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FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM I PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ENFERMAFEM Só depois da era de Florence Nightingale foi que a enfermagem começou a ser identificada e conceituada como ciência e como arte. Ciência, porque exige comportamentos científicos que permitem ordenar, sistematizar e estabelecer princípios e leis. Exemplos: Princípios básicos de esterilização, assepsia e antissepsia. Arte, porque requer habilidades para o desempenho da profissão. Profissão humanista que conduz a compreensão do homem procurando satisfazer às suas necessidades básicas na saúde e na doença. O homem é parte integrante e ativa de uma sociedade, razão pela qual a enfermagem é abrangente, prestando assistência ao paciente, à família, na escola, na fábrica e na comunidade. A ciência e a arte da enfermagem têm por objetivo: - A promoção da saúde pela prevenção da doença por meio de educação. - Recuperação e reabilitação do paciente através da assistência integral na doença - Pesquisa, pelas observações, experiências e o avanço tecnológico, que ocasiona as mudanças no campo da ciência. Histórico Por muitos séculos a enfermagem foi exercida de maneira empírica pelas mães, sacerdotes, feiticeiros e religiosos; e em quase todas as civilizações antigas, não é mencionado o trabalho do enfermeiro no cuidado aos doentes. A enfermagem moderna iniciou-se em 1854 com a atuação de Florence Nightingale na Guerra da Criméia. Ao final da guerra, esta retornou à Inglaterra fundando uma escola de enfermeiras no Hospital São Tomás. No Brasil, a enfermagem foi exercida durante muitos anos pelos religiosos da Companhia de Jesus, Irmãs de Caridade, voluntários e outros leigos. No século XIX, 2 durante a Guerra Brasil-Paraguai, Ana Néri, uma senhora baiana, foi cognominada “mãe dos brasileiros”, devido ao seu trabalho junto aos feridos de guerra. Outros fatores decisivos para o progresso da enfermagem brasileira foram: Fundação da Escola Alfredo Pinto no Rio de Janeiro, Programa de enfermeiras visitadoras, iniciado por Carlos Chagas, fundação da Escola Ana Néri, regulamentação profissional e outros. Equipe de Enfermagem Para o desenvolvimento da assistência ao paciente, os membros da equipe de enfermagem devem trabalhar em cooperação, mas respeitado as funções da cada um. A Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, regulamenta o exercício profissional da enfermagem; de acordo com esta lei, a enfermagem é exercida pelo: - Enfermeiro: é um profissional de nível universitário que exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe: Privativamente: organização e direção dos serviços de enfermagem; planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de enfermagem; consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre assuntos de enfermagem; consulta e prescrição de enfermagem; cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves; cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica. Como integrante da equipe de saúde: participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde e dos planos assistenciais de saúde; prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; participação em projetos de construção e reforma de unidades de internação; prevenção e controle de danos da infecção hospitalar, de doenças transmissíveis; assistência de enfermagem a gestante, parturiente e puérpera; educação em saúde. - Técnico de Enfermagem: Possui ensino médio completo e a parte profissionalizante poderá desenvolver-se em curso regular ou supletivo. Exerce 3 atividades de nível médio, envolvendo orientações acompanhamento do trabalho de enfermagem em e participação da assistência de enfermagem. - Auxiliar de Enfermagem: Possui o ensino fundamental e a parte profissionalizante em curo posterior. Exerce atividade em nível auxiliar, na manutenção da higiene e conforto. Entidades de Classe - Órgão Cultural: Seu objetivo principal é promover junto aos profissionais o aprimoramento científico-cultural e seu desenvolvimento profissional. Esta função é exercida pela Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) - Órgão Disciplinador: É uma autarquia vinculada ao Ministério do Trabalho, abrangendo o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e o Conselho Regional de Enfermagem (COREN). - Órgão Reivindicatório: O Sindicato dos Enfermeiros representa e reivindica os direitos trabalhistas. O ambiente hospitalar O Hospital A palavra “hospital” vem de hospes, que significa hóspede. No conceito atual, essa palavra não perdeu o seu significado, visto que os pacientes no hospital não deixam de ser hóspedes em busca de saúde. O hospital é uma instituição destinada ao diagnóstico e tratamento de internos externos, servindo ao mesmo tempo para: prevenção, promoção, pesquisa e ensino. O hospital deve estar localizado longe de qualquer tipo de poluição. A beleza arquitetônica e a paisagem os tornam mais atraentes e convidativos para o paciente. De um modo geral, a administração hospitalar moderna é uma ocupação que se realiza com base nos conhecimentos técnico-científico, na colaboração e no trabalho democrático de todos que integram a equipe. 4 Os hospitais são classificados sob vários aspectos: I - Quanto o ponto de vista clínico, podem ser: - Gerais: são aqueles que recebem todos os enfermos com patologias diversas. - Especializados: são destinados a internar e prestar cuidados específicos. II - Quanto o ponto de vista administrativo: - Federais - Estaduais - Municipais - Privados III – Quanto ao número de leitos: - Pequeno porte: até 50 leitos - Médio porte: de 51 a 150 leitos - Grande porte: de 151 a 499 leitos - Extra porte ou porte especial: acima de 500 leitos O PACIENTE O Prontuário É um conjunto de documentos escritos, formulários padronizados, destinado a registros da assistência prestada ao cliente, desde a sua admissão até sua alta ou óbito. Finalidades do Prontuário - Registrara toda assistência prestada ao cliente durante o período de internação; - Documentar a vida do cliente sob o ponto de vista clínico, facilitando tratamento atual e futuro; - Oferecer importante subsídio à justiça, para instruir um processo jurídico; 5 - Propiciar um excelente campo de pesquisa, estudo e aprimoramento aos profissionais (médicos, enfermeiros, estudantes, etc...); - Servir como embasamento para o médico e enfermeiro planejar a abordagem diagnóstica e terapêutica do cliente; - Servir como forma de comunicação aos profissionais envolvidos na assistência ao cliente; - Servir como fonte de auditoria de enfermagem e médica; - Constituir fonte de informações estatísticas usada pelo governo na pesquisa sobre o estado de saúde da população, bem como condições de saúde do Município, Estado e País; - Servir como fonte de dados para prevenção e controle das infecções hospitalares. Componentes principais de um Prontuário- Formulário de admissão/internação/identificação (deve conter: nome completo, endereço, telefone, data e hora da admissão, sexo, estado civil, cor, religião, data de nascimento e idade, nome e telefone de responsável, profissão, diagnóstico, setor de internação, quarto e leito); - Formulário de anamnese (é destinada ao registro da história pessoal do cliente como as condições atuais, patologias anteriores, história familiar, queixas. Pode ser preenchida tanto pelo médico como enfermeiro); - Formulário de evolução multiprofissional (é destinado ao registro diário do estado do cliente pelos profissionais responsáveis pela assistência do cliente como médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas); - Exames complementares e seus respectivos resultados - Formulário de descrição cirúrgica; - Partograma (em obstetrícia); 6 - Anestesia – ficha de avaliação pré-anestésica, ficha de anestesia, ficha da sala de recuperação pós-anestésica; - Formulário de débitos do centro cirúrgico ou obstétrico (gastos de sala); - Formulário de parecer de especialistas (é destinada a solicitação de avaliação de outro médico de especialidade diferente como ginecologista, pneumologista); - Formulário da C.C.I.H.( é um formulário que auxilia no controle da infecção hospitalar dentro da instituição); - Formulário de prescrição (é um formulário destinado a prescrição de medicamentos feita pelo médico ou prescrição de cuidados feitos pelo enfermeiro, para o tratamento do cliente); - Formulário de relatório de enfermagem (é destinado aos registros de enfermagem ou anotações de enfermagem e é de responsabilidade de toda equipe que compõe a enfermagem e que presta os cuidados de enfermagem como enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem); Manuseando o Prontuário do Cliente A enfermagem manuseia toda a documentação referente ao cliente durante 24 horas que o assiste, sendo adotadas algumas normatizações para o seu uso. O aprazamento das medicações é de responsabilidade da enfermagem, e deve ser de acordo com a prescrição médica. Horário Padrão 2/2h 10 12 14 16 18 20 22 24 02 04 06 08 7 4/4h 10 14 18 22 02 06 6/6h 12 18 24 06 8/8h 14 22 06 12/12h 10 22 1x/ dia 10 1x/noit e 22 Distribuir os horários na prescrição médica utilizando tinta azul para os horários das 07 às 19h e tinta vermelha para os horários das 19 às 07h. Dicas: - Transcrever a dieta em vermelho; - Circular em azul o horário de medicação que não foi administrada por impedimento justificável. Ex.: cliente ausente, medicação suspensa impossibilidade de deglutir; - Circular em vermelho o horário de medicação que não foi administrada por erro, esquecimento; - Checar todo medicamento que foi administrado colocando o nome sobre o horário. Os horários em azul são checados em vermelho e os horários em vermelho são checados em azul; - Fazer tabela de balanço hídrico e sinais vitais Exemplo: Controle de diurese HORA ENTRADA SAÍDA 12h 18h 24h 06h 8 TOTAL Controle de sinais vitais HORA PA P T R ASS. 12h 18h 24h 06h Estes horários são padrão, porém eles podem ser alterados de acordo com as normas da instituição e com as necessidades do cliente. Evolução ou Anotações de Enfermagem No desenvolvimento de seu trabalho, a enfermagem utiliza-se da comunicação verbal e escrita. Através da comunicação verbal são repassadas informações gerais e detalhadas no momento da passagem de plantão, feita a cada troca de turno, aos elementos da equipe de enfermagem que darão continuidade ao trabalho. Pela comunicação escrita são registradas todas as informações sobre o cliente de modo que nenhum dado importante se perca. Para tanto o registro adquire um caráter formal orientado por princípios e normas que garantam a sua qualidade. Nas anotações de enfermagem serão registrados todos os procedimentos e/ou cuidados prestados ao paciente, quando realizados por profissionais de nível médio de enfermagem (técnicos e auxiliares de enfermagem), deverão ser prescritos por profissionais habilitados e capacitados (enfermeiro/médico) e/ou constar em manual de rotina da instituição. A Evolução de enfermagem é realizada privativamente pelo enfermeiro. 9 Como Realizar as Anotações - As anotações devem ser exatas sendo feitas com precisão e veracidade; - Anotações breves, objetivas e completas; - Anotações LEGÍVEIS sempre usando caneta; - Identificar ao final de cada anotação o nome e o número de registro no COREN de forma que seja imediata a identificação de quem procedeu o registro. Não colocar rubrica ou abreviar o nome. - Registra as ocorrências cronologicamente; - Incluir data e hora em todas as anotações; -Usar terminologia correta e termos ou abreviaturas padronizadas. Ex.: IM, ECG, RX. - O prontuário é um documento de manutenção permanente pelos estabelecimentos de saúde. Ele pode ser, posteriormente, utilizado pelos interessados como meio de prova até que transcorra o prazo prescricional de 20 (vinte) anos para efeitos de ações que possam ser impetradas na Justiça Obs.: o nome completo da paciente deve constar em todas as folhas do prontuário. Cuidados com o prontuário - NÃO Escrever à lápis - NÃO Usar líquido corretor - NÃO Deixar folhas em branco - NÃO Fazer anotações que não se referem ao paciente; - Não rasurar no prontuário; - Não deixar espaços em branco entre uma e outra anotação; Livro de Ocorrência 10 Tem por finalidade registra os fatos de ordem administrativa, referente a unidade em geral, ou relacionados ao cliente, os quais não poderiam ser registrados no prontuário. 11 FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TECNICA Nome: Enf Clínica: Pro DATA PRESCRIÇÃO ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM Diurno 12 13 NOÇÕES DAS PRINCIPAIS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS A terapia farmacológica faz parte da assistência prestada a clientes por membros da equipe de saúde. Portanto, é parte das funções de enfermagem. A enfermagem deve conhece e compreender as ações dos medicamentos de forma a garantir o seu efeito terapêutico bem como evitar ou, pelo menos diminuir os efeitos colaterais. Vias de Administração de Medicamentos Vias enterais - Via oral - Via Sublingual - Via Gástrica - Via Retal Vias parenterais - Via Intradérmica- Via subcutânea - Via Intramuscular - Via Endovenosa Outras vias - Via Vaginal - Via Cutânea ou tópica - Via Nasal - Via Ocular - Via Auricular MEDIDAS DE PRECAUÇÃO Noções de assepsia Assepsia – conjunto de meios empregados para destruir os agentes de infecção que pode ser realizado através da limpeza, desinfecção, degermação, antissepsia e esterilização. 14 O controle das infecções hospitalares (IH) constitui um dos maiores desafios do sistema de saúde, dentro da premissa básica de não causar danos ao paciente. Diversos estudos apontam para a possibilidade de redução de 30 a 70% na ocorrência destas infecções, identificando os programas de monitoramento como uma das principais ferramentas para o controle dessa situação. Para a investigação de tais infecções foi constituído em todo hospital uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), que é formada por uma equipe multiprofissional. Na maior parte dos hospitais, o pessoal diretamente ligado ao controle de infecções – em geral enfermeiros – assume a responsabilidade cotidiana pela vigilância e outros aspectos relacionados ao controle de infecções. Apesar de termos variações de responsabilidades entre diversos hospitais, as atividades tipicamente incluem: o Ensinar o pessoal do hospital a importância de uma correta lavagem das mãos entre contatos com os clientes( a maneira mais eficiente para reduzir o risco de infecções) o Avaliar o cliente quanto a presença de infecções e tomar precauções adequadas contra contaminações e contágios. o Desenvolver normas para o controle de infecções, instruir o pessoal operacional e monitorizar os procedimentos de isolamento. Lavagem das Mãos As mãos são as principais vias de transmissão de infecção hospitalar e sua adequada lavagem é fundamental para o seu controle. Quando lavar as mãos? o Após qualquer trabalho de limpeza; o Ao verificar sujeira visível nas mãos; o Antes ou após utilizar o banheiro; o Após tossir, espirrar ou assoar o nariz; o Antes ou após atender o cliente; 15 o Antes de iniciar e após o término do dia de trabalho; o Antes do preparo de medicação; o Sempre que houver contato com sangue ou outros fluídos corpóreos. o Antes e após se alimentar Procedimento o Abrir a torneira com a mão dominante e molhar as mãos sem encostar na pia. o Ensaboar as mãos friccionado-as por aproximadamente 15 a 30 segundos, atingindo palma, dorso das mãos, espaço interdigitais, polegar, articulações, unhas e extremidades dos dedos e por ultimo o punho. o Enxaguar as mãos. o Enxugar com papel toalha ( 2 folhas são o suficiente). o Fechar a torneira utilizando o papel toalha. Observação Evitar o uso de jóias, elas são possíveis depósitos de microrganismos. Não se utiliza toalhas de tecido para secar as mãos em ambiente hospitalar. Não sentar no leito do cliente, pois pode-se carregar germes para casa ou deixar no próprio leito do cliente. Manter o jaleco sempre abotoado, sua finalidade é a própria proteção, funciona como barreira, isolando os seus germes dos germes hospitalares. Utilizar álcool gel a 70% para a assepsia das mãos. Uso de Luvas Estéril e de Procedimento Uma das barreiras utilizadas para o controle da disseminação de microrganismos no ambiente hospitalar são as luvas, esterilizadas ou não, indicadas para proteger de contaminação tanto o paciente como o profissional. Tipos de Luvas 16 o Luvas esterilizadas: denominadas luvas cirúrgicas, são indicadas para realização de procedimentos invasivos ou manipulação de material estéril – cirurgias, suturas, curativos, cateterismo vesical, etc. o Luvas de procedimento: são limpas, não estéreis. Utilizada para proteger o profissional durante a manipulação de material e superfícies contaminados, ou durante a execução de procedimentos com risco de exposição a sangue, fluídos corpóreos e secreções. Nenhum cuidado para calçá-las, porem devem ser removidas como a luva estéril para evitar que o profissional se contamine. Calçar as luvas estéreis o Abrir o pacote de luva posicioná-la com a palma da mão virada para cima; o Com a mão direita, levantar a parte de cima do pacote, e com a mão esquerda retirar a luva pela parte interna do punho; o Calçar a luva na mão direita, atentando para não contaminar a sua parte externa; o Com a mão esquerda, levantar a parte de cima do pacote à esquerda e colocar a mão direita (enluvada) dentro do punho dobrado; o Calçar a luva na mão esquerda com cuidado para não contaminar a mão enluvada; o Ajeitar as luvas externamente com as mãos enluvadas; o Após o uso, retirar a luva de uma mão puxando-a externamente sobre a mão, virando-a pelo avesso. Quando a outra mão enluvada segurá-la pela parte interna, puxando-a e virando-a pelo avesso. CONTROLES Medidas Antropométricas Os dados antropométricos são largamente utilizados nas unidades de saúde e o profissional de enfermagem deve estar atento às suas variações, comparando-os aos valores anteriormente obtidos. 17 No hospital, as medidas de peso e altura devem ser obtidas no ato da internação. Certas doenças ou tratamentos podem provocar oscilações rápidas e frequentes de peso, por retenção ou perda de líquidos do organismo. Nesses casos, há necessidade de controle mais frequente. Quanto ao paciente acamado, seu controle de peso é feito por intermédio de balanças especiais (cama-balança). Medindo a altura e o peso no adulto Material necessário: o papel para forrar a plataforma da balança o bloco para anotações o caneta o balança Procedimento o A balança a ser utilizada deve ser previamente aferida (nivelada, tarada*) para a obtenção de valores mais exatos e destravada somente quando o paciente encontra-se sobre ela. o O piso da balança deve estar sempre limpo e protegido com papel-toalha, evitando que os pés fiquem diretamente colocados sobre ele. o Para prevenir a ocorrência de quedas, fornecer auxílio ao paciente durante todo o procedimento. o O paciente deve ser pesado com o mínimo de roupa e sempre com peças aproximadas em peso. o Para obter um resultado correto, deve ser orientado a retirar o calçado e manter os braços livres. o Após ter se posicionado adequadamente, o profissional deve deslocar os pesos de quilo e grama até que haja o nivelamento horizontal da régua graduada; a seguir, travar e fazer a leitura e a anotação de enfermagem. o Em pacientes internados, com controle diário, o peso deve ser verificado em jejum, sempre no mesmo horário, para avaliação das alterações. 18 o Para maior exatidão do resultado na verificação da altura, orientar o paciente a manter a posição ereta, de costas para a haste, e os pés unidos e centralizados no piso da balança. o Posicionar a barra sobre a superfície superior da cabeça, sem deixar folga, e travá-la para posterior leitura e anotação. * Para se tarar uma balança, faz-se necessário soltar a trava, colocar os pesos de quilo e grama no zero e observar o nivelamento do fiel da balança com a marca na trava. Quando há desnivelamento,movimenta-se o calibrador até o nivelamento. Em todo esse processo não deve haver nada sobre a balança. Sinais Vitais São medidas que nos fornecem dados fisiológicos indicando as condições de saúde da pessoa. Os sinais vitais indicam a verificação da temperatura, pulso, respiração e pressão arterial. Temperatura Vários processos físicos e químicos, sob o controle do hipotálamo, promovem a produção ou perda de calor, mantendo nosso organismo com temperatura mais ou menos constante, independente das variações do meio externo. A temperatura corporal está intimamente relacionada à atividade metabólica, ou seja, a um processo de liberação de energia através das reações químicas ocorridas nas células. Diversos fatores de ordem psicofisiológica poderão influenciar no aumento ou diminuição da temperatura, dentro dos limites e padrões considerados normais ou fisiológicos. Desta forma, podemos citar o sono e repouso, emoções, desnutrição e outros como elementos que influenciam na diminuição da temperatura; e os exercícios (pelo trabalho muscular), emoções (estresse e ansiedade) e o uso de agasalhos (provocam menor dissipação do calor), por exemplo, no seu aumento. 19 Há ainda outros fatores que promovem alterações transitórias da temperatura corporal, tais como fator hormonal (durante o ciclo menstrual), banhos muito quentes ou frios e fator alimentar (ingestão de alimentos e bebidas muito quentes ou frias). Locais para a verificação da temperatura o Oral o Axilar o Retal Valores Normais e Suas Variações o Temperatura axilar: 35,8ºC – 37,0ºC o Temperatura oral: 36,3ºC – 37,4ºC o Temperatura retal: 37,0ºC – 38,0ºC As principais alterações da temperatura são: o hipotermia - temperatura abaixo do valor normal; o normotermia - temperatura dentro dos valores normal; o hipertermia - temperatura acima do valor normal; o febrícula - temperatura entre 37,2oC e 37,8oC. Material necessário: o bandeja o termômetro clínico o bolas de algodão seco o álcool a 70% o bloco de papel o caneta Procedimento o Lavar as mãos; 20 o Informar ao cliente o que será feito; o Reunir o material; o Zerar a temperatura do termômetro; o Colocar o termômetro na área a ser verificada a temperatura; o Esperar aproximadamente 4 minutos; o Retirar o termômetro segurando pela haste; o Verificar a temperatura pelo mostrador da coluna de mercúrio; o Realizar a desinfecção do termômetro com álcool 70%; o Anotar o resultado no prontuário. Cuidados durante a aferição da temperatura corporal: o avaliar esta possibilidade observando-se os aspectos que podem interferir na verificação, como estado clínico e psicológico do paciente, existência de lesões, agitação, etc. o O bulbo do termômetro deve ser colocado sob a axila seca e o profissional deve solicitar ao paciente que posicione o braço sobre o peito, com a mão em direção ao ombro oposto. o Manter o termômetro pelo tempo indicado, lembrando que duas leituras consecutivas com o mesmo valor reflete um resultado bastante fidedigno. o Para a leitura da temperatura, segurar o termômetro ao nível dos olhos, o que facilita a visualização. o Após o uso, a desinfecção do termômetro deve ser realizada no sentido do corpo para o bulbo, obedecendo o princípio do mais limpo para o mais sujo, mediante lavagem com água e sabão ou limpeza com álcool a 70% - processo que diminui os microrganismos e a possibilidade de infecção cruzada. Pulso Após cada batimento ou ciclo cardíaco, quando o sangue é ejetado do ventrículo esquerdo para a artéria aorta, a pressão e o volume resultante provocam oscilação ritmada em toda a extensão da parede arterial. Esta onda resultante é chamada de pulso. 21 Locais de Verificação do Pulso o Artéria braquial o Artéria radial o Artéria carótida o Artéria femoral o Artéria poplítea o Artéria tibial anterior ou pediosa Valores Normais Podem variar conforme a idade, pois em recém-natos e crianças podem ter alterações a normocardia de um indivíduo adulto: 60 a 100 bpm, abaixo destes parâmetros tecnicamente denominamos bradicardia e acima destes parâmetros denominamos taquicardia. Procedimento o Lavar as mãos; o Explicar ao cliente o que será feito; o Expor a área onde será verificado o pulso; o Colocar as polpas digitais dos dedos indicador e médio sobre a artéria, fazendo uma leve compressão; o Contar o número de pulsação durante 1 minuto; o Lavar as mãos; o Anotar no prontuário. Respiração A respiração consiste na troca de oxigênio e dióxido de carbono entre a atmosfera e as células do corpo. Apresentamos 4 medidas de respiração (freqüência, ritmo, profundidade e som) refletem o estado metabólico do corpo, a condição do diafragma, músculos torácicos e a desobstrução das vias aéreas. 22 Padrões Respiratório O padrão respiratório de uma pessoa pode sofrer alterações fisiológicas em algumas situações, como na realização de esforços físicos, estresse emocional ou durante o choro. Valores Normais o Recém-nascido: 30 a 80 irpm o Crianças: 20 a 40 irpm o Adulto (acima de 15 anos): 14 a 20 irpm Os principais tipos de alterações respiratórias são: o bradipnéia - freqüência respiratória abaixo da normal; o taquipnéia - freqüência respiratória acima da normal; o dispnéia - dificuldade respiratória; o ortopnéia - respiração facilitada em posição vertical; o apnéia - parada respiratória; o respiração de Cheyne Stokes - caracteriza-se por aumento gradual na profundidade das respirações, seguido de decréscimo gradual dessa profundidade, com período de apnéia subseqüente; o respiração estertorosa - respiração ruidosa. Atenção O controle da freqüência respiratória normalmente é realizado em seguida ao controle do pulso, para evitar que o paciente perceba e exerça controle voluntário. Mantendo-se a mesma posição adotada para o controle de pulso, contar o número de respirações no período de um minuto, observando-se os movimentos torácicos. Procedimento o Lavar as mãos; o Colocar o cliente em posição confortável; o Observar os movimentos respiratórios contando-os durante 01 minuto; o Observar a frequência, ritmo, profundidade e som; 23 o Lavar as mãos; o Fazer o registro no prontuário Pressão Arterial A pressão arterial traduz a força que o sangue exerce sobre as paredes das artérias. o Pressão Máxima: chamada de sistólica, que é o movimento em que o ventrículo esquerdo ejeta o sangue através da artéria aorta. o Pressão Mínima: chamada de diastólica, ocorre durante o relaxamento do ventrículo esquerdo. A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmhg). Valores Normais médios o Recém-nascido: 50x25mmhg o Crianças: 85x60mmhg o Adolescente: 100x65mmhg o Adulto: 120x80mmhg o Idoso: 140x90mmhg Hipertensão arterial é o termo usado para indicar pressão arterial acima da normal; e hipotensão arterial para indicar pressão arterial abaixo da normal. Quando a pressão arterial se encontra normal, dizemos que está normotensa. Material o Esfigmomanômetro o Estetoscópio o Papele caneta Procedimento o Reunir o material necessário; o Lavar as mãos; o Explicar o que será feito; 24 o Expor o braço do cliente e apoia-lo; o Colocar a braçadeira 2,5cm acima do cotovelo; o Ajustar o estetoscópio no ouvido e colocar o diafragma sobre a artéria braquial; o Insuflar o aparelho até 200mmhg (se o cliente for hipertenso insuflar mais o aparelho); o Abrir lentamente a válvula da pêra atentando-se para o surgimento do primeiro som (pressão máxima) e para o seu desaparecimento (pressão mínima); o Retirar o aparelho; o Lavar as mãos; o Fazer o registro no prontuário; EXAME FÍSICO Os profissionais de saúde utilizam quatro técnicas básicas para executar o exame físico: inspeção, palpação, percussão e ausculta. A correta utilização dessas técnicas ajuda a obter informações valiosas a respeito da condição apresentada pelo cliente. Este exame sempre será realizado no sentido céfalo-podálico. Inspeção Requer o uso da visão, audição, tato e olfato. Recursos especiais de iluminação e equipamento variados como um otoscópio, abaixador de língua, podem ser utilizados para melhorar a visão ou examinar áreas que, de outra forma, estariam ocultas. A inspeção começa durante o primeiro contato com o cliente e prossegue durante toda a avaliação. Procure se concentrar nas áreas relacionadas á principal queixa do cliente. Use os olhos, ouvidos e olfato para observar o cliente. Para inspecionar uma área corporal específica, verifique primeiramente se essa área se encontra exposta de forma suficiente e com boa iluminação. Em seguida, inspecione toda a área, observando os principais sinais e verificando a 25 condição geral. Feito isso, se concentre nos pontos específicos como cor, forma, textura, tamanho e movimento. Registre qualquer detalhe fora do normal. Palpação A palpação normalmente segue a inspeção, exceto no caso de exames abdominais em bebês e crianças. A palpação envolve toques no corpo para determinar tamanho, o formato e a posição de estrutura,para detectar e avaliar temperatura, os pulsos e outros movimentos; e finalmente para verificar a presença de áreas sensíveis a dor. As quatro técnicas de palpação incluem a palpação superficial, a palpação profunda, o rechaço leve e o rechaço profundo. O rechaço constitui uma técnica de palpação utilizada para avaliar uma estrutura flutuante ou móvel. Toca-se delicadamente a estrutura em avaliação aplicando uma pressão contra ela, em seguida, deve aguarda o retorno da estrutura a sua posição original. Esta técnica pode ser utilizada, por exemplo, para verificar a posição de um órgão ou do feto. Percussão Utiliza batidas rápidas e curtas dos dedos ou das mãos contra a superfície do corpo, de modo a formar sons, detectar locais sensíveis ou avaliar reflexos. A percussão visando obter sons ajuda a localizar os limites de órgãos, a identificar posição e formato de órgãos, a e determinar se um órgão é sólido ou se encontra preenchido com líquido ou gás. Os órgãos e tecidos que produzem som com altura, timbre e duração variados, dependendo da densidade que apresentam. Por exemplo, cavidades cheias de ar, como os pulmões, produzem sons marcadamente diferentes dos sons produzidos pelo fígado e outros tecidos densos. As técnicas de percussão incluem as percussões indireta, direta e punho-percussão. o Percussão indireta: coloque uma das mãos sobre o cliente e golpeie o dedo médio com o dedo médio da outra mão; o Percussão direta: bata com a mão ou com as pontas dos dedos diretamente sobre a superfície do corpo. 26 o Punho-percussão: golpeie a superfície ulna de seu punho contra a superfície do corpo. Ou como alternativa, coloque a palma de uma das mãos contra o corpo, feche o punho da outra mão e golpeie contra as costas da mão. A percussão produz sons que variam de acordo com o tecido percutido. Esta tabela lista os sons importantes de percussão, juntamente com suas características e origens principais (claro pulmonar, maciço, timpânico e submaciço). Ausculta A ausculta envolve a escuta de vários sons gerados pelo corpo, em particular os produzidos pelo coração, pulmão, vasos sanguíneos, estômago e intestinos. A maior parte dos sons auscultados resultam do movimento de ar ou líquidos no interior dessas estruturas. A ausculta é realizada após as outras técnicas de exame físico. Entretanto ao examinar o abdome, a ausculta pode ser feita após a inspeção mais antes da palpação e percussão. Dessa forma, os sons dos órgãos internos podem ser ouvidos antes que a palpação os modifique. Sequência do exame físico O exame físico de todo o corpo vem numa sequência lógica e que deve-se observar em cada parte do corpo sempre no sentido cefalo-podálico.. o Considerações gerais: aspecto, expressão facial, estado mental, locomoção e postura, vestuário. o Peso e altura o Sinais vitais o Cabeça: tamanho, protuberâncias, anormalidades. o Cabelos: Ressequido, pintado, oleoso, quebradiço, curto, comprido, crespo, liso, limpo, sujo, emaranhado, penteado, desalinhado, lêndeas, pediculose, escassez. o Couro cabeludo: Erupções, seborréia, solução de continuidade, dor prurido, hematomas, protuberâncias. 27 o Olhos e pálpebras: cor da íris, cor da conjuntiva, pupilas normais, miose, midríase, acuidade visual, percepção das cores, percepção das imagens, defeitos visuais, expressão visual, ardor, prurido, lacrimosidade, dor, corpos estranhos, cílios, sobrancelhas, edema de pálpebra, ptose, mobilidade das pálpebras, cicatrizes, alergias, secreção, prótese, curativo, óculos. o Ouvido: Tamanho do ouvido externo, deformações, solução de continuidade dos tecidos, edema, corpos estranhos, secreção, dor, acuidade auditiva, prótese, cerúmen, dermatites, higiene, prurido, zumbido, náuseas, vômitos à movimentação brusca, protuberância e defeitos. o Nariz: Tamanho, deformidades, obstruções, corpos estranhos, coriza, espirros, secreções, cor das membranas, edema interno e externo, olfato, dor odores, epistaxe. o Boca e mucosa: Edema, dor, ulcerações, sangramento das mucosas, cor das mucosas, inflamação das mucosas, ausência de sensação gustativa, rigidez da musculatura, dificuldade de mastigação, hálito com odor fétido, se o alimento permanece na boca.. o Garganta: Inflamação, placas brancas, plaquetas amarelas, amídalas hipertrofiadas com secreção purulenta, dor á deglutição. o Pescoço: nódulos, dor, contraturas, protuberâncias, paralisia, cicatriz. o Pele: Elasticidade, vascularização, textura (grossura, consistência), motilidade, sensibilidade tátil, dolorosa, temperatura, edema, transpiração e odor, solução de continuidade, cicatrizes, picadas, deformidades, quelóides, contusões, hematomas, tatuagens, hidratação, manchas, ulceração, fissuras, pápulas, lesões, cor (pálida, corada, hiperemiada, acinzentada, cianótica, ictérica), condições de higiene. o Extremidades superiores: atividademotora, desenvolvimento da musculatura, força muscular, coordenação motora, atrofia, paralisia, edema, sensibilidade dolorosa. MÃOS: edema, temperatura, cianoses, trêmulas, atividade motora, ausência dos dedos, deformidades, dormência, dor. UNHAS: Finas ou grossas, comprimento, secas, quebradiças, abauladas, bem conservadas, sem trato, estado de higiene, deformações, ulceras ao redor, cianose. 28 o Tórax: Pele, deformidades, dor. RESPIRAÇÃO: eupneia, dispnéia, apnéia, ortopnéia, taquipnéia, bradipnéia, cheyne-stokes, costal, diafragma, sibilos, estertores, tosse (seca, produtiva, curta, repetida), expectoração. o Seios e axilas: Tamanho, simetria, sensibilidade dolorosa, nódulos, protuberâncias, estrias, dermatites, ulcerações, temperatura, musculatura flácida e firme, vasos sanguíneos aumentados, elasticidade, secreção mamilar, colostro, inversão do mamilo, tamanho do mamilo, solução de continuidade, gânglios aumentados. o Dorso: Deformidades do tronco ou da coluna vertebral, edema, pele, sensibilidade dolorosa, postura, atividade motora, ulceras de pressão. o Abdômen: Distendido ou aumentado, achatado, rígido, flácido, adiposo, timpânico, tensão muscular, estrias, cicatrizes, pele, temperatura, sensibilidade dolorosa, localização da dor( quadrante direito superior e inferior, quadrante esquerdo superior e inferior), dor relacionado a: respiração, exercícios, tensão nervosa, trabalho de parto, menstruação, retenção urinária, fezes, diarréia. Inflamação ou hérnia de umbigo, flatulência, bexigoma, volume. o Extremidades Inferiores: Marcha, sensibilidade dolorosa, úlceras, pele. PÉS: edema, postura, sola do pé, tipo de calçado, hábitos higiênicos, deformidades. o Órgãos genitais: Edema, lesões, ulcerações, secreções, malformações, inflamações, dermatites, prolapso de útero de bexiga, ausência de um ou dois testículos, presença de corpo estranho na vagina, hábitos de higiene. o Ânus: Edema, fissuras, prurido, escoriações, ulcerações, hemorróidas, flacidez, prolapso, cistos, dor a defecação, presença de sangue após a defecação, hábitos de higiene. o Nível de consciência: Consciente, semiconsciente, inconsciente, coma superficial, coma profundo, torporoso, aspecto alerta, amnésia (total ou parcial), confusão mental. POSIÇÕES NO LEITO 29 O posicionamento do cliente no leito pode ter diversas finalidades como: proporcionar conforto, realizar exames, procedimento cirúrgico, medida terapêutica (manter postura corporal, facilitar a respiração, prevenir contraturas, prevenir úlceras e auxiliar na drenagem de secreções). Posição de Fowler Objetivos o Proporcionar conforto; o Facilitar a expansão pulmonar, e o débito cardíaco; o Posição adequada para alimentação. Procedimento o Lavar as mãos; o Explicar ao cliente o que será feito; o Colocar o cliente em decúbito dorsal; o Elevar a parte superior do leito até formar um ângulo de até 90º utilizando a manivela; o Girar a manivela da parte inferior do leito até que flexione levemente os joelhos; o Colocar o travesseiro sob o joelho e o rolo de conforto entre os pés e a cama; o Arrumar os lençóis no leito; o Deixar o ambiente em ordem. Decúbito Dorsal, Horizontal ou Posição de Supina Objetivos o Manter o alinhamento corporal; o Realizar exame físico; o Relaxamento dos músculos abdominais. Procedimento 30 o Explicar ao cliente o que será feito; o Colocar a cama em linha horizontal; o Posicionar o cliente no centro do leito com toda a região dorsal em contato com a cama e os MMSS e MMII estendidos ao longo do corpo; o Arrumar os lençóis no leito sobre o cliente; o Deixar o ambiente em ordem. Decúbito Ventral Objetivos o Aliviar pressão na parte posterior do corpo; o Exames de coluna vertebral e das nádegas; o Proporcionar conforto. Procedimento o Explicar o que será feito; o Colocar o cliente em decúbito ventral com a cabeça voltada para o lado; o Colocar os MMSS estendidos ao longo do corpo ou voltados para cima; o Colocar o travesseiro sob o tórax para evitar a pressão das mamas (em mulheres); o Colocar um travesseiro sob as pernas elevando os pés para que não toquem no colchão causando lesões e deformidades. o Alinhar os MMII; o Arrumar os lençóis no leito sobre o cliente; o Deixar o ambiente em ordem. Posição de Sims Direita e Esquerda Objetivos o Exames vaginais e retais; o Aplicação de lavagem intestinal. 31 Procedimento o Explicar o que será feito ao cliente; o Colocar o cliente em decúbito lateral; o Apoiar a cabeça no travesseiro; o Posicionar o braço direito ( quando estiver em decúbito lateral direto) e braço esquerdo (quando estiver em decúbito lateral esquerdo) voltado para trás; o Colocar o braço livre na frente do cliente; o Flexionar os MMII para frente; o Arrumar os lençóis no leito sobre o cliente; o Deixar o ambiente em ordem. Posição Lateral Direita e Esquerda Objetivos o Proporcionar conforto; o Prevenção de úlceras de decúbito; o Prevenir deformidades. Procedimento o Explicar o que será feito ao cliente; o Colocar o leito em posição horizontal; o Colocar o paciente em um dos lados do leito; o Virar o cliente em decúbito lateral; o Liberar o braço que está sob o corpo do cliente; o Colocar um travesseiro entre as pernas do cliente para não causar lesões na pele; o Colocar um rolo de conforto na região dorsal para evitar que o cliente retorne ao decúbito dorsal; o Arrumar os lençóis no leito sobre o cliente; o Deixar o ambiente em ordem. Posição Ginecológica 32 Objetivos o Exames e tratamento retal e vaginal. Procedimento o Explicar o que será feito ao cliente; o Colocar o cliente em decúbito dorsal sobre a mesa ginecológica com as nádegas a 4cm fora da extremidade da mesa; o Colocar as pernas sobre as perneiras; o Manter o cliente protegido com o lençol durante o exame; o Retirar da posição após o exame. Observação Quando o exame ou procedimento for realizado no leito flexionar as pernas sobre as coxas, apoiar a planta dos pés sobre o colchão e afastar os joelhos. Posição de Trendelenburg Objetivos o Drenagem de secreção brônquicas; o Melhorar o retorno venoso (em casos de choque, hemorragias, hipotensão, varizes); o Cirurgias da região pélvica. Procedimento o Explicar o que será feito ao cliente; o Colocar o cliente em decúbito dorsal; o Posicionar os MMII elevados num ângulo de 30º a 45º ( a cabeça em plano inferior ao resto do corpo). Isto pode ser feito elevando a parte inferior do estrado da cama ou elevando-se os pés da cama. o Arrumar os lençóis no leito sobre o cliente; o Deixar o ambiente em ordem. 33 COLETA DE MATERIAL PARA EXAMES Os exames laboratoriais fornecem informações importantes para complementação diagnóstica, sendo fundamental a utilização de técnicas corretas para proceder à coleta, armazenamento e encaminhamento laboratorial, bem como critérios de controle de qualidade e os cuidados de biossegurança indispensável para o desempenho das tarefas. Regras geraispara coleta de exames o Informar ao cliente sobre o exame a ser realizado; o Orientar o cliente sobre jejum se necessário; o Utilizar material estéril, adequado para cada tipo de exame; o Identificar o frasco do exame com: nome, número do registro, número do quarto e leito, setor, data e hora da coleta; o Utilizar luvas de procedimento se necessário; o Lavar as mãos antes e após a realização do procedimento; o Coletar o exame seguindo rigorosa técnica; o Encaminhar o material ao laboratório logo após a coleta; o Registrar no prontuário. Coleta de Sangue As veias medianas são os vasos de eleição para a punção. Sendo que outras veias podem ser eleitas para a coleta da amostra sanguínea. Material o Bandeja; o Forro para o leito; o Luvas de procedimento; o Rótulo para identificação; o Garrote; o Seringa de 5 ml; 34 o Agulha 25x8; o Tubo de ensaio adequado ao exame solicitado; o Algodão seco; o Algodão embebido em álcool a 70%. Procedimento o Reunir o material necessário; o Identificar o tubo de ensaio com a etiqueta; o Lavar as mãos; o Dirigir-se ao quarto do cliente; o Explicar ao cliente o procedimento; o Calçar as luvas; o Expor a área da punção, confirmar o local indicado para a punção; o Forrar o leito; o Fazer a antissepsia do local a ser puncionado, deixar secar antes de puncionar; o Puncionar a veia; o Remover a seringa, e imediatamente pressionar o local da punção com algodão seco, até que cesse o sangramento; o Introduzir o sangue no tubo de ensaio; o Homogeneizar o tubo de ensaio que contenha anticoagulante e o sangue em movimentos rotatórios, encaminhando ao laboratório juntamente com a requisição do exame; o Deixar o cliente confortável no leito e a unidade em ordem; o Levar o material ao expurgo e descartar em local apropriado; o Retirar as luvas de procedimento; o Lavar as mãos o Realizar anotações no prontuário. Exame de Urina 35 A coleta de urina para o laboratório deverá ser feita adequadamente, a fim de evitar erros de interpretação. Esta coleta poderá ser feita por micção espontânea, cateterismo vesical ou punção supra-púbica. Urina Material o Frasco para coleta de urina; o Rótulo para identificação; o Pedido do exame; o Luva de procedimento. Procedimento o Reunir o material necessário; o Identificar o frasco; o Dirigir-se ao quarto do cliente; o Orientar o cliente sobre o exame; o Orientar o cliente a fazer a higiene externa ou fazê-la se necessário; o Fornecer o frasco para coleta do exame. Orientar ao cliente a desprezar o primeiro jato e o jato final da micção, coletando o jato médio o apropriado para o exame; o Rotular o frasco: nome, registro, quarto, leito, setor, data; o Enviar ao laboratório o frasco com urina juntamente com a requisição; o Fazer registro no prontuário. Observação A amostra de urina da 1ª micção matinal é o ideal para o exame porque apresenta maior concentração de bactérias (devido à incubação na bexiga). Urocultura Material o Frasco para coleta de urina estéril; o Rótulo para identificação; 36 o Pedido do exame; o Luva de procedimento. Procedimento o Orientar ao cliente para realizar higiene externa com água e sabão; o Solicitar ao cliente que despreze o primeiro jato, colhendo o jato intermediário, tomando cuidado para não encostar as genitais no frasco; o Rotular o frasco: nome, registro, quarto, leito, setor, data; o Enviar ao laboratório o frasco com urina juntamente com a requisição; o Fazer registro no prontuário. Observação o Caso não seja possível colher diretamente no frasco proceder da seguinte forma: - Fornecer ao cliente uma cuba estéril, após colhido a urina, utilizar uma seringa estéril para transferir a urina para o frasco. Urina de 24 horas Material o Frasco de urina; o Comadre ou papagaio; o Cálice graduado; o Pedido de exame; o Luva de procedimento. Procedimento o Reunir o material necessário, identificar o frasco deixando-o no expurgo; o Levar a comadre ou papagaio ao quarto do cliente; o Orientar ao cliente sobre o exame o Solicitar ao cliente que despreze a primeira urina da manhã, anotando a data e hora, e após iniciar a coleta de toda a urina, para que a enfermagem recolha e acondicione nos frascos apropriados (inclusive a primeira da manhã seguinte) até completar 24horas; 37 o Enviar a urina coletada para o laboratório junto com o pedido de exame; o Fazer registro no prontuário. Observações o Medir o volume total da urina coletada, anotando no prontuário e na requisição do exame; o Conservar a urina na geladeira. Coleta de Urina em clientes com Sonda Vesical Material o Luvas de procedimento; o Bolas de algodão embebido em álcool 70%; o Frasco de urina. Procedimento o Reunir o material necessário; o Identificar o frasco de urina; o Lavar as mãos; o Dirigir-se ao quarto do cliente e explicar o que será feito; o Clampear a extensão da bolsa coletora; o Esperar alguns minutos e coletar a urina na extensão; o Fazer a antissepsia da sonda vesical; o Desconectar a sonda da bolsa coletora e colher a urina; o Conectar em seguida a sonda e a bolsa coletora, e desclampear a bolsa; o Enviar para o laboratório com o pedido de exame; o Fazer registro no prontuário. Escarro Material o Frasco de escarro; o Rótulo de identificação; o Luvas de procedimento. 38 Procedimento o Reunir o material necessário; o Identificar o frasco; o Dirigir-se ao quarto do cliente, explicando ao mesmo o que será feito; o Orientar ao cliente a escarrar no frasco evitando cuspir saliva em excesso; o Enviar para o laboratório com o pedido de exame; o Fazer registro no prontuário. Observações o Coletar o material por meio de tosse profunda; o A saliva não deve ser colhida; o O cliente não deve realizar higiene oral antes da coleta do material. Secreções em Geral - Abcessos Material o Swab estéril; o Material de curativo; o Soro fisiológico; o Luvas de procedimento. Procedimento o Reunir o material necessário; o Lavar as mãos; o Explicar ao cliente o que será feito; o Calcar as luvas de procedimento; o Remover o curativo; o Proceder a limpeza da ferida com soro fisiológico; o Coletar a secreção com swab estéril, colocando-o em sua embalagem original, sem contaminar; o Realizar o curativo conforme técnica; 39 o Identificar a amostra colhida; o Retirar as luvas de procedimento; o Lavar as mãos; Enviar para o laboratório com o pedido de exame; o Fazer registro no prontuário. Observação o A secreção pode ser coletada por meio de aspiração com seringa e agulha e após transferida para um tubo de ensaio estéril; UNIDADE DO PACIENTE Esta unidade é o espaço físico hospitalar onde o paciente permanece a maior parte do tempo durante seu período de internação. É basicamente composta por cama, mesa de cabeceira, cadeira, mesa de refeições e escadinha. O paciente acamado deve ter sempre à disposição uma campainha para chamar o profissional de enfermagem, caso necessite. A unidade do paciente, seja ambiente individualizado (quarto privado) ouespaço coletivo (enfermaria ou unidade semi-privada), deve proporcionar-lhe completa segurança e bem-estar. Nesse sentido, lembramos que o estado de conservação do teto, piso e paredes, instalação elétrica e hidráulica, disposição do mobiliário e os espaços para a movimentação do paciente, da equipe e dos equipamentos são aspectos importantes a ser considerados. Outra questão é a influência do ambiente e dos fatores estéticos sobre o estado emocional e o humor das pessoas. Decoração atraente, cores de paredes e tetos agradáveis, iluminação adequada, ambiente arejado, calmo e silencioso, proporcionam maior aconchego às pessoas, especialmente quando doentes. Além das questões estéticas que ocasionam no paciente, familiares e profissionais uma sensação mais agradável, a prática da assistência humanizada pressupõe a preservação dos direitos dos pacientes e uma maior aproximação no campo das relações humanas. 40 Pressupõe, ainda, tratar das atividades cotidianas de forma a melhor atender às necessidades do paciente. Por exemplo: ampliação do horário de visitas, facilitação do uso de meios de comunicação com o exterior, conservação de objetos pessoais e possibilidade do recebimento de cartas. Isto permite que a pessoa, ao ser internada, possa considerar a unidade que lhe foi destinada como seu espaço, um local privativo e sob seu controle, onde lhe é possível expressar sentimentos e valores, dispondo de objetos relacionados ao seu mundo e que lhe despertam recordações, como fotografias, objetos religiosos, etc. A enfermagem deve zelar pela unidade do paciente sem, contudo, desrespeitar a privacidade que lhe cabe por direito. Limpeza da unidade A limpeza da unidade objetiva remover mecanicamente o acúmulo de sujeira e ou matéria orgânica e, assim, reduzir o número de microrganismos presentes. Pode ser de dois tipos: ● Limpeza concorrente: feita diariamente após a arrumação da cama, para remover poeira e sujidades acumuladas ao longo do dia em superfícies horizontais do mobiliário; normalmente, é suficiente a limpeza com pano úmido; ● Limpeza terminal: feita em todo o mobiliário da unidade do paciente; é realizada quando o leito é desocupado em razão de alta, óbito ou transferência do paciente, ou no caso de internações prolongadas. Realizada pela equipe de higiene hospitalar, desde que devidamente treinada, de modo que a enfermagem possa ter mais tempo disponível nos cuidados aos pacientes. PREPARO DA UNIDADE DO PACIENTE É importante ressaltar que um leito confortável, devidamente preparado e biologicamente seguro, favorece o repouso e sono adequado ao paciente. 41 FINALIDADE ● Proporcionar conforto ● Proporcionar segurança ● Tornar mais rápido e menos fatigante o trabalho de enfermagem A arrumação da cama deve ater-se às seguintes características: ● cama fechada é indicada para receber um novo paciente, caso em que deve ser submetida à prévia limpeza terminal; Poderá ser feita após 2 horas da limpeza da unidade. Permanecerá fechada até que novo paciente a ocupe. ● cama aberta é preparada para o paciente que tem condições de se locomover; ● cama aberta com paciente acamado é aquela preparada com o paciente no leito; ● cama de operado é preparada para receber paciente operado ou submetido a procedimentos diagnósticos ou terapêuticos sob narcose. CUIDADOS IMPORTANTES ● Não arrastar as roupas de cama no chão ● Evitar contato da roupa de cama e peças do mobiliário da unidade do paciente com o uniforme ● Não sacudir roupas de cama ● Não alisar roupas de cama e sim ajeitá-las pelas pontas ● Dobrar roupas de cama na seguinte sequencia: 2 vezes no sentido da largura e 1 vez no sentido do comprimento ● A abertura da fronha deverá situar-se do lado oposto à porta de entrada da enfermaria ● Fazer uso da mecânica corporal ● Arrumar um lado da cama depois outro para economia de tempo e movimentos ● O hamper deve ficar nos pés da cama 42 ● Não jogar roupas de cama no chão ● Lavar ou fazer antissepsia das mãos após a arrumação da cama MATERIAL ● 2 Lençóis ● 1 lençol móvel, ou traçado, ou protetor do oleado ● 1 colcha ● 1 fronha ● 1 cobertor ● 1 impermeável, ou oleado CAMA FECHADA ● Colocar a cadeira aos pés da cama e sobre ela travesseiro e fronha ● Dispor a roupa de cama no espaldar da cadeira observando a ordem: colcha, cobertor lençol de cima (protetor do paciente), lençol móvel, impermeável, lençol de baixo (protetor do colchão) ● Dispor o lençol de baixo fazendo o canto da cabeceira e dos pés da cama 43 ● Estender o impermeável e o lençol móvel e prendê-los juntamente ● Colocar o lençol de cima, deixando o barrado rente ao colchão na cabeceira da cama ● Colocar o cobertor a mais ou menos 40cm abaixo da cabeceira ● Estender a colcha rente ao colchão na cabeceira da cama, prendendo junto as 3 peças no canto dos pés da cama e deixando solto os lados ● Pôr a fronha no travesseiro, colocando-o de encontro à grade da cabeceira da cama ● Endireitar a cadeira ● Passar para o outro lado da cama, erguer as peças da roupa, dobrá-las lateralmente e completar a cama seguindo a sequencia da disposição das roupas na cama ● Deixar a unidade em ordem com mobiliário em alinhamento CAMA ABERTA ● Colocar a cadeira aos pés da cama e sobre ela travesseiro e fronha ● Dispor a roupa de cama no espaldar da cadeira observando a ordem: colcha, cobertor lençol de cima (protetor do paciente), lençol móvel, impermeável, lençol de baixo (protetor do colchão) ● Dispor o lençol de baixo fazendo o canto da cabeceira e dos pés da cama ● Estender o impermeável e o lençol móvel e prendê-los juntamente ● Colocar o lençol de cima, deixando o barrado rente ao colchão na cabeceira da cama ● Colocar o cobertor a mais ou menos 40cm abaixo da cabeceira ● Estender a colcha rente ao colchão na cabeceira da cama, prendendo junto as 3 peças no canto dos pés da cama e deixando solto os lados ● Deixar o lençol de cima virado sobre o cobertor e a colcha na parte da cabeceira ● Pôr a fronha no travesseiro, colocando-o sobre a cama ● Endireitar a cadeira 44 ● Passar para o outro lado da cama, erguer as peças da roupa, dobrá-las lateralmente e completar a cama seguindo a sequencia da disposição das roupas na cama ● Deixar a unidade em ordem com mobiliário em alinhamento CAMA ABERTA COM PACIENTE ACAMADO ● Desmanchar a cama, dispor o cobertor juntamente com as roupas de cama limpas no espaldar da cadeira ● Deixar o paciente coberto apenas com o lençol ● Solicitar a colaboração do paciente, orientando-o ● Virá-lo para o lado oposto à cadeira com as roupas de cama ● Dobrar as roupas de cama de forma a expor a metade do colchão ● Estender a roupas limpas seguindo a sequencia ● Virar o paciente para o lado limpo do colchão, retirar o lençol de cima que protege o paciente enquanto é protegido pelo lençol limpo ● Retirar o lençol móvel e de baixoe colocá-los no hamper ● Completar a arrumação da cama CAMA DE OPERADO ● Dispor a roupa de cama no espaldar da cadeira observando a ordem: colcha, cobertor lençol de cima (protetor do paciente), lençol móvel, impermeável, lençol de baixo (protetor do colchão) ● Dispor o lençol de baixo fazendo o canto da cabeceira e dos pés da cama ● Estender o impermeável e o lençol móvel e prendê-los juntamente ● Colocar o lençol de cima, deixando-o barrado rente ao colchão na cabeceira ● Colocar o cobertor a mais ou menos 40cm abaixo da cabeceira ● Dobrar na parte da cabeceira e dos pés o lençol de cima, cobertor e colcha ● Enrolar lateralmente o lençol de cima, cobertor e colcha ● Deixar o travesseiro sobre a cadeira 45 CUIDADOS DE HIGIENE CORPORAL HIGIENE ORAL A higiene oral frequente reduz a colonização local, sendo importante para prevenir e controlar infecções, diminuir a incidência de cáries dentárias, manter a integridade da mucosa bucal, evitar ou reduzir a halitose, além de proporcionar conforto ao paciente. Em nosso meio, a maioria das pessoas está habituada a escovar os dentes - pela manhã, após as refeições e antes de deitar- e quando isso não é feito geralmente experimenta a sensação de desconforto. Avaliar a possibilidade de o paciente realizar a própria higiene. Se isto for possível, colocar o material ao seu alcance e auxiliá-lo no que for necessário. Caso contrário, com o material e o ambiente devidamente preparados, auxiliar o paciente a posicionar-se, elevar a cabeceira da cama se não houver contraindicação e proteger o tórax do mesmo com a toalha, para que não se molhe durante o procedimento. MATERIAL NECESSÁRIO: ● bandeja ● escova de dentes ou espátula com gazes ● creme dental, solução dentifrícia ou solução bicarbonatada ● copo com água (e canudo, se necessário) ● cuba rim ● toalha de rosto ● lubrificante para os lábios, se necessário ● luvas de procedimento PROCEDIMENTO Higiene oral de pacientes com dependência parcial de enfermagem 46 ● Lavar as mãos e preparar o material ● Informar ao paciente sobre o procedimento a ser realizado ● Elevar a cabeceira caso não haja contraindicação ● Colocar toalha cobrindo pescoço e tórax ● Auxiliar o paciente conforme o seu grau de dependência, orientado se necessário ● a escovação deve ser no sentido da gengiva para o dente ● Lavar a língua e o palato ● Dar água para bochechar e aproximar a cuba rim para escoar o líquido da boca ● Secar os lábios e o queixo com a toalha ● Lubrificar os lábios se houver indicação ● Retirar o material, lavar e guardá-lo ● Anotar na papeleta o procedimento e as anormalidades Higiene oral de pacientes com dependência total ou inconscientes ● Lavar as mãos e preparar o material ● Dispor a bandeja com material sobre a mesa de cabeceira ● Informar ao paciente sobre o procedimento a ser realizado ● Elevar a cabeceira caso não haja contraindicação ● Colocar toalha cobrindo pescoço e tórax, para proteger a roupa de cama do cliente ● Molhar a gaze da torunda com solução e proceder a higiene, trocando as espátulas tantas vezes quantas forem necessárias, e jogando em seguida no saco de papel ● Lavar os dentes, gengivas, bochechas, língua, palato, e lábios com movimentos firmes e delicados ● Secar os lábios e o queixo com a toalha ● Lubrificar os lábios se houver indicação ● Manter o paciente em posição confortável ● Retirar o material, lavar e guardá-lo ● Anotar na papeleta o procedimento e as anormalidades 47 BANHOS FINALIDADES ● Proporcionar conforto e bem-estar ● Remover sujidades aderidas à pele e odores desagradáveis ● Estimular a circulação ● Remover células mortas do organismo ● Favorecer a transpiração TIPOS DE BANHOS ● Imersão: quando se utiliza banheiras para imersão do corpo, sendo útil também para casos de administração de medicamentos ● Aspersão: quando se utiliza chuveiros para higienização do corpo, podendo o paciente ser deambulante ou em cadeiras higiênicas ● Ablução: quando se joga pequenas quantidades de água para a realização do banho ● Leito: procedimento utilizado pela enfermagem para realizar o banho em pacientes acamados. Geralmente é executado no período da manhã, sendo repetido quando houver necessidade. BANHO NO LEITO O banho no leito é uma técnica importante porque permite uma maior interação enfermagem/paciente, ao mesmo tempo fornece subsídios para o diagnóstico precoce de úlceras de pressão e outras anormalidades da pele. MATERIAL ● 1 par de luvas de procedimentos ● Bacia ● Jarro com água morna 48 ● Sabão ● 2 Panos ou luvas de banho ● Toalhas (banho e rosto) ● Roupa de cama e para o paciente ● folha de jornal ● Desodorante, pente ou escova ● Talco ou álcool ● Material para higiene oral ● Comadre ● Hamper ● Biombos ● balde CUIDADOS IMPORTANTES ● Enxaguar bem e retirar todo sabão ● Levar o pano de banho aquecido até o paciente ● Expor apenas a região a ser lavada ● desprezar água da bacia sempre que necessário ● Evitar molhar abundantemente a cama ● manter pano de banho firme na mão, feito acolchoado ● Enxugar bem locais onde há duas superfícies próximas como: axilas, espaços interdigitais, região inguinal ● Em pacientes ambulantes a enfermagem deve supervisionar o banho no chuveiro e ajudar na higiene PROCEDIMEMTO ● lavar as mãos ● Preparar o material ● Ir a unidade do paciente ● Comunicar ao paciente o que vai ser feito ● Fechar portas e janelas ● Cercar cama com biombos caso seja necessário 49 ● Dispor o material na seguinte ordem: - Mesa de cabeceira: jarro, bacia, pano de banho, sabão, pente, álcool, desodorante, material para higiene oral - Cadeira: roupa de cama e do paciente, dobrada e colocada em ordem de uso - Chão forrado com jornal: comadre e o balde para recolher água usada da bacia - Hamper aos pés da cama ● Oferecer comadre ou papagaio ● Proceder higiene oral ● Abaixar a cabeceira da cama ● Soltar toda a roupa de cama, retirar a colcha, o cobertor e o travesseiro ● Retirar camisola ou pijama, mantendo o paciente coberto com lençol ● Manter o paciente em decúbito dorsal ● proteger com toalha a área a ser lavada, mantendo as demais cobertas com lençol ● Prepara o pano de banho segurando-o sobre a bacia: molhar o pano, jogando água do jarro, e ensaboar. ● Afastar as toalhas e lavar com movimentos firmes e cobrir novamente ● Colocar o pano ensaboado sobre a borda da bacia e preparar o outro para enxaguar ● Afastar a toalha e passar o pano, retirando todo o sabão ● Despejar a água da bacia no jarro quando necessário O BANHO DEVE OBEDECER A SEGUINTE ORDEM Usando toalha de rosto: ● Lavar rosto orelhas e pescoço Usando toalha de banho: ● Lavar braços e axilas, iniciando com a distal depois a proximal ● Tórax anterior e o abdome ● Lavar membros inferiores, primeiro o distal, depois o proximal ● Lavar os pés, e desprezar a água utilizada na lavagem dos pés 50 ● Colocar o paciente em decúbito lateral, forrar a cama com toalha e lavar e enxaguar as costas● Massagear as costas com álcool, creme ou talco ● Vestir a roupa do paciente e voltá-lo para o decúbito dorsal ● Colocar a comadre e a toalha sob o paciente e oferecer o pano ou luva de banho com sabão para a realização de higiene intima (se estiver impossibilitado, executar o procedimento ou solicitar um auxílio, se o paciente for do sexo oposto) ● Despejar água do jarro sobre a região perineal para enxaguar. Enxugar com toalha ● Oferecer a bacia e água limpa para o paciente lavar as mãos ● Pentear os cabelos e cortar as unhas dos pés e das mãos se necessário ● Proceder à arrumação da cama ● Deixar o paciente confortável ● Colocar o material em ordem ● Anotar na papeleta o cuidado prestado e anormalidades identificadas LAVAGEM EXTERNA É a limpeza dos genitais para procedimento específico como: sondagem vesical, coleta de material e preparo pré-operatório, ou nas eliminações (sujidade em geral – fezes, secreções, odor). Anotar no prontuário: condições da pele, presença de secreções (cor, odor e quantidade). Objetivos o Proporcionar conforto; o Evitar infecções; o Auxiliar nos tratamentos perineais. 51 Material o Bandeja; o Sabonete; o Comadre; o Jarro; o Toalha de banho; o Luvas de procedimento; o Luvas de banho; o Lixo; o Impermeável. Procedimento o Lavar as mãos o Reunir o material necessário e colocá-lo em uma bandeja; o Lavar as mãos; o Dirigir-se ao quarto do cliente; o Dispor o material sobre a mesa de cabeceira; o Explicar o que será feito; o Forrar o leito com impermeável; o Colocar água morna no jarro; o Calçar as luvas de procedimento e as luvas de banho; o Colocar a toalha de banho sobre o cliente; o Colocar o cliente sobre a comadre e solicitar que afaste as pernas; o Molhe os genitais com a água do jarro, ensaboando e removendo as secreções no sentido antero-posterior, culminando com a limpeza do ânus. o Na higiene íntima do sexo feminino, a limpeza deve ser realizada no sentido anteroposterior, obedecendo a seguinte ordem: - púbis, lateral E e D do períneo - grandes lábios D e E até o ânus - pequenos lábios D e E até o ânus - meato urinário até o ânus 52 o Na higiene íntima do sexo masculino, o prepúcio deve ser tracionado, favorecendo a limpeza do meato urinário para a base da glande e prepúcio, removendo sujidades (pêlos, esmegma, urina, suor) e inibindo a proliferação de microrganismos, e a seguir, recobrir a glande com o prepúcio). o Enxaguar os genitais com água limpa e remover todo o sabão; o Secar a região; o Remover a comadre; o Deixar o cliente confortável no leito; o Encaminhar o material utilizado ao expurgo; o Lavar as mãos; o Fazer registro no prontuário. LAVAGEM DOS CABELOS E DO COURO CABELUDO A lavagem dos cabelos e do couro cabeludo visa proporcionar higiene, conforto e estimular a circulação do couro cabeludo, prevenção da pediculose e outras infecções. Quando o paciente não puder ser conduzido até o chuveiro, esta tarefa deve ser realizada no leito. O procedimento a seguir descrito é apenas uma sugestão, considerando-se que há várias formas de realizá-lo. Material necessário: ● dois jarros com água morna ● sabão neutro ou xampu ● duas bolas de algodão ● pente ● toalha grande de banho (duas, caso necessário) ● balde ● bacia ● luvas de procedimento 53 ● impermeável / saco plástico ● cobertor Procedimento o Reunir o material necessário e colocá-lo em uma bandeja; o Lavar as mãos; o Dirigir-se ao quarto do cliente; o Dispor o material sobre a mesa de cabeceira; o Explicar o que será feito; o Forrar o leito com impermeável; o Colocar a bacia sob a cabeça do paciente, não se esquecendo de apoiar a cabeça com a toalha enrolada; o Proteger os ouvidos do paciente com bolas de algodão; o Umedecer os cabelos com um pouco de água e aplicar o shampoo; o Ensaboar, fazendo massagem no couro cabeludo com a ponta dos dedos; o Usar bastante água para enxaguar até remover todo o sabão; o Envolver os cabelos com toalha para secá-los; o Retirar o oleado; o Pentear os cabelos e deixar a toalha seca sob os mesmos para não molhar o travesseiro o Reunir o material o Deixar unidade em ordem e paciente confortável o Registrar no prontuário Variação da técnica de lavagem dos cabelos e do couro cabeludo o Reunir o material necessário e colocá-lo em uma bandeja; o Lavar as mãos; o Dirigir-se ao quarto do cliente; o Dispor o material sobre a mesa de cabeceira; o Explicar o que será feito; o Colocar o paciente em decúbito dorsal, com a cama na horizontal; 54 o Colocar o balde sobre a escadinha e esta próxima à mesa de cabeceira; o Enrolar a toalha de banho coberta com impermeável sobre o cobertor, (o impermeável deve formar um funil em direção ao balde); o Proteger os ouvidos do paciente com bolas de algodão; o Colocar o paciente em posição diagonal com a cabeça sobre o impermeável; o Enrolar as extremidades do impermeável ao redor do pescoço; o Umedecer os cabelos com um pouco de água e aplicar o shampoo; o Ensaboar, fazendo massagem no couro cabeludo com a ponta dos dedos; o Usar bastante água para enxaguar até remover todo o sabão; o Elevar a cabeça do paciente com a mão não dominante e colocar o impermeável dentro do balde e com a mão dominante; o Envolver os cabelos com toalha para secá-los; o Pentear os cabelos e deixar a toalha seca sob os mesmos para não molhar o travesseiro o Reunir o material o Deixar unidade em ordem e paciente confortável o Registrar no prontuário MASSAGEM DE CONFORTO O conforto pressupõe que a pessoa mantenha suas funções equilibradas em um nível satisfatório. Engloba os estados físico, psicológico e espiritual. Objetivo o Proporcionar alívio de possíveis angustias da pessoa que passa por período de doença; o Proporcionar condições para manter uma circulação sanguínea adequada a todos os tecidos e órgãos; o Manter a integridade cutânea de forma a prevenir lesões; o Manter a atividade muscular prevenindo contratura e atrofia; o Facilitar e manter a função respiratória. 55 Procedimentos de Enfermagem para Proporcionar o Conforto Conforto Espiritual o Propiciar contato com um conselheiro espiritual, respeitando suas crenças; o Providenciar material para leituras bíblicas; o Fazer leitura para o cliente que não possa ler; o Ouvir o cliente a respeito de questões espirituais; o Esclarecer o cliente sobre horários e locais de atividades religiosas existentes no hospital. Conforto Físico o Manter a temperatura corporal; o Mudar de decúbito periodicamente; o Fazer exercícios físicos passivo ou ativo, estimular e auxiliar deambulação; o Manter roupas limpas, sem rugas ou úmidas; o Evitar roupas apertadas e atritos sobre locais doloridos e sensíveis; o Manipular o cliente com cuidado e atenção; o Identificar as causas da dor, proporcionando meios para minimizá-los; o Manter o ambiente em condições agradáveis: arejado, limpo, tranquilo, sem ruídos e odores; o Aquecer as mãos antes de manipular o cliente; o Proporcionar um bom alinhamento músculo-esquelético utilizando rolos, travesseiros, luvas de
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