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Caso concreto 1 Conceitue a obrigação civil, apontando seus elementos constitutivos. R: A obrigação é o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o cumprimento de determinada prestação. Corresponde a uma relação de natureza pessoal, de crédito e débito, de caráter transitório (extingue-se pelo cumprimento), cujo objeto consiste numa prestação economicamente aferível. Seus elementos constitutivos são: Elemento subjetivo que diz respeito aos sujeitos da obrigação, ativo e passivo, pessoa jurídica ou física, admitindo-se em algumas situações sujeito determinável. Elemento objetivo que diz respeito ao objeto da relação jurídica, também conhecido como prestação. Elemento imaterial (abstrato) representa o vínculo jurídico, que garante o fiel cumprimento da obrigação, seja espontaneamente ou coercitivamente. Caso concreto 2 Vera alugou imóvel para Lourdes no ano de 2017. Em 2018, Lourdes, que atravessava por problemas financeiros decorrentes de sua demissão do banco em que trabalhava, não conseguiu mais quitar as despesas com aluguel e condomínio, estando inadimplente por quatro meses até a presente data. Inconformada com a situação a locadora, Vera, que não acredita nos meios judiciais para solução de conflitos, contrata um carro de som para ficar na entrada do condomínio de Lourdes, dizendo que a locatária é uma grande estelionatária e inadimplente, por não arcar com suas obrigações. Tal ato gerou grande constrangimento à Lourdes, que já não mais deseja sair de casa. Aponte qual fonte do direito obrigacional pode ser visualizada no presente caso concreto. R: A obrigação origina de um contrato de locação na qual a locatária encontra-se inadimplente há 4 meses, a mesma deve cumprir com a sua obrigação, quitar sua dívida e regularizar sua situação. Já a locadora incorreu em abuso de direito expondo a locatária em situação vexatória, portando deverá indenizar a locatária por força do instituto da responsabilidade civil. O abuso de direito no caso em comento consiste na conduta perpetrada pela locadora ao exercer seu direito de cobrar os aluguéis em atraso, excede os limites impostos pelos fins sociais ou econômicos, pela boa-fé ou pelos bons costumes. O abuso de direito é espécie de ato ilícito, mas não é duplamente ilícito. É lícito em seu conteúdo (a pessoa exerce direito legitimo), mas ilícito em suas consequências (causa dano a outrem). Caso Concreto3 Gustavo celebrou contrato de compra e venda de imóvel com Cristiana e, mesmo sem a devida declaração negativa de débitos condominiais, conseguiu registrar o bem em seu nome. Ocorre que, no mês seguinte a sua mudança, Gustavo foi surpreendido com a cobrança de três meses decotas condominiais em atraso. Inconformado com a situação, Gustavo tentou, sem sucesso, entrar em contato com a vendedora para que esta arcasse com os mencionados valores. Assim, de acordo com a regras concernentes ao direito obrigacional, quem deverá arcar com o pagamento perante o condomínio? Explique, com a devida fundamentação jurídica, qual é a espécie de obrigação mencionada no caso concreto. R: Gustavo deveria ter solicitado a Declaração Negativa de Débitos Condominiais antes de comprar o imóvel, uma vez que débitos condominiais são Obrigações de Propter Rem, ou seja, elas acompanham o imóvel. Sendo assim ele terá que arcar com o pagamento das dívidas ao condomínio se ele comprou o imóvel, pois as dívidas de cota condominiais acompanham o bem. Caso concreto 4 Ana firmou com Pedro a obrigação de entregar três sacas de café Conilon, que estavam armazenadas em seu galpão ao final do mês de abril. Para tanto, Pedro adiantou aquantia de R$10.000,00 (dez mil reais). Ocorre que antes do termo fixado, uma chuva torrencial destruiu o galpão com as sacas destinadas ao credor. Nesse caso, como Pedro poderá reaver o prejuízo sofrido? Fundamente. R: O caso em tela versa sobre obrigação de dar coisa certa, contudo em decorrência das chuvas torrenciais (força maior), o produto objeto da obrigação foi destruído, sendo assim diante da impossibilidade da entrega da coisa a obrigação se satisfaz com a devolução dos valores pagos, não incorrendo Ana em obrigação de indenizar Pedro pois não deu causa ao evento. Caso concreto 5 Antônia é uma mulher de 40 anos, 1.85 de altura e 60quilos. Algumas pessoas de sua convivência e parentela comentam que desde a adolescência Antônia possui forte semelhança física e fisionômica com a apresentadora Xuxa. Fielmente alicerçada nessa crença, Antônia procura um cirurgião plástico conceituado que lhe afirma em consulta, poder realizar procedimento cirúrgico plástico no corpo e face que lhe deixariam idêntica à apresentadora, possibilitando que Antônia inclusive tire proveito econômico da circunstância, posto poder atuar como cover ou duble da própria Xuxa. Ante a afirmação, Antônia anui com o contrato médico, paga o valor estabelecido e ao longo de dezoito meses é submetida a várias internações e cirurgias. Ao final o resultado é um fracasso. Antônia passa a ser motivo de piadas e desprezo, que resulta em forte depressão. Em virtude de todos os fatos expostos, Antônia decide processar o médico alegando prejuízo. Diante dos fatos, qual é a modalidade obrigacional realizada entre médico e paciente, segundo o ordenamento jurídico brasileiro? R: Entre médio e paciente a modalidade obrigacional segundo o ordenamento jurídico brasileiro é a de obrigação de meio, porém, sendo um cirurgião plástico, entende-se que este tem a obrigação de resultado. O médico assumiu obrigação de resultado na cirurgia plástica estética, porquanto se compromete em proporcionar ao paciente resultado aparente ao da apresentadora Xuxa. Contudo, não havendo viabilidade de transformação satisfatória do corpo humano, o médico deveria negar a realização da cirurgia, bem como informar a Antônia que o resultado almejado não irá ocorrer. Desta forma, a conduta do médico seria condizente com a ética profissional e o princípio da boa-fé contratual, o que não ocorreu. Caso concreto 6 Se Amanda, Bruno e Carla adquiriram, conjuntamente, um veículo, obrigando-se a pagar R$ 9.000,00, não havendo estipulação contratual em sentido contrário, qual será a responsabilidade de cada um dos sujeitos pelo pagamento do valor da dívida? R: O caso em tela trata-se de Obrigação indivisível com pluralidade de devedores e responsabilidade solidária, em que a obrigação pode ser exigida em face de qualquer um dos devedores, pois cada devedor tem direito ou obrigação a toda a dívida. Demandando o credor contra um dos obrigados não estará renunciando o direito perante os outros. Caso concreto 7 A diretoria do Banco Dinheiro Fácil, com o objetivo de adequar o seu balanço às regras internacionais, resolve ceder diversos créditos de difícil recuperação a empresas especializadas em cobrança. Nessa trilha, cedeu o crédito de Jorge Gustavo à Empresa Lucro Certo. O devedor não foi notificado do ato e realizou o pagamento para o cedente. Pergunta-se: o presente pagamento produz efeitos jurídicos? R: O caso versa sobre uma cessão de crédito realizada sem a comunicação ao devedor. Cessão de crédito é transmissibilidade total ou parcial do crédito a um terceiro, gratuita ou onerosa, porém mantida a mesma relação obrigacional com o mesmo devedor cedido. Considerando o princípio da boa fé com amparo no dever anexo de informação, é correto dizer que embora não tenha legitimidade para autorizar a cessão ou não, deve ser comunicado o ato, de ceder o crédito como requisito de eficácia (Art. 292). Dessa forma se o devedor que não foi notificado, de maneira que não teria como saber a quem pagar, e, efetuou o pagamento ao credor primitivo nãopode ser responsabilizado, devendo ser considerado o cumprimento da obrigação. Então, sim, o pagamento produz efeitos jurídicos. Caso concreto 8 O terceiro não interessado que paga dívida alheia em seu próprio nome com consentimento expresso do devedor se sub-roga em todos os direitos do credor, não lhe sendo, no entanto, assegurado o direito a reembolsar-se do que pagou. Certo ou errado? Fundamente. R: No caso em tela a afirmação está incorreta, visto que “O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não sub-roga nos direitos do credor.” (Art. 305 do CC).
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