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Menor infrator 01 11 2012

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Menor infrator
 de Thatianelira | trabalhosfeitos.com
 INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE NOVA VENÉCIA CURSO DE DIREITO
CHARLES SOARES DOS SANTOS
O MENOR INFRATOR E AS MEDIDAS SOCIO-EDUCATIVAS NO BRASIL
NOVA VENÉCIA 2008
CHARLES SOARES DOS SANTOS
O MENOR INFRATOR E AS MEDIDAS SOCIO-EDUCATIVAS NO BRASIL
Monografia apresentada ao Programa de Graduação em Direito do Instituto de Ensino Superior de Nova Venécia - INESV, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharelado em Direito. Orientadora: Profª Ludmila Santos Oliveira
NOVA VENÉCIA 2008
FICHA CATALOFRÁFICA
CHARLES SOARES DOS SANTOS
O MENOR INFRATOR E AS MEDIDAS SOCIO-EDUCATIVAS NO BRASIL
Monografia apresentada ao Programa de Graduação em Direito do Instituto de Ensino Superior de Nova Venécia, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharelado em Direito.
Aprovada em ____ de dezembro de 2008.
COMISSÃO EXAMINADORA
_____________________________________________ Profª Ludimila Santos Oliveira Instituto de Ensino Superior de Nova Venécia Orientadora
_____________________________________________ Profº Instituto de Ensino Superior de Nova Venécia
_____________________________________________ Profº Instituto de Ensino Superior de Nova Venécia
RESUMO
Este trabalho consiste em uma monografia jurídica, apresentada como requisito para a obtenção do titulo de Bacharel em Direito e tem como escopo, através de uma visão acadêmica, discorrer sobre as Medidas Sócio -- Educativas ao Menor Infrator, um dos maiores problemas sociais em foque na atualidade. Para melhor compreensão do tema, buscamos sua evolução histórica desde alei das doze tabuas que já no período Romano tinha regulamentado as medidas aplicáveis aos pupilos infratores. Após este breve relato, fizemos uma análise ao antigo código de menores, tanto em sua versão de 1927, como ao de 1979. Ao obtermos esta visão histórica do tema em questão, fizemos um estudo mais aprofundado acerca da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do adolescente). Com base nesta legislação, buscamos confrontar a aplicação e a ineficácia de suas medidas sócio-educativas frente aos menores infratores, um dos maiores problemas sociais da atualidade, e que ao longo de sua infância e juventude se aprimora cada vez mais na prática de pequenos delitos, qualificados por atos infracionais. Neste contexto, veremos que há divergências doutrinárias acerca do problema em questão, onde alguns defendem outros métodos, outras propostas, ou até mesmo, uma redução da menoridade criminal na busca de uma solução para a real ressocialização do menor infrator. PALAVRAS-CHAVES: Direito; Ressocialização; Medidas sócio-educativas.
Dedico este trabalho aos meus familiares e amigos, pela força e amparo neste importante momento em minha vida.
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Agradeço a Deus pelos objetivos alcançados. Aos professores pelos ensinamentos transmitidos, orientação e companheirismo. A todos que contribuiram
de forma direta ou indiretamente para a concretização deste Sonho.
O que fazemos na vida, ecoa na eternidade”.
SUMÁRIO 1
1.1 1.2 1.3 1.4 1.4.1 1.4.2 1.5 1.6 1.7
(AUTOR DESCONHECIDO)INTRODUÇÃO..................................................................... 10
JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA......................................... DELIMITAÇÃO DO TEMA................................................................... FORMULAÇÃO DO PROBLEMA........................................................ OBJETIVO GERAL................................................................................... OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................ METODOLOGIA.................................................................................. 11 12 12 12 12 13
OBJETIVOS......................................................................................... 12
HIPÓTESE........................................................................................... 12 APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DAS PARTES DO TRABALHO. 13
2
2.1 2.2 2.3 2.4 2.4.1 2.4.2 2.4.3 2.4.4 2.4.5 2.4.6
REFERENCIAL TEÓRICO........................................................... 15
O MENOR INFRATOR........................................................................ A MENOR IDADE PENAL................................................................... O DIREITO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE........................................ AS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS E OS CRITÉRIOS 19 19 21 25 JURÍDICOS DE SUA APLICAÇÃO..................................................... CONCEITOS E OBJETIVOS....................................................................... AS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS NO CONTEXTO DIÁRIO............................ UM NOVO MODELO DERESSOCIALIZAÇÃO................................................ 15 16 16
UM PROJETO ARQUITETÔNICO INOVADOR................................................. 27 O ADOLESCENTE ENQUANTO INDIVÍDUO DA COMUNIDADE.......................... 28 A ARQUITETURA E A POLÍTICA SOCIO-EDUCATIVA..................................... 28
3
3.1 3.2 3.3 3.3.1
A EVOLUÇÃO DAS PENAS....................................................... 30
A LEI DAS XII TÁBUAS....................................................................... 30 O CODIGO DE 1927........................................................................... O CÓDIGO DE MENORES DE 1979.................................................. 30 31
ECA (O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)............................... 32
3.3.2 3.3.3 3.3.3.1 3.3.3.2
DA REDUÇAO DA IDADE PENAL................................................................
33
A FIGURA DO MENOR DE DEZOITO ANOS NO DIREITO PENAL....................... 34 A IDADE COMO LIMITE À IMPUTABILIDADE PENAL........................................ 35 FUNDAMENTAÇÕES À DEFESA DA REDUÇÃO DA IDADE PENAL MÍNIMA.......... 39
4 5
5.1 5.2
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................... 44 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.................................... 46
CONCLUSÃO...................................................................................... RECOMENDAÇÕES........................................................................... 46 47
6
REFERÊNCIAS............................................................................... 49
INTRODUÇÃO
Dentre osproblemas sociais brasileiros apontados como os mais graves, vislumbrase um dos temas mais polêmicos que está direcionado ao Menor Infrator. Um problema que reflete no âmbito jurídico e atinge todos os segmentos da sociedade. Diante do problema muito se tem abordado a questão, tanto nas doutrinas como no cerne das autoridades, onde dezenas de propostas são apreentadas diariamente, com o objetivo de combater as infrações praticadas por menores, no dia-a-dia, um problema que assusta toda a sociedade e que tende a se agravar caso não seja contido o mais rápido possível. A aplicação de medidas sócio-educativas para os menores infratores vem tendo pouca aplicabilidade por parte do Estatuto da Criança e do Adolescente. O problema social que envolve crianças e adolescentes em infrações delituosas toca os próprios Princípios Fundamentais do Direito que sustentam a Norma Constitucional e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
De acordo com os mais antigos e rudimentares ordenamentos jurídicos, percebe-se que não é de hoje a preocupação de se dispensar maiores cuidados com os indivíduos mais jovens da sociedade. Basicamente alimentada pela pobreza, a atual evolução da criminalidade se deve a deseducação, impunidade e outros fatores, que levam a sociedade a presenciar o aumento do índice de infrações praticadas por crianças e adolescentes. Na vigência
dos seus 16 anos anos de existência, o Estatuto da Criança e do Adolescente não tem sido aplicado de maneira eficaz medidas no sentido de amparar o menor e orientá-lo devidamente para que não caia no mundo das infrações. Não há que senegar ser inerente ao homem a idéia de que as crianças e os adolescentes, por tratarem-se de indivíduos ainda em formação física e psicológica, portanto imaturos, merecem maior cuidado e proteção que os adultos, no entanto, na prática, pouco se vê nesse sentido. Diante das questões apresentadas, vemos discussões doutrinárias de no que tange a prática de atos infracionais. novas
propostas sobre a aplicação de medidas sócio educativas para menores infratores
1.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA
A situação do menor infrator é tema que há muito tempo preocupa a sociedade. O envolvimento da juventude com o crime, sobretudo o tráfico de drogas, o roubo com violência e o homicídio sempre foi causa de constrangimento à toda a comunidade. Não é mais uma questão de cunho exclusivamente político-social, mas jurídico, notadamente no que tange à punição dos infratores. Entende-se que a preocupação exagerada dos legisladores em relação à elaboração de medidas sócio-educativas recuperativas é explicada pelo fato de o menor ser ainda um indivíduo em processo
de construção da personalidade, que por um ou outro motivo, comete delito, mas que ainda pode ser resgatado para uma sociedade justa no futuro, afastando-o da grande possibilidade que o ronda, no sentido de continuar a delinqüir, quando de sua imputabilidade. Essa posição evidencia que o tratamento dos menores é muito mais amplo que a simples repressão aos atos infracionais, mas trata-se de uma política de caráter assistencial, que visa educá-lo e regenerá-lo, de modo a torná-lo útil ao país e a si próprio. Não há, pois, o interesseda legislação em apenas punir, mas tentar resgatar esse adolescente entregue à delinqüência enquanto ele ainda é passível de um tratamento eficaz.
1.2 DELIMITAÇAO DO TEMA O tema em discussão se direciona às infrações cometidas pelo menor infrator.
1 3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA A aplicação de medidas sócio-educativas contribuem ou não para a recuperação do menor infrator no Brasil?
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 OBETIVO GERAL Abordar, de forma sensata e coerente, os meios que podem ser utilizados na recuperação do menor infrator.
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • • • Investigar os fatores que levam o menor a se tornar infrator; Identificar os critérios utilizados pelas medidas sócio-educativas no País; Analisar as medidas utilizadas para a recuperação do menor infrator.
1.5 HIPÓTESE Espera-se que as medidas sócio-educativas aplicadas aos atos infracionais praticados por menores sirvam para alertar a sociedade sobre a sua conduta antisocial e reeducá-lo para a vida em comunidade, mas se as referidas medidas forem aplicadas apenas de maneira repressiva e violenta não trarão resultados positivos e ainda poderão promover o agravamento do quadro caótico em que se encontra a criança ou o adolescente e o comprometimento de sua cidadania rumo à fase adulta.
1.6 METODOLOGIA DA PESQUISA A presente pesquisa utilizou os métodos indutivo e dedutivo para que através das generalizações sobre as infrações praticadas pelo Menor Infrator se alcance melhores resultados no que tange a estratégias que visam proporcionar soluções para o tema em questão. Para tanto, foram pesquisados jornais, Leis,Doutrinas e revistas pedagógicas, além de outras fontes de informações.
1.7 APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO DAS PARTES DO TRABALHO O presente estudo apresenta-se em seis capítulos e aborda o problema do menor infrator.
O primeiro capítulo apresenta introdução, justificativa da escolha do tema, delimitação do tema, formulação do problema; Objetivo Geral e Específico, hipóteses de estudo bem como toda a metodologia necessária e apresentação do conteúdo das partes do trabalho. O segundo capítulo contextualiza todo o referencial teórico no qual é abordado, abarcando como tema central, O Menor Infrator; a menor Idade Penal; o direito da Infância e da Juventude; as medidas Sócio-Educativas e os critérios jurídicos de sua aplicação; um novo modelo de Ressocialização; um projeto arquiteto inovador; o adolescente enquanto indivíduo da Comunidade; a arquitetura e a Política sócioeducativa. O terceiro capítulo traz em seu bojo a Evolução das Penas; a Lei das XII Tábuas; o Código de 1927; o Código de Menores de 1979; o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente); a figura do Menor de dezoito anos no Direito Penal; a Idade com limite à inimputabilidade Penal; fundamentações à defesa da Redução da Idade Penal Mínima. O quarto capítulo faz uma menção sobre Considerações Finais; O quinto capítulo registra Conclusão e Recomendações; O sexto e último capítulo apresenta todas as bibliografias utilizadas no trabalho como fonte de consultas e pesquisas.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O MENOR INFRATOR O conceito de menor de idade pode ser obtido em duas principais fontes, que devem ser analisadas demaneira conjunta. O Decreto n0 99.710/90, que promulgou, no Brasil, a Convenção sobre os Direitos da Criança, entende que, para os seus efeitos, criança é todo o ser humano menor de dezoito anos de idade. O menor pode ser entendido como aquele com absoluta incapacidade ou capacidade relativa e, portanto vulnerável, estando mais propenso à situações que se aplicam em prejuízos ou atentam a quaisquer direitos seus. Pouco antes, porém, da publicação deste Decreto, teve-se a edição no Brasil, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por meio da Lei n0 8.069/90, verdadeiro marco de abandono do Direito de menores e o início da adoção do
chamado Direito da infância e da juventude. Em seu artigo 2º, encontra-se a divisão conceitual entre criança e adolescente, que adota o critério limitador de até os doze anos de idade incompletos para as crianças e a faixa etária entre doze e dezoito anos para os adolescentes. O ato infracional é uma conduta descrita como tipo ou contravenção penal, cuja denominação se aplica aos inimputáveis. Ocorre que, na maioria das vezes, esses menores não praticam atos condizentes com a sua condição legal de incapacidade, quando surge então a delinqüência juvenil, que segundo alguns doutrinadores e diferentes opiniões, apresentam causas diversas, uns vislumbrando o fato como resultado de uma situação de abandono a que o menor está exposto, outros entendendo-o como um modo de viver escolhido pelo próprio adolescente, não raras vezes estimulados pelos pais, entregando-se à atividade delitiva conscientes do caminho escolhido. 2.2 A MENOR IDADE PENAL AConstituição de 1988, repetindo o disposto no artigo 27 do Código Penal dispõe em seu artigo 228 que são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeito às normas da legislação especial. Segundo Mirabete (2003, 216), ao determinar que os menores de idade são inimputáveis, o Código Penal adotou o chamado critério biológico, que já tivemos oportunidade de aludir, havendo nesse caso uma presunção absoluta de que os menores de 18 anos não reúnem a capacidade de autodeterminação. Esta presunção absoluta trazida pela legislação penal persiste mesmo se o menor infrator for casado ou emancipado, ou mesmo que se trate de um superdotado com excepcional inteligência. Portanto, fixando um critério biológico, adotou a legislação pátria uma presunção de que todo menor de dezoito anos não é capaz de entender o caráter ilícito de sua ação, visualizando-o, pois, como possuidor de um desenvolvimento mental
incompleto.
2.3 O DIREITO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE A partir do século XIX, o problema do menor começou a atingir o mundo inteiro, não sendo diferente no Brasil. O crescente desenvolvimento das indústrias, a urbanização, o trabalho assalariado, notadamente das mulheres, que tendo que sustentar os lares, teve que ir trabalhar fora de casa, deixando os filhos sozinhos, itens que concorreram para a instabilidade
e a degradação dos valores dos menores, culminando com infrações. Muitas foram as legislações criadas e aplicadas no Brasil. Cada uma, à sua época, foi se demonstrando ineficaz frente à descontrolada arrancada da delinquência juvenil. Outro dos mais combatidos problemas relacionadoscom as normas menoristas repousa no discernimento que até hoje é reservado ao juiz de menores. Não há reprimendas com penas fixas para os infratores. Essa discricionariedade atribuída ao Juiz dificulta a eficácia da aplicação das medidas sócio-educativas. Surgiu então a Lei no 8069/90, ou simplesmente Estatuto da Criança e do Adolescente, que trouxe grandes avanços para a responsabilidade do menor, tentando aproximar-se da realidade social desfrutada pelo Brasil, que é das mais amargas face ao vertiginoso crescimento da marginalização de menores. No âmbito da Justiça, Promotores e Juizes da Infância e da Juventude são categóricos ao afirmar que tal Diploma determinou critérios bem mais rígidos de punição, ao mesmo tempo em que criou medidas de recuperação aplicáveis aos menores que ainda possuem condições de recuperação. O Estatuto da Criança e do Adolescente, no art. 131, reza que: “O Conselho Tutelar é um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta lei”. Esse órgão é criado por Lei Municipal, estando, pois, vinculado ao poder Executivo Municipal.
Suas decisões estão à margem de ordem judicial, de forma que as deliberações são feitas consoante às necessidades da criança e do adolescente sob proteção, não obstante esteja sob fiscalização do Conselho Municipal, da Autoridade Judiciária, do Ministério Público e entidades civis que desenvolvem trabalhos nesta área. A criança, cuja definição repousa no art. 20 da lei 8.069/90, quando da prática de ato infracional aela atribuída, surge uma das mais importantes funções do Conselho Tutelar, qual seja, a aplicação das medidas protetivas previstas no art. 101 da referida lei. Ao praticar um ato infracional, a criança deverá ser apresentada ao Conselho Tutelar, se estiver funcionando ou ao Juiz da Infância e da Juventude que o substitui nessa hipótese. A primeira medida a ser tomada será o encaminhamento da criança aos pais ou responsáveis, mediante Termo de Responsabilidade. Ë imprescindível que o menor permaneça junto à família, onde se presume encontrar apoio e incentivo, contudo se a convivência com esta for desarmoniosa, condição esta verificada após exaustivo estudo da equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, mediante laudo circunstanciado e apreciação do Conselho Tutelar ou do Magistrado, a criança será entregue à entidade assistencial, através de medida excepcional e provisória, enquanto não for feita a colocação em família substituta, não implicando em privação da liberdade. O acompanhamento temorário, a orientação e o apoio ao Menor são procedimentos de praxe num e noutro caso. Os incisos III e IV do art. 101 do Estatuto acolhem a inclusão da criança ou do adolescente na escola e de sua família em programas comunitários como forma de dar sustentaçâo ao processo de reestruturação social. Tanto o Menor como seus famíliares, de acordo prevê o Estatuto têm direito à asssistência psicológica ou psiquiátrica, tratamento médico e hospitalar, além da inclusão em programa oficial de auxílio a alcoólatras e toxicômanos. É importante salientar que todas essas medidas requerema apresentação do menor
aos órgãos competentes para avaliação do procedimento de reeducação social, bem como ao Conselho Tutelar, excetuando-se a medida de colocação em família substituta e os relacionados com perda e destituição do Poder Familiar, que serão julgados pela Justiça da Infância e da Juventude. Ato Infracional, segundo o ECA considera a conduta ilícita referente ao crime ou à contravenção penal. Entretanto, prevê diferença de ações entre o ato infracional praticado por criança e o ato infracional praticado por adolescente. Para as crianças envolvidas em atos infracionais são previstos: I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; III- matricula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; IV- inclusão em programa comunitário ou oficial, de auxílio à família, à criança e ao adolescente; V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicómanos; VII - abrigo em entidade VIII - colocação em família substituta. Para os adolescentes, são previstas medidas sócio-educativas. Em Lei, estas medidas estão explicitadas no artigo 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), da seguinte forma:
Art.112 - Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar: § lº - A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-Ia, as circunstâncias e agravidade da infração. § 2º - Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado. § 3º - Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.
As medidas sócio-educativas são, portanto, deveres que juízes da infância e da
juventude impõem aos adolescentes que cometem ato infracional. O objetivo não é a punição, mas a efetivação de meios para reeducá-los.
2.4 AS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS E OS CRITÉRIOS JURÍDICOS DE SUA APLICAÇÃO
2.4.1 CONCEITOS E OBJETIVOS No sistema jurídico penal brasileiro o menor de dezoito anos é inimputável e está sujeito a uma legislação específica, dado o seu peculiar estado de desenvolvimento incompleto que, entendem os legisladores, não os torna aptos a serem punidos por suas ações delituosas como se adultos fossem. Assim, ao menor infrator são aplicadas não as penas inseridas no Código Penal, mas as medidas sócio-educativas previstas, que estão previstas no artigo 112 do Estatuto da Criança e Adolescente, que vão desde advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, regime de semiliberdade até a privação de liberdade por internação em estabelecimento adequado. De acordo com Saddy (2003, p. 6),
[...1 O Estatuto da Criança e Adolescente prevê medidas sócio-educativas eficazes, reconhece a possibilidade de privação provisória de liberdade, não sentenciado, inclusive em parâmetros mais abrangentes que o CPP destina aos imputáveis na prisão preventiva, e oferece uma gama largada alternativas de responsabilização.
Tais medidas, de modo geral, conferem ampla resposta ao ato praticado, merecedor de reprovação social, não mais ficando os juízes limitados às tradicionais admoestações e/ou encarceramento, medidas extremas, que muitas vezes não se afiguram como as mais adequadas. A medida sócio-educativa vista, ao contrário da prisão, a regeneração do
adolescente, para que ele venha a se tornar um indivíduo produtivo da sociedade e que não volte a delinqúir quando maior. Importante é que se tenha consciência de que, tratar e recuperar o adolescente infrator implica, necessariamente, em tratar e recuperar a família deste jovem também, para que se possa resgatá-lo como elemento útil à sociedade. Saddy (2003, p. 7) descreve ainda que,
No cometimento de atos graves ou no caso de descumpnmento de medida menos severa, anteriormente aplicada, conforme o caso é necessária a segregação do adolescente, para que seja dada ao mesmo uma correta abordagem pedagógica, no intuito de que reconheça os limites que lhe são impostos pela convivência em sociedade.
Ao administrar as medidas sócio-educativas, o Juiz da Infância e da Juventude não analisa apenas às circunstâncias e a gravidade do delito, mas também, às condições pessoais do adolescente, sua personalidade, suas
referências familiares e sociais, bem como a sua capacidade de cumpri-Ia.
2.4.2 AS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS NO CONTEXTO DIÁRIO As medidas sócio-educativas são: a) Da advertência Disciplinada no art. 115 do Estatuto da criança e do adolescente vigente, é a primeira das medidas aplicável ao menorinfrator que pratica infrações de pequena gravidade: pequenos furtos, vadiagem, agressões leves. De acordo com este estatuto “a Advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada, sendo, logo após, o menor entregue aos pais ou responsável”. Importa ressaltar que, para a sua aplicação basta a prova de materialidade e indícios de autoria, acompanhando a regra do art. 114, parágrafo único do ECA. De acordo com Oliveira (2008, p. 2),
Nem sempre a advertência é a medida mais adequada, de sorte que o juiz deve examinar cautelosamente os fatos no sentido de apurar a sua gravidade. Por outro lado, a redução a termo da advertência se faz necessária para que se dê credibilidade à medida, ou seja, para demonstrar ao infrator o seu caráter de reprimenda, a fim de se obter o objetivo final, qual seja, a reeducação.
Trata-se, pois, de uma medida singela, que busca principalmente repreender àqueles que, pelos impulsos próprios da juventude, cometem algum ato infracional. b) Da obrigação de reparar o dano A obrigação de reparar o dano é a medida sócio educativa disposta no art. 116 do Estatuto e determina que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou por outra forma compense o prejuízo da vítima. Havendo, contudo, manifesta impossibilidade, a medida pode ser substituída por outra adequada. Assim, como de acordo com o que diz Oliveira (2008), a obrigação de reparar o dano imposta ao infrator não tem somente o escopo literal da medida, mas visa inserir no menor as conseqüências do ato ilícito que praticou, atendendo mais uma vez afinalidade da medida, qual seja, a sua ressocialização. Outro ponto importante dessa medida, também ressaltada por Oliveira (2008) aborda a questão da pessoa que irá suportar a responsabilidade pela reparação do dano causado pela prática de ato infracional. O art. 928 do Código Civil atual descreve que o incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. No art. 50 do Código está definido que a menoridade cessa aos 18 anos completos. Percebe-se nesse contexto que, quando um adolescente com menos de 16 anos for considerado culpado e obrigado a reparar o dano causado, em virtude de sentença definitiva, a responsabilidade dessa compensação caberá, exclusivamente aos pais ou responsável, a não ser que o adolescente tenha patrimônio que possa suportar essa responsabilidade.
c) Da prestação de serviço à comunidade Esta é uma das medidas mais aplicadas aos adolescentes infratores dado o seu caráter dúbio, ou seja, ao mesmo tempo que contribui com assistência a instituições de serviços comunitários e de interesse geral, desperta neles o prazer da ajuda humanitária. Assim, a finalidade primária que é a ressocialização passa a ser apenas urna conseqüência do trabalho realizado. Esta medida está prevista no art. 112, III, e disciplinada no art. 117 e seu parágrafo único, do Estatuto da Criança e do Adolescente, que consiste na prestação de serviços comunitários, por período desde que não exceda a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos, bemcomo programas comunitários ou governamentais A aplicação dessa medida, de acordo com Oliveira (2008, p. 3) “alcança excelentes resultados, pois os põe de frente com a realidade fria e palpitante das instituições públicas de assistência, fazendo-os repensar de maneira mais intensa o ato infracional por eles cometido, afastando a reincidência”. A ressocialização em casos dessa natureza é visível e freqüente. Afinal, a segregação raramente recupera e o trabalho comunitário é salutar tanto para os adolescentes como para a sociedade. Institui naqueles o instinto da responsabilidade e o estimula a interessar-se pelo trabalho, além do impulso extra imposto pela autoridade judiciária no sentido da retomada aos estudos por aqueles que o abandonaram.
d) Da liberdade assistida Através dessa medida, descrita no art. 118 do Estatuto, o infrator será encaminhado a uma pessoa capacitada que acompanhará o caso, além de auxiliá-lo e orientá-lo. Assim, durante o prazo fixado pelo magistrado, que será de no mínimo 6 meses
podendo a qualquer tempo ser revogado, prorrogado ou substituido por outra, ouvindo o orientador, o Promotor e o defensor, o infrator deverá comparecer mensalmente perante o orientador para assinar sua freqüência. A medida destinase, em princípio, aos infratores passíveis de recuperação em meio livre, que estão se iniciando no processo de marginalização. A cada três meses é feito um relatório comportamental do infrator, remetendo-se ainda ao seu relacionamento familiar e social. Nota-se, pois, que a finalidade precípua da mediada é a de vigiar, orientar e tratar o mesmo, deforma a coibir a sua reincidência e obter a certeza da recuperação.
e) Do regime de semiliberdade O regime de semiliberdade consiste num tratamento tutelar feito, na maioria das vezes, no meio aberto, o que sugere, necessariamente, a possibilidade de realização de atividades externas, tais como a freqüência à escola, relações de emprego, entre outras. Note-se que essas são finalidades precípuas da medida, que se não aparecerem, aquela perde a sua essência. A grande ocorrência dessa medida é verificada mesmo no processo de transição do meio fechado para o aberto. É obrigatório que o menor esteja estudando e busque a profissionalização do menor. Não comportando a medida no prazo determinado, aplica-se, no que couber, as disposições relativas à internação.
f) Da internação Essa medida está disposta no art. 121 e parágrafos do Estatuto. Constitui-se de uma das mais complexas medidas sócio-educativas a serem aplicadas, pois embora o Diploma preveja objetivamente os casos para a sua utilização, o famigerado discernimento do juiz, aumenta-lhe o arbítrio. De acordo com Oliveira (2008) é importante salientar que três princípios norteiam a
aplicação da medida sócio-educativa de internação, a saber: da brevidade; da excepcionalidade; do respeito à condição peculiar da pessoa em desenvolvimento. O autor (2008, p. 4) descreve que:
Pelo princípio da brevidade entende-se que a internação deverá ter um tempo determinado para a sua duração, qual seja, o minimo de seis meses (art. 121,§ 2º, ECA) e o máximo de 2 anos (§ 3º). A exceção fica por conta do art. 122, § 1º, III, que estabeleceo período máximo de três meses de internação nas hipóteses de descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta; o mínimo, neste caso, fica a critério do juiz.
O certo é que a medida sócio-educativa de internação tem que continuar no sistema penal juvenil. É impossível que a sociedade continue à mercê dos delitos cada vez mais graves dos adolescentes violentos e frios. Isso não quer dizer que a internação seja uma forma cruel de punir seres humanos em estado de desenvolvimento psicossocial.
Afinal, a medida é até muito branda, já que tem prazo máximo de 3 anos, podendo a qualquer tempo ser revogada ou sofrer progressão, conforme os relatórios apresentados pelo centro de internação sendo favoráveis a reinserção do menor na sociedade e na família. Além disso, a internação é a medida última, extrema, aplicável somente aos indivíduos que revelam perigo concreto à sociedade, costumazes delinqüentes. O que não se pode é fechar os olhos a esses criminosos, que já se apresentam perigosos, pelo simples fato de serem menores. (NASCIMENTO, 2008).
O art. 122 do Estatuto elenca as possibilidades de aplicação da medida, que acontece quando o ato infracional for cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa; por reiteração no cometimento
de outras infrações graves; por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. Ressalte-se, que essa enumeração é taxativa, de modo que não será aplicada a medida em situações em que a lei não preveja. A internação provisória dar-se-á nas hipóteses da prática de ato infracional com ascaracterísticas evidenciadas nos incisos I, II e III do art. 122; bem como se não for possível a imediata liberação do adolescente infrator a seus pais ou responsável; ou ainda, se as conseqüências e gravidade do ato praticado reclamarem a segurança e proteção do adolescente.
Pelo principio do respeito ao adolescente, em condição peculiar de um ser em desenvolvimento, o estatuto reafirma que é dever do Estado zelar pela
integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança (art. 125, ECA).
As medidas sócio-educativas se tornam fundamentais e imprescindíveis, uma vez que se pretendem a recuperação de adolescentes infratores. Nesse quesito, objetiva resgatar o adolescente que vivencia a delinquência, concebendo-o como sujeito passível de reintegração por meio da intervenção eficaz para sua inclusão na vida social. Nessa perspectiva, a lei interpreta o adolescente infrator como vítima e não como agressor.
2.4.3 UM NOVO MODELO DE RESSOCIALIZAÇÃO As penas privativas de liberdade, aplicáveis aos imputáveis, ou seja, aos maiores de 18 anos, e a medida sócio-educativa de internação, destinada aos adolescentes em conflito com a lei, representam, em última análise, uma verdadeira privação da liberdade individual. Deste modo, qual será a diferença entre a pena e a medida sócio-educativa? A essência desta questão reside no conteúdo destas medidas. Ambas visam à reintegração social do individuo institucionalizado, entretanto, em decorrência da condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, a medida de internação destinada aos adolescentes emconflito com a lei possui um caráter essencialmente pedagógico, o que a diferencia das penas destinadas aos adultos. Portanto, tal medida não pode confundir-se, em nenhuma hipótese, com um castigo, pois sua finalidade não comporta o mero aspecto retributivo. Se as medidas sócio-educativas, em decorrência do seu aspecto essencialmente pedagógico, não se confundem com as penas, o que difere, no tocante à arquitetura, as unidades de internação dos estabelecimentos prisionais? O ponto central desta reflexão está na natureza e no conteúdo da privação da liberdade, o que, por sua vez, recai nas atividades desenvolvidas ao longo da institucionalização do adolescente e do apenado. Assim sendo, o projeto arquitetônico das unidades de internação deve ser compatível com as atividades pedagógicas ali desenvolvidas e com a condição
peculiar de desenvolvimento dos internos. A incompatibilidade destes aspectos com a unidade de internação representará a ineficácia da medida sócio-educativa de internação e o desrespeito aos direitos do adolescente e aos objetivos do Estatuto da Criança e do Adolescente. Com absoluta certeza, a arquitetura tem sido um dos pontos mais problemáticos, entre os diversos existentes nas unidades de internação ao longo do território nacional. São variados os exemplos de complexos e unidades que se assemelham a presídios e penitenciárias, nas quais torna-se inviável a efetivação da finalidade da medida sócio-educativa. Além disso, são raras as experiências ou discussões acerca dos projetos arquitetônicos das unidades de internação enquanto aspecto importante dapolítica sócio-educativa. Neste contexto, destaca-se a experiência da Fundação da Criança e do adolescente, entidade subordinada à Secretaria do Trabalho e Ação Social do Governo da Bahia. A partir de um bem definido projeto arquitetônico, delineado através das diretrizes constantes no Estatuto da Criança e do Adolescente, a FUNDAC inaugurou, em 1998, um projeto inovador: a Comunidade de Atendimento Sócio-Educativo. Em total compatibilidade com o termo “comunidade” que caracteriza a denominação desta unidade de internação, buscou-se reproduzir a vida comunitária, respeitandose as características do “ser” adolescente e sua necessidade de ir e vir, sem perder de vista o cumprimento da medida sócio-educativa. Ou seja, a partir de uma estrutura física e operacional inovadora e proposta sócio-pedagógica própria, a unidade privilegia o convívio e não o controle e a disciplina, o que resulta na construção de uma verdadeira comunidade.
2.4.4 UM PROJETO ARQUITETÔNICO INOVADOR Localizada em uma área de 6000 m2, a CASE Salvador possui uma estrutura arquitetônica vanguardista, fruto da negação do paradigma do “pavilhão”, no qual as
unidades de internação eram construídas seguindo o molde das edificações do sistema prisional, como presídios e penitenciárias. Tal mudança decorre do enfoque do projeto arquitetônico, que se baseou na idéia de comunidade. Assim sendo, buscou-se espaços livres, abertos, marcados pela presença do verde, capazes de diluir a ostensividade imposta pelos muros e grades da internação. Neste sentido, um dos aspectos que caracterizam a CASE Salvador é a existência de umamplo jardim, comum a todos os adolescentes ali institucionalizados, uma verdadeira “praça” deste pequeno bairro, na qual são realizadas as visitas familiares nos finais de semana. Esta idéia de pequeno bairro também está refletida na idéia de “casas”, ao invés de alas, na qual estão localizados os dormitórios e a sala de convivência, um espaço com televisão e para leitura. No total são seis casas, algumas com dormitórios individuais e outras com dormitórios com capacidade para três adolescentes. Neste sentido, revelando a opção pedagógica de instituir casas e não alas ou pavilhões, é permitido aos adolescentes a posse dos seus pertences nos dormitórios, entre eles, aqueles destinados a decoração deste ambiente, como fotos e posters com seus símbolos e ídolos. Por fim, são diversos os espaços comunitários desenhados a partir da idéia de bairro e comunidade, como a escola, os espaços de lazer (que compreendem as quadras poliesportivas cobertas e os palcos para apresentações artísticas dos internos), as oficinas, o já mencionado jardim e o templo ecumênico. A construção deste último representa uma iniciativa pioneira que visa oferecer aos internos um espaço de reflexão religiosa, respeitando-se as diversas crenças e religiões ali existentes.
2.4.5 O ADOLESCENTE ENQUANTO INDIVÍDUO DA COMUNIDADE Além do projeto arquitetônico, a preservação da identidade do adolescente ali privado de liberdade também constitui um aspecto diferenciador do CASE em comparação à vasta maioria das unidades de internação. A existência de uma
comunidade pressupõe o convívio de indivíduos diferentes entresi. A primeira diferença percebida é a ausência de uniformes, o que representa, na medida em que os adolescentes continuam utilizando suas roupas próprias, o respeito às identidades e características pessoais e um estímulo ao desenvolvimento de sua personalidade de forma não estigmatizante. Importante destacar, neste sentido, as tradicionais práticas institucionais que se caracterizam como verdadeiros “ritos” das unidades de internação, como os rituais de iniciação, o corte dos cabelos e o uso de uniformes e chinelos, por exemplo, nos quais o adolescente é submetido a diversos constrangimentos que acabam estigmatizando-o e marginalizando-o.
2.4.6 A ARQUITETURA E A POLÍTICA SOCIO-EDUCATIVA A experiência baiana demonstra a importância de um projeto arquitetônico bem definido na efetivação das atividades pedagógicas e dos objetivos do Estatuto da Criança e do Adolescente, além de ocupar uma posição essencial na construção da vida social e intima do adolescente internado, pois o espaço físico, em especial no caso da privação da liberdade, uma vez que o jovem somente ali residirá interfere de modo significativo no desenvolvimento saudável do individuo. A contenção do adolescente em verdadeiros presídios resultará em diversos prejuízos à formação
de sua personalidade, favorecendo a sua identificação com a subcultura do crime. A inovação promovida pela Comunidade de Atendimento Sócio-Educativo além de representar uma efetivação dos objetivos do ECA, também demonstrou o sucesso do projeto arquitetônico e da proposta pedagógica, pois foi extremamente baixo o número de incidentes, comomotins e rebeliões, na execução da medida sócioeducativa. O resultado alcançado tornou a CASE referência, base para novos projetos arquitetônicos baseados na idéia de vida comunitária. A importância da questão da arquitetura e das instalações das unidades de internação na elaboração das políticas sócio-educativas deve ocupar um papel de destaque, não podendo ser tal pauta excluída das discussões acerca da medida
sócio-educativa de internação, pois a ausência de reflexão acerca deste aspecto pode representar, além de uma negação de direitos, a ineficácia da própria política sócio-educativa.
3 A EVOLUÇÃO DAS PENAS
3.1 A LEI DAS XII TÁBUAS Na Lei das XII Tábuas da Roma antiga já se estabelecia uma proteção especial aos impúberes tornando-os isentos de pena ordinária, embora pudessem receber uma pena especial, chamada de arbitrária que poderia ser uma advertência ou até mesmo uma pena cruel de bastão. Assim, prescrevia a lei romana: “os pupilos devem ser castigados mais suavemente”.
3.2 O CODIGO DE 1927 Então emanado por Portugal, pelo império e pela República, o Código de Menores de 1927, consagrou um sistema atual no atendimento à criança, focando principalmente, os efeitos causados quanto a omissão do Estado na tutela do órfão,
do abandonado e daqueles nos quais os pais são presumidos como ausentes.Tal norma, teve os direitos civis, pertinentes a criança, protegidos pelo Código Civil Brasileiro. O código de 1927 destinava-se especificamente a legislar sobre as crianças de O a 18 anos, em estado de abandono, quando não possuíssem moradia certa, tivessem os paisfalecidos, fossem ignorados ou desaparecidos, tivessem sido declarados incapazes, estivessem presos há mais de dois anos, fossem qualificados como vagabundos, mendigos, de maus costumes, exercessem trabalhos proibidos, fossem prostituídos ou economicamente incapazes de suprir as necessidades de sua prole. O Código denominou essas crianças de “expostas” (as menores de 7 anos), “abandonados” (as menores de 18 anos), “vadios” (os atuais mendigos de rua), “mendigos” (os que pedem esmolas ou vendem coisas nas ruas) e “libertinos” (que freqüentam prostíbulos). Este mesmo Código estabeleceu que os processos de internação dessas crianças e os processos de destituição do pátrio poder seriam gratuitos e deveriam correr em segredo de justiça, sem possibilidade de veiculação pública de seus dados, de suas fotos ou de acesso aos seus processos por parte de terceiros. Em seu Artigo 68, no Código veio a tratar do então denominado “menor delinquente”, fazendo a diferenciação entre os menores de 14 anos e os de 14 anos completos a 18 anos incompletos, sempre deixando clara a competência do juiz para determinar todos os procedimentos em relação a eles e aos pais. Tratou também da obrigatoriedade da separação dos “menores delinqüentes” dos condenados adultos, mas em 1940 foi promulgado o Código Penal Brasileiro, consagrando a inimputabilidade criminal do menor de 18 anos de idade. Aos delinqüentes maiores de 16 anos institui-se a possibilidade da “liberdade vigiada”, pela qual a família ou os tutores deveria responsabilizar-se pelo processo de regeneração do menor, com as obrigações de reparação dosdanos causados e de apresentação mensal do menor em juízo.
3.3 O CÓDIGO DE MENORES DE 1979 O Código de Menores de 1979 é uma construção doutrinária oriunda do Instituto Interamericano DeI Nino, órgão da OEA, do qual o Brasil participa, juntamente com os Estados Unidos, Canadá e os demais Países das América. Sua formulação teórica é atribuida ao jurista argentino Ubaldino Calvento e teve como maior propagador no Brasil o juiz de menores do Rio de Janeiro, Alyrio Cavalieri. A Associação Brasileira de Juizes de Menores incorporou tal conceito a partir do seu XIV Congresso, realizado no Chile em 1973, sob a justificativa de que se adequava à tradição legislativa brasileira, de só tomar conhecimento da problemática da criança a partir do momento em que se configurasse estar ela em “situação irregular” junto à família. De fato, as alterações no Código de 27 ao longo dos anos, foram todas no sentido de especificar a natureza do tratamento necessário ao “menor infrator”, distinguindoo do órfão e do abandonado, ainda que todos fossem caracterizados como em “situação irregular”. Foi aprovada no Código a substituição das diferentes terminologias pelas quais se designava a criança, exposto, abandonado, delinqüente, transviado, infrator, vadio, libertino, etc., reunindo-os todos sob a mesma condição de “situação irregular”. Sob essa categoria o Código passou a designar as crianças privadas das condições essenciais de sobrevivência, mesmo que eventuais, as vitimas de maus tratos e castigos imoderados, as que se encontrassem em perigo moral, entendidas como as que viviam em ambientes contráriosaos bons costumes e as vítimas de exploração por parte de terceiros, as privadas de representação legal pela ausência dos pais, mesmo que eventual, as que apresentassem desvios de conduta e as autoras de atos infracionais.
3.3.1 ECA (O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE)
O ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n0 8.069/90, revogou o Código de Menores, uma antiga Lei que tratava prioritariamente da punição de menores quando estes cometiam ato tido como criminoso, ou seja, tratava-se de lei de caráter eminentemente penal. O surgimento do ECA se deu em função da pretensão do legislador pátrio de resolver os problemas sociais da criança e do adolescente a partir de uma lei que fosse antes de tudo um mecanismo eficiente, capaz de fazer com que seus protegidos tivessem todos seus direitos garantidos. Essa é a conclusão extraída da leitura do artigo Primeiro da Lei “Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente”. Necessário se faz ressaltar que o legislador, considerando a imensa extensão territorial do Brasil e a não menos extensa diversidade cultural, teve a sensibilidade de determinar expressamente que a Política de atendimento à criança e ao adolescente será estabelecida a partir do debate e deliberação dos órgãos municipais, criados em decorrência da entrada em vigor da lei em comento. Nesse sentido pode-se afirmar que o Estatuto não é uma lei de aplicação comum em todo território brasileiro, ao contrário das demais leis, o ECA prevê que cada Município tratará o tema conforme suas especificidades. Isto é, a municipalização da política deapoio à criança e o adolescente é uma das principais conquistas da lei 8.069 de 13 de julho de 1990. A Lei n0 8.069/90, denominado Estatuto da Criança e do Adolescente, é a legislação em vigor no Brasil que o constituinte incorporou como obrigação da familia, da sociedade e do Estado, em assegurar , com absoluta prioridade os direitos da criança e do adolescente. Tal legislação inaugurou uma nova ordem jurídica e institucional para o trato das questões da criança e do adolescente, estabelecendo limites à ação do Estado, do Juiz, da Polícia, das Empresas, dos adultos, e mesmo dos pais. Criança, até 12 anos, e adolescente, até 18 anos, são definidas como “pessoas em fase de
desenvolvimento”, eliminou-se a rotulação de “menor”, “carente”, “abandonado”, etc., classificando-os todos como crianças e adolescentes em situação de risco. Essa legislação específica, normatizou a atuação do Poder Judiciário na defesa aos direitos da Criança e do Adolescente, atribuiu ao Ministério Público e aos Conselhos Tutelares a promoção e a fiscalização dos mesmos direitos no intuito de proteger ainda mais nossos pupilos em desenvolvimento.
3.3.2 DA REDUÇAO DA IDADE PENAL Consoante disposição do art. 27 do CP, são penalmente inimputáveis os menores
de dezoito anos, ficando sujeitos à legislação especial, no caso o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n0 8.069/90.
3.3.3 A FIGURA DO MENOR DE DEZOITO ANOS NO DIREITO PENAL Considerando-se que, segundo as lições de DELMANTO et al. (2000), a imputabilidade penal seria “a capacidade de a pessoa entender que o fato é ilícito e agir de acordo com esseentendimento”, tem-se que, pelo teor do artigo de lei mencionado que, no entender do legislador, faltaria aos adolescentes e infantes essa aptidão para compreender a ilicitude, ou ao menos, a gravidade de sua conduta. Tal, porém, não é, como acusam os proponentes da redução da idade penal, uma permissão estatal para que os agentes, nessas condições, continuem a infringir a lei e causar a desordem social. Longe disso, o art. 27 é claro ao determinar a submissão dos menores infratores à regra da Lei Menorista, a qual lhes prevê uma série de medidas de cunho protetivopunitivo, fora do aspecto penal, é claro, mesmo porque, se são imputáveis, conforme leciona a boa doutrina, não cometem crimes e, portanto, não poderiam sofrer qualquer sanção penal.
Nesse sentido podemos citar os ensinamentos de Rocha & Greco os quais doutrinam que “para a atuação da finalidade protetiva da norma, pressupõe-se que os menores de idade ainda possuem personalidade em formação e, por isso, a finalidade que orientou a conduta delitiva não merece reprovação”. Necessário ressaltar que esse tratamento diferenciado aos autores de condutas delituosas que ainda contam com tenra idade, tratamento esse mais benéfico, não é recente. Aliás, conforme Minahim (1992), em Roma já era possível encontrar ensinamentos acerca da imputabilidade penal e da adolescência como sua causa de exclusão. Por sua vez, durante a Idade Média e Moderna, muitos dos ordenamentos fixavam, por um lado, uma idade mínima para que a pessoa pudesse ser punida por prática infracional e de outro a idade até a qual a sanção sobre essa pessoa sedaria de forma diferenciada e mais benevolente se comparado aos indivíduos adultos (FRAGA, 1999). Por exemplo, pode-se citar a Constitutio Criminalis Carolina (Inglaterra) em seu art. 104 vedava, salvo casos específicos, a aplicação da pena de morte na forma de sanção sobre menores de 14 anos, ou ainda as Ordennance Francesa de 1682 que previa a criação de estabelecimento especial para o cumprimento de pena para os criminosos mais jovens separadamente dos de maior idade. Por fim, um último exemplo, porém de importância única, é dado pelo Código Penal Francês de 1791, o qual elege como 16 anos a idade mínima para a incidência da lei sobre a pessoa autora de um injusto penal, ficando os menores de tal idade irresponsáveis penalmente por seus atos, o qual serviu de modelo para os mais diversos ordenamentos penais criados ao longo do século XIX.
3.3.3.1 A IDADE COMO LIMITE À IMPUTABILIDADE PENAL
Nas palavras de Luiz Carlos Osório (1992, p. 10), “a adolescência é uma etapa evolutiva peculiar ao ser humano. Nela culmina todo o processo maturativo biopsicossocial do individuo”. O ser humano, ao longo de seu crescimento, passa por três fases: a infância, a adolescência e a fase adulta. A primeira costuma ir do nascimento aos doze anos, aproximadamente a segunda se inicia entre os doze e os quinze anos, terminando por volta dos dezoito ou vinte e um anos e, em certos casos, até além dessa idade; e a terceira iniciando-se entre os dezoito e os vinte e um anos e só se findando com o falecimento do indivíduo na sua velhice. Cada uma dessas três etapas é marcada por características bemsutis, flsicas como psicológicas e emocionais, sendo que a primeira (infância) e a (fase adulta), se mostram inteiramente antagônicas entre si, enquanto que a adolescéncia seria uma fase de transformação, de metamorfose da criança em adulto. Durante a infância todo ser humano se mostra inteiramente indefeso e imaturo, tanto física como psicologicamente. Não é ele capaz de conduzir-se em quase nada por si só, dependendo inteiramente dos cuidados dos mais velhos e essa dependência se faz facilmente aparente. Não possui ela, nessa primeira fase de sua vida, capacidade de estabelecimento ou mesmo de compreensão de valores próprios ou qualquer elemento de sobriedade que marcam a fase adulta. De fato, a pessoa vive o que lhe ensinam a viver, absorve tudo o que lhe é colocado. Em síntese, não possui ela autonomia. Totalmente oposta, por sua vez, é a fase adulta, na qual o indivíduo se encontra já amadurecido fisicamente e apto, portanto, a sobreviver por si só e a perpetuar a sua linhagem. Também apto psicologicamente e preparado, portanto, para, por um lado, enfrentar de forma racional os desafios que lhe são lançados e, por outro, assumir a responsabilidade pelos erros que venha a cometer.
Entre essas duas fases, contudo, existe uma terceira, que seria, como dito linhas acima, a adolescência, exatamente o período de transição entre a primeira e a segunda e, como toda transição, se mostra turbulenta e complexa, não apenas para o indivíduo que por ela passa, como também para todos os que o cercam. É o indivíduo caracterizado, acima de tudo não pelo que é, mas pelo que não é. Não énem criança e nem adulto. Se mostra mais amadurecido e dependente do que era na infância, mas ainda não é inteiramente capaz e seguro e si como os adultos. Todas essas transformações físicas e psicológicas, inevitavelmente, acabam por eclodir no comportamento do adolescente no meio social, onde ele busca individualizar-se dos demais e, assim, encontrar o seu próprio espaço (OSÓRlO, 1992), por vezes resultando seu comportamento até mesmo contraditório e impulsivo. Nas palavras do mesmo Osório (1992: 56), “a psicopatologia peculiar a grupo etário adolescente caracteriza-se fundamentalmente por alterações na área comportamental, onde o adolescente, na impossibilidade de superar seus conflitos no mundo que o cerca, protesta contra o modo como este está estruturado e tem objetivo de transformá-lo em lugar de modificar-se (...) o conflito eu-mundo externo, decorrente da própria necessidade evolutiva de diferenciar-se e individualizar-se do adolescente, quando exacerbado dá origem aos distúrbios de conduta”. Devido exatamente a esse estado de confusão comportamental é que surge a necessidade de se tratar diferencialmente os menores de determinada idade que ainda não passaram inteiramente pelo processo de amadurecimento fisiopsicossocial em relação aos adultos. Não há como se cobrar de uma pessoa a responsabilidade fundada em um amadurecimento pelo qual ainda não passou.
E isso não é trato apenas da Justiça Brasileira, mas orientação da própria Organização das Nações Unidas, que pela cláusula 4.1 das regras de Beijing dispõe b. sistemas jurídicos que reconheçam o conceito deresponsabilidade penal para jovens, seu começo não deverá fixar-se numa idade demasiado precoce, levando-se em conta as circunstâncias que
acompanham a maturidade emocional, mental e intelectual. (BARROSO, 1997).
Quanto aos infantes, dúvida alguma há neste sentido, uma vez que patente se mostra a imaturidade e, em decorrência, a inculpabilidade deles frente ao Ordenamento penal. Já para os adolescentes, no entanto, a questão é mais problemática, eis que não há como negar, encontram-se eles em um ponto de amadurecimento mais elevado que as crianças e em pleno desenvolvimento de sua capacidade de conhecimento, o que, a principio, resultaria na possibilidade de se lhes cobrarem também maiores responsabilidades. E ver a idade que um adolescente com seus dezesseis, dezessete anos, salvo raras exceções, sabe que matar, furtar ou mesmo desobedecer a ordem superior, enfim, é prática errada e contrária à lei e aos bons costumes. Isso, contudo, até uma criança de sete anos sabe (CAVALLIERI, 1998). Ao se dizer, no entanto, que um adolescente é imaturo para conhecer plenamente a ilicitude de seus atos não se quer falar que não sabe ele, objetivamente o significado do texto normativo, e menos ainda que deve ele, sendo imaturo, sair inteiramente
impune de qualquer ato ilícito que tenha praticado.
O correto entendimento da imaturidade como razão da inimputabilidade dos adolescentes se liga ao fato de, sendo imaturo e impulsivo, o adolescente, mesmo conhecendo objetivamente a ilicitude do ato que pratica, não é capaz de enxergar mais profundamente as conseqüências desses atos, tanto para si como paraaquele a quem seu ato lesiona (BRUNO, 1967).
Se assim não fosse, razão também não haveria para que a lei civil se preocupasse em proteger também os menores de idade contra seus impulsos e imaturidades que, sem sombra de dúvidas, lhes fazem presas fáceis de maldades e astúcias alheias.
Simplificadamente, pode-se definir o crime como sendo uma conduta humana típica, ilícita e culpável, sendo que, desses elementos, os dois primeiros (tipicidade e ilicitude) ligam-se à prática ínfracional em si e o terceiro, culpabilidade, ao próprio agente, ou melhor, à sua capacidade de compreender a ilicítude ou portar-se de acordo com tal compreensão. (TOLEDO, 1994).
Por sua vez, a imputabilidade se trata de elemento integrante da culpabilidade, vez que se ligada às nuances psíquicas envolventes do agente no momento da prática delituosa, trazendo incisivos reflexos concretos na forma de se analisar o delito e não simples filigramas jurídicos como até poderiam imaginar os menos avisados. Logo, pela proposição de mudança constitucional ora analisada, no que diz respeito aos adolescentes de 16 a 18 anos, a imputabilidade simplesmente seria deslocada do elemento do crime culpabilidade para o elemento tipicidade caso o fato típico praticado se enquadrasse entre os mencionados no proposto artigo constitucional. Sem medir palavras, isso representaria não menos que um total contra-senso jurídico, um racha dentro da teoria do crime e, por conseguinte, em toda a sustentação teórica do Direito Penal Moderno. E tudo isso em nome de um discurso excessivamente punitivo que em nada contribui de concretonem para a redução da criminalidade como um todo e, menos ainda, para a recuperação dos adolescentes infratores. 3.3.3.2 FUNDAMENTAÇÕES À DEFESA DA REDUÇÃO DA IDADE PENAL MÍNIMA De fato, muitas são as proposições de alteração constitucional para redução da idade penal mínima.. Dessas, como dito, algumas se diferem pelo limite sugerido, a forma de aferição da imputabilidade ou o parâmetro utilizado para definir quando seria e quando não seria necessário, objetivamente, criminalizar a conduta do adolescente infrator. Em nada porém, inovam ou diferem umas das outras no que diz respeito à fundamentação teórica para sua aprovação. Assim é que, apesar de várias serem as propostas, podem ser relacionados em, basicamente, cinco os argumentos para a alteração constitucional: a evolução e amadurecimento mais acelerado dos adolescentes dos dias atuais em relação aos da época em que entrara em vigor o Código Penal pátrio; o reconhecimento da maturidade dos adolescentes para outros efeitos jurídicos; o alto índice de adolescentes envolvidos com a prática infracional, a ineficácia do Estatuto da Criança e do Adolescente no combate à criminalidade juvenil e, por fim, a tendência
do Direito Alienígena em favor da redução. Três destes argumentos merecem melhor análise para o trabalho em comento: O alto índice de adolescentes envolvidos na prática infracional. Tem-se a alegação de este ter sido elevado na atualidade, o número de adolescentes envolvidos em práticas delituosas, tornando-se exigível uma mais forte repressão a eles como resposta à insegurança social.
... não é possível que aaparente ou real fragilidade física de menores de dezoito anos sirva como biombo para ocultar a carga de criminalidade e de violência de que são capazes, muito acima do ‘homem médio’, atemorizando a família e a sociedade, quando se embrenham nos descaminhos da marginalidade, e, por esse efeito, não devem ficar sob a tutela da legislação especial. (PEDRINHO ABRÃO)
E, completando o raciocínio, alega-se que os adolescentes em tais • circunstâncias só se mantem na prática delituosa porque sabem que o ECA não é eficaz no combate à criminalidade, adotando medidas em muito tolerantes para com os infratores, servindo mais como um aval a que continuem na vida criminal do que se ressocializem. À assertiva de que é necessária a redução porque grande é o número de adolescentes infratores, a princípio, pode não ser, por si só, argumento capaz de justificar a criminalização de suas condutas. Do contrário, dentro em breve: • estaremos também criminalizando a conduta de alienados mentais pelo simples fato de, ao invés de adolescentes, que se tornaram puníveis criminalmente, passem a ser aqueles a mão de obra utilizada pelos grandes delinqüentes para, ocultamente, cometerem seus delitos Ora, uma coisa em nada justifica a outra. E mais longe, não é o simples fato de se dizer que uma prática passa a: • constituir crime, e tem sua pena agravada, capaz de reduzir o seu índice de ocorrência. Tal assertiva é pacífica e a prova disso é a Lei de Crimes Hediondos,
que eliminou absurdamente toda uma série de garantias paulatinamente construídas em favor do réu e do condenado, e que em nada se mostrou hábilpara a diminuição daquelas práticas delituosas A ineficácia do Estatuto da Criança e do Adolescente no combate à criminalidade juvenil. Nessa linha argumentativa é que também se critica o argumento de ineficácia do ECA para combate da prática delituosa quando perpetrada por menores. A função primeira do ECA não é combater a criminalidade juvenil, mas sim a de ser, como seu nome diz, um ordenamento integral de proteção àqueles, fundado sempre na doutrina da criança e adolescente como indivíduos em formação merecendo, portanto, proteção integral, ao contrário do antigo Código de Menores, eminentemente punitivo. Assim, as medidas que institui como resposta aos adolescentes infratores têm, em primeiro lugar, a função de buscar sua educação e, só secundariamente, o caráter punitivo. E este, ainda, totalmente fora dos moldes e da mentalidade penal. Nas palavras de Barro Filho (2002):
[...] tendo em conta a peculiar situação de pessoa em formação e desenvolvimento e por ser inimputável, recebe (o adolescente infrator) como resposta à sua conduta infracional medidas de caráter sócioeducativo.
Justamente por esse motivo é que, por uma análise rápida do art. 112 do ECA se nota determinar tal lei a aplicação, sempre que possível, conjunta das medidas sócio-educativas (admoestação verbal, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços comunidade, liberdade assistida, inserção em regime de semiliberdade e internação em estabelecimento educacional) com as de caráter eminentemente protetivo previstas no art. 101,I a VI da mesma Lei n0 8.069/90. Lado outro, difícil dizer que o sistema demedidas sócio-educativas do ECA é capaz
de ressocializar os adolescentes infratores, uma vez que a legislação em questão, ainda não foi implantada corretamente no Brasil, persistindo, na maior parte do país, a estrutura e a mentalidade do antigo Código de Menores, implantadas pelo falido Sistema Febem. E, conforme pesquisa apresentada na 3ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (2000), o que se comprovou foi justamente o dos argumentos levantados pelos defensores da redução da idade penal. Isto é, que nos locais onde a estrutura determinada pelo ECA se fez corretamente, o índice de reincidência, por assim dizer, dos menores infratores não passou de dez por cento, enquanto o índice de reincidência no carcerário supera os oitenta por cento. Ora, diante disso, como se pretender trocar o sistema do ECA pela Lei A orientação no Direito Comparado Como derradeiro argumento, alguns dos paises mais avançados, segundo dissertam, Estados Unidos e Inglaterra, bem como a maioria dos demais países, teriam erigido a redução da idade penal mínima para aquém dos dezoito anos como meio de combate à criminalidade (LOBO, 2001). De acordo com dados da ONU, de cinqüenta e sete legislações analisadas, apenas
17%, adotariam a idade penal abaixo dos dezoito anos, a dizer, EUA, Bermudas, Chipre, Grécia, Haiti, India, Inglaterra, Marrocos, Nicarágua, São Vicente e Granadas. E Silvana Lobo, por sua vez, menciona outros Estados onde a idade penal é fixada abaixo do limite brasileiro, dentre as quais se pode citar o Egito, Líbano, Iraque, Honduras, Panamá, dentre outros, todos,entretanto, países marcados pelo subdesenvolvimento econômico e cultural. Por outro lado, países como a Alemanha e a Espanha, tidos como referência mundial em matéria penal, mantém a imputabilidade a partir dos dezoito anos e, até mesmo o Japão, país tido como extremamente rigoroso, sustenta a idade penal mínima a partir dos vinte anos e, ainda segundo a pesquisa realizada pela Organização das Nações Unidas, nada menos do que 61,4% dos países adotam
como idade penal mínima os dezoito anos, havendo ainda outros tantos que a adotam a partir de dezenove, vinte e, até mesmo, vinte e um anos (KAHN, 2002). Não é, portanto, uma tendência mundial a fixação da idade penal mínima abaixo dos dezoito anos, ao contrário do que sustentam os defensores de tal medida, mas sim sua mantença em tal patamar. Há recomendações tiradas da Conferência Ibero-Americana dos Direitos da Criança e do Adolescente, a dizer: “recomendar os países a considerar a idade de imputabilidade aos dezoito anos, fortalecer as medidas alternativas da privação: • de liberdade e que essa seja cumprida em centros especializados para adolescentes e adotada como último recurso e pelo menor tempo possível e instrumentadas em medidas sócioeducativas” (ln BARROSO FILHO, 1997). O que se pode dizer, então, é que houve um equívoco ao se mencionar que a tendência atual seria a de reduzir a idade penal para aquém dos dezoito anos, idade adotada no Brasil.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mais do que um problema jurídico isolado, o envolvimento de adolescentes na prática delituosa é questão de cunho social, refletindo bem os problemas dasociedade adulta. E, o que é pior, acrescida de um agravante: se não for bem resolvida, tende a não apenas se protelar no tempo, como se agravar cada vez mais, numa espécie de círculo vicioso. Para combater esse problema, surgem várias propostas e questionamentos como a redução da idade penal para aquém do atual limite de dezoito anos, a pouca aplicabilidade e ineficácia do ECA e novos métodos e modelos de ressocialização de menores. A nosso ver, porém, não basta simplesmente editar-se uma lei de um dia para o outro determinando que adolescentes de quatorze, dezesseis ou dezessete anos passarão a cumprir penas como se adultos fossem para se acabar com a delinqüência dos mesmos.
Mais que isso, necessária é que a adoção de uma política séria de defesa e proteção dos menores atuando, sempre que possível, antes da corrupção de sua personalidade e, quando tal não o seja, com medidas verdadeiramente recuperatórias e não apenas punitivas. Tal era a tendência pretendida pelo Código Penal de 1940 quando de sua promulgação, tendência essa que, apesar de arranhada pela falta de sensibilidade social dos últimos tempos, em especial durante o período negro da História Recente do Brasil (ditadura militar), não foi jogada por terra. A ela perfeitamente se adequa o ECA, eminentemente pedagógico e nada vingativo nas medidas sócio-educativas que direciona aos infratores, vez que elaborada com base nas mais modernas correntes doutrinárias médicas e jurídicas, elegendo a criança e o adolescente não como um problema social a ser resolvido, mas como o bem maior a ser protegido pela sociedade. E, nessesentido é que estabelece tal ordenamento uma série de direitos a serem protegidos e outra tanta série de medidas a serem aplicadas em favor dos menores para sua educação e/ou reeducação. Medidas essas que, visam a educar ou reeducar o adolescente que, por deficiências as mais variadas, não conseguiu assimilar as regras da boa convivência social, enveredando pelos caminhos da criminalidade. Educar não é simplesmente punir, mas instruir, conduzir e, somente quando necessário, repreender nos limites do necessário. Por tudo isso é que se pode dizer, com toda a segurança, que simplesmente adotar qualquer das proposições de redução da idade penal representaria simplesmente “varrer para debaixo do tapete do direito penal” o problema da delinqüência juvenil que, como se falou, ultrapassa as barreiras do ato infracional em si, encontrando-se com toda uma problemática social de infraestrutura e amparo que se deixa de oferecer aos jovens de nosso pais.
Mais que inflar ainda mais nossas cadeias, dessa vez com adolescentes ainda cheios de vigor e possibilidade de recuperação, necessário e exigente se faz a adoção de políticas sérias, como se disse, de tratamento às crianças e adolescentes, infratores ou não, vez que, acima de tudo, são pessoas em desenvolvimento. E tal política somente se fará possível na medida em que se coloquem em prática, e da forma correta, as medidas trazidas pelo Estatuto Menorista, isto quando o Estado e o Poder Judiciário estiverem em condições de sua real aplicação. Mas, ainda assim, é melhor preparar o homem para voltar ao convivio social do que abandoná-lo àprópria sorte, nos fundos de uma cela, onde, ao final da pena sua presença na comunidade passa a representar uma ameaça dada à periculosidade que o convívio carcerário propicia.
5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO
5.1 CONCLUSÃO O tema sobre o Menor Infrator – abordado neste Trabalho Monográfico é de grande relevância para todos os cidadãos, desde o mais idoso, o adulto e principalmente aquele da mais tenra idade. É de pequeno que se molda a personalidade do cidadão ou se aprimora o que já vem embutido em sua índole. Ouve-se muito sobre o menor, principalmente em campanhas eleitorais, quando candidatos usam a imagem da criança como escopo para obter maior quantidade de votos, argumentando que tudo fará para que o menor de rua se torne uma página do passado e que tenha uma vida digna, com habitação, educação, saúde e boa formação para se tornar um adulto consciente dos seus deveres e do seu papel na sociedade.
Decorrido o período eleitoral, tudo o que se percebe é que não passou de mais uma estratégia ou artimanha de marketing eleitoral. Após ser eleito, o candidato já nem se lembra mais das promessas mirabolantes que fizera no palanque e o menor continua nas ruas, fazendo das calçadas o seu berço e de páginas de jornais, seu cobertor. Para conter o frio e a fome alguns procuram lenitivo nos vidros de cola de sapateiro, pois enquanto cheiram, ficam dopados e se esquecem das mazelas de não ter um lar, dignidade, o mínimo necessário para sobreviver com decência. Não tarda para que outros se juntem no grupo e assim dão margem à idéias ilícitas como pequenos furtos para começar; emseguida, já adquirem uma arma e passam para assaltos à mão armada, se apanhados, são encaminhados ao delegado, ao Conselho Tutelar e a outros órgãos, mas não passa disso, logo estão de volta às ruas e a violência, mais a revolta e a agressividade se explodem, é quando então estão aptos para o mundo do crime. Alguns são encaminhados para casas de recuperação, que não conseguem o resultado esperado, ao contrário, essas instituições acabam se tornando “universidades do crime”, pois lá dentro ocorre de tudo, desde a violências sexuais, tráfico de drogas e aprendem novas táticas que vão facilitar a vida desregrada quando estiverem de novo nas ruas. Lamentavelmente, muitos são mortos, não conhecem nem a juventude, outros vão para trás das grades, onde se misturam com presos de todos os tipos, inclusive elementos de alta periculosidade, como estupros, sequestros e homicídios e assim termina a vida de um menino que tinha tudo para se tornar um homem de bem, mas acabou escolhendo ou sendo conduzido aos caminhos cruéis e às curvas sinistras do destino. Ë claro que jamais, infelizmente, se chegará à extirpação total da prática infracional por adolescentes, não por falha da lei e sim pelo mesmo motivo que nunca se chegará
à eliminação total da criminalidade adulta, qual seja, o fato de que, por natureza, o homem é um ser falível, mas nem por isso devemos cruzar os braços e esperar para nos tornarmos trambém vítimas. Quantas já se foram e quantas ainda
deverão ter a mesma sina? É bom refletir, se der tempo... Conforme ditado popular, “cadeia é escola do crime” e não reeduca ninguém. Ora, setal observação já se comprovou em relação aos adultos, por que quanto aos adolescentes, ainda em formação, seria diferente?
5.2 RECOMENDAÇÕES O assunto abordado é amplo e necessita do apoio de autoridades e todos os segmentos da sociedade, afinal, o problema do Menor Infrator acaba sendo de todos, pois se não for corrigido em tempo, transformar-se-á no marginal do futuro. As escolas precisam enfatizar melhor a questão, pois a Educação é o caminho. É preferível educar hoje, para não punir amanhã. A família precisa estar ladeada com a escola e demais órgãos de proteção ao menor, dando-lhe o devido respaldo psicológico para que possa se sentir amparado e seguro quando se deparar ante a propostas tentadoras de pessoas inescrupulosas, que vivem de forma ilícita, usurpando de pessoas inocentes, o pouco que têm para o seu sustento. Trancafiar não é a solução, uma casa de recuperação pode ajudar e muito o menor que ainda não sabe conviver com o mundo, diante das adversidades e dos desafios, porém, é preciso que haja uma continuidade, um acompanhamento desse menor, com visitas periódicas e toda uma infra-estrutura, como trabalho e terapia ocupacional, no sentido de tirá-lo das ruas e das garras de elementos de alta periculosidade que só tendem a promover o mal.
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