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pavimentação RÍGIDA TRABALHO

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1. INTRODUÇÃO 
Segundo o Manual do DNIT - 2006, Pavimento é a superestrutura 
constituída por um sistema de camadas de espessuras finitas, assentados 
sobre um semi-espaço considerado teoricamente como infinito (infra-
estrutura ou terreno de fundação) a qual é designada de subleito (Manual 
do DNIT, 2006). 
Estruturas dos pavimentos são as seguintes: 
 
2. PAVIMENTO RÍGIDO 
Segundo o Manual do DNIT – 2006, pavimento rígido é aquele em 
que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas 
inferiores e, portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes 
do carregamento aplicado. 
Segundo Senço (1997), pavimento rígido é caracterizado pela 
inaptidão à deformação, o qual sofre estruturalmente pela tração na flexão 
quando deformados. À exemplo deste têm-se os pavimentos constituídos 
principalmente de concreto de cimento. 
De acordo com o Professor Jorge Soares da UFC, o pavimento rígido 
é constituído de placa de concreto de cimento Portland (camada 
desempenha o papel de revestimento e base ao mesmo tempo) e sub-base 
(camada empregada com o objetivo de melhorar a capacidade de suporte do 
subleito). 
 
 
 
Estrutura do pavimento rígido 
 
Sub-base é chamada de base, e não se menciona a sub-base para o 
pavimento. Por causa da alta rigidez do concreto, a placa distribui o 
carregamento para uma grande área de solo. A maior parte da capacidade 
estrutural é provida pela própria placa, ao contrário de pavimentos flexíveis 
onde à capacidade estrutural é atingida através de camadas de sub-base, 
base e revestimento. 
 
3. IMPORTÂNCIA DA PAVIMENTAÇÃO NO CENÁRIO 
BRASILEIRO E MUNDIAL 
 
Sempre foi de grande importância para a sociedade brasileira e 
mundial realizar deslocamentos entre regiões diferentes como forma de 
integração social, econômica, cultural e/ou política. Um dos meios pelo 
qual são realizados esses deslocamentos é pelo intermédio de estradas, que 
são responsáveis por uma grande parcela dos mesmos, o pavimento é uma 
forma de aprimorar essas estradas garantindo segurança, conforto, 
eficiência e economia aos seus usuários. 
Uma estrada pavimentada de forma correta apresenta a superfície 
regular e mais aderente aos pneus utilizados nos meios de transporte, 
proporcionando, assim, menores riscos quanto à perda de controle do 
veículo e garantindo a resposta à qualquer necessidade de frenagens ou 
desvios repentinos. 
Da mesma forma, uma viagem mais suave e confortável permite uma 
velocidade maior de tráfego reduzindo o tempo necessário para o 
deslocamento e evitando a acumulação de veículos na via. 
Reduzindo o tempo de viagem e a densidade de veículos, um maior 
número de deslocamentos poderá ser realizado em menores períodos de 
tempo, acelerando a circulação de bens e pessoas. 
A economia em manutenção, tanto do pavimento, quanto dos 
veículos utilizados, estão entre as principais vantagens ao usuário com 
relação a uma pavimentação de qualidade, haja vista que o recurso para 
implantação e manutenção da pavimentação de estradas vem de impostos 
cobrados do mesmo. 
4. MATERIAIS UTILIZADOS 
 
Como observado no item anterior, o pavimento é uma estrutura 
complexa constituída por camadas distintas que interagem entre si para 
garantir as características estruturais necessárias ao projeto, o que 
diferencia e garante as propriedades necessárias a cada uma destas camadas 
são, além da disposição e espessura individual, os materiais constituintes 
das mesmas. 
 
Segundo Senço (1997) destaca os solos dentre os materiais que 
compõem os pavimentos, pois, mesmo este podendo ser excluído da 
composição das camadas projetadas, sempre terá papel de grande 
importância na atuação como subleito para a pavimentação, reforçando a 
necessidade de estudá-lo. 
 
Outro material imprescindível é o agregado utilizado em larga escala 
ao longo da estrutura do pavimento, haja vista que várias, senão todas, as 
camadas do mesmo possuem agregados. Assim como o solo, os agregados 
abrangem uma imensa gama de características que influenciam na sua 
utilização para a pavimentação. 
 
Para a pavimentação flexível, os betumes são utilizados na maioria 
de seus revestimentos e, eventualmente, em outras camadas como ligantes. 
Balbo (2007) explica que Betumes são divididos entre os asfaltos derivados 
de petróleo e os alcatrões derivados da destilação destrutiva do carvão, 
porém existem asfaltos provenientes de rochas ou depósitos lacustres que 
também são utilizados na pavimentação. 
 
Existem também aglomerantes utilizados em certos pavimentos 
como a cal, pozolanas e cimento que podem ser utilizados conforme a 
disponibilidade local e o projeto realizado para a via. 
 
 
5. METODOLOGIA DE TRABALHO 
 
A pesquisa relacionada ao dimensionamento especificamente do 
pavimento rígido vem sendo incrementada nos últimos anos com a 
absorção de novos conhecimentos da área. Onde se usavam modelos de 
dimensionamento baseados nos pavimentos flexíveis que apenas foram 
adaptados aos rígidos, se inicia a criação de métodos próprios para 
pavimentos de concreto visando as características específicas do mesmo. 
 
Mais informação sobre a pavimentação rígida permite avaliar melhor 
o comportamento que a mesma apresentará. Através de modelos como de 
Erosão da Fundação e de Escalonamento de Juntas e com auxílio do 
Método de Elementos Finitos, é possível observar, além de dos aspectos já 
observados, um “leque” maior de dados relevantes (DNIT, 2005): 
 
a) A influência das Sub-bases estáveis; 
 
b) O tipo de transferência de cargas nas juntas e bordas do 
pavimento; 
 
c) As consequências do contato entre o pavimento e a sua fundação; 
 
d) A ação de diferentes solicitações de tráfego, em relação à 
geometria das placas; 
 
e) Os efeitos do empenamento térmico e higroscópico do concreto no 
nível de tensões; 
 
f) O reflexo da adoção do reservatório de selante das juntas. Esses 
avanços permitem o dimensionamento mais preciso e com uma qualidade 
melhor, abordando as dimensões superficiais das placas de concreto, os 
tipos, geometrias e localizações de juntas, o tipo, bitola, comprimento e 
espaçamento dos aços e barras de transferência e ligação, o reservatório de 
selante, dentre outros aspectos únicos do pavimento rígido. 
 
Como o foco deste não é discorrer especificamente sobre qualquer 
método de dimensionamento, da mesma forma como para o pavimento 
flexível, serão apenas citados, na Tabela abaixo, as principais metodologias 
utilizadas no dimensionamento e os dados que as mesmas levam em 
consideração. 
 
 
 
Metodologias de dimensionamento de pavimento rígido. 
 
 
 
 
6. METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO 
 
Em relação ao pavimento flexível, a formação da estrutura para a 
pavimentação rígida pouco varia em se falando de materiais utilizados e 
forma ou modelo de cada camada, reduzindo a gama de opções a serem 
estudadas e analisadas. 
 
A implantação deste pavimento se divide entre a sub-base, que na 
prática chega perto de ser indispensável, e a camada de rolamento sempre 
realizada em concreto, porém em diferentes disposições. 
 
Sub-base 
Assim como comentado anteriormente, esta tem como objetivo 
uniformizar o suporte à camada superior e protegê-la do bombeamento de 
material fino do solo. Visando esta função, existem algumas constituições 
diferentes desta camada normatizadas pelo DNIT e Associação Brasileira 
de Normas Técnicas. 
 
São utilizadas sub-bases estabilizadas granulometricamente e com 
adições cimentíceas adensadas por vibração ou compactação, sem grandes 
preocupações com controle de qualidade.A escolha do método utilizado 
dependerá do projeto designado ao pavimento em questão. 
 
Revestimento 
 
A camada superior do pavimento tem como objetivo receber e 
repassar a carga oriunda do tráfego à sub-base e, posteriormente, ao 
subleito, atenuando-a o suficiente para não acarretar danos estruturais a 
nenhum dos citados. 
 
Esta camada pode ser realizada por diversas metodologias 
diferenciadas que dependem da utilização ou não de aço em sua estrutura, 
da forma como é construído cada trecho e de especificações técnicas 
mencionadas em norma. 
 
7. CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO 
 
Nos pavimentos de concreto-cimento, a espessura necessária de 
placa está diretamente ligada às tensões de tração na flexão produzidas 
pelas cargas solicitantes e à relação entre aquelas e a resistência do 
concreto à tração na flexão. 
A medida da resistência à tração na flexão do concreto é feita pela 
determinação do módulo de ruptura (MOR) de corpos prismáticos. 
Recomenda-se o ensaio dos dois cutelos conforme esquematizado 
abaixo: 
 
 
Uma peça de concreto submetida a ciclos reiterados de carregamento 
pode vir a romper após um certo número de repetições de cargas, ainda que 
a tensão máxima produzida por estas seja inferior à resistência do material 
ao esforço. 
Chamando de relação de tensões a razão entre a tensão de tração na 
flexão produzida no pavimento pela passagem de uma carga qualquer e a 
resistência característica à tração na flexão do concreto, haverá um número 
limite de aplicações da carga considerada, acima do qual o concreto 
romperá por efeito do fenômeno de fadiga. 
 
σ solicitante << σ admissível 
8. SUPORTE DA FUNDAÇÃO 
 
Concepção de WESTERGAARD: 
A pressão exercida em qualquer ponto da fundação é diretamente 
proporcional à deflexão da placa naquele ponto. 
 
 
 
k = coeficiente de recalque, MPa/m; 
q = pressão transmitida à fundação, MPa; 
w = deslocamento vertical da área carregada, m. 
 
 
 
9. SUPORTE DA FUNDAÇÃO 
 
Coeficiente de recalque: Correlação entre o índice de suporte 
Califórnia (CBR) e o coeficiente de recalque do solo de subleito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. CONCLUSÃO 
A pavimentação de uma via permite a mesma um tráfego seguro, 
confortável e fluente, reduzindo a probabilidade de acidentes e o tempo de 
viagem para os usuários. A objetividade de providenciar um pavimento de 
boa qualidade e com as melhores propriedades possíveis é maximizar essas 
vertentes, garantindo ao usuário satisfação ao realizar seu deslocamento. 
No entanto, retomando à área da engenharia, é necessário realizar este 
serviço reduzindo ao máximo os custos que envolvidos sem renunciar à 
qualidade do mesmo. 
Visando estes pontos, o levantamento bibliográfico realizado, 
juntamente com as comparações do capítulo anterior, levam à concluir que 
a escolha do modelo de pavimentação a ser utilizado é subordinada às 
condições locais, haja vista que o pavimento de asfalto tem um custo inicial 
mais ameno frente ao de concreto quando não se leva em consideração os 
serviços prévios para sustentação, ou seja, para solos que demonstrem 
qualidades favoráveis à pavimentação, o asfalto pode ser uma solução 
menos dispendiosa, porém o concreto apresenta características mais 
expressivas quando utilizado como pavimento em caso de grandes 
solicitações. 
Para efeito de utilização em nossa região, as intempéries rigorosas e 
solos frágeis em ampla parcela do território sugerem, e forma geral, a 
utilização da pavimentação rígida, a qual é mais resistente ao longo do 
tempo, atentando-se apenas à metodologia executiva que deve ser adotada 
rigorosamente para não acarretar problemas estruturais. A implementação 
desta metodologia ainda é pouco difundida na região e necessita de 
incentivos para se instalar como opção estrutural para a pavimentação, 
porém, realizados os investimentos iniciais em maquinário e 
conhecimentos, este modelo pode vir a superar problemas de pavimentação 
na região de forma segura e prolongada. 
 
 
 
 
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
http://www.youtube.com/watch?v=-95moTXMTQE, acessado em 
26/10/2104; 
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/386/1/CT_EPC_
2011_2_02.PDF>. Acesso em: 11 novembro 2014; 
http://pt.scribd.com/doc/17348138/Apostila-de-Mecanica-Dos-Solos. 
Acesso em: 11 nov. 2014. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=jWSDf3D1VYc – VÍDEO 
APRESETANDO NO AUDITÓRIO

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