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1 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - APOSTILA DE INTRODUÇÃO AOS FUNDAMENTOS DE ENFERMGEM I . INTRODUÇÃO O estudo dos Fundamentos de Enfermagem I é, sem sombra de dúvida, um dos pilares mais importantes na formação do profissional de Enfermagem. Nesta disciplina entende-se o levantamento e estudo de todo o processo de atendimento da enfermagem, desde a recepção do paciente até saída da Unidade de atendimento, com cuidados estendidos até mesmo após a alta. Tudo do ponto de vista da Enfermagem. Também aborda as técnicas de Enfermagem que compreendem as ações indicadas para reconhecer e solucionar os problemas do paciente. A qualificação da assistência requer uma avaliação detalhada do cliente por meio do exame físico, detectando suas necessidades, para elaboração de intervenções com objetivo de enfrentar os adoecimentos e restabelecer a saúde do cliente, e assistir as pessoas para que atinjam seu potencial máximo de saúde. Para isso o profissional deverá manter constante reflexão e atualização, tanto sobre o aspecto científico quanto o aspecto ético, e maior consciência sobre questões que envolvem decisões relativas ao cuidado. Quando se tratar de Fundamentos de Enfermagem o profissional deve estar atento a todos os sinais e sintomas, até mesmo que, a Enfermagem permanece com o cliente 24 horas. A assistência de Enfermagem é uma atividade privativa, o profissional implanta, planeja, organiza, executa e avalia os processos de Enfermagem, das etapas que veremos neste estudo. 2 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE): É o método que direciona as ações do enfermeiro no cotidiano da prática profissional, oferecendo estrutura concordante com as necessidades individualizadas do paciente. Organiza o trabalho profissional quanto ao método pessoal e instrumento, tornando possível a operacionalização do processo de Enfermagem. Processo de Enfermagem (PE): É o instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de enfermagem e a documentação da prática profissional. Deve ser realizado, de modo deliberativo e sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem. O Técnico de Enfermagem e o Auxiliar de Enfermagem, participam da execução do Processo de Enfermagem, naquilo que lhes couber, sob a supervisão e orientação do Enfermeiro. De acordo com a Resolução COFEN n°358/2009, o Processo de Enfermagem é considerado como um processo cíclico organizado em 5 etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes: 1ª etapa: Coleta de dados de Enfermagem (Histórico de Enfermagem) – Compreende basicamente a entrevista (anamnese) e o exame físico (inspeção, palpação, percussão e ausculta). 2ª etapa: Diagnóstico de Enfermagem – O profissional após ter analisado os dados colhidos no histórico e no exame físico, identifica os problemas de Enfermagem, as necessidades e o grau de dependência, fazendo julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família e da comunidade aos problemas e processos de vida vigentes ou potenciais. 3ª etapa: Planejamento de Enfermagem – É a determinação dos resultados que se espera alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem. 4ª etapa: Implementação – É a realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de Planejamento de Enfermagem. 5ª etapa: Avaliação de Enfermagem – É o processo deliberado sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem. Segundo Wanda de Aguiar Horta, o processo de enfermagem é constituído por seis (6) fases ou passos: 3 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - Anotações de enfermagem É toda e qualquer anotação feita pela equipe de Enfermagem (Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos de Enfermagem) no prontuário do paciente, em impresso próprio, a respeito de intercorrências que não tenham sido previstas pelo enfermeiro na prescrição e dos cuidados prestados ao cliente/paciente. Tudo que é prescrito deve ser cuidadosamente checado pelo profissional que executou a prescrição. Tanto nas anotações como na evolução, o profissional deve ter uma visão holística, isto é, uma habilidade de observação como um instrumento de captação das informações e características do ser humano como um todo, integral, completo e articulado. Exemplificando, podemos observar pela visão, a coloração da pele do cliente/paciente, se está pálido ou cianótico; pelo olfato, o odor das fezes, hálito, e etc.; pela audição, tosse, respiração, e etc. Todas as informações deverão ser registradas sistematicamente, e na evolução devem ser considerados os seguintes aspectos: Data e horário do momento da observação; Tipo de contato estabelecido (verbal ou não verbal); Fatores subjetivos e gerais: deambula (ou não? Como?); respira em ar ambiente (ou não? Como?); coloração da pele (normocorado/ cianótico = azul ou roxo) / anictérico (ou ictérico = amarelado); Lúcido e Orientado em Tempo e Espaço (LOTE/ ou só lúcido ou só orientado, em tempo e em espaço); sono e repouso (insônia, tempo de sono à noite, e etc.); aceitação da dieta (relatos feitos pelo paciente, como azia, dor, e etc.); Eliminações urinárias (cor, odor, quantidade, frequência, aspecto, e etc.); 4 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - Eliminações intestinais (aspecto, consistência, quantidade, frequência, e etc.); Presença de drenos, cateteres (venosos ou não), sondas, volume de drenagens (em ml), edema, hematoma, plegias, paresias, lesões (cirúrgicas ou não) e curativos; Queixas do paciente/cliente; Informações sobre o exame físico e as propedêuticas aplicadas; Todos os cuidados prestados (quais, quantas vezes e se houve intercorrências); Condições físicas, manifestações emocionais, efeitos colaterais após a administração de medicamentos e tratamento específico. Valor dos SSVV (TPR e PA); Para isso o profissional de enfermagem deve estabelecer uma comunicação afetiva entre as equipes e os demais profissionais envolvidos na assistência ao cliente/paciente. A anotação de enfermagem poderá ser realizada por todos que, direta ou indiretamente, prestarem cuidados ao paciente: enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e funcionários dos serviços de apoio e diagnóstico (raios-X, tomografia, eletrocardiografia, etc.). As anotações devem conter: Admissões, altas, transferências e óbitos; Visitas médicas e alterações de conduta; Encaminhamentos e exames realizados; Cuidados de enfermagem realizados ou a razão pela qual não tenham sido realizados; Acidentes/ocorrências adversas; Condições físicas; Intercorrências durante os procedimentos, providências tomadas e sua evolução; Medicações prescritas que não foram administradas e o motivo para tal; Queixas do paciente, providências tomadas e a evolução da queixa; Identificação de sinais e sintomas; Datas da inserção de sondas, drenos e cateteres; Materiais especiais utilizados em procedimentos e ocorrências como contaminação e/ou uso excessivo. Para fazer quaisquer registros de enfermagem, deve-se seguir às seguintes regras: Utilizar letra legível; Utilizar ortografia correta, redação coesa e concisa, e termos descritivos técnicose objetivos (não fazer anotações do tipo “bem”, “mal”, “bastante”, “muito”); Colocar data na primeira anotação do dia, as demais anotações devem vir precedidas do horário em que foram feitas; 5 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - É proibido rasura, uso de corretivo e linhas em branco entre as anotações. Em caso de erros, escrever entre parênteses “sem efeito” ou “digo”; Utilizar somente abreviaturas conhecidas (Ex. MSD, SSVV, PA, etc.); Preencher todo e corretamente os cabeçalhos do impresso; Conferir toda a medicação e os cuidados prestados, aprazando-as (checando-as) e registrando-os; Registrar todas as comunicações e solicitações entre profissionais, assim como alteração de conduta (não esquecer de anotar o nome do envolvido); Ao final da cada anotação, fazer uma assinatura legível, com a função e o número do COREN do profissional, ou carimbar; Não omitir nenhuma informação sobre o paciente; Não utilizar o termo “paciente” no início da frase, já que a folha de anotação é individual; Nunca anotar observações e procedimentos realizados por outras pessoas; Anotar seguindo uma sequência lógica dos fatos; Utilizar o termo SIC (segundo informações coletadas) para informações coletadas dos acompanhantes e afins. Essas anotações são documentos legais, todas são utilizadas pela equipe de saúde durante o tratamento do paciente e, posteriormente, arquivadas. OBS.: Com estas informações é possível compreender a importância dos estudos de Fundamentos de Enfermagem na prática da assistência de Enfermagem. E desta forma o profissional de Enfermagem deve ter conhecimentos profundos sobre Fundamentos de Enfermagem. EXAME FÍSICO O exame físico realizado pelo enfermeiro em sua prática assistencial tem por finalidade avaliar características inerentes ao corpo humano, que vêm a servir como dados subsidiadores ao cuidado oferecido. O exame físico de enfermagem é composto por conjunto de técnicas e manobras desenvolvidas com o intuito de levantar as condições globais do paciente, estabelecendo diagnósticos e, em seguida, realizar o planejamento da assistência de enfermagem. Objetivo do Exame Físico: Acrescentar informações impassíveis de serem colhidas na anamnese; Buscar informações do cliente/usuário/paciente que possam ser úteis à identificação de problemas que necessite de intervenção; Melhorar o diagnóstico de Enfermagem; 6 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - Encontrar caminhos que direcionem a prescrição dos cuidados de Enfermagem – feita privativamente pelo enfermeiro, porém, executada por toda a equipe de Enfermagem. Viabilizar um estado de saúde cada vez melhor para o paciente, através das etapas subsequentes do processo de enfermagem. Observações importantes para realização do Exame Físico: 1 – Explicar todo o procedimento antes do início do exame, sanando dúvidas durante o mesmo, se necessário; 2 – Lugar bem iluminado, para não dificultar a identificação de possíveis alterações; 3 – Preparar todo material a ser utilizado, evitando saída e entrada do avaliador; 4 – Aguardar o consentimento do cliente; 5 – O cliente deve estar confortável e relaxado, para colaborar com o examinador; 6 – Respeitar a privacidade do cliente, expondo apenas a região do corpo a ser examinada, lembrando uma de cada vez; 7 – Não tocar no paciente com as mãos frias, sujas e unhas compridas, evitando assim desconforto, contaminação e lesões; 8 – Realizar o exame no sentido céfalo-caudal (cabeça → pés); 9 – O paciente é um todo, então, examiná-lo completamente, mas atentar para região de maior queixa; 10 – Em órgãos pares (olhos, rins e outros), deve-se iniciar pelo lado não afetado; 11 – Atentar às manifestações queixosas verbais e não verbais do paciente; 12 – Não permitir que haja interrupção nem interferência de qualquer que sejam as pessoas, o que poderá interferir no resultado final da avaliação, a menos que seja uma situação de urgência, emergência ou outra que justifique; 13 – Em órgãos parecidos, como os pulmões, fazer percussão comparada, isto é, percutir um lado e depois o outro na região correspondente. 14 – Ética quando encontrar alterações, evitando expressão verbal ou não verbal; 15 – Sempre usar biombos no caso de enfermaria, e em quarto privado fechar a porta. MÉTODOS PROPEDÊUTICOS: Em exceção do exame físico geral, a ordem para a realização do exame físico abdominal é: inspeção, ausculta, palpação e percussão. É muito importante a ausculta antes da palpação devido à geração de ruídos hidroaéreos que esta causa. 1 – Inspeção: É o ato de observar. Para este método se usa a visão, avaliando aspecto, cor, tamanho, movimentos das mais diversas áreas corporais, forma, postura, expressão facial (não verbal), lesões cutâneas, existência de caracteres e outros equipamentos 7 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - instalados (monitor, oxímetro e etc.). Ela deve ser panorâmica e também localizada a fim de se observar cuidadosa e holisticamente o paciente. A inspeção realizada com o paciente em repouso é chamada de estática. E a dinâmica é quando o paciente está em movimentos corporais. A inspeção inicia-se na observação geral do cliente, isto é, nível de consciência, condições de higiene, estado nutricional e de hidratação, estatura, postura, atividade motora, cor da pele, tipo de fala e humor. 2 – Percussão: É a avaliação dos sons gerados por meio de golpeamento (batidas leves) realizado em determinada superfície do corpo, segundo Jarvis (2002). A percussão é utilizada quando o examinador deseja saber se a região examinada possui no seu interior ar, líquido ou se são sólidos. Por meio da movimentação de tecidos subjacentes são produzidos sons audíveis e vibrações palpáveis que podem ser distinguidas pelo enfermeiro. É usada para delimitar órgãos, detectar presença de líquido ou ar e perceber formações fibrosas dos tecidos. Os sons podem se diferenciar em: Maciço: transmite sensação de dureza e resistência. Obtido em regiões onde não há ar, como por exemplo, o músculo, fígado, coração, rins e baço; Submaciço: neste há pequena quantidade de ar. É a variação do som maciço; Timpânico: neste existe ar, além de membrana flexível, que há a sensação de elasticidade. Como por exemplo: o estômago; As técnicas usadas são: Percussão digito-digital: no local correto, golpear a superfície da segunda falange do dedo médio ou indicador da outra mão, que deve estar com os mesmos dedos apoiados. O golpe não deve ser dado com a polpa, mas com toda a borda ungueal. Percussão direta: com as pontas dos dedos golpearem diretamente a região, com os dedos em forma de martelo. O golpe deve ser dado articulando-se o punho; Punho-percussão: este é para sensação dolorosa na região dos rins. Com a mão fechada, usando-se a borda cubital, golpeiam-se a região lombar de ambos os lados da coluna vertebral; Percussão com a borda da mão: golpeia-se a região desejada com a palma da mão aberta e voltada para cima. Também usada para sensação dolorosa nos rins; Percussão por piparote: Utilizando uma das mãos, o profissional dá pequenas pancadas no abdome com a extremidade do dedo médio apoiada sobre o polegar e soltando com força (petelecos), enquanto a outra mão, contra lateral, capta ondas líquidas que chocam com a parede abdominal. 8 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - 3 – Palpação: É o ato de palpar. É utilizado o tato como instrumento, objetivo é explorar a superfície corporal. Há dois modos: superficial e profunda, e é possível em ambas obter impressões. A palpação investiga alterações de textura, tamanho, forma, consistência, sensibilidade (tátil, térmica e dolorosa), elasticidade, temperatura, posiçãoe característica de cada órgão, resistência muscular, presença de frêmitos, edemas e massa. Conforme as formas e locais a serem palpados e daquilo que se pretende investigar, a palpação pode ser: Mão espalmada: usa-se a palma de uma das mãos ou de ambas as mãos – assim se verifica a expansibilidade pulmonar, por exemplo, além de se avaliar também a simetria de tórax e mamas. Mão em garra: usa-se esta técnica para palpação dos linfonodos. Mãos em sobreposição: uma mão se sobrepõe à outra. Palpação com os dedos em pinça: usa-se o polegar e o dedo indicador para, por exemplo, verificação de turgor cutâneo. Digita-pressão: utiliza-se a polpa digital do polegar ou do dedo indicador para pesquisa de edema, dor e avaliação da circulação sanguínea cutânea. Fricção com algodão: aqui se verifica a sensibilidade tátil do paciente. Com um pedaço de algodão seco, roça-se a pele com muita leveza e se observa reação. Palpação bimanual: uma das mãos aproxima a estrutura a ser examinada e a outra faz a palpação. Esta técnica é bem empregada no exame do abdome. Puntipressão: aplicando-se objeto pontiagudo, mas não-cortante, em alguma parte do corpo, verifica-se a sensibilidade dolorosa. Dorso da mão: é possível verificar a temperatura corporal, que deverá ser confirmada com a utilização do termômetro a fim de se obter um valor preciso da temperatura do paciente. 4 – Ausculta: Este método é utilizado para identificação dos ruídos normais e anormais produzidos pelo organismo. É utilizado o sentido da audição, além do instrumento chamado estetoscópio. Serão examinados: pulmões, coração, artérias, intestinos. Segundo Posso (1999), “os tipos de sons variam, de acordo com o órgão auscultado (por exemplo, o pulmão: murmúrios vesiculares; o coração: bulhas cardíacas; o intestino: ruídos hidroaéreos) e são caracterizados quanto à duração, intensidade, altura, ritmo e timbre”. Os sons anormais, segundo Murta (2006), são denominados ruídos adventícios. 9 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - ROTEIRO PARA REALIZAÇÃO DO EXAME FÍSICO Deve-se avaliar: Estado geral: Características como respiração em ar ambiente ou em ventilação mecânica, eupneico ou não, acompanhado ou não, verbaliza ou não, sedado ou não, demonstra apatia, torpor, ansiedade, etc. Estado mental: Este tem objetivo de obter dados do estado cognitivo do paciente. Deve-se avaliar principalmente a orientação quanto ao tempo e espaço, a memória, a habilidade em cumprir tarefas e a linguagem do paciente. Tipo morfológico: Segundo Barros, “os indivíduos são classificados como brevilíneo, normolíneo e longilíneo”. E algumas patologias estão associadas ao biótipo do indivíduo. Dados antropométricos: Verificar peso e altura do cliente Postura e locomoção: Deve-se estar atento a postura do paciente no leito, bem como ritmo, amplitude e natureza dos movimentos. Atentar para a caminhada (marcha), se tem dificuldade, bom equilíbrio ou apresenta algum desconforto como claudicação (desequilíbrio físico, como mancar de uma perna), perda de equilíbrio ou outro. Exemplo: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), o paciente modifica sua postura ao sentar volta-se para frente com os braços apoiados. Um cliente com depressão pode adotar postura desleixada, acompanhada de movimentos lentos. Expressão facial (fácies): Pode identificar alterações patológicas. Por exemplo, o portador de síndrome nefrótica apresenta edema (inchaço) palpebral e do rosto. Não somente ao formato do rosto, mas às expressões faciais do paciente, que podem ser indicativas não apenas de patologia, mas de sinal do uso de algum medicamento específico. PELE 10 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - Observar cor, temperatura, textura, turgor, lesões e edemas. Deve-se relatar também o estado de higiene, não só da pele, seus anexos (cabelos e unhas). Cor: pigmentos, melanina, caroteno, icterícia, cianose; Umidade: deve-se observar ressecamento, oleosidade e sudorese; Temperatura: observar calor ou frio, áreas avermelhadas, com sinais de inflamação (importante em áreas com cateter, punções, etc.); Textura: é importante para identificação de possíveis patologias, como é o caso do hipotireoidismo que causa aspereza da pele – áspera ou lisa; Turgor cutâneo: verificar por meio da formação de uma prega cutânea. Ele pode estar normal ou diminuído. Sua alteração está associada a estados de desidratação; Mucosas: observar com rigor, verificando-se coloração e hidratação. A presença de icterícia e descoramento é evidenciada na mucosa ocular e a cianose apresenta-se frequentemente nos lábios e na língua. Anexos da pele – pêlos e unhas: Pêlos: relacionados à maturidade sexual, idade, patologias e uso de algumas medicações; Unhas: são róseas, lisas e convexas. No caso de pneumopatias crônicas, cardiopatias congênitas ou em presença de infecções micóticas, as unhas podem se apresentar deformadas. Verificar: Simetria: se as duas partes de um mesmo segmento são iguais; Integridade: verificar lesão ou ausência de parte de um segmento corporal; Funcionalidade: verificar movimentação, como o: pescoço – extensão, hiperextensão, rotação; Sensibilidade: detectar alteração na pele – sensibilidade tátil e dolorosa. O Exame Físico é céfalo-caudal (ou seja, da cabeça para os pés): Olhos: higiene, campo visual e acuidade visual, fotorreagência; Nariz: higiene, deformidade, lesões, desvios do septo; Orelha externa: higiene, acuidade auditiva, cerume, lesões. Boca: higiene, umidade, lesões, problemas e ausência de elementos dentários, hálito; Tronco: higiene, elasticidade e expansibilidade torácica, lesões ou cicatrizes. Auscultar pulmão e o coração; 11 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - Abdômen: higiene, forma (plano, flácido, globoso e etc.), lesões ou cicatrizes. Auscultar os ruídos intestinais. Apalpar para sentir distensão. Percutir para detectar a presença de massas, líquidos ou gases. Membros Superiores (MMSS) e Membros Inferiores (MMII): higiene, simetria, movimentação de: extensão, flexão, rotação, abdução, adução e circundação. Verificar as condições da rede venosa. Força e tônus musculares. Coordenação motora fina e grossa. SINAIS VITAIS (SSVV) São indicadores indispensáveis do estado de saúde da paciente, ou seja, indicam o funcionamento básico do organismo. São eles: Temperatura Corporal (T), Frequência Cardíaca (FC) ou Pulso (P), Frequência Respiratória (FR), e Pressão Arterial (PA). Esses quatro itens, acrescido da dor, formam os cinco sinais vitais, que indicam a capacidade do organismo para controlar a temperatura corporal, manter o fluxo sanguíneo e oxigenar os tecidos corporais, perante alterações ambientais, agentes de stress físico e psicológico (Elkin, Perry, & Potter, 2000). Por esse motivo, os profissionais de enfermagem precisam: Conhecer os valores normais dos sinais vitais; Saber correlacionar os dados obtidos, porque são eles que refletem a inter- relação dos sistemas do organismo. 1 – Temperatura (T): é produção ou perda de calor contínuo do corpo. O padrão para um adulto é que a mesma esteja entre 36,0ºC a 38ºC, porém, em atividades físicas intensas, pode aumentar para 38ºC a 40ºC (Berne & Levy, 2005). Para verificar a temperatura, o termômetro deve ser colocado na axila e o braço deve ser mantido firmemente apertado contra o tórax, durante quatro minutos ou até soar o aviso sonoro (Elkin, Perry, & Potter, 2000). Esse é o método mais comum. Valores de referência da temperatura: Temperatura axilar: 37ºC Temperatura oral: 36,5ºC Temperatura timpânica: 36,5ºC Temperatura retal: 37,5ºC Terminologia12 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - Normotermia: temperatura dentro do padrão Afebril: 36ºC a 38ºC Hipotermia: temperatura abaixo do padrão (<35°C) Hipertermia: temperatura acima do padrão (>38°C) Febre ou Pirexia: 38°C a 40°C; Hiperpirexia: acima de 40ºC Padrões de febre: Sustentada: mantida a 38°C. Intermitente: a (T) volta ao normal pelo menos 1x em 24h. Remitente: abaixa, mas não volta ao normal. Recidivante: varia entre faixas normais e febris em intervalos maiores de 24h. 2 – Pulso ou Frequência Cardíaca (FC): É ondulação exercida pela expansão das artérias, que corresponde aos batimentos cardíacos. O pulso varia em frequência, ritmo e força (filiforme ou cheio). Como fazer: com a ponta dos dedos indicador e médio, palpar a artéria escolhida e contar o número de batimentos por minuto. Locais para verificar pulso: Artéria Temporal; Artéria Carótida; Artéria Axilar; Artéria Braquial; Artéria Radial; Artéria Apical Artéria Femoral; Artéria Poplítea; Artéria Tibial posterior Artéria Pediosa ou dorsal do pé. Variações do pulso: Bebês: 120 a 160 bpm Criança começando a andar: 90 a 140 bpm Pré-escolar: 80 a 110 bpm Crianças em idade escolar: 75 a 100 bpm Adolescente: 60 a 90 bpm Adulto: 60 a 100 bpm Terminologia Normocárdico: batimento cardíaco normal; 13 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - Bradicárdico: batimento cardíaco abaixo do normal Taquicárdico: batimento cardíaco acima do normal Bradisfígmia: pulso lento Taquisfígmia: pulso acelerado Dicrótico: dá a impressão de dois batimentos seguidos. 3 – Respiração ou Frequência Respiratória (FR): É a troca de gases (oxigênio e gás carbônico), feita através da inspiração e expiração. A técnica é observacional, olhando e contando cada inspiração e expiração como uma “respiração”, resultando no número de incursões respiratórias por minuto. Variações da respiração: Recém-nascido: 35 a 40 irpm; Bebê (6 meses): 30 a 50 irpm; Criança começando a andar (2 anos): 25 a 32 irpm; Criança: 20 a 30 irpm; Adolescente: 16 a 20 irpm Adulto: 12 a 20 irpm. Alterações da respiração: Eupneia: respiração normal Bradipneia: respiração lenta Taquipneia: respiração rápida Hiperpneia: respiração alta e intensa Apneia: ausência da respiração Dispneia: respiração dificultada Ortopneia: respiração facilitada quando em pé 14 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - Manômetro Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em ciclos, que aumenta e diminui a profundidade, com períodos de apneia. Quase sempre com a aproximação da morte. Respiração de Kussmaul: inspiração profunda seguida de apneia e expiração suspirante, característica de coma diabético. Respiração de Biot: respirações superficiais durante 2 ou 3 ciclos, seguidos por período irregular de apneia. 4 – Pressão Arterial (PA): É a força exercida pelo sangue circulante sobre as paredes das artérias, que depende da força de contração e relaxamento do coração, sendo estas a sístole e diástole. Material: estetoscópio e esfigmomanômetro. Como realizar o procedimento: Manter o paciente deitado ou sentado, com o braço comodamente apoiado ao nível do coração e descoberto, evitando compressão. Pêra Manguito http://rutyjoana.blogspot.com/2011/10/practica-1-instrumentos-de-diagnostico.html http://rutyjoana.blogspot.com/2011/10/practica-1-instrumentos-de-diagnostico.html http://rutyjoana.blogspot.com/2011/10/practica-1-instrumentos-de-diagnostico.html http://rutyjoana.blogspot.com/2011/10/practica-1-instrumentos-de-diagnostico.html http://rutyjoana.blogspot.com/2011/10/practica-1-instrumentos-de-diagnostico.html http://rutyjoana.blogspot.com/2011/10/practica-1-instrumentos-de-diagnostico.html http://rutyjoana.blogspot.com/2011/10/practica-1-instrumentos-de-diagnostico.html http://rutyjoana.blogspot.com/2011/10/practica-1-instrumentos-de-diagnostico.html http://rutyjoana.blogspot.com/2011/10/practica-1-instrumentos-de-diagnostico.html http://rutyjoana.blogspot.com/2011/10/practica-1-instrumentos-de-diagnostico.html 15 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - Colocar o manguito 2 cm acima da prega do cotovelo (fossa cubital) prendendo-o sem apertar demasiado, nem deixar muito frouxo. Não deixar as borrachas se cruzarem devido aos ruídos que se produzem. Colocar o marcador de modo que fique bem visível. Localizar com os dedos a artéria braquial na dobra do cotovelo. Colocar o estetoscópio no ouvido (curvatura voltada para frente) e o diafragma do estetoscópio sobre a artéria braquial. Palpar o pulso radial. Fechar a válvula de ar e insuflar rapidamente o manguito até o desaparecimento do pulso radial (pressão sistólica). Deve-se inflado 20-30 mmHg acima do ponto de desaparecimento do pulso radial. Apoiar o diafragma do estetoscópio e abrir a válvula vagarosamente. Observar no manômetro o ponto em que são ouvidos os primeiros batimentos ou sons de KorotKoff (pressão sistólica). Observar o ponto em que o som foi ouvido por último ou sofreu uma mudança nítida (pressão diastólica), isto é, desaparecimento dos sons de KorotKoff. Retirar todo o ar do manguito, removê-lo e deixar o paciente confortável. Anotar os valores, lavar as mãos e higienizar e organizar tudo com álcool a 70%. Variações da pressão: Pressão sistólica (contração): 90 a 140 mmHg; Pressão diastólica (relaxamento): 60 a 90 mmHg. Ou seja, a princípio se a PA é de 90x60mmHg ou 140x90mmHg ainda é considerada normal. Apesar da necessidade de levar em conta fatores que influenciam na PA, como exercício recente, exposição ao sol, horário da ultima refeição e etc. Deve se levar em conta também a proximidade (ou não) do valor sistólico e diastólico. Ex. 90 x 80mmHg é PA convergente enquanto 140x60mmHg é PA divergente, o que é ruim, apesar de estarem dentro dos valores “padrões”. Alterações da pressão arterial: Hipotensão: pressão baixa – abaixo de 90 x 60 mmHg; Hipertensão: pressão alta – acima de 140 x 90 mmHg; Normotensão: pressão ideal ou normal – entre 90 x 60 a 140 x 90 mmHg. TÉCNICAS DE LAVAGEM DAS MÃOS 16 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - A higienização das mãos é reconhecida mundialmente como uma medida primária, e muito importante no controle de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). As infecções nesses serviços ameaçam tanto os pacientes quanto os profissionais e podem acarretar sofrimentos e gastos excessivos para o sistema de saúde. Ainda, podem resultar em processos e indenizações judiciais, nos casos comprovados de negligência durante a assistência prestada. As mãos são consideradas ferramentas principais dos profissionais que atuam nos serviços de saúde. Assim, a segurança do paciente nesses serviços depende da higienização cuidadosa e frequente das mãos destes profissionais. Price (1938), num estudo sobre microbiota da pele, dividiu as bactérias isoladas das mãos em duas categorias: residente (agente menos prováveis de infecção, mais difícil de remoção mecânica) e transitória (passível de remoção mecânica por fricção com água e sabão, adquirida por contato com pacientes, pertences e ambiente). A técnica de higienização das mãos objetiva e resulta em: Remoção de sujeira, matéria orgânica, substâncias químicas ou medicamentos; Remoção dos microrganismos transitórios; Diminuição de infecções cruzadas; Proteção do profissional de saúde. A lavagem das mãos sempre deve ocorrer: Antes e após o contato com um paciente; Antes damanipulação de material estéril ou para calçar luvas; Quando houver sujeiras nas mãos e após contato com materiais contaminados ou fluidos corporais; Após a manipulação de medicamentos e alimentos ou objetos pessoais ou próximos ao paciente; Material: água corrente, sabão líquido e papel-toalha. Execução da técnica: 1 – Levantar a alavanca da torneira molhe as mãos sem tocar na pia; 17 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - 2 – Acione o dispositivo de sabão, colocando a quantidade necessária; 3 – Friccione por 20 segundos, cada movimento a seguir: Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si; Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-versa. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa. Esfregar o polegar direito, com auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se movimento circular e vice-versa. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento circular e vice-versa. 4 – O enxágue deve ser feito com ambas as mãos posicionadas com as pontas dos dedos juntas e viradas para cima; 5 – Uma mão por vez enxágue-a iniciando da ponta dos dedos seguindo na direção proximal do antebraço; 6 – Enxágue as mãos em água corrente, sem encostar na pia; 18 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - 7 – Seque com papel toalha e feche a torneira com o mesmo papel-toalha utilizado para secar as mãos, e em seguida, despreze-o no cesto de lixo. Ou, em caso de pia de alavanca, feche-a com o cotovelo. USO DAS LUVAS A finalidade de calçar luvas é diminuir a possibilidade de propagação de agentes infecciosos aos doentes e dos profissionais se contaminarem com produtos orgânicos. Elas têm duas funções básicas: Procedimento: usadas para autoproteção na manipulação de material contaminado e/ou áreas de pele e mucosas infeccionadas do paciente; Esterilizada: usadas para cuidados de enfermagem que necessitam de técnicas assépticas, como sondagem vesical, curativos, aspiração de secreção traqueal e etc. Obs.: As estéreis podem ser encontradas nos tamanhos P, M ou G, ou até mesmo em tamanhos numerados como 6.0 até 9.0. E pode variar de acordo com o fabricante. Procedimentos para calçar e retirar as luvas estéreis: 1 – Retire os adornos e lave as mãos conforme já descrito; 2 – Abra a embalagem principal, coloque o pacote interno em uma superfície limpa e em uma altura confortável para sua abertura e manipulação; 3 – Para abrir o pacote interno segure nas abas do embrulho e abra para os dois lados, expondo as luvas corretamente a sua frente, sem tocar o interior do embrulho; 4 – Com sua mão não dominante, segure a luva pela sua face interna, ou seja, face onde a luva irá entrar em contato com sua pele (na dobra do punho, que vem dobrada propositalmente). Enquanto estiver sem luvas, segure apenas pela face interna. 5 – Introduza os dedos da mão dominante, tentando ajustá-los internamente. Se os dedos ficarem mal posicionados dentro da luva, ajeite-os ao final com ambas as mãos calçadas (é muito arriscado contaminar tentando arrumar a posição dos dedos). 19 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - 6 – Introduza até que sua mão entre completamente na luva, sempre a segurando pela face interna. Você calçou a primeira luva, logo, com esta mão não podemos tocar em lugares que não sejam estéreis, sejam eles a nossa pele, fômites, superfícies e etc. 7 – Com a mão enluvada, segure a outra luva pela face externa (ou seja, por dentro da dobra do punho) e retire-a do envelope. 8 – Calce sua mão não-dominante, mas agora, atentando para não tocar com a mão já enluvada na pele da mão que está calçando ou em locais não-estéreis. 9 – Ajeite as luvas externamente com as mãos enluvadas, ajeitando os dedos corretamente e melhorando o calçamento nas mãos. Evite manipular a luva na região dos punhos, caso esta não possua mais as dobras de segurança. Para retirar as luvas, os procedimentos são os seguintes: 1 – Com a mão direita, segure o lado externo do punho da luva da mão esquerda e puxe- o, deixando a luva do avesso; 2 – Com a mão esquerda, segure o lado interno do punho da luva da mão direita e puxe- o, deixando a luva do avesso. 20 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - ARRUMAÇÃO DE CAMA É a distribuição e ordenação das roupas hospitalares, visando proporcionar conforto, segurança e bem estar ao paciente, sendo essencial na manutenção e recuperação da saúde, além de manter a Unidade com um aspecto agradável. Deve-se lembrar que o leito deve ser trocado quantas vezes forem necessárias durante o plantão, e preparado de acordo com sua finalidade. Existem três tipos: cama fechada, cama aberta e cama de operado. A – Cama Fechada: não está ocupada por paciente nenhum, está fechada para a entrada de um novo paciente. É arrumada depois da limpeza terminal. Separe o material necessário: 2 lençóis; 1 cobertor (optativo); 1 lençol móvel; 1 impermeável (optativo), 1 colcha, 1 travesseiro, 1 fronha e hamper. A B 21 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - C D Sequência de arrumação da cama hospitalar (A – B – C – D). Cama Fechada B – Cama Aberta: o paciente continua na unidade, e é feita diariamente, utilizando o mesmo material da cama fechada. Porém, devemos considerar duas situações de arrumação de cama aberta: sem paciente ou com paciente acamado. Sem paciente: 1 – Retire a colcha e coloque no hamper; 2 – Coloque as roupas limpas do mesmo jeito da cama fechada; 3 – Proceder do jeito da cama fechada, com uma diferença: faça uma dobra em diagonal com o lençol, o cobertor e a colcha; 4 – Troque a fronha e mantenha o travesseiro sobre a cama. Com o paciente acamado: 1 – Retire as roupas sujas e coloque no hamper, deixando o paciente somente com o sobre lençol; 2 – Peça a colaboração do paciente, orientando quanto às mudanças de posição necessárias para colocar as roupas. Vire-o para o lado oposto à cadeira com as roupas de cama; 3 – Dobre as peças de roupa, deixando exposta a metade do colchão; 22 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - 4 – Estenda as roupas limpas, seguindo a sequência; o sobre lençol deve ficar na parte lateral da cama; 5 – Vire o paciente para o lado limpo, retirando o sobre lençol sujo e simultaneamente colocando o limpo; 6 – Retire o lençol móvel e o lençol de baixo e coloque no hamper; 7 – Complete a arrumação da cama. Cama Aberta C – Cama de Operado É para receber pacientes submetidos a cirurgias. Usa-se o mesmo material da cama fechada, acrescentando mais um lençol. A sequência é: 1 – Retire as roupas sujas e coloque no hamper; 2 - Coloque a roupa limpa no espaldar da cadeira na ordem de uso; 3 – Coloque o lençol de baixo, o impermeável e o lençol móvel, de acordo coma técnica de cama fechada; 4 – Coloque o lençol sobre o cobertor e a colcha, que devem ficar solto. A parte da cabeceira e a dos pés da cama deverá ser, dobrados e a partelateral deverá ser enrolada; 5 – Dobre o lençol extra em forma de leque e coloque na cabeceira (para proteção do lençol de baixo no caso de vômito ou salivação excessiva); 6 – Coloque o travesseiro verticalmente aos pés da cama ou sobre a cadeira. Observações importantes: Não deixe as roupas de cama tocar no uniforme e o mobiliário; Não colocar as roupas de cama sujas ou limpas no chão e nem arrastá-las no chão; Não sacudir as roupas de cama; Não alisá-las, e sim ajeitá-las pelas pontas; Em dia de frio, manter o paciente aquecido com a colcha e/ou o cobertor; 23 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - Não fazer, mas caso tenha que dar nó no lençol de baixo, não esquecer de desfazê-lo quando retirar o lençol da cama; Lembrando que alguns hospitais usam lençol de baixo com elástico. Cama de Operado HIGIENE DO PACIENTE É conjunto de práticas de limpeza, que preserva e recupera a saúde, como também prevenção de doenças. Essa prática envolve: a higiene ocular e oral, o banho total ou parcial, os cuidados com os cabelos, além de ações como cortar unhas, limpar pavilhões auriculares e etc. Para os pacientes a higiene passa a ser muito importante devido o risco de contaminação e infecção, eles estão sujeitos aos problemas como: vômitos, diarreia, transpiração excessiva, tempo prolongado na cama e incapacidade de se cuidar nesse aspecto. A higiene promove ao paciente bem-estar físico e psicológico, contribuindo assim, para redução da incidência de infecções. Objetivos: Promover conforto e bem-estar; Manter a higiene; Preservar a saúde; Melhorar a auto-estima do paciente; Evitar infecções. Para toda prática de higiene do paciente, deve-se: 1 – Separar todo material e colocar sobre a cabeceira; 2 – Lavar as mãos e calçar as luvas de procedimentos; 24 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - 3 – Explicar o procedimento; 4 – Expô-lo somente o necessário. 1 – Higiene Ocular: Material: Ampolas de SF a 0,9% Gaze Cuba rim Procedimento: Embeber a gaze com soro fisiológico; Separar as pálpebras com os dedos polegar e indicador; Pedir ao paciente que olhe para cima; Remover delicadamente a secreção ocular, partindo da parte interna do olho; Repetir o procedimento quantas vezes necessárias, trocando a gaze ou dobrando; Desprezar o material usado e organizar o local; Lavar as mãos; Fazer as anotações necessárias. Observações: Compressas úmidas e pomada ou colírio prescrito, deve ser utilizado em pacientes comatosos, que tem a finalidade de proteger a córnea; Usar uma gaze para cada olho; Não esfregar as pálpebras. 2 – Higiene Oral: São todos os preparos realizados na higiene ocular, com algumas diferenças, que são: Material: Material próprio: creme dental, fio dental, escova, flúor e etc. OU Toalha/atadura para proteger tórax e pescoço; Espátula Gaze 25 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - SF a 0,9% ou Cuba rim Procedimento: considerando o grau de dependência do paciente: Disponha o material ao alcance dele para sua própria higiene ou; Ajude-o (ou o faça) a escovar os dentes com a gaze enrolada na espátula, limpando a face externa e interna de todos os dentes, escovando da gengiva para os dentes e a parte correspondente às superfícies de mastigação; escove em seguida a língua, com movimentos da base para a ponta; ofereça água para o bochecho e aproxime a cuba rim para cuspir a água. Cuidados com a prótese dentária: caso o paciente não as esteja usando, guardá-las sempre com identificação. A higiene oral deve ser feita pela manhã, após as refeições e várias vezes ao dia em paciente com hipertermia, entubados, inconscientes e em jejum. Nos lábios ressecados é ideal usar manteiga de cacau ou vaselina. Como deve ser feito: Escovar com pasta dentifrícia ou sabão; Enxágue com água fria; 3 – Higiene dos Cabelos e do Couro Cabeludo: 1 – Explique o procedimento, cerque-o com biombo, separe o material e aparamente-se com EPIs. EPI: capote, luva, máscara, óculos de proteção. Material: lençol para coxim, impermeável, xampu/creme/e etc., toalha, jarra d’água, balde, pente ou escova. 2 – Faça um coxim em volta da cabeça do paciente, formando um “C”, cuja parte aberta aponte para o balde, posicionado na beira do leito. 3 – Forre o coxim com o impermeável, para que guie a água para o balde, sem invadir outras áreas (devido ao coxim). 4 – Posicione a cabeça do paciente dentro do “C” e direcione os cabelos para a parte aberta do C. 5 – Proteja os ouvidos do paciente com bolas de algodão. 6 – Molhe o cabelo e couro cabeludo. 7 – Com o xampu ou sabonete massageie o couro cabeludo; 8 – Enxágue bem para remover todo o produto do couro cabeludo, cabelos e da área de higiene. 9 – A água estará caindo no balde, na beira do leito. Atente-se para não deixar transbordar. 10 – Enxaguado, retire o impermeável molhado e o coxim limpo e forre a cabeceira com a toalha. 11 – Seque os cabelos e couro cabeludo, penteie-os. 12 – Reposicione o travesseiro (com a fronha limpa). 26 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - 13 – Recolha o material e arrume o ambiente. Observações: Verificar se a alguma contraindicação para o paciente (produtos ou cirurgia na cabeça ou pescoço); Se todo trabalho for realizado por dois profissionais é melhor; Lembrar que um cabelo bem cuidado melhora a aparência e influencia na auto- imagem. 4 – Higiene Corporal: Muitas vezes o banho proporciona bem-estar, estimula a circulação, remove odores, abre os poros, e é uma boa oportunidade, para observação do estado da pele e para a verificação de anormalidades, como úlceras de pressão, erupções e edema. A falta do banho pode piorar o estado do cliente, e representa o principal recurso para a manutenção da integridade da pele, a qual constitui barreira de proteção contra infecções e lesões dos tecidos. Tipos: De chuveiro ou “de aspersão”; De imersão: na banheira, paciente totalmente imerso, exceto a cabeça (para crianças); No leito: indicado para pacientes acamados; Banho com auxilio do profissional. A – Banho de chuveiro ou “de aspersão”: É o banho para o paciente que vai fazê-lo sozinho. Não somente para higiene pessoal, mas muitas das vezes será a única atividade física efetiva que ele terá dentro do hospital; e passa a ser uma peça importante no tratamento para recuperação da saúde. O paciente pode fazê-lo de duas formas: deambulando, com ou sem auxílio; ou em cadeira higiênica própria para banho (quando o paciente apresenta dificuldade de se movimentar). B – Banho de chuveiro com ajuda: Técnica: 1 – Explique o procedimento antes; 2 – Prepare todo material antes: sabonete, toalha de banho, luva de banho, luva de procedimento, roupas (camisola ou pijama) e cadeira higiênica; 3 – Encaminhe o paciente. Se necessário, apoie-o ou leve-o em cadeira higiênica; 27 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - 4 – Coloque todo material com facilidade do paciente pegá-lo; 5 – Antes verifique a temperatura da água; 6 – Se o paciente não tiver condições de permanecer em pé, sente-o em cadeira ou banquinho no chuveiro, colocando uma toalha no assento para ele não escorregar; 7 – Devemos auxiliar quando for necessário, mas devemos estimular a participação de paciente; 8 – Após o banho, ajude-o a vestir-se, protegendo-o de acordo com a temperatura ambiente: 9 – Recolha tudo e deixe em ordem o local. Observações: Somente oriente o paciente se ele tem condição de praticar o auto-cuidado; Peça para ele não trancar a porta, explicando o objetivo do procedimento; Observe se paciente fica cansadoquando deambula, sendo assim, deixe uma cadeira no box; Se tiver curativos contaminados ou com sangue, forre o local com plástico e fita adesiva; Se for mulher, caso esteja menstruada, realizar higiene íntima antes; Se o paciente estiver com venóclise, controlar o gotejamento antes e após o banho e providenciar para que o cateter venoso não seja molhado (idem para drenos); Explique a necessidade de estar sempre chinelos ou pró-pé; Só transporte o paciente totalmente vestido ou protegido com roupão. C - Banho no leito: Deve realizar das seguintes formas: 1 – Separar todo o material: EPI: luvas de procedimentos, capote, máscara e óculos de proteção. Material: sabonete, desodorante, jarros com água morna, bacia, panos de banho ou algodões, toalhas de banho e de rosto, hamper, roupa de cama e camisola ou pijama, biombo; 2 – Aparamente-se com os EPI, explique tudo e cerque o ambiente com biombo e traga o hamper para perto; 3 – Desocupe a mesa de cabeceira para colocar o material de banho e roupas de cama e do paciente da cadeira do acompanhante, na ordem de uso; 4 – Ofereça comadre ou papagaio. Se não for usar, afaste-o. Se usá-lo, leve para desprezar. 5 – Solte as roupas de cama sujas; 6 – Coloque a toalha de rosto sobre o peito do paciente; 7 – Passe o pano de banho molhado no rosto, orelhas e pescoço. Passe o pano de banho com sabonete; enxágue e enxugue com a toalha. 8 – Lave os braços, axilas, tórax e abdômen, enxaguando-o após ensaboá-lo. 28 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - 9 – Lave as pernas do paciente da mesma forma. 10 – As mãos e os pés são lavados na bacia, mergulhando-os, ensaboando-os e enxaguando-os. 11 – Coloque o paciente em decúbito lateral e lave das costas ao quadril, é o momento de observar a existência de escaras de decúbito, depois enxágue e enxugue; 12 – Faça uma massagem com talco ou creme, é bom para a circulação. 5 – Higiene Íntima: 1 – Em decúbito dorsal, coloque a comadre sob o quadril e ofereça o pano e banho ensaboado para enxaguar a parte perineal ou os genitais; 2 – Caso o paciente não consiga realizar a higiene íntima, faça por ele, utilizando gazes umedecidas e ensaboadas; trocar as gazes sempre que necessário. No caso de mulheres, lave sempre da região pubiana para baixo, desprezando a gaze em cada movimento (nunca retornar com a mesma gaze); Ao terminar o banho, o paciente fica em decúbito lateral. Momento em que se empurra o lençol sujo e começa a colocar o limpo, ficando metade da cama coberta por cada um. O paciente troca de decúbito lateral, o que viabiliza a continuação da troca do lençol. Vista-o, passe hidratante, penteie-o e faça mais o que for necessário. Observações importantes: Sempre verifique antes a temperatura da água; Respeitar a privacidade do paciente; Retirar o excesso de sabão, principalmente nas genitais; Manter o pano de banho sempre limpo; Sempre que necessário repetir os procedimentos em cada parte do corpo; Secar bem locais como: axilas, espaços interdigitais, região inguinal e genital. Material essencial para os banhos: Balde de inox Jarro de inox Cuba-rim Bacia PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO São áreas de tecido não íntegro, causada por falta de circulação da parte lesada. 29 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - É causada por compressão direta sobre o local de encontro com a superfície do colchão, cadeira, aparelho de gesso e etc., que reduz o fluxo sanguíneo, prejudicando a nutrição e a oxigenação da área. Elas se formam com facilidade no paciente acamado e que não se movimenta. Sinais de uma lesão por pressão: O começo é uma vermelhidão local, que evolui para inchaço com rubor e calor; Depois fica arroxeada e forma uma úlcera. As áreas mais vulneráveis são aquelas com proeminências ósseas, que comprimem e fazem cisalhamento em superfícies, como cama, cadeira de rodas e etc. São exemplos: cóccix, quadris, joelhos, tornozelos, nuca, orelhas e calcâneo. Locais de maior incidência de Lesão por Pressão Fatores que contribuem para a formação de lesões por pressão: Emagrecimento; Desnutrição; Anemia; Idade avançada; Falta de higiene; Obesidade; Abafamento do local; Desidratação; Imobilização do paciente; Infecção; Prevenção de Lesões por pressão: 1 – Higiene da pele; 2 – Utilizar fraldas descartáveis; 3 – Lavar sempre que o paciente evacuar ou urinar; 4 – Incentive a ingestão frequente e regular de líquidos; 5 – Atenção especial os pacientes obesos e mamas volumosas; 6 – Mantenha constantemente a distribuição da pressão; 30 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - 7 – A mudança deve ser feita a cada 2 horas em pacientes que não possam se mover sozinho; 8 – A roupa de cama deve estar sempre limpa, esticada e livre de migalhas; 9 – Faça uso: de colchão de água, coxins, travesseiros e etc.; 10 – Estimule a movimentação quando puder; 11 – Toda a atenção às áreas de pressão; 12 – Leve em consideração o conforto do paciente durante a execução de procedimentos; 13 – Observe a alimentação do paciente, para garantir a oferta de uma dieta equilibrada. Observações importantes: Vigilância com pacientes com alteração na pele e à identificação de pacientes de alto risco; No caso de lesões por pressão existentes, seguir orientações do enfermeiro (a). MOVIMENTAÇÃO ATIVA E PASSIVA 1 – Ativa: é quando o paciente realiza movimentos gastando energia e fazendo esforço para exercitar seus músculos ativamente. 2 – Passiva: O paciente é movimentado pelos profissionais do hospital. Esses ficam no leito por tempo prolongado, o que acarreta uma série de complicações, como: atrofia muscular, complicações pulmonares e circulatórias. Tipos de Movimentos utilizados: Abdução: afastamento de uma parte da linha central do corpo; Adução: aproximação de uma parte para linha central do corpo; Flexão: curvar ou dobrar; Extensão: estender ou esticar; Rotação: girar em ângulo de 90º; Circundação: girar em ângulo de 360°. Supinação: virar para cima; Pronação: virar para baixo; Observação: O paciente tem seu limite, portanto deve-se evitar a fadiga e a dor durante os exercícios. AUXÍLIO À DEAMBULAÇÃO 31 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - É colocar o paciente acamado em pé para andar ou passear; deve ser estimulada logo que seja clinicamente possível, mesmo que alguns pacientes precisem carregar consigo o suporte de soro, frascos de drenagem e etc. TRANSPORTE DO PACIENTE É quando o paciente precisa ser levado para cirurgias, exames, banho e passeio. Dependendo do paciente e local deve precisar de outras pessoas. Para realizar o transporte é necessário: cadeira de rodas, cobertor (se necessário), travesseiro, roupão, lençol e chinelo. RESTRIÇÃO DE MOVIMENTOS É um procedimento utilizado para limitar os movimentos do paciente a fim de protegê-lo das quedas, bem como para a manutenção de sondas, coletores, curativos, soros ou ainda para a execução de alguns exames ou tratamentos. Material: lençol, esparadrapo, ataduras de crepe, tala acolchoada e algodão ortopédico ou compressa. Observações: Somente quando for muito necessário fazer a restrição do paciente; Fazendo a restrição, deve manter a vigilância constante do paciente; Não apertar muito as faixas; As restrições deverão ser feitas com muito cuidado e atenção para não complicar o estado do paciente. Restrição de movimentos: tórax, mãos e joelhos. CLIENTE/PACIENTE INTERNADO Um pacienteé considerado “internado” quando, depois de admitido no hospital, ocupará um leito por um período superior a 24 horas e será submetido a tratamentos clínicos, cirúrgicos ou outros tratamentos específicos. Para isso, uma ampla equipe multiprofissional está a postos 24 horas. 32 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - No processo de internação, as rotinas e os procedimentos administrativos referem-se: admissão, alta, transferência e óbito. ADMISSÃO É o momento que o cliente entra no hospital. Neste primeiro momento, o papel da enfermagem é fundamental para ajudar o cliente a se adaptar ao novo ambiente, desconhecido para ele, que gera insegurança e medo. Atualmente, os direitos individuais na área da Saúde têm recebido impulso e valorização consideráveis. Cada vez mais, o cliente exerce sua autonomia, determinando que suas decisões sejam respeitadas, o que implica conhecimento prévio de seus deveres enquanto profissional e dos direitos do paciente, instruções sobre suas condições, seu diagnóstico, tratamento e procedimentos a serem realizados. O cliente deve ser orientado pela equipe multiprofissional para que decisões sejam acompanhadas de suficiente grau de reflexão. Objetivo: Facilitar adaptação do cliente ao ambiente hospitalar; Proporcionar conforto e segurança. OBS.: O ideal é que seja feito pelo enfermeiro para que proceda à Sistematização da Assistência de Enfermagem. Regras gerais: 1 – Receber o paciente cordialmente, verificando se as fichas estão completas; 2 – Acompanhar o paciente ao leito, auxiliando-o a deitar e dando-lhe todo o conforto possível; 3 – Apresentá-lo aos demais pacientes do seu quarto; 4 – Orientar o paciente em relação à: localização das instalações sanitárias; horários das refeições e rotina do setor; modo de usar a campainha; nome do médico e da enfermeira chefe; 5 – Explicar o regulamento do hospital quanto à: fumo; horário de repouso; horário de visita; 6 – Fornecer roupa do hospital, se a rotina da enfermeira não permitir o uso da própria roupa; 7 – Os pertences do paciente devem ser entregues à família no ato da admissão, se não for possível, colocá-los em um saco e grampear, identificando com um impresso próprio e encaminhar para a sala de pertences; 8 – Preparar o paciente em relação aos exames a que será submetido, a fim de obter sua cooperação; 9 – Fazer o prontuário do paciente; 33 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - 10 – Realizar o exame físico e verificar SSVV, e preencher e fazer as anotações necessárias; 11 – Anotar no relatório de enfermagem a admissão; 12 – Anotar no Relatório Geral a admissão e o censo diário. 13 – Comunicar o Serviço de Nutrição e Dietética (SND) e demais serviços; UNIDADE DE INTERNAÇÃO É o conjunto de elementos destinados à acomodação do paciente internado, que engloba facilidades adequadas à prestação dos cuidados necessários e um bom atendimento. A Unidade pode apresentar quarto ou enfermaria. Pode também ser complexa quanto à assistência requerida e do número e qualificada na especialização, como por exemplo, Unidade de Terapia Intensiva e Berçário. Objetivos das Unidades: Proporcionar ao paciente um ambiente adequado à sua rápida recuperação; Oferecer à equipe de saúde condições para um bom desempenho de suas funções. Dependendo da estrutura e rotinas de funcionamento, o hospital terá suas diferenças, mas existem elementos básicos que são comuns e indispensáveis a qualquer tipo de unidade de internação, listados a seguir: Quarto de internação, com um ou dois leitos; Enfermaria destinada à internação, com três a seis leitos; Posto de enfermagem, com execução de atividade técnicas e administrativas; Rouparia para roupas vinda da lavanderia; Sala de expurgo: desinfecção e guarda dos utensílios utilizados na assistência ao cliente; Copa Banheiro dos pacientes podendo ser individual ou coletivo, dependendo se for para quarto ou enfermaria; Banheiros de funcionários. Dependendo da especialidade médica do hospital, a Unidade poderá ter: unidade de internação de clínica médica; clínica cirúrgica; unidade feminina ou masculina; unidade de tratamento intensivo; unidade de doenças infecciosas e etc. UNIDADE DO PACIENTE 34 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - É o espaço físico e no mobiliário necessário para sua acomodação durante a internação. É composto por: cama hospitalar com colchão, mesa de refeição, mesa de cabeceira, escadinha, cadeira, ponto de oxigênio (O2, vácuo e ar comprimido), campainha e luz de cabeceira. Unidade do Paciente LIMPEZA HOSPITALAR É o processo de remoção de sujidades de superfícies do ambiente, materiais e equipamentos, mediante a aplicação e ação de produtos químicos, ação física, aplicação de temperatura ou combinação de processos. Ao limpar superfícies de serviços de saúde, pretende-se proporcionar aos usuários um ambiente com a menor carga de contaminação possível, contribuindo na redução da possibilidade de transmissão de patógenos oriundos de fontes inanimadas, através das boas práticas em higiene e limpeza hospitalar. Segundo Torres, “a limpeza da unidade do paciente, antes exclusiva da enfermagem, já vem sendo realizada em muitas instituições por funcionários do Serviço de Higiene que por sua vez, encontram-se interligados diretamente ao serviço de Hotelaria Hospitalar. Esta transição envolve redefinição de cargos e funções, cujo no novo modelo de gestão de algumas instituições de saúde, a capacitação para as novas funções já vem sendo feita e implantadas com sucesso”. A figura do enfermeiro é essencial no processo de capacitação, considerado o pilar de sustentação do embasamento científico para as boas práticas dos processos de limpeza. 35 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - Limpeza diária ou limpeza concorrente É o processo de limpeza realizado diariamente em diferentes dependências: unidade do paciente, piso de quartos e enfermarias, corredores, saguões, instalações sanitárias, áreas administrativas e etc. A limpeza concorrente é úmida e menos completa quando comparada à limpeza terminal, não envolvendo a utilização de máquinas para limpeza do piso. Explicar o procedimento ao paciente; Lavar as mãos; Calçar luva de procedimento; Preparar pano úmido para a limpeza; Abrir a porta e janelas para renovar o ar ambiente; Passe o pano úmido na cabeceira e nos pés da cama; Limpe a mesa de refeição; Retire os objetos da mesa de cabeceira, colocando-os na mesa de refeição e proceda à limpeza; Recoloque os objetos nos seus devidos lugares; Retire as luvas e lave as mãos; Mantenha o material em ordem. Limpeza de unidade terminal É o processo de limpeza que ocorre em todas as superfícies horizontais e verticais de diferentes dependências, incluindo parede, vidros, portas, pisos e etc. No piso, a limpeza é mais completa quando comparada à concorrente, sendo realizada através de máquina. A periodicidade depende da área onde a limpeza é realizada, sendo que em quartos e enfermarias, ocorre após a alta, óbito ou transferência do paciente. Já em centro cirúrgico, por exemplo, a frequência da limpeza é sempre diária, tanto para a limpeza concorrente como para terminal. 1 – Lave as mãos; 2 – Preparar o material necessário (jarro com água, bacia, balde, sabão, hamper, panos de limpeza e luvas) e leve-o para a unidade; 3 – Abra porta e janelas; 4 – Desocupe a mesa de cabeceira; 5 – Calce as luvas; 6 – Retire a roupa de cama e coloque-a no hamper, evitando movimentos bruscos; 7 – Coloque o material sobre a cabeceira e o balde na escadinha; 8 – Limpe a mesa de cabeceira e de refeição por dentroe por fora; 9 – Limpe um dos lados do travesseiro e coloque-o sobre a mesa de cabeceira; 10 – Abra o impermeável (oleado) sobre o colchão e limpe a parte exposta. Limpe-o e coloque sobre o travesseiro e limpe o restante do impermeável; 36 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - 11 – Limpe a parte superior e lateral do colchão, no sentido da cabeceira para os pés da cama; dobre-o e limpe a parte exposta; 12 – Limpe toda a cama: cabeceira, estrado e a parte interna da cama; 13 – Vire o colchão e limpe a outra metade; 14 – Limpe os pés da cama e o estrado e acione a manivela ou o controle remoto para limpar a parte interna; 15 – Coloque o material de limpeza sobre a escadinha; 16 – Limpe a cadeira e a escadinha; 17 – Coloque o mobiliário da unidade no seu lugar, recolha, lave e guarde o material utilizado; 18 – Retire as luvas e lave as mãos; 19 – Mantenha o material em ordem. Limpeza em centro cirúrgico A limpeza do Centro Cirúrgico deve ser feita de maneira igual, de forma criteriosa em todas as cirurgias, acreditando que todas são contaminadas. Limpeza Preparatória, antes da cirurgia programada, com panos limpos, com álcool 70% nas superfícies horizontais. Técnica de Limpeza Operatória, durante o procedimento operatório para remover a matéria orgânica que se espalhou além do campo operatório, feita pelo circulante, manter separados os materiais descartáveis dos reprocessados, trocar o hamper sempre que estiver cheio, controlar as técnicas assépticas de todos os que se encontram na sala, por isso é muito importante à função do circulante e a responsabilidade da equipe cirúrgica. OBS.: É realizada em duas situações: limpeza diária ou concorrente e limpeza de unidade terminal. A limpeza imediata é a realizada imediatamente após intercorrências. A limpeza de manutenção ocorre entre a concorrente e a terminal. ALTA DO CLIENTE/PACIENTE É à saída do cliente do hospital ou de determinada unidade de internação, como por exemplo, ala de UTI ou de recuperação pós-anestésica. Devido a implicações legais, a alta do paciente deve ser dada por escrito e assinada pelo médico. Alguns clientes temem a alta por viverem sozinhos ou por medo de assumirem o próprio cuidado. É preciso resgatar a autoconfiança dos indivíduos. A alta deve ser planejada com objetivo de orientar e treinar o cliente para o autocuidado, além de familiares e cuidadores quanto às suas responsabilidades. Cuidados: 37 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - Proporcionar informações seguras para que o paciente possa dar continuidade ao tratamento e recuperação após a alta; Proporcionar segurança e sigilo à documentação do paciente que fica arquivada na unidade e/ou no SPP (Serviço de Prontuário de Paciente); Rapidez no processo de alta. Tipos de alta: 1 – Alta hospitalar ou melhorada; 2 – Alta a pedido; 3 – Alta condicional ou licença médica. Papel da enfermagem no que se refere à alta hospitalar: 1 – Avisar cliente com antecedência; 2 – Oferecer orientação pós-alta; 3 – Avisar a família, tesouraria, Serviço de Nutrição e Dietética (SND) e informações; 4 – Providenciar medicamentos necessários; 5 – Reunir pertences e providenciar roupa; 6 – Orientar repouso, medicamento, dieta, cuidados especiais, retorno ao ambulatório e etc. TRANSFERÊNCIA DO CLIENTE/PACIENTE Consiste na mudança do paciente de clínica, quarto, unidade ou hospital, nas seguintes situações: solicitação médica e/ou da enfermagem, quando há necessidade de tratamento específico, a pedido do próprio paciente, a pedido da administração, por necessidade de vaga ou por falta de tratamento especializado no hospital. Necessário: Impresso de transferência; Prontuário do paciente; Pertences do paciente. Procedimento para transferência: 1 – Confira o preenchimento do impresso, observando os números do quarto, do leito e do andar; 2 – Antes de iniciar a transferência, certifique-se de que a unidade que irá recebê-lo está devidamente preparada; 3 – Informe a chefia da unidade receptora quanto aos dados de maior relevância sobre o estado de evolução do paciente; 4 – Avise o paciente e a família sobre a transferência e dê as orientações necessárias; 5 – Anote a transferência no prontuário e encaminhe-o junto o paciente; 6 – Conduza o paciente em cadeira de rodas ou maca, junto com seus pertences; 7 – Apresente o paciente aos novos companheiros de quarto e às dependências da nova unidade; 38 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - 8 – Em caso de transferência de hospital, deve seguir junto com o paciente uma relação de todos os medicamentos administrados, tratamentos e exames realizados. ÓBITO Consiste na constatação médica do falecimento do paciente. Para realizar os encaminhamentos necessários no caso de óbito, devemos ter em mãos: Impresso referente ao aviso de óbito; Prontuário do paciente; Pertence do paciente. Após a confirmação de óbito pelo médico, observando-se o seguinte: 1 – Anotar no prontuário a hora da morte; 2 – Identificar o corpo; 3 – Preparar os pertences do paciente para serem entregues aos familiares; 4 – Preencher os avisos de óbito e encaminhá-los, segundo a rotina do hospital; 5 – Encaminhar o corpo ao necrotério; 6 – O atestado de óbito só será fornecido após 48 horas de internação, sabendo-se qual a causa da morte, ou se o médico tiver conhecimento anterior do diagnóstico do paciente. PASSAGEM DE PLANTÃO É passado de um turno e o outro; acontecendo com os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Esta passagem de plantão de uma equipe de enfermagem para a outra é feita verbalmente sobre a assistência prestada a cada paciente, as intercorrências, os procedimentos realizados, os que necessitam ser finalizados e os que precisam ser realizados. Ética e postura são fatores importantes neste momento. O ideal é que esse procedimento seja feito no quarto do paciente ou no posto de enfermagem. Esse processo tem como objetivo dar continuidade do atendimento de um turno para outro, por meio de informação corretas e a ajuda na eficiência da atuação da equipe de enfermagem, ganhando tempo e melhorando a qualidade da assistência prestada. Obs.: deve-se sempre ter em mente que um plantão é a continuidade do outro. RESOLUÇÃO COFEN-240/2000 – Revogada pela RESOLUÇÃO COFEN-311/2007 Aprova o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e dá outras providências Capítulo IV – Dos deveres Artigo 25 – Garantir a continuidade da assistência de Enfermagem. Capítulo V – Das proibições Artigo 43 – Abandonar o cliente em meio a tratamento sem garantia de continuidade da assistência. 39 -Introdução aos Fundamentos de Enfermagem I - OBS.: O turno a receber o plantão deve chegar pelo menos 15min antes. No momento da passagem não deve haver brincadeiras e uso de gírias e o tom de voz deve ser baixo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Módulo 5: Risco Ocupacional e Medidas de Precauções e Isolamento. São Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/iras/M%F3dulo%205%20- %20Risco%20Ocupacional%20e%20Medidas%20de%20Precau%E7%F5es%20e%20Is olamento.pdf>. ATKINSON L.D.; MURRAY, M.E. Fundamentos de Enfermagem: introdução ao processo de Enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. BARROS, A. L.B. L. e colaboradores. Avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. São Paulo: Arte Médica, 2003. BEVILACQUIA, F. et. al. Fisiopatologia Clínica. 5.ed. São Paulo: Atheneu, 1995. CAPISANO, H.E. O corpo. Rio de Janeiro: Imago, 1989. COREN/SP. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Limpeza Hospitalar. São Paulo, 2009. Disponível em: < http://portal.coren- sp.gov.br/sites/default/files/Limpeza%20hospitalar.pdf>. DANIELI, L. F. Enfermagem planejada. 3. ed. São Paulo: Pedagógica, 1981. HORTA, W. A. Processos de enfermagem. 5. ed. Rio de Janeiro: Interamericana. JARVIS, C. Exame físico e avaliação de saúde. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. MASON, M. Enfermagem médico-cirúrgica. 3 ed. Interamericana, 1979. POSSO, M. B. S. Semiologia e semiotécnica de enfermagem. Rio de Janeiro: Atheneu, 1999. POTTER, P.; PERRY A. Grande tratado de enfermagem prática. 1 ed. Santos, 1996. ZANON, U.; NEVES. J. Infecção hospitalar. Prevenção, diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro: Medsi, 1987. http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/iras/M%F3dulo%205%20-%20Risco%20Ocupacional%20e%20Medidas%20de%20Precau%E7%F5es%20e%20Isolamento.pdf http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/iras/M%F3dulo%205%20-%20Risco%20Ocupacional%20e%20Medidas%20de%20Precau%E7%F5es%20e%20Isolamento.pdf http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/iras/M%F3dulo%205%20-%20Risco%20Ocupacional%20e%20Medidas%20de%20Precau%E7%F5es%20e%20Isolamento.pdf
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