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86 GE HISTÓRIA 2017 BRASIL COLÔNIA 5 CONTEÚDO DESTE CAPÍTULOarrow Organização político-administrativa .......................................................88arrow Economia e sociedade colonial ...................................................................89 arrow Interiorização ...................................................................................................91 arrow Escravidão ..........................................................................................................92 arrow Independência ..................................................................................................94 arrow Linha do tempo ................................................................................................96 arrow Como cai na prova + Resumo .......................................................................98 INDIGNAÇÃO INDÍGENA Índios protestam na Avenida Paulista, em São Paulo, em agosto de 2015: eles são contra a PEC 215, que pode restringir o processo de demarcação de novas terras N a luta por seus direitos sobre a terra, a comunidade indígena vem intensifi-cando os protestos pelo Brasil contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215. Entre outras medidas, ela transfere do governo federal para o Congresso Nacional a decisão final sobre a demarcação de terras indígenas, além de proibir a ampliação e permitir a revisão das áreas já demarcadas. A PEC 215 foi aprovada pela comissão especial da Câmara em outubro de 2015 e segue para tramitação no Congresso em 2016. O caso coloca em debate os interesses confli- tantes da comunidade indígena e dos produtores agropecuários. Os ruralistas são contra o reconhe- cimento das terras indígenas porque ele restringe o uso das áreas para o agronegócio. Caso a PEC 215 seja aprovada definitivamente, a demarcação das terras, que hoje é feita pelos órgãos técnicos do Poder Executivo, passaria a ficar à mercê de interesses políticos e econômicos no Congresso. Como os ruralistas têm bastante força na Câmara e no Senado, eles poderiam barrar as novas ini- ciativas de reconhecimento de terras indígenas. A PEC também favorece os ruralistas por prever indenização aos proprietários de terras nas áreas demarcadas em todos os casos. Além disso, a medida estabelece que os índios não terão direito à terra se não a ocupavam em 5 de outubro de 1988 – data estabelecida como referência devido à promulgação da Consti- tuição. O problema é que essa decisão não leva em consideração os índios que foram expulsos de suas terras e que não conseguiram retornar devido a conflitos fundiários, por exemplo. A comunidade indígena luta pela garantia assegurada pela Constituição de 1988 que reco- nheceu o direito dos índios a terras em tamanho e condições adequados às suas necessidades econômicas e culturais. Desde então, o núme- ro de terras indígenas regularizadas deu um salto substancial e ocupa atualmente cerca de 13% do território brasileiro. Para as entidades de defesa dos direitos indígenas, a PEC 215 é inconstitucional e fere os direitos adquiridos dos povos tradicionais. Desde o século XVI, os índios sofreram com o extermínio, a escravização e a ex- propriação das terras no Brasil. Neste ca- pítulo, abordamos o sofrimento dos povos nativos brasileiros e outros fatos que mar- caram o período do Brasil colonial. Comunidades indígenas protestam contra a Proposta de Emenda Constitucional que transfere do governo federal para o Congresso a decisão sobre a demarcação de terras Direito sobre a terra 87GE HISTÓRIA 2017 WALMOR CARVALHO/FOTOARENA 88 GE HISTÓRIA 2017 BRASIL COLÔNIA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA Governo remoto Repleto de riquezas, mas extenso e distante, o Brasil era um desafio administrativo para os portugueses. Veja como eles tentaram resolver o problema C om o objetivo de tomar posse, explorar e defender o território brasileiro, Portugal deu início, no século XVI, à montagem da estru- tura administrativa colonial. Primeira- mente, dividiu a colônia em capitanias hereditárias e, mais tarde, aprimorou o sistema, criando o Governo-Geral. Capitanias hereditárias Sem recursos financeiros nem huma- nos para empreender uma ocupação em grande escala na colônia, o rei dom João III decidiu, em 1534, dividir o território brasileiro em 15 faixas de terra – as capi- tanias hereditárias (veja o mapa acima). O direito de administrá-las, vitalício e hereditário, era dado aos donatários, nobres ou burgueses que se comprome- tiam a arcar com os gastos, repassando grande parte dos rendimentos à Coroa. A regulamentação do sistema era feita por meio dos documentos Carta de Do- ação e Foral. O donatário aplicava a Jus- tiça e podia doar sesmarias (fazendas) e cobrar impostos relativos à agricultura e à exploração dos rios. A Coroa tributava a exploração de pau-brasil, especiarias e metais preciosos. O sistema não apre- sentou os resultados esperados por causa do isolamento, dos ataques dos índios e da falta de investimentos. A maior parte faliu ou nem sequer foi ocupada pelos donatários. Das 15, apenas Pernambuco, efetivamente, prosperou, favorecida pela produção açucareira. Outras, como São Vicente, acabaram desenvolvendo uma economia de subsistência. Governo-Geral Em 1548, com o fracasso das capitanias e o aumento das investidas estrangeiras na colônia, Portugal resolveu impor-se para assumir o controle efetivo da ad- ministração criando o Governo-Geral, com capital em Salvador. O governador- geral coordenava a defesa, cobrava im- postos e incentivava a economia. Embora o Governo-Geral tenha sido implantado após as capitanias, ele não as substituiu. A ideia era impor uma centralização política, o que funcionou na esfera militar, mas não se refletiu no dia a dia, em razão da falta de infraes- trutura de transporte e comunicação. Boa parte do poder, de fato, era exercida pela Câmara Municipal de cada vila. Os principais governadores-gerais fo- ram Tomé de Sousa e Mem de Sá. Após a morte deste último, em 1572, Portugal dividiu o território nos governos do Norte e do Sul. Em 1621, fez nova divisão: foram criados o Estado do Brasil, com capital em Salvador, e o Estado do Maranhão, com capital em São Luís, que, em 1751, passou a se chamar Estado do Grão- Pará e Maranhão, com sede em Belém. Administração Pombalina Entre 1750 e 1777, o Marquês de Pombal foi o primeiro-ministro português durante o reinado de dom José I. Nessa épo- ca Portugal passa- va por uma forte crise econômica, resultante, entre outros fatores, do início do declínio da mineração no Brasil e da depen- dência econômi- ca em relação à Inglaterra. Suas medidas visavam a melhorar a economia de Portugal, reduzir a dependência em relação aos ingleses e eliminar o poder dos jesuítas (veja pág. 91). Para isso, ele reorganizou a administração do Brasil e intensificou a exploração sobre a colônia. As medidas centrais foram: arrow criação de Companhias de Comércio; arrow instituição da derrama (cobrança de impostos atrasados sobre a região mineradora); arrow estímulo à produção do algodão no Maranhão; arrow expulsão dos jesuítas e instituição do ensino laico (desvinculado dos religiosos); arrow emancipação dos índios; arrow transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro (para aumentar a eficiência no controle sobre a entra- da e a saída de produtos e riquezas); arrow fim das capitanias hereditárias. As medidas introduzidas por Pombal foram fundamentais para o início dos movimentos de contestação ao colonia- lismo português no Brasil. box LI N H A D E TO RD ES IL H AS Pará (João de Barros e Aires da Cunha) Rio Grande do Norte (João de Barrose Aires da Cunha) Maranhão (Fernão Álvares de Andrade) Ceará (Antônio Cardoso de Barros) Pernambuco (Duarte Coelho) Bahia de Todos os Santos (Francisco Pereira Coutinho) Ilhéus (Jorge Figueiredo Correia) Porto Seguro (Pero do Campo Tourinho) Espírito Santo (Vasco Fernandes Coutinho) São Tomé (Pero de Góis) Santo Amaro (Pero Lopes de Sousa) Sant’Ana (Pero Lopes de Sousa) São Vicente (Martim Afonso de Sousa) – 2˚ lote São Vicente (Martim Afonso de Sousa) – 1˚ lote Itamaracá (Pero Lopes de Sousa) Veja como as capitanias hereditárias foram divididas e confira o nome dos donatários de cada faixa de terra Fonte: Alfredo Boulos Júnior, História: Sociedade & Cidadania – 7a série, 1a ed., FTD, pág. 42 Capitanias que prosperaram A PRIMEIRA DIVISÃO POLÍTICA 89GE HISTÓRIA 2017 BRASIL COLÔNIA ECONOMIA E SOCIEDADE COLONIAL I nserida no contexto do mercan-tilismo europeu, a economia do Brasil colônia foi caracterizada pelo pacto colonial, segundo o qual os brasileiros só podiam comercializar produtos com os portugueses, de modo que esses compravam barato, vendiam caro e ainda tinham exclusividade na exportação das mercadorias do Brasil a outras nações. A maioria dos lucros destinava-se à metrópole, que cobrava altos impostos sobre a exploração dos produtos coloniais. As principais ativida- des econômicas daquele período foram a extração do pau-brasil, a produção de açúcar, a mineração e a pecuária. Pau-brasil A primeira riqueza brasileira percebida por Portugal foi o pau-brasil, madeira então abundante em nosso litoral, usada para a fabricação de tinturas. A extração era feita pelos índios, que trocavam a mercadoria – numa prática conhecida como escambo – por quinquilharias, como espelhos e colares, fornecidos pelos comerciantes portugueses. Em alguns pontos da costa foram instaladas feito- rias para o armazenamento do produto. A atividade era simples e lucrativa, mas trazia um problema: os mercadores lusi- tanos carregavam seus navios e voltavam à Europa, sem se fixar na colônia, o que facilitava os ataques estrangeiros. Para proteger seus domínios, Portugal preci- sava povoá-los urgentemente. Havia uma maneira rentável de fazer isso: introduzir uma atividade produtiva na região. Rapto de fortunas No período em que governou o Brasil, Portugal pôs em prática uma rentável política econômica com a finalidade de transferir as riquezas da colônia para seus cofres Açúcar Escolhida a estratégia, definiu-se o produto: o açúcar. A matéria-prima, a cana-de-açúcar, adaptava-se ao clima e ao solo. Portugal já possuía experiência na produção de cana nos Açores e na Ilha da Madeira, e o açúcar tinha grande aceitação na Europa. Entretanto, faltavam aos portugueses capital inicial e infraes- trutura de distribuição. Essa questão foi resolvida com uma parceria com os ho- landeses, que já fretavam o açúcar produ- zido por Portugal nas ilhas do Atlântico. O sistema instalado foi o de planta- tion, cujas características eram: arrow grandes propriedades (latifúndios) monocultoras (dedicadas a apenas um produto) – os engenhos. arrow mão de obra escrava (primeiramen- te indígena; depois negra). arrow produção voltada para o mercado externo. Os latifúndios monocultores e a escra- vidão permitiam uma produção vasta a baixo custo – o que levava a altos lucros. O destino era a exportação, uma vez que Portugal não tinha interesse em desenvol- ver a economia interna. Os poucos lucros que permaneciam no Brasil ficavam nas mãos dos senhores de engenho, provo- cando grande concentração de renda. A produção de açúcar foi a principal atividade econômica do Brasil durante os séculos XVI e XVII, sendo ultrapassada no século XVIII pela mineração. Mineração Em 1693, abundantes jazidas de ouro foram descobertas na região hoje ocu- pada por Minas Gerais. A notícia se espalhou e milhares de pessoas, das mais variadas origens, rumaram para lá em busca de riquezas. A Coroa portuguesa, a fim de impor uma administração mais rígida e garan- tir sua parte nos lucros, publicou, em 1702, o Regimento Aurífero, que regu- lava a extração mineral. O documento criava as intendências das minas – go- vernos quase autônomos que prestavam satisfação a Portugal. Em 1720, a região mineradora, então parte da capitania de São Vicente, foi transformada na nova capitania de Minas Gerais. GARIMPAGEM VORAZ A mineração atraiu milhares de pessoas, que retiraram toneladas de ouro e outros metais preciosos do solo brasileiro [1] REPRODUÇÃO/MUSEU AFROBRASIL [1] 90 GE HISTÓRIA 2017 BRASIL COLÔNIA ECONOMIA E SOCIEDADE COLONIAL As áreas de ocorrência de metais pre- ciosos foram divididas em lavras (gran- des propriedades escravistas) e faisca- ções (extração individual ou familiar, sem presença de escravos). Quem se dedicava à extração pagava 20% do ouro encontra- do à Coroa – o quinto. Em 1720, em razão da sonegação, foram criadas as Casas de Fundição, nas quais o ouro em pó era transformado em barras e tinha o quinto extraído. Só era permitida a exportação do ouro fundido. Dez anos depois, a Coroa criou a capitação, um tributo que incidia sobre o número de escravos usados. A mineração favoreceu o surgimento de núcleos urbanos e o aumento da população. Também levou a uma in- tegração do mercado interno, pois o Sudeste passou a comprar gado do Sul e escravos do Nordeste. A decadência da atividade se deu por volta de 1800. O esgotamento das jazidas empobreceu e esvaziou as zonas de extração. Sociedade do Açúcar A sociedade colonial no Brasil depen- deu da atividade econômica exercida. Apesar de terem, por exemplo, a escra- vidão em comum, as sociedades do Nor- deste açucareiro e do Sudeste minerador apresentaram características distintas. A sociedade do açúcar era agrária (os principais aspectos econômicos e sociais aconteciam em torno dos latifúndios) e estratificada (apresentava pouca ou nenhuma mobilidade entre as classes). O grupo mais privilegiado era o dos senho- res de engenho, a elite econômica, social e política. Eles eram os donos das terras, das máquinas e da mão de obra, o que re- presentava riqueza e prestígio. O símbolo máximo do poder era a casa-grande, a sede do engenho, onde o senhor vivia com a família e os criados. Por ser pai e maior autoridade no latifúndio, diz-se que ele comandava uma sociedade patriarcal. No outro extremo da hierarquia social estavam os escravos, que eram pro- priedade do senhor e exerciam todas as atividades de produção. Os escravos viviam nas senzalas, alojamentos cuja simplicidade se contrapunha à opulência da casa-grande (veja mais na pág. 92). Havia outras duas classes intermediá- rias. Alguns engenhos tinham trabalha- dores assalariados que ocupavam cargos como o de feitor-mor, responsável pela administração do engenho; feitor, que vigiava os escravos; alfaiate; pedreiro; etc. Existiam também os comerciantes, que negociavam escravos, animais, carne, tri- go e outros produtos. Alguns conseguiam romper a típica imobilidade da socieda- de açucareira, acumulando fortunas e convertendo-se em senhores de engenho. Sociedade do Ouro Formada por pessoas que tentavam enriquecer garimpando ouro, a socieda- de mineradora era bem diferente da açu- careira. Não havia o latifúndio, portanto, a população não era agrária, estando organizada em núcleos urbanos. Além disso, a mobilidade social era muito maior e o trabalho livre, mais significativo. Surgiu, pela primeira vez no Brasil, uma classe média, constituída por artesãos, barbeiros, médicos, advo- gados, tropeiros e soldados. No espectro social, eles ficavam acima dos escravos e abaixo dos grandes comerciantes e do- nos de minas. Esse estrato intermediárioda sociedade mineradora é o embrião da atual classe média brasileira. box Século XVIII Recife Boa Vista Fortaleza São Luís Belém Santarém Borba Cuiabá Vila Rica (Ouro Preto) São Paulo Rio de Janeiro Curitiba Porto Alegre Salvador Mineração Drogas do sertão Cana-de-açúcar Algodão Pecuária Vias de transporte interno Fonte: José Arruda e Nelson Piletti, Toda a História, 3 ed., Ática, págs. 31, 33, 36 Salvador Recife Mineração Drogas do sertão Cana-de-açúcar Pecuária Veja onde e quando se desenvolveram as atividades econômicas introduzidas em nosso país durante os três séculos do período colonial São Vicente Porto Seguro Vitória Cananeia Século XVII M er id ia no d e To rd es ilh as Belém Taubaté Rio de Janeiro TERRAS PERTENCENTES A PORTUGAL M er id ia no d e To rd es ilh as Área de ocorrência de pau-brasil Cana-de-açúcar Pecuária Olinda São Vicente Cananeia Salvador São Jorge dos Ilhéus Porto Seguro Nossa Senhora da Vitória São Sebastião do Rio de Janeiro Santos TERRAS PERTENCENTES À ESPANHA Século XVI ECONOMIA DO BRASIL COLÔNIA SAIBA MAIS HOLANDESES NO BRASIL Durante a União Ibérica (1580-1640), quando Portugal esteve submetido ao domínio espanhol, a Espanha passou a controlar o Brasil e proibiu a Holanda de comercializar o açúcar brasileiro – ainda que os holandeses tivessem um acordo anterior com os portugueses. Para garan- tir seus investimentos no Brasil, a Holan- da tomou posse das regiões nordestinas produtoras do açúcar. O auge da presença holandesa ocorreu durante o governo de Maurício de Nas- sau (1637-1644). Sua administração selou uma importante aliança com os senhores de engenho ao melhorar as condições de produção e reduzir os impostos. Com o fim da União Ibérica em 1640, Portugal decidiu recuperar o controle do Nordeste. Paralelamente, os senhores de engenho se rebelaram contra os holan- deses devido ao aumento de impostos, o que deu início à Insurreição Pernam- bucana, em 1645. A rebelião conseguiu expulsar os holandeses em 1654. 91GE HISTÓRIA 2017 E ntre os séculos XVII e XVIII, ex-ploradores paulistas penetraram nos sertões brasileiros e estende- ram como nunca os limites da colônia. Essas expedições de desbravamento do interior do Brasil ficaram conhecidas como entradas e bandeiras. De ma- neira geral, dizemos que as entradas eram as campanhas oficiais financiadas pelo governo e as bandeiras resultavam da iniciativa de particulares, partindo, principalmente, da capitania de São Vi- cente. Apesar de não terem inicialmente como meta a conquista de novos territó- rios, elas acabaram se transformando no maior ciclo de crescimento dos domínios portugueses na América. Índios e negros Nas últimas décadas da União Ibéri- ca (1580-1640), época em que Portugal estava submetido ao domínio espanhol, os holandeses tomaram dos portugue- ses os principais pontos de tráfico de escravos na costa africana, levando à falta de mão de obra no Brasil. A solu- ção encontrada foi a substituição dos negros pelos indígenas. Em São Vicente, desde o início da co- lonização, eram organizadas expedições rumo ao interior para o aprisionamento de índios, utilizados como escravos. Além da experiência na atividade, outro fator que contribuiu para fazer da capitania o principal núcleo de irradiação das ban- deiras foi o desapego da população à terra, já que a capitania se empobreceu por ter fracassado na produção do açúcar. Nas entranhas do Brasil As ações dos bandeirantes e dos jesuítas foram responsáveis diretas pelo processo que desconcentrou a população da colônia da faixa litorânea. Como não havia mais muitos índios nas áreas próxi- mas ao litoral, as expedições tive- ram de adentrar mais profunda- mente o território. As incursões eram comandadas por portugueses e descendentes de lusitanos, como Antônio Raposo Tavares e Fernão Dias Pais Leme. Por conhecerem bem os sertões, muitos bandeirantes foram contratados por fazendeiros e adminis- tradores coloniais para combater índios e negros que resistiam à escravidão. Era o sertanismo de contrato. As mais co- nhecidas expedições foram feitas pelo paulista Domingos Jorge Velho. Em busca do ouro Em 1648, Portugal retomou o controle sobre o tráfico negreiro no Atlântico. Paralelamente, a produção de açúcar no Brasil começava a entrar em deca- dência. Os dois fatores contribuíram para o aparecimento de outro tipo de expedição, as bandeiras de prospec- ção, que buscavam metais preciosos. As primeiras bandeiras rumaram à região do atual estado de Minas Gerais, permitindo o surgimento da atividade mineradora no século XVIII. Em seguida, direcionaram-se a Mato Grosso e a Goiás. Os principais líderes dessas bandeiras foram os paulistas Bartolomeu Bueno da Silva e Manuel de Borba Gato. Jesuítas Os primeiros jesuítas chegaram ao Bra- sil em 1549. Sua ação visava, fundamental- mente, converter os índios ao catolicismo e educar os colonos. Para catequizar os nativos, os membros da Companhia de Jesus criaram povoados indígenas, co- nhecidos como missões, em torno dos quais foram fundadas vilas e cidades. Devido ao interesse dos colonos em escravizar os indígenas, os jesuítas leva- ram as missões para o interior do país, o que ajudou a desbravar o território da colônia. Além da catequização, as missões desenvolveram várias atividades econô- micas com a mão de obra indígena. No Vale Amazônico, por exemplo, a extração das drogas do sertão permitiu o início da ocupação portuguesa sobre o noroeste da colônia. No extremo sul, a pecuária e a mineração foram as principais atividades. As missões duraram até 1759, quando o Marquês de Pombal expulsou os jesuí- tas, alegando que a Companhia de Jesus ocupava funções mais políticas do que religiosas, ameaçando o poder da Coroa. O governo português também se ressentia da proteção dos jesuítas aos índios. box São Paulo Cuiabá Vila Boa Vila Bela Salvador Recife Fortaleza Gurupá M er id ia no d e To rd es ilh as Sertanismo de contrato Região de Palmares Missões Captura de índios Mineração Veja as rotas, os líderes e os objetivos das principais entradas e bandeiras realizadas entre os séculos XVII e XVIII Fonte: José Arruda e Nelson Piletti, Toda a História, 3 ed., Ática, pág. 35 1 1 2 3 4 4 4 5 1 Domingos Jorge Velho 2 Fernão Dias e Borba Gato 3 Bartolomeu Bueno 4 Raposo Tavares 5 Raposo Tavares e Fernão Dias DESBRAVANDO O TERRITÓRIO BRASIL COLÔNIA INTERIORIZAÇÃO 92 GE HISTÓRIA 2017 BRASIL COLÔNIA ESCRAVIDÃO No Brasil, o uso do escravo como mão de obra teve início com a ati-vidade açucareira nos engenhos de cana, atravessou o período colonial e só foi ofi cialmente extinto em 1888, já no fi m do império. Durante praticamente todo esse período, o trabalho compulsório (forçado) constituiu a base da economia do país: eram os escravos que realizavam a coleta, a pesca, o serviço doméstico e a agricultura. Inicialmente foram escra- vizados apenas os indígenas; depois, os africanos, que logo se tornaram majori- tários. Trazidos pelo tráfi co negreiro – que dava enorme lucro à metrópole –, os negros, assim como os índios, eram mantidos subjugados mediante uma po- lítica desumana de repressão e controle. Índios A mão de obra indígena foi a primeira a ser utilizada no Brasil colônia, para a extração do pau-brasil, nas primeiras décadas do século XVI. Os nativos eram livres, sendo explorados pelo sistema do escambo (troca). A escravidão só viria com a introdução da cana-de-açúcar, por volta de 1550. Crueldade histórica Porquase quatro séculos, milhões de indígenas e negros foram sequestrados, vendidos, castigados e obrigados a trabalhar de graça para fazer girar a economia brasileira No entanto, nos anos seguintes, Portugal optou pela substituição dos nativos pelos africanos. A razão era fundamentalmente econômica: o apri- sionamento indígena era uma atividade interna do Brasil, não resultando em renda para os portugueses; já a captura e o comércio intercontinental de afri- canos garantiam importantes ganhos aos mercadores lusitanos. Outros fatores justifi cavam a tro- ca: os índios, ao contrário dos negros africanos, não estavam culturalmente acostumados à atividade agrícola em larga escala. Por isso, eles não se adap- tavam bem à produção nos canaviais. Além disso, os nativos tinham um bom conhecimento do território brasileiro, o que facilitava sua fuga. Negros Estima-se que, entre 1550 e 1850, te- nham chegado ao Brasil 4 milhões de negros trazidos do continente africa- no, especialmente da Guiné, Costa do Marfi m, Congo, Angola, Moçambique e Benin. Para aprisioná-los, inicialmente os portugueses promoviam invasões às aldeias. Mais tarde passaram a incenti- var a luta entre tribos rivais para depois negociar com os vencedores a troca dos derrotados por panos, alimentos, cavalos e munições. Os negros eram trazidos para a América nos porões superlotados dos navios negreiros, conhecidos como tumbeiros. A sujeira, os maus-tratos e a má alimentação matavam até metade dos escravos transportados. No Brasil, os africanos eram vendidos em pra- ça pública como mercadoria. Quando comprados, tornavam-se propriedade do senhor e fi cavam sujeitos a puni- ções. Os castigos mais comuns eram a palmatória, o chicote e o açoite. Resistência Algumas práticas adotadas pelos ne- gros na luta contra a escravidão eram a fuga, a queima de plantações, os atenta- dos a feitores e a senhores e até mesmo a morte de recém-nascidos e o suicídio. Mas a mais expressiva forma de resis- tência foi a organização dos quilombos, comunidades autossufi cientes formadas por escravos fugidos. O mais impor- tante foi o de Palmares, criado no fi m do século XVI, em uma área onde fi ca a divisa de Alagoas com Pernambuco. Em seu auge, chegou a ser formado por nove aldeias, denominadas mocambos, contando com uma população de 20 mil habitantes. Tinha uma economia bem organizada, realizando comércio com o entorno. Abrigava, além de negros fu- gidos, índios e brancos marginalizados. MOENDA DE CANA Considerados seres inferiores, os negros africanos eram tratados como mercadoria, sendo submetidos a trabalhos forçados[1] 93GE HISTÓRIA 2017 A existência de Palmares estimulava ainda mais a fuga de escravos. Com isso, já no século XVII, os fazendeiros da região decidiram reunir milícias para atacá-lo. O líder da comunidade, Ganga Zumba (“grande chefe”), firmou um acordo de paz com os brancos em 1678, mas foi assassinado. Seu sucessor, Zumbi, liderou a resistência contra os invasores até 1694, quando o principal mocambo de Palmares caiu diante das forças de Domingos Jorge Velho. Nos meses seguintes, as outras aldeias ca- pitularam. Zumbi fugiu, mantendo a resistência. Mas, em 1695, traído, teve o esconderijo descoberto e foi morto numa emboscada. Abolição A partir de 1830, já no período im- perial, a expansão da cultura cafeeira aumentou a necessidade de mão de obra. Ao mesmo tempo cresciam as pressões contra o tráfico negreiro, prin- cipalmente da Inglaterra, preocupada com a concorrência, já que nas colônias inglesas no Caribe o comércio de escra- vos havia sido proibido, e os produtos exportados tinham ficado mais caros. Em 1831, cumprindo acordos fir- mados com a Inglaterra, o governo brasileiro declarou o tráfico ilegal no território nacional. Mas o comércio continuou em grande escala. Diante disso, o Parlamento britânico aprovou, em 1845, a Bill Aberdeen, lei que dava à Marinha de Guerra inglesa o direito de aprisionar tumbeiros em qualquer ponto do Atlântico. A pressão inglesa era cada vez maior, e, em 1850, foi pro- mulgada a Lei Eusébio de Queiroz, que novamente proibia a entrada de escravos no país. Dessa vez, o governo brasileiro empenhou-se em cumpri- la. Com o fim do tráfico, a escravidão entrou em declínio. Para suprirem a demanda por mão de obra, os fazendeiros e o governo imperial começaram a incentivar a vin- da de imigrantes europeus. O trabalho assalariado tornou-se cada vez mais comum, em oposição à escravatura, que passou a ser vista como algo anacrônico. Além disso, percebeu-se que o traba- lho compulsório era um empecilho ao desenvolvimento do capitalismo, pois PAES PEDE PUNIÇÃO A EMPRESA QUE USOU TRABALHO ESCRAVO NA VILA DOS ATLETAS Em resposta à libertação de 11 trabalha- dores encontrados em condições análogas à escravidão nas obras da Vila dos Atletas, no Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) disse em entrevista exclusiva à BBC Brasil que espera que a empresa seja punida e que as fiscalizações das obras olímpicas sejam intensificadas. (...) O esquema, segun- do o órgão [MPT-RJ], incluía o aliciamento de trabalhadores em outros estados, com promessas de ressarcimento das passagens, alojamento, salários e direitos trabalhistas, o que na prática não acontecia. (...) “As condições eram terríveis. Dormiam em colchões horríveis, desumanos. Havia ratos por todo lado, e baratas até dentro da ge- ladeira. O quarto tinha um ralo aberto com cheiro de esgoto. Eles estavam sendo tratados como animais mesmo”, diz Guadalupe Turos Couto, procuradora do MPT-RJ que dará pros- seguimento à investigação. (...) BBC Brasil, 17/8/2015 SAIU NA IMPRENSA 10 40 150 50 185 175 292,7 312,4 354,5 325,9 414,8 569 765,7 384,8 1551–1575 1576–1600 1601–1625 1626–1650 1651–1675 1676–1700 1701–1720 1721–1740 1741–1760 1761–1780 1781–1800 1801–1820 1821–1840 1841–1860 Fonte: Luis Felipe Alencastro, O Trato dos Viventes – Formação do Brasil no Atlântico Sul, Cia. das Letras, 200, pág. 69 De 1551 a 1860, chegaram 4 milhões de escravos ao país Desembarque dos primeiros escravos no Brasil Os escravos são utilizados nas lavouras de cana-de-açúcar *Em milhares de pessoas Predomínio das atividades de mineração, que também usaram mão de obra escrava A promulgação da Lei Eusébio de Queiroz (1850) põe fim ao tráfico de escravos para o Brasil O aumento do ingresso de escravos na primeira metade do século XIX – 1,713 milhão de 1801 a 1850 – relaciona-se à expansão da cultura cafeeira ENTRADA DE AFRICANOS NO BRASIL* atravancava a formação do mercado interno. Só por volta de 1880 surgiu um movimento pró-abolição. A pressão sobre o governo levou à publicação de uma série de leis, que, lentamente, conduziram ao fim do trabalho forçado no país. A primeira foi a do Ventre Livre, em 1871, que deveria libertar os filhos de escravos nascidos a partir de então. Em 1885, foi promulgada a Lei do Sexagenário, que deu liberdade aos raros escravos que conseguiam passar dos 65 anos. Em 1888, foi criada a Lei Áurea – assinada pela princesa Isabel, que substituiu o imperador dom Pedro II, em viagem à Europa –, que finalmente extinguiu a escravidão no país. box [1] REPRODUÇÃO/JEAN-BAPTISTE DEBRET/MUSEU CASTRO MAYA 94 GE HISTÓRIA 2017 BRASIL COLÔNIA INDEPENDÊNCIA A separação política entre a co-lônia brasileira e Portugal foi declarada oficialmente em 7 de setembro de 1822. Ela resultou de um processo iniciado com as revoltas eman- cipacionistas do fim do século XVIII e início do XIX (veja o infográfico na pág. ao lado), a vinda da corte portuguesa ao Brasil e a crise do sistema colonial. Fatores externos, como a independên- cia dosEstados Unidos, a Revolução Francesa, as guerras napoleônicas e a pressão da Inglaterra pela liberação dos mercados consumidores ameri- canos – aos quais queria vender seus produtos industrializados – também influenciaram a emancipação. Vinda da corte portuguesa Em 1806, o bloqueio comercial à In- glaterra imposto na Europa continental por Napoleão Bonaparte foi desrespei- tado por Portugal, que dependia econo- micamente dos britânicos. A invasão francesa ao território lusitano, como re- taliação, tornou-se iminente, e, em 1807, o regente português, o futuro dom João VI, e sua corte fugiram para o Brasil. Independente só no grito Em 1822, após um longo processo, o Brasil finalmente obteve a sua soberania política — mas ela não veio acompanhada da independência econômica nem de grandes transformações na estrutura social Assim que chegou à colônia, no início de 1808, o monarca decretou a abertura dos portos às nações amigas. Com a possibilidade de comercializar com ou- tros países que não a metrópole, o Brasil ficou praticamente livre do pacto colo- nial. A novidade fez com que a elite eco- nômica brasileira compreendesse melhor a necessidade da independência como uma maneira de aumentar seus lucros. Ao mesmo tempo, a Inglaterra, que passou a dominar nosso mercado após a abertura dos portos, viu que o fim do controle de seu aliado Portugal sobre o Brasil não impactaria as relações com nosso país. Formou-se, assim, uma espécie de aliança entre a elite brasileira e a inglesa. A família real instalou-se no Rio de Ja- neiro, transformado em capital do reino português. Em 1815, o governo joanino (como era conhecida a administração de dom João VI) elevou o Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves. Em sua política externa, dom João VI dominou a Guiana Francesa, entre 1808 e 1817, em represália a Napoleão, e ocupou a Cisplatina (atual Uruguai) entre 1821 e 1828. Regência de dom Pedro Em 1820, em Portugal, a burguesia tomou o poder por meio da Revolução do Porto. Foi instalada uma monar- quia constitucional baseada nas Cor- tes Constituintes (Parlamento). Elas obrigaram dom João VI a retornar a Portugal e a jurar lealdade à Constituição recém-promulgada. Ele voltou e deixou em seu lugar, como regente do Brasil, seu filho dom Pedro, que deveria conduzir a separação política, caso fosse inevitável. Pela Constituição portuguesa eram claras as intenções do novo governo em recolonizar o Brasil. Também era exi- gência das Cortes a volta de dom Pedro à Europa. O príncipe regente, entretanto, resistiu às pressões, as quais considerava uma tentativa de esvaziar o poder da monarquia. Formou-se em torno dele um grupo de políticos brasileiros que defendiam a manutenção do status do Brasil de Reino Unido a Portugal. Em 29 de dezembro de 1821, dom Pedro recebeu um abaixo-assinado de representantes da elite nacional pe- dindo que não deixasse o Brasil. Sua decisão de ficar foi anunciada em 9 de janeiro do ano seguinte, no episódio conhecido como Dia do Fico. Independência Entre os políticos que cercavam o regente estava José Bonifácio de Andrada e Silva, ministro e conse- lheiro de dom Pedro. Ele lutou, num primeiro momento, pela manutenção MAQUIAGEM ROMÂNTICA A proclamação da independência não foi tão gloriosa quanto retratada no famoso quadro pintado por Pedro Américo[1] 95GE HISTÓRIA 2017 dos vínculos com Portugal. Porém, ao perceber que o rompimento era neces- sário, tornou-se o principal ideólogo da independência do Brasil, entrando para a história como o Patriarca da Independência. Fora do círculo da cor- te, líderes liberais passaram a criticar pesadamente o colonialismo português e a defender a total separação. Em 3 de junho de 1822, dom Pedro recusou fi delidade à Constituição por- tuguesa e convocou a primeira Assem- bleia Constituinte brasileira. Em 1º de agosto, ele declarou inimigas as tro- pas portuguesas que desembarcassem no país. Cinco dias depois, assinou o Manifesto às Nações Amigas. Nele, defendeu a independência do Brasil. Em protesto, os portugueses anula- ram a convocação da Assembleia Cons- tituinte brasileira, ameaçaram enviar tropas e exigiram o retorno do príncipe regente. Ao receber as cartas com tais exigências, em 7 de setembro, dom Pedro proclamou a independência do Brasil. Em 12 de outubro foi aclamado imperador e, em 1º de dezembro, coro- ado, recebeu o título de dom Pedro I. No início de 1823, realizaram-se elei- ções para a Assembleia Constituinte, en- carregada de elaborar e aprovar a Cons- tituição do Império. Entretanto, o órgão entrou em divergência com dom Pedro I e foi fechado em novembro. O texto acabou sendo elaborado pelo Conselho de Estado – instituição nomeada pelo imperador – e foi outorgado (ou seja, imposto) em março de 1824. Com a Cons- tituição em vigor e vencidas as últimas resistências portuguesas nas províncias, a separação entre colônia e metrópo- le estava concluída. O reconhecimento ofi cial da independência pelo governo português, porém, só viria em 1825, quan- do dom João VI assinou o Tratado de Paz e Aliança entre Portugal e Brasil. Signifi cado A independência do Brasil representou o triunfo do conservadorismo de José Bonifácio. Ele promoveu a independên- cia mantendo a monarquia e o caráter agrário, latifundiário, escravocrata e exportador da economia, favorecendo os interesses da elite local. Apesar da soberania política, o Brasil continuou economicamente dependente, agora da Inglaterra. Era dos ingleses que com- právamos quase tudo e era a eles que vendíamos a maioria de nossa produção, restrita a produtos primários. Além disso, contraímos volumosos empréstimos dos britânicos, o que nos deixou ainda mais submissos ao seu poder econômico. box São Paulo Vila Rica (Ouro Preto) Salvador Oceano Atlântico São Luís Recife Fonte: José Arruda e Nelson Piletti, Toda a História, 3 ed., Ática, pág. 35 Nativistas Emancipacionistas No período colonial, ocorreram várias revoltas da população brasileira contra os portugueses. As primeiras, chamadas de nativistas, exprimiam rebeldia em relação ao domínio estrangeiro, mas não propunham a independência. Só a partir do fi m do século XVIII aconteceram as revoltas emancipacionistas. Veja como, onde e quando se deu cada uma REVOLTA DOS BECKMAN (1684) Liderados pelos irmãos Manuel e Tomás Beckman, fazendeiros se rebelaram contra a má administração da Companhia de Comércio do Maranhão. Foram derrotados, mas a companhia encerrou suas atividades. GUERRA DOS MASCATES (1710-1711) Revolta dos ruralistas de Olinda contra a emancipação do Recife decretada pelos comerciantes portugueses (os mascates). Na época, Recife era parte de Olinda. A Coroa intervém, e o Recife mantém a autonomia. REVOLTA DE FILIPE DOS SANTOS (1720) Também chamada de Rebelião de Vila Rica, foi uma reação da população às taxas excessivas e ao anúncio de criação das Casas de Fundição. O movimento foi sufocado e seu líder, Filipe dos Santos, esquartejado. INCONFIDÊNCIA MINEIRA (1789) A decretação da derrama, a cobrança forçada de tributos da mineração, foi o estopim do movimento. Parte da elite tramou a revolta. Todos foram presos, mas só um executado: Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. CONJURAÇÃO BAIANA (1798) Chamada de Revolta dos Alfaiates, foi organizada por negros e mulatos que queriam a independência, o fi m da escravidão e a instalação de uma sociedade baseada nos ideais da Revolução Francesa. Acabaram presos e mortos. REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA (1817) A elite local rebelou-se com a falta de autonomia da província. Os rebeldes organizaram, no Recife, o primeiro governo brasileiro independente e republicano. Sem o apoio das provínciasnordestinas, capitularam. ACLAMAÇÃO DE AMADOR BUENO (1641) Com a notícia da restauração portuguesa, após o fi m da União Ibérica, alguns paulistas resolveram se desligar de Portugal e proclamaram Amador Bueno rei de São Paulo. O movimento terminou com a recusa do aclamado. GUERRA DOS EMBOABAS (1708-1709) Confl ito entre mineradores paulistas, descobridores das jazidas de Minas Gerais e garimpeiros de outras regiões – os “emboabas” –, interessados em explorar a riqueza. Os paulistas foram derrotados; e Portugal criou as capitanias de São Paulo e das Minas do Ouro. MOVIMENTOS PRÉ-INDEPENDÊNCIA PATRIARCA José Bonifácio foi conselheiro de dom Pedro I e ideólogo da independência do Brasil [1] REPRODUÇÃO/PEDRO AMÉRICO/FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL [2] REPRODUÇÃO/BENEDITO CALIXTO/MUSEU PAULISTA [2] 96 GE HISTÓRIA 2017 BRASIL COLÔNIA LINHA DO TEMPO 1500 1510 1520 1530 1540 1550 1560 1570 1580 1590 1600 1610 1620 1630 1640 1650 1660 Colônia Veja os principais acontecimentos da história do Brasil durante o período colonial. Os fatos que têm indicação de página (remissão) correspondem aos assuntos que mais são cobrados no vestibular. 1630 Após duas tentativas pouco efetivas na década anterior, na Bahia, os holandeses invadem o Brasil, dessa vez em Pernambuco. Para vencer a resistência da população local, os estrangeiros contam com a ajuda do pernambucano Domingos Calabar, que considera a invasão positiva para a região. Permanecem no Nordeste até a Insurreição Pernambucana (1645-1654). Pág. 90 1530 O militar português Martim Afonso de Sousa comanda a expedição pioneira de colonização do Brasil. Em 1532, funda a primeira vila da colônia, São Vicente, no atual estado de São Paulo. 1550 Por volta desse ano, paralelamente à introdução do plantio da cana-de- açúcar, tem início a escravidão africana no Brasil. Pág. 92 1534 O rei de Portugal, dom João III, cria as capitanias hereditárias, a primeira divisão política do Brasil. Veja mais na matéria sobre política colonial. Pág. 88 1548 Tomé de Sousa assume o primeiro governo-geral do Brasil. Pág. 88 1549 Chegam ao Brasil os primeiros jesuítas — religiosos da ordem católica Companhia de Jesus. Chefiados pelo padre Manoel da Nóbrega, dedicam-se à catequese dos índios e à educação dos colonos. 1555 A França não aceita a partilha das terras americanas feita pelo Tratado de Tordesilhas e defende seu direito de ocupação. A primeira invasão francesa no território brasileiro ocorre na ilha de Serigipe (atual Villegaignon), na Baía de Guanabara, onde é instalada a França Antártica, chefiada por Nicolas Durand de Villegaignon. Os portugueses expulsam os franceses em 1567. 1580 Dois anos após a morte do rei português dom Sebastião, que não deixa herdeiro, o espanhol Felipe II, ligado por parentesco à Casa Real Portuguesa, impõe-se como rei de Portugal. A União Ibérica vigora até 1640 e equivale a uma anexação de Portugal pela Espanha. 1594 Os aventureiros franceses Jacques Riffault e Charles Vaux instalam-se no Maranhão depois de naufragar ao largo da costa. O governo francês os apoia e incentiva a criação de uma colônia no território, a França Equinocial. Em 1612, chegam centenas de colonos, que erguem o forte de São Luís, origem de São Luís do Maranhão. São expulsos três anos depois pelos portugueses. 1637 O domínio holandês no Brasil passa a ser administrado pelo militar Maurício de Nassau. Sua atuação em Pernambuco fica marcada pela prosperidade econômica e cultural. Seu governo se encerra em 1644. Pág. 90 1500 O português Pedro Álvares Cabral e sua esquadra chegam ao litoral da Bahia em 22 de abril. É o descobrimento do Brasil. Segundo a maioria dos historiadores, trata-se mais de uma tomada de posse do que do descobrimento em si, pois a existência do território – dividido seis anos antes entre portugueses e espanhóis pelo Tratado de Tordesilhas – já era conhecida por Portugal. Nos anos seguintes, tem início a exploração do pau-brasil. 1630 Nas décadas de 1630 e 1640, chega ao auge no Sudeste o movimento das entradas e bandeiras. Pág. 91 [5] [4] [2] [3] [1] 97GE HISTÓRIA 2017 1711 É fundada Vila Rica, atual Ouro Preto (MG), símbolo da sociedade urbanizada que surge no contexto da mineração. Veja mais na matéria sobre a sociedade colonial. Pág. 89 1821 Pressionado pelo Parlamento português, dom João VI regressa a Portugal, deixando Pedro, seu filho mais velho, como regente do Brasil, com o título de dom Pedro I. 1670 1680 1690 1700 1710 1720 1730 1740 1750 1770 1780 1790 1800 1810 18201760 1768 Ao lançar Obras Poéticas, o mineiro Cláudio Manuel da Costa inaugura o arcadismo, o primeiro movimento literário a se afastar dos modelos portugueses, ao retratar temas tipicamente brasileiros. Costa e Tomás Antônio Gonzaga, outro importante poeta árcade, seriam integrantes da Inconfidência Mineira. 1805 O mineiro Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, o maior nome da escultura barroca brasileira, conclui sua obra-prima: o conjunto de imagens sacras: Os Passos da Paixão e Os Doze Profetas, da Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo (MG). 1789 No âmbito mundial, a Revolução Francesa marca o início da Idade Contemporânea. Pág. 56 1777 É assinado o Tratado de Santo Ildefonso, que restitui aos espanhóis Sete Povos das Missões. Os portugueses tentam obter a devolução da Colônia do Sacramento, mas não conseguem. As fronteiras atuais do Rio Grande do Sul só são definidas pelo Tratado de Badajoz, em 1801. 1754 Os guaranis dos Sete Povos das Missões recusam- se a deixar suas terras, e tem início a Guerra Guaranítica. São derrotados após dois anos, por uma aliança entre hispano-argentinos e luso-brasileiros. 1708 Tem início, em Minas Gerais, a Guerra dos Emboabas. Pág. 95 1693 As primeiras jazidas de ouro são descobertas no atual estado de Minas Gerais. No século seguinte, a atividade mineradora se tornaria a mais importante da colônia. Pág. 89 1720 É deflagrada a Revolta de Filipe dos Santos, também chamada de Rebelião de Vila Rica. Pág. 95 1750 O Tratado de Madri reconhece a presença luso- brasileira em grande parte dos territórios a oeste da linha do Tratado de Tordesilhas. Como parte das negociações, Portugal cede à Espanha a Colônia do Sacramento (atualmente no Uruguai) em troca da área dos Sete Povos das Missões (no atual Rio Grande do Sul). 1798 É deflagrada a Conjuração Baiana. Pág. 95 1789 Ocorre a Inconfidência Mineira. Pág. 95 1808 Fugindo de Napoleão Bonaparte, a corte portuguesa transfere-se para o Brasil. Pág. 94 1817 Estoura a Revolução Pernambucana. Pág. 95 1818 Dom João é coroado rei de Portugal, do Brasil e de Algarves, no Rio de Janeiro, com o título de dom João VI. 1822 Dom Pedro I proclama a independência do Brasil. Pág. 94 [1] MUSEU PAULISTA [2] [3] [4] [5] [8] REPRODUÇÃO [6] MUSEU AFROBRASIL [7] MARCELO CURIA [8] JOSÉ EDUARDO CAMARGO [9] PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA [10] MUSEU IMPERIAL [6] [7] [8] [10][9] 98 GE HISTÓRIA 2017 COMO CAI NA PROVA 1. (UNICAMP 2016) Os estudos históricos por muito tempo ex- plicaram as relações entre Portugal e Brasil por meio da noção de pacto colonial ou exclusivo comercial. Sobre esse conceito, é cor- reto afirmar que: a) Trata-se de uma característica central do sistema colonial moderno e um elemento constitutivo das práticas mercantilistas do Antigo Regime, que considera fundamental a dinâmica interna da economia colonial. b) Definia-se por um sistema baseado em dois polos: um centrode decisão, a metrópole, e outro subordinado, a colônia. Esta submetia-se à primeira através de uma série de mecanismos político-institucionais. c) Em mais de uma ocasião, os colonos reclamaram e foram insubordinados diante do pacto colonial, ao exigirem sua presença e atuação nas Cortes dos reis ou ao pedirem a presença do Marquês de Pombal na colônia. d) A noção de pacto colonial é um projeto embrionário de Estado que acomodava as tensões surgidas entre os interesses metropolitanos e coloniais, ao privilegiar as experiências do “viver em colônia”. RESOLUÇÃO Tradicionalmente, as relações entre colônias e metrópoles, como no caso de Brasil e Portugal, são explicadas por um conjunto de determinações expresso no chamado Pacto Colonial. Uma das principais características desse pacto é o chamado exclusivo metropolitano, recurso pelo qual a metrópole detinha o monopólio da exploração econômica sobre sua colônia. Ou seja, os brasileiros só podiam comercializar produtos com os portugueses. Para garantir sua lucratividade, a metrópole instituía sistemas administrativos por vezes complexos e ineficazes, instituindo altos impostos sobre a exploração dos produtos coloniais. A função da colônia neste contexto era a de enriquecer a metrópole, com uma produção voltada fundamentalmente para o abastecimento de seus mercados. Resposta: B 2. (UNESP 2016) Os diários, as memórias e as crônicas de viagens es- critas por marinheiros, comerciantes, militares, missionários e explo- radores, ao lado das cartas náuticas, seriam as principais fontes de co- nhecimento e representação da África dos séculos XV ao XVIII. A barbá- rie dos costumes, o paganismo e a violência cotidiana foram atribuídos aos africanos ao mesmo tempo que se justificava a sua escravização no Novo Mundo. A desumanização de suas práticas serviria como jus- tificativa compensatória para a coisificação dos negros e para o uso de sua força de trabalho nas plantations da América. Regina Claro. Olhar a África, 2012. Adaptado. As “plantations da América”, citadas no texto, correspondem a a) um esforço de coordenação da colonização ao redor do Atlântico, com a aplicação de modelos econômicos idênticos nas colônias ibéricas da América e da costa africana. b) uma estratégia de valorização, na colonização da América e na África, das atividades agrícolas baseadas em mão de obra escrava, com a consequente eliminação de toda forma de artesanato e de comércio local. c) um modelo de organização da produção agrícola caracterizado pelo predomínio de grandes propriedades monocultoras, que utilizavam trabalho escravo e destinavam a maior parte de sua produção ao mercado externo. d) uma forma de organização da produção agrícola, implantada nas colônias africanas a partir do sucesso da experiência de povoamento das colônias inglesas na América do Norte. e) uma política de utilização sistemática de mão de obra de origem africana na pecuária, substituindo o trabalho dos indígenas, que não se adaptavam ao sedentarismo e à escravidão. RESOLUÇÃO O modelo mais básico de exploração colonial, adotado pelas metrópoles europeias, foi o chamado sistema de plantation. As principais características do modelo eram a monocultura, a escravidão e a produção em larga escala em latifúndios, voltada, fundamentalmente para o mercado externo. Nesse processo, várias foram as justificativas para a adoção da mão de obra escrava dos negros, entre elas a inferioridade dos africanos e a desvalorização de suas tradições culturais e religiosas frente às dos europeus. Resposta: C 3. (ESPCEX 2016) No fim do Século XVIII, era grande a insatisfação com a carestia e a opressão colonial. A isso se somava a simpatia que muitas pessoas demonstravam em relação às lutas pela emancipação do Haiti (1791-1804) e à Revolução Francesa (1789). Para difundir esta ideia fundou-se a loja maçônica Cavaleiros da Luz. Em agosto de 1798, alguns conspiradores afixaram em muros e pos- tes da cidade manifestos exortando a população à revolução. Os pan- fletos pregavam a proclamação da República, a abolição da escravi- dão, melhores soldos para os militares, promoção de oficiais, liberda- de de comércio etc. Denunciado por um traidor, o movimento foi esfacelado. Alguns par- ticipantes foram presos, outros fugiram e quatro foram condenados à morte: Luís Gonzaga das Virgens, Lucas Dantas de Amorim Torres, João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos. Adaptado de ARRUDA & PILETTI, p. 351 O texto acima descreve, em parte, a a) Revolta dos Alfaiates, ocorrida em Salvador, Bahia. b) Inconfidência Mineira, desencadeada em Ouro Preto, Minas Gerais. c) Revolta de Beckman, que teve por palco São Luís, Maranhão. d) Confederação do Equador, ocorrida em Recife, Pernambuco. e) Cabanagem, ocorrida em Belém, Pará. RESOLUÇÃO A questão descreve em linhas gerais a Conjuração Baiana, também conhecida como Revolta dos Alfaiates, ocorrida em 1798. O movimento possuía caráter fundamentalmente popular, apesar da participação de grupos médios, como médicos, padres e advogados, sendo liderado por representantes das camadas populares (alfaiates, negros libertos, brancos pobres etc.). Pregava a separação em relação a Portugal e ao Brasil, proclamando a República Baiense. Teve como principais influências as ideias iluministas, a Revolução Francesa, em sua fase popular, e a independência do Haiti. Resposta: A 99GE HISTÓRIA 2017 RESUMO Brasil Colônia ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E ADMINISTRATIVA A fim de tomar posse e explorar a colônia recém-descoberta, Portugal dividiu o território brasileiro em 15 capitanias hereditárias, em 1534. Elas foram entregues a nobres ou burgueses representantes da Coroa. O sistema não teve sucesso por falta de investimentos, ataques indígenas e isolamento da colônia. Em 1548, criou- se o Governo-Geral, com sede na Bahia, numa tentativa de centralizar o poder. O objetivo foi atingido, do ponto de vista militar, mas o dia a dia da população continuou a ser gerido pelas Câmaras Municipais de cada vila. ECONOMIA A economia colonial estava sob influência do pacto colonial, pelo qual os brasileiros só comercializavam produtos com os portugueses, que ficavam com grande parte dos lucros gerados no Brasil. A extração do pau-brasil, a produção de açúcar, a pecuária e a mineração foram as principais atividades econômicas do período. SOCIEDADE A sociedade açucareira era agrária, escravagista e estratificada. O grupo mais privilegiado era dos senhores de engenho. Já na sociedade do ouro, a população se concentrava em núcleos urbanos, e a mobilidade social e o trabalho livre estavam muito mais presentes, permitindo o surgimento de uma classe média, ausente na sociedade açucareira. MOVIMENTO BANDEIRANTE A busca por metais preciosos, a captação de mão de obra indígena e o combate a negros fugitivos motivaram, nos séculos XVII e XVIII, expedições de desbravamento do interior do Brasil – as entradas e bandeiras. O movimento foi responsável direto pela expansão territorial. JESUÍTAS Com a função inicial de catequizar os nativos, convertendo-os ao catolicismo, os jesuítas contribuíram com a expansão territorial da colônia, com a extração das drogas do sertão no Vale Amazônico e com a pecuária e a mineração no extremo sul, com mão de obra predominantemente indígena. ESCRAVIDÃO Para movimentar a economia açucareira, Portugal recorreu à escravidão, primeiramente dos índios e, poste- riormente, dos africanos. Estima-se que 4 milhões de negros africanos tenham chegado ao Brasil entre 1550 e 1850. Como forma de resistência, entre outras práticas, os escravos criaram comunidades autossuficientes, os quilombos, formados por fugitivos. A escravidão só foi abolida em 1888, no fim do império. INDEPENDÊNCIA O Brasil concretizou sua independência em 7de setembro de 1822, mas revoltas emancipacionistas já ocorriam desde o fim do século XVIII. Apesar de politicamente soberano, o país continuou economicamente dependente – não mais de Portugal, mas da Inglaterra. Para alavancar a economia, recém-emancipada, o país contraíra volumosos empréstimos dos britânicos, tornando-se submisso ao seu poder econômico. 4. (PUC-SP 2015) A invasão e a ocupação holandesas no Nordeste do Brasil, ocorridas durante o período da União Ibérica (1580-1640), a) derivaram dos conflitos territoriais entre Portugal e Espanha, que fragilizaram o controle português sobre a colônia. b) foram resultado das disputas entre Holanda e Inglaterra pelo controle da navegação comercial atlântica. c) derivaram dos interesses holandeses na produção e comercialização do açúcar de cana. d) foram resultado do expansionismo naval espanhol, que desrespeitou os limites definidos no Tratado de Tordesilhas. e) derivaram da corrida colonial, entre as principais potências europeias, na busca de fontes de matérias-primas e carvão. RESOLUÇÃO A presença dos holandeses no Nordeste brasileiro está ligada aos desdobramentos da União Ibérica, período em que houve a união das monarquias de Portugal e Espanha, sob controle dos espanhóis. Se por um lado a Holanda era parceira econômica de Portugal, tendo investido maciçamente na produção do açúcar no Brasil, por outro estava em guerra com a Espanha na luta pela concretização de sua independência. Ao dominar Portugal, a Espanha corta o fornecimento do açúcar brasileiro aos flamengos, que, como forma de garantir seus investimentos, invadem as regiões produtoras no Brasil – naquele momento também sob o domínio espanhol. Durante a presença holandesa no Nordeste brasileiro, a administração de Maurício de Nassau selou um acordo com os senhores de engenho que impulsionou a produção de açúcar. Nesse período, também foram realizados grandes investimentos na infraestrutura do Recife. Resposta: C arrow SAIBA MAIS Confira no mapa abaixo a área que foi invadida e ocupada pelos ho- landeses no Nordeste brasileiro entre 1630 e 1654. ESCALA 0 188 km OCEANO ATLÂNTICO MARANHÃO PERNAMBUCO ITAMARACÁ BAHIA São Luís Fortaleza Natal Recife Salvador OlindaPara íba Capibaribe Sã o Fr an ci sc o Ja gu ari be Gr an de Pa rn aí ba INVASÃO E DOMÍNIO HOLANDÊS NO NORDESTE (1630–1654)
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