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Aula 07
Direito Constitucional p/ IBAMA 2017 (Analista Ambiental) - Com
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Equipe Ricardo e Nádia 01, Nádia Carolina, Ricardo Vale, Equipe Ricardo e Nádia 02
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DIREITO CONSTITUCIONAL – IBAMA 
Teoria e Questões 
Aula 07 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
!ULA 07 
PODER!EXECUTIVO 
Sumário 
Poder Executivo ................................................................................................................................ 2 
1‑ Funções do Poder Executivo: .................................................................................................. 2 
2‑ Presidencialismo x Parlamentarismo: .................................................................................. 2 
3‑ Investidura e Posse: ................................................................................................................. 4 
4‑ Impedimento e Vacância: ....................................................................................................... 7 
5‑ Atribuições do Presidente da República: .......................................................................... 11 
6‑ Responsabilização do Presidente da República: .............................................................. 21 
8‑ Vice‑Presidente e Ministros de Estado: ............................................................................. 29 
9‑ Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional: .............................................. 32 
Questões Comentadas ................................................................................................................... 33 
Lista de Questões ........................................................................................................................... 57 
Gabarito ........................................................................................................................................... 66 
 
 
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Teoria e Questões 
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Poder Executivo 
1- Fun›es do Poder Executivo: 
O Poder Executivo, assim como os demais Poderes do Estado, possui fun›es 
t’picas e fun›es at’picas. A fun‹o t’pica do Poder Executivo Ž a fun‹o 
executiva, que abrange atividades de Chefia de Governo, Chefia de Estado 
e de Chefia da Administra‹o Pœblica.1 O Poder Executivo Ž, afinal, o 
respons‡vel por impulsionar e dirigir a a‹o estatal, seja no plano interno ou 
no plano internacional.2 
A doutrina considera que a fun‹o executiva subdivide-se em duas: i) fun‹o 
de governo (atribui›es de decis‹o pol’tica) e; ii) fun‹o administrativa 
(atribui›es relacionadas ˆ presta‹o de servio pœblico).3 
O Poder Executivo tambŽm exerce fun›es at’picas: fun‹o legislativa 
(quando edita medidas provis—rias, leis delegadas e decretos aut™nomos) e 
fun‹o de julgamento (no ‰mbito do contencioso administrativo, como, por 
exemplo, quando decide um processo administrativo disciplinar). Cabe 
destacar que a doutrina majorit‡ria entende que o Poder Executivo n‹o 
exerce fun‹o jurisdicional. 
Segundo o Prof. Gilmar Mendes, a realidade pol’tica brasileira demonstra uma 
hiperpotencializa‹o do Poder Executivo, centrado na figura do Presidente 
da Repœblica; nesse sentido, Ž percept’vel, em nosso modelo pol’tico, a 
proeminncia do Poder Executivo sobre os demais Poderes.4 
 
2- Presidencialismo x Parlamentarismo: 
O sistema de governo adotado por um Estado Ž o modo como se d‡ a 
rela‹o entre os Poderes, notadamente entre o Poder Executivo e o Poder 
Legislativo. N‹o se confunde com forma de governo (que pode ser Repœblica 
ou Monarquia), tampouco com forma de Estado (Estado unit‡rio ou Estado 
federal). 
H‡ dois sistemas de governo amplamente utilizados mundo afora: i) o 
presidencialismo e; ii) o parlamentarismo. Como exemplo de pa’ses que 
                                                        
1
  SILVA, JosŽ Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 35» edi‹o, Ed. 
Malheiros, S‹o Paulo, 2012. 
2
  MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o 
Constitucional, 9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 1228.  
3
 MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet, COELHO, Inocnci M‡rtires. Curso 
de Direito Constitucional, 5» edi‹o. S‹o Paulo: Saraiva, 2010, pp. 935 
4 Op Cit. Pp. 935. 
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adotam o presidencialismo, citamos o Brasil e os EUA. Por outro lado, a 
Inglaterra Ž um exemplo de pa’s que adota o parlamentarismo como sistema 
de governo. 
O presidencialismo tem suas origens nos EUA, que o adotaram como sistema 
de governo na Constitui‹o de 1787. Possui como caracter’sticas principais as 
seguintes: 
a) A Chefia do Poder Executivo Ž unipessoal ou monocr‡tica. O 
Presidente da Repœblica exerce a fun‹o de Chefe de Estado 
(representando o Pa’s em suas rela›es internacionais) e, ainda, a 
fun‹o de Chefe de Governo (dirigindo as pol’ticas pœblicas do Estado 
e chefiando a Administra‹o Pœblica federal). Em suma, no 
presidencialismo, o Presidente da Repœblica acumula em suas m‹os 
todas as fun›es executivas. 
b) Inexistncia de v’nculo entre Poder Legislativo e Poder Executivo. 
No presidencialismo, h‡ independncia entre o Poder Legislativo e o 
Executivo. O Presidente pode, inclusive, ser eleito sem que tenha o 
apoio da maioria parlamentar; Ž claro que, nessa situa‹o, haver‡ 
fortes preju’zos ˆ governabilidade. Ademais, n‹o pode o Presidente 
interferir no mandato de Deputados e Senadores, eleitos 
democraticamente pelo povo. 
c) Mandato por tempo determinado. O Presidente da Repœblica, 
quando eleito, j‡ tem um tempo prŽ-fixado durante o qual ir‡ exercer o 
seu mandato. No Brasil, por exemplo, o mandato do Presidente Ž de 4 
anos, podendo haver uma reelei‹o. N‹o existe a possibilidade de o 
Poder Legislativo, a seu bel prazer, abreviar o mandato presidencial, 
destituindo o Presidente do cargo. No Brasil, a œnica possibilidade de 
perda do cargo de Presidente por atua‹o do Poder Legislativo Ž a 
condena‹o por crime de responsabilidade (processo de 
ÒimpeachmentÓ). 
Na grande maioria dos pa’ses que adotam o sistema presidencialista, a elei‹o 
do Presidente Ž feita pelo voto direto da popula‹o. Com isso, o candidato 
eleito goza de grande legitimidade popular, o que Ž percebido pela doutrina 
como uma das vantagens do sistema presidencialista. 
O parlamentarismo, por sua vez, tem suas origens, na Inglaterra do sŽculo 
XI. Suas caracter’sticas principais s‹o as seguintes: 
a) A Chefia do Poder Executivo Ž dual, pois o Chefe de Estado e o 
Chefe de Governo s‹o pessoas diferentes. Nas monarquias 
parlamentaristas, o Chefe de Estado Ž o monarca, ao passo que o Chefe 
de Governo Ž o Primeiro-Ministro. Por outro lado, nas repœblicas 
parlamentaristas, h‡ o Presidente (comoChefe de Estado) e o Primeiro-
Ministro (como Chefe de Governo). 
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b) Interdependncia entre os Poderes Executivo e Legislativo. O 
Primeiro Ministro e os demais membros do Gabinete (Ministros) s‹o 
integrantes do Parlamento e s‹o por ele nomeados. Assim, a Chefia de 
Governo s— se mantŽm no poder enquanto possuir o apoio do 
Parlamento; caso o Primeiro-Ministro perca esse apoio, poder‡ ser 
destitu’do pelo Parlamento. 
c) Mandato por prazo indeterminado. O Primeiro-Ministro (Chefe de 
Governo) ocupa o cargo por tempo indeterminado, enquanto possuir o 
apoio do Parlamento. Destaque-se, ainda, que em situa›es em que o 
povo perde a confiana no Parlamento, este tambŽm pode ser 
dissolvido pelo Primeiro-Ministro, convocando-se elei›es 
extraordin‡rias para a forma‹o de um novo Parlamento. 
A doutrina aponta que uma das vantagens do sistema parlamentarista Ž a 
existncia de uma rela‹o harmoniosa entre o Poder Legislativo e o Poder 
Executivo, que resulta em maior governabilidade. Esta Ž obtida pelo fato de 
que o Primeiro-Ministro e os demais membros do Gabinete s‹o oriundos do 
Parlamento e, como tal, suas a›es ter‹o apoio do Poder Legislativo. Vale 
destacar que, no sistema parlamentarista, Ž poss’vel a substitui‹o 
simplificada do Governo (o que n‹o Ž poss’vel no presidencialismo!), o que 
Ž particularmente importante para contornar de forma mais eficiente situa›es 
de crise pol’tica. 5 
A partir do momento em que o Brasil adotou a Repœblica, o presidencialismo 
passou a ser o sistema de governo. Apenas durante o per’odo de setembro de 
1961 a janeiro de 1963, adotamos o parlamentarismo em nosso Pa’s. 
 
3- Investidura e Posse: 
Em nosso ordenamento jur’dico, o Presidente da Repœblica encarna a Chefia de 
Estado e a Chefia de Governo, exercendo, portanto, todas as fun›es 
executivas. Nesse sentido, diz a Constitui‹o que o Poder Executivo Ž 
exercido pelo Presidente da Repœblica, auxiliado pelos Ministros de Estado. 
                                                        
5 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Ed. Juspodium, Salvador, 2013, pp. 
731-732 
República Federa.va do Brasil 
• Forma de estado = Federação 
• Regime polí8co = Democracia 
• Forma de governo = República 
• Sistema de governo = Presidencialismo 
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Para que um indiv’duo possa ocupar o cargo de Presidente, ele dever‡ cumprir 
os seguintes requisitos constitucionais: 
a) Ser brasileiro nato (art. 12, ¤ 3¼, CF/88). 
b) Possuir alistamento eleitoral. 
c) Estar no pleno gozo dos direitos pol’ticos. 
d) Ter mais de 35 anos. Destaque-se que essa idade deve ser 
comprovada na data da posse. 
e) N‹o se enquadrar em nenhuma das inelegibilidades previstas na 
Constitui‹o. 
f) Possuir filia‹o partid‡ria. 
A elei‹o do Presidente e do Vice-Presidente da Repœblica Ž feita pelo sistema 
majorit‡rio de dois turnos. Por esse sistema, considera-se eleito o 
candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos v‡lidos (n‹o 
computados, portanto, os votos em branco e os nulos). Caso n‹o obtenha essa 
maioria na primeira vota‹o, ser‡ realizado um novo turno de vota›es. 
 
Existem dois tipos de sistema majorit‡rio: 
1) Sistema majorit‡rio puro (ou simples): Ž eleito o 
candidato com o maior nœmero de votos (maioria simples). 
Esse sistema Ž utilizado para a elei‹o dos Senadores e de 
Prefeitos em munic’pios com atŽ 200.000 eleitores. 
2) Sistema majorit‡rio de dois turnos: Ž eleito o 
candidato que obtŽm a maioria absoluta dos votos v‡lidos. 
A maioria absoluta Ž obtida quando o candidato tem mais 
da metade dos votos v‡lidos. Esse sistema Ž utilizado nas 
elei›es do Presidente, dos Governadores e de Prefeitos em 
munic’pios com mais de 200.000 eleitores. 
E quando ocorrer‹o as elei›es presidenciais? 
Segundo o art. 77, caput, a elei‹o do Presidente e do Vice-Presidente ser‡ 
realizada, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro (em primeiro 
turno) e no œltimo domingo de outubro (em segundo turno, se houver) do 
ano anterior ao do tŽrmino do mandato presidencial vigente. Destaque-se 
que a elei‹o do Presidente importar‡ a do Vice-Presidente com ele registrado; 
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em outras palavras, ao eleger o Presidente, a popula‹o estar‡ 
automaticamente elegendo o Vice.6 
Ser‡ considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido 
pol’tico, obtiver a maioria absoluta de votos, n‹o computados os em branco 
e os nulos. Assim, para se eleger no primeiro turno, o candidato dever‡ ter 
mais votos do que o somat—rio dos votos de todos os seus advers‡rios; 
precisar‡, portanto, ter mais da metade dos votos v‡lidos. 
Se a maioria absoluta n‹o for obtida no primeiro turno, ser‡ realizado o 
segundo turno. Ir‹o concorrer os dois candidatos mais votados no primeiro 
turno. Havendo empate em segundo lugar, ser‡ qualificado o mais idoso, que 
ir‡, ent‹o, disputar o segundo turno. Destaque-se que ser‡ considerado eleito, 
no segundo turno, aquele que obtiver a maioria dos votos v‡lidos. 
Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistncia ou 
impedimento legal de candidato, convocar-se-‡, dentre os remanescentes, o 
de maior vota‹o. Cuidado! N‹o ser‡ convocado o Vice do candidato que 
faleceu, desistiu ou foi impedido, mas sim chamado aquele que ficou na 
terceira posi‹o no primeiro turno. Caso ocorra empate entre os 
remanescentes, qualificar-se-‡ o mais idoso. 
O Presidente e o Vice-Presidente da Repœblica tomar‹o posse em sess‹o 
conjunta do Congresso Nacional, em 1¼ de janeiro, prestando o 
compromisso de manter, defender e cumprir a Constitui‹o, observar as leis, 
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a uni‹o, a integridade e a 
independncia do Brasil. 
Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o 
Vice-Presidente, salvo motivo de fora maior, n‹o tiver assumido o cargo, 
este ser‡ declarado vago (art. 78, par‡grafo œnico). A partir desse 
dispositivo, Ž poss’vel vislumbrarmos 6 situa›es diferentes: 
a) Presidente da Repœblica e Vice-Presidente n‹o comparecem dentro 
de 10 dias da data fixada para posse, SEM motivo de fora maior. 
Nesse caso, ser‡ declarada a vac‰ncia dos dois cargos (Presidente e 
Vice). Precisar‹o ser realizadas novas elei›es diretas, como 
estudaremos mais ˆ frente. 
b) Presidente da Repœblica n‹o comparece dentro de 10 dias da data 
fixada para a posse, SEM motivo de fora maior. Nesse caso, o Vice 
assumir‡ o cargo de Presidente e exercer‡ o mandato inteiro sem Vice. 
                                                        
6 Nem sempre foi assim na Hist—ria brasileira. A Constitui‹o de 1946 dispunha que o 
Presidente e o Vice-Presidente seriam eleitos separadamente. Como resultado disso, tivemos, 
por vezes, elei‹o de candidatos com posi›es pol’ticas antag™nicas, como, por exemplo, J‰nio 
Quadros (eleito presidente em 1960) e Jo‹o Goulart (Vice-Presidente). Quando J‰nio Quadros 
renunciou, houve forte rejei‹o a Jo‹o Goulart. A solu‹o para o impassepol’tico foi instaurar 
um sistema parlamentarista no Brasil. 
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c) Vice-Presidente n‹o comparece dentro de 10 dias da data fixada para 
a posse, SEM motivo de fora maior. Nesse caso, o Presidente ir‡ 
exercer todo o mandato sem Vice. 
d) Presidente da Repœblica e Vice-Presidente n‹o comparecem dentro 
de 10 dias da data fixada para posse, COM motivo de fora maior. A 
posse ser‡ adiada para que, ap—s cessado o motivo de fora maior, 
eles possam assumir o cargo. 
e) Presidente da Repœblica n‹o comparece dentro de 10 dias da data 
fixada para a posse, COM motivo de fora maior. O Vice-Presidente 
toma posse e assume, interinamente, o cargo de Presidente atŽ que 
cesse o motivo de fora maior. 
f) Vice-Presidente n‹o comparece dentro de 10 dias da data fixada para 
a posse, COM motivo de fora maior. O Presidente toma posse e 
governa sem Vice atŽ que cesse o motivo de fora maior que impediu o 
Vice de tomar posse. 
O mandato presidencial tem a dura‹o de 4 anos e ter‡ in’cio em 1¼ de 
janeiro do ano seguinte ao da elei‹o do Presidente da Repœblica. ƒ permitida 
a reelei‹o para um œnico per’odo subsequente. No entanto, Ž 
plenamente poss’vel que um indiv’duo seja eleito para mais de 2 mandatos 
presidenciais, desde que n‹o sejam consecutivos. O maior nœmero de 
mandatos presidenciais consecutivos que alguŽm pode cumprir s‹o dois. 
 
4- Impedimento e Vac‰ncia: 
De in’cio, Ž fundamental que saibamos a diferena entre impedimento e 
vac‰ncia do Presidente da Repœblica. Impedimentos s‹o os afastamentos 
tempor‡rios. ƒ o que ocorre, por exemplo, quando o Presidente se afasta do 
REQUISITOS 
CONSTITUCIONAIS ‑ 
PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA
SER BRASILEIRO NATO
ALISTAMENTO ELEITORAL
PLENO GOZO DOS DIREITOS POLÍTICOS
IDADE > 35 ANOS NA DATA DA POSSE
NENHUMA INELEGIBILIDADE PREVISTA NA CF
FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
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Pa’s. Quando h‡ um impedimento do Presidente, diz-se que haver‡ a sua 
substitui‹o pelo Vice-Presidente. 
A vac‰ncia do cargo de Presidente da Repœblica, por sua vez, representa o 
afastamento definitivo do cargo. Ocorrer‡, por exemplo, se o Presidente 
morrer ou se for condenado pela pr‡tica de crime de responsabilidade. Quando 
ocorre a vac‰ncia do cargo de Presidente, diz-se que o Vice o suceder‡. 
Mas quais s‹o as hip—teses de vac‰ncia do cargo de Presidente e Vice-
Presidente? S‹o as seguintes: 
a) N‹o comparecimento dentro de 10 dias da data fixada para a 
posse, exceto por motivo de fora maior. 
b) Por morte, renœncia, perda ou suspens‹o dos direitos pol’ticos e 
perda da nacionalidade brasileira. 
c) Condena‹o por crime de responsabilidade, ou comum, mediante 
decis‹o do Senado Federal ou do STF, respectivamente. 
Observa‹o: Se o Presidente for condenado por crime de 
responsabilidade, ele perder‡ o cargo e ficar‡ inabilitado por 8 
anos para o exerc’cio de fun‹o pœblica. 
d) Ausncia do pa’s por mais de 15 dias sem autoriza‹o do 
Congresso Nacional. O Presidente pode se ausentar do Pa’s por mais de 
15 dias; no entanto, para isso, precisar‡ de autoriza‹o do Congresso 
Nacional. 
No caso de Governadores e Vice-Governadores, a exigncia de 
autoriza‹o de Assembleia Legislativa s— poder‡ constar da Constitui‹o 
estadual se reproduzir o modelo federal, ou seja, quando a ausncia se 
der por mais de quinze dias. Assim, o STF considera inconstitucional 
norma estadual que exige prŽvia licena da Assembleia 
Legislativa para que o governador e o vice-governador possam 
ausentar-se do Pa’s por qualquer prazo. 7 
Trata-se de uma aplica‹o do princ’pio da simetria. Isso porque a Corte 
entende que n‹o Ž dado ˆ Constitui‹o Estadual criar novas 
interferncias de um Poder na —rbita de outro que n‹o derive expl’cita 
ou implicitamente de regra ou princ’pio da Constitui‹o Federal. Em 
outras palavras, quando se trata de sistema de pesos e contrapesos, h‡ 
uma imperatividade do modelo federal (ADI 3046). 
Dito isso, vejamos o que disp›em os arts. 79 e 80, CF/88: 
                                                        
7
 STF, ADI 738 Rel. Min. Maur’cio Corra. 13.11.2002 
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Art. 79. Substituir‡ o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-‡, 
no de vaga, o Vice-Presidente. 
Par‡grafo œnico. O Vice-Presidente da Repœblica, alŽm de outras 
atribui›es que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliar‡ o 
Presidente, sempre que por ele convocado para miss›es especiais. 
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou 
vac‰ncia dos respectivos cargos, ser‹o sucessivamente chamados ao 
exerc’cio da Presidncia o Presidente da C‰mara dos Deputados, o do Senado 
Federal e o do Supremo Tribunal Federal. 
Do art. 79, extrai-se que o substituto natural do Presidente da Repœblica Ž o 
Vice-Presidente, seja nas hip—teses de impedimento ou em caso de 
vac‰ncia do cargo. Dessa forma, se o Presidente viajar ao exterior e, 
portanto, afastar-se temporariamente do Pa’s, o Vice-Presidente ir‡ assumir. 
Nessa mesma linha, caso o Presidente seja condenado por crime de 
responsabilidade (como aconteceu com o ex-Presidente Collor) e, portanto, 
houver a vac‰ncia do cargo, o Vice ir‡ assumir a presidncia. 
O art. 80 nos apresenta a linha sucess—ria do Presidente da Repœblica. Nos 
casos de impedimento ou vac‰ncia dos cargos de Presidente e Vice, ser‹o 
chamados ao exerc’cio da Presidncia, na ordem: i) o Presidente da C‰mara 
dos Deputados; ii) o Presidente do Senado Federal e; iii) o Presidente do STF. 
Destaque-se, todavia, que apenas o Vice-Presidente poder‡ suceder o 
Presidente em car‡ter definitivo; todos os outros poder‹o exercer a 
Presidncia apenas interinamente, ou seja, em car‡ter tempor‡rio. 
Dessa forma, havendo vac‰ncia dos cargos de Presidente e de Vice-Presidente, 
ser‹o convocadas novas elei›es. Temos, ent‹o, o seguinte: 
a) Se a vac‰ncia dos cargos de Presidente e Vice-Presidente ocorrer 
nos dois primeiros anos do mandato presidencial, ser‹o feitas 
elei›es 90 (noventa) dias depois de aberta a œltima vaga. Trata-se, 
nesse caso, de elei›es diretas. 
b) Se a vac‰ncia dos cargos de Presidente e Vice-Presidente ocorrer 
nos dois œltimos anos do mandato presidencial, a elei‹o para ambos 
os cargos ser‡ feita 30 (trinta) dias depois da œltima vaga, pelo 
Congresso Nacional. Ser‹o feitas, portanto, elei›es indiretas. 
Aqueles que forem eleitos dessa maneira dever‹o apenas completar o 
mandato dos seus antecessores. ƒ o que se chama de Òmandato-tamp‹oÓ. 
Vamos a um exemplo para deixar as coisas mais claras! 
Suponha que JosŽ Polvo assuma a Presidncia da Repœblica em 2019. Em 
2021, ele vem a falecer. Temos a vac‰ncia do cargo de Presidente. O Vice-
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Presidente, Jo‹o Urubu, assumea Presidncia e ir‡ exerc-la atŽ o final de 
2022, quando o mandato chegar‡ ao fim. No entanto, em janeiro de 2022, 
Jo‹o Urubu Ž condenado por crime de responsabilidade e, consequentemente, 
perde o cargo de Presidente. Percebam que, na situa‹o apresentada, houve 
vac‰ncia do cargo de Presidente e tambŽm do Vice-Presidente. 
O que ir‡ acontecer? Sabemos que somente o Vice-Presidente pode 
assumir a presidncia em car‡ter definitivo. Por isso, o Presidente da 
C‰mara dos Deputados assumir‡ a Presidncia temporariamente e convocar‡ 
elei›es indiretas, uma vez que a vac‰ncia dos dois cargos ocorreu nos 
œltimos dois anos do mandato presidencial. Caso a vac‰ncia dos dois cargos 
tivesse ocorrido nos dois primeiros anos do mandato, seriam convocadas 
elei›es diretas. 
 
O fen™meno da Òdupla vac‰nciaÓ nas esferas estadual e municipal Ž 
objeto de controvŽrsia doutrin‡ria. De um lado, h‡ aqueles que defendem 
que, em homenagem ao princ’pio da simetria, o modelo previsto na CF/88 Ž de 
reprodu‹o obrigat—ria pelas Constitui›es Estaduais e pelas Leis Org‰nicas 
dos Munic’pios. Com posicionamento diverso, est‹o aqueles que defendem que 
os entes federativos tm autonomia para regular o fen™meno da Òdupla 
vac‰nciaÓ. 
E como anda a jurisprudncia do STF? 
O STF considera que deve ser reconhecida a autonomia dos entes 
federativos para disciplinar os procedimentos no caso de Òdupla 
vac‰ncia, n‹o se aplicando o princ’pio da simetria para solucionar essa 
quest‹o.8 
Em s’ntese, pode-se afirmar o seguinte: 
a) Os Estados e Munic’pios tm autonomia para definir os 
procedimentos em caso de Òdupla vac‰nciaÓ. 
                                                        
8 ADI 3549, Rel. Min. Carmen Lœcia, Julgamento em 17/09/2007. 
VACÂNCIA DOS 
CARGOS DE PR E VICE‑
PR
NOS DOIS PRIMEIROS 
ANOS DO MANDATO...
ELEIÇÃO DIRETA 90 DIAS 
DEPOIS DE ABERTA A 
ÚLTIMA VAGA
NOS DOIS ÚLTIMOS ANOS 
DO MANDATO...
ELEIÇÃO INDIRETA, PELO 
CN, 30 DIAS APÓS ABERTA 
A ÚLTIMA VAGA
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b) ƒ plenamente poss’vel que a Constitui‹o Estadual preveja que, no 
caso de dupla vac‰ncia dos cargos de Governador e Vice-Governador nos 
œltimos 2 anos do mandato, ser‹o realizadas elei›es indiretas pela 
Assembleia Legislativa. Entendimento semelhante deve ser aplicado 
na hip—tese de vac‰ncia dos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito. 
c) Viola a autonomia municipal a Constitui‹o Estadual que pretenda 
disciplinar a voca‹o sucess—ria dos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito. 
 
(PC / DF Ð 2015) Em caso de impedimento ou vac‰ncia do 
presidente e do vice-presidente da Repœblica, a ordem de 
sucess‹o para ocupar o cargo de presidente da Repœblica 
ser‡ a seguinte: presidente do Senado, presidente da 
C‰mara dos Deputados e presidente do STF. 
Coment‡rios: 
Na ordem de sucess‹o para ocupar o cargo de Presidente, 
temos: Vice-Presidente, Presidente da C‰mara dos 
Deputados, Presidente do Senado Federal e Presidente do 
STF. Quest‹o errada. 
(MPT Ð 2015) Vagando os cargos de Presidente e Vice-
Presidente da Repœblica, nos dois œltimos anos de 
mandato, far-se-‡ elei‹o indireta trinta dias depois de 
aberta a œltima vaga. 
Coment‡rios: 
ƒ isso mesmo. Se houver vac‰ncia dos cargos de Presidente 
e Vice-Presidente nos 2 (dois) œltimos anos do mandato, 
haver‡ elei‹o indireta, pelo Congresso Nacional, 30 dias 
ap—s aberta a œltima vaga. Quest‹o correta. 
 
5- Atribui›es do Presidente da Repœblica: 
As atribui›es do Presidente da Repœblica est‹o relacionadas no art. 84, CF/88. 
Trata-se de rol n‹o-exaustivo, a ele competindo outras atribui›es previstas 
no texto constitucional. Exemplo de competncia do Presidente da Repœblica 
n‹o relacionada no art. 84, CF/88 Ž a de editar leis delegadas. Para fins 
did‡ticos, podemos dividir as competncias do Presidente nos seguintes 
grupos:9 
a) Dire‹o da Administra‹o Federal: 
                                                        
9 A divis‹o nesses grupos de fun›es se baseia na doutrina do Prof. Gilmar Mendes. 
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O Presidente exerce a fun‹o de Chefe da Administra‹o Pœblica Federal. 
Nessa condi‹o, ele possui as seguintes competncias: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repœblica: 
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; 
II - exercer, com o aux’lio dos Ministros de Estado, a dire‹o superior da 
administra‹o federal; 
Os Ministros de Estado s‹o nomeados e exonerados pelo Presidente da 
Repœblica; trata-se de cargos de livre nomea‹o e exonera‹o. H‡ que se 
observar apenas que os Ministros de Estado devem ser escolhidos entre 
brasileiros com mais de 21 anos e no pleno exerc’cio dos direitos pol’ticos. 
Os Ministros de Estado s‹o os auxiliares diretos do Presidente da Repœblica e 
exercer‹o, em conjunto com este, a dire‹o superior da administra‹o 
federal. 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir 
decretos e regulamentos para sua fiel execu‹o; 
(...) 
VI Ð dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organiza‹o e funcionamento da administra‹o federal, quando n‹o 
implicar aumento de despesa nem cria‹o ou extin‹o de —rg‹os pœblicos; 
b) extin‹o de fun›es ou cargos pœblicos, quando vagos; 
No inciso IV, est‡ prevista a competncia do Presidente da Repœblica para 
expedir decretos e regulamentos para a fiel execu‹o das leis. Trata-se 
de competncia para edi‹o dos chamados decretos executivos, que s‹o 
atos normativos secund‡rios (infralegais). Destaque-se que, ao editar esses 
atos, o Poder Executivo estar‡ exercendo o poder regulamentar. 
H‡ uma not—ria distin‹o entre as leis e os decretos executivos. A lei 
pode inovar o ordenamento jur’dico, criando direitos e obriga›es; o 
decreto executivo n‹o poder‡ faz-lo, limitando-se a facilitar a execu‹o 
das leis. Conforme li‹o de Alexandre de Moraes, essa veda‹o n‹o significa 
que o regulamento deva se limitar a reproduzir o texto da lei, sob pena de 
inutilidade. Caber‡ ao Poder Executivo evidenciar e explicitar todas as 
previs›es legais, decidindo a melhor forma de execut‡-las e, eventualmente, 
atŽ mesmo suprindo lacunas de ordem pr‡tica ou tŽcnica. Destaque-se que a 
edi‹o dos decretos executivos Ž competncia indeleg‡vel do Presidente da 
Repœblica. 
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A doutrina faz men‹o a um tipo espec’fico de decreto executivo: o 
Òregulamento autorizadoÓ. Quanto ˆ forma, este em nada se diferencia de 
um decreto t’pico do Poder Executivo; no entanto, quanto ao conteœdo, o 
Òregulamento autorizadoÓ busca complementar a lei, conforme expressa 
determina‹o nela contida. Ressalte-se que a lei dever‡ determinar 
precisamente os contornos dos decretos ou regulamentos autorizados. 
No inciso VI, est‡ prevista a competncia doo Presidente da Repœblica para 
editar os chamados Òdecretos aut™nomosÓ, que s‹o bem diferentes dos 
decretos executivos. Os decretos aut™nomos, inseridos na Constitui‹o pela EC 
n¼ 32/2001, s‹o atos normativos prim‡rios, possuindo a mesma hierarquia 
das leis formais. Osdecretos aut™nomos s‹o considerados normas prim‡rias 
justamente por extra’rem seu fundamento de validade diretamente do texto 
constitucional. 
O Presidente da Repœblica poder‡ dispor, mediante decreto aut™nomo, 
sobre: 
a) organiza‹o e funcionamento da administra‹o federal, quando n‹o 
implicar aumento de despesa nem cria‹o ou extin‹o de —rg‹os 
pœblicos. 
b) extin‹o de fun›es ou cargos pœblicos, quando vagos; 
Perceba que a cria‹o ou extin‹o de —rg‹o pœblico n‹o poder‡ ser objeto 
de decreto aut™nomo: haver‡ necessidade de lei formal para faz-lo. Da 
mesma maneira, Ž necess‡ria lei para tratar da organiza‹o e funcionamento 
de administra‹o federal quando houver aumento de despesa. A extin‹o 
de fun›es ou cargos pœblicos que estiverem ocupados tambŽm depende de 
lei formal. 
Por œltimo, cabe destacar que a edi‹o de decretos aut™nomos Ž competncia 
deleg‡vel do Presidente da Repœblica, que poder‡ conced-la aos Ministros de 
Estado, ao Advogado-Geral da Uni‹o ou ao Procurador-Geral da Repœblica. 
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XII - conceder indulto e comutar penas, com audincia, se necess‡rio, dos 
—rg‹os institu’dos em lei; 
O indulto Ž o perd‹o da pena. Comuta‹o da pena Ž a substitui‹o de uma 
pena mais grave por uma pena menos grave. A concess‹o de indulto e 
comuta‹o de penas Ž competncia privativa do Presidente da Repœblica, 
efetuada mediante decreto executivo que, conforme a pr‡tica, Ž publicado ao 
final de todo ano. Cabe destacar que essa Ž uma competncia deleg‡vel do 
Presidente da Repœblica. 
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de 
Contas da Uni‹o; 
O Tribunal de Contas da Uni‹o (TCU) possui 9 (nove) Ministros. Desses, 2/3 
s‹o escolhidos pelo Congresso Nacional e 1/3 pelo Presidente da Repœblica. 
Aqueles que forem escolhidos pelo Presidente da Repœblica dever‹o ter 
seu nome previamente aprovado pelo Senado Federal, ap—s o que ser‹o 
nomeados. Destaque-se que, na forma do art. 84, XV, mesmo os Ministros do 
TCU escolhidos pelo Congresso Nacional, ser‹o nomeados pelo Presidente da 
Repœblica. 
XVII - nomear membros do Conselho da Repœblica, nos termos do art. 89, 
VII; 
XVIII - convocar e presidir o Conselho da Repœblica e o Conselho de Defesa 
Nacional; 
O Conselho da Repœblica Ž —rg‹o superior de consulta do Presidente da 
Repœblica, que pronuncia-se, sem efeito vinculante, sobre interven‹o 
Decretos ou 
regulamentos de 
execução
• Atos  normativos  secundários  editados  para  possibilitar  a  fiel 
execução de uma lei. Sua edição é competência indelegável do Chefe 
do Executivo. 
Decretos ou 
regulamentos 
autorizados
• Atos regulamentares que complementam a lei com base em expressa 
determinação nela contida. Essa  lei deve determinar precisamente os 
contornos dos decretos ou regulamentos autorizados.
Decretos ou 
regulamentos 
autônomos
• Atos  normativos  primários  que  disciplinam  a  organização  ou  a 
atividade  administrativa,  extraindo  sua  validade  diretamente  da 
Constituição. Existem em nosso ordenamento  jurídico desde a EC no 
32/2001  (art. 84, VI, da CF). A competência para sua edição pode ser 
delegada, nos termos do parágrafo único do art. 84 da CF.
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federal, estado de defesa, estado de s’tio e quest›es relevantes para a 
estabilidade das institui›es democr‡ticas. Dentre os integrantes do Conselho 
da Repœblica, est‹o 6 cidad‹os brasileiros natos, com mais de 35 anos. 
Desses, 2 s‹o nomeados pelo Presidente da Repœblica, 2 s‹o eleitos pela 
C‰mara dos Deputados e 2 eleitos pelo Senado Federal. �
O Conselho de Defesa Nacional tambŽm Ž —rg‹o superior de consulta do 
Presidente, mas nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a 
defesa do Estado democr‡tico. Suas manifesta›es tambŽm n‹o possuem 
efeito vinculante, mas simplesmente opinativo. 
O Presidente da Repœblica tem competncia privativa para convocar e presidir 
o Conselho da Repœblica e o Conselho de Defesa Nacional. Segundo a doutrina, 
quando ele convoca e preside o Conselho da Repœblica, ele est‡ atuando na 
condi‹o de Chefe de Governo; por outro lado, ao convocar e presidir o 
Conselho de Defesa Nacional, ele estar‡ atuando como Chefe de Estado.10 
XXV - prover e extinguir os cargos pœblicos federais, na forma da lei; 
O provimento de cargos pœblicos Ž competncia privativa do Presidente da 
Repœblica. Assim, a nomea‹o de aprovado em concurso pœblico e a nomea‹o 
de alguŽm para exercer cargo em comiss‹o s‹o tarefas que cabem ao 
Presidente da Repœblica. Segundo o STF, a competncia para prover cargos 
pœblicos inclui tambŽm a competncia para desprover cargos pœblicos. 
Dessa forma, o Presidente da Repœblica detŽm competncia para exonerar e 
demitir servidores pœblicos. 
A competncia para prover e desprover cargos pœblicos (art.84,XXV, 
primeira parte) Ž deleg‡vel aos Ministros de Estado, ao Advogado Geral da 
Uni‹o e ao Procurador-Geral da Repœblica. Nesse sentido, entende o STF que o 
presidente da Repœblica pode delegar aos ministros de Estado, por meio de 
decreto, a atribui‹o de demitir, no ‰mbito das suas respectivas pastas, 
servidores pœblicos federais. 
E a extin‹o de cargos pœblicos? 
A extin‹o de cargos pœblicos, quando vagos, poder‡ ser feito por decreto 
aut™nomo. No entanto, quando os cargos estiverem ocupados, a sua 
extin‹o depender‡ de lei formal. Considerando que a edi‹o de decretos 
aut™nomos Ž deleg‡vel, a extin‹o de cargos pœblicos vagos poder‡ ser 
delegada aos Ministros de Estado, ao Advogado Geral da Uni‹o e ao 
Procurador-Geral da Repœblica. No entanto, a extin‹o de cargos pœblicos 
ocupados n‹o Ž matŽria deleg‡vel. 
                                                        
10 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Ed. Juspodium, Salvador, 2013, pp. 
749 
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b) Rela‹o com o Congresso Nacional e atua‹o no processo 
legislativo: 
O Presidente da Repœblica tem importantes fun›es no ‰mbito do processo 
legislativo e em seu relacionamento com o Congresso Nacional. Vejamos: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repœblica: 
(...) 
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta 
Constitui‹o; 
O Presidente da Repœblica pode dar in’cio ao processo legislativo, seja 
apresentando projetos de lei de sua iniciativa privativa (art.61, ¤ 1¼), seja 
apresentando projetos de lei de iniciativa geral. Um exemplo de projeto de 
lei de iniciativa privativa do Presidente Ž o que trata do regime jur’dico dos 
servidores pœblicos da Uni‹o. J‡ um exemplo de projeto de lei de iniciativa 
geral ou comum Ž aquele que tratar de matŽria tribut‡ria. 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir 
decretos e regulamentos para sua fiel execu‹o; 
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; 
Todas essas s‹o atribui›es do Presidente da Repœblica no que diz respeito ao 
processo legislativo. Uma vez aprovado o projeto de lei, ele seguir‡ para 
san‹o ou veto (total ou parcial)pelo Presidente da Repœblica, no prazo de 
15 dias œteis. 
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por 
ocasi‹o da abertura da sess‹o legislativa, expondo a situa‹o do Pa’s e 
solicitando as providncias que julgar necess‡rias; 
(...) 
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias 
ap—s a abertura da sess‹o legislativa, as contas referentes ao exerc’cio 
anterior; 
O inciso XI faz referncia ao envio da mensagem presidencial e do plano de 
governo ao Congresso Nacional, por ocasi‹o da abertura da sess‹o 
legislativa (2 de fevereiro). Por meio desses documentos, o Presidente ir‡ 
expor a situa‹o do Pais e solicitar ao Congresso Nacional as providncias que 
julgar necess‡rias. 
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O inciso XXIV faz referncia ˆ presta‹o de contas do Presidente da 
Repœblica, que deve ser apresentada ao Congresso Nacional dentro de 60 
dias ap—s a abertura da sess‹o legislativa. Destaque-se que compete ao 
Congresso Nacional julgar as contas do Presidente da Repœblica, com 
parecer prŽvio do TCU. 
E o que acontece se o Presidente n‹o prestar contas ao Congresso Nacional em 
atŽ 60 dias ap—s a abertura da sess‹o legislativa? 
Nesse caso, a C‰mara dos Deputados (representante do povo) ir‡ ÒcobrarÓ do 
Presidente. Segundo o art. 51, II. CF/88, compete privativamente ˆ C‰mara 
dos Deputados proceder ˆ tomada de contas do Presidente da Repœblica, 
quando n‹o apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias 
ap—s a abertura da sess‹o legislativa. 
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de 
diretrizes orament‡rias e as propostas de oramento previstos nesta 
Constitui‹o; 
A iniciativa das leis orament‡rias (PPA, LDO e LOA) Ž privativa do 
Presidente da Repœblica. 
XXVI - editar medidas provis—rias com fora de lei, nos termos do art. 62; 
Ao editar medidas provis—rias, com fora de lei, o Presidente da Repœblica 
desempenha fun‹o at’pica do Poder Executivo. 
c) Atribui›es no plano das rela›es internacionais (Chefia de Estado): 
O Presidente, na condi‹o de Chefe de Estado, representa o Brasil em suas 
rela›es internacionais. Nesse sentido, exerce as seguintes competncias: 
Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da Repœblica: 
(...) 
VII - manter rela›es com Estados estrangeiros e acreditar seus 
representantes diplom‡ticos; 
VIII - celebrar tratados, conven›es e atos internacionais, sujeitos a 
referendo do Congresso Nacional; 
(...) 
XIX - declarar guerra, no caso de agress‹o estrangeira, autorizado pelo 
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das 
sess›es legislativas, e, nas mesmas condi›es, decretar, total ou 
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parcialmente, a mobiliza‹o nacional; 
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; 
XXI - conferir condecora›es e distin›es honor’ficas; 
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que foras 
estrangeiras transitem pelo territ—rio nacional ou nele permaneam 
temporariamente; 
Cabe dar um destaque especial ˆ competncia do Presidente para celebrar 
tratados internacionais (art.84, VIII). O Presidente da Repœblica Ž respons‡vel 
por assinar os tratados (consentimento provis—rio) e por ratific‡-los 
(consentimento definitivo). 
A ratifica‹o do Presidente, todavia, depende de aprova‹o pelo Congresso 
Nacional por meio de decreto legislativo. Essa aprova‹o representa uma 
verdadeira autoriza‹o para que o Presidente ratifique o tratado. Destaque-se 
que a aprova‹o do Congresso Nacional n‹o obriga a ratifica‹o pelo 
Presidente; nesse sentido, considera-se que a ratifica‹o Ž ato discricion‡rio. 
Uma vez tendo sido aprovado pelo Congresso Nacional, o Presidente ir‡ 
promulgar e publicar o tratado, por meio de decreto executivo. A partir da’, 
o tratado poder‡ produzir efeitos no plano interno. 
d) Atribui›es concernentes ˆ segurana interna, preserva‹o da 
ordem institucional e da harmonia das rela›es federativas: 
No plano da segurana interna, preserva‹o da ordem institucional e harmonia 
das rela›es federativas, s‹o as seguintes as competncia do Presidente da 
Repœblica: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repœblica: 
(...) 
IX - decretar o estado de defesa e o estado de s’tio; 
X - decretar e executar a interven‹o federal; 
XIII - exercer o comando supremo das Foras Armadas, nomear os 
Comandantes da Marinha, do ExŽrcito e da Aeron‡utica, promover seus 
oficiais-generais e nome‡-los para os cargos que lhes s‹o privativos; 
O Presidente da Repœblica tem competncia privativa para decretar a 
interven‹o federal, o estado de s’tio e o estado de defesa. Todos esses 
s‹o mecanismos que buscam salvaguardar a ordem jur’dica nos momentos de 
instabilidade institucional; s‹o, por isso, institutos do sistema 
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constitucional de crises. Cabe destacar que a decreta‹o de estado de s’tio 
depende de prŽvia autoriza‹o pelo Congresso Nacional. 
A suspens‹o do estado de defesa, do estado de s’tio e da interven‹o federal 
n‹o Ž competncia do Presidente da Repœblica, mas sim do Congresso 
Nacional. ƒ o que disp›e o art. 49, V: Òcompete exclusivamente ao Congresso 
Nacional aprovar o estado de defesa e a interven‹o federal, autorizar o estado 
de s’tio, ou suspender qualquer uma dessas medidasÓ 
O comando supremo das Foras Armadas Ž competncia do Presidente da 
Repœblica. Segundo a doutrina, n‹o se trata de t’tulo honor’fico, mas de 
verdadeira fun‹o de comando e dire‹o das atividades do ExŽrcito, da 
Marinha e da Aeron‡utica. 
e) Nomea‹o de ju’zes do STF e dos Tribunais Superiores: 
Para encerrar as atribui›es do Presidente, destacamos suas competncias no 
que diz respeito ˆ nomea‹o de importantes autoridades da Repœblica. 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repœblica: 
(...) 
XIV - nomear, ap—s aprova‹o pelo Senado Federal, os Ministros do 
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de 
Territ—rios, o Procurador-Geral da Repœblica, o presidente e os diretores 
do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; 
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constitui‹o, e o 
Advogado-Geral da Uni‹o; 
 
3- Competncias Deleg‡veis do Presidente da Repœblica: 
Um dos pontos mais importantes desse assunto Ž saber quais s‹o as 
competncias deleg‡veis do Presidente da Repœblica. A resposta est‡ no 
art. 84, par‡grafo œnico. 
Par‡grafo œnico. O Presidente da Repœblica poder‡ delegar as atribui›es 
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de 
Estado, ao Procurador-Geral da Repœblica ou ao Advogado-Geral da Uni‹o, 
que observar‹o os limites traados nas respectivas delega›es. 
As competncias deleg‡veis do Presidente da Repœblica s‹o as seguintes: 
a) Editar decretos aut™nomos. Recorde-se que, mediante decreto 
aut™nomo, o Presidente poder‡ dispor sobre: i) organiza‹o e 
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b
   
 
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funcionamento da administra‹o pœblica federal, quando n‹o implicar 
aumento de despesa, nem cria‹o ou extin‹o de —rg‹o pœblico e; ii) 
extinguir fun›es ou cargos pœblicos, quando vagos. 
b) Conceder indulto e comutar penas, com audincia, se necess‡rio, 
dos —rg‹os institu’dos em lei. 
c) Prover e desprover cargos pœblicos, na forma da lei. Ressalte-se 
que essa Ž apenas a primeira parte do art.84, XXV, cujo inteiro teor Ž o 
seguinte: Òprover e extinguir os cargos pœblicos federais, na forma da 
leiÓ. A extin‹o de cargos pœblicos ocupados n‹o Ž atribui‹o 
deleg‡vel do Presidente da Repœblica. Apenas Ž deleg‡vel a extin‹o 
de cargos pœblicos vagos (que Ž objeto de decreto aut™nomo). 
 
(TRT 8a Regi‹o Ð 2015) A delega‹o de competncia 
funcional Ž uma faculdade do Presidente da Repœblica, nos 
casos permitidos na Constitui‹o Federal, dentre eles, o de 
dispor, mediante decreto, sobre a organiza‹o e 
funcionamento da administra‹o federal, inclusive sobre 
cria‹o e extin‹o de —rg‹os pœblicos. 
Coment‡rios: 
A edi‹o de decreto aut™nomo Ž competncia deleg‡vel do 
Presidente da Repœblica. No entanto, n‹o Ž poss’vel criar e 
extinguir —rg‹o pœblico por meio de decreto aut™nomo. 
Quest‹o errada. 
(TRT 8a Regi‹o Ð 2015) Compete privativamente ao 
Presidente da Repœblica, nomear, ap—s aprova‹o pelo 
Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal. 
Coment‡rios: 
ƒ competncia privativa do Presidente da Repœblica nomear 
os Ministros do STF, ap—s aprova‹o pelo Senado Federal 
(art. 84, XIV). Quest‹o correta. 
(PC / DF Ð 2015) O presidente da Repœblica poder‡ 
delegar sua competncia privativa de conceder indulto e 
comutar penas. 
Coment‡rios: 
ƒ competncia deleg‡vel do Presidente da Repœblica 
Òconceder indulto e comutar penasÓ. Quest‹o correta. 
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6- Responsabiliza‹o do Presidente da Repœblica: 
A Repœblica tem como caracter’stica a possibilidade de responsabiliza‹o 
pessoal do governante por suas a›es. ƒ diferente da monarquia, na qual 
predomina a absoluta irresponsabilidade do rei. O ordenamento jur’dico 
brasileiro prev, portanto, a responsabiliza‹o do Presidente da Repœblica. A 
hist—ria recente de nosso pa’s, inclusive, ilustra muito bem essa possibilidade. 
Em 1992, ocorreu o ÒimpeachmentÓ do ex-Presidente Collor; em 2016, o 
ÒimpeachmentÓ da ex-Presidente Dilma Roussef. 
Contudo, Ž ineg‡vel que o Presidente da Repœblica, para exercer suas fun›es 
com independncia, precisa possuir certas prerrogativas especiais. S‹o as 
chamadas imunidades do Presidente, que consistem em regras especiais 
para sua responsabiliza‹o. 
Ao estudarmos o tema das imunidades, verificamos que estas se dividem em 
dois tipos: imunidade formal (prerrogativas relacionadas ao processo) e 
imunidade material (inviolabilidade civil e penal por palavras e opini›es). O 
Presidente da Repœblica possui apenas imunidades formais (prerrogativas 
relacionadas ao processo); em outras palavras, ele n‹o possui imunidade 
material, isto Ž, pode ser responsabilizado civil e penalmente por suas 
palavras e opini›es. 
Vamos estudar, a seguir, as imunidades (formais) do Presidente da Repœblica: 
a) Cl‡usula de irresponsabilidade penal relativa: Na vigncia do 
mandato, o Presidente da Repœblica s— pode ser responsabilizado por 
atos praticados no exerc’cio da fun‹o (in officio) ou em raz‹o dela 
(propter officium). Assim, durante o seu mandato, o Presidente n‹o 
pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exerc’cio da 
fun‹o. Diz-se, portanto, que o Presidente da Repœblica tem uma 
relativa irresponsabilidade pela pr‡tica de atos estranhos ao exerc’cio 
de suas fun›es. 
ƒ importante ter em mente que essa imunidade somente se aplica ˆs 
infra›es de natureza penal. Assim, pode haver apura‹o, durante o 
mandato do Presidente da Repœblica, de sua responsabilidade civil, 
administrativa, fiscal ou tribut‡ria. 
Suponha, por exemplo, que o Presidente da Repœblica se envolva em 
uma briga de tr‰nsito. Furioso, ele sai do carro e dispara 4 (quatro) 
tiros na cabea do indiv’duo que com ele havia discutido. Foi um 
homic’dio, mas que n‹o est‡ relacionado ao exerc’cio da fun‹o. Na 
vigncia do mandato, o Presidente n‹o poder‡ ser responsabilizado por 
esse crime. 
No entanto, ao contr‡rio do que muitos pensam, isso n‹o significa 
que o Presidente ficar‡ impune pela pr‡tica desse crime. Ap—s o 
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tŽrmino do mandato, ele poder‡, sim, ser responsabilizado por crime 
que cometeu na vigncia do mandato, mas que n‹o estava relacionado 
ao exerc’cio da fun‹o. O STF entende que, nesse caso, haver‡ 
suspens‹o provis—ria do processo e a consequente suspens‹o do prazo 
prescricional.11 
b) Veda‹o ˆ pris‹o cautelar: O Presidente da Repœblica somente 
estar‡ sujeito ˆ pris‹o ap—s sentena condenat—ria, nas infra›es penais 
comuns. N‹o s‹o admitidas pris›es cautelares (flagrante delito, 
pris‹o tempor‡ria, pris‹o preventiva) do Presidente da Repœblica. ƒ 
necess‡ria uma sentena penal condenat—ria, emanada do STF (como 
veremos mais ˆ frente, Ž essa Corte que julga o Presidente nos crimes 
comuns). 
c) Autoriza‹o da C‰mara dos Deputados: Para que o Presidente da 
Repœblica seja processado e julgado, nos crimes comuns ou de 
responsabilidade, h‡ um prŽvio ju’zo de admissibilidade pol’tico pela 
C‰mara dos Deputados. Dito de outra forma, o Presidente somente ser‡ 
processado e julgado ap—s autoriza‹o da C‰mara dos Deputados, 
por 2/3 dos seus membros, em vota‹o nominal (aberta). 
Durante muito tempo, entendeu-se que essa imunidade era a œnica que 
poderia ser estendida pelas Constitui›es Estaduais aos Governadores. 
Em outras palavras, era poss’vel que a Constitui‹o Estadual 
estabelecesse que o Governador somente poderia ser processado e 
julgado ap—s ju’zo de admissibilidade da Assembleia Legislativa. 
Em 2017, o STF alterou o seu entendimento anterior, 
reconhecendo a existncia de uma muta‹o constitucional. Para a 
Corte, condicionar a instaura‹o de a›es penais contra Governadores 
ao prŽvio ju’zo de admissibilidade da Assembleia Legislativa resultava, 
na pr‡tica, em consequncias nefastas. 
Desse modo, o entendimento atual Ž o de que os Estados n‹o tm 
competncia para editar normas que condicionem a instaura‹o 
de a‹o penal contra Governador, por crime comum, ˆ prŽvia 
autoriza‹o da Assembleia Legislativa12. O STJ poder‡ receber a 
denœncia contra o Governador, instaurando a a‹o penal, 
independentemente de qualquer autoriza‹o do Poder Legislativo 
Estadual. 
Cabe destacar, ainda, que o recebimento da denœncia pelo STJ n‹o 
implica em afastamento autom‡tico do Governador. O afastamento 
atŽ pode acontecer, mas caso assim entenda necess‡rio o STJ, que tem 
                                                        
11 Inq. 672/DF. Rel. Min Celso de Mello, 16.04.1993. 
12
 ADI 4764, ADI 4797 e ADI 4798. Rel. Min. Lu’s Roberto Barroso. 04.05.2017. 
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competncia para decidir fundamentadamente quanto ˆ aplica‹o de 
medidas cautelares. 
Agora que j‡ estudamos as imunidades do Presidente, Ž importante que 
entendamos o processo de responsabiliza‹o em si. 
H‡ dois tipos de infra›es que podem ser cometidas pelo Presidente da 
Repœblica: i) crimes comuns e; ii) crimes de responsabilidade. Os crimes 
comuns s‹o as infra›es penais comuns, tipificadas no C—digo Penal e em 
outras leis penais especiais. J‡ os crimes de responsabilidade s‹o 
infra›es pol’tico-administrativas cometidas no exerc’cio do cargo. 
Nos crimes comuns, o Presidente da Repœblica Ž processado e julgado 
perante o STF, ap—s autoriza‹o da C‰mara dos Deputados. Assim, a 
denœncia ou queixa-crime Ž apresentada ao STF, mas este s— poder‡ 
receb-la ap—s o ju’zo de admissibilidade pol’tico da C‰mara dos Deputados. 
Vale ressaltar que, mesmo ap—s a autoriza‹o da C‰mara dos Deputados, Ž 
poss’vel que o STF decida rejeitar a denœncia e n‹o instaurar o processo. 
Uma vez que seja recebida a denœncia ou queixa-crime pelo STF, o 
Presidente ficar‡ suspenso das suas fun›es. Ele ficar‡ suspenso do 
exerc’cio da Presidncia e s— retornar‡ ˆs suas fun›es caso seja absolvido 
ao final do julgamento, ou se decorrerem mais de 180 dias sem que o 
julgamento tenha sido conclu’do. Assim, se o julgamento demorar muito (mais 
de 180 dias), cessar‡ o afastamento do Presidente, sem preju’zo do regular 
prosseguimento do processo. 
Se o STF condenar o Presidente pela pr‡tica de crime comum, seus direitos 
pol’ticos ser‹o suspensos (conforme art. 15, III) e, consequentemente, ele 
perder‡ o mandato presidencial, sem preju’zo da san‹o penal cab’vel. 
O STF tambŽm tem competncia para julgar o Presidente da Repœblica em 
algumas a›es civis, como o mandado de segurana e o Òhabeas dataÓ. No 
caso da a‹o popular, entretanto, por falta de previs‹o constitucional, n‹o Ž 
de competncia da Corte Suprema o julgamento do Presidente. 
Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da Repœblica Ž processado e 
julgado pelo Senado Federal, ap—s ju’zo de admissibilidade pol’tico da 
C‰mara dos Deputados. Cabe destacar que, no processo de impeachment, n‹o 
se aplicam aos Senadores as regras de impedimento e suspei‹o 
previstas no C—digo de Processo Penal.13 Isso porque o Senado Ž um —rg‹o 
pol’tico, n‹o se submetendo por completo ˆs r’gidas normas ˆs quais est‹o 
sujeitos os —rg‹os do Poder Judici‡rio. 
O art. 85, da CF/88, relaciona alguns atos do Presidente da Repœblica que 
configuram crimes de responsabilidade: 
                                                        
13
 MS 21.623/DF. Rel. Min. Carlos Velloso, Julgamento em 17/12/1992. 
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Art. 85. S‹o crimes de responsabilidade os atos do Presidente da Repœblica 
que atentem contra a Constitui‹o Federal e, especialmente, contra: 
I - a existncia da Uni‹o; 
II - o livre exerc’cio do Poder Legislativo, do Poder Judici‡rio, do MinistŽrio 
Pœblico e dos Poderes constitucionais das unidades da Federa‹o; 
III - o exerc’cio dos direitos pol’ticos, individuais e sociais; 
IV - a segurana interna do Pa’s; 
V - a probidade na administra‹o; 
VI - a lei orament‡ria; 
VII - o cumprimento das leis e das decis›es judiciais. 
Par‡grafo œnico. Esses crimes ser‹o definidos em lei especial, que 
estabelecer‡ as normas de processo e julgamento. 
O art. 85 define genericamente, em lista meramente exemplificativa, atos 
considerados crime de responsabilidade. ƒ necess‡rio lei especial, cuja 
edi‹o compete privativamente ˆ Uni‹o14, para tipificar essas condutas e 
estabelecer normas de processo e julgamento. Atualmente, a lei que regula os 
crimes de responsabilidade Ž a Lei n¼ 1.079/50. 
 
A defini‹o dos crimes de responsabilidade dos 
Governadores e dos Prefeitos tambŽm dever‡ ser feita por 
lei federal. Nos termos do art. 22, I, CF/88, a Uni‹o tem 
competncia privativa para legislar sobre direito penal, 
incluindo-se a’ os crimes de responsabilidade. 
A denœncia por crime de responsabilidade deve ser apresentada ˆ C‰mara dos 
Deputados. Ela pode ser feita por qualquer cidad‹o; trata-se, portanto, de 
denœncia popular. Caber‡, ent‹o, ˆ C‰mara dos Deputados realizar o ju’zo 
de admissibilidade pol’tico: a acusa‹o ser‡ admitida ou rejeitada, 
autorizando-se ou n‹o a realiza‹o do julgamento pelo Senado Federal. 
Segundo o STF, Ž assegurado ao Presidente, ainda nessa fase, o direito ˆ 
ampla defesa e ao contradit—rio. 15 
Se a acusa‹o for admitida pela C‰mara dos Deputados (em vota‹o nominal, 
por 2/3 dos seus membros), o processo ser‡ remetido ao Senado Federal, 
a fim de que este —rg‹o processe e julgue o Presidente. Na ADPF 378, julgada 
em 17/12/2015, o STF decidiu que, no Senado, haver‡ novo ju’zo de 
admissibilidade da denœncia (por maioria simples). O Senado Federal 
                                                        
14 Sœmula Vinculante n¼ 46: A defini‹o dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento 
das respectivas normas de processo e julgamento s‹o da competncia legislativa privativa da 
Uni‹o. 
15 MS-MC-QO 21.564/DF. Rel. Min. Carlos Velloso. 27.08.1993. 
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possui, dessa forma, discricionariedade para decidir pela instaura‹o ou n‹o 
do processo contra o Presidente da Repœblica. Em outras palavras, o Senado 
Federal n‹o est‡ vinculado ao ju’zo de admissibilidade da C‰mara dos 
Deputados.16 
Admitida a denœncia pelo Senado Federal (por maioria simples), ser‡ 
instaurado o processo contra o Presidente. O Senado Federal ir‡, ent‹o, 
atuar como verdadeiro ÒTribunal pol’ticoÓ17, sendo presidido pelo Presidente do 
STF. 
Ap—s a instaura‹o do processo pelo Senado Federal, o Presidente ficar‡ 
suspenso de suas fun›es; ele s— retornar‡ ao exerc’cio da presidncia se 
absolvido ou se, decorridos 180 dias, o julgamento n‹o tiver sido conclu’do. 
Nesse œltimo caso, cessar‡ o afastamento do Presidente, sem preju’zo do 
regular prosseguimento do processo. 
 
H‡ um detalhe que as bancas examinadoras adoram: 
1) Nos crimes comuns, o Presidente ficar‡ suspenso de 
suas fun›es desde o recebimento da denœncia ou 
queixa-crime pelo STF. 
2) Nos crimes de responsabilidade, o Presidente ficar‡ 
suspenso de suas fun›es desde a instaura‹o do 
processo pelo Senado Federal. 
O que as bancas fazem? Elas invertem as coisas, dizendo, 
por exemplo que o Presidente fica suspenso, nos crimes de 
responsabilidade, desde o recebimento da denœncia 
(ERRADO). 
A condena‹o do Presidente pelo Senado Federal depende do voto nominal 
(aberto) de 2/3 dos seus membros. Segundo o Prof. Alexandre de Moraes, 
Òa vota‹o ostensiva e nominal no julgamento dos agentes pol’ticos Ž a œnica 
forma condizente com os princ’pios da soberania popular e da publicidadeÓ.18 
Cabe destacar que, segundo o STF, n‹o Ž cab’vel recurso contra o mŽrito 
da decis‹o do Senado Federal no processo de ÒimpeachmentÓ.19 Entretanto, o 
STF considera que, no processo constitucional de ÒimpeachmentÓ, devem ser 
assegurados os princ’pios do devido processo legal, dentre eles o 
contradit—rio, a ampla defesa e a fundamenta‹o das decis›es. Assim,Ž 
                                                        
16
 ADPF 378. Rel. Min. Luiz Edson Fachin. Julg. 17.12.2015. 
17
 MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet, COELHO, Inocncia M‡rtires. 
Curso de Direito Constitucional, 5» edi‹o. S‹o Paulo: Saraiva, 2010, pp. 959. 
18
  MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o 
Constitucional, 9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 1279.  
19 STF, MS 21.689-1/DF. Rel. Min. Carlos Velloso. 07.04.1995. 
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cab’vel controle jurisdicional quanto aos aspectos processuais (formais) no 
processo de ÒimpeachmentÓ. 
Uma vez condenado por crime de responsabilidade, n‹o haver‡ qualquer pena 
privativa de liberdade. As penalidades aplicadas ser‹o duas: i) perda do 
cargo e; ii) inabilita‹o, por 8 (oito) anos, para o exerc’cio de fun‹o 
pœblica. Destaque-se que essa inabilita‹o vale para toda e qualquer fun‹o 
pœblica, sejam aquelas obtidas mediante aprova‹o em concurso pœblico, 
cargos comissionados ou mandatos eletivos. 
Na hist—ria brasileira, h‡ o conhecido epis—dio do ÒimpeachmentÓ do ex-
presidente Fernando Collor de Mello. Tendo sido instaurado o processo no 
Senado Federal, Collor renunciou ao cargo, objetivando esquivar-se da 
penalidade de inabilita‹o por 8 (oito) anos para o exerc’cio de fun‹o 
pœblica. 
Em tese, a renœncia paralisaria o processo de ÒimpeachmentÓ. O Senado 
Federal, todavia, entendeu de forma diversa e continuou o julgamento, 
aplicando a pena de inabilita‹o para o exerc’cio de fun‹o pœblica. Chamado a 
apreciar a quest‹o, o STF referendou o entendimento do Senado Federal 
e decidiu que Òa renœncia ao cargo, apresentada na sess‹o de 
julgamento, quando j‡ iniciado este, n‹o paralisa o processo de 
impeachmentÓ.20 
 
7 Ð RŽu em processo-crime x Substitui‹o presidencial: 
Conforme j‡ estudamos, a CF/88 prev que o Presidente da Repœblica ficar‡ 
afastado de suas fun›es a partir do momento em que o STF receber 
denœncia contra ele pela pr‡tica de crime comum. Em outras palavras, 
quando o Presidente da Repœblica se torna rŽu em processo-crime, ele Ž 
afastado do exerc’cio de suas fun›es, apenas retornando ao cargo se for 
absolvido ou se o julgamento n‹o for conclu’do dentro de 180 dias. 
Diante disso, cabe-nos perguntar se a mesma regra se aplicaria ˆqueles que 
ocupam cargos da Òlinha sucess—riaÓ do Presidente da Repœblica. Em outras 
palavras, ser‡ que, ao se tornarem rŽus em processo penal, o Presidente 
da C‰mara dos Deputados, o Presidente do Senado Federal e o Presidente do 
STF ficar‹o afastados de suas fun›es? 
Foi exatamente isso o que o STF examinou na ADPF n¼ 402. Na ocasi‹o, foram 
firmados pela Corte os seguintes entendimentos:21 
                                                        
20
 STF, MS 21.689-1/DF. Rel. Min. Carlos Velloso. 07.04.1995.  
21 STF. Plen‡rio. ADPF 402 MC-REF/DF, rel. Min. Marco AurŽlio, julgamento em 
7.12.2016 
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a) Aqueles que forem rŽus em processo-criminal n‹o poder‹o, em 
hip—tese alguma, exercer o of’cio de Presidente da Repœblica. N‹o 
ser‡ admiss’vel, dessa forma, que rŽus em a‹o penal efetivamente 
substituam o Presidente da Repœblica. 
b) O fato de ser rŽu em processo criminal n‹o impede que o indiv’duo 
exera a Presidncia da C‰mara dos Deputados, do Senado Federal ou do 
STF. 
Suponha, ent‹o, que o Presidente do Senado Federal se torne rŽu em processo 
penal. Ele continuar‡ exercendo a Presidncia daquela Casa Legislativa, n‹o 
precisando ser afastado do cargo. Entretanto, n‹o poder‡ efetivamente 
substituir o Presidente da Repœblica, uma vez que esse of’cio n‹o pode ser 
exercido por rŽus em processo penal. 
 
(PC / DF Ð 2015) Uma vez instaurado o processo por 
crime de responsabilidade, o presidente da Repœblica 
poder‡ continuar, caso haja vontade da maioria absoluta do 
Senado Federal, a exercer as suas fun›es. 
Coment‡rios: 
O Presidente da Repœblica ficar‡ suspenso de suas 
fun›es assim que for instaurado, no Senado Federal, o 
processo por crime de responsabilidade. Quest‹o errada. 
(PC / DF Ð 2015) Suponha-se que o presidente da 
Repœblica tenha cometido crime comum durante o seu 
mandato. Nesse caso, ele dever‡ ser processado e julgado 
pelo Senado Federal. 
Coment‡rios: 
Nos crimes comuns, o Presidente da Repœblica ser‡ 
processado e julgado pelo STF. Quest‹o errada. 
(Procurador AL / GO Ð 2015) A imunidade ˆ pris‹o 
cautelar do presidente da Repœblica Ž insuscet’vel de 
estender-se aos governadores dos Estados. 
Coment‡rios: 
A œnica imunidade do Presidente da Repœblica que pode ser 
estendida aos Governadores Ž a exigncia de ju’zo de 
admissibilidade pol’tico do Poder Legislativo. Em outras 
palavras, Ž plenamente poss’vel que a Constitui‹o 
Estadual estabelea que o Governador somente ser‡ 
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julgado ap—s autoriza‹o da Assembleia Legislativa. 
A imunidade ˆ pris‹o cautelar do Presidente n‹o pode ser 
estendida aos Governadores. Quest‹o correta. 
(PC / GO Ð 2015) Durante o mandato, o presidente da 
Repœblica s— poder‡ ser preso, nas infra›es comuns, se 
encontrado em flagrante de crime inafian‡vel. 
Coment‡rios: 
O Presidente da Repœblica somente estar‡ sujeito ˆ pris‹o 
ap—s sentena condenat—ria, nas infra›es penais comuns. 
N‹o s‹o admitidas pris›es cautelares (flagrante delito, 
pris‹o tempor‡ria, pris‹o preventiva) do Presidente da 
Repœblica. Quest‹o errada. 
(Advogado FUNASG Ð 2015) O Presidente da Repœblica 
ficar‡ suspenso de suas fun›es nos crimes de 
responsabilidade, por 180 dias, ap—s a condena‹o pelo 
—rg‹o competente. 
Coment‡rios: 
Nos crimes de responsabilidade, o Presidente ficar‡ 
suspenso de suas fun›es desde a instaura‹o do 
processo pelo Senado Federal. Quest‹o errada. 
(MPE / GO Ð 2014) O instituto do impeachment, por 
possuir natureza essencialmente pol’tica e n‹o jur’dica, n‹o 
se subordina, tanto na forma Ð aspectos processuais Ð 
quanto no fundo Ð ju’zo de mŽrito Ð, a controle 
jurisdicional, n‹o se mostrado cr’vel, pois, conhecer-se de 
mandado de segurana impetrado com vista ˆ corre‹o de 
suposta ilegalidade cometida, inclusive no tocante ˆ san‹o 
aplicada pelo Senado Federal. 
Coment‡rios: 
De fato, o impeachment tem natureza essencialmente 
pol’tica. Por isso, n‹o se sujeita a controle jurisdicional 
quanto ao mŽrito. Entretanto, Ž poss’vel o controle 
jurisdicional quanto aos aspectos formais 
(processuais). Quest‹o errada. 
(MPE / GO Ð 2014) Conquanto lhes incumba, no processo 
de impeachment, o julgamento de crimes de 
responsabilidade, n‹o se submetem os membros do Senado 
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Federal ˆs regras de impedimento e suspei‹o previstas no 
C—digo de Processo Penal. 
Coment‡rios:ƒ isso mesmo. Conforme j‡ decidiu o STF, os Senadores 
n‹o se submetem ˆs regras de impedimento e 
suspei‹o previstas no C—digo de Processo Penal. Isso se 
deve ao fato de que o Senado Ž um —rg‹o pol’tico, n‹o 
estando, por isso, sujeito ˆs r’gidas regras aos quais se 
submetem os —rg‹os do Poder Judici‡rio. Quest‹o correta. 
 
8- Vice-Presidente e Ministros de Estado: 
O Vice-Presidente Ž figura que tem suas origens no constitucionalismo norte-
americano, tendo sido criado para substituir o Presidente em seus 
impedimentos e suced-lo, no caso de vac‰ncia do cargo. A Constitui‹o 
confere ao Vice-Presidente diversas fun›es, que, segundo Alexandre de 
Moraes, podem ser classificadas em22: 
a) Fun›es pr—prias ou t’picas: s‹o aquelas para as quais o cargo de 
Vice-Presidente foi criado, sendo-lhe inerentes. Podem resultar de 
previs‹o expressa da Constitui‹o ou de lei complementar. S‹o elas: 
substitui‹o (CF, art. 79), sucess‹o (CF, art. 80), participa‹o nos 
Conselhos da Repœblica (CF, art. 89, I) e de Defesa Nacional (CF, art. 
91, I), bem como as eventuais atribui›es estabelecidas pela lei 
complementar prevista no art. 79, par‡grafo œnico, da Carta Magna. 
b) Fun›es impr—prias: fun›es de aux’lio ao Presidente da 
Repœblica, nos termos do art. 79 da Constitui‹o, sempre que por ele 
convocado para miss›es especiais. 
Os Ministros de Estado, por sua vez, s‹o os assessores diretos do Presidente 
da Repœblica. S‹o livremente nome‡veis e exoner‡veis pelo Presidente da 
Repœblica, sendo escolhidos dentre brasileiros natos ou naturalizados, 
maiores de vinte e um anos e no exerc’cio dos direitos pol’ticos (art. 87, 
ÒcaputÓ, CF). O Ministro da Defesa, como voc deve se lembrar, 
necessariamente dever‡ ser brasileiro nato. 
O art. 87, par‡grafo œnico, da Constitui‹o, arrola em lista exemplificativa 
as atribui›es dos Ministros de Estado: 
Art. 87. Os Ministros de Estado ser‹o escolhidos dentre brasileiros maiores 
de vinte e um anos e no exerc’cio dos direitos pol’ticos. 
                                                        
22
  MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o 
Constitucional, 9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 1219-1220.  
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Teoria e Questões 
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Par‡grafo œnico. Compete ao Ministro de Estado, alŽm de outras 
atribui›es estabelecidas nesta Constitui‹o e na lei: 
I - exercer a orienta‹o, coordena‹o e supervis‹o dos —rg‹os e entidades da 
administra‹o federal na ‡rea de sua competncia e referendar os atos e 
decretos assinados pelo Presidente da Repœblica; 
II - expedir instru›es para a execu‹o das leis, decretos e regulamentos; 
III - apresentar ao Presidente da Repœblica relat—rio anual de sua gest‹o no 
MinistŽrio; 
IV - praticar os atos pertinentes ˆs atribui›es que lhe forem outorgadas ou 
delegadas pelo Presidente da Repœblica. 
Sobre o inciso I, vale a pena destacar a competncia dos Ministros para 
referendar decretos assinados pelo Presidente da Repœblica. A doutrina se 
divide quanto ˆ indispensabilidade do referendo ministerial para a validade do 
decreto presidencial. No entanto, o STF j‡ decidiu que o referendo ministerial 
n‹o se qualifica como requisito indispens‡vel de validade dos decretos 
presidenciais.23 Entretanto, como os Ministros s‹o demiss’veis Òad nutumÓ 
(ocupam cargo de livre nomea‹o e exonera‹o), o fato de n‹o referendarem 
ato do Presidente ir‡ implicar, quase que inevitavelmente, na perda do cargo. 
O inciso II trata da competncia dos Ministros para expedir instru›es para 
a execu‹o das leis, decretos e regulamentos. Pode-se considerar que Ž uma 
espŽcie de poder regulamentar concedido aos Ministros de Estado que, 
embora n‹o editem Decretos, tm competncia para editar Portarias, que 
seriam o que a Constitui‹o denomina Òinstru›esÓ. 
Os incisos III e IV decorrem da subordina‹o direta dos Ministros ao 
Presidente da Repœblica. Na condi‹o de auxiliares diretos do Presidente, 
cabe aos Ministros apresentar relat—rio anual de sua gest‹o e praticar os 
atos que a eles forem outorgados ou delegados pelo Presidente. 
                                                        
23 STF, MS n¼ 22.706-1- Medida Liminar.05.02.1997. 
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Os Ministros de Estado s‹o processados e julgados pelo STF nos crimes 
comuns e nos crimes de responsabilidade. No entanto, nos crimes de 
responsabilidade conexos com os do Presidente, eles ser‹o processados 
julgados pelo Senado Federal. Assim, temos que: 
a) Os Ministros de Estado s‹o julgados pelo STF nos crimes comuns. 
b) Os Ministros de Estado s‹o julgados pelo STF nos crimes de 
responsabilidade Òaut™nomosÓ. 
c) Os Ministros de Estado s‹o julgados pelo Senado Federal nos crimes 
de responsabilidade conexos com os do Presidente. 
 
(TRT 8a Regi‹o Ð 2015) Compete ao Ministro de Estado, 
alŽm de outras atribui›es estabelecidas na Constitui‹o 
Federal e na lei, referendar os atos e decretos assinados pelo 
Presidente da Repœblica. 
Coment‡rios: 
Segundo o art. 87, par‡grafo œnico, I, compete ao Ministro 
de Estado, alŽm de outras atribui›es estabelecidas nesta 
Constitui‹o e na lei Òexercer a orienta‹o, coordena‹o e 
supervis‹o dos —rg‹os e entidades da administra‹o federal 
na ‡rea de sua competncia e referendar os atos e decretos 
assinados pelo Presidente da RepœblicaÓ. Quest‹o correta. 
(PC / GO Ð 2015) Os ministros de Estado ser‹o escolhidos 
entre os brasileiros maiores de, no m’nimo, 35 anos que 
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 PRATICAR OS ATOS PERTINENTES ÀS ATRIBUIÇÕES QUE LHE FOREM OUTORGADAS OU DELEGADAS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
APRESENTAR AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA RELATÓRIO ANUAL 
DE SUA GESTÃO NO MINISTÉRIO
EXPEDIR INSTRUÇÕES PARA A EXECUÇÃO DAS LEIS, DECRETOS E 
REGULAMENTOS
EXERCER A ORIENTAÇÃO, COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO DOS 
ÓRGÃOS E ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL NA ÁREA DE 
SUA COMPETÊNCIA E REFERENDAR OS ATOS E DECRETOS 
ASSINADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
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estejam no pleno gozo de seus direitos pol’ticos. 
Coment‡rios: 
Os Ministros de Estado s‹o escolhidos dentre brasileiros 
maiores de 21 anos. Quest‹o errada. 
 
9- Conselho da Repœblica e Conselho de Defesa Nacional: 
O Conselho da Repœblica e o Conselho de Defesa Nacional s‹o —rg‹os 
colegiados, de natureza consultiva. Da’ decorre o fato de eles se 
manifestarem, quando consultados pelo Presidente da Repœblica, por 
meio de parecer, cuja natureza Ž meramente opinativa. 
O Conselho da Repœblica Ž —rg‹o superior de consulta do Presidente da 
Repœblica, com competncia para se pronunciar sobre as seguintes 
quest›es: 
a) Interven‹o federal, estado de defesa e estado de s’tio. 
b) Quest›es relevantes para a estabilidade das institui›es 
democr‡ticas 
Os integrantes do Conselho da Repœblica s‹o os seguintes: 
 
O Conselho de Defesa Nacional,

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