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Contabilidade Pública -Antonio

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Caderno de Contabilidade Pública 
Dom Alberto
Prof: Antônio Osório Gonçalves
C
iências
ontábeis
ADMINISTRAÇÃO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C122 GONÇALVES, Antônio Osório 
 Caderno de Contabilidade Pública Dom Alberto / Antônio Osório 
Gonçalves. – Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010. 
Inclui bibliografia. 
 
1. Administração – Teoria 2. Ciências Contábeis –Teoria 3. Contabilidade 
Pública – Teoria I. GONÇALVES, Antônio Osório II. Faculdade Dom 
Alberto III. Coordenação de Administração IV. Coordenação de Ciências 
Contábeis V. Título 
 
CDU 658:657(072) 
 
 
 Catalogação na publicação: Roberto Carlos Cardoso – Bibliotecário CRB10 010/10 
 
Página 2
 Apresentação 
 
 
 
O Curso de Administração da Faculdade Dom Alberto iniciou sua 
trajetória acadêmica em 2004, após a construção de um projeto pautado na 
importância de possibilitar acesso ao ensino superior de qualidade que, 
combinado à seriedade na execução de projeto pedagógico, propiciasse uma 
formação sólida e relacionada às demandas regionais. 
Considerando esses valores, atividades e ações voltadas ao 
ensino sólido viabilizaram a qualidade acadêmica e pedagógica das aulas, bem 
como o aprendizado efetivo dos alunos, o que permitiu o reconhecimento pelo 
MEC do Curso de Administração em 2008. 
Passados seis anos, o curso mostra crescimento quantitativo e 
qualitativo, fortalecimento de sua proposta e de consolidação de resultados 
positivos, como a publicação deste Caderno Dom Alberto, que é o produto do 
trabalho intelectual, pedagógico e instrutivo desenvolvido pelos professores 
durante esse período. Este material servirá de guia e de apoio para o estudo 
atento e sério, para a organização da pesquisa e para o contato inicial de 
qualidade com as disciplinas que estruturam o curso. 
A todos os professores que com competência fomentaram o 
Caderno Dom Alberto, veículo de publicação oficial da produção didático-
pedagógica do corpo docente da Faculdade Dom Alberto, um agradecimento 
especial. 
 
 
 
Lucas Jost 
Diretor Geral 
Página 3
PREFÁCIO 
 
A arte de ensinar e aprender pressupõe um diálogo entre aqueles que 
interagem no processo, como alunos e professores. A eles cabe a tarefa de 
formação, de construção de valores, habilidades, competências necessárias à 
superação dos desafios. Entre estes se encontra a necessidade de uma 
formação profissional sólida, capaz de suprir as demandas de mercado, de 
estabelecer elos entre diversas áreas do saber, de atender às exigências legais 
de cada área de atuação, etc. 
Nesse contexto, um dos fatores mais importantes na formação de um 
profissional é saber discutir diversos temas aos quais se aplicam 
conhecimentos específicos de cada área, dispondo-se de uma variedade ampla 
e desafiadora de questões e problemas proporcionada pelas atuais 
conjunturas. Para que isso se torne possível, além da dedicação daqueles 
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, é preciso haver suporte 
pedagógico que dê subsídios ao aprender e ao ensinar. Um suporte que 
supere a tradicional metodologia expositiva e atenda aos objetivos expressos 
na proposta pedagógica do curso. 
Considerando esses pressupostos, a produção desse Caderno Dom 
Alberto é parte da proposta pedagógica do curso da Faculdade Dom Aberto. 
Com este veículo, elaborado por docentes da instituição, a faculdade busca 
apresentar um instrumento de pesquisa, consulta e aprendizagem teórico-
prática, reunindo materiais cuja diversidade de abordagens é atualizada e 
necessária para a formação profissional qualificada dos alunos do curso. 
 Ser um canal de divulgação do material didático produzido por 
professores da instituição é motivação para continuar investindo da formação 
qualificada e na produção e disseminação do que se discute, apresenta, reflete, 
propõe e analisa nas aulas do curso. Espera-se que os leitores apreciem o 
Caderno Dom Alberto com a mesma satisfação que a Faculdade tem em 
elaborar esta coletânea. 
 
Elvis Martins 
Diretor Acadêmico de Ensino 
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Sumário 
Apresentação.......................................................................................................... 
Prefácio................................................................................................................... 
Plano de Ensino...................................................................................................... 
Aula 1 
Contabilidade Pública............................................................................................. 
 
Aula 2 
Características das entidades da administração indireta, órgãos autônomos e 
fundos.................................................................................................................... 
 
Aula 3 
Orçamento Público. Princípios. Tipos de Orçamento. Da elaboração à 
aprovação do orçamento....................................................................................... 
 
Aula 4 
Contabilização da Receita..................................................................................... 
 
Aula 5 
Contabilizações...................................................................................................... 
 
Aula 6 
Contabilizações (continuação)............................................................................... 
 
Aula 7 
Exercício Resolvido................................................................................................ 
 
Aula 8 
Exercício Resolvido (continuação)........................................................................ 
 
Aula 9 
O Plano de Conta.................................................................................................. 
 
Aula 10 
Sistema Financeiro................................................................................................ 
 
Aula 11 
Sistema de Compensação..................................................................................... 
 
Aula 12 
Balancete Patrimonial............................................................................................ 
 
Aula 13 
Balanço Orçamentário........................................................................................... 
 
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Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, 
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”. 
Centro de Ensino Superior Dom Alberto 
 
Plano de Ensino 
 
Identificação 
Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Contabilidade Pública 
Carga Horária (horas): 60 Créditos: 4 Semestre: 7º 
 
Ementa 
Serviço público. Administração pública e campo de aplicação da contabilidade pública. Orçamento público. 
Princípios orçamentários. Receita pública. Despesa pública. Licitações e contratos administrativos. 
Execução orçamentária e controles contábeis. Créditos orçamentários e adicionais. Regime de 
adiantamento. Controle interno e externo. Tribunais de contas. Plano de contas. Sistema de contas. 
Contabilidade analítica. Contabilidade sintética. Lançamentos especiais. Patrimônio e inventário na 
administração pública. Controles e avaliação. Responsabilidade fiscal. Auditoria governamental. 
 
Objetivos 
Geral: Apresentar os fundamentos contábeis para a estruturação das demonstrações contábeis públicas. 
 
Específicos: Desenvolver a capacidade para elaboração de demonstrativos contábeis do setor público. 
Fornecer ao aluno uma visão sistêmica dos procedimentos contábeis no setor público. 
 
Inter-relação da Disciplina 
Horizontal: Relaciona-se com as demais disciplinasde caráter ordenado 
 
Vertical: Relaciona-se com todas as disciplinas voltadas à Contabilidade, focando os alunos para o 
entendimento da área da Contabilidade Pública de maneira integrada com as demais disciplinas específicas 
da Contabilidade. 
 
Competências Gerais 
Desenvolver as habilidades para a contabilização em entidades públicas. 
 
Competências Específicas 
 
 
Habilidades Gerais 
Habilidades técnicas. Conhecimento da legislação específica. Raciocínio lógico, analítico, crítico. 
 
Habilidades Específicas 
 
 
Conteúdo Programático 
PROGRAMA: 
 
1. Campo de aplicação, objeto e regime contábil 
2. Características das entidades da administração indireta, órgãos autônomos e fundos 
3. Orçamento público 
3.1. Princípios 
3.2. Tipos de orçamento 
3.3. Da elaboração à aprovação do orçamento 
3.4. Créditos orçamentários e adicionais 
4. processo de execução orçamentária 
5. Classificação institucional, funcional e programática 
6. Receitas e despesas 
7. Programação e execução financeira 
8. Plano de contas da administração financeira Federal 
9. Contabilizações: Federal, Estadual, Municipal 
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Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, 
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”. 
10. Inventário 
11. Balanços e demonstração das variações patrimoniais 
12. Tomadas e prestações de contas 
13. Controle interno e externo 
 
Estratégias de Ensino e Aprendizagem (metodologias de sala de aula) 
Aulas expositivo-interativas. Seminários. Palestras. Visitas técnicas. Trabalhos individuais e em grupo. 
Pesquisa e discussão de assuntos relacionados à disciplina. 
 
Avaliação do Processo de Ensino e Aprendizagem 
A avaliação do processo de ensino e aprendizagem deve ser realizada de forma contínua, cumulativa e 
sistemática com o objetivo de diagnosticar a situação da aprendizagem de cada aluno, em relação à 
programação curricular. Funções básicas: informar sobre o domínio da aprendizagem, indicar os efeitos da 
metodologia utilizada, revelar conseqüências da atuação docente, informar sobre a adequabilidade de 
currículos e programas, realizar feedback dos objetivos e planejamentos elaborados, etc. 
 
A forma de avaliação será da seguinte maneira: 
 
1ª Avaliação 
 – Peso 8,0 (oito): Prova; 
 – Peso 2,0 (dois): Trabalho constituído de questões técnicas oriundas do conteúdo da disciplina, a 
serem respondidas fora da sala de aula e postadas no portal. 
 2ª Avaliação 
- Peso 8,0 (oito): Prova; 
- Peso 2,0 (dois): referente ao Sistema de Provas Eletrônicas – SPE (maior nota das duas 
provas do SPE) 
 
 
Avaliação Somativa 
A aferição do rendimento escolar de cada disciplina é feita através de notas inteiras de zero a dez, 
permitindo-se a fração de 5 décimos. 
O aproveitamento escolar é avaliado pelo acompanhamento contínuo do aluno e dos resultados por ele 
obtidos nas provas, trabalhos, exercícios escolares e outros, e caso necessário, nas provas substitutivas. 
Dentre os trabalhos escolares de aplicação, há pelo menos uma avaliação escrita em cada disciplina no 
bimestre. 
 
O professor pode submeter os alunos a diversas formas de avaliações, tais como: projetos, seminários, 
pesquisas bibliográficas e de campo, relatórios, cujos resultados podem culminar com atribuição de uma 
nota representativa de cada avaliação bimestral. 
Em qualquer disciplina, os alunos que obtiverem média semestral de aprovação igual ou superior a sete 
(7,0) e freqüência igual ou superior a setenta e cinco por cento (75%) são considerados aprovados. 
Após cada semestre, e nos termos do calendário escolar, o aluno poderá requerer junto à Secretaria-Geral, 
no prazo fixado e a título de recuperação, a realização de uma prova substitutiva, por disciplina, a fim de 
substituir uma das médias mensais anteriores, ou a que não tenha sido avaliado, e no qual obtiverem como 
média final de aprovação igual ou superior a cinco (5,0). 
 
Sistema de Acompanhamento para a Recuperação da Aprendizagem 
Serão utilizados como Sistema de Acompanhamento e Nivelamento da turma os Plantões Tira-Dúvidas que 
são realizados sempre antes de iniciar a disciplina, das 18h30min às 18h50min, na sala de aula. 
 
Recursos Necessários 
Humanos 
Professor. 
Físicos 
Laboratórios, visitas técnicas, etc. 
Materiais 
 Recursos Multimídia. 
 
Bibliografia 
Básica 
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Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, 
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”. 
PISCITELLI, Roberto Bocaccio. Contabilidade Pública. SP: Atlas, 2002. 
 
ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública. São Paulo: Atlas, 1995. 
657:351 / A582c 
 
KOHAMA, Heilio. Balanços Públicos: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 2000. 
 
PETER, Maria da Glória Arrais. MACHADO, Marcus Vinícius Veras. Manual de Auditoria Governamental. 
São Paulo: Atlas, 2003. 
 
CRUZ, Flávio. Auditoria Governamental. São Paulo: Atlas, 2002. 
Complementar 
SILVA, Lino Martins da. Contabilidade Governamental. São Paulo: Atlas, 1996. 
 
SLOMSKI, Valmor. Manual de Contabilidade Pública. São Paulo: Atlas, 2003. 
 
________. Controladoria e governança na Gestão Pública. São Paulo: Atlas, 2005. 
 
LIMA, Diana Vaz de. CASTRO, Róbison Gonçalves de. Contabilidade Pública. São Paulo: Atlas, 2003. 
 
KOHAMA, Helio. Contabilidade Pública: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 2006. 
Periódicos 
 
Sites para Consulta 
http://www.crcrs.org.br 
http://www.cfc.org.br 
Outras Informações 
Endereço eletrônico de acesso à página do PHL para consulta ao acervo da biblioteca: 
http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por 
 
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Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, 
comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”. 
 
Cronograma de Atividades 
Aula Consolidação Avaliação Conteúdo Procedimentos Recursos 
1ª Apresentação da disciplina. Campo de aplicação, objeto e Regime Contábil. AE QG, AP, DS 
2ª Características das entidades da administração indireta, órgãos autônomos e fundos. AE QG, AP, DS 
3ª Orçamento Público. Princípios. Tipos de orçamento. Da 
elaboração à aprovação do orçamento. AE QG, AP, DS 
4ª Exercícios AE QG, AP, DS 
5ª Créditos orçamentários e adicionais. Processo de execução 
orçamentária AE QG, AP, DS 
6ª Classificação institucional, funcional e programática. AE QG, AP, DS 
7ª Receita e Despesa. Programação e execução financeira. AE QG, AP, DS 
 1 Consolidação e Sistematização dos Conteúdos da 1a Avaliação. 
 1 Primeira Avaliação. 
8ª Plano de contas da administração Financeira federal. Contabilizações Federal, Estadual ou Municipal. AE QG, AP, DS 
9ª Inventário. Balanços e Demonstração das variações patrimoniais AE QG, AP, DS 
10ª Exercícios AE QG, AP, DS 
11ª Tomadas e prestações de contas. Controle Interno e Externo AE QG, AP, DS 
12ª Trabalho AE QG, AP, DS 
13ª Auditoria Governamental. AE QG, AP, DS 
 2 Consolidação e Sistematização dos Conteúdos da 2a Avaliação. 
 2 Segunda Avaliação. 
 3 Avaliação Substitutiva. 
 
Legenda 
Código Descrição Código Descrição Código Descrição 
AE Aula expositiva QG Quadro verde e giz LB Laboratório de informática 
TG Trabalho em grupo RE Retroprojetor PS Projetor de slides 
TI Trabalho individual VI Videocassete AP Apostila 
SE Seminário DS Data Show OU Outros 
PA Palestra FC Flipchart 
 
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Disciplina: Contabilidade Pública 
Professor: Antonio Osório Gonçalves 
 
PRIMEIRA AULACONTABILIDADE PÚBLICA 
 1 – Apresentação da Disciplina – um breve histórico: 
 Entende-se, nos tempos atuais, a Contabilidade Pública como uma técnica 
capaz de produzir, com oportunidade e fidedignidade, relatórios que sirvam à 
administração no processo de tomada de decisões e de controle de seus atos, 
demonstrando, por fim, os efeitos produzidos por esses atos de gestão no patrimônio da 
entidade. 
No campo de atuação os serviços de Contabilidade Pública serão organizados de 
forma a permitir o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da 
composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o 
levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos 
e financeiros. 
O Sistema Orçamentário evidencia o registro contábil da receita e da despesa, de 
acordo com as especificações constantes da Lei de Orçamento e dos Créditos Adicionais, 
assim como o montante dos créditos orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a 
despesa realizada, à conta dos mesmos créditos, e as dotações disponíveis, ou seja, no 
final do exercício apresenta os resultados comparativos entre a previsão e a execução 
orçamentária, registrados. 
 
O Sistema Financeiro engloba todas as operações que débitos e créditos de 
natureza financeira, não só das compreendidas, como também das não compreendidas 
na execução orçamentária, que serão objeto de registro e controle contábil, apresentando 
no final do exercício o resultado financeiro apurado. 
O Sistema Patrimonial registra analiticamente todos os bens de caráter 
permanente, com indicações dos elementos necessários para a perfeita caracterização de 
cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração, bem como 
mantém registro sintético dos bens móveis e imóveis. As alterações da situação líquida 
patrimonial que abrangem os resultados da execução orçamentária, assim como as 
variações independentes dessa execução e as superveniências e insubsistências ativas e 
passivas constituirão elementos do sistema patrimonial. Deverá apresentar, no final do 
exercício o resultado da gestão econômica. 
O Sistema de Compensação registra e movimenta as contas representativas de 
direitos e obrigações, geralmente decorrentes de contratos, convênios ou ajustes. 
 
2 - CONCEITO 
 
 Contabilidade Pública é o ramo da Ciência Contábil que aplica à Administração 
Pública as técnicas de registro dos atos e fatos administrativos, apurando resultados e 
elaborando relatórios periódicos, tendo por base as normas de Direito Financeiro (Lei 
4.320/64) e os Princípios Gerais de Finanças Públicas. A assim a Contabilidade Pública 
registra, controla e demonstra o orçamento aprovado, bem como a sua execução, os atos 
Página 10
e fatos administrativos da fazenda pública, o patrimônio público e suas variações. 
 
 De acordo com a Lei 4.320/64 a Contabilidade Pública organiza-se de modo a 
permitir o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição 
patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos 
balanços gerais, a análise e interpretação dos resultados econômicos e financeiros. 
 
 A contabilidade aplicada à Administração Pública registra a previsão da receita e 
a fixação da despesa, estabelecidas no orçamento público aprovado para o exercício, 
escritura a execução orçamentária da receita e da despesa, faz a comparação entre a 
previsão e a realização das receitas e despesas, controla as operações de crédito, a 
dívida ativa, os créditos e obrigações, revela as variações patrimoniais e mostra o valor do 
patrimônio. 
 
 Pelas definições anteriores, deduzimos que a contabilidade pública está 
interessada também, em todos os atos praticados pelo administrador, sejam de natureza 
orçamentária (Previsão da Receita, Fixação da Despesa, Empenho, Descentralização de 
Créditos, etc.;), sejam, meramente administrativos (Contratos, Convênios, Acordos, 
Ajustes, Avais, Fianças, Valores sob Responsabilidade, Comodatos de Bens, etc.), 
representativos de valores potenciais que poderão afetar o Patrimônio (A – P = PL), no 
futuro. 
 
3 - OBJETO 
 O objeto da Contabilidade é o patrimônio constituído por bens, direitos e 
obrigações vinculados a uma entidade (pessoa física ou jurídica). Dentro dessa ótica 
pode-se definir o objeto da Contabilidade privada como sendo o patrimônio de 
propriedade de cada empresa. Na área pública, deve ser considerado o patrimônio a ser 
controlado (contabilizado) pelos órgãos e entidades públicas tão somente os bens com 
características de uso restrito. Os bens de uso geral (rodovias, praças, viadutos, quadras 
esportivas etc.) não são objeto da Contabilidade Pública, mesmo sendo construídos e 
mantidos com recursos públicos. 
 O campo de aplicação da Contabilidade Pública, abrange a administração direta 
e indireta dos três níveis de governo: federal, estadual/distrital e municipal. Sendo: 
• Administração Direta: as unidades integrantes do governo federal, estadual/distrital e 
municipal dos três poderes: Judiciário, Poder Legislativo e Poder Executivo ( 
Presidência da República e suas secretarias, Ministérios civis e militares, Tribunais, 
Câmara dos Deputados, Senado Federal); 
• Administração Indireta: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e qualquer 
entidade contemplada no orçamento fiscal e da seguridade social. 
 O orçamento público, entendido como peça autorizativa para arrecadação de 
recursos financeiros (receitas) e realização de gastos (despesas), é também considerado 
objeto da Contabilidade Pública. Para o orçamento todo o ingresso de recursos 
financeiros autorizados é intitulado Receita e todo o desembolso é intitulado Despesa. 
 Na área pública o orçamento é a peça fundamental para o funcionamento da 
máquina administrativa, haja vista que sem ele quase nada pode ser feito. Dada a 
importância que o orçamento tem, a Contabilidade Pública concentra esforços no 
registro do orçamento aprovado e, principalmente, no acompanhamento de sua execução. 
4 - OBJETIVO 
Página 11
 O objetivo da Contabilidade Aplicada à Administração Pública é o de fornecer 
informações atualizadas e exatas à Administração para subsidiar as tomadas de decisões 
e aos Órgãos de Controle Interno e Externo para o cumprimento da legislação, bem como 
às instituições governamentais e particulares informações estatísticas e outras de 
interesse dessas instituições. 
 
5 - REGIME CONTÁBIL 
 
Quando da execução do Orçamento deve ser observado o momento em que as 
receitas e as despesas serão reconhecidas. O princípio da Competência determina 
quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição do 
Patrimônio Liquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações 
patrimoniais. 
 
O momento do reconhecimento afeta diretamente o resultado e é conhecido como 
Regime de Caixa e Regime de Competência. A contabilidade pública brasileira adota 
tanto o regime de caixa como o regime de competência, consagrando a adoção do 
Regime Misto, sendo Caixa para as receitas e Competência para as despesas. 
 O Regime Misto adotado pela contabilidade governamental brasileira está 
amparado pela Lei 4.320, de 17/3/64, que estatui normas gerais de direito financeiro 
para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos 
Municípios e do Distrito Federal : 
 
A referida Lei estatui o Regime Misto no artigo 35, determinando que as receitas 
sejam reconhecidas quando da entrada efetiva dos recursos no caixa, de forma que os 
administradores públicos só podem contar com esses recursos para financiar seus gastos 
após o efetivo ingresso nos cofres públicos. Quanto às despesas, havendo a ocorrência 
do fato gerador (empenho + liquidação), ou seja, após o segundo estágio da despesa, 
istoé, por ocasião da sua liquidação. Alguns autores, com base no inciso II, abaixo 
transcrito, defendem a tese de que as despesas públicas devem ser reconhecidas a partir 
do primeiro estágio da despesa, isto é, por meio da emissão da nota de empenho. Outra 
corrente de pensamento, inclusive dos técnicos responsáveis pela determinação de 
procedimentos contábeis, entende que as despesas públicas devem ser reconhecidas a 
partir do segundo estágio da despesa. Esta tese está corroborada no art. 60 da mesma lei 
onde o legislador determina que é vedada a realização de despesas sem prévio 
empenho, isto é, antes do início da realização da despesa deverá ter sido emitido o 
empenho. 
 
 Cabe ressaltar que a preocupação do legislador com a competência 
orçamentária ( regime orçamentário), é no sentido de todas as despesas autorizadas pelo 
poder legislativo sejam registradas dentro do exercício. Essa preocupação está 
evidenciada no artigo 36 da lei, quando determina o reconhecimento de todas as 
despesas empenhadas (primeiro estágio da despesa) ao final do exercício financeiro, 
independente do recebimento do serviço ou do bem. 
 
 Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: 
 
I – as receitas nele arrecadadas; e 
II- as despesas nele legalmente empenhadas. 
 
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Regime de caixa para a Receita: As receitas são registradas e classificadas 
quando do seu recebimento. As receitas lançadas e não recebidas pertencerão ao 
exercício em que forem efetivamente arrecadadas. 
 
Regime de competência para a Despesa: São todas as despesas legalmente 
liquidadas no exercício, independentemente de seu pagamento, representando o 
montante dos empenhos emitidos e não cancelados no exercício. 
 
Art. 36 Consideram-se restos a pagar as despesas empenhadas, mas não 
pagas até o dia 31 de dezembro, distinguindo as processadas das não processadas. 
 
Conforme já explanado, todos os empenhos não liquidados (serviços ou bens ainda 
não entregues) até 31 de dezembro do exercício, serão inscritos em restos a pagar, de 
forma a garantir que estes valores, cuja execução só ocorrerá no exercício seguinte, 
integre o resultado do exercício em que foram inscritos.. 
 
Faz-se necessário ressaltar que, na Contabilidade Pública, adota-se o regime 
orçamentário, deixando em segundo plano o Princípio da Competência estabelecido pelo 
Conselho Federal de Contabilidade – CFC. De acordo com este Princípio todas as 
receitas e despesas devem ser reconhecidas quando da ocorrência do fato gerador 
independente de seu pagamento ou recebimento. Já a Contabilidade Pública privilegia a 
prudência de só comprometer o que efetivamente já entrou no caixa do Tesouro Nacional, 
bem como as despesas liquidadas no exercício, pelas particularidades inerentes à 
administração pública. 
 
De acordo com a Resolução CFC No 750 de 29 de dezembro de 1993, o Princípio 
da Competência, deve ser aplicado tanto às despesas, quanto às receitas, sendo que, no 
caso das despesas, essas são consideradas incorridas nas seguintes situações: 
I – quando deixar de existir correspondente valor ativo, por transferência de 
sua propriedade para terceiro; 
II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; 
III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. 
 
5.1 - REGIME CONTÁBIL DA RECEITA 
 
 As receitas consideram-se realizadas: 
 
I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou 
assumirem compromisso firme de efetivá-los, quer pela investidura na 
propriedade de bens anteriormente pertencentes à Entidade, quer pela 
fruição de serviços por ela prestados; 
II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o 
motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual 
ou maior; 
III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção 
de terceiros; 
IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções. 
 
Na Administração Pública, temos receitas de prestação de serviços, de vendas de 
materiais, de cobrança de títulos, etc. Nos dois primeiros casos, o fato gerador é 
perfeitamente identificado e a contabilização da receita segue, integralmente, o Princípio 
da Competência, quando se adotam os procedimentos a seguir: 
Página 13
 I – Pela emissão da fatura quando da entrega do serviço ou do material 
ao contratante, o beneficiário da receita faz a sua contabilização da 
seguinte forma: 
 
 Contas a Receber (Ativo) 
a Variações Ativas (Resultado) 
 
 II – No recebimento do direito: 
 
 Diversos 
 a Diversos (Ativo) 
 Bancos (Resultado) 
 Variações Passivas (Resultado) 
 a Receita Orçamentária (Resultado) 
 a Contas a Receber (Ativo) 
 
Na contabilização das receitas tributárias, o fato gerador é difícil de ser identificado, 
pois não existe uma prestação de serviço anterior, uma vez que os governos arrecadam os 
tributos federais, estaduais e municipais e prestam os serviços essenciais, definidos pela 
Constituição e outros definidos em suas metas para aquele exercício, daí dizer-se que a 
receita é contabilizada pela sua arrecadação e não, pela ocorrência do seu fato 
gerador. Ocorre, porém, que os tributos que não são arrecadados, nos seus prazos de 
vencimento, são registrados, como Dívida Ativa, contrariando o dispositivo da citada lei o 
seguinte o princípio da competência. 
Poderíamos definir como fato gerador da Receita, o estágio do lançamento mas, 
também, é difícil a sua identificação, em determinados tributos. O imposto de renda, por 
exemplo: - o lançamento seria o momento da leitura das declarações dos contribuintes e a 
verificação do valor a receber ou a restituir a cada um. Neste caso, teríamos receita ou 
despesa, para o Tesouro Nacional, no momento do lançamento, caso em que a Receita 
Federal não dispõe de mecanismos de controle para fornecer as informações adequadas 
aos Órgãos de Contabilidade Analítica. 
Por esses motivos, na contabilização das receitas tributárias optou-se pelo registro, 
no momento do recolhimento, dentro dos prazos previstos na legislação. 
 
Na contabilização da receita, teremos: 
 
 Bancos (Ativo) 
 a Receita Orçamentária (Resultado) 
 
Quando não ocorre o recolhimento, o registro da receita é efetuado na 
inscrição da Dívida Ativa da União, conforme lançamentos abaixo: 
 
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 Dívida Ativa (Ativo) 
a Variações Ativas (Resultado) 
 
Neste caso, a Receita Orçamentária será afetada, na cobrança da Dívida Ativa, 
e aí teremos a contabilização de um fato permutativo (não afeta o resultado, embora 
se registre receita orçamentária): 
 Bancos (Ativo) 
a Receita Orçamentária (Resultado credor) 
 Variações Passivas (Resultado devedor) 
a Dívida Ativa (Ativo) 
 
O professor Heraldo Costa Reis (1995:21), um dos estudiosos da área pública, 
principalmente a municipal, não descarta a possibilidade de adoção pela contabilidade 
governamental do Princípio Contábil da Competência pela Contabilidade Pública, assim 
se referindo: 
 “Na Administração Pública a aplicação desse princípio tem que ser 
precedida de um estudo cuidadoso de todas as atividades executadas pela entidade, 
iniciando pela separação em dois grandes grupos que serão classificados em: atividades 
geradoras e não geradoras de receitas, o que facilitaria a evidenciação da correlação das 
receitas com as despesas” . 
 
5.2 - REGIME CONTÁBIL DA DESPESA: 
 
O regime contábil da despesa já está consagrado, na Lei 4.320/64, como sendo o 
de competência, não havendo, portanto, divergência entre a Lei e o Princípio da 
Competência, definido pelo Conselho Federal de Contabilidade. 
De acordo com o Princípio da Competência, a despesa será considerada em 
função do seu fato gerador que é: 
 
RECEBIMENTO DOS SERVIÇOSCONSUMO (USO) DOS BENS OU MATERIAIS 
 
A técnica contábil tem como regra geral que as despesas devem ser registradas 
tendo como fato gerador o "consumo” de bens e serviços. Quanto aos gastos efetuados 
com serviços, não há divergência entre a técnica utilizada pela Contabilidade privada e a 
aplicada pela governamental, posto que os serviços são considerados como despesas no 
momento de seu recebimento ou de seu consumo. Porém, em relação aos fatos 
permutativos (aquisição de materiais de consumo ou permanentes), existe um 
distanciamento ente as duas. A legislação que rege a Contabilidade Pública determina 
que todos os gastos, sejam com fatos permutativos ou modificativos, só podem ocorrer 
se houver autorização orçamentária (fixação de despesa) para tal finalidade. Impõe-se, 
dessa forma, o registro da despesa orçamentária, quando da verificação do implemento 
de condição, que consiste no fato de atestar o recebimento dos elementos, conforme 
discriminado no empenho, o mesmo ocorrendo em relação aos fatos permutativos. 
 
Página 15
Entretanto para a Ciência Contábil, a despesa só poderá ser reconhecida quando 
da constatação de que os bens foram consumidos. Para atender à lei, a Contabilidade 
Pública registra a despesa orçamentária, afetando negativamente o resultado do 
exercício, mas, em contrapartida reconhece uma variação positiva, que irá afetar 
positivamente o resultado orçamentário, funcionando como uma compensação da 
despesa posto que tem a capacidade de anular o efeito negativo provocado pelo registro 
da despesa do resultado. Esta variação tem, também a função de evidenciar as mutações 
ocorridas no patrimônio seja em decorrência de fatos modificativos ou permutativos 
ocorridos em cada exercício financeiro. 
 
Para a ciência contábil nem todos os ingressos de recursos financeiros são 
considerados receitas efetivas e nem todos desembolsos de recursos financeiros são 
considerados despesas efetivas. Logo algumas despesas e receitas orçamentárias não 
serão consideradas efetivas, conforme entendimento da Ciência Contábil. Dessa forma, 
podemos afirmar que todas as receitas e despesas correntes são efetivas. Enquanto que 
as receitas e despesas de capital são apenas permutações de itens patrimoniais. 
 
No Brasil, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil,1. compreendendo o 
espaço de tempo entre primeiro de janeiro e trinta e um de dezembro de cada ano, no 
qual a administração promove a execução 
orçamentária, financeira e patrimonial e demais fatos relacionados com as variações 
qualitativas e quantitativas que tocam os elementos patrimoniais da entidade ou órgão 
público. 
 
 
6 - LEGISLAÇÃO 
 
 A contabilização dos atos e fatos administrativos, bem como a elaboração de 
balanços e demonstrativos contábeis e orçamentários obedecem às seguintes normas 
gerais: 
 
• Lei nº 4.320/64, 17.03.64 - Estatui normas gerais de direito financeiro para a 
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, Municípios e 
do Distrito Federal (Exercício financeiro, Superávit financeiro, Contabilidade 
Orçamentária, Financeira e Patrimonial e Balanços); 
 
• Decreto-Lei nº 200/67- Normas de administração financeira e de contabilidade. 
 
 
7 - Apêndices 
 
 
Anexo II – disponível no portal – Lei 4.320/64 
Anexo III – disponível no portal – Decreto Lei 200/67 
 
 
 
 
1
 Lei 4.320. Comentada por J. Teixeira Machado Jr. e Heraldo da Costa ReisE.25ª.ed.ver.atual. Rio de Janeiro: IBAM, 
1993.p.34 
 
Página 16
 
 
 
 
SEGUNDA AULA 
 
Disciplina: Contabilidade Pública 
Professor: Antonio Osório Gonçalves 
 
 
Características das entidades da administração indireta, órgãos autônomos e 
fundos. 
 
 
1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
O campo de atuação da Administração Pública compreende os órgãos da Administração 
direta ou centralizada e os da administração indireta ou descentralizada, sendo esta 
última o objeto de nosso estudo proposto para a presente aula. 
 
1.1 ADMINISTRAÇÃO DIRETA – está diretamente ligada ao poder executivo. São 
entidades estatais, pessoas jurídicas de direito público, integram a estrutura política 
do Estado, tem autonomia política, administrativa e financeira, sendo que somente a 
União possui soberania. São elas: União, Estados Federativos, Distrito Federal e 
Municípios. (com o advento do Ministério Público a partir da CF de 1988). 
 
1.2 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
 
A administração indireta ou descentralizada é aquela atividade administrativa 
caracterizada como serviço público ou de interesse público, transferido ou deslocado do 
Estado, para outra entidade por ele criada ou cuja criação fora por ele autorizada. 
Dentre as entidades que compõe a chamada administração indireta ou 
descentralizada, o Estado pode utilizar-se de instituições com personalidade jurídica de 
direito público ou de direito privado, dependendo dos serviços que pretende transferir, 
quer por força de contingência ou de conveniência administrativa. 
As entidades de personalidade jurídica de direito público podem ser constituídas para 
execução de atividades típicas da Administração Pública, ou seja, atividades estatais 
específicas. 
Por sua vez, as entidades de personalidade jurídica de direito privado, também 
chamadas de entidades paraestatais, por estarem ao lado do Estado, geralmente podem 
ser constituídas ou autorizadas para a execução de atividades de interesse público, mas 
dificilmente, para serviço privativo do estado, pela sua própria natureza. 
O artigo 37, XIX da CF, determina a regra de que as tais pessoas jurídicas sejam 
sempre criadas através de lei. 
 
Entidades que compõe a administração indireta: 
 
1.2.01 Autarquias 
 
Autarquia é o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade de direito público 
interno, com patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da 
administração pública, ou seja, atribuições estatais específicas, assim, à autarquia só 
Página 17
deve ser outorgado serviço público típico e não atividades industriais ou econômicas, 
ainda que de interesse coletivo. 
À autarquia, normalmente, são indicados os serviços que requeiram maior 
especialização e conseqüentemente organização adequada, autonomia de gestão e 
pessoal técnico especializado. 
Exemplos de autarquias: Banco Central do Brasil, INSS, Conselho Federal de 
Contabilidade, Ordem dos Advogados do Brasil, Universidade de São Paulo (USP), 
UNICAMP. 
 
1.2.02 Sociedades Paraestatais 
 
O significado da palavra paraestatal indica que se trata de ente disposto 
paralelamente ao Estado, para executar atividades de interesse do estado, mas não 
privativo do Estado. 
A entidade paraestatal é de caráter quase público, pois não exerce serviços públicos, 
mas serviços de interesse público, reconhecidos ou organizados pelo Estado e entregues 
a uma administração privada, que se não é desmembramento do Estado, não goza de 
privilégios estatais, salvo quando expressamente determinado em lei. 
Entidades paraestatais são pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação é 
autorizada por lei, com patrimônio público ou misto, para realização de atividades, obras 
ou serviços de interesse público e coletivo, sob normas, controle e fiscalização do Estado. 
 Assim se dividem as sociedades paraestatais: 
 
 1.2.02.01 Fundações Públicas 
 
 São fundações instituídas pelo Poder Público, dotas de personalidade jurídica de 
direito privado, criadas por lei, sem fins lucrativos, criadas por autorização legislativa para 
desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de 
direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos órgãos de 
direção e funcionamentos custeado por recursos da Uniãoe de outras fontes. Suas 
atividades não lucrativas, mas de interesse coletivo, como a educação, a cultura, a 
pesquisa científica, o amparo ao preso, ao menor, à mulher desamparada. Ex. Fase, 
Funai, Funabem. 
 
 1.2.02.02 Empresa Pública 
 
 Pessoa jurídica de direito privado, criada por lei com patrimônio próprio e capital 
exclusivo da União, criada para a exploração de atividade econômica que o Governo seja 
levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo 
revestir-se de qualquer das formas de constituição admitidas em direito. Ex. Casa da 
Moeda do Brasil, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. 
 
 1.2.02.03 Sociedade de Economia Mista 
 
 Pessoa jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade 
econômica , constituída sob a forma jurídica de sociedade anônima, cujas ações com 
direito a voto pertencem em sua maioria à União, Estados, Municípios ou Distrito Federal, 
conforme decreto lei 600/69, ou à entidade da administração indireta. Assim é formada de 
capital público e particular, constituída para a realização de atividades econômicas ou de 
serviços de interesse coletivo delegado. Ex. Petrobrás, Banrisul , Banco do Brasil, 
Companhia União de Seguros Gerais. 
 
 
 
Página 18
1.2.02.04 Serviços Sociais Autônomos 
 
 Pessoas jurídicas de direito privado, autorizados por lei, com patrimônio próprio e 
administração particular, com finalidade específica de assistência ou ensino de certas 
grupos sociais ou determinadas categorias profissionais, sem fins lucrativos. Ex. SESI, 
SESC, SENAI, SENAC, SEBRAE. 
 
 1.2.02.05 Fundos Públicos 
 
 Os fundos públicos são recursos financeiros reservados apenas para determinados 
objetivos ou serviços, descritos por lei. Os principais fundos sociais são: Fundo da 
Criança e do Adolescente, Fundo Nacional de Saúde, Fundo de Assistência Social. No 
caso da Saúde e Assistência Social, há fundos nos vários níveis de governo – federal, 
estadual e municipal – existindo o compromisso legal de transferir dinheiro do núcleo 
central para os estados e municípios. 
 Mas podem existir muitos outros fundos que não são das áreas sociais, como 
fundos de esporte, ou fundos de turismo. Cada município, estado ou a União tem 
autonomia para criar fundos especiais, desde que especifique de onde sairá o dinheiro 
para este fundo e para que ele será aplicado. A Constituição Federal também obriga que 
os fundos sejam incluídos na Lei Orçamentária. 
 Se bem implementados, os fundos servem para melhorar a distribuição dos 
recursos entre os beneficiários daquela política, podem ainda ser uma forma de 
democratizar a gestão dos recursos porque os beneficiários podem acompanhar de perto 
os gastos públicos. 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO DELEGADA – complementa a ação do Estado e subdivide-se em 
descentralizada por cooperação – são organizações para-administrativas de direito 
privado, criadas pelo Estado isoladamente ou em conjugação com particulares; e 
descentralizadas por cooperação – é a que descentraliza a atividade do Estado para a 
órbita privada. Essa consiste na delegação do exercício de encargos públicos a terceiros, 
por meio de concessões (por contratos) ou permissão (sem contrato). 
Página 19
 
 
 
TERCEIRA AULA 
 
 
Disciplina: Contabilidade Pública 
Professor: Antonio Osório Gonçalves 
 
 
 
 3 . Orçamento Público. Princípios. Tipos de Orçamento. Da elaboração à aprovação 
do orçamento. 
 
3.1 Conceito 
 Evidencia o registro contábil da receita e da despesa, de acordo com as 
especificações constantes da Lei de Orçamento e dos Créditos Adicionais, assim como o 
montante dos créditos orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a despesa 
realizada, à conta dos mesmos créditos, e as dotações disponíveis, ou seja, no final do 
exercício apresenta os resultados comparativos entre a previsão e a execução 
orçamentária, registrados. É um instrumento de administração que auxilia o executivo na 
programação, execução e controle do seu processo administrativo, evidenciando os 
meios de financiamento dos programas, expressando tudo em termos de dinheiro. 
 
 
 
3.2 Processo de Planejamento e Orçamentação 
3.2.1 – Plano Plurianual - PPA 
 O Plano Plurianual é um plano de médio prazo, através do qual procura-se ordenar 
as ações do governo que levem ao atingimento dos objetivos e metas fixados para um 
período de quatro anos, situados entre o segundo ano do mandato do responsável pela 
sua elaboração e o primeiro ano do mandato subseqüente. 
Conteúdo do Plano Plurianual - PPA : 
• Diretrizes, objetivos e metas para as despesas de capital e os correspondentes 
custos de operação e manutenção, alocadas regionalmente. (art. 165, § 1º da 
Constituição Federal); 
• Programas de duração continuada (qualquer um cuja duração ocorra por mais de 
um exercício). 
 
3.2.2 – Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO 
 A Lei de Diretrizes Orçamentárias tem a finalidade de nortear a elaboração dos 
orçamentos anuais, compreendidos aqui o orçamento fiscal, o orçamento de investimento 
das empresas e o orçamento da seguridade social, de forma a adequá-los às diretrizes, 
objetivos e metas da administração pública, estabelecido no Plano Plurianual. 
 
Conteúdo da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO : 
• Definição das metas e prioridades para o exercício seguinte. 
• Anexo de Metas Fiscais – Portaria 471/04 da STN. 
• Orientação a elaboração da Lei Orçamentária Anual - LOA. 
• Alteração da Legislação Tributária. 
• Equilíbrio entre receitas e despesas. 
• Limitação de empenho, quando as metas bimestrais não forem alcançadas. 
Página 20
• Controle de Custos. 
• Avaliação dos resultados dos Programas. 
• Condições para transferência de recursos a entidades públicas e privadas. 
• Autorização para criar cargos, empregos e funções, concessão de vantagens, 
concessão de aumento aos servidores, alteração da estrutura de carreiras e 
admissão de pessoal. 
• Estabelecimento de metas fiscais, para três exercícios, para receita, despesa, 
resultado primário, resultado nominal, dívida pública. 
• Avaliação do cumprimento das metas do ano anterior, memória e metodologia de 
cálculo para justificar as metas anuais pretendidas e comparativo destas com as 
metas fixadas nos exercícios anteriores. 
• Evolução do Patrimônio Líquido. 
• Origem e aplicação dos recursos de alienação de ativos. 
• Avaliação da situação financeira e atuarial. 
• Estimativa e compensação da renúncia de receita. 
• Margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. 
• Riscos fiscais. 
• Anexo de Riscos Fiscais – Portaria 470/04 da STN. 
• Definição da forma de utilização e montante da reserva de contingência. 
• Programação financeira e cronograma de execução mensal de desembolso. 
• Definição de despesa irrelevante para dispensa da estimativa de impacto 
orçamentário e financeiro. 
• Prioridades para obras em andamento e conservação do patrimônio. 
• Autorização para assumir custeio de competência de outros entes. 
• Situações em que poderá ser autorizada a realização de hora-extra, quando 
ultrapassado o limite prudencial da despesa com pessoal. 
• Definição dos incentivos ou benefícios tributários - renúncia de receita. 
 
 
3.2.3 Lei Orçamentária Anual - LOA 
 Para viabilizar a concretização das situações planejadas no Plano Plurianual e, 
obviamente, transformá-las em realidade, obedecida a Lei de Diretrizes Orçamentárias, 
elabora-se o Orçamento Anual, onde são programadas as ações a serem executadas, 
visando alcançar os objetivos determinados. 
 A LOA compreende: 
. orçamento fiscal 
. orçamento de investimento das empresas 
. orçamento da seguridade social 
 
3.2.3.1 Princípios Orçamentários Gerais 
• Anualidade – determina a vigência do orçamento, com limite no período de um 
ano. 
• Universalidade– todas as receitas e despesas integram o orçamento pelo seu 
total, sem qualquer dedução. 
• Unidade – estabelece que todas as receitas e despesas devam estar contida em 
uma só lei orçamentária. 
• Equilíbrio – manter o equilíbrio entre as receitas estimadas e as despesas fixadas. 
• Exclusividade – decorre do aspecto jurídico do orçamento, determinando que não 
contenha matéria estranha a previsão da receita e fixação da despesa, resalvada a 
autorização para abertura de crédito suplementar, contratação de operação de 
crédito, ainda que por antecipação de receita, como destinação do superávit ou 
cobertura do déficit. 
Página 21
• Clareza – deve ser expresso de forma clara, ordenada e completa, compreensível 
para qualquer indivíduo. 
• Programação – ser elaborado em conteúdo e forma de acordo com os programas 
de cada um dos órgãos da administração pública. 
 
3.2.3.2 Princípio Orçamentário Específico Para a Receita 
• Não-afetação da receita - postula o recolhimento de todos os recursos a uma caixa 
única do tesouro, sem discriminação quanto a sua destinação. Ressalvado o 
seguinte: 
a) repartição da arrecadação do imposto de renda retido na fonte sobre 
rendimentos; ITR; IPVA; ICMS; IR e IPI. 
b) Destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino, das 
receitas de impostos – união nunca menos de 18%; estados, distrito federal e 
municípios, no mínimo 25%. 
c) Destinação de 15% da receita de impostos próprios e transferidos para custeio 
da saúde. 
 
3.2.4 Lei do Orçamento 
 
 A lei que estabelece o orçamento anual conterá: 
• Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do governo; 
• Quadro demonstrativo da receita e despesa segundo as categorias econômicas 
conforme o anexo 1 da lei 4.320/64; 
• Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação; 
• Quadro das dotações por órgãos do governo e da administração; 
Acompanhará, ainda, o orçamento anual: 
• Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos 
especiais; 
• Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos anexos 6 a 9 da lei 
4.320/64; 
• Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do governo, em 
termos de realização de obras e de prestação de serviços. 
 
3.3 Ciclo Orçamentário 
 
 Composto por: 
 
a) Elaboração 
 
Etapa da Elaboração Atividades de Elaboração 
Preliminar • Fixação de diretrizes; 
• Projeções e prognósticos. 
Inicial • Preparo das normas e instruções; 
• Encaminhamento às unidades operacionais. 
Intermediária • Indicação, pelas unidades orçamentárias, dos programas 
de trabalho a serem desenvolvidas, discriminando: 
funções, programas, projetos e atividades; códigos de 
despesas e fontes de recursos; 
• Consolidação das propostas parciais do orçamento ao 
nível das unidades de execução (ministério, secretarias 
estaduais, secretarias municipais). 
Final • Consolidação das propostas setoriais; 
Página 22
• Formulação da proposta geral do orçamento; 
• Aprovação da proposta geral pelo chefe do executivo; 
• Encaminhamento ao legislativo. 
 
b) Estudo e aprovação 
 
Etapas Execução nas etapas 
Iniciativa Responsabilidade do executivo pela apresentação do projeto de lei 
orçamentário ao legislativo. 
Discussão Debate em plenário do legislativo, incluindo emendas, voto do 
relator, redação final e votação. 
Sanção Aquiescência do titular do poder executivo ao projeto de lei aprovado 
pelo legislativo. 
Veto Em desacordo, o poder executivo poderá vetar, total ou parcialmente 
o projeto aprovado pelo legislativo. 
Promulgação e 
publicação 
A primeira se refere ao atestado de existência da lei e a segunda a 
torna obrigatória através da publicidade. 
 
c) Execução – fase em que é realizado aquilo que está previsto nos projetos e 
atividades da Lei Orçamentária. 
 
d) Avaliação – esta fase, apesar de prevista, raramente é de fato realizada, pois, ao 
se encerrar o exercício financeiro, geralmente o executivo toma as iniciativas para 
iniciar a execução de novo orçamento e assim, poucos ou nenhum recurso é 
destinado à avaliação do orçamento encerrado, no que se refere a sua execução. 
 
 
3.4 Receitas Públicas 
A receita pública distingue-se em receita orçamentária e receita extra-orçamentária. 
A receita extra-orçamentária é representada no balanço patrimonial como passivo 
financeiro, são recursos de terceiros que transitam pelos cofres públicos. Já a receita 
orçamentária é aquela que pertence de fato à entidade e se classifica 
economicamente em Receitas Correntes e Receitas de Capital. 
Receitas Correntes são as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, 
agropecuária, de serviços, industrial e, ainda, os recursos financeiros provenientes de 
outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender as 
despesas classificáveis como Despesas Correntes. 
Receitas de Capital são as provenientes de recursos oriundos de contratação de 
dívidas, da conversão em espécie de bens e direitos; os recursos recebidos de outras 
pessoas de direito público ou privado, destinados a custear as despesas classificáveis 
como Despesas de Capital e ainda o superávit do orçamento corrente (a diferença 
entre receitas e despesas correntes é classificado como receita de capital). 
 
3.5 Orçamento da Despesa Pública 
A orçamentação da despesa pública passa pelo processo da Lei do Orçamento Anual 
(LOA), de estudo e aprovação, obedecendo o Plano Plurianual (PPA) e a Lei de 
Diretrizes Orçamentárias (LDO). A portaria 42 de 14/04/1999, nas Leis Orçamentárias 
e nos Balanços Públicos, as ações de governo serão identificados nos seguintes 
termos: 
Função Deve-se entender o maior nível de agregação das diversas áreas de 
despesa que competem ao setor público; 
Sub-
função 
Representa uma partição da função, visando agregar determinado 
subconjunto de despesas do setor público; 
Página 23
Programa Representa o instrumento de organização da ação governamental visando 
à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por 
indicadores estabelecidos no plano plurianual; 
Projeto Representa o instrumento de programação para alcançar o objetivo de um 
programa, envolvendo um conjunto de operações limitados no tempo, das 
quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o 
aperfeiçoamento da ação do governo; 
Atividade Representa um instrumento de programação pra alcançar o objetivo de 
um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de 
modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à 
manutenção da ação do governo; 
Operações 
Especiais 
Representam as despesas que não contribuem para a manutenção das 
ações do governo. Das quais não resulta um produto, e não geram 
contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços 
 
 
3.6 Despesa Pública 
Constituem despesas públicas os gastos fixados em lei orçamentária ou em leis 
especiais e destinados a execução dos serviços públicos e dos aumentos patrimoniais, 
a satisfação dos compromissos da dívida pública, ou a restituição ou pagamento das 
importâncias recebidas a título de caução ou depósitos. (devoluções de valores). 
 
3.6.1 Classificação da Despesa Orçamentária 
Em atendimento ao disposto no Art. 51 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 
101/2000), a despesa orçamentária classifica-se, segundo sua natureza em: 
• Categorias Econômicas; 
• Grupos de Natureza de Despesa; 
• Elementos de despesa. 
 
3.6.2 Licitação 
A despesa orçamentária obedecerá a Lei 8.666 de 21 de junho de 1993, que 
regulamenta o artigo 37, inciso XXI. Da Constituição Federal, institui normas para 
licitações e contratos da Administração Pública, que seleciona a proposta mais 
vantajosa para o contrato de seu interesse, através das seguintes modalidades: 
• Concorrência;• Tomada de Preços; 
• Convite; 
• Concurso; 
• Leilão; 
• Pregão. 
 
3.7 Créditos Adicionais 
São as autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas 
na lei do orçamento. Os créditos adicionais classificam-se em: 
• Suplementares – destinados a reforço da dotação orçamentária já existente; 
• Especiais – destinados a despesas para as quais não houve dotação 
orçamentária específica; 
• Extraordinários – destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de 
guerra, comoção interna ou calamidade pública. 
 
3.8 Restos a Pagar 
Será considerado como restos a pagar o montante de despesas 
empenhadas no exercício e não pagas até 31 de dezembro. O registro de restos a 
Página 24
pagar far-se-á por exercício e por credor, distinguindo-se as despesas processadas 
das não processadas. 
 A lei de responsabilidade fiscal (101/2000 – Art. 42) estabelece que é 
vedado ao titular de poder ou órgão, nos últimos dois quadrimestres de seu 
mandato, contrair obrigação de despesas que não possa ser cumprida 
integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício 
seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para esse efeito. 
 
3.9 Serviços da Dívida a Pagar 
São valores devidos pelo erário público oriundos de contratos de dívida 
fundada interna ou externa somando-se o principal mais encargos vencidos e não 
pagos até o dia 31 de dezembro. 
 
3.10 Resumo. 
O orçamento público é uma lei de iniciativa do Poder Executivo e rege-se 
pelo que dispõe a Constituição Federal e leis complementares. Obedece os 
princípios orçamentários da unidade, da programação, da universalidade, da 
exclusividade., da anualidade, da clareza, do equilíbrio e da não-afetação da 
receita, onde o processo de planejamento-orçamento é consubstanciado pelo 
Plano Plurianual, pela Lei de Diretrizes Orçamentárias e pelos Orçamentos Anuais: 
fiscal, da seguridade social e de investimentos das empresas que a União, os 
Estados e os Municípios, direta ou indiretamente, detenham a maioria do capital 
social com direito a voto. A Lei do Orçamento conterá a previsão da receita e a 
fixação da despesa do exercício financeiro a que se referir. 
 
Página 25
 
 
 
QUARTA AULA 
 
 
Disciplina: Contabilidade Pública 
Professor: Antonio Osório Gonçalves 
 
 
 
4.1 Contabilização da Receita 
 
Como visto anteriormente, a receita pública possui quatro estágios: Previsão, Lançamento, 
Arrecadação e Recolhimento. 
Nos estágios da previsão e recolhimento da receita, também são feitos lançamentos contábeis 
para que o balanço retrate as alterações ocorridas no Patrimônio por ocasião destas 
movimentações orçamentárias. 
No estágio de previsão são feitos lançamentos apenas no Sistema Orçamentário e no estágio 
do recolhimento são feitos lançamentos no sistema orçamentário, no sistema financeiro pelo 
recebimento do recurso tendo em vista ser a receita contabilizada pelo regime de caixa e se 
esta receita for de capital e alterar o patrimônio nas contas de ativo e passivo permanente terá 
um terceiro lançamento no sistema patrimonial. 
Para melhor entendimento de cada lançamento contábil da receita no sistema orçamentário 
vejamos: 
 
Código Conta Funcionamento Saldo 
1.1.1 Receita Orçada Registra a previsão inicial da receita funcionando 
como lançamento de abertura do orçamento – esta 
conta não é mais movimentada durante o exercício 
Credor 
1.1.2 Previsão da 
Receita 
Faz contrapartida com a conta 1.1.1 quando da 
abertura do orçamento sendo esta a conta 
movimentada durante o exercício fazendo 
posteriormente contrapartida com a conta 1.1.4 para 
controle da arrecadação 
Devedor 
1.1.4 Execução da 
Receita 
Toda vez que a receita for efetivamente recolhida 
será dado baixa da conta de previsão da receita 1.1.2 
mediante transferência do valor para esta conta 
Devedor 
 
1.1.1 e 1.1.2 PREVISÃO 
1.1.2 e 1.1.4 RECOLHIMENTO 
 
 
 
 
Página 26
4.1.1 Escrituração pela previsão inicial 
 
Lançamento 1 (Sistema Orçamentário): lança apenas no sistema orçamentário debitando a 
conta 1.1.2 e creditando a conta 1.1.1 
Ex: O município de MODELÓPOLIS orçou para arrecadar no exercício de 2007 o valor de R$ 
60.000,00 de receitas correntes e R$ 40.000,00 de receitas de capital, lançadas pelo total na 
contabilidade. 
 
Operação Código Conta Valor 
Débito 1.1.2 Previsão da Receita 
 1.1.2.01 Receita Corrente 60.000,00
 1.1.2.02 Receita de Capital 40.000,00
Crédito 1.1.1 Receita Orçada 
 1.1.1.01 Receita Corrente 60.000,00
 1.1.1.02 Receita de Capital 40.000,00
 
4.1.2 Escrituração pela entrada do dinheiro 
 
Lançamento 1 (Sistema Orçamentário): lança no sistema orçamentário dando baixa da conta 
de Previsão da Receita mediante crédito da conta 1.1.2 e débito da receita executada conta 
1.1.4; 
EX: o município MODELÓPOLIS recolheu R$ 55.000,00 da receita corrente prevista e R$ 
45.000,00 da receita de capital prevista. 
 
Operação Código Conta Valor 
Débito 1.1.4 Execução da Receita 
 1.1.4.01 Receita Corrente 55.000,00
 1.1.4.02 Receita de Capital 45.000,00
Crédito 1.1.2 Previsão da Receita 
 1.1.2.01 Receita Corrente 55.000,00
 1.1.2.02 Receita de Capital 45.000,00
 
Lançamento 2 (Sistema Financeiro): lança no sistema financeiro pela entrada do recurso 
mediante débito das contas do disponível e crédito da conta de resultado do sistema financeiro 
– Receita Realizada 2.3.1. 
 
Operação Código Conta Valor 
Débito 2.1. Ativo Financeiro 
 2.1.1 Disponível 
 2.1.1.01 Caixa 100.000,00
Crédito 2.3.1 Receita Realizada 
 2.3.1.01 Receita Corrente 60.000,00
 2.3.1.02 Receita de Capital 40.000,00
 
Página 27
Obs: a conta Receita Realizada -2.3.1 – do sistema financeiro é uma conta de resultado e seu 
saldo será sempre o mesmo da conta orçamentária de execução da receita – 1.1.4 . Como se 
fora transferido o saldo do sistema orçamentário que afetou o Patrimônio para o sistema 
financeiro. 
 
Lançamento 3 (Sistema Patrimonial): se a receita for de capital e afetar o ativo ou passivo 
permanente, provocando redução do ativo ou aumento do passivo permanente deve-se 
creditar estas contas e debitar as Variações Passivas de acordo com sua origem. 
O lançamento 3 será efetuado só nos casos em que a receita for de capital e afetar o 
patrimônio permanente. 
Ex: supondo que os R$ 45.000,00 recolhidos em MODELÓPOLIS sejam provenientes da 
venda de um imóvel do município, teremos: 
 
Operação Código Conta Valor 
Débito 3.3.2.02 Variação Passiva 
 Mutação Patrimonial 
 Da Receita 
 3.3.2.02.04 Alienação de bens 
 Imóveis 45.000,00
Crédito 3.1.1 Bens Imóveis 45.000,00
 
Obs: A conta de Variação Passiva ou Mutação Patrimonial da Receita corresponde a uma 
conta de resultado do Sistema Patrimonial e evidencia em quanto o Ativo Permanente foi 
diminuído ou o Passivo Permanente aumentado em função de lançamentos na receita e 
despesa orçamentária . 
 
4.1.3 Escrituração da Dívida Ativa 
No final do ano determinados tributos devem ser inscritos na dívida ativa, o que também pode 
ocorrer durante o ano por término do prazo para pagamento, neste caso, como não há 
movimento orçamentário, nem financeiro, procede-se apenas um lançamento no sistema 
patrimonial afetando contas do ativo permanente. 
Ex: o município de MODELÓPOLIS apurou no final do exercício que deixou de receber por 
transcurso de prazo o valor de R$ 35.000,00 referentes impostos, taxas e contribuição de 
melhoria. 
 
Operação Código Conta Valor 
Débito 3.1.6.01 Divida Ativa Tributária 35.000,00
Crédito 3.3.2.01 Variação Ativa Extra 
Orçamentária 
 3.3.2.01.03 Inscrição em Dívida Ativa 35.000,00
 
A conta Dívida Ativa Tributária corresponde a um crédito a receber no orçamento do próximo 
ano sob a forma de receita de dívida ativa e que foi apropriado no fim do ano em que a receita 
deveriater ingressado no caixa do tesouro. 
Página 28
A conta Variação Ativa Extra Orçamentária corresponde a uma conta do resultado do Sistema 
Patrimonial que contabiliza todos aqueles valores que embora aumentem o patrimônio não 
provocam alterações orçamentárias – a receita considerada no orçamento não foi recolhida – 
nem alteração financeira – a receita não ingressou nem em caixa nem em bancos. 
 
4.2 Contabilização da Despesa 
 
Assim como a Receita, as Despesas também passam por quatro fase distintas: fixação, 
empenho, liquidação e pagamento. 
Enquanto o orçamento controla as despesas de uma forma analítica sob vários enfoques: 
função; órgão; unidade orçamentária; natureza da despesa; projeto/atividade, fornecendo 
informações precisas para controle gerencial a nível mais operacional, a contabilidade pública 
oferece através do Balanço informações sintéticas da execução orçamentária agrupadas em 
contas contábeis de forma a evidenciar apenas o resultado geral. 
Para melhor entendimento de cada lançamento contábil da despesa no sistema orçamentário 
vejamos: 
 
Código Conta Funcionamento Saldo 
1.2.1 Despesa Fixada Registra a fixação inicial da despesa funcionando 
como lançamento de abertura do orçamento – esta 
conta não é mais movimentada durante o exercício 
Devedor 
1.2.6 Dotações 
Disponíveis 
Faz contrapartida com a conta 1.2.1 quando da 
abertura do orçamento sendo esta conta 
movimentada durante o exercício toda vez que for 
realizado um empenho da despesa mediante baixa 
do seu saldo em contrapartida do aumento do saldo 
da conta 1.2.7 - despesa empenhada. 
Credor 
1.2.7 Despesa 
Empenhada 
Toda a vez que se fizer a reserva de uma dotação 
disponível mediante procedimento do empenho 
haverá uma baixa na conta de dotações disponíveis 
1.2.6, em contrapartida do aumento da conta 
Despesa Empenhada 1.2.7. 
Credor 
1.2.8 Despesa 
Executada 
Toda vez que a despesa empenhada for liquidada, 
ou seja, for satisfeito implemento de condição, será 
feito uma baixa deste valor da conta 1.2.7 –
despesa empenhada – em contrapartida do 
aumento na conta Despesa Executada 1.2.8. 
Credor 
 
 
 
 
 
 
Página 29
4.2.1 Escrituração pela fixação inicial no orçamento 
 
Lançamento 1 ( Sistema Orçamentário): debita a conta 1.2.1 – Orçamento inicial da despesa e 
credita a conta 1.2.6 – Créditos Disponíveis. 
Ex: O município de MODELÓPOLIS fez uma fixação da despesa para o ano de 2007 no valor 
de R$ 100.000,00 
Operação Código Conta Valor 
Débito 1.2.1 Despesa Fixada 100.000,00
Crédito 1.2.6 Dotações Disponíveis 100.000,00
 
4.2.2 Escrituração pelo empenho da despesa 
 
Lançamento 1 (Sistema Orçamentário): debita a conta 1.2.6 créditos disponíveis dando baixa 
e credita a conta 1.2.7 Despesa Empenhada. 
 
Ex: O município de MODELÓPOLIS contratou despesas reservando dotações orçamentárias 
no valor de R$ 60.000,00 
. 
Operação Código Conta Valor 
Débito 1.2.6 Dotações Disponíveis/Créditos 
Disponíveis 60.000,00
Crédito 1.2.7 Despesa Empenhada 60.000,00
 
4.2.3 Escrituração pela liquidação da despesa 
 
Lançamento 1 (Sistema Orçamentário): debita a conta 1.2.7 Despesa Empenhada dando 
baixa e credita a conta 1.2.8 Execução da Despesa . 
 
Ex: Da despesa contratada pelo município de MODELÓPOLIS foram entregues o valor de R$ 
40.000,00, mediante os respectivos documentos fiscais, sendo R$ 30.000,00 despesas 
correntes e R$ 10.000,00 referente aquisição de um veículo (despesa de capital). 
 
Operação Código Conta Valor 
Débito 1.2.7 Despesa Empenhada 40.000,00
Crédito 1.2.8 Execução da Despesa 40.000,00
 
Lançamento 2 (Sistema Financeiro): nesta fase deve-se fazer também um lançamento no 
Sistema Financeiro pela contratação líquida e certa da obrigação de pagamento mediante 
crédito das contas do disponível do ativo ou contas a pagar do passivo e débito da conta de 
resultado do sistema financeiro 2.3.2 – Despesa Realizada. 
Página 30
 
OBS: Assim, toda vez que a despesa chegar na fase da execução do Sistema Orçamentário 
haverá também lançamento no Sistema Financeiro quer contra a conta Caixa quer contra 
Obrigações a Pagar e se a mesma for de Capital e alterar o patrimônio nas contas de ativo e 
passivo permanente também haverá lançamento no Sistema Patrimonial 
. 
 
Operação Código Conta Valor 
Débito 2.3.2 Despesa Realizada 
 2.3.2.01 Despesa Corrente 30.000,00
 2.3.2.02 Despesa de Capital 10.000,00
 
Crédito 2.2.5 Contas do Exercício 
 A Pagar 40.000,00
 
Lançamento 3 ( Sistema Patrimonial): somente será realizado se a despesa for de capital e 
alterar o ativo ou passivo permanente, provocando aumento no ativo ou redução no passivo 
permanente, devendo debitar estas contas e creditar as Variações Ativas de acordo com a 
origem. 
Ex: o município de MODELÓPOLIS adquiriu um veículo para a Secretaria da Administração. 
 
Operação Código Conta Valor 
Débito 3.1.1 Bens Móveis 10.000,00
Crédito 3.3.1.02 
 
3.3.1.02.01 
Variação Ativa/Mutação 
Patrimonial da Despesa 
Aquisição de Bens Móveis 10.000,00
 
OBS: a conta Variação Ativa é uma conta de resultado do Sistema Permanente e será 
creditada toda vez que houver um lançamento no orçamento que provoque aumento do 
Ativo permanente ou redução do Passivo Permanente. 
 
4.2.4 Escrituração pelo pagamento de contas 
 
 Ex: O município de MODELÓPOLIS paga o valor de referente a aquisição do veículo a prazo: 
 
Operação Código Conta Valor 
Débito 2.2.5 Contas do Exercício A Pagar 10.000,00
Crédito 2.1.1.01 Caixa/Bancos 10.000,00
 
4.3 Contabilização de receitas e despesas extra-orçamentárias 
 
O Setor Público além das receitas e despesas orçamentárias possui as contas de receita 
extra-orçamentárias e despesas extra-orçamentárias. 
Página 31
 
As receitas extra-orçamentárias correspondem a valores de terceiros em poder do município 
dos quais o mesmo é só um depositário necessitando repassar em curto tempo este valor. 
 
As despesas extra-orçamentárias correspondem ao pagamento realizado das receitas extra-
orçamentárias recebidas. 
 
As receitas e despesas extra-orçamentárias podem estar no ativo e passivo financeiro de 
acordo com seu saldo: 
Código Conta Função 
2.2.1 Restos a Pagar (passam 
pelo orçamento do ano 
anterior) 
Incluem-se as despesas orçamentárias empenhadas 
e não pagas até 31 de dezembro, referentes a 
fornecedores, a obras, a prestação de serviços. 
Como estas despesas não foram pagas elas 
constituem receita extra-orçamentária até o momento 
em que forem quitadas. 
 
Constituição dos Restos a Pagar = Receita Extra-
orçamentária 
Pagamento dos Restos a Pagar = Despesa Extra-
orçamentária 
2.2.2 Serviços da dívida a 
pagar (passam pelo 
orçamento 
correspondendo a uma 
obrigação a pagar que 
fica separada devido a 
sua natureza) 
Referem-se as despesas financeiras com juros e 
amortizações empenhadas no balanço orçamentário 
e não pagas até o fim do exercício. 
 
Apropriação = Receita extra-orçamentária 
Pagamento = Despesa extra-orçamentária 
2.2.3 Depósitos Corresponde ao montante de débitos relativos a 
recebimentos feitos a título de depósitos 
2.2.3.01 Depósitos de Diversas 
Origens (não passam 
pelo orçamento) 
Referem-se aos registros de diversos valores de 
terceiros que se encontram sob a forma de depósitos 
judiciais, especiais em garantia, depósitos para 
recursos, de alienáveis, de cauções, ordens de 
pagamento e cheques em trânsito ou valores em 
circulação, que constituem receita de administrações 
públicas até serem repassados aos respectivos 
responsáveis. 
 
Recebimento dos depósitos = Receita Extra-
orçamentária 
Pagamentos dos depósitos = Despesa Extra-
orçamentária 
Página 32
2.2.3.02 Consignações (não 
passam pelo orçamento) 
Referem-se a valores entregues em confiançaou em 
consignações, geralmente retidos em folhas de 
pagamento do funcionalismo público que ainda não 
foram repassados aos respectivos responsáveis, 
constituindo temporariamente receita extra-
orçamentária das administrações públicas 
2.2.4 Débitos de tesouraria 
(não passam pelo 
orçamento) 
Refere-se a dívidas provenientes de operações de 
crédito por antecipação da receita orçamentária (com 
prazo de amortização inferior a doze meses). 
 
Recebimento do empréstimo = Receita Extra-
orçamentária 
Pagamento do empréstimo = Despesa Extra-
orçamentária 
2.2.5 Contas do Exercício a
Pagar (passam pelo 
orçamento – empenho a 
prazo) 
Referem-se aos registros de obrigações exigíveis até 
o término do exercício seguinte referentes a: 
despesas de pessoal a pagar, contribuições sociais e 
trabalhistas a pagar, fornecedores a pagar e outros 
credores. 
 
Apropriação das contas = Receita Extra-orçamentária 
Pagamento das contas – Despesa Extra-
orçamentária 
2.2.6 Pendentes Montante de valores do passivo transitório ou 
nominal, ou a regularizar 
2.2.7 Credores Diversos (não 
passam pelo orçamento) 
Referem-se aos compromissos exigíveis em até doze 
meses e decorrentes de recursos obtidos junto a 
diversos credores, tais como: entidades federais, 
entidades supervisionadas, entidades autárquicas, 
estados e municípios, entidades diversas, empresas 
estatais, valores a pagar e outros credores. 
 
Recebimento dos recursos = Receita Extra-
orçamentária 
Pagamento dos Recursos = Despesas Extra-
orçamentária 
 
Ex: A folha de pagamento de MODELÓPOLIS é a seguinte: 
 
Valor bruto a pagar para os servidores 15.000,00
Desconto do INSS dos segurados 2.000,00
Valor líquido 13.000,00
 
O lançamento no sistema orçamentário quando o empenho é feito pelo valor bruto a pagar, 
tendo em vista o princípio da universalidade. Porém como a saída é pelo valor líquido faz-se 
uma entrada da receita extra-orçamentária do valor do INSS descontado na folha de 
Página 33
pagamento. Quando do pagamento da guia de recolhimento da previdência faz-se uma saída 
extra-orçamentária (despesa extra-orçamentária) zerando a conta. 
 
Lançamento da Receita Extra-orçamentária no Sistema Financeiro 
 
Operação Código Conta Valor 
Débito 2.1.1.01 Caixa 2.000,00
Crédito 2.2.3.02.01 INSS Segurados 2.000,00
 
Neste momento o município de MODELÓPOLIS assumiu uma obrigação para com o INSS e, 
na data do pagamento a este órgão fará o seguinte lançamento: 
 
Operação Código Conta Valor 
Débito 2.2.3.02.01 INSS Segurados 2.000,00
Crédito 2.1.1.01 Caixa 2.000,00
 
O município de MODELÓPOLIS foi apenas um depositário, ou seja, ele assumiu a dívida dos 
servidores, por isso não se trata de receita orçamentária. 
Página 34
 
 
 
QUINTA AULA 
 
 
 
Disciplina: Contabilidade Pública 
Professor: Antonio Osório Gonçalves 
 
 
 
5 – Contabilizações. 
5.1 – Lançamentos contábeis da receita, rotineiros durante o exercício 
financeiro: 
 5.1.1 – Arrecadação de Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU , no valor de R$ 
10.000,00; 
a) No Sistema Orçamentário 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
d 7.1112.02.00 Imposto Predial e Territorial 
Urbano - IPTU 
 
c 7 Receita Orçamentária 
 Valor referente arrecadação de 
IPTU nesta data 
10.000,00 
 
b) No Sistema Financeiro/Patrimonial 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
d 1.1.1.2.1 Banco do Brasil s.a. 
c 4.1.1 Receita Orçamentária 
 Valor referente arrecadação de 
tributos nesta data 
10.000,00 
 
c) No Sistema de Compensação (dois lançamentos) 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
d 5.2 Receita Orçamentária Realizada 
c 5.1 Receita Orçamentária Prevista a Realizar 10.000,00 
 
d 6.6.1 Contrapartida de carnês de IPTU 
c 5.5.1 Carnês de IPTU 10.000,00 
Página 35
 
 
5.1.2 – Na arrecadação das demais Receitas Correntes (com exceção do IPTU e da receita 
da Dívida Ativa) – no valor de R$ 3.000,00; 
a) No Sistema Orçamentário 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
d * Qualquer conta de receita corrente 
c 7 Receita orçamentária 3.000,00 
 
(*) todas as contas de receitas correntes, do código 7.1112.00.00 ao código 7.1990.00.00 (com 
exceção dos códigos 7.1112.02.00 – IPTU; 7.1939.00.00 – Receita da Dívida Ativa) – cuja 
identificação é possível à vista do documento de arrecadação da receita. (Nos sistemas 
informatizados, o código de barras do documento já destinará o valor arrecadado à receita 
correta). 
b) No Sistema Financeiro/Patrimonial 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
d 1.1.1.2.1 Banco do Brasil s.a. 
c 4.1.1 Receita orçamentária 3.000,00 
 
c) No Sistema de Compensação 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
d 5.2 Receita orçamentária realizada 
c 5.1 Receita orçamentária prevista a realizar 3.000,00 
 
5.1.3 – Na Arrecadação de Receita da Dívida Ativa do IPTU no valor de R$ 1.500,00, mais 
multa e juros de R$ 338.12 
a) No Sistema Orçamentário 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
d 7.1910.00.00 Receita de Juros e Multas 338,12 
d 7.1931.00.00 Receita da Dívida Ativa Tributária 1.500,00 
c 7 Receita orçamentária 1.838,12 
 
b) No Sistema Financeiro/Patrimonial (dois lançamentos) – As multas e juros cobradas, estão 
assim constituídas: até 31/12/2008 = 290,00; no exercício de 2009 = 48,12 
 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
d 1.1.1.2.1 Banco do Brasil s.a. 
c 4.1.1 Receita orçamentária 1.838,12 
d 4.6.1 Cobrança da dívida ativa 
Página 36
c 1.2.4.1.1 Divida ativa tributária inscrita no ano de 
2008 
1.790,00 
 
 
c) No Sistema de Compensação 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
d 5.2 Receita orçamentária realizada 
c 5.1 Receita orçamentária prevista a realizar 1.838,12 
 
5.1.4 – Arrecadação de Receitas de Capital: 
5.1.4.1 Operações de Crédito Internas – Contrato de financiamento no valor de RS 50.000,00 – 
previsto no orçamento de 2009; 
 
a) No Sistema Orçamentário 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
d 7.2110.00.00 Operações de crédito internas 
c 7 Receita orçamentária 50.000,00 
 
b) No Sistema Financeiro/Patrimonial (dois lançamentos – pelo recebimento do valor e pelo 
reconhecimento do endividamento) : 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
 Pelo Recebimento do Valor 
d 1.1.1.2.1 Banco do Brasil s.a. 
c 4.1.1 Receita orçamentária 50.000,00 
 Pela Incorporação da Dívida Fundada 
d 4.6.4 Incorporação da dívida fundada interna 
c 2.2.1.2 DFI – Por contratos 50.000,00 
 
c) No Sistema de Compensação 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
d 5.2 Receita orçamentária realizada 
c 5.1 Receita orçamentária prevista a realizar 50.000,00 
 
 
 
 
 
Página 37
5.1.4.2 – Receita de Alienação de Bens móveis/imóveis – venda de um imóvel público pelo 
valor de R$ 80.000,00; 
a) No Sistema Orçamentário 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
d 7.22.20.00.00 Alienação de bens imóveis 
c 7 Receita orçamentária 80.000,00 
(*) 1) Em se tratando de Bens móveis o código será 7.2210.00.00; 
 2) Os quatro últimos dígitos da conta (00.00) identificarão a unidade orçamentária e o bem 
que está sendo alienado. 
Exemplo: 03 – secretaria municipal de educação e cultura 
 85 – escola de primeiro grau Getúlio Vargas 
 
b) no Sistema financeiro/patrimonial (quatro lançamentos); 
b.1) o imóvel vendido possui Depreciação Acumulada de R$ 6.000,00 – registrada no 
Sistema Patrimonial. 
Lançamento Código da Conta Título da Conta Valor 
 Pelo recebimento do valor da venda 
D 1.1.1.2.1 Banco do brasil s.a. 
C 4.1.1 Receita orçamentária 80.000,00 
 Pela transferência do bem do sistema 
patrimonial para o resultado 
 
D

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