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009 direito constitucional emilly albuquerque direitos e deveres individuais e coletivos IV

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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou 
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Sumário 
Direitos Individuais e Coletivos ........................................................................................................................................ 2 
 
 
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Direitos Individuais e Coletivos 
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, 
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
Extradição é a transferência de uma pessoa de um país para outro, a pedido deste, para 
que nele seja processada e punida por algum crime. É um ato de soberania do Estado, que a 
defere se quiser, e depende da existência de tratados de extradição ou compromissos de 
reciprocidade. 
 
Jurisprudência: 
Súmula 1: “É vedada a expulsão de estrangeiro, casado com brasileira, ou que tenha filho 
brasileiro, dependente de economia paterna”. 
Súmula 421: “Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com 
brasileira ou ter filho brasileiro”. 
Expulsão – o estrangeiro comete crime no território nacional, é preso, processado, 
condenado, em regra, termina de cumprir a pena e é expulso. Brasileiros natos e 
naturalizados não podem ser expulsos. Pode haver tratado internacional que permita que 
cumpra a pena em seu país de origem. 
Deportação – o estrangeiro entra na República Federativa do Brasil sem o 
cumprimento de regras administrativas (visto), e é convidado a se retirar do território 
nacional. 
Extradição – pode ser ativa e passiva. A extradição passiva significa entregar a outro 
estado o estrangeiro ou brasileiro naturalizado que lá cometeu crime e depois se refugiou 
no Brasil. A intenção é que estes criminosos sejam enviados para o país em que cometeram 
o crime e lá sejam processados e julgados pelo que fizeram. O trâmite deste procedimento 
se dá no STF, e a decisão final é do Presidente da República. A extradição ativa ocorre quando 
o Brasil requer o envio de brasileiros ou outros estrangeiros que cometeram crimes no 
Brasil e fugiram para outro país, para que aqui possam ser processados e julgados. 
 
Regras : 
- Brasileiro nato: nunca se extradita 
- Brasileiro naturalizado: Regra é não ser extraditado, salvo 2 hipóteses: 
a) tráfico ilícito de entorpecentes; 
b) qualquer crime, desde que cometido antes da naturalização; 
- estrangeiro: será sempre esse extraditado, exceto: 
c) crimes políticos; 
d) crimes de opinião; 
Essas duas hipóteses estão ligadas à liberdade de expressão e manifestação de 
pensamento. O Brasil não autoriza a extradição quando ocorre perseguição política, 
ideológica ou filosófica. A definição de crime político é a que o STF entender como tal. A idéia 
básica: são crimes que atentam contra o Estado, a ordem política e constitucional de um país. 
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Os crimes de terrorismo e contra autoridades públicas, que seriam talvez as únicas 
hipóteses de crimes políticos, acabam sendo exceções que autorizam a extradição, 
esvaziando o conceito de crime político e garantindo a segurança do Estado. 
A extradição só ocorre se o crime que o individuo cometeu lá fora for também 
considerado crime aqui no Brasil (dupla tipicidade), o Brasil não extradita crimes puníveis 
com pena de morte e prisão perpétua. 
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; 
Nestes casos, o estrangeiro será protegido pelo asilo político. 
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
Eis o princípio do Juiz Natural: as autoridades judiciárias que funcionam num processo 
precisam ser aquelas com competência para isso. 
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
Trata-se do Princípio do Devido Processo Legal: determina que as características e 
peculiaridades de cada tipo de processo judicial sejam religiosamente respeitadas. 
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
Contraditório é o poder que tem cada parte de resistir ao que pretende a outra parte. 
Ampla defesa é a garantia constitucional que a parte tem de usar de todos os meios legais de 
fazer prova para tentar provar a sua inocência ou para defender as suas alegações. 
 
Jurisprudência: 
AI 603.460, 31/10/08: “Não ofende o art. 5º, LV, acórdão que mantém o indeferimento 
de diligência probatória tida por desnecessária. O mencionado dispositivo constitucional 
também não impede que o julgador aprecie com total liberdade e valorize como bem 
entender as alegações e as provas que lhe são submetidas”. 
Súmula 523: “No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua 
deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu”. 
Súmula 704: “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido 
processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por 
prerrogativa de função de um dos denunciados”. 
 
Súmula Vinculante 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso 
amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório 
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do 
direito de defesa” 
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
São provas ilegais as ilícitas, as que infringem as normas do direito material e as 
ilegítimas que desrespeitam o direito processual. 
A jurisprudência atual do STF adota a teoria dos frutos da árvore envenenada, 
entendendo que a prova ilícita originária contamina as demais provas dela decorrentes. 
Porém, vale ressaltar que a jurisprudência pátria tem dado interpretação restritiva a esta 
teoria, quando a prova de qualquer outro modo seria descoberta por outros meios de prova 
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ou não representa consequência exclusiva da prova ilícita, sendo resultado também de 
outras provas regulares. 
 
Jurisprudência: 
HC 75.338, 11.03.1998: “Como gravação meramente clandestina,que não se confunde 
com interceptação, objeto de vedação constitucional, é lícita a prova consistente no teor de 
gravação de conversa telefônica realizada por um dos interlocutores, sem conhecimento do 
outro, se não há causa legal específica de sigilo nem de reserva da conversação, sobretudo 
quando se predestine a fazer prova, em juízo ou inquérito, a favor de quem a gravou”. 
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória; 
Consiste no Princípio da Presunção de Inocência. Trânsito em julgado é a expressão 
jurídica que indica uma decisão judicial irreformável, não mais passível de recursos, 
consolidada. 
Desse princípio advém o princípio do “in dúbio pro reo”, segundo o qual, havendo 
dúvida na interceptação da lei ou na indicação do fato, será adotada aquela que for mais 
favorável ao réu. 
Em decisão recente (17/02/16) o STF admitiu a prisão logo após condenação em 2ª 
instância. Antes o réu podia recorrer em liberdade perante o STJ e o STF. Entretanto, os 
Ministros entenderam que a condenação colegiada já mostra a culpa do réu. Assim, bastará 
a sentença condenatória de um tribunal de Justiça estadual (TJ) ou de um tribunal regional 
federal (TRF) para a execução da pena. 
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo as 
hipóteses previstas em lei; 
As exceções, isto é, os casos em que poderá ser exigida a dupla identificação, civil e 
criminal, deverão ser criados por lei. Desse modo, a Lei nº 12.037/2009 trata da 
identificação criminal do civilmente identificado. O objetivo é evitar o constrangimento do 
investigado. 
Segundo a referida lei, a identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes 
documentos: carteira de identidade, carteira de trabalho, carteira profissional, passaporte, 
carteira de identidade funcional ou qualquer outro documento público que permita a 
identificação do indiciado. 
Entretanto, embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer 
identificação criminal quando: o documento apresentar rasura ou tiver indício de 
falsificação; o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o 
indiciado; o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações 
conflitantes entre si; a identificação criminal for essencial ás investigações policiais; constar 
de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; o estado de 
conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento 
apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. 
 
A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão 
juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra 
forma de investigação. 
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Por fim, é importante esclarecer que é vedado mencionar a identificação criminal do 
indiciado em atestados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo criminal, 
antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. 
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no 
prazo legal; 
Trata-se da Ação Penal Privada subsidiária da Pública. A ação penal pública é exclusiva 
do Ministério Público, porém, na falta de interposição por este, no prazo de 6 meses, e para 
que o crime não fique impune, o ofendido ou seu representante legal poderá ofertar a ação 
privada. 
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem; 
Em regra, todo ato é público, proibindo-se as sessões secretas, salvo quando justificável, 
com o chamado segredo de justiça, sendo interesse apenas das partes e de seus advogados. 
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada 
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime 
propriamente militar, definidos em lei; 
Não sendo militar, não estando em flagrante ou não tendo a fundamenta-la uma ordem 
de autoridade judicial escrita e fundamentada, a prisão estará inconstitucional e ilegal. 
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
São obrigatórias duas comunicações a partir da prisão: Uma, ao juiz competente, o qual 
vai justamente avaliar a legalidade da prisão, considerando o que consta no inciso anterior. 
Outra, ou à pessoa que o preso indicar, e que poderá ser o seu advogado, ou a alguém da 
família, se for possível identificá-la. 
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, 
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
Qualquer preso, em qualquer situação, pode reservar-se o direito de somente falar em 
juízo, negando-se a responder a todas as perguntas da autoridade policial. Não prevalece 
mais a antiga ideia de que “quem cala consente”. 
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu 
interrogatório policial; 
O dispositivo tem finalidade nitidamente constitucional. Sabendo que o preso tem 
direito de identificá-lo, o policial que realizar a prisão ou o interrogatório do preso saberá 
usar apenas a força necessária para um e outro ato, não podendo cometer excessos, pelos 
quais poderá vir a ser processado por abuso de autoridade. 
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
Prisão ilegal é aquela que não obedece aos parâmetros legais. Tal prisão, por mais que 
se tenha certeza de que o preso é o culpado, deverá ser relaxada (liberação do preso) por 
ordem de autoridade judiciária. 
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade 
provisória, com ou sem fiança; 
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Há crimes afiançáveis, pelos quais se possibilita ao preso pagar uma quantia arbitrada 
por autoridade policial ou judicial, e a partir desse pagamento, obter liberdade provisória. E 
há crimes levíssimos, cujos autores, mesmo presos em flagrante, deverão ser libertados 
provisoriamente sem precisar pagar fiança, chamados crimes cuja prisão o preso livra-se 
solto. 
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento 
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e do depositário infiel; 
A natureza da prisão civil é coercitiva, ou seja, a pessoa é presa para ser forçada a fazer 
alguma coisa. A regra é a de não haver prisão civil por dívida, salvo as exceções acima. 
Depositário infiel é quem recebe um bem para guardar em depósito e na hora de devolver 
esse bem, não mais o tem, sem justificativa. 
A Constituição Federal de 1988 prevê as duas únicas formas possíveis de prisão civil: a 
do devedor de alimentos e a do depositário infiel (art. 5º., LXVII). Quanto ao devedor de 
alimentos, não há dúvida do seu cabimento, por força do art. 19 da Lei de Alimentos (Lei nº. 
5.478/68) e do art. 733, § 1º, do Código de Processo Civil, entretanto, o mesmo não ocorria 
em relação ao depositário infiel. Atualmente, o entendimento é unânime no sentido de que 
tal prisão está proibida em razão de tratado internacional do qual o Brasil é signatário.Jurisprudência: 
HC 87.585, 03/12/08: “A subscrição pelo Brasil do Pacto de São José da Costa Rica, 
limitando a prisão civil por dívida ao descumprimento inescusável de prestação alimentícia, 
implicou a derrogação das normas estritamente legais referentes à prisão do depositário 
infiel”. 
Súmula Vinculante 25: “É ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a 
modalidade do depósito”.

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