmente rasteira com caules delgados. Em algumas espécies, as folhas 
minúsculas estão colocadas em espiral em torno do caule e são todas do mesmo tamanho. Em outras 
espécies, existem duas fileiras de folhas pequenas e duas fileiras de folhas grandes. Do caule saem 
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rizóforos (ramos sem folhas) que se ramifica na base, formando raízes delicadas, as quais se ramificam 
dicotomicamente à medida que penetram no solo. 
Na época da reprodução, o esporófito da Selaginella produz, no ápice das ramificações do caule, as 
estruturas especiais chamadas de estróbilos. Os estróbilos são formados por folhas férteis chamadas de 
esporofilo. Os esporofilos são estruturas produtoras de esporângios (reservatório de esporos), no interior 
dos quais ocorre a meiose espórica para a formação dos esporos. Podemos distinguir dois tipos de 
esporofilos: 
1) Microesporofilos que produzem microesporângios que por sua vez irão produzir os micrósporos 
(esporos masculinos muito pequenos) 
2) Macroesporofilo(megasesporofilo) que produzem macroesporângios que por sua vez irão 
produzir quatro esporos grandes chamados de macrósporos (megásporos). 
Para completar o ciclo, os micrósporos desenvolvem-se em microgametófito (gametófito masculino), 
cujas células se transformam em anterozoides biflagelados. 
O macrósporos são esporos maiores (tamanho da cabeça de alfinete). Quando germinam, produzem 
macroprotálos verdes, com vários arquegônios, cada um contendo uma oosfera. 
Quando ocorre a fecundação, a oosfera une-se com um anterozoide e forma um zigoto. Existe a 
possibilidade da fecundação das várias oosferas contidas no macropotálo, mas acaba ocorrendo o 
crescimento e desenvolvimento de um zigoto para formar um novo esporófito. 
 
 
 
Resumindo.... 
 
 
Importância das pteridófitas 
As pteridófitas possuem algumas características muito relevantes na vida do homem e no meio 
ambiente: 
 
- Organismo produtor nas cadeias alinmentares; 
Possuem uma substância que é extraída do rizoma para ser utilizada no combate a teníase; 
-São usadas como plantas ornamentais, deixando os ambientes mais agradáveis. 
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Gimnospermas 
 
As gimnospermas (do grego Gymnos: 'nu'; e sperma: 'semente') são plantas terrestres de grande porte 
que vivem, preferencialmente, em ambientes de clima frio ou temperado No grupo das gimnospermas, 
encontramos como principais representantes os pinheiros e as araucárias, grandes árvores que, pela 
primeira vez na escala evolutiva irão produzir sementes, que nada mais são que um embrião protegido 
dentro de um tecido envoltório com uma reserva nutritiva que ele utiliza durante seu desenvolvimento. É 
importante destacarmos que, nas gimnospermas essa semente é nua, isto é, ela não é envolta por um 
fruto, o que, como veremos, só ocorrerá nas angiospermas. 
Uma diferenciação importante que as gimnospermas apresentam com relação a briófitas e pteridófitas 
(homosporadas), e que será decisiva na formação das sementes, é uma divisão morfológica e funcional 
entre os esporos masculinos e femininos que serão chamados respectivamente de micrósporos e 
macrósporos (ou megásporos). 
 
-Esporófito 
 
O esporófito nas gimnospermas está dividido em raiz, caule, folha, produzindo flores incompletas 
(flores falsas) e sementes. 
As raízes do esporófito são geralmente são do tipo axial ou pivotante. 
Os caules pertencem ao tipo tronco, crescem em espessura, por atividade dos meristemas 
secundários: felogênio e câmbio. 
As folhas são reduzidas em forma de escamas; são perenes e adaptadas a ambientes secos 
(xerófilas). As características xerofíticas dessas plantas são induzidas pelo frio. 
-Gametófito 
 
Os gametófitos são dióicos, reduzidos em tamanho, tempo de vida e complexidade e dependentes do 
esporófito. Os gametófitos, na verdade, desenvolvem-se dentro dos óvulos produzidos nas 
inflorescências femininas. 
O gametófito masculino é o tubo polínico (microprótalo), responsável pela formação dos gametas 
masculinos. Em Cycadinae e Ginkgoinae os gametas são anterozóides. Nas Coniferae os gametas 
masculinos são as células espermáticas contidas no tubo polínico. 
O gametófito feminino é o saco embrionário (macroprótalo), contido no interior do óvulo, que forma 
arquegônios rudimentares e oosferas como gametas femininos. 
 
Estruturas dos órgãos reprodutores e reprodução 
 
Os estróbilos reúnem-se, formando estruturas compactas denominadas esporofilos ou cones. Esses 
estróbilos são unissexuadas, isto é, há cones masculinos e femininos. 
 
-Estróbilo masculino: consta de um eixo em tomo do qual se inserem os microesporofilos formadores 
dos microesporângios (sacos polínicos), dentro dos quais encontramos os grãos de pólen (micrósporos). 
O grão de pólen é pluricelular e tem duas membranas, uma interna (intina) e outra externa (exina). A exina 
forma expansões cheias de ar (sacos aéreos). No interior do grão de pólen encontramos a célula geratriz, 
a vegetativa e as células acessórias. 
 
 
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-Estróbilo feminino: consta de um eixo em tomo do qual se inserem os megaesporofilos (folhas cai-
pelares). Dentro dos estróbilos femininos, os esporângios femininos, chamados de óvulos, possuem uma 
única célula-mãe de megásporo cada, que se dividirá por meiose. Das células-filhas originadas, 3 
degeneram e uma se torna o megásporo funcional. Ocorrido isso, temos esporos funcionais femininos 
dentro de esporângios femininos (óvulos) agrupados em estróbilos femininos. Diferentemente do que 
observamos nas briófitas, e nas pteridófitas, no caso das gimnospermas, os esporos, não são liberados 
no meio, mas germinam no interior dos esporângios e geram gametófitos maduros femininos, os 
megagametófitos também chamados de megaprótalos, que permanecem no interior do óvulo. No caso 
dos esporângios femininos, devemos notar que no interior de cada óvulo encontramos um único 
megásporo funcional, que dá origem a um único megagametófito. 
 
 
 
 
Estrutura do óvulo 
O óvulo e revestido por um único integumento. Abaixo da micrópila situa-se a câmara polínica, 
destinada a receber os grãos de pólen. O integumento reveste o núcleo (megasporângio). Uma célula do 
núcleo sofre meiose, dando origem a quatro células haploides, das quais três degeneram. A célula que 
persiste acaba por formar o megaprotalo feminino (gametófito feminino que, por sua vez, dá origem a 
arquegônios rudimentares que darão origem as oosferas. 
 
Polinização 
A polinização é feita pelo vento (anemofilia). O grão de pólen e transportado até a câmara polínica, 
onde germina. 
 
Formação do tubo polínico 
As células acessórias envolvem o grão de pólen e formam a parede do tubo polínico. A célula geratriz 
se divide formando dois núcleos espermáticos (gametas) 
 
Fecundação 
A presença de várias oosferas no óvulo permite a fecundação por vários núcleos espermáticos de 
vários túbulos polínicos, formando vários zigotos; contudo, apenas um embrião se desenvolve. Nas 
angiospermas é frequente a poliembrionia, mas, dos vários embriões formados, apenas um embrião se 
desenvolve. 
Após a fecundação, o tecido do megaprótalo (N) forma o endosperma primário, tecido cuja função é 
acumular reserva. Essas plantas não dependem da água do meio ambiente para que haja a fecundação. 
O embrião das gimnospermas apresentam muitos cotilédones 
O óvulo fecundado evolui e forma a semente, mas não forma fruto; daí a designação que estas plantas 
recebem: gimnospermas: semente nua. 
 
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-Importância: 
 
-Indústria madeireira; 
-Industria de celulose; 
-Industria farmacêutica (Ginkgo biloba)-calmante 
-Na alimentação (pinhão), semente do pinheiro do Paraná; 
-Ornamentação. 
 
Angiospermas 
 
As angiospermas são as plantas mais adaptadas aos ambientes terrestres. São encontradas nos mais 
variados lugares: desde os ambientes muito úmidos até os desérticos. Poucas são as espécies que vivem 
em água doce. 
É um grupo muito diversificado, com representantes de pequeníssimos tamanho (alguns mm), 
passando por plantas rasteiras e arbustos, até exemplares que formam frondosas árvores (eucaliptos, 
paineiras, figueiras e etc). 
A maioria dessas plantas apresentam nutrição autótrofa fotossintetizante, mas existem algumas 
espécies que são consideradas como parasitas: 
- Holoparasitas são os vegetais que não realizam a fotossíntese ou a quimiossíntese. São os 
verdadeiros vegetais parasitas. Parasitam os vegetais superiores, roubando-lhes a seiva elaborada. É o 
caso do cipó-chumbo, vegetal superior não clorofilado. O cipó-chumbo possui raízes sugadoras ou 
haustórios que penetram no tronco do hospedeiro, retirandodeles a seiva elaborada. 
-Hemiparasitas são os vegetais que, embora realizando a fotossíntese, retiram do hospedeiro apenas 
a seiva bruta. Como exemplo temos a erva-de-passarinho, vegetal superior clorofilado, que rouba de seu 
hospedeiro a seiva bruta. Os vegetais hemiparasitas apresentam, portanto, nutrição autótrofa e 
heterótrofa. 
 
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Muitas espécies são epífitas, isto é, vivem apoiadas sobre ramos de outros vegetais, com a única 
finalidade de obter maior luminosidade para realização da fotossíntese. Existem muitas espécies de 
orquídeas e bromélias epífitas. 
 
 
 
Angiospermas: o único grupo que produz frutos 
 
A característica mais marcante deste grupo é a produção de frutos, protegendo as sementes. As 
sementes e os frutos são formações derivadas das flores que, nas Angiospermas, são peculiares e devem 
ser descritas antes de iniciarmos a descrição do ciclo reprodutivo. 
 
A flor 
 
 A flor de uma angiosperma pode ser considerada como um órgão de reprodução, uma vez que na 
escala evolutiva passou por modificações destinadas à reprodução sexual do vegetal. Numa flor 
completa, são quatro os tipos modificados de folhas: 
-Sépalas: são folhas geralmente verdes. O conjunto de sépalas forma o cálice da flor. 
-Pétalas: São folhas geralmente coloridas. Ao conjunto de pétalas chama-se corola 
-Estames ou microesporofilos: São estruturas masculinas que irão formar o aparelho reprodutor 
masculino da planta, que chamamos de Androceu. 
-Carpelos: Formam o aparelho reprodutor feminino da planta. O conjunto de carpelos dão origem ao 
Gineceu. 
 
Os órgãos de suporte, órgãos que sustentam a flor, são chamados de: 
 
-pedúnculo – liga a flor ao resto do ramo. 
-receptáculo – dilatação na zona terminal do pedúnculo, onde se inserem as restantes peças florais 
 
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Os dois grandes grupos das angiospermas 
 
As angiospermas são divididas em dois grandes grupos: as monocotiledôneas e as dicotiledôneas. 
Esses dois grupos podem ser reconhecidos e diferenciados por uma série de características, dentre as 
quais: número de cotilédones, organização da flor, estrutura da raiz e do caule, tipos de nervação da 
folhas e etc. 
 
 
Androceu 
 
Representa o aparelho reprodutor masculino. É constituído por um conjunto de unidades chamados 
de estames. O estame é dividido em três partes: antera, filete e conectivo. 
 
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A antera é a parte fértil, na qual, por meiose, produz os grãos de pólen. A antera apresenta em seu 
interior quatro maciços celulares chamados de sacos polínicos. Cada célula do saco polínico é chamada 
de célula-mãe que dividir-se-á por meiose dando origem a quatro células haploides chamadas 
micrósporos que posteriormente dará origem ao grão de pólen. 
O grão de pólen é constituído por um citoplasma envolto duas membranas: uma interna-chamada de 
intina e outra externa a exina. Dentro destes aparecem dois núcleos, um vegetativo e outro germinativo. 
Quando o grão de pólen germina, origina o tubo polínico (gametófito masculino) e o núcleo vegetativo 
divide-se por mitose dando origem a dois núcleos espermáticos (gametas masculinos). 
 
 
Gineceu 
 
O gineceu é formado por folhas carpelares, carpelos ou pistilos. Este está dividido em três partes: 
estigma, estilete e ovário. 
O estigma é a parte superior do gineceu, que aparece dilatada e rica em glândulas produtoras de uma 
substância viscosas que torna o estigma receptivo e permite a aderência do grão de pólen. É ainda sobre 
o estigma que ocorre a germinação do grão de pólen e a consequente formação do túbulo polínico. 
O estilete é um tubo longo que serve de substrato para o crescimento do tubo polínico. 
O ovário é a porção basal, dilatada e oca, onde crescem os óvulos. No interior do ovário são formados 
um ou mais óvulos. 
 
 
 
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O óvulo é uma estrutura complexa dentro da qual será formada a oosfera (gameta feminino). Apresenta 
dois integumentos protetores chamados primina e secundina. Esses integumentos não se fecham, 
deixando entre eles uma poro chamado micrópila. 
No interior dos integumentos existe o megaesporângio, que possui uma célula volumosa chamada 
de célula-mãe do megásporo. Esta célula se divide por meiose para formar quatro megásporos, dos quais 
três são pequenos e logo degeneram restando apenas o megaspóro fértil. O megásporo restante passa 
por três mitoses consecutivas resultando em oito células, as quais vão organizar o saco embrionário 
(gametófito feminino). O saco embrionário possui uma célula chamada de oosfera (gameta feminino), 
rodeada por outras duas células chamadas de sinérgides. No lado oposto à essas células estão as 
antípodas e no centro do saco embrionário, existe um citoplasma provido de dois núcleos polares. 
 
Fecundação das angiospermas 
 
Quando o grão de pólen cai no estigma da de uma flor, ocorre a sua germinação; o grão de pólen 
hidrata-se e dá origem ao túbulo polínico. Uma vez, formado o túbulo polínico inicia seu crescimento 
orientado pelas células germinativas ao longo do estilete da flor. O túbulo polínico avança em seu 
processo de crescimento até encontrar a micrópila onde ocorre a 1º fecundação entre um núcleo 
espermático e a oosfera, dando origem ao zigoto (2n). 
Uma vez ocorrida formação do zigoto, o secundo núcleo espermáticos fecunda os dois núcleos 
espermáticos, contidos no centro do saco embrionário, dando origem ao endosperma secundário (3n). 
Após a formação do endosperma secundário (tecido de reserva), o zigoto (2n) divide-se por mitose e 
forma o embrião. 
A semente, agora em desenvolvimento, produz AIA e gliberelinas, que promovem o desenvolvimento 
do ovário para a formação do fruto. 
 
 
 
Questões 
 
01. Na evolução das angiospermas, desenvolveu-se uma estrutura única entre os vegetais, que está 
certamente relacionada com a ampla distribuição geográfica do grupo. Trata-se: 
(A) Tubo polínico 
(B) Dos grãos de pólen 
(C) Das sementes 
(D) Dos frutos 
(E) dos nectários 
 
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02. (FUVEST-2010) Uma pessoa, ao encontrar uma semente, pode afirmar, com certeza, que dentro 
dela há o embrião de uma planta, a qual, na fase adulta, 
(A) forma flores, frutos e sementes. 
(B) forma sementes, mas não produz flores e frutos. 
(C) vive exclusivamente em ambiente terrestre. 
(D) necessita de água para o deslocamento dos gametas na fecundação. 
(E) tem tecidos especializados para condução de água e de seiva elaborada. 
 
03. (MACK) Todas as plantas apresentam alternância de gerações, isto é, uma fase assexuada, 
seguida de uma sexuada. Nas Briófitas, a fase Gametofítica predomina sobre a fase Esporofítica. Nas 
demais plantas (Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas), a fase Esporofítica é a predominante sobre 
a Gametofítica. Células haplóides de uma Angiosperma podem ser observadas: 
(A) na parede do ovário e no grão-de-pólen. 
(B) no interior do óvulo e no grão-de-pólen. 
(C) no endosperma da semente e no tubo polínico. 
(D) no saco embrionário e na parede da antera. 
(E) no pistilo e no filete do estame. 
 
04. (PUC RJ-adaptado/2015) Em relação aos indivíduos do reino vegetal, pode-se afirmar que os(as): 
(A) briófitas não dependem diretamente da água para sua reprodução. 
(B) fungos são vegetais aclorofilados. 
(C) flores das pteridófitas são frutos modificados. 
(D) gimnospermas possuem flores e frutos verdadeiros. 
(E) frutos das angiospermas se originam a partir do desenvolvimentodo ovário 
 
05. Uma característica importante que diferencia as briófitas das pteridófitas é que, nas briófitas 
(A) As sementes são nuas, e nas pteridófitas encapsulada 
(B) O sistema condutor é vascular, e nas pteridófitas avascular 
(C) Há dependência de água para a fecundação, o que não ocorre nas pteridófitas 
(D) A fase predominante é haploide e nas pteridófitas é diploide. 
(E) Não há formação de sementes, enquanto as pteridófitas formam sementes nuas. 
 
06. As briófitas são plantas que possuem pequeno porte. A característica que impede que essas 
plantas atinjam um tamanho maior é: 
(A)a ausência de vasos condutores de seiva. 
(B)a presença de rizoides. 
(C)a presença de filoides. 
(D)a ausência de frutos. 
(E)a ausência de flore 
 
07. (PUC- RS) São vegetais que apresentam estruturas chamadas rizoides, as quais, servindo à 
fixação, também se relacionam à condução de água e dos sais mineiras para o corpo da planta. 
Apresentam sempre pequeno porte, em decorrência da falta de um sistema vascular. Nenhum dos seus 
representantes é encontrado no meio marinho. 
O texto acima se aplica a um estudo: 
(A)das pteridpófitas. 
(B)dos mixofitos. 
(C)das briófitas. 
(D)das clorofitas. 
(E)das gimnospermas. 
 
08. (FUVEST-SP) No ciclo de vida das pteridófitas como as samambaias e avencas são consideradas 
as seguintes etapas: 
I - produção de esporos; 
II - fecundação; 
III - produção de gametas; 
IV - esporófito; 
V - protalo. 
A sequência correta em que essas etapas ocorrem é 
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(A) II, V, IV, I e III. 
(B) II, III, I, IV e V. 
(C) III, II, IV, I e V. 
(D) V, III, IV, I e II. 
(E) III, IV, I, II e V. 
 
09. Em Pteridófitas como as samambaias e avencas que se reproduzem através de uma alternância 
de gerações, a geração verde, transitória e sexuada é o(a) 
(A) protalo 
(B) protonema 
(C) esporófito 
(D) oosfera. 
(E) anterozoide 
 
10. Assinale a alternativa que relaciona a característica evolutiva que permitiu às Pteridófitas 
sobreviver em ambientes terrestres e atingir porte maior que as Briófitas como os musgos. 
(A) caule subterrâneo 
(B) folhas compostas 
(C) vasos condutores 
(D) flores monóicas 
(E) sementes alada 
 
11. Pinheiros, ciprestes, cedros e sequóias são gimnospermas que produzem todas as estruturas a 
seguir, EXCETO: 
(A) raiz. 
(B) caule. 
(C) flores. 
(D) frutos. 
(E) semente 
 
12. (UFPA) O pinhão, estrutura comestível produzida por pinheiros da espécie 'Araucaria angustifolia', 
corresponde a que parte da planta? 
(A) Cone (estróbilo) masculino repleto de pólen. 
(B) Cone (estróbilo) feminino antes da fecundação. 
(C) Fruto simples sem pericarpo. 
(D) Folha especializada no acúmulo de substâncias de reserva. 
(E) Semente envolta por tegumento. 
 
13. (UFMA) Em protozoários de vida livre, como na Amoeba proteus, existe o vacúolo contrátil, cuja 
função é a: 
(A) eliminação do excesso de água. 
(B) locomoção. 
(C) digestão de microcrustáceos. 
(D) absorção de água 
(E) emissão de pseudópodos 
 
14. Os protozoários apresentam diversos meios de locomoção que frequentemente são utilizados para 
a sua classificação. Dentre os meios de locomoção dos protozoários, podemos citar os pseudópodes, 
que são prolongamentos citoplasmáticos que permitem o deslocamento e captura de alimento. Além dos 
pseudópodes, os protozoários podem se locomover por: 
(A) Flagelos e pés ambulacrais. 
(B) Cílios e cistos. 
(C) Flagelos e Cistos. 
(D) Flagelos e cílios. 
(E) Cistos e pés ambulacrais. 
 
15. O paramécio é um exemplo de protozoário flagelado. Nesses seres, os cílios atuam: 
(A) na captura de alimento e na penetração no corpo do hospedeiro. 
(B) na locomoção e na divisão binária. 
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(C) na captura do alimento e na locomoção do protozoário. 
(D) locomoção do protozoário e permitindo a digestão extracelular. 
(E) na digestão extracelular e excreção. 
 
16. (UNIP) Anexos embrionários são estruturas derivadas do ovo e que, sem fazer parte do corpo 
propriamente dito do embrião, desempenham papel de relevo no seu desenvolvimento. É nos peixes que 
aparece o primeiro anexo dos vertebrados, representado pelo: 
(A) saco vitelínico; 
(B) córion 
(C) âmnion 
(D) alantoide 
(E) placenta 
 
17. (CESGRANRIO) A evolução dos vertebrados após os anfíbios só se tornou possível com o 
aparecimento no ovo de anexos embrionários, tais como: 
(A) casca e cordão umbilical 
(B) placenta e âmnion 
(C) alantoide e saco vitelínico 
(D) âmnion e alantoide 
(E) saco vitelínico e placenta 
 
18. (FUVEST) Qual a função da placenta? 
 
19. (PUC) Nas aves e nos répteis, o alantoide tem função de: 
(A) evitar a dessecação do embrião 
(B) proteger o embrião contra choques mecânicos 
(C) secretar enzimas que fragmentam os grãos de vitelo 
(D) armazenar substâncias nutritivas 
(E) armazenar substâncias tóxicas secretadas pelo rim 
 
20. (MED. ABC) Âmnio e alantoide são encontrados exclusivamente em: 
(A) peixes, anfíbios e répteis 
(B) peixes e anfíbios 
(C) répteis, aves e mamíferos 
(D) aves e mamíferos 
(E) mamíferos 
 
21. (UF Uberlândia) De acordo com seus conhecimentos em embriologia, explique: Qual é a influência 
do vitelo no tipo de segmentação do ovo? Exemplifique. 
 
22. Os moluscos são animais que apresentam corpo mole e normalmente possuem conchas. De uma 
maneira geral, o corpo desses animais costuma ser dividido em três partes básicas: 
(A) cabeça, membros e tórax. 
(B) cabeça, cefalotórax e abdômen. 
(C) cabeça, massa visceral e pé. 
(D) cabeça, tórax e abdômen. 
(E) cabeça, massa visceral e abdômen. 
 
23. O filo Mollusca é dividido em sete classes, sendo as classes Bivalvia, Gastropoda e Cephalopada 
as mais conhecidas. Marque a alternativa onde encontramos, respectivamente, o nome de um bivalve, 
um gastrópode e um cefalópode. 
(A) Polvo, caramujo e ostra. 
(B) Ostra, lula e caracol. 
(C) Caramujo, caracol e polvo. 
(D) Mexilhão, lesma e lula. 
(E) Lulas, caracol e ostra. 
 
 
 
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24. (U.F. Ouro Preto-MG) A rádula, presente em certos moluscos, tem por função 
(A) defendê-los do ataque de outros animais. 
(B) digerir quimicamente os alimentos. 
(C) favorecer a locomoção. 
(D) raspar os alimentos. 
(E) secretar a concha. 
 
25. Os cefalópodes possuem diferentes artimanhas para fugir dos predadores. Dentre elas, podemos 
citar a mudança de cor, que faz com que esses animais, rapidamente, consigam camuflar-se no ambiente 
marinho. A célula epidérmica que permite a mudança de cor é o: 
(A) melanócito. 
(B) cromatóforo. 
(C) plastídios. 
(D) coanócitos. 
(E) trocófora. 
 
26. (MED. TAUBATÉ) Coanócitos são: 
(A) células características dos espongiários (poríferos); 
(B) células características dos celenterados; 
(C) células reprodutivas; 
(D) formas jovens dos poríferos; 
(E) o mesmo que cnidoblastos. 
 
27. (OMEC) A gemulação ocorre principalmente entre: 
(A) poríferos dulçaqüícolas; 
(B) celenterados marinhos; 
(C) poríferos e celenterados; 
(D) celenterados dulçaqüícolas; 
(E) poríferos marinhos. 
 
28. Observe o desenho e responda: 
 
a) O que é átrio ou espongiocele? 
b) O que é ósculo? 
c) Quais os diferentes tipos de células presentes nos poríferos e quais suas funções 
 
29. (UEMS) Grupo exclusivamente marinho cujo corpo, na fase adulta, apresenta simetria pentarradial, 
podendo apresentar espinhos na superfície do corpo, endoesqueleto composto por ossículos calcários, 
animais verdadeiramente celomados, que possuem sistema hidrovascular: 
(A) Poríferos 
(B) Tubelários 
(C) Cnidários 
(D) Moluscos 
(E) Equinodermos 
Apostila gerada especialmente para: Rafaela Cruz

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