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1.Prospecçao mineral

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1. PROSPECÇÃO MINERAL
Introdução
Desde os primórdios da historia da humanidade o homem vem prospectando os materiais do seu interesse, a principio em busca dos sítios que contivessem os materiais líticos (e.g., sílex, na idade da pedra) mais favoráveis para a confecção de suas ferramentas e armas e, posteriormente, com o advento das idades dos metais, em busca das concentrações metálicas de cobre/estanho (bronze) e ferro. Com o passar dos tempos, e com o conhecimento adquirido sobre os diversos tipos de depósitos de minerais econômicos existentes, as varias técnicas prospectivas desenvolvidas se aprimoram de tal forma, que o seu conjunto constitui uma disciplina especifica da Geologia denominada de Prospecção Mineral.
A prospecção Mineral, hodiernamente, é precedida de estudos de Economia Mineral que, em uma primeira instancia, objetiva responder a uma questão fundamental:
O que pesquisar?
Essa pergunta é normalmente respondida por estudos de mercado, a partir de projeções de demanda futura, que vão orientar quais serão os tipos de substancias minerais absorvidas pela sociedade industrial e de consumo, seja em função de carência do bem, ou de novos empregos em virtude dos avanços tecnológicos.
Respondida essa questão passa-se então para o âmbito da prospecção Mineral que, atualmente pode ser definida como a arte de se descobrir depósitos minerais a um custo razoável em termos de tempo, recursos financeiros e esforço. Cabe a ela as questões que se seguem e que são:
Onde pesquisar? Como pesquisar?
A prospecção mineral corresponde à disciplina que planeja, programa e executa os trabalhos necessários para a descoberta dos depósitos minerais. Para ser atendida em sua plenitude ela deve ter o seu desenvolvimento efetuado em três etapas distintas que devem sempre, serem executadas seqüencialmente e que correspondem às fases de Exploração Geológica, de prospecção em Superfície e de Avaliação dos Depósitos.
A fase de Exploração Geológica tem caráter regional e consta do reconhecimento de grandes áreas utilizando-se de mapas geológicos, geoquímicos, metalogenéticos e geofísicos, imagens de satélite, de radar e aerofotos, seguido da execução de levantamentos geológicos expeditos, que podem ou não ser antecedidos ou precedidos por levantamentos aerogeofísicos e geoquímicos, e cujo objetivo primordial é o de selecionar áreas para serem posteriormente alvos de trabalho em detalhe.
A prospecção em superfície compreende todos os tipos de serviços necessários para se encontrar e caracterizar um depósito mineral. Ela é constituída por uma série de etapas, onde as relações custos/benefícios devem ser constantemente consideradas como os elementos norteadores das escolhas a serem efetuadas, com relação às metodologias mais adequadas para a pesquisa de um determinado tipo de bem mineral. Em linhas gerais, as diversas subetapas em que se divide essa fase da pesquisa compreendem: mapeamentos geológicos de semidetalhe (e.g., 1: 20 000/1: 25 000), amostragens de afloramentos, prospecção geoquímica por sedimentos de corrente, concentrados de minerais pesados e solos, prospecção aluvionar stricto sensu, prospecção geofísica, abertura de cavas, poços e trincheiras e sondagens, rotativas diamantadas, Banka e trado. Nesta etapa são desenvolvidos ainda os estudos de pré-viabilidade técnico-econômica, integrando os diversos aspectos geológicos, tecnológicos e econômicos.
A avaliação dos depósitos abrange os levantamentos geológicos e topográficos detalhados (e.g., 1:1 000), as campanhas de sondagens (poços, trados, rotativas diamantadas, etc.) e os trabalhos mineiros tais como a execução de shafts, galerias e planos inclinados. Essa etapa visa bloquear reservas e verificar os teores do minério.
Concomitantemente a essa ultima fase, pode-se desenvolver uma série de estudos básicos (Projeto Básico) que objetivam a implantação do empreendimento mineiro, devendo para tal, contemplar a relação estéril-minério, os métodos de lavra e de tratamento mais adequados, a descrição dos equipamentos principais, o lay-out da usina, as obras de engenharia necessárias para a infraestrutura do empreendimento, o tratamento dos efluentes, etc.
 Conceitos básicos de economia mineral e de geologia econômica
Fundamentalmente, o geólogo envolvido com a Prospecção Mineral deve se preocupar em estabelecer os melhores locais para a busca dos recursos metálicos ou não metálicos. Para tanto ele se serve, dos conhecimentos das diversas disciplinas gerais que embasam a formação profissional de um geólogo (as petrologias, a Geotectônica, a Geologia do Brasil, etc.) e, mais especificamente, do conhecimento fornecido pela disciplina de Geologia econômica. Complementarmente, entretanto, são necessárias, para o melhor entendimento da tarefa de um geólogo prospector, algumas noções básicas advindas da economia mineral. Alguns desses conceitos (incluindo uns de Geologia econômica, a titulo de flash back ) serão, aqui, abordados de uma forma bastante simplificada e apresentados a seguir.
Jazidas e ocorrências minerais
De um modo mais amplo, os conceitos de jazida e ocorrência mineral encontram-se diretamente relacionados ao fato das acumulações minerais poderem, ou não, ser lavradas economicamente, ou seja, a classificação em um ou outro tipo prende-se a explotabilidade dos depósitos. Saber se um depósito pode ou não ser explotado está relacionado a diversos fatores dentre os quais alinha-se o teor do minério, a existência de métodos de beneficiamento apropriados e diversos outros fatores considerados pela Economia Mineral como capazes de influir na viabilidade econômica de um depósito mineral. Dentre esses fatores encontram-se:
A distância da jazida em relação aos centros de consumo, i.e., a posição geográfica da jazida, que faz com que mesmo depósitos de excelentes características geológicas e/ou tecnológicas se tornem antieconômicos em função disso. A viabilização, nesse caso, envolve meios de escoamentoda produção às vezes necessitando de obras de grande porte do tipo de portos, ferrovias, hidrovias, construção de hidrelétricas, termelétricas, etc. Como exemplo pode-se citar a ferrovia de Carajás e o porto de Itaqui, no Maranhão, implantados para escoar a produção de minério de ferro da Serra dos Carajás.
O custo da tonelada do minério.
O conceito de teor, que permite ou não a explotação de um depósito mineral é, por sua vez, bastante flexível e pode variar com:
As flutuações do preço do minério ou do concentrado no mercado de comodities; 
A extensão e o tipo de jazida. Geralmente, em virtude dos custos mais baixos de extração e beneficiamento obtidos em jazidas de grande porte os seus teores de corte podem ser menores do que o necessário para viabilizar pequenos depósitos;
O tipo de mina a ser implantada: a céu aberto ou subterrânea. Como exemplo, pode-se citar a mina de ouro da RTZ em Paracatu, MG, onde o teor do depósito encontra-se abaixo de 1,0g/t, enquanto nas minas subterrâneas o teor fica entre 7,0 e 10,0g/t;
A presença de minerais acessórios, ou elementos associados ao minério, que também podem ser extraídos valorizando mais o depósito. Exemplos disso podem ser encontrados no caso de alguns depósitos de Pb constituídos por gelena argetífera, onde a prata contida agrega valor ao minério de chumbo; ou no caso de alguns depósitos de Cu-Au, onde o ouro pode vir a constituir um importante subproduto;
A presença de elementos associados ao minério que poderiam onerar os processos de beneficiamento o que, conseqüentemente, penalizaria o produto (e.g., fósforo associado aos minérios de ferro e manganês de Urucum, MS);
As novas descobertas tecnológicas, que podem ampliar ou criar um novo campo de utilização para um determinado elemento, ou mesmo proporcionar novas técnicas ou processos de beneficiamentos minerais. Nesse sentido deve-se louvar o esforço da Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM) em desenvolver novas aplicações para o nióbio, por elaproduzido a partir do pericloro em Araxá, MG. Por outro lado, temos o depósito de titânio de Catalão, GO,com reservas estimadas em 100Mt de anatásio e que até hoje não foi viabilizado em função de não se ter desenvolvido uma tecnologia apropriada para o aproveitamento desse óxido de titânio;
As características do minério e das rochas encaixantes que podem, às vezes, exigir grandes cortes para a sua extração, acarretando a necessidade constante de obras geotécnicas para a estabilização de taludes em minas do tipo open pit, ou no caso de minas subterrâneas, de escoramento e de atirantamento de paredes e tetos de galerias, etc., para viabilizar a sua explotação.
O que é minério?
Uma jazida mineral é formada pelo minério, que é uma rocha que contém os minerais ou metais interessantes envolvidos por partes estéreis correspondentes às rochas encaixantes. Ele é, por sua vez, formado pelo mineral-minério, que é o que se aproveita economicamente e pelos minerais sem nenhum valor comercial, denominados de ganga. Os diversos processos físicos e químicos (britagem, moagem, concentração gravimétrica, flotação, cianetação, etc.) de beneficiamento (tratamento de minério) irão separar a parte útil do minério (que vai constituir o que se denomina de concentrado), que é o que nos interessa, da ganga, ou seja, do material estéril, que vai constituir o rejeito.
O que se recupera ao final do processo de beneficiamento, em relação à quantidade total de mineral-minério contido na rocha, corresponde ao grau de recuperação. Este vai depender diretamente dos equipamentos e processos utilizados no beneficiamento como, por exemplo, no caso do ouro, onde a concentração gravimétrica em um rendimento inferior ao processo de cianetação, em virtude deste também recuperar as partículas do ouro mais fino, inclusive o ouro contido em minerais tais como a pirrotita, arsenopirita e pirita.
Classificação simplificada das jazidas minerais
As jazidas minerais podem ser enquadradas, de uma forma generalizada, nos seguintes tipos:
relacionadas a litotipos específicos. Dentre elas podem ser indicados os depósitos ligados:
às rochas graníticas, tais como depósitos do tipo Cu-Mo porphyry (e.g., o depósito de cobre de El Teniente, Chile); de graisens (e.g., os depósitos de cassiterita de Rondônia); de escarnitos (e.g., os depósitos de scheelita em tactitos da região de Currais Novos, RN); de pegmatitos (e.g., os corpos produtores de cassiterita e tantalita da Província Pegmatítica de São João Del Rei, MG); e de filões hidrotermais (e.g., os filões de wolframita de Nova Trento, SC);
às rochas alcalinas (e.g., os depósitos de baddeleyta e zircão de Poços de Caldas, MG);
às rochas básicas ( e.g., o depósito de cobre de Caraíba, BA); e ultrabásicas, como os depósitos de cromita estratiformes (e.g., o depósito de Mazagão, AP) e podiformes (e.g., os relacionados ao Complexo Quatipuru, PA);
às rochas kimberlíticas (e.g., os depósitos de diamantes dos pipes Kimberley na África do Sul e Canastra I, na serra da Canastra, MG) e lamproíticas (e.g., o depósito de diamante de Argyle, Austrália);
às seqüências vulcano-sedimentares do tipo greenstone belt ( e.g., a mina de ouro de Fazenda Brasileiro, em Araci, BA; o depósito de sulfeto de níquel de Fortaleza de Minas, MG; os depósitos de metais base como as lentes de sulfetos de Cu/Zn da Fazenda de São Jerônimo, Itutinga, MG) ou não, como o depósito de cobre de Salobro, na Serra dos Carajás, PA.
Às rochas sedimentares ( e.g., a jazida estratiforme/stratabound de Cu De Santa Maria , RS; as camadas de carvão do sul do Brasil; a gipsita da Chapada do Araripe, etc.).
relacionadas a processos exógenos específicos, tais como:
os de concentração residual (e.g., os depósitos de fosfato de Jacupiranga, SP, e nióbio de Araxá, MG, ligados às rochas carbonatíticas);
os derivados da alteração e enriquecimento superficial (jazidas supérgenas). Exemplos desse tipo correspondem aos depósitos de manganês da Serra do Navio, AP, e Morro da Mina, MG;
os ligados ao intemperismo/processos pedogênicos (jazidas lateríticas) tais como os depósitos de bauxito de Porto Trombetas, PA, e níquel de Niquelândia, GO;
os depósitos detríticos, como as aluviões estaníferas (e.g., a mina de cassiterita de Pitinga, AM), auríferas (e.g., as aluviões do rio Madeira, RO) e diamantíferas (e.g., as aluviões do rio Jequitinhonha, em São João da Chapada, MG).
Dimensões e formas dos corpos mineralizados
Os métodos de prospecção dependem, fundamentalmente, das características morfológicas do depósito a ser estudado. O conhecimento das dimensões do tipo de depósito a ser estudado. O conhecimento das dimensões do tipo de depósito pesquisado, não só em relação ao seu volume/tonelagem, mas também em relação a sua expressão superficial, i.e., a área ocupada pelo depósito, irá auxiliar, sobremaneira, a escolha das escalas de trabalho (escalas de mapeamento e espaçamento de perfis geológicos, de linhas e pontos de amostragem, etc.) que permitirá a sua descoberta.
Quanto às formas, os depósitos minerais ocorrem na natureza, geralmente, como: 
Disseminações, onde o mineral minério, geralmente de baixo teor encontra-se contido em grandes volumes de rocha. Quando esse material tende a se concentrar sob a forma pequenos corpos lenticulares, são chamados de schlieren; quando são finos veios interconectados, são denominados de stockwerks ou stockworks. Exemplos deste tipo de depósito são os porphyry copper e porphyry molibdênio;
Camadas (corpos estratiformes), que correspondem aos corpos de forma tabular, concordantes com a lapa e a capa. Exemplos desse tipo são as camadas de carvão, gipsita e cromita (do tipo Bushveld);
Lentes, que compreendem os corpos lenticulares de todas as dimensões. Como exemplo, podem ser citadas as lentes de minerais pesados do depósito de Buena, litoral norte do Estado do Rio de Janeiro;
Filões, que são os corpos tubulares, ou quase, formados epigeneticamente e que podem ser tanto discordantes quanto concordantes. O filão Cruzeiro da mina de chumbo de Boquira, BA, pode ser citado como exemplo de corpo filoneano concordante;
Chaminés e pipes que correspondem aos corpos que se apresentam na forma tubular, como o pipe kimberlítico da mina de Kimberley na África do Sul;
Amas, que abrange todos aqueles corpos onde se tem dificuldade de definir a sua geometria.
Controles das mineralizações
Atualmente, sob a ótica da teoria Tectônica das Placas que compartimentou a crosta de um modo mais detalhado, observa-se que uma mineralização em particular, ou mesmo um conjunto de mineralizações, pode-se encontrar, às vezes, exclusivamente relacionada a um determinado tipo de ambiente tectônico. De um modo mais amplo, verifica-se que a distribuição dos depósitos minerais na crosta terrestre acompanha, grosso modo, a divisão geotectônica do planeta e, dessa forma, os ambientes tectônicos representam, em uma primeira instância, um dos principais controles da distribuição das mineralizações econômicas.
Um outro fator logo percebido pelos geólogos, a partir de datações relativas e absolutas, e considerado, por estes, como importante do ponto de vista da distribuição das mineralizações, foi de que certos tipos de mineralizações, às vezes, pontificam em determinados períodos de evolução da crosta. Pode-se citar como exemplo o caso das mineralizações auríferas arqueanas em greenstones belts. De um modo geral, pode-se referir que nesse período concentram-se importantes reservas de ouro, representando cerca de 50% da produção deste metal no mundo. Da mesma forma, nos cinturões modernos associados ao plutonismo meso-cenozóico das zonas de cadeia dobradas circumpacíficas encontram-se algumas das mais representativas minas de cobre do tipo Cu porfitírico do planeta. Esses acúmulos de certas substâncias minerais em um determinado intervalo geológico de tempo levou os metalogenistas a cunharem a expressão Época Metalogenética� para designar essa concentração temporalde metais. 
Além disso, desde os primórdios da busca, pelo homem, dos recursos minerais que o interessavam, vêm sendo feitas observações a respeito das relações entre certos tipos de mineralizações e determinados tipos litológicos. A partir disso estabeleceu-se uma série de associações entre litologias e mineralizações tais como: granito e cassiteria; rochas ultrabásicas e cromita. Na medida em que, no caso dos dois exemplos citados anteriormente, verificou-se que nem todos os granitos apresentavam-se mineralizados em estanho, e que nem todas as rochas ultrabásicas continham depósitos de cromita, houve uma tendência a uma melhor caracterização dos tipos rochosos relacionados aos depósitos minerais, associada a uma melhor definição dos ambientes de formação dessas rochas.
Com isso, fica claro que a compreensão da evolução da crosta terrestre e dos seus processos de formação é fundamental para que se possa entender o real significado da presença de uma mineralização em um determinado segmento da crosta. Serão esses os conhecimentos com que os geólogos econômicos irão trabalhar.
Deve-se ainda, ter em mente que o geólogo envolvido com a exploração mineral fica quase sempre, em função do cronograma de execução da pesquisa, impossibilitado de prospectar integral e pormenorizadamente uma imensa área. Em virtude dessa impossibilidade física, ele tem de lançar mão de alguns outros critérios geológicos que permitem, dentro da região ou área considerada, selecionar os melhores alvos prospectáveis. Esses critérios correspondem, principalmente, aos controles das mineralizações e, secundariamente, aos guias prospectativos. Alguns desses controles têm caráter apenas local (e.g., zonas de fraturas), enquanto outros são regionais (e.g., os grandes lineamentos e zonas de transcorrências/ cisalhamento). Quando os controles geológicos das mineralizações são válidos para toda a crosta terrestre (e.g., as shears zones auríferas), eles passam a ser denominados de metaloctetos. Os principais controles das mineralizações/ metacloretos correspondem aos:
Controles litológico e estratigráfico. Por exemplo, peridotitos serpentinizados e talcificados com cromita, granitos anorogênicos com cassiterita (e.g., o depósito de cassiterita e wolframita do Bairro dos Correas, Ribeirão Branco, SP), camadas de carvão, etc;
Controle paleogeográfico, cujo exemplo clássico corresponde aos depósitos de Pb/Zn em rochas carbonatadas plataformais, controladas por paleoaltos, onde se desenvolveram formações recifais coralíneas ou algais (e.g., a mina de Pb/Zn de Morro Agudo, em Paracatu, MG);
Controle estrutural, com as mineralizações concentrando-se nas culminações de anticlinais, fundos de sinclinais, abas de dobras, fraturas, zonas de falha/cisalhamento (e.g., a zona de cisalhamento aurífera de Fazenda Brasileiro, BA);
Controle fisiográfico, responsável, por exemplo, pela formação de depósitos aluvionares controlados geomorfologicamente, i.e., relacionados aos pontos com diminuição da velocidade das águas correntes. Um outro exemplo corresponde às jazidas de alteração superficial controladas paleoclimaticamente e topograficamente, como os depósitos lateríticos de bauxito e níquel garnierítico encontrados, atualmente em topos de platôs da Amazônia (e.g., os depósitos de bauxito de Porto de Trombetas, PA; os depósitos de níquel de Puma e Onça, na Serra dos Carajás, PA). Ronaldo Mello Pereira – Fundamentos de Prospecção Mineral. 2003
2. PROSPECÇÃO DE PETRÓLEO
2.1 Introdução
	A descoberta de uma jazida de petróleo em uma nova área é uma tarefa que envolve um longo e dispendioso estudo e análise de dados geofísicos e geológicos das bacias sedimentares. Somente após exaustivo prognóstico de comportamento das diversas camadas do subsolo, os geólogos e geofísicos decidem propor a perfuração de um poço, que é a etapa que mais investimentos exige em todo o processo de prospecção.
	Um programa de prospecção visa fundamentalmente a dois objetivos: (i) localizar dentro de uma bacia sedimentar as situações geológicas que tenham condição para a acumulação de petróleo; e (ii) verificar qual, dentre estas situações, possui mais chance de conter petróleo. Não se pode prever, portanto, onde existe petróleo, e sim os locais mais favoráveis para sua ocorrência.
	A identificação de uma área favorável à acumulação de petróleo é realizada através de métodos geológicos e geofísicos, que atuando em conjunto, conseguem indicar o local mais propício para a perfuração. Todo o programa desenvolvido durante a fase de prospecção fornece uma quantidade muito grande de informações técnicas, com um investimento relativamente pequeno quando comparado ao custo de perfuração de um único poço exploratório.
2.2 Métodos geológicos
A primeira etapa de um programa exploratório é a realização de um estudo geológico com o propósito de reconstruir as condições de formação e acumulação de hidrocarbonetos em uma determinada região. Para esse fim, o geólogo elabora mapas de geologia de superfície com o apoio da aerofotogrametria e fotogeologia, infere a geologia de superfície a partir dos mapas de superfície e dados de poços, como também analisa as informações de caráter paleontológico e geoquímico.
2.3 Geologia de superfície
Através do mapeamento das rochas que afloram na superfície, é possível reconhecer e delimitar as bacias sedimentares e identificar algumas estruturas capazes de acumular hidrocarbonetos. Os mapas geológicos, que indicam as áreas potencialmente interessantes, são continuamente construídos e atualizados pelos exploracionistas. Nestes mapas, as áreas compostas por rochas ígneas e metamórficas são praticamente eliminadas, como também pequenas bacias com espessura sedimentar muito reduzida ou sem estruturas favoráveis à acumulação.
Nesta fase existe a possibilidade de reconhecimento e mapeamento de estruturas geológicas que eventualmente possam incentivar a locação� de um poço pioneiro2. As informações geológicas e geofísicas obtidas a partir de poços exploratórios são de enorme importância para a prospecção, pois permitem reconhecer as rochas que não afloram na superfície e aferir e calibrar os processos indiretos de pesquisas com os métodos sísmicos.
 Aerofotogrametria e fotogeologia
A aerofotogrametria é fundamentalmente utilizada para a construção de mapas base ou topográficos e consiste em fotografar o terreno utilizando-se um avião devidamente equipado, voando com altitude, direção e velocidade constantes.
A fotogeologia consiste na determinação das feições geológicas a partir de fotos aéreas, onde dobras, falhas e o mergulho das camadas geológicas são visíveis. As estruturas geológicas podem ser identificadas através da variação da cor do solo, da configuração dos rios e de drenagem presente na região em estudo. Em regiões áridas, como o exemplo da figura 3.1, a ausência de cobertura vegetal permite a identificação direta das rochas presentes na área de estudo.
Além das fotos aéreas obtidas nos levantamentos aerofotogramétricos, utilizam-se imagens de radar e imagens de satélite, cujas cores são processadas para ressaltar características específicas das rochas expostas na superfície. A figura 3.2 é uma imagem de satélite mostrando claramente lineamentos resultantes de intenso mecanismo de dobramento de rochas sedimentares.
2.5 Geologia de subsuperfície
Consiste no estudo de dados geológicos obtidos em um poço exploratório. A partir destes dados é possível determinar as características geológicas das rochas de superfície. As técnicas mais comuns envolvem:
a descrição das amostras de rochas recolhidas durante a perfuração;
o estudo das formações perfuradas e sua profundidade em relação a um referencial fixo (freqüentemente o nível do mar);
a construção de mapas e seções estruturais através da correlação entre as informações de diferentes poços; e
a identificação dos fósseis presentes nas amostras de rocha provenientes da superfície e subsuperfícieatravés de laboratório de paleontologia. Com os resultados obtidos pode-se correlacionar os mais variados tipos de rochas dentro de uma bacia ou mesmo entre bacias.
Figura 3.1 – Interpretação fotogeológica onde são nítidas as feições de diferentes tipos de rochas
Figura 3.2 – Cadeia de montanhas Zagros no Irã e parte do Golfo Pérsico. (Fotografado por James A. Lovell Jr., a bordo da cápsula Gemini XIII.)
O geólogo trabalha predominantemente na aferição direta das rochas e, utilizando-se de diferentes técnicas, consegue identificar as estruturas mais promissoras para a acumulação de petróleo em uma área. Esgotados os recursos diretos de investigação, onde uma grande quantidade de informações é acumulada, a prospecção por métodos indiretos torna-se apropriada em áreas potencialmente promissoras. No caso particular da Plataforma Continental, o emprego de métodos indiretos, ou geofísicos, tem possibilitado a descoberta de acumulações gigantescas de hidrocarbonetos.
2.6 Métodos Potenciais
A geofísica é estudo da terra usando medidas de suas propriedades físicas. Os geofísicos adquirem, processam e interpretam os dados coletados por instrumentos especiais, com o objetivo de obter informações sobre a estrutura e composição das rochas em subsuperfície. Grande parte do conhecimento adquirido sobre o interior da Terra, além dos limites alcançados por poços, vem de observações geofísicas. Por exemplo, a existência e as propriedades da crosta, manto e núcleo da Terra foram inicialmente determinadas através de observações de ondas sísmicas geradas por terremotos, como também através de medidas da atração gravitacional, magnetismo e das propriedades térmicas das rochas.
A gravimetria e magnetometria, também chamadas métodos potenciais, foram muito importantes no início da prospecção de petróleo por métodos indiretos, permitindo o reconhecimento e mapeamento de grandes estruturas geológicas que não apareciam na superfície. José Eduardo Thomas. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. 2001
 
 
 
 
� Unidade de tempo geológico favorável para a deposição de minérios.
� Posição em coordenadas geográficas ou referida a um marco geodésico, definida para a perfuração de um poço.
2 Primeiro poço em uma área envolvendo altos custos e riscos, cuja locação deve ser criteriosamente analisada. O índice de sucesso em poços pioneiros da Petrobras no mar é de 47%.

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