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curso 29945 aula 10 v2

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Aula 10
Direito Constitucional p/ IBAMA 2017 (Analista Ambiental) - Com
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Equipe Ricardo e Nádia 01, Nádia Carolina, Ricardo Vale, Equipe Ricardo e Nádia 02
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FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA 
Sum‡rio 
Fun›es Essenciais ˆ Justia ........................................................................2 
1-Introdu‹o: ............................................................................................2 
2- MinistŽrio Pœblico: .................................................................................2 
3- Conselho Nacional do MinistŽrio Pœblico (CNMP): ................................. 22 
4- Advocacia Pœblica: .............................................................................. 26 
5- Defensoria Pœblica: ............................................................................. 29 
6- Advocacia Privada: .............................................................................. 33 
7- A‹o Civil Pœblica: ............................................................................... 34 
Quest›es Comentadas ................................................................................ 38 
Lista de Quest›es ....................................................................................... 60 
Gabarito ..................................................................................................... 69 
 
 
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Fun›es Essenciais ˆ Justia 
1-Introdu‹o: 
O Poder Judici‡rio n‹o atua de of’cio, por iniciativa pr—pria. Em raz‹o do 
princ’pio da inŽrcia, ele s— age mediante provoca‹o externa, o que 
representa verdadeira limita‹o ˆ fun‹o jurisdicional do Estado.1 
Devido a essa caracter’stica, Ž necess‡rio que existam entidades que 
movimentem a a‹o do Poder Judici‡rio. S‹o as chamadas ÒFun›es Essenciais 
ˆ JustiaÓ: o MinistŽrio Pœblico, a Advocacia Pœblica, a Defensoria Pœblica e 
tambŽm a Advocacia Privada. Cabe destacar que, ao contr‡rio do que muitos 
pensam, esses sujeitos n‹o integram o Poder Judici‡rio; na verdade, s‹o 
entidades estranhas a este, mas cujas fun›es s‹o imprescind’veis ao exerc’cio 
da fun‹o jurisdicional do Estado. 
 
2- MinistŽrio Pœblico: 
2.1- Conceito e Natureza Jur’dica: 
Segundo o art. 127, CF/88, Òo MinistŽrio Pœblico Ž institui‹o permanente, 
essencial ˆ fun‹o jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem 
jur’dica, do regime democr‡tico e dos interesses sociais e individuais 
indispon’veisÓ. 
Para melhor fixar o seu conceito, interessa saber que a palavra ministŽrio deriva 
do latim ÒmanusÓ, que significa m‹o. Desde seus prim—rdios, o MinistŽrio Pœblico 
era considerado Òa m‹o do reiÓ, sendo exercido por procuradores que defendiam 
os interesses do monarca. A partir do sŽculo XVIII, passou a ser conhecido, 
tambŽm, como Parquet, palavra em francs que significa assoalho. A explica‹o 
Ž que seus representantes se sentavam no assoalho da sala de audincia, para 
n‹o serem confundidos com os magistrados. 
Segundo a doutrina dominante, o MinistŽrio Pœblico n‹o integra a estrutura 
de nenhum dos trs Poderes.2 Trata-se de institui‹o aut™noma e 
independente, que n‹o est‡ subordinada a nenhum dos poderes estatais. A 
pr—pria Constitui‹o Federal de 1988, ao tratar do MinistŽrio Pœblico, o faz em 
cap’tulo separado do Poder Executivo, Legislativo e Judici‡rio. 
 
1 MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet, COELHO, Inocncia M‡rtires. Curso 
de Direito Constitucional, 7» edi‹o. S‹o Paulo: Saraiva, 2010, pp. 1039. 
2 Nesse sentido: MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o 
Constitucional, 9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010 
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N‹o Ž sem polmica, todavia, que a doutrina posiciona o MinistŽrio Pœblico como 
entidade n‹o-integrante dos trs Poderes. Para o Prof. JosŽ Afonso da Silva, por 
exemplo, o MinistŽrio Pœblico Ž institui‹o vinculada ao Poder Executivo.3 H‡, 
ainda, quem defenda a tese de que o MinistŽrio Pœblico seria um Òquarto poderÓ. 
Para fins de concurso pœblico, a posi‹o mais segura Ž a de que trata-se de 
institui‹o aut™noma e independente e que n‹o est‡ vinculada a nenhum 
poder. 
O MinistŽrio Pœblico teve sua competncia significativamente ampliada pela 
Constitui‹o Federal de 1988. Segundo Gilmar Mendes, essa institui‹o teve 
seus poderes alargados, voltando-se para a Òdefesa dos interesses mais 
elevados da convivncia social e pol’tica, n‹o apenas perante o Judici‡rio, mas 
tambŽm na ordem administrativa.Ó4 
 
2.2- Organiza‹o e Estrutura do MinistŽrio Pœblico: 
O MinistŽrio Pœblico abrange o MinistŽrio Pœblico da Uni‹o (MPU) e os MinistŽrios 
Pœblicos dos Estados - MPE (art. 128, I e II, CF). 
O MinistŽrio Pœblico da Uni‹o (MPU) abrange: 
a) O MinistŽrio Pœblico Federal (MPF); 
b) O MinistŽrio Pœblico do Trabalho (MPT); 
c) O MinistŽrio Pœblico Militar (MPM); 
d) O MinistŽrio Pœblico do Distrito Federal e Territ—rios (MPDFT). 
Existe, ainda, o MinistŽrio Pœblico Eleitoral (MP Eleitoral), que n‹o tem estrutura 
pr—pria, sendo composto de membros do MPE e do MPF. 
 
 O MinistŽrio Pœblico do Distrito Federal e Territ—rios 
(MPDFT), ao contr‡rio do que muitos podem ser levados a 
pensar, integra o MinistŽrio Pœblico da Uni‹o(MPU). 
N‹o se trata, portanto, de um MinistŽrio Pœblico Estadual. 
Assinale-se que compete exclusivamente ˆ Uni‹o organizar 
e manter o MinistŽrio Pœblico do DF e Territ—rios (art. 21, 
XIII, CF/88). 
 
3 SILVA, JosŽ Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 35» edi‹o, Ed. Malheiros, 
S‹o Paulo, 2012, pp. 598. 
4 MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet, COELHO, Inocncia M‡rtires. Curso 
de Direito Constitucional, 5» edi‹o. S‹o Paulo: Saraiva, 2010, pp. 1041. 
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A organiza‹o do MinistŽrio Pœblico da Uni‹o (MPU) e do MinistŽrio Pœblico dos 
Estados (MPE) Ž efetuada com base em leis complementares (art. 127, ¤ 5¼, 
CF/88). No primeiro caso (organiza‹o do MPU), uma lei complementar federal 
versa sobre o tema; no segundo caso (organiza‹o dos MPE`s), cada estado 
edita lei complementar para organizar seu pr—prio MinistŽrio Pœblico. 
A lei de organiza‹o do MinistŽrio Pœblico da Uni‹o Ž da iniciativa 
concorrente do Presidenteda Repœblica e do Procurador-Geral da Repœblica. 
Por simetria, as leis de organiza‹o dos MinistŽrios Pœblicos Estaduais s‹o de 
iniciativa concorrente do Governador e do Procurador-Geral de Justia. 
H‡, ainda, a previs‹o constitucional de uma lei federal sobre normas gerais 
de organiza‹o do MinistŽrio Pœblico dos Estados, Distrito Federal e Territ—rios. 
Para isso, n‹o h‡ a exigncia de lei complementar, bastando lei ordin‡ria para 
tratar do tema. 
Em resumo, temos: 
a) Organiza‹o do MPU: matŽria de lei complementar federal 
b) Organiza‹o dos MPEs: matŽria de lei complementar estadual. 
c) Normas gerais de organiza‹o dos MPEs e MPDFT: lei ordin‡ria federal. 
Por fim, enfatizamos que n‹o h‡ hierarquia entre o MinistŽrio Pœblico da Uni‹o 
(MPU) e os MinistŽrios Pœblicos Estaduais (MPEs). O Procurador-Geral da 
Repœblica (PGR) exerce a chefia do MinistŽrio Pœblico da Uni‹o, mas n‹o a dos 
MinistŽrios Pœblicos Estaduais (MPEs). 
Apesar disso, segundo o STF, eventual conflito de atribui›es entre um 
membro de MinistŽrio Pœblico Estadual (MPE) e um membro do MinistŽrio Pœblico 
Federal (MPF) ser‡ resolvido pelo Procurador-Geral da Repœblica.5 Pode-se 
afirmar, por analogia, que o conflito de atribui›es entre membros de diferentes 
 
5 ACO 924/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/05/2016. 
M
P
U
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR
MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS
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MinistŽrios Pœblicos Estaduais tambŽm ser‡ solucionado pelo Procurador-Geral 
da Repœblica. 
A posi‹o do STF se baseia na ideia de que o MinistŽrio Pœblico Ž uma 
institui‹o una e indivis’vel e que tem um car‡ter nacional. O Procurador-
Geral da Repœblica, nessa —tica, seria um representante nacional do MinistŽrio 
Pœblico. 
 
1) Conflito de atribui›es entre membros do 
MinistŽrio Pœblico do mesmo estado: ƒ solucionado 
pelo Procurador-Geral de Justia (PGJ) daquele estado 
(art. 10, X, da Lei n¼ n¼ 8.625/93) 
2) Conflito de atribui›es entre membros de ramos 
distintos do MinistŽrio Pœblico da Uni‹o (MPU): 
Como exemplo, imagine um conflito de atribui›es entre 
um Procurador do Trabalho (membro do MPT) e um 
Procurador da Repœblica (membro do MPF). Esse conflito 
Ž solucionado pelo Procurador-Geral da Repœblica (art. 26, 
VII, da Lei Complementar n¼ 75/93). 
3) Conflito de atribui›es entre dois membros do 
MinistŽrio Pœblico Federal (MPF): ƒ solucionado pelas 
C‰maras de Coordena‹o e Revis‹o, que s‹o —rg‹os do 
MPF respons‡veis pela coordena‹o, integra‹o e revis‹o 
do exerc’cio funcional na institui‹o. Da decis‹o da 
C‰mara de Coordena‹o e Revis‹o que soluciona o conflito 
de atribui›es, Ž cab’vel recurso para o Procurador-Geral 
da Repœblica (PGR). 
4) Conflito de atribui›es entre um membro do 
MinistŽrio Pœblico Estadual (MPE) e um membro do 
MinistŽrio Pœblico Federal (MPF): Na ACO n¼ 1567, o 
STF decidiu que ele ser‡ solucionado pelo Procurador-
Geral da Repœblica, na condi‹o de representante nacional 
do MinistŽrio Pœblico. 
 
2.3- Princ’pios Institucionais do MinistŽrio Pœblico: 
De acordo com o art. 127, ¤ 1¼, da Constitui‹o, s‹o princ’pios institucionais do 
MinistŽrio Pœblico a unidade, a indivisibilidade e a independncia 
funcional. 
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a) O princ’pio da unidade imp›e que o MinistŽrio Pœblico deve ser considerado 
um œnico —rg‹o (uma œnica institui‹o), sob a dire‹o de uma œnica pessoa (um 
œnico Procurador-Geral). O MinistŽrio Pœblico Ž uno, composto por um s— corpo 
institucional, que visa promover o interesse pœblico e o bem comum.6 
ƒ claro que, para atender o princ’pio federativo, o MinistŽrio Pœblico est‡ 
organicamente dividido. H‡ o MinistŽrio Pœblico da Uni‹o (MPU) e os 
MinistŽrios Pœblicos Estaduais (MPE`s), cada um deles com seu chefe. Essa 
divis‹o existe em raz‹o da reparti‹o constitucional de competncias entre os 
entes federativos e n‹o impede que consideremos a existncia de um MP 
nacional. 
Em raz‹o dessa divis‹o org‰nica, a doutrina considera que a unidade somente 
se aplica dentro de cada um dos MinistŽrios Pœblicos. Enfatizando: n‹o 
existe unidade entre o MinistŽrio Pœblico da Uni‹o e os Estaduais; a unidade se 
d‡ no ‰mbito de cada MinistŽrio Pœblico. 
b) O princ’pio da indivisibilidade permite que os integrantes do MinistŽrio 
Pœblico possam ser substitu’dos uns pelos outros ao longo do processo, desde 
que sejam da mesma carreira. Por esse princ’pio, os membros do MinistŽrio 
Pœblico n‹o est‹o vinculados a um processo e, justamente por isso, podem 
ser substitu’dos. 
ƒ importante salientar que o princ’pio da indivisibilidade est‡ intimamente 
relacionado ao princ’pio da unidade, sendo verdadeiro corol‡rio 
 
6 In: CANOTILHO, J.J. Gomes; MENDES, Gilmar Ferreira; SARLET, Ingo Wolfgang; STRECK, Lenio 
Luiz. Coment‡rios ˆ Constitui‹o do Brasil. Ed. Saraiva, S‹o Paulo: 2013, pp. 1521. 
Princípios 
institucionais 
do MP
Unidade
Independncia 
funcionalIndivisibilidade
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(consequncia) deste. Explico: pelo princ’pio da unidade, a atua‹o de um 
membro do MinistŽrio Pœblico representa a atua‹o da pr—pria institui‹o do 
MinistŽrio Pœblico. Como decorrncia l—gica disso, n‹o h‡ qualquer consequncia 
para o processo quando um membro do MP Ž substitu’do por outro. 
c) O princ’pio da independncia funcional se manifesta em duas acep›es: 
independncia externa ou org‰nica (referindo-se ao MinistŽrio Pœblico como um 
todo) e independncia interna (referindo-se a cada membro individualmente). 
Na primeira acep‹o, o MinistŽrio Pœblico deve ser compreendido como uma 
institui‹o que n‹o est‡ sujeita a qualquer interferncia de outro —rg‹o ou 
Poder da Repœblica. O MinistŽrio Pœblico deve buscar a satisfa‹o do interesse 
social e do bem comum (e n‹o o cumprimento de ordens deste ou daquele 
Poder!). 
Na segunda acep‹o, fica claro que os membros do MinistŽrio Pœblico se 
vinculam apenas ao ordenamento jur’dico e ˆ sua convic‹o. Os membros 
do MinistŽrio Pœblico n‹o est‹o subordinados a qualquer hierarquia funcional. A 
hierarquia que existe dentro do MinistŽrio Pœblico Ž meramente administrativa. 
Nem mesmo o Procurador-Geral da Repœblica poder‡ ordenar a um membro do 
MinistŽrio Pœblico Federal que atue num ou noutro sentido. Cada membro do 
MinistŽrio Pœblico Ž livre para agir, dentro dos limites da lei, segundo a sua 
pr—pria conscincia. 
A independncia funcional limita o princ’pio da indivisibilidade. Explico: a 
independncia funcional imp›e a necessidade de que existam regras 
preestabelecidas para a substitui‹o de membros do MinistŽrio Pœblico no 
curso de um processo. Isso busca evitar que algum membro do MinistŽrio Pœblico 
seja arbitrariamente afastado do processo por estar atuando em determinado 
sentido. 
 
2.4- Princ’pio do Òpromotor naturalÓ: 
O princ’pio do promotor natural est‡ impl’citoem nosso ordenamento jur’dico, 
tendo sido concebido pela doutrina e pela jurisprudncia. Sua concep‹o deriva 
do conhecido princ’pio do juiz natural, segundo o qual ÒninguŽm ser‡ processado 
nem sentenciado sen‹o pela autoridade competenteÓ (art. 5¼, LIII, CF/88). 
Pelo princ’pio do promotor natural, a designa‹o de um membro do 
MinistŽrio Pœblico para atuar em determinado processo deve obedecer a regras 
objetivas, segundo critŽrios preestabelecidos. Com isso, busca-se evitar 
designa›es casu’sticas e arbitr‡rias, impedindo-se, dessa maneira, a figura do 
Òacusador de exce‹oÓ. 
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A jurisprudncia do STF j‡ est‡ firmada no sentido de reconhecer a existncia 
do princ’pio do promotor natural. Segundo a Corte, Òo postulado do 
promotor natural consagra uma garantia de ordem jur’dica, destinada tanto a 
proteger o membro do MinistŽrio Pœblico, na medida em que lhe assegura o 
exerc’cio pleno e independente do seu of’cio, quanto a tutelar a pr—pria 
coletividade, a quem se reconhece o direito de ver atuando, em quaisquer 
causas, apenas o Promotor cuja interven‹o se justifique a partir de critŽrios 
abstratos e predeterminados, estabelecidos em lei.Ó 7 
O posicionamento do STF nem sempre foi nesse sentido. Entre os anos de 
2008 e 2011, a Corte n‹o reconhecia que o princ’pio do promotor natural estava 
impl’cito no nosso ordenamento jur’dico, uma vez que violaria o princ’pio da 
indivisibilidade (princ’pio que admite a substitui‹o de um membro do MP no 
decorrer do processo). Atualmente, o entendimento do STF Ž o de que o princ’pio 
do promotor natural est‡, sim, impl’cito no ordenamento jur’dico e n‹o 
viola o princ’pio da indivisibilidade. O membro do MinistŽrio Pœblico pode 
ser substitu’do no decorrer do processo, mas tal substitui‹o n‹o poder‡ ser 
arbitr‡ria. 
As bases sobre as quais se assentam o princ’pio do promotor natural s‹o a 
independncia funcional e a garantia de inamovibilidade dos membros do 
MinistŽrio Pœblico. Nesse sentido, o STF j‡ reconheceu que Òa matriz 
constitucional desse princ’pio assenta-se nas cl‡usulas da independncia 
funcional e da inamovibilidade dos membros da institui‹oÓ. 8 
 
2.5- Autonomia funcional, administrativa e orament‡rio-financeira: 
A Constitui‹o Federal de 1988 reconhece autonomia funcional, 
administrativa e orament‡rio-financeira ao MinistŽrio Pœblico. S‹o 
garantias institucionais do MinistŽrio Pœblico, destinadas a permitir que este 
—rg‹o possa atuar com independncia e sem interferncia de nenhum outro 
Poder. Juntas, essas garantias institucionais asseguram o autogoverno do 
MinistŽrio Pœblico.9 
A autonomia administrativa do MinistŽrio Pœblico se materializa na sua 
competncia para propor!ao Poder Legislativo a cria‹o e extin‹o de seus 
cargos e servios auxiliares, provendo-os por concurso pœblico de provas ou de 
provas e t’tulos, a pol’tica remunerat—ria e os planos de carreira. Assim, o 
MinistŽrio Pœblico tem iniciativa privativa para propor projetos de leis sobre 
essas matŽrias. Nesse sentido, o STF entende que Òo MinistŽrio Pœblico pode 
 
7 HC 103.038/PA. Segunda Turma. Rel. Min. Joaquim Barbosa. Julgamento em 11/10/2011. 
8 HC 67.759, Rel. Min. Celso de Mello. Julgamento em 06.08.1992. 
9 In: CANOTILHO, J.J. Gomes; MENDES, Gilmar Ferreira; SARLET, Ingo Wolfgang; STRECK, Lenio 
Luiz. Coment‡rios ˆ Constitui‹o do Brasil. Ed. Saraiva, S‹o Paulo: 2013, pp. 1522-1523. 
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deflagrar o processo legislativo de lei concernente ˆ pol’tica remunerat—ria 
e aos planos de carreira de seus membros e servidoresÓ. 
Ainda no campo da autonomia administrativa, o Procurador-Geral da Repœblica 
e os Procuradores-Gerais de Justia tm iniciativa para propor projeto de lei 
complementar que estabelea a organiza‹o, as atribui›es e o estatuto 
de cada MinistŽrio Pœblico. Destaque-se que a referida lei complementar Ž de 
iniciativa concorrente entre os Procuradores-Gerais e os Chefes do Poder 
Executivo. 
A autonomia orament‡rio-financeira, por sua vez, se manifesta pela 
prerrogativa de que o MinistŽrio Pœblico elabore a sua proposta 
orament‡ria, encaminhando-a ao Poder Executivo. Cabe destacar que a 
proposta orament‡ria do MinistŽrio Pœblico dever‡ ser elaborada em 
conformidade com os limites definidos pela lei de diretrizes orament‡rias 
(LDO). 
E se o MinistŽrio Pœblico n‹o encaminhar ao Poder Executivo a proposta 
orament‡ria dentro do prazo definido pela LDO? 
Nesse caso, devido ˆ inŽrcia do MinistŽrio Pœblico, o Poder Executivo dever‡ 
considerar, para fins de consolida‹o da proposta orament‡ria anual, os 
valores aprovados na lei orament‡ria vigente, ajustados de acordo com 
os limites estipulados na LDO. 
Outra pergunta: e se o MinistŽrio Pœblico encaminhar a proposta orament‡ria 
em desacordo com os limites estipulados pela LDO? 
Se isso acontecer, o Poder Executivo dever‡ ÒcortarÓ despesas da proposta 
orament‡ria do MinistŽrio Pœblico para adequ‡-la ˆ LDO. Em outras palavras, o 
Poder Executivo proceder‡ aos ajustes necess‡rios para fins de 
consolida‹o da proposta orament‡ria anual. 
Por fim, durante a execu‹o orament‡ria do exerc’cio, n‹o poder‡ haver a 
realiza‹o de despesas ou a assun‹o de obriga›es que extrapolem os limites 
estabelecidos na lei de diretrizes orament‡rias, exceto se previamente 
autorizadas, mediante a abertura de crŽditos suplementares ou especiais. 
 
2.6- Fun›es Institucionais do MinistŽrio Pœblico: 
Segundo a doutrina, o MinistŽrio Pœblico assume o importante papel de custos 
societatis (Òguardi‹o da sociedadeÓ) e de custos legis (Òguardi‹o da leiÓ). Para 
desempenhar essa importante miss‹o, a Constitui‹o atribui ao MinistŽrio 
Pœblico uma sŽrie de fun›es. 
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As fun›es institucionais do MinistŽrio Pœblico est‹o relacionadas no art. 129, 
CF/88. Trata-se de rol n‹o-exaustivo, uma vez que o art. 129, IX, disp›e que 
podem ser atribu’das outras fun›es ao MinistŽrio Pœblico, desde que sejam 
compat’veis com sua finalidade institucional. 
Segundo Dirley da Cunha Jr., a Constitui‹o consagra o monop—lio 
institucional das fun›es do MinistŽrio Pœblico10 ao dispor, no art. 129, ¤ 2¼, 
que Òas fun›es do MinistŽrio Pœblico s— podem ser exercidas por integrantes da 
carreiraÓ. Os membros do MinistŽrio Pœblico dever‹o residir na comarca da 
respectiva lota‹o, salvo autoriza‹o do chefe da institui‹o. 
Vejamos, a seguir, as fun›es institucionais do MinistŽrio Pœblico: 
Art. 129. S‹o fun›es institucionais do MinistŽrio Pœblico: 
I - promover, privativamente, a a‹o penal pœblica, na forma da lei; 
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Pœblicos e dos servios de 
relev‰ncia pœblica aos direitos assegurados nesta Constitui‹o, promovendo 
as medidas necess‡rias a sua garantia; 
III - promover o inquŽrito civil e a a‹o civil pœblica, para a prote‹o do 
patrim™nio pœblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e 
coletivos; 
IV - promover a a‹ode inconstitucionalidade ou representa‹o para fins de 
interven‹o da Uni‹o e dos Estados, nos casos previstos nesta Constitui‹o; 
V - defender judicialmente os direitos e interesses das popula›es ind’genas; 
VI - expedir notifica›es nos procedimentos administrativos de sua 
competncia, requisitando informa›es e documentos para instru’-los, na 
forma da lei complementar respectiva; 
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei 
complementar mencionada no artigo anterior; 
VIII - requisitar diligncias investigat—rias e a instaura‹o de inquŽrito 
policial, indicados os fundamentos jur’dicos de suas manifesta›es 
processuais; 
 
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pp. 1187. 
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IX - exercer outras fun›es que lhe forem conferidas, desde que compat’veis 
com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representa‹o judicial e a consultoria 
jur’dica de entidades pœblicas. 
O MinistŽrio Pœblico Ž respons‡vel por promover, privativamente, a a‹o penal 
pœblica (art. 129, I). Todavia, existe tambŽm a a‹o penal privada 
subsidi‡ria da pœblica, que poder‡ ser ajuizada quando a a‹o penal pœblica 
n‹o tiver sido intentada dentro do prazo legal. 
O MinistŽrio Pœblico tambŽm tem como fun‹o promover o inquŽrito civil e a 
a‹o civil pœblica (art. 129, III), cujo objetivo Ž a prote‹o do patrim™nio 
pœblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. O 
inquŽrito civil Ž conduzido pelo MinistŽrio Pœblico com vistas a obter elementos 
que subsidiem a a‹o civil pœblica. Destaque-se que a a‹o civil pœblica n‹o Ž 
exclusiva do MinistŽrio Pœblico, podendo ser apresentada por diversos outros 
legitimados. 
Muito se questiona se o poder de investiga‹o criminal Ž ou n‹o exclusivo 
da pol’cia. Segundo a teoria dos poderes impl’citos, quando a Constitui‹o 
outorga competncia expl’cita a determinado —rg‹o estatal, implicitamente 
atribui, a esse mesmo —rg‹o, os meios necess‡rios para a efetiva e completa 
realiza‹o de suas fun›es. 
Com base nessa teoria, o STF, ao analisar a tem‡tica dos poderes investigat—rios 
do MinistŽrio Pœblico, entendeu que a denœncia poderia ser fundamentada 
em peas de informa‹o obtidas pelo pr—prio ÒParquetÓ, n‹o havendo 
necessidade de prŽvio inquŽrito policial. 
Nas palavras da Ministra Ellen Gracie: 
Ҏ princ’pio basilar da hermenutica constitucional o dos poderes impl’citos, 
segundo o qual, quando a Constitui‹o Federal concede os fins, d‡ os meios. 
Se a atividade-fim Ð promo‹o da a‹o penal pœblica Ð foi outorgada ao 
Parquet em foro de privatividade, n‹o haveria como n‹o lhe oportunizar a 
colheita de prova para tanto, j‡ que o CPP autoriza que peas de informa‹o 
embasem a denœncia. Assim, reconheo a possibilidade de, em algumas 
hip—teses, ser reconhecida a legitimidade da promo‹o de atos de 
investiga‹o por parte do MinistŽrio Pœblico, mormente quando se verifique 
algum motivo que se revele autorizador de tal investiga‹oÓ.11 
Essa competncia do MinistŽrio Pœblico Ž plenamente aceita pela doutrina e 
pode ser ilustrada pelos arts. 129, VI, segundo o qual o MinistŽrio Pœblico pode 
Òexpedir notifica›es nos procedimentos administrativos de sua competncia, 
 
11 RE 535.478, Rel. Mi. Ellen Gracie, j. 28.10.2008, DJE de 21.11.2008. 
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requisitando informa›es e documentos para instru’-los, na forma da lei 
complementar respectivaÓ. 
Caso n‹o queira conduzir a investiga‹o criminal, o MinistŽrio Pœblico pode 
requisitar diligncias investigat—rias e a instaura‹o de inquŽrito 
policial (art. 129, VIII). O inquŽrito policial Ž procedimento administrativo 
conduzido por Delegado de Pol’cia com vistas a subsidiar uma a‹o penal. Assim, 
o MinistŽrio Pœblico pode requisitar que a Pol’cia Civil instaure um inquŽrito 
policial. 
O MinistŽrio Pœblico, no desempenho da sua fun‹o de Òcustos societatisÓ, Ž 
respons‡vel pelo controle externo da atividade policial. O art. 129, VII, que 
confere tal competncia ao MinistŽrio Pœblico, Ž norma constitucional de efic‡cia 
limitada, dependente de regulamenta‹o por lei complementar. O controle 
externo da atividade policial consiste na fiscaliza‹o da Pol’cia pelo MinistŽrio 
Pœblico. ƒ denominado ÒexternoÓ porque o MinistŽrio Pœblico n‹o integra a 
estrutura da Pol’cia. 
Por fim, h‡ que se destacar que o MinistŽrio Pœblico tem competncia para 
defender judicialmente os direitos e interesses das popula›es ind’genas 
(art. 129, V). 
 
2.7- Ingresso na carreira: 
Determina a Carta Magna (art. 129, ¤ 3¼) que o ingresso na carreira do 
MinistŽrio Pœblico far-se-‡ mediante concurso pœblico de provas e t’tulos, 
assegurada a participa‹o da Ordem dos Advogados do Brasil em sua 
realiza‹o, exigindo-se do bacharel em direito, no m’nimo, trs anos de 
atividade jur’dica e observando-se, nas nomea›es, a ordem de classifica‹o. 
 
Com base no o art. 129, ¤ 3¼, da Constitui‹o, o STF considerou constitucional 
resolu‹o que determina que a inscri‹o do concurso pœblico para a carreira do 
MinistŽrio Pœblico s— pode ser feita por bacharel em Direito com, no m’nimo, 
trs anos de atividade jur’dica, cuja comprova‹o se d‡ no ato da posse. O 
Pret—rio Excelso entendeu que essa exigncia atendeu o objetivo da EC 45/2004, 
INGRESSO NA 
CARREIRA DO MP
CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS E TÍTULOS, COM 
PARTICIPAÇÃO DA OAB
TÍTULO DE BACHAREL EM DIREITO
TRÊS ANOS DE ATIVIDADE JURÍDICA
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que pretendeu selecionar profissionais experientes para o exerc’cio das fun›es 
do MinistŽrio Pœblico (ADI, 3.460/DF, decis‹o de 31.08.2006). 
Outro ponto que merece um destaque Ž o seguinte: os 3 anos de atividade 
jur’dica somente podem ser contados ap—s a obten‹o do t’tulo de bacharel 
em Direito. 
 
2.8- Garantias Funcionais: 
AlŽm das garantias institucionais do MinistŽrio Pœblico (autonomia funcional, 
administrativa e orament‡rio-financeira), existem garantias pr—prias dos seus 
membros, ˆs quais denominamos garantias funcionais. As garantias 
funcionais n‹o podem ser consideradas privilŽgios, mas sim prerrogativas 
que possuem os membros do MinistŽrio Pœblico para lhes preservar a liberdade 
de convic‹o, com o objetivo de resguardar a autonomia da institui‹o. 
Segundo Alexandre de Moraes, esse Ž um objetivo t‹o importante que o art. 85, 
II, CF/88 considera crime de responsabilidade do Presidente da Repœblica a 
pr‡tica de atos atentat—rios ao livre exerc’cio do MinistŽrio Pœblico.12 
S‹o trs as garantias funcionais dos membros do MinistŽrio Pœblico: i) 
vitaliciedade; ii) inamovibilidade e; iii) irredutibilidade de subs’dio. 
A vitaliciedade garante que o membro do ÒParquetÓ n‹o poder‡ perder o cargo 
sen‹o por sentena judicial transitada em julgado. ƒ adquirida ap—s 2 
(dois) anos de exerc’cio, uma vez conclu’do o est‡gio probat—rio. 
A inamovibilidade Ž garantia queimpede que o membro do MinistŽrio 
Pœblico seja removido de of’cio, salvo por motivo de interesse pœblico, 
mediante decis‹o do —rg‹o colegiado competente do MinistŽrio Pœblico, pelo voto 
da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa. Assim, a 
remo‹o de um membro do MinistŽrio Pœblico dever‡ ocorrer, em regra, por sua 
pr—pria iniciativa. 
Segundo o art. 130-A, ¤ 2¼, III,! o Conselho Nacional do MinistŽrio Pœblico 
(CNMP) tem competncia para determinar a remo‹o de membro do MinistŽrio 
Pœblico. Nesse caso, trata-se de verdadeira san‹o administrativa aplicada 
pelo CNMP, que n‹o viola a garantia de inamovibilidade. 
A irredutibilidade de subs’dio, por sua vez, visa proteger os ganhos dos 
membros do MinistŽrio Pœblico contra ingerncias pol’ticas. Destaque-se que 
 
12 MORAES, Alexandre de. Constitui‹o do Brasil Interpretada e Legisla‹o Constitucional, 
9» edi‹o. S‹o Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 1623. 
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essa irredutibilidade Ž nominal (e n‹o real), ou seja, n‹o leva em considera‹o 
a infla‹o. 
 
2.9- Veda›es aos membros do MinistŽrio Pœblico: 
A Constitui‹o Federal, alŽm de estabelecer as garantias do MinistŽrio Pœblico, 
tambŽm prev certas veda›es aos seus membros, com o objetivo de 
preservar a pr—pria institui‹o. A doutrina considera que essas veda›es s‹o 
verdadeiras garantias de imparcialidade. 
Segundo o art. 128, ¤ 5¼, III,!as veda›es aos membros do MinistŽrio Pœblico 
s‹o as seguintes: 
a) Receber, a qualquer t’tulo e sob qualquer pretexto, honor‡rios, 
percentagens ou custas processuais; 
b) Exercer a advocacia; 
c) Participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
d) Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra fun‹o pœblica, 
salvo uma de magistŽrio; 
e) Exercer atividade pol’tico-partid‡ria; 
f) Receber, a qualquer t’tulo ou pretexto, aux’lios ou contribui›es de 
pessoas f’sicas, entidades pœblicas ou privadas, ressalvadas as exce›es 
previstas em lei; 
ƒ relevante comentarmos acerca da veda‹o ao exerc’cio da advocacia. 
Quando em exerc’cio, os membros do MinistŽrio Pœblico est‹o absolutamente 
impedidos de exercer a advocacia. No entanto, ap—s terem se afastado do cargo 
(por aposentadoria ou exonera‹o), a CF/88 permite que eles exeram a 
advocacia. PorŽm, dever‹o observar a chamada Òquarentena de sa’daÓ. 
Assim, o membro do MinistŽrio Pœblico n‹o poder‡ exercer a advocacia no ju’zo 
ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos trs anos do afastamento 
GARANTIAS DOS 
MEMBROS DO MP
VITALICIEDADE
INAMOVIBILIDADE
IRREDUTIBILIDADE DOS SUBSÍDIOS
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do cargo por aposentadoria ou exonera‹o. Veja: no dia seguinte ao 
afastamento, o membro do MinistŽrio Pœblico j‡ pode exercer a advocacia; no 
entanto, para exercer a advocacia junto ao tribunal perante o qual oficiava, 
precisar‡ aguardar um per’odo de trs anos, ou seja, dever‡ observar a 
Òquarentena de sa’daÓ. 
Por œltimo, vale ressaltar o que disp›e o art. 29, ¤ 3¼, do ADCT. Segundo esse 
dispositivo, os membros do MinistŽrio Pœblico admitidos antes da promulga‹o 
da CF/88 poderiam optar pelo regime anterior, no que diz respeito ˆs garantias 
e veda›es. Com isso, os integrantes da carreira do MPU13 que nela ingressaram 
antes da Constitui‹o Federal e que optaram pelo regime anterior podem exercer 
a advocacia. 
O quadro-resumo a seguir reœne as garantias e veda›es dos membros do 
MinistŽrio Pœblico: 
 
2.10- Chefia do MinistŽrio Pœblico: 
 
13 Essa possibilidade somente existe para os integrantes do MPU. Os integrantes dos MPE`s e 
do MPDFT j‡ estavam, mesmo antes da CF/88, submetidos ˆ veda‹o ao exerc’cio da advocacia. 
V
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RECEBER, A QUALQUER TÍTULO E SOB QUALQUER PRETEXTO, HONORÁRIOS, 
PERCENTAGENS OU CUSTAS PROCESSUAIS
EXERCER A ADVOCACIA
PARTICIPAR DE SOCIEDADE COMERCIAL, NA FORMA DA LEI
EXERCER, AINDA QUE EM DISPONIBILIDADE, QUALQUER FUNÇÃO PÚBLICA, 
SALVO UMA DE MAGISTÉRIO
EXERCER ATIVIDADE POLÍTICO-PARTIDÁRIA
RECEBER, A QUALQUER TÍTULO OU PRETEXTO, AUXÍLIOS OU CONTRIBUIÇÕES 
DE PESSOAS FÍSICAS, ENTIDADES PÚBLICAS OU PRIVADAS, RESSALVADAS AS 
EXCEÇÕES PREVISTAS EM LEI
EXERCER A ADVOCACIA NO JUÍZO OU TRIBUNAL DO QUAL SE AFASTOU, 
ANTES DE DECORRIDOS TRÊS ANOS DO AFASTAMENTO DO CARGO POR 
APOSENTADORIA OU EXONERAÇÃO
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2.10.1- Procurador-Geral da Repœblica: 
O MinistŽrio Pœblico da Uni‹o (MPU) tem por chefe o Procurador-Geral da 
Repœblica (PGR), nomeado pelo Presidente da Repœblica dentre 
integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, ap—s a aprova‹o de seu 
nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de 
dois anos, permitida a recondu‹o (art. 128, ¤ 1¼, CF). 
Explicando de maneira esquematizada: 
a) O PGR Ž nomeado pelo Presidente da Repœblica. 
b) O PGR deve ter mais de 35 anos e deve ser integrante do MPU. 
c) O PGR, antes de ser nomeado pelo Presidente, deve ser aprovado pelo 
Senado Federal (vota‹o secreta). 
d) O mandato do PGR Ž de 2 (dois) anos, sendo permitida a recondu‹o. 
ƒ importante observar que a Constitui‹o n‹o limita o nœmero de 
recondu›es. Contudo, o art. 25 da Lei Complementar no 75/93 determina que 
a recondu‹o dever‡ ser precedida de nova aprova‹o do Senado Federal. 
A recondu‹o se assemelha, assim, a uma nova nomea‹o. 
Destaca-se, ainda, que o Presidente da Repœblica poder‡ escolher qualquer 
membro do MinistŽrio Pœblico da Uni‹o (ou seja, do MinistŽrio Pœblico 
Federal, do Trabalho, Militar ou do Distrito Federal e Territ—rios) para o cargo de 
PGR. Nesse sentido, entende o STF que o Procurador-Geral pode provir de 
quaisquer das carreiras do MinistŽrio Pœblico da Uni‹o (MS 21.239, DJ de 
23.04.1993). 
O Procurador-Geral da Repœblica (PGR) poder‡ ser destitu’do por iniciativa do 
Presidente da Repœblica, desde que haja autoriza‹o do Senado Federal, por 
maioria absoluta. 
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2.10.2- Procuradores-Gerais de Justia: 
Os Procuradores-Gerais de Justia s‹o os Chefes dos MinistŽrios Pœblicos 
dos Estados (MPE`s). O Chefe do MinistŽrio Pœblico do Distrito Federal e 
Territ—rios (MPDFT) tambŽm Ž denominado Procurador-Geral de Justia. 
Vejamos o que determina a CF/88 sobre o tema: 
Art. 128.................................................... 
¤ 3¼ - Os MinistŽrios Pœblicos dos Estados e o do Distrito Federal e 
Territ—rios formar‹o lista tr’plice dentre integrantes da carreira, na 
forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que 
ser‡ nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandatode dois 
anos, permitida uma recondu‹o. 
Assim como o Procurador-Geral da Repœblica, os Procuradores-Gerais de Justia 
tambŽm s‹o nomeados pelo Chefe do Poder Executivo. O Governador 
nomeia os Chefes dos MPE`s e o Presidente da Repœblica nomeia o Chefe do 
MPDFT. A nomea‹o do Chefe do MPDFT pelo Presidente da Repœblica se deve 
ao fato de que a Uni‹o Ž competente para organizar e manter o MPDFT (art. 21, 
XIII, CF/88). 
Os Procuradores-Gerais de Justia s‹o nomeados para mandato de 2 (dois) 
anos, sendo permitida apenas uma recondu‹o. ƒ diferente do que ocorre 
para o Procurador-Geral da Repœblica, que pode ser reconduzido mœltiplas 
vezes. N‹o incidir‡, nesse caso, o princ’pio da simetria.14 
 
14 STF, ADI 452, DJ de 31.10.2002 
PGR
NOMEADO PELO PR
DENTRE INTEGRANTES DA 
CARREIRA
IDADE > 35 ANOS
APÓS APROVAÇÃO PELA 
MAIORIA ABSOLUTA DO 
SENADO
CHEFE DO MPU
MANDATO DE 2 
ANOS
PERMITIDAS SUCESSIVAS 
RECONDUÇÕES
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No processo de nomea‹o dos Procuradores-Gerais de Justia, n‹o h‡ 
qualquer participa‹o do Poder Legislativo. Ser‡ elaborada lista tr’plice 
pela pr—pria institui‹o (MPE ou MPDFT), a qual ser‡ enviada ao Chefe do Poder 
Executivo, que escolher‡ um nome para ser nomeado como Procurador-Geral 
de Justia. Segundo o STF, Ž inconstitucional lei que exija prŽvia aprova‹o do 
nome do Procurador-Geral de Justia pela maioria absoluta do Legislativo local, 
por fora do art. 128, ¤ 3o, da CF/88, que estabelece como œnica exigncia a 
lista tr’plice, na forma da lei.15 
J‡ no processo de destitui‹o dos Procuradores-Gerais de Justia, haver‡ 
participa‹o do Poder Legislativo. Segundo o art. 128, ¤ 4¼, CF/88, os 
Procuradores-Gerais nos estados poder‹o ser destitu’dos por delibera‹o da 
maioria absoluta da Assembleia Legislativa. Por sua vez, a destitui‹o do 
Procurador-Geral de Justia do Distrito Federal e Territ—rios depende de 
delibera‹o da maioria absoluta do Senado Federal. 
Quest‹o relevante que surge diz respeito ˆ vac‰ncia do cargo de Procurador-
Geral no curso do mandato. Dever‡, nesse caso, o novo Procurador-Geral 
assumir pelo tempo que falta para completar os dois anos (mandato-tamp‹o) 
ou cumprir um novo mandato de dois anos completos? 
Nesse caso, o Procurador-Geral dever‡ cumprir um novo per’odo de dois 
anos. Nesse sentido, decidiu o STF que Ž inconstitucional, por ofensa ao art. 
128, ¤ 3o, da Carta Magna, lei que preveja, no caso de vac‰ncia do cargo de 
Procurador-Geral de Justia, a elei‹o e nomea‹o de novo Procurador-Geral 
para que complete o per’odo restante do mandato do seu antecessor.16 
 
 
2.10.3- Procurador-Geral do Trabalho e Procurador-Geral da Justia 
Militar: 
Segundo a LC n¼ 75/93, o Estatuto do MPU, o Procurador-Geral do Trabalho 
(PGT) ser‡ o Chefe do MinistŽrio Pœblico do Trabalho, nomeado pelo PGR, 
dentre membros da Institui‹o, com mais de 35 anos de idade e 5 anos na 
carreira, integrantes de lista tr’plice escolhida mediante voto plurinominal, 
facultativo e secreto, pelo ColŽgio de Procuradores, para um mandato de 2 anos, 
permitida uma recondu‹o, observado o mesmo processo. 
Caso n‹o haja nœmero de candidatos (trs) com mais de 5 anos de carreira, 
poder‹o concorrer ao cargo os Procuradores com mais de 2 anos na carreira. A 
 
15 ADI 1.228-MC/AP, DJU de 02.06.1995; ADU 1.506-SE, DJU de 12.11.1999; ADI 1.962-RO, 08.11.2001 . 
16 ADI 1.783-BA, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 11.10.2001. 
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exonera‹o do PGT, antes do tŽrmino do mandato, ser‡ proposta ao PGR pelo 
Conselho Superior, mediante delibera‹o obtida com base em voto secreto de 
2/3 de seus integrantes. 
J‡ os arts. 120 e 121 da LC no 75/93 estabelecem regra semelhante para a 
nomea‹o do Procurador-Geral da Justia Militar, Chefe do MinistŽrio 
Pœblico da Justia Militar. Ele ser‡ igualmente nomeado pelo PGR, dentre 
membros da Institui‹o, com mais de 35 anos de idade e 5 anos na carreira, 
integrantes de lista tr’plice escolhida mediante voto plurinominal, facultativo e 
secreto, pelo ColŽgio de Procuradores, para um mandato de 2 anos, permitida 
uma recondu‹o, observado o mesmo processo. 
Caso n‹o haja nœmero de candidatos (trs) com mais de 5 anos de carreira, 
poder‹o concorrer ao cargo os Procuradores com mais de 2 anos na carreira. A 
sua exonera‹o, antes do tŽrmino do mandato, ser‡ proposta ao PGR pelo 
Conselho Superior, mediante delibera‹o obtida com base em voto secreto de 
2/3 de seus integrantes. 
Por fim, o chefe do MinistŽrio Pœblico Eleitoral Ž o pr—prio PGR. 
 
2.11- MinistŽrio Pœblico junto ˆs Cortes de Contas: 
Quando se fala em Cortes de Contas, estamos nos referindo ao Tribunal de 
Contas da Uni‹o (TCU) e aos Tribunais de Contas dos Estados (TCEs). Perante 
esses —rg‹os, atua um MinistŽrio Pœblico ÒespecialÓ: o MinistŽrio Pœblico junto 
ao TCU e os MinistŽrios Pœblicos junto aos TCEs. 
O MinistŽrio Pœblico junto ao Tribunal de Contas da Uni‹o (TCU) n‹o integra o 
MPU; ao contr‡rio, integra a pr—pria estrutura org‰nica do TCU. Isso 
porque o rol de —rg‹os que comp›em o MPU, previsto no art. 128, I, da CF/88 Ž 
taxativo. Assim, um membro do MinistŽrio Pœblico da Uni‹o (MPU) n‹o pode ser 
designado para exercer suas fun›es junto ao TCU. O mesmo vale para os 
estados: um membro do MinistŽrio Pœblico do Estado (MPE) n‹o pode ser 
designado para atuar perante o Tribunal de Contas daquele ente federativo. 
Os MinistŽrios Pœblicos que atuam perante as Cortes de Contas n‹o possuem 
as atribui›es do art. 129 da CF/88. Sua atua‹o se d‡ exclusivamente na 
‡rea de competncia dos Tribunais de Contas. Trata-se, conforme j‡ afirmamos, 
de um MinistŽrio Pœblico ÒespecialÓ. 
A lei que regulamenta a estrutura org‰nica dos MinistŽrio Pœblico que atua junto 
ao TCU Ž de iniciativa do pr—prio TCU, conforme se deduz do art. 73, ÒcaputÓ, 
da CF/88. Por simetria, Ž de iniciativa do TCE a lei de organiza‹o do MinistŽrio 
Pœblico que atua junto ˆ Corte de Contas estadual. 
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Para firmar nosso entendimento, transcrevemos trecho de julgado do STF17: 
ÒO MinistŽrio Pœblico junto ao Tribunal de Contas da Uni‹o n‹o disp›e de 
fisionomia institucional pr—pria e, n‹o obstante as expressivas garantias 
de ordem subjetiva concedidas aos seus Procuradores pela pr—pria 
Constitui‹o (art. 130), encontra-se consolidado na 'intimidade 
estrutural' dessa Corte de Contas, que se acha investida Ð 'atŽ mesmo 
em fun‹o do poder de autogoverno que lhe confere a Carta Pol’tica (art. 
73, caput, in fine)' Ð da prerrogativa de fazer instaurar o processo 
legislativo concernente ˆ sua organiza‹o, ˆ sua estrutura‹o 
interna, ˆ defini‹o do seu quadro de pessoal e ˆ cria‹o dos 
cargos respectivos. S— cabe lei complementar, no sistema de direito 
positivo brasileiro, quando formalmente reclamada a sua edi‹o por norma 
constitucional expl’cita. A especificidade do MinistŽrio Pœblico que atua 
perante o TCU, e cuja existnciase projeta num dom’nio institucional 
absolutamente diverso daquele em que se insere o MinistŽrio 
Publico da Uni‹o, faz com que a regula‹o de sua organiza‹o, a 
discrimina‹o de suas atribui›es e a defini‹o de seu estatuto sejam 
pass’veis de veicula‹o mediante simples lei ordin‡ria, eis que a edi‹o 
de lei complementar Ž reclamada, no que concerne ao Parquet, t‹o 
somente para a disciplina‹o normativa do MinistŽrio Pœblico 
comum (CF, art. 128, ¤ 5¼).Ó 
 
(Procurador de Salvador Ð 2015) A chefia do MPU cabe ao 
procurador-geral da Repœblica, que ser‡ escolhido pelo 
presidente da Repœblica entre os integrantes da carreira, 
maiores de trinta e cinco anos, a partir de lista tr’plice 
fornecida pelo Conselho Nacional do MinistŽrio Pœblico. 
Coment‡rios: 
O Procurador-Geral da Repœblica Ž mesmo o Chefe do 
MinistŽrio Pœblico da Uni‹o. Ele Ž nomeado pelo Presidente da 
Repœblica dentre integrantes da carreira, n‹o havendo que 
se falar em lista tr’plice fornecida pelo CNMP. Quest‹o 
errada. 
(TCE-CE Ð 2015) Os MinistŽrios Pœblicos dos Estados e o do 
Distrito Federal e Territ—rios formar‹o lista tr’plice dentre 
integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para 
escolha de seu Procurador-Geral, que ser‡ nomeado pelo 
Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, 
permitida uma œnica recondu‹o. 
 
17 ADI, 789, Rel. Min. Celso de Mello. Julgamento em 26.05.2004. 
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Coment‡rios: 
ƒ isso mesmo! A nomea‹o dos Procuradores-Gerais de 
Justia Ž feita pelo Governador, a partir de lista tr’plice 
elaborada pelo MinistŽrio Pœblico Estadual. O mandato do 
Procurador-Geral de Justia Ž de 2 anos, sendo permitida uma 
œnica recondu‹o. Quest‹o correta. 
(TRF 1a Regi‹o Ð 2015) Dado o princ’pio da indivisibilidade, 
o MP Ž uma institui‹o una, podendo seus membros, que n‹o 
se vinculam aos processos nos quais atuam, ser substitu’dos 
uns pelos outros de acordo com as normas legais. 
Coment‡rios: 
Pelo princ’pio da indivisibilidade, os membros do MinistŽrio 
Pœblico n‹o est‹o vinculados aos processos nos quais 
atuam, podendo, assim, ser substitu’dos uns pelos outros, de 
acordo com as normas legais. Quest‹o correta. 
(TCE-CE Ð 2015) Os Procuradores-Gerais nos Estados e no 
Distrito Federal e Territ—rios n‹o poder‹o ser destitu’dos por 
delibera‹o do Poder Legislativo respectivo. 
Coment‡rios: 
Os Procuradores-Gerais nos estados poder‹o ser destitu’dos 
por delibera‹o da maioria absoluta da Assembleia 
Legislativa. Por sua vez, a destitui‹o do Procurador-Geral 
de Justia do Distrito Federal e Territ—rios depende de 
delibera‹o da maioria absoluta do Senado Federal. 
Quest‹o errada. 
(TRT 3a Regi‹o Ð 2015) A destitui‹o do Procurador-Geral 
da Repœblica, por iniciativa do Senado Federal, dever‡ ser 
precedida de autoriza‹o da maioria absoluta da C‰mara dos 
Deputados. 
Coment‡rios: 
O Procurador-Geral da Repœblica (PGR) poder‡ ser destitu’do 
por iniciativa do Presidente da Repœblica, desde que haja 
autoriza‹o do Senado Federal, por maioria absoluta. 
Quest‹o errada. 
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(SEFAZ-BA Ð 2014) ƒ fun‹o institucional do MinistŽrio 
Pœblico exercer o controle interno da atividade policial, na 
forma da sua lei org‰nica. 
Coment‡rios: 
O MinistŽrio Pœblico exerce o controle externo da atividade 
policial, na forma de lei complementar. Quest‹o errada. 
(MPE-SC Ð 2014) ƒ fun‹o institucional do MinistŽrio Pœblico 
promover o inquŽrito civil e a a‹o civil pœblica, para a 
prote‹o do patrim™nio pœblico e social, do meio ambiente e 
de outros interesses difusos e coletivos 
Coment‡rios: 
O MinistŽrio Pœblico tem competncia para promover o 
inquŽrito civil e a a‹o civil pœblica, para a prote‹o do 
patrim™nio pœblico e social, do meio ambiente e de outros 
interesses difusos e coletivos. Quest‹o correta. 
 
3- Conselho Nacional do MinistŽrio Pœblico (CNMP): 
O Conselho Nacional do MinistŽrio Pœblico (CNMP) foi criado pela EC n¼ 45/2004. 
Trata-se de —rg‹o de controle externo do MinistŽrio Pœblico, com atua‹o em 
todo o territ—rio nacional.18 Ao contr‡rio do CNJ (que integra o Poder Judici‡rio), 
o CNMP n‹o integra o MinistŽrio Pœblico. 
No exerc’cio de sua miss‹o institucional, o CNMP tem competncia para efetuar 
o controle da atua‹o administrativa e financeira do MinistŽrio Pœblico e 
do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. 
O CNMP Ž composto de 14 (quatorze) membros, os quais s‹o nomeados pelo 
Presidente da Repœblica, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do 
Senado Federal. O mandato dos membros do CNMP Ž de 2 (dois) anos, sendo 
admitida uma recondu‹o. 
 
18 H‡ autores que consideram que o CNMP Ž җrg‹o de controle interno democratizadoÓ, 
uma vez que a maior parte de seus membros integra o MinistŽrio Pœblico. Preferimos, 
aqui, apont‡-lo como —rg‹o de controle externo por ser essa a posi‹o oficial da 
institui‹o. 
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O texto constitucional n‹o estabelece idades m’nima e 
m‡xima para a nomea‹o dos membros do Conselho Nacional 
do MinistŽrio Pœblico (CNMP). 
E quais s‹o os membros do CNMP? 
Os membros do CNMP s‹o os seguintes (art. 130-A): 
a) O Procurador-Geral da Repœblica, que o preside; 
b) 4 (quatro) membros do MinistŽrio Pœblico da Uni‹o, assegurada a 
representa‹o de cada uma de suas carreiras; 
c) 3 (trs) membros do MinistŽrio Pœblico dos Estados; 
d) 2 (dois) ju’zes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro 
pelo Superior Tribunal de Justia; 
e) 2 (dois) advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil; 
f) Dois cidad‹os de not‡vel saber jur’dico e reputa‹o ilibada, indicados 
um pela C‰mara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. 
Perceba que, na composi‹o do CNMP, h‡ representantes do MPU, dos MPE`s, 
do Poder Judici‡rio, da Advocacia e da sociedade. Todos eles ser‹o nomeados 
pelo Presidente da Repœblica, ap—s aprova‹o do Senado Federal. 
Algumas observa›es s‹o importantes acerca da composi‹o dos membros do 
CNMP: 
a) O Procurador-Geral da Repœblica Ž o Presidente do CNMP. 
b) Os membros do CNMP oriundos do MinistŽrio Pœblico (4 do MPU e 3 dos 
MPE`s) s‹o indicados pelo respectivo MinistŽrio Pœblico, na forma da lei. 
c) O CNMP dever‡ escolher, em vota‹o secreta, um Corregedor 
nacional. O Corregedor nacional dever‡ ser escolhido entre os membros 
do MinistŽrio Pœblico que integram o Conselho, vedada sua 
recondu‹o. As competncias do Corregedor nacional s‹o as seguintes: 
- receber reclama›es e denœncias, de qualquer interessado, 
relativas aos membros do MinistŽrio Pœblico e dos seus servios 
auxiliares; 
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- exercer fun›es executivas do Conselho, de inspe‹o e correi‹o 
geral; 
- requisitar e designar membros do MinistŽrio Pœblico, delegando-
lhes atribui›es, e requisitar servidores de —rg‹os do MinistŽrio 
Pœblico. 
Para complementar a atua‹o do Corregedor nacional, a CF/88 prev que leis 
da Uni‹o e dos Estados criar‹o ouvidorias do MinistŽrio Pœblico. O objetivo 
Ž receber reclama›es e denœncias de qualquer interessado contra membros 
ou —rg‹os do MinistŽrio Pœblico, inclusive contra seus servios auxiliares, 
representando diretamente ao Conselho Nacional do MinistŽrio Pœblico. 
d)!O Presidente do Conselho Federal da OAB oficiar‡ junto ao CNMP. Logo, 
ele n‹o poder‡ ser membro do Conselho. 
O Conselho Nacional do MinistŽrio Pœblico (CNMP), conforme j‡ comentamos, Ž 
respons‡vel por efetuar o controle da atua‹o administrativa e financeira do 
MinistŽrio Pœblico e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. 
Suas competncias est‹o enumeradas no art. 130-A, ¤ 2¼, CF/88: 
a) Zelar pela autonomia funcional e administrativa do MinistŽrio Pœblico, 
podendo expedir atos regulamentares, no ‰mbito de sua competncia, ou 
recomendar providncias. 
b) Zelar pela observ‰ncia do art. 37 e apreciar, de of’cio ou mediante 
provoca‹o, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros 
ou —rg‹os do MinistŽrio Pœblico da Uni‹o e dos Estados, podendo 
desconstitu’-los, rev-los ou fixar prazo para que se adotem as 
providncias necess‡rias ao exato cumprimento da lei, sem preju’zo da 
competncia dos Tribunais de Contas. 
 
Exemplos de atos administrativos praticados por membro ou 
—rg‹o do MinistŽrio Pœblico e que est‹o sujeitos ao controle 
do CNMP s‹o a assinatura de um contrato administrativo, a 
realiza‹o de uma licita‹o ou mesmo a concess‹o de fŽrias a 
servidores. 
Segundo o STF, o CNMP tambŽm tem competncia para 
apreciar ato de vitaliciamento de membro do MinistŽrio 
Pœblico, que Ž uma espŽcie de ato administrativo19. 
c) Receber e conhecer das reclama›es contra membros ou —rg‹os do 
MinistŽrio Pœblico da Uni‹o ou dos Estados, inclusive contra seus servios 
 
19 MS 27542/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 04.10.2016 
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auxiliares, sem preju’zo da competncia disciplinar e correicional da 
institui‹o, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar 
a remo‹o, a disponibilidade ou a aposentadoria com subs’dios ou 
proventos proporcionais ao tempo de servio e aplicar outras san›es 
administrativas, assegurada ampla defesa. 
 
O MPU e os MPE`s possuem competncia disciplinar e 
correcional. Mas o CNMP tem competncia para avocar 
(Òchamar para siÓ) processos disciplinares e aplicar 
san›es administrativas aos membros do MinistŽrio 
Pœblico. 
d) Rever, de of’cio ou mediante provoca‹o, os processos disciplinares de 
membros do MinistŽrio Pœblico da Uni‹o ou dos Estados julgados h‡ menos 
de um ano. 
 
As bancas examinadoras adoram fazer uma pegadinha 
sobre essa competncia do CNMP! 
Elas dizem que o CNMP pode rever processos 
disciplinares julgados h‡ Òmais de um anoÓ. Isso est‡ 
ERRADO! Ora, se passar muito tempo do julgamento 
(mais de um ano!), o CNMP n‹o poder‡, em nome da 
segurana jur’dica, rever um processo disciplinar. O 
CNMP somente poder‡ rever processos 
disciplinares julgados h‡ menos de um ano. 
e) Elaborar relat—rio anual, propondo as providncias que julgar 
necess‡rias sobre a situa‹o do MinistŽrio Pœblico no Pa’s e as atividades 
do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI. 
Por fim, destaca-se que os membros do Conselho Nacional do MinistŽrio Pœblico 
dever‹o ser processados e julgados, nos crimes de responsabilidade, pelo 
Senado Federal. AlŽm disso, compete ao STF julgar as a›es contra o CNMP 
(art. 102, I, ÒrÓ). 
 
 
(MPE-SC Ð 2014) O Conselho Nacional do MinistŽrio Pœblico 
comp›e-se de quinze membros nomeados pelo Presidente da 
Repœblica, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta 
do Senado Federal, para um mandato de trs anos, admitida 
uma recondu‹o. 
Coment‡rios: 
O CNMP Ž composto de 14 membros nomeados pelo 
Presidente da Repœblica ap—s aprovada a escolha pela maioria 
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absoluta do Senado Federal. O mandato Ž de 2 (dois) anos, 
admitida uma recondu‹o. Quest‹o errada. 
(MPE-MG Ð 2014) O Conselho Nacional do MinistŽrio Pœblico 
Ž presidido pelo Procurador-Geral da Repœblica, e o Presidente 
do Conselho Federal da Ordem dos Advogados oficiar‡ junto 
ao Conselho. 
Coment‡rios: 
ƒ isso mesmo. O Procurador-Geral da Repœblica Ž o Presidente 
do CNMP. O Presidente do Conselho Federal da OAB oficiar‡ 
junto ao CNMP. Quest‹o correta. 
(MPE-MG Ð 2014) Ao Conselho Nacional do MinistŽrio 
Pœblico compete rever, de of’cio ou mediante provoca‹o, os 
processos disciplinares de membros do MinistŽrio Pœblico da 
Uni‹o ou dos Estados julgados h‡ menos de um ano. 
Coment‡rios: 
ƒ competncia do CNMP rever os processos disciplinares de 
membros do MinistŽrio Pœblico julgados h‡ menos de um 
ano. Quest‹o correta. 
 
4- Advocacia Pœblica: 
A Advocacia Pœblica Ž respons‡vel pela defesa jur’dica dos entes 
federativos, integrando o Poder Executivo. No ‰mbito federal, essa tarefa 
compete ˆ Advocacia-Geral da Uni‹o; nos estados, ˆs Procuradorias estaduais. 
Embora n‹o haja previs‹o constitucional, os Munic’pios tambŽm criam —rg‹os 
destinados a exercer o papel da advocacia pœblica: s‹o as Procuradorias 
municipais. 
 
Gostaria de chamar-lhes a aten‹o para dois pontos 
relevantes: 
1) Dentre todas as fun›es essenciais ˆ justia, a œnica que 
se manifesta na esfera municipal Ž a Advocacia 
Pœblica. Com efeito, o MinistŽrio Pœblico e a Defensoria 
Pœblica s— existem nas esferas federal e estadual. 
2) Uma dica para ninguŽm confundir as coisas: os 
Promotores e os Procuradores da Repœblica s‹o membros do 
MinistŽrio Pœblico; os Procuradores Estaduais, os 
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Procuradores Federais, Advogados da Uni‹o e Procuradores 
da Fazenda Nacional exercem a fun‹o de Òadvogados 
pœblicosÓ. 
Segundo o art. 131, CF/88, a Advocacia-Geral da Uni‹o (AGU) Ž uma institui‹o 
com duas tarefas centrais: 
a) representar a Uni‹o, judicial e extrajudicialmente. 
A representa‹o judicial pelos advogados pœblicos decorre de lei e, portanto, 
fica dispensada a juntada de instrumento de mandato em autos de 
processo judicial. 20 
A existncia da Advocacia Pœblica n‹o impede, todavia, que o Estado constitua 
mandat‡rio ad judicia para causas espec’ficas.21 A representa‹o estatal em 
ju’zo n‹o Ž, dessa maneira, uma atribui‹o exclusiva da Advocacia Pœblica. 
Cabe destacar que, na execu‹o da d’vida ativa de natureza tribut‡ria, a 
representa‹o da Uni‹o cabe ˆ Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), 
observado o disposto em lei. 
b) realizar as atividades de consultoria e assessoramento jur’dicodo 
Poder Executivo, nos termos de lei complementar. 
Veja s—: a AGU somente presta consultoria e assessoramento jur’dico ao Poder 
Executivo (e n‹o aos demais Poderes!). Com efeito, a jurisprudncia do STF 
reconhece a constitucionalidade da manuten‹o de assessoria jur’dica 
pr—pria por Poder aut™nomo.22 O STF reconhece atŽ mesmo a possibilidade 
de que sejam criadas Procuradorias na estrutura dos Tribunais de Contas, que 
ser‹o respons‡veis pela representa‹o judicial e consultoria e assessoramento 
jur’dico das Cortes de Contas.23 
A Advocacia-Geral da Uni‹o (AGU) integra o Poder Executivo e o ingresso em 
sua carreira se d‡ por meio de concurso pœblico de provas e t’tulos. A 
organiza‹o e funcionamento da AGU Ž regulada por meio de lei complementar 
(art. 131, caput). 
A Advocacia-Geral da Uni‹o tem por chefe o Advogado-Geral da Uni‹o, de 
livre nomea‹o pelo Presidente da Repœblica dentre cidad‹os maiores de 
trinta e cinco anos, de not‡vel saber jur’dico e reputa‹o ilibada (art. 131, ¤ 
 
20 RE 121.856-ED. Rel. Min. Paulo Brossard. 
21 Pet-AgR 409, Rel. Min. Celso de Mello, DJ: 29.06.1990. 
22 STF, ADI n¼ 1.557/DF. Rel. Min. Oct‡vio Galotti. RTJ 163/95. 
23 STF, ADI n¼ 4070/RO. Rel. Min. C‡rmen Lœcia. 19.12.2016. 
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1¼, CF). N‹o h‡ necessidade de aprova‹o do Senado Federal para a 
nomea‹o do Advogado-Geral da Uni‹o. O Presidente da Repœblica tem plena 
liberdade para nomear o Advogado-Geral da Uni‹o, que nem mesmo precisa ser 
da carreira da advocacia pœblica. 
Os Estados-membros e o Distrito Federal s‹o representados, judicial e 
extrajudicialmente pelos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, 
organizados em carreira, na qual o ingresso depender‡ de concurso pœblico de 
provas e t’tulos, com a participa‹o da Ordem dos Advogados do Brasil 
em todas as suas fases (art. 132, ÒcaputÓ, CF). A eles Ž assegurada estabilidade 
ap—s trs anos de efetivo exerc’cio, mediante avalia‹o de desempenho perante 
os —rg‹os pr—prios, ap—s relat—rio circunstanciado das corregedorias (art. 132, 
par‡grafo œnico, CF). 
 
(TCE-PE Ð 2017) Aos procuradores do estado, assim como 
aos membros das defensorias pœblicas, Ž garantida, 
institucionalmente, a inamovibilidade. 
Coment‡rios: 
Os procuradores do Estado n‹o possuem a garantia da 
inamovibilidade. Quest‹o errada. 
(PGM - Fortaleza Ð 2017) De acordo com o entendimento 
do STF, s‹o garantidas ao advogado pœblico independncia 
funcional e inamovibilidade. 
Coment‡rios: 
A garantia da inamovibilidade Ž conferida pela CF/88 apenas 
aos magistrados, aos membros do MinistŽrio Pœblico e aos 
membros da Defensoria Pœblica, n‹o podendo ser estendida 
aos advogados pœblicos. A Carta Magna tambŽm n‹o lhes 
assegura a independncia funcional, que foi conferida aos 
membros do MinistŽrio Pœblico e da Defensoria Pœblica. 
Quest‹o errada. 
(Advogado da Uni‹o Ð 2015) Compete ˆ AGU a 
representa‹o judicial e extrajudicial da Uni‹o, sendo que o 
poder de representa‹o do ente federativo central pelo 
advogado da Uni‹o decorre da lei e, portanto, dispensa o 
mandato. 
Coment‡rios: 
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A AGU tem competncia para representar a Uni‹o, judicial e 
extrajudicialmente. O poder de representa‹o exercido pelo 
advogado da Uni‹o decorre de lei e, portanto, Ž dispensado 
o mandato. Quest‹o correta. 
(MEC Ð 2015) A autonomia administrativa Ž garantida 
constitucionalmente ao MinistŽrio Pœblico e ˆ defensoria 
pœblica, mas n‹o ˆ advocacia pœblica. 
Coment‡rios: 
ƒ isso mesmo. A Advocacia Pœblica n‹o Ž dotada de autonomia 
administrativa, estando vinculada ao Poder Executivo. 
Quest‹o correta. 
(TRT 3a Regi‹o Ð 2015) A Advocacia-Geral da Uni‹o tem 
por chefe o Advogado-Geral da Uni‹o, de livre nomea‹o pelo 
Presidente da Repœblica dentre cidad‹os maiores de trinta e 
cinco anos, de not‡vel saber jur’dico e reputa‹o ilibada. 
Coment‡rios: 
O Advogado-Geral da Uni‹o Ž o chefe da AGU. ƒ nomeado pelo 
Presidente da Repœblica dentre cidad‹os maiores de 35 anos, 
de not‡vel saber jur’dico e reputa‹o ilibada. Quest‹o correta. 
(TRF 1a Regi‹o Ð 2015) A AGU representa os interesses da 
Uni‹o no ‰mbito judicial e na consultoria e assessoramento 
jur’dico aos poderes da Repœblica. 
Coment‡rios: 
A AGU Ž respons‡vel pelo assessoramento jur’dico ao Poder 
Executivo (e n‹o a todos os Poderes da Repœblica!). Quest‹o 
errada. 
 
5- Defensoria Pœblica: 
A Defensoria Pœblica Ž institui‹o criada com vistas a dar efetividade ao art. 5o, 
LXXIV, da Constitui‹o, que disp›e que o Estado prestar‡ assistncia jur’dica 
integral e gratuita aos que comprovarem insuficincia de recursos. 
A competncia para legislar sobre assistncia jur’dica e defensoria 
pœblica Ž concorrente da Uni‹o, dos Estados e do Distrito Federal (art. 24, 
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XIII, CF). Isso significa que cabe ˆ Uni‹o definir as normas gerais e, aos Estados 
e Distrito Federal, definir as normas espec’ficas sobre essas matŽrias. 
A Defensoria Pœblica Ž institui‹o permanente, essencial ˆ fun‹o jurisdicional 
do Estado, incumbindo-lhe, como express‹o e instrumento do regime 
democr‡tico, fundamentalmente, a orienta‹o jur’dica, a promo‹o dos 
direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial ou extrajudicial, 
dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos 
necessitados, na forma do art. 5¼, LXXIV, CF/88. 
No exerc’cio das suas fun›es, Ž poss’vel que a Defensoria Pœblica atue, inclusive 
contra o Estado, em defesa de hipossuficiente. Nesse caso, se o Estado perder 
a a‹o na qual haja assistncia jur’dica da Defensoria Pœblica, ele n‹o 
ser‡ condenado a pagar honor‡rios advocat’cios (™nus da sucumbncia). 
Ser‡ aplicada a Sœmula n¼ 421/STJ, que disp›e que Òos honor‡rios 
advocat’cios n‹o s‹o devidos ˆ Defensoria Pœblica quando ela atua contra 
pessoa jur’dica de direito pœblico ˆ qual pertenaÓ. 
Segundo o art. 134, ¤ 1¼, CF/88, lei complementar organizar‡ a Defensoria 
Pœblica da Uni‹o e do Distrito Federal e dos Territ—rios e prescrever‡ normas 
gerais para sua organiza‹o nos Estados. 
O ingresso nas carreiras da Defensoria Pœblica se dar‡ mediante concurso 
pœblico de provas e t’tulos. Os seus integrantes ser‹o remunerados por meio 
de subs’dio e far‹o jus ˆ garantia da inamovibilidade. Destaque-se que os 
Defensores Pœblicos n‹o poder‹o exercer a advocacia fora das atribui›es 
institucionais. 
 
Os Defensores Pœblicos tm a garantia da inamovibilidade, 
mas n‹o possuem a garantia de vitaliciedade. 
A Defensoria Pœblica foi fruto, nos œltimos anos, de uma sŽrie de emendas 
constitucionais que reforaram sobremaneira o seu papel. A œltima delas foi a 
EC n¼ 80/2014, que trouxe uma profunda reformula‹o nessa institui‹o: 
a) A Defensoria Pœblica passou a ser considerada, assim como o MinistŽrio 
Pœblico, uma institui‹o permanente. 
b) Deixou expl’cito que a Defensoria Pœblica ir‡ defender os necessitados 
seja na esfera judicial ou extrajudicial.c) Estabeleceu que s‹o princ’pios institucionais da Defensoria Pœblica a 
unidade, a indivisibilidade e a independncia funcional. Ressalte-se 
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que esses princ’pios j‡ estavam previstos na Lei Org‰nica da Defensoria 
Pœblica; com a EC n¼ 80/2014, eles apenas foram constitucionalizados. 
d) As regras de organiza‹o da Magistratura (promo‹o, ingresso no 
cargo, distribui‹o imediata de processos, dentre outras), previstas no art. 
93, CF/88, ser‹o aplicadas, no que couber, ˆ Defensoria Pœblica. 
e) A Defensoria Pœblica passou a ter iniciativa privativa para 
apresentar projetos de lei sobre: i) a altera‹o do nœmero dos seus 
membros; ii) a cria‹o e extin‹o de cargos e a remunera‹o dos seus 
servios auxiliares, bem como a fixa‹o do subs’dio de seus membros; iii) 
a cria‹o ou extin‹o dos seus —rg‹os; e iv) a altera‹o de sua 
organiza‹o e divis‹o. Com essa medida, reforou-se a ideia de 
autonomia da Defensoria Pœblica, que n‹o est‡, portanto, subordinada 
a nenhum dos Poderes. 
As Defensorias Pœblicas da Uni‹o, dos Estados e do Distrito Federal j‡ haviam 
sido fortalecidas pelas EC n¼ 45/2004, EC n¼ 69/2012 e EC n¼ 74/2013. Tais 
emendas constitucionais asseguraram ˆs Defensorias Pœblicas a autonomia 
funcional e administrativa e, alŽm disso, a iniciativa de sua proposta 
orament‡ria, dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes 
orament‡rias. 
Vale a pena comentar tambŽm que, com a EC n¼ 69/2012, a Defensoria 
Pœblica do Distrito Federal passou a ser organizada e mantida pelo pr—prio 
Distrito Federal. Antes, essa institui‹o era organizada e mantida pela Uni‹o. 
Em raz‹o da autonomia funcional e administrativa da Defensoria Pœblica, o STF 
considera inconstitucional norma estadual que estabelea a vincula‹o da 
Defensoria Pœblica Estadual a alguma Secretaria de Estado.24 Na condi‹o 
de institui‹o dotada de autonomia, a Defensoria Pœblica n‹o pode estar 
vinculada ao Poder Executivo. 
 
 
(TRE-BA Ð 2017) ƒ assegurada autonomia funcional e 
administrativa ˆs Defensorias Pœblicas estaduais e do Distrito 
Federal. 
Coment‡rios: 
As Defensorias Pœblicas (da Uni‹o, dos Estados e do Distrito 
Federal) possuem autonomia funcional e administrativa. 
Quest‹o correta. 
 
24 ADI 4056. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 07.03.2012. 
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Aula 10 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
(PGM-Fortaleza Ð 2017) Aos defensores pœblicos Ž 
garantida a inamovibilidade e vedada a advocacia fora das 
atribui›es institucionais. 
Coment‡rios: 
O art. 134, ¤ 1o, da Constitui‹o, disp›e que Òlei 
complementar organizar‡ a Defensoria Pœblica da Uni‹o e do 
Distrito Federal e dos Territ—rios e prescrever‡ normas gerais 
para sua organiza‹o nos Estados, em cargos de carreira, 
providos, na classe inicial, mediante concurso pœblico de 
provas e t’tulos, assegurada a seus integrantes a 
garantia da inamovibilidade e vedado o exerc’cio da 
advocacia fora das atribui›es institucionaisÓ. Quest‹o 
correta. 
(Auditor TCE-AM Ð 2015) S‹o princ’pios institucionais tanto 
do MinistŽrio Pœblico como da Defensoria Pœblica a unidade, a 
indivisibilidade e a independncia funcional, cabendo a ambos 
elaborar a respectiva proposta orament‡ria, dentro dos 
limites estabelecidos pela Lei de Diretrizes Orament‡rias. 
Coment‡rios: 
O MinistŽrio Pœblico e a Defensoria Pœblica tm como 
princ’pios institucionais a unidade, a indivisibilidade e a 
independncia funcional. As duas institui›es tambŽm tm 
competncia para elaborar a respectiva proposta 
orament‡ria. Quest‹o correta. 
(DPE-PE Ð 2015) A autonomia funcional e administrativa 
conferida ˆ DP n‹o impede sua vincula‹o ˆ secretaria de 
justia do estado ao qual pertena, caso exista tal previs‹o na 
respectiva lei complementar estadual. 
Coment‡rios: 
Segundo o STF, Ž inconstitucional lei estadual que estabelea 
vincula‹o entre a Defensoria Pœblica e Secretaria de Estado. 
Quest‹o errada. 
(DPE-PE Ð 2015) Aos defensores pœblicos empossados ap—s 
a promulga‹o da CF Ž permitido o exerc’cio da advocacia 
privada, desde que n‹o conflitante com o exerc’cio de suas 
atribui›es institucionais. 
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Coment‡rios: 
Os Defensores Pœblicos n‹o podem exercer a advocacia fora 
das suas atribui›es institucionais. Quest‹o errada. 
(MPT Ð 2015) A Defensoria Pœblica tem atribui‹o para a 
instaura‹o de inquŽrito civil na defesa dos necessitados. 
Coment‡rios: 
O MinistŽrio Pœblico Ž que tem competncia para promover o 
inquŽrito civil. Quest‹o errada. 
(SEFAZ-BA Ð 2014) A garantia da inamovibilidade Ž 
conferida pela Constitui‹o aos magistrados, aos membros do 
MinistŽrio Pœblico, aos membros da Defensoria Pœblica e aos 
procuradores do Estado. 
Coment‡rios: 
Os magistrados, membros do MinistŽrio Pœblico e membros da 
Defensoria Pœblica possuem a garantia da inamovibilidade. 
Entretanto, os advogados pœblicos n‹o possuem essa 
garantia. Quest‹o errada. 
 
 
6- Advocacia Privada: 
Segundo o art. 133, CF/88, o advogado Ž indispens‡vel ˆ administra‹o da 
justia, sendo inviol‡vel por seus atos e manifesta›es no exerc’cio da 
profiss‹o, nos limites da lei. Cuida-se aqui da advocacia privada. 
A Constitui‹o consagra o princ’pio da indispensabilidade do advogado, o qual, 
todavia, n‹o Ž absoluto. N‹o Ž necess‡ria, por exemplo, a representa‹o por 
advogado em habeas corpus e em certos casos submetidos aos Juizados 
Especiais. 
O advogado goza de imunidade material, ou seja, imunidade relativa ˆs suas 
manifesta›es e atos no exerc’cio da profiss‹o. PorŽm, essa imunidade n‹o Ž 
absoluta. ƒ poss’vel que o advogado responda pela pr‡tica dos crimes de 
calœnia e desacato ou, ainda, pelos excessos que cometer. 
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(TRT 3a Regi‹o Ð 2015) O advogado Ž indispens‡vel ˆ 
administra‹o da justia, sendo inviol‡vel por seus atos e 
manifesta›es no exerc’cio da profiss‹o, nos limites da lei. 
Coment‡rios: 
ƒ exatamente o que disp›e o art. 133, CF/88. Quest‹o correta. 
 
7- A‹o Civil Pœblica: 
A a‹o civil pœblica Ž um instrumento de defesa coletiva dos direitos 
fundamentais, previsto pela Constitui‹o Federal de 1988 e regulamentado 
pela Lei n¼ 7.347, de 24 de julho de 1985 (Lei da A‹o Civil Pœblica ou LACP). 
Visa ˆ prote‹o do patrim™nio pœblico e social, do meio ambiente e de 
outros interesses difusos e coletivos (art. 129, III, CF), bem como os 
direitos individuais homogneos (C—digo de Defesa do Consumidor, art. 81, 
par‡grafo œnico, III). 
Por direitos individuais homogneos, compreendem-se aqueles 
pertencentes a um mesmo grupo, classe ou categoria determin‡vel de 
pessoas, de origem comum e natureza divis’vel, ou seja, que podem ser 
divididos quantitativamente entre

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