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Autor: MILTON CÉSAR TOLEDO DE SÁ Manual de Hidrologia 1a edição 2005 – 6aedição 2014 2 Toledo, Milton César Toledo. Manual de Hidrologia: Estudo das Águas Superficiais e Subterrâneas na Terra. Milton César Toledo de Sá – Belo Horizonte: Produção Independente. 2005. 1. Engenharia – Hidrologia 2. Águas Superficiais. Autor: Milton César Toledo de Sá MANUAL DE HIDROLOGIA CIÊNCIA DAS ÁGUAS 6a Edição - 2014 Dados de Catalogação na Publicação Belo Horizonte, Minas Gerais. Brasil E-mail: miltonhidrologia@gmail.com 3 OFERECIMENTO PLANETA ÁGUA (Guilherme Arantes) Água que nasce na fonte serena do mundo e que abre o profundo grotão. Água que faz inocente riacho e deságua na corrente do ribeirão. Águas escuras dos rios, que levam a fertilidade ao sertão. Águas que banham aldeias e matam a sede da população. Águas que caem das pedras, no véu das cascatas, ronco de trovão e depois dormem tranqüilas no leito dos lagos, no leito dos lagos... Água dos igarapés, onde Iara Mãe d’Água é misteriosa canção. Água que o sol evapora, pro céu vai embora, virar nuvens de algodão. Gotas de água da chuva, alegre arco-íris, sobre a plantação. Gotas de água da chuva, tão tristes, são lágrimas na inundação. Águas que movem moinhos são as mesmas águas que encharcam o chão e sempre voltam humildes, pro fundo da terra, pro fundo da terra... Terra, Planeta Água... Terra, Planeta Água... Terra, Planeta Água... 4 APRESENTAÇÃO Prezado Leitor (a) Bem-vindo ao Curso de Hidrologia. Esperamos que você tenha uma experiência construtiva durante toda a leitura deste livro. Este material tem o objetivo de facilitar o seu entendimento com o assunto. Para maiores esclarecimentos, envie-nos um E-mail. O texto é constituído por capítulos. E, no final de cada um procurou-se apresentar a interdisciplinaridade da Hidrologia com o curso. Foi retirado o capítulo 8 – Recursos Hídricos, para revisão e atualização. O capitulo 1 – Introdução a Hidrologia trata do seu histórico e definições diversas. O capitulo 2 – Bacia hidrográfica trata do estudo do ciclo hidrológico e do balanço hídrico. O capitulo 3 – intensidade de chuva define os tipos de chuva, pluviometria. E, as principais Equações de chuva IDF. Capitulo 4 – Vazão Hidrológica, ou Escoamento Superficial apresenta os Medidores de vazão. Estimativa do escoamento superficial. Roteiro da metodologia para cálculo da vazão de Hidrológica. O capitulo 5 – Infiltração trata da taxa de infiltração e do coeficiente de Run-off. Evaporação, apresenta o poder evaporante da atmosfera. O capitulo 6 – Erosão e Sedimentação tratam dos tipos de erosão. Estimativa da produção de sedimentos por erosão. Força de arrasto da água. Velocidade de autodragagem. Medidas preventivas e corretivas de erosão urbana. O capitulo 7 – Água Subterrânea define o movimento da água subterrânea. Rebaixamento de um poço. Intrusão salina. Aqüíferos. Apêndice – Manual da Legislação dos Recursos Hídricos. 5 BIOGRAFIA Autor: MILTON CÉSAR TOLÊDO DE SÁ. Graduado em Engenharia Civil. Pós- Graduado em Metodologia do Ensino Superior e Pós em Engenharia dos Materiais. Sócio da Empresa Bioterra Engenharia - Avaliação de imóveis. Principais clientes: ECT-Goiás, ECT-Ba, ECT- Mato Grosso do Sul, ECT-Piauí, IPSEMG, UFA, Palácio das Artes e outros. www.bioterraengenharia.blogspot.com Professor Universitário de Física, Mecânica dos Fluidos e Hidrologia. Pesquisador em terapias holísticas e Xamanismo. Parecerista na análise de processos de outorga de uso de água. Conselheiro e Diretor do CREA-MG por diversos mandatos. Belo Horizonte, MG. E-mail: miltonhidrologia@gmail.com 6 SUMÁRIO OFERECIMENTO APRESENTAÇÃO AUTOR ÍNDICE CAPÍTULO 1 Introdução à Hidrologia.............................................................07 a 38 CAPITULO 02 Bacia hidrografia........................................................................39 a 57 CAPÍTULO 03 Intensidade de chuva.................................................................58 a 80 CAPÍTULO 04 Vazão Hidrológica....................................................................81 a 125 CAPÍTULO 05 Infiltração e Evaporação.........................................................126 a 151 CAPÍTULO 06 Erosão e Sedimentação..........................................................151 a 189 CAPÍTULO 07 Água Subterrânea..................................................................190 a 236 APÊNDICE Manual da Legislação dos Recursos hídricos.............................237 a 270 7 CAPÍTULO I INTRODUÇÃO À HIDROLOGIA Apresentação do curso. Apresentação dos projetos. Conceito de hidrologia aplicada. Voltando ao passado. Onde a chuva cai? Distribuição da água no planeta. Hidrografia no mundo: Hidrografia no Brasil: Hidrografia em Minas Gerais, Belo Horizonte. Campo de atuação da hidrologia. Principais órgãos fiscalizadores. Imagens auxiliares de topografia. 8 Apresentação do curso; Objetivos: Propiciar a apresentação de todos, e esclarecendo-os da importância e do funcionamento do curso. Abordagens: Apresentações dos participantes; Importância da assiduidade e pontualidade; Como funciona; Objetivos do curso; Educação - Avaliação; Fontes de pesquisa. Blog do curso: www.bioterraengenharia.blogspot.com E-mail: miltonhidrologia@gmail.com Critério de avaliação; • Elaboração de dois projetos com as seguintes intervenções; • Intervenção 1 - Estudo hidrológico para viabilidade de um sistema de captação de água, • Intervenção 2 - Estudo hidrológico para viabilidade de um sistema de drenagem. • Construção do Blog do grupo. • Aulas expositivas – através do Manual de Hidrologia. • Aulas em campo. • Resolução de exercícios. • Realização de três provas. Objetivos do curso; • Identificação das principais bacias hidrográficas do Brasil/MG • Órgãos licenciadores pertinentes à hidrologia. • Equação do balanço hídrico.Divisores de água, traçado da bacia hidrográfica e seus elementos. • Equação de I.D.F., mapa para chuva, infiltração e declividade. • Vazão hidrológica e hídrica: principais formulas, mapas e softwere. • Desenvolvimento de projetos. • Estudo dos fenômenos: infiltração e evapotranspiração. • Erosão, sedimentação e Água subterrânea. 9 Fontes de pesquisa; Principal • PINTO, Nelson Souza. Hidrologia Básica. 2008. ED. Edgar Blucher Ltda. S.P., São Paulo • TOLEDO de SA, M. César. Manual de Hidrologia, 6 ed. 2014. Belo Horizonte, MG. • TUCCI, Carlos E.M. Hidrologia – Ciência e Aplicação.4o ed. Ed. ABRH – 2012. UFRGS. ISBN: 8570259247 • Complementar • Sites:www.ana.gov.br– www.igam.gov.br – www.semad.gov.br – www.ufv.br – www.siam.mg.gov.br • Blog do Prof. Milton C. Toledo – www.hidro-milton.blogspot.com • Blog do Tucci – www.blog.rhama.net • Revista eletrônica de recursos hídricos: www.abrh.org.br/informaçoes/rerh • Site recursos hídricos do Brasil: www.abrh.org.br • TUCCI, Carlos E.M. Hidrologia – Ciência e Aplicação . 4o ed. Ed. ABRH – 1993. UFRGS. ISBN: 8570259247 • GARCEZ, LUCAS N. e ALVAREZ, G. Acosta. Hidrologia Básica.2 ed., ED. Edgard Blucherltda. 1988 - S.P. • SOUZA, Sérgio Menin Teixeira. Deflúvios Superficiais no Estado de Minas Gerais. Hidrosistemas e COPASA - MG. 1993. Conteúdo programático; • 1.INTRODUÇÃO À HIDROLOGIA: Generalidades.Aproveitamento e direcionamento correto da água. A Hidrologia e a Engenharia Civil. Órgãos licenciadores e regulamentadores no Brasil,principalmente no estado de MG.Principais Bacias, Reservatórios e Rios no Brasil e no Mundo. • 2.BACIA HIDROGRÁFICA: Ciclo Hidrológico. Roteiro para um Estudo Hidrológico. Balanço hídrico.Principais elementos da bacia: Área, Classificação,Divisores, Rios, Surgências, Coeficientes da bacia, Declividade. • 3.INTENSIDADE DE CHUVA: Generalidades. Métodos para determinação de chuva: Medidores, Fórmulas empíricas, Softwere, Mapas, Série históricas. Tempo de retorno. Tempo de concentração. 10 • 4.VAZÃO HÍDRICA Generalidades. e Métodos para determinar a hídrica: Fórmulas empíricas, medidores).Legislações pertinentes. Estudo de Caso: Captação de água superficial e outorga. • 5. VAZÃO HIDROLÓGICA: Métodos para determinar vazão hidrológica. Softwere, mapas, série históricas, publicações-deflúvios superficiais no Estado de MG. Drenagem. • 6. MEDIDORES DE VAZÃO: Orifícios, vertedouros e canais. Uma visão hidrólogica. • 7.INFILTRAÇÃO - Generalidades. Fatores que influenciam na Infiltração. Variáveis importantes na infiltração. Métodos para determinar e taxa de Infiltração. Coef. de Run-off. • 8. EVAPOTRANSPIRAÇÃO:Generalidades. Fotossíntese. Credito de Carbono. MDL. Métodos para determinar o poder evaporante da atmosfera: Fórmulas empíricas eMedidores. • 9.EROSÃO - Generalidades.Métodos para determinar a produção de sedimentos: Fórmula universal da perda do solo. Medidores. Medidas preventivas e corretivas de erosão urbana. • 10. ÁGUA SUBTERRÂNEA: Generalidades. Hidrogeologia. Aqüíferos. 11 Apresentação dos Projetos; • PROJETO 01: Intervenção - Estudo hidrológico para viabilidade de um sistema de captação a fio d’ água, para uso de consumo interno ao parque. • PROJETO 02: Intervenção - Estudo hidrológico para viabilidade de um sistema de drenagem: hidráulicas existentes no parque - vertedouro triangular, bueiro circular, canal, ponte. • Objetivo principal: Relacionar a teoria com a prática. • Componentes: Em grupo de 4 a 5 alunos • Postagem no blog em etapas a definir • Localização: Parque das Mangabeiras, entrada pela av. Bandeirantes em frente o MINAS II. • Fontes de pesquisa: Aulas ministradas no curso e livros da área. • As etapas de 1 a 3 serão as mesmas para os dois projetos, diferenciando somente na etapa 4. Dados do Parque das Mangabeiras – Bairro da Serra, BH. MG. Coordenadas na entrada do parque, pelo Minas II • 06/03/13 08:03:12 • Latitude 19° 56´ 42´´ • Longitude 43° 54´ 57´´ Altitude 988m. Coordenadas no Lago dos Sonhos: • 06/03/13 08:30:54 • Latitude 19° 56´ 44´´ • Longitude 43° 54´ 42´´ • Altitude 1002m. Coordenadas nos Vertedouros: • Latitude 19° 56´ 44´´ • Longitude 43° 54´ 21´´ • Altitude 1050m. 12 ETAPAS DO PROJETO PROJETO 01 - Estudo hidrológico para viabilidade de um sistema de captação de água, ETAPA 01 – Caracterização da Intervenção 1. Definição dos grupos com nome completo e foto do grupo. Montagem do blog com uma página para o projeto. 2. Tema: Estudo hidrológico para captação a fio d’água. 3. Finalidade do empreendimento: Uso de água para consumo interno do parque. 4. Órgão licenciador do empreendimento: IGAM e Órgão regulamentador da profissão: CREA-MG/CONFEA 5. Município: Belo Horizonte e Estado Brasileiro: Minas Gerais 6. Imagem da bacia experimental – Parque das Mangabeiras, baixar da internet ou outro similar. ETAPA 02 – Caracterização do Parque 1. Coordenadas geográficas do local. 2. Medidas fora e dentro do parque: umidade relativa, nível de ruído,Temperatura média. 3. Fauna e flora. 4. Tipo de solo e cobertura predominante. 5. Rio principal: nome, nascente e foz. 6. Intervenções existentes: Edificações, estruturas hidráulicas. ETAPA 03 – Caracterização da bacia 1. Definir a Bacia hidrográfica - traçar a sua poligonal. 2. Determinar sua área – método das quadrículas, E, classificá-la quanto a área. 3. Rio principal existente (talvegue): desenho na bacia, seu comprimento, altimetria e sua classificação. 4. Desenhar o seu perfil longitudinal, na escala. 5. Calcular suas declividades: estimada, média e equivalente. 6. Calcular os principais coeficientes da bacia. 13 ETAPA 04 – Cálculo da chuva visando CAPTAÇÃO DE ÁGUA (última etapa) 1. Definir população interna e calcular a demanda de água – vazão solicitada. 2. Determinar se existir, as outorgas e uso insignificantes a montante e jusante. Ver portaria do IGAM. 3. Definir o tempo de retorno (T) e o tempo de concentração (tc). 4. Calcular a intensidade (i). 5. Calcular a vazão hídrica. 6. Aplicando a portaria do IGAM, da Q7,10 e a Equação da disponibilidade hídrica, elaborar seu parecer técnico conclusivo sobre a disponibilidade hídrica para o empreendimento. PROJETO 02 - DRENAGEM ETAPA 04 – Cálculo da chuva visando a DRENAGEM (última etapa) 1. Definir o tempo de retorno (T) e o Mapa de Rendimento para drenagem. 2. Calcular a vazão hidrológica (de pico). 3. Calculo das vazões ou capacidades hidráulicas das obras hidráulicas existentes: Vertedouro triangular, bueiro circular, canal e ponte. 4. Elaborar parecer técnico conclusivo sobre as capacidades das obras hidráulicas existentes em vista da vazão de enchente local. 14 Imagem meramente ilustrativa – região do parque Etapa 01 Imagem meramente ilustrativa Etapa 1 15 Imagem meramente ilustrativa – Bueiro Etapa 02 e 04 Imagem meramente ilustrativa – vertedouro Etapa 02 e 04 Imagem meramente ilustrativa – ponte Etapas 02 e 04 16 Imagem meramente ilustrativa – Canal Etapas 02 e 04 Imagem meramente ilustrativa – Etapa 3 17 Imagem meramente ilustrativa – Etapa 3 Imagem meramente ilustrativa – Etapa 3 18 Imagem da Etapa 4 19 1. Conceito de hidrologia aplicada É a ciência que estuda as águas superficiais e subterrâneas, visando seu aproveitamento e destinação correta. Assunto que trata das águas da terra, sua ocorrência, circulação, distribuição, suas propriedades físico-químicas e suas relações com os seres vivos. Por este motivo a hidrologia é uma geociência e se relaciona com as outras áreas de conhecimento, tais como climatologia, meteorologia, geologia, geomorfologia, sedimentologia, geografia e oceanografia, entre outras. 2. Uma volta ao passado da ciência a) Até 1400 DC período da especulação: canal romano de 50 km, 20 aC. b) 1400 – 1600 período de observação: Leonardo da Vinci foi o primeiro a propor uma concepção pluvial do CICLO HIDROLÓGICO. c) 1600 – 1700 período de medição: o francês Pierre Perrault usou instrumentos rudimentares para obter uma série de 3 anos de observações de chuva e vazão no rio Sena. d) 1700 – 1800 período de experimentação: desenvolvimento da hidráulica dos escoamentos permanentes; Teorema de Bernoulli; Tubo Pitot, Vazão. e) 1800 – 1900 período da modernização: desenvolvimento da mecânica dosfluidos, Equação de Darcy – Percolação. f) 1900 – 1930 período do empirismo . fórmulas empíricas para explicar a variabilidade das precipitações. g) 1930 – 1950 período da racionalização: impulso a partir da construção de grandes barragens. h) Após 1950, período da teorização: desenvolvimentos de modelos matemáticos para transformar chuva em vazão. Uso de computadores. 20 3. Onde a chuva cai? O local de entrada da chuva na superfície da Terra, no solo ou em espelho d!água, é de fundamental importância para sua utilização e determinam a variabilidade espacial, temporal e geográfica do aproveitamento e esgotamento da água no planeta. Convencionou chamar o local ONDE A CHUVA CAI de BACIA HIDROGRÁFICA. Portanto, a Bacia hidrográfica ou Bacia de drenagem é uma área definida topograficamente drenada por um curso de água ou sistema de rios descarregando através de uma simples saída ou output. Os limites de uma bacia contribuinte são definidos pelos divisores de água ou espigões que separam uma das outras bacias adjacentes. 4. Distribuição da água no planeta água. A água apresenta um importante ciclo na natureza, estando presente na atmosfera na forma de vapor, na superfície ou interior do subsolo na forma líquida, sendo que neste último promove a formação de lençóis freáticos. 21 Volume de água doce por continente: Quase toda a água do planeta está concentrada nos oceanos. Apenas uma pequena fração (menos de 3%) está em terra e a maior parte desta está sob a forma de gelo e neve ou abaixo da superfície (água subterrânea). Só uma fração muito pequena (cerca de 1%) de toda a água terrestre está diretamente disponível ao homem e aos outros organismos, sob a forma de lagos e rios, ou como umidade presente no solo, na atmosfera e como componente dos mais diversos organismos. DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NO PLANETA - 97,2% águas dos oceanos e mares - 2,15% águas de geleiras e icebergs polares - 0,63% águas disponíveis para consumo (8,5 milhões km³) 22 Da distribuição; - 0,63% águas para consumo - 1,5% rios, lagos e cursos d'água - 48% água subterrânea até 800m de profundidade - 49% água subterrânea abaixo de 800m de profundidade - 0,8% água contida no solo (umidade) - 0,7% vapor d'água na atmosfera E NO BRASIL? E A ÁGUA - 14% das águas doces do mundo - 40% da água consumida é desperdiçada - 10% do esgoto gerado é tratado - 23,8% não têm água encanada (36 milhões de brasileiros) - 51,8% de domicílios urbanos não têm esgoto (16,3 milhões) É o componente principal da matéria viva. Constitui de 50 a 90% da massa dos organismos vivos. ESTAMOS TODOS NUM MESMO BARCO O nosso planeta Terra é uma pequena e frágil bacia hidrográfica na visão macro do nosso sistema solar da via-láctea deste grande Universo. A água permanece praticamente a mesma no Planeta devido a gravidade da Terra, evapora e volta. Com o crescimento populacional e sua organização social, o ser humano foi criando domínio de regiões em que pudesse sentir-se seguro e ao mesmo tempo pudesse ser o dono delas. A superfície do planeta foi "dividida" em espaços para a sobrevivência da sua espécie- os paises e água pelo sua grande utilidade foi o marco para fixação do homem nas suas proximidades. O progresso de um povo depende diretamente da disponibilidade e fartura de água "pura" para o seu uso, vemos no Brasil um exemplo claro quando comparamos o Sul com o Nordeste. Cada pais, 23 em termos de hidrológicos, foi dividido em grandes bacias e cada bacia em sub-bacias e assim por diante. No caso do Brasil - grandes nove bacias, como podemos ver adiante. 5. Hidrografia no mundo Maiores bacias: Amazônica (7 milhões de km2), do Congo-Zaire(3,5 milhões de km2), Mississipi-EUA (3,3 milhões de km2). Maiores rios: Amazonas-Brasil (Extensão = 6800 km, foz = atlântico), Nilo-Egito (6600 km, foz = Mar mediterrâneo), Xi- Jiang/China (Extensão = 5800 km, foz = Mar da China) Maiores lagos de barragens: Itaipu/Brasil, Três gargantas/China, Guri/Venezuela Principais rios do mundo; • Londres-Tâmisa, • Paris-Sena, • Roma-Pó, • Lisboa-Tejo, • Nova Iorque-Hudson, • Buenos Aires-Prata, • São Paulo-Tietê, • Recife-Capibaribe/Beberibe, • Manaus-Negro, • Belém-Amazonas, • Teresina-Parnaíba, • Natal-Potengi, • Belo Horizonte-Rio das Velhas, etc. 24 Hidrografia no Brasil Bacias no Brasil Áreas das principais bacias hidrográficas do Brasil Bacias Hidrográficas Área de drenagem (Km2) Amazonas Total Em território brasileiro 6.112.000 3.900.000 Tocantins 757.000 Atlântico Norte/Nordeste 1.013.000 São Francisco 634.000 Atlântico Leste 545.000 Paraná (território brasileiro) 877.000 Paraguai (território brasileiro) 368.000 Uruguai (território brasileiro) 178.000 Atlântico sudeste 224.000 25 Hidrografia em Minas Gerais 26 Hidrografia do município de Belo Horizonte. 27 6. CAMPOS DE ATUAÇÃO DA HIDROLOGIA Hidrologia – É a ciência que trata das águas da terra, sua ocorrência, circulação, distribuição, suas propriedades físico-químicas e suas relações com os seres vivos. Além de propiciar a manutenção da vida na terra a água se presta a inúmeras atividades humanas, entre as quais destacam-se: Agricultura, Geração de energia elétrica, Transporte e abastecimento industrial, entre outras. Isto faz com que a abundância ou escassez deste recurso seja um indicador do progresso econômico e da qualidade de vida. Campos da hidrologia – ou tipos de intervenções; Recursos hídricos Captação de água Irrigação Produção de energia Abastecimento de água Reuso da água, etc. Saneamento Drenagem urbana, rural e de estradas Métodos preventivos e controle de enchentes, etc. Perguntas mais freqüente na prática da hidrologia: Qual deve ser a vazão de enchente para o projeto de um vertedor de uma barragem? Para um Bueiro de uma estrada? Para a Drenagem Pluvial de uma cidade? Qual é o volume necessário para assegurar água para um projeto de irrigação? Ou para o abastecimento de uma cidade durante as estiagens? 28 Que efeito terá os reservatórios, diques, e outras obras no controle das cheias de um rio? Estão dimensionados de forma a minimizar os riscos de catástrofes associadas a enchentes? Portanto, procurar responder a estas perguntas, é o objetivo principal do curso de hidrologia. Intervenção: Drenagem de estradas Intervenção: Travessia em bueiro 29 Intervenção: Usina hidrelétrica Fonte: UH Sto Antonio - Rio Madeira Intervenção: Vertedouro triangular medidor de vazão Intervenção: Bueiro circular 30 Intervenção: Canal Intervenção: Ponte 31 Intervenção: Proteção de taludes. Intervenção: Irrigação Canaleta de crista de talude 32 Intervenção: desertificação com o rebaixo do lençol freático 33 Intervenção: rebaixamento de lençol freático Calha de telhado 34 Através da utilização de princípios da ciência estabelecer as relações que determinam a variabilidade espacial, temporal e geográfica do aproveitamento e esgotamento da água no planeta. No planejamento e gerenciamento integrado da bacia hidrográfica em drenagem urbana, na geração de energia, no uso do solo rural, nacaptação e abastecimento de água, na irrigação e navegação. Executores; Por técnicos devidamente habilitados. Engenheiros, Geógrafos, Meteorologistas, etc. 7. A Hidrologia na expansão urbana e legislações pertinentes; - Constituição Brasileira de 1.988 . Agenda 21 - Plano Diretor - Lei de Uso e Ocupação do solo - Código de posturas. 8. Principais órgãos fiscalizadores Profissional: CONFEA/CREAs ANA/IBAMA – Recursos hídricos e licenciamento ambientalNível Federal. SEMAD = Secretária de Estado de Meio Ambiente e desenvolvimento Sustentável. IEF – Inst. Estadual de Florestas – Atividades agrícolas, agropecuárias e florestais. 35 FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente – Ambiental, atividades industriais, minerais e infra-estrutura (extração de areia) IGAM – Instituto de Gestão das Águas – relativo ao uso das águas – Outorgas para captação. mineradora, travessias, etc.) Para aprovação de Estudo, Projeto, Licenciamento e Outorgas no Estado de M.G, até a presente data, o processo deverá passar pelo: SEMAD: IEF – POLICIA MILITAR – FEAM – IGAM Site do governo do estado de M.G.: SIAM: Sistema integrado do Meio Ambiente- www.siam.mg.gov.br SEMAD Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável CERH Conselho Estadual de Recursos Hídricos COPAM Conselho Estadual de Política Ambiental IGAMFEAMIEF SISTEMA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE 36 •Outorgas superficiais - 8607 •Outorgas subterrâneas - 6748 •Certidões de usos insignifcante - 2782 DEMANDA HÍDRICA POR FINALIDADE Outros 5% Irrigação 60% Abastecimento 25% Industrial 7%Aquicultura 3% Irrigação Abastecimento Industrial Aquicultura Outros PANORAMA DAS OUTORGAS NO ESTADO 37 IMAGENS AUXILIARES DE TOPOGRAFIA; Figura: aerofotogrametria Figura: medidas verticais 38 Figura: curvas de nível Figura: desenho de perfil vertical a partir das curvas de nível. 39 CAPITULO 02 Bacia hidrográfica O ciclo hidrológico e o balanço hídrico. Estudo da fisiografia, geomorfologia, geologia e hidrometria. Divisores de água. Classificação. Principais elementos da bacia. Classificação dos rios. Coeficientes da bacia. Declividade média. Figura: bacia hidrográfica típica - Fonte: www.ana.gov.br Figura: bacia hidrográfica típica 40 1. Ciclo Hidrológico; É o nome dado ao fenômeno global de circulação contínua e distribuição da água sobre a superfície terrestre, subsolo, atmosfera e oceanos. Existem cinco processos básicos no ciclo hidrológico: condensação, precipitação, infiltração, escoamento superficial e evapotranspiração. Estes processos são governados basicamente pela radiação solar e pela gravidade No ciclo hidrológico a água sempre é a mesma. A Terra possui aproximadamente 70% de sua superfície coberta pelos oceanos. - O ciclo hidrológico - 41 2. Equação do Balanço hídrico; Es = P – I – Evt – Vs Onde, Es = Escoamento superficial ou deflúvio P = Precipitação I = Infiltração Evt = Evaporação e transpiração Vs= Volume superficial utilizado ou desviado da bacia 3. Estudo da fisiografia, geomorfologia, geologia e hidrometria Fisiografia: Área da bacia, sistema de drenagem e relevo (montanhosa, plana e depressões). Geomorfologia: Forma da bacia: estreita, alargada ou arredondada. Geologia: tipo de solo da bacia (argiloso, arenoso, rochoso, etc.). Hidrometria: Medida de cheias dos cursos de água. Os estudos hidrológicos mostram que há uma diferença marcante entre a pequena bacia, média e grande bacia de drenagem. Nas bacias pequenas as alterações físicas causadas pelo homem na utilização do solo são muito representativas. Nas grandes bacias essas alterações físicas são de menor 42 proporção, tendo como característica principal à condição de armazenamento ao longo do talvegue e da própria bacia hidrográfica. FISIOGRAFIA - ÁREA DA BACIA A bacia hidrográfica é caracterizada tipograficamente através do relevo e das depressões existentes. O reconhecimento deste relevo é feito utilizando as cartas topográficas ou fotografias aéreas (aerofotogramétricas) em escalas apropriadas para o projeto em elaboração. Para a cidade de Belo Horizonte, além de outros órgãos, esta vista aérea pode ser capturada através do site: www.belohorizonte.com.br. Hidrografia típica 43 44 Área da bacia hidrográfica: A área da bacia pode ser determinada através da planta aerofotogramétrica utilizando o método das quadrículas, que subdividindo a superfície total em N quadrículas menores e procede ao cálculo destas áreas de depois somados ou pelo método de eliminação de áreas de figuras geométricas conhecidas, para assim achar a área que sobra. Planilha para determinação da área da bacia No de Ordem (N) Quadrículas 1 2 3 5 6 7 das áreas: Determinar a área da sub-bacia hidrográfica experimental do córrego do Visconde do rio branco. Utilizar a planta aerofotogramétrica do local. 45 Parque das Mangabeiras – Poligonal da bacia. Imagem meramente ilustrativa Parque das Mangabeiras – traçado das quadriculas para o cálculo da área da mesma – imagem meramente ilustrativa. 46 4. DIVISORES DA BACIA – Individualização das bacias A Bacia hidrográfica é necessariamente contornada por um divisor de águas ou espigão, assim designado por ser linha de separação que divide as precipitações que caem em bacias vizinhas e que encaminham o escoamento superficial para um outro sistema pluvial. O divisor une os pontos de máxima cota entre as bacias. Divisores de água de sub bacias 47 Mais divisores de água 5. CLASSIFICAÇÃO DAS BACIAS As bacias pequenas, o efeito das precipitações intensas e de pequena duração será muito mais representativo do que nas bacias grandes. Por outro lado às bacias grandes só terão efeito das precipitações de grande duração. Assim se torna necessário fazer uma classificação em função de sua área. Bacias pequenas: área ate 4 Km2 Bacias médias: áreas de 4 Km2 a 10 Km2 Bacias grandes: áreas maiores que 10 Km2 Sabe-se que numa bacia grande uma chuva intensa não abrange toda área, pois normalmente as chuvas intensas são de pequena duração e nas bacias pequenas uma chuva intensa pode cobrir toda a área podendo provocar enchentes. Por esta razão o critério de calculo das vazões máximas é por faixa de áreas. 48 6. PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA BACIA E = espigão ou divisor de águas A = área da bacia (há ou Km2) L = comprimento do talvegue principal (Km) H = diferença de nível do talvegue principal (m) d = dec. = Declividade do talvegue principal (m/m). tc = tempo de concentração (h) C = coeficiente de RUN OFF ou coeficiente de escoamento superficial, depende do tipo de vegetação, tipo de solo, topografia (plana ou montanhosa). Figura: Talvegue 49 7. CLASSIFICAÇÃO DOS RIOS Cursos de água da bacia hidrográfica. a. Perenes: Contém água durante todo o tempo. b. Intermitentes: Escoam durante o período da chuva. c. Efêmeros: Existem durante ou imediatamente após a chuva. 50 8. COEFICIENTES DA BACIA São coeficientes utilizados para comparação entre uma bacia e outra. Coeficiente de compacidade (kc) É uma medida dograu de irregularidade da bacia, quando comparado com o círculo. Kc = 0,28 x (P / A) Onde: P = perímetro em Km A = área em Km2 Obs: Bacia circular terá o coeficiente, Kc = 1 Coeficiente de forma (Kf) É a relação entre a largura média e o comprimento axial da Bacia (ou do rio). É dado pela seguinte fórmula: Kf = A / L 2 Onde: A = área da bacia, em Km2 L = comprimento do rio, em km Quando Kf for baixo, menos sujeito a enchentes, isto é, deve ao fator de que quanto mais longa (L) e estreita, menor a possibilidade de ocorrência de chuvas intensas. Densidade de drenagem (Dd) É a maior ou menor densidade de cursos de água existentes na bacia. Dd = Lt / A Onde: Lt = comprimento total dos cursos de água (Km) 51 A = área (Km2) Valores próximos de 1,0 = densidade pobre. Sinuosidade do rio S = L / Ltalv. Onde: L = comprimento do rio principal, em Km Ltalv. = comprimento do talvegue (Km). Obs: Próxima de 1,0 = pouca sinuosidade do rio. 9. DECLIVIDADE DA BACIA: ESTIMADA, MÉDIA E EQUIVALENTE Controla a velocidade do escoamento superficial que irá influenciar em: - Menor Declividade, menor picos de enchentes. - Maior ou menor oportunidade de infiltração. - Erosão dos solos. Método estatístico para obtenção da declividade estimada (Ie) é o método das quadrículas associadas a vetores normais as curvas de nível, num maior número possível de quadrículas (amostragem). Ie. = ΔH/L Ie= Declividade estimada. Planilha para planta aerofotogrametrica da sub-bacia experimental. 52 N.º ordem Cotas desnível L (m) Dec.(m/m) Exemplo 830 – 815 15 180 0,083 1 2 3 4 5 6 7 8 Dec. = De = (Dec./ N) x 100% Perfil longitudinal do talvegue principal do parque das Mangabeiras. Imagem meramente ilustrativa. 53 ESTUDO DA DECLIVIDADE DO TALVEGUE DO RIBEIRÃO DA SERRA - PARQUE DAS MANGABEIRAS PLANILHA DE DADOS DO TALVEGUE Ponto do talvegue Altitude(m) Distância do divisor "M" L(km)Desnível do trecho, (m)Extensão do trecho,Ln(km)Declividade do trecho,jn (m/km) Divisor "M" 1300 0 0 0 Curva 1 Nascente 1205 0,4 95 0,4 237,5 Curva 2 1200 0,5 5 0,1 50 Curva 3 1180 0,61 20 0,11 181,8181818 Curva 4 1160 0,81 20 0,2 100 Curva 5 1140 1,19 20 0,38 52,63157895 Curva 6 1120 1,39 20 0,2 100 Curva 7 1100 1,67 20 0,28 71,42857143 Curva 8 1080 1,95 20 0,28 71,42857143 Curva 9 1060 2,25 20 0,3 66,66666667 Curva 10 1040 2,55 20 0,3 66,66666667 Curva 11 1020 2,83 20 0,28 71,42857143 Curva 12 - Intervençao 980 3,08 40 0,25 160 Difereça de nível 320 Soma 1229,568808 Declividade estimada 103,8961039 Média 102,4640674 max 237,5 min 50 declividade média = 102,46 m/km ou 10,24% declividade estimada = 103,89 m/km ou 10,39 % declividade equivalente = fórmula apropriada Planilha do talvegue principal do Parque das Mangabeiras. Figura mostrando altimetria ou relevo topográfico. 54 As curvas de nível são linhas que unem pontos de igual altitude. A partir delas podemos fazer uma interpretação do relevo. POdemos marcar os topos das principais elevações, marcar os fundos de vale, vrificar se as vertentes são íngremes ou suaves, e até, inferir sobre a forma das vertentes. mas o pormenor do mapa topográfico não é suficiente para nos dar todos os pormenors e aspectos do relevo. tal pode ser visto na figura em cima. Alguns aspectos, como pequenas escarpas ou relevos de dureza (elevações que surgem devido à erosão diferencial e que se constituem por pequenas elevações) e a forma de pormeno dos vales, poderão não ser possveis de verificação a partir de uma mapa topográfico. Um estudo mais pormenorizado do relevo implica mapas de escala maior e muito trabalho de campo. 55 Exercícios propostos; Ex. 1) Converter as seguintes unidades. a. 1 ano em segundos = b. 1 Km2 em m2 = c. 1 Litro em m3 = Ex. 2) Considere a bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Dados: A = 600.000 km2 Pa = 1000 mm/ano EVTa= 800 mm/ano Pede-se: Qano = ? ( em mm e m 3/s) Resp.: 200 mm e 3.805,2 m3/s. Ex. 3) Você foi chamado para fazer um anteprojeto de uma barragem que irá abastecer uma cidade de 100.000 hab. E, uma área a ser irrigada de 5000 hectares. Verifique através do balanço hídrico se a barragem terá condições para atender a demanda total com base nos seguintes dados: Abacia = 300 km 2 Aespelho = 18 km 2 Pa = 1300 mm Evt = 1000 mm Ev = 1500 mm Demanda do abastecimento = 150 L/hab/dia Demanda anual da irrigação = 9.000 m3/hectare Ex. 4 – Num determinado ano, os seguintes dados foram observados em uma bacia de drenagem: P = 850 mm (Precipitação) Evt = 420 mm (Evapotranspiração) D = 225 mm (Deflúvio ou escoamento superficial) Pede-se: a altura correspondente em mm da infiltração (I) 56 Ex. 5– Se o deflúvio médio anual de uma bacia de drenagem de 100 km2, medida através da saída, é de 1,52 m3\s. Determine o valor correspondente em mm. (R= 478 mm) (Q = volume\tempo; Q = A.h\T) Ex. 6 – Qual o volume de água precipitada (em km3) sobre uma bacia de 435 km2 com uma chuva de 18 mm. Ex. 7 – Se ocorrer uma chuva de 30 mm durante 90 min sobre uma superfície impermeável de 3 km2 , qual será o respectivo deflúvio médio no período em m3\s. Ex. 8 – A evaporação anual de um lago de 15 km2 é de 1500 mm. Determine a variação do nível do lago durante um ano, se a precipitação foi 950 mm e a contribuição dos tributários foi de 10 m3\s. Sabe-se que também naquele ano foi retirada do lago uma vazão media de 5 m3\s para irrigação, alem de uma captação de 165 106 m3 para a industria. ( R = o nível baixou de - 1,05 m) Ex. 9 - Neste exercício, serão medidos e calculados os dados referentes à Bacia do Rio Salitre (bacia fantasia). Na Planta Topográfica (Planialtimétrica) fornecida, localize o ponto que define a saída da bacia hidrográfica. Destaque os rios (utilize uma coloração) e identifique o rio principal. Siga o esquema abaixo: a - Delimitação topográfica da Bacia do Rio Salitre: com base nas curvas de nível, traçar uma linha que englobe os pontos mais altos, separando a bacia estudada. b - Área de drenagem (A): medir a superfície da bacia, usando papel milimetrado, planímetro ou AutoCAD. c - Perímetro (P): medir o comprimento da linha de contorno da bacia com auxílio de fios ou AutoCAD. d - Comprimento do curso principal (L). e – Comprimento total dos cursos d’água da bacia (Lt): também recorrendo aos recursos listados no item anterior - medir o curso 57 principal. O comprimento total inclui o comprimento do rio principal. f - Cotas do curso principal: nascente (h1) = foz(h2) = g – Calcular o coeficiente de compacidade (kc). h – Calcular o fator de forma (kf). Kf=A/L²=19,91/7,59²=0,346 i – Determine a densidade de drenagem da bacia j – Calcular a declividade. 58 CAPÍTULO 03 INTENSIDADE DE CHUVA Intensidade de chuva Fórmula geral para IDF Softwere Fórmulas particularizadas Medidores ou Pluviometria Anexos = 59 A CHUVA QUE CAI A matéria prima do estudo da hidrologia é a chuva, seja para esgotá-la através de obras de drenagem, seja para o seu aproveitamento. Aqui veremos alguns métodos já consagrados na obtenção da chuva, ou seja; por Formulas empíricas, através de Medidores tipo pluviômetro e Software apropriados. Tipos de chuvasCHUVAS CONVECTIVAS OU DE VERÃO 64 CHUVAS OROGRÁFICAS OU DE RELEVO 65 CHUVAS FRONTAIS 69 60 FÓRMULAS EMPIRICAS FÓRMULA GERAL DE IDF – Intensidade, Duração e Frequência. im = intensidade máxima da precipitação em mm/h T = tempo de retorno em anos (frequência da chuva) tc = tempo de concentração ou duração da chuva (em min) k,a,b,c = parâmetros relativos a localidade bt Ti c k c a m . Software de cálculo de chuvas intensas: Fonte: www.ufv.br/dea/gprh/pluvio FÓRMULAS ESPECÍFICAS DE IDF Cálculo da precipitação para uma determinada região geográfica. A mais utilizada no estudo de drenagem de estradas é a do Engenheiro Otto Pfafstetter. Cálculo da precipitação pela equação do engenheiro Otto Pfafstetter DcbDaTTP DT 1log25,0 , Onde, D = duração da chuva, em horas a,b,c,α,β = parâmetros relativos a localização T = tempo de retorno, em anos 61 i = intensidade máxima em mm/h = P/D P = precipitação, em mm Sudecap (Horto): Em, mm/h 5 0106,0 7098,0 1598,0 18,795 D T T i Onde, D = duração da chuva, em minutos T = tempo de retorno, em anos i = intensidade máxima de chuva, em mm/h Copasa: Em, mm/h 167,32 039,1 155,0 645,4988 D Ti Onde, D = duração da chuva, em minutos T = tempo de retorno, em anos i = intensidade de chuva, em mm/h Equação das chuvas de Curitiba: Em, mm/h 26 15,1 217,0 5950 D Ti Onde, 62 D = duração da chuva, em minutos T = tempo de retorno, em anos i = intensidade de chuva, em mm/h Márcia Pinheiro (para RMBH): Em, mm/h PD ai 536,07059,0 76542,0 Onde, Para T≤ 200 anos e 10 minutos ≤ D ≤ 24 horas D = duração da chuva, em horas T = tempo de retorno, em anos i = intensidade máxima de chuva, em mm/h Pa = precipitação média anual pelo mapa de isoetas = parâmetro regional 63 Ex. 01) Determinar a intensidade de chuva (mm/h) para um T = 10 anos com duração de 30 minutos, na região de Belo Horizonte. Utilizar as fórmulas anteriores. No de Ordem Fórmula/Nome i (= intens., em mm/h) 1 Curitiba 2 Pluvio 2.1 3 Profª.Márcia Pinheiro 4 Eng. Otto SOLUÇÃO: 64 MÉTODOS DE MEDIÇÃO: PLUVIOMETRIA ; É o estudo para determinar a chuva através de aparelhos de medição. Tipos de aparelhos para medição da chuva precipitada; • Pluviômetro, • Pluviógrafo. Figura - pluviômetro Pluviômetro: a quantidade de chuva precipitada é dada em mm (altura de chuva) coletada pelo aparelho, a graduação do aparelho é feita em função da área da boca, área de coleta de chuva. O mais comum é o Ville de Paris, onde o volume de chuva coletado pelo pluviômetro é despejado no cilindro graduado em mm. As leituras são feitas de 24 em 24 horas. Pluviógrafo: apresenta resultado de medição de chuva, duração e freqüência grafadas no papel. 65 Normas de colocação dos medidores: a) A superfície do coletor de chuva deve ser absolutamente horizontal e ficar a uma distancia de 1,50m do solo. b) Caso o lugar for desabrigado, fazer proteção contra ventos (abrigo). c) A distancia do obstáculo mais próximo de duas vezes da altura do mesmo. Lembrando que 1,0 mm de chuva corresponde a 1,0 L/m2 Área de Drenagem (ha) Número Mínimo de Estações Pluviométricas 1 12-40 2 40-80 3 80-200 1 a cada 40 ha 200-1000 1 a cada 100 ha 1000-2000 1 a cada 250 ha >2000 1 a cada 750 ha 66 FLUVIOMETRIA ESTAÇÕES FLUVIOMÉTRICAS • Níveis d´água • réguas limnimétricas • limnígrafos 87 RADAR METEOROLÓGICO 88 67 Tempo de retorno ou recorrência (T) Como sendo intervalo de tempo durante a qual uma precipitação é igualada ou excedida uma vez. A fixação deste período de recorrência envolve em si, o conceito de “coeficiente de segurança”. Os períodos de recorrência mais usuais são: T = 10 anos (para obra de drenagem superficial) T = 25 anos (para obra de fundo de grota, bueiros tubulares). T = 50 anos (para obra de fundo de grota, bueiros retangulares). T = 100 anos(para obra de pontes) T = 10.000 anos (para obra de barragens) Ver os anexos para outros valores de T Riscos É prever o risco desta chuva (ou evento) ocorrer. R = 1 / T 68 Exercício 02) Calcular o risco esperado ao dimensionamento de uma galeria urbana com T= 25anos. R = 1 / 25 = 0,04 = 4% de risco. E, para uma usina hidroelétrica? Com tempo de retorno de T = 10.000 anos. R = 1 / 10.000 = 0,0001 = 0,01% de risco 69 EQUAÇÕES PARA ESTIMAR O TEMPO DE CONCENTRAÇÃO Tempo de concentração é a duração mínima da chuva necessária para um pico de vazão (máxima) ocorrer num ponto considerado (Output – saída). Tempo de concentração Isócrona Diversas são as formulas de calculo, algumas delas serão apresentadas no decorrer do curso. George Ribeiro It P L c 100 04,0 2,005,1 267,0 P=%Vg = relação entre a área coberta de vegetação e área total em % tc = tempo de concentração, em horas L = comprimento do talvegue, em Km 70 I = declividade em m/m. Kirpich – (1940) Usada no estudo de drenagem de estradas e áreas urbanas para rios e canais. H L t c 3 .57 385,0 tc = tempo de concentração, em minutos. L = comprimento do talvegue, em Km (ou curso d’água) H = desnível do talvegue, em metros. Método de Dooge 140 < A < 930 km2 tc = 21,88 . A 0,41. S-0,17 A = Área da bacia, em km2 S = declividade do talvegue, m/m tc = tempo de concentração, em min. Ventura tc = tempo de concentração, em horas A = área, em Km2 I = declividade, em m/m 71 Passini I LA t c . 3 1 .107,0 tc = tempo de concentração, em horas A = área da bacia, em Km2 L = comprimento do talvegue, em Km (ou curso d’água) I = inclinação, em m/m. Colins I A t A L c .100 2 .65,0 5 1 tc = tempo de concentração, em horas L = comprimento do talvegue, em Km A = área da bacia, em Km2 I = inclinação, em m/m. 72 Ex. 03) Calcular o tempo de concentração (tc) através de todas fórmulas apresentadas. Considere uma bacia experimental com as seguintes características: Percentual de vegetação igual 30 %. A = 300 000 m2 Declividade média da bacia = 15 % Comprimento do talvegue = 300 m e desnível = 10 m Solução: 73 ANEXO 01 – Mapa de tipologia para MG – Infiltração, declividade e precipitação 74 ANEXO 02 – Tabela para tempo de retorno (T) 75 ANEXO 03 – Tabela Eng. Otto e Função generalizada ANEXO 04 Mapa de MG – Precipitação + Infiltração + declividade 76 ANEXO 05 – Márcia Pinheiro tabela 7778 ANEXO 06 – Márcia Pinheiro – Mapa de ISOETAS 79 ANEXO 07 – IMAGEM DO PLUVIO 2.1 80 PROBLEMAS PROPOSTOS Ex 01) (a) Determinar a intensidade de chuva, em mm/h, para o Tempo de Retorno (T) máximo da tabela abaixo, para um bueiro de tráfego alto. Considere, também, a duração constante de 30 min para a chuva. Utilize dos seguintes parâmetros: a = 0,169, b = 3,994, c = 0,671, k = 682,93, para a equação geral de I.D.F. (b) Plotar (i x D) para as seguintes durações de chuva: 10, 40, 80, 120 e 160 min. Ex 02) 1 – Um bueiro de tráfego baixo deve ser projetado para coletar o escoamento resultante de uma chuva com duração (D) e período de retorno (T). Considere: Área drenante totalmente impermeabilizada. Coordenadas geográficas : Latitude: 19o55’15” S e Long.: 43o56’16” O. Duração da chuva de 0,5 h. Determine a intensidade da chuva através dos seguintes métodos e equações: a) Pluvio 2.1 para a IDF. b) Mapa de “Tipologias Regionais Homogêneas”. 81 CAPÍTULO 04 VAZÃO HIDROLÓGICA ou de PICO Métodos para determinar a vazão hidrológica: 1. Através dos mapas de rendimento específicos: a) para uso em captação: Portaria 10/98 do IGAM – mapa de rendimento mínimo para 10 anos de tempo de retorno (T). b) uso em drenagem – vazão de pico, mapas anexos, todos em função do tempo de retorno (T). 2. Banco de dados: Series históricas – estações fluviométricas (ANA – Agencia Nacional das Águas). 3. Pelas equações do Método racional. 4. Através de medidores: vertedouro, orifícios, canal, medição a vau. 5. Softwares relacionados: (WWW.EHR.UFMG.BR) e (WWW.UFV.BR/DEA/GPRH) Hidrologia aplicada: 6. Uso insignificante da água no Estado de M.G., DN – CERH-MG – 09/04 – Art.30. 7. Eq. Da Vazão: (Portarias do IGAM: 10/98, 07/99 e 49/2010). 8. Consumo d’agua em função do empreendimento, 9. Estudo do Barramento quanto a influência da chuva na descarga de fundo e vertedouro de emergência. 10. Estudo hidrológico para Drenagem: canaletas e calha de telhado. 11. Estudo hidrológico do Dreno profundo. 12. ANEXOS Manual para elaboração de estudo hidrológico, Tabela do coeficiente de Run off, Portaria 10 do IGAM, Deliberação normativa 09 do CERH, Mapas de rendimento, Anexo 06 – Consumo de água em função do empreendimento. 82 INTRODUÇÃO A vazão hidrológica tem origem, fundamentalmente, nas precipitações. Ao chegar ao solo, parte da água se infiltra, parte é retirada pelas depressões do terreno e parte se escoa pela superfície. Inicialmente a água se infiltra; tão logo a intensidade da chuva exceda a capacidade de infiltração do terreno, a água é coletada pelas pequenas depressões. Quanto o nível a montante se eleva e superpõe o obstáculo (ou o destrói), o fluxo se inicia, seguindo as linhas de maior declive, formando sucessivamente as enxurradas, córregos, ribeirões, rios e reservatórios de acumulação. É, possivelmente, das fases básicas do ciclo hidrológico, a de maior importância para o engenheiro, pis a maioria dos estudos hidrológicos está ligada ao APROVEITAMENTO da água superficial e à PROTEÇÃO ou drenagem contra os efeitos causados pelo seu deslocamento. À água precipitada pode seguir três cainhos básicos para atingir o curso d’água: 1. o escoamento superficial, 2. o escoamento sub-superficial, 3. o escoamento subterrâneo (ou esc. de base). Hidrógrafa: Denomina-se hidrógrafa ou hidrograma a representação gráfica da vazão que passa por uma seção, ou ponto de controle, em função do tempo. 83 FATORES QUE INFLUENCIAM NO ESCOAMENTO; a. Fatores climáticos IDF Precipitação antecedente, chuva anterior/solo saturado, favorece o escoamento. b. Fatores fisiográficos Área Forma da bacia Permeabilidade Infiltração Topografia da bacia (a água segue a linha de maior declive) c. Obras hidráulicas construídas na bacia Irrigação Drenagem artificial Barragem, o represamento reduz a vazão. Retificação do rio aumenta a velocidade de escoamento. Grandezas que caracterizam o escoamento superficial; a. Vazão em volume b. Coeficiente de deflúvio ou coeficiente de runoff – relacionado à taxa de permeabilidade do solo. c. Tempo de concentração – e o tempo em que toda a bacia passa a contribuir para o out put. d. Tempo de retorno ou recorrência – período de tempo médio em que um evento e igualado ou superado pelo menos uma vez. NBR – 10 844/89 84 DETERMINAÇÃO DA VAZÃO HIDROLÓGICA Vazão pelo Método Racional. Expressões matemáticas. Vazão através de medidores, NBR – 10977 e NBR – 10 396 Vazão pelo Método Racional; Para bacias hidrográficas com área menor que 3Km2 (A < 3Km2) A vazão de projeto é estimada pela seguinte expressão matemática; Qp = 0,278.c.i.A ou Qp = C.i.A / 3,6 Sendo: Qp = Vazão de projeto, em m3/s. C = coeficiente de Run off, tabelado e adimensional. i = intensidade de chuva, em mm/h. A = área da bacia, em Km2. Para bacias com área entre: ( 3Km2 < área < 10Km2) A vazão de projeto é determinada pela seguinte expressão; Qp = (C.i.A / 3,6).ø Onde, Ø = coeficiente de retorno ou coeficiente de retardo do escoamento, é função da declividade da bacia e de sua área. Dado por; Ø = 1 / (100.A)1/n Onde: n = 4 - para declividade (dec) abaixo de 0,5%. n = 5 - entre 0,5% ≤ dec ≤ 1,0%. n = 6 - dec > 1,0%. 85 Bacias com áreas maiores que 10 Km2 (A > 10Km2): Método de S.C.S ( Soil conservation Service – US), recomenda a expressão abaixo, em função do tamanho da bacia, ou seja; Qp = (0,278 . A . Pe) / Tc Onde, Pe = precipitação efetiva, parcela da chuva que transforma realmente em escoamento superficial; pois, é subtraído o escoamento de base ou infiltrado, em mm. S = (25400 / CN). 254 A = área em Km2 Tc = tempo de concentração em horas. Pe = (P – 0,2 . S) / (P + 0,8 . S) Sendo: P = precipitação total S = retenção potencial máxima por infiltração, em mm CN = varia de 0 a 100. Tabelado de acordo com a geologia, relevo e revestimento do solo drenante. A seguir, apresenta-se um roteiro básico para determinação da vazão. 86 ROTEIRO BÁSICO PARA DETERMINAR A VAZÃO HIDROLÓGICA; 1) Delimitar a bacia 2) Calcular a área drenante 3) Definir com visita “in-loco”, através de amostra do solo e fotografias, a granulometria do solo, a cobertura, relevo, cor e textura. Para uma posterior definição do coeficiente de Run off a ser utilizado, através de tabelas apropriadas da Hidrologia. 4) Calcular o tempo de concentração 5) Calcular a declividade do talvegue principal, através das curvas de nível. 6) Calcular a precipitação e a intensidade de chuva através de dados históricos e/ou através de formulas empíricas. 7) Determinar a vazão hidrológica. 87 MÉTODOS PARA DETERMINAR A VAZÃO ATRAVÉS DE MEDIDORES; a) Através da Velocidade superficial (Vs) da corrente liquida do rio. Precisão de 20 a 25% (Vm = Vs x 0,75). b) Através de Vertedouro e Canal Vertedouro Triangular isósceles A descarga (Q) é dada pela fórmula de Thomson, desenvolvida pelo Teorema de Bernoulli. Em escala métrica, será; com c variando de: C = 0,6 para H 30 cm e C = 0,65 para H 30cm E, Fazendo, 0,56 x 2,5 = 1,4 A equação da vazão simplificada ficará; 88 Vertedouro Retangular livre Cálculo da DESCARGA (Q) pela Fórmula de Francis, em escala métrica será; Q = m.b.H3/ onde, m= 2/3.c.(2g) Q = 1,92.b.H3/2 Para, c = 0,65 89 Imagem do vertedouro triangular isósceles, em funcionamento. Fonte: secundária Através de Canal Canal aberto é um conduto no qual o líquido escoa com uma superfície livre sujeita à pressão atmosférica. O escoamento é causado pela inclinação do canal e da superfície livre do líquido. O escoamento Permanente e Uniforme refere-se à condição na qual a profundidade, declividade, velocidade e seção transversal permanecem constantes para um dado comprimento de canal (Escoamento normal). Formula de Manning – 5% de erro. Para calculo da velocidade de escoamento da água em canais abertos. Fórmula de MANNING nas unidades métricas, para cálculo da DESCARGA (Q) é, em unidades métricas E, a descarga em unidades inglesas; 90 onde, n = fator de rugosidade S = inclinação R = A/P = raio hidráulico P = Perímetro molhado A = Área da Seção transversal q = vazão unitária b = largura do canal Valores (n) da fórmula de Manning No Natureza das paredes N 1 Vidro liso 0,010 1 Reboco de cimento liso e águas não completamente limpas 0,013 2 De terra sem vegetação 0,016 3 Cimento rugoso, musgo nas paredes e traçado tortuoso 0,018 4 De terra, com vegetação rasteira no fundo e nos taludes. 0,025 5 Rios naturais, cobertos de cascalhos e vegetação. 0,035 Tabela – Valores de (n) na formula de Manning Fonte: Manual de Hidráulica - Azevedo Neto Vol. II. 6a ed. 91 Molinete – erro de 5% a 10% - Calcular a velocidade da veia liquida da seção transversal de um canal aberto. Figura da seção transversal de um rio Fonte: secundária 92 Vazão da água através do rio, Sendo, Velocidade da água, V20% V80% L = largura P = profundidade Expressão matemática da descarga (vazão): Quando a colocação de vertedouros se torna difíceis, utilizam a medida da velocidade da corrente ao longo da profundidade de cada vertical. Esses são aparelhos que dispõem de hélices em torno de um eixo horizontal, as quais, quando colocadas contra a direção do escoamento, giram e 93 fornecem o numero de rotações n em um determinado intervalo de tempo. A velocidade puntual e dada por v = a.n + b, onde a e b são coeficientes de calibração, específicos de cada molinete, determinados em laboratório de hidráulica. A medição pode ser feita a vau, a barco, a balsa, com carro aéreo ou sobre pontes.O molinete permite a medição da velocidade em qualquer ponto da vertical. E usual medir-se as velocidades a 20 e a 80% da profundidade. Nesse caso, a velocidade media na vertical e tomada como a media aritmética de V0, 2 e V0,8. Quando a profundidade e pequena, a velocidade media e tomada igual à velocidade puntual V0,6. A descarga total, na seção transversal do rio, será a soma de todas as descargas setoriais de cada vertical. Podemos destacar ainda os seguintes medidores; 94 APLICAÇÕES NA ENGENHARIA 1. DRENAGEM SUPERFICIAL – SARJETAS Fonte: TUCCI (2001) – Hidrologia Tem por finalidade dimensionar e detalhar os dispositivos hidráulicos capazes de captar e conduzir as águas superficiais e subterrâneas que chegam a rodovia, preservando a estrutura da via e dando-lhe destino seguro sem erosão, possibilitando assim a operação da via durante as precipitações. O solo e o concreto desprotegidos resistem a pequenas velocidades; para evitar a erosão dos mesmos admite-se as seguintes velocidades máximas: • Areia fina 0,4 m/s • Argila 1,1 m/s • Concreto 4,5 a 5,0 m/s A Drenagem superficial se compõe de: Valeta de pé de talude, de aterro, sarjeta, Bueiro, Boca de Lobo, Descida de água, etc. Sarjeta de estradas em forma de canal retangular; Seja dado um perfil longitudinal e a seção transversal de uma rodovia. Determinar o comprimento crítico de uma sarjeta cuja largura máxima de drenagem é 1,0 m. A chuva máxima é i = 110 mm/h. Com a inclinação do perfil em 0,03 m/m (ou 3 %). Dimensionamento dos dispositivos de drenagem; O estudo hidrológico tem por objetivo o cálculo da vazão (Q) de enchente das bacias hidrográficas, para então fazer o dimensionamento hidráulico da drenagem. 95 Sarjeta de concreto: São dispositivos destinados a coletar águas superficiais provenientes dos taludes e pistas de rolamento, conduzindo-a para fora do corpo da estrada. O dimensionamento das sarjetas está relacionado com a determinação de seu comprimento crítico, que é definido como o comprimento máximo de sua utilização, para que não haja trasbordamento e nem início de erosão. A seção mais usual é triangular, porém para corte muito extenso projeta-se canal retangular. Evitar sarjetas profundas a qual representa perigo para o tráfego, onde acontecem freqüentes acidentes com veículos. Roteiro para determinação de comprimento crítico de sarjeta; Se fizermos a igualdade da vazão da bacia de contribuição e a vazão do condutor, determinamos o comprimento máximo que a sarjeta transporta a água sem acontecer o trasbordamento. Q(bacia) = Q(sarjeta) Da Hidrologia a Vazão da Bacia (de Enchente) é dada pelo método Racional, ou seja; onde, Q = vazão em m3/s C = coeficiente de Run off, tabelado em função da superfície escoante. I = Intensidade de precipitação em mm/h A = Área de drenagem em Km2. No caso de sarjetas é o comprimento (L) da sarjeta vezes a largura de contribuição. A = L x l (Onde, L = comprimento crítico da sarjeta em m e l = largura de contribuição em m). De Fenômenos de Transporte a Vazão da Sarjeta é dada pela equação da continuidade, ou seja; 96 onde, Q = vazão da sarjeta em m3/s, A = Área da seção transversal da sarjeta em m2 V = velocidade média de escoamento em m/s, dada pela fórmula de Manning. onde, V = velocidade em m/s, R = Raio hidráulico = A/P, A = Área da seção em m2. P = Perímetro molhado em m, S = inclinação em m/m. n = fator de rugosidade de Manning, tabelado em função do material de revestimento do canal. Para o concreto acabado com desempenadeira, n = 0,015. Para o comprimento crítico, tem-se; Substituindo a equação 04 na equação 03 e igualando a equação 2 com a equação 3, teremos; 97 2. DRENAGEM URBANA: DIMENSIONAMENTO DE BOCA DE LOBO Fonte: TUCCI (2001) – Hidrologia Bocas-de-lobo ou coletoras em Drenagem Urbana possui a capacidade de engolimento semelhante a um vertedor retangular afogado. b (soleira) Sentido do fluxo de água na rua Figura - boca de lobo simples Boca de Lobo 98 Boca-de-Lobo tipo Vertedouro; As vazões do vertedouro retangulares afogados para simular o poder de engolimento da boca de lobo são dadas pela seguinte fórmula; Onde, M = coeficiente que depende de muitas variáveis, tais como tensão superficial, viscosidade, massa específica, distribuição da velocidade, escoamentos secundários, etc. Em drenagem urbana recebe o valor de 1,7. B = comprimento da soleira, em metros. H = altura da água próxima à abertura da guia, em metros.VELOCIDADE DA ÁGUA ATRAVÉS UMA SEÇÃO TRANSVERSAL DO RIO Calculada através da fórmula de Manning e com dados "in loco”. VM L = Comprimento típico Figura - seção longitudinal típica de um rio – determinação da velocidade “in loco” Fonte: secundaria 99 Metodologia aplicada; Num trecho retilíneo do rio marca-se dois pontos com espaçamento L entre eles Com as cotas de um e do outro ponto e o espaçamento entre eles, determina-se à declividade em metro/metro. Anota-se qual o tipo de material que reveste a superfície do perímetro molhado do rio, ou seja, se é grama, solo, concreto, etc. Verifica-se, em tabelas especializadas, o fator de rugosidade de Manning (n) E, assim, calcula-se a velocidade média da água do rio usando a fórmula de Manning. Formula aplicada; Fórmula de MANNING nas unidades métricas, para cálculo da DESCARGA (Q) é, em unidades métricas ou, para a velocidade média na seção do rio Q/A = Vm = (1/n). R 2/3.S1/2 100 em unidades inglesas Onde, n = fator de rugosidade S = inclinação R = A/P = raio hidráulico P = Perímetro molhado A = Área da Seção transversal q = vazão unitária b = largura do canal 101 4. DIMENSIONAMENTO DE DRENOS QHIDRO = QHIDRA 0,278.C.I.A = k.i.A Onde, C = coeficiente de run-off I = intensidade de chuva A = e.h i = e/L k = condutividade hidráulica do material drenante, brita , etc. e = largura do dreno L = comprimento do dreno h = altura do dreno Calculo da largura do dreno, e: e2 = Q.L/k.h Referencia Bibliográfica 1. Hidrologia – LUCAS NOGUEIRA GARCEZ e GUILLERMO ACOSTA ALVAREZ. 2. Hidrologia – Ciência e Aplicação – TUCCI 3. Problemas de Mecânica dos Fluidos - GILLS. Col. Schaum 4. Manual de Hidráulica - AZEVEDO NETO 5. NBR – 7196 – Projeto e execução de telhado com telhas de fibrocimento. 6. NBR – 10 844/89 – Instalações prediais de águas pluviais 7. Site: www.ana.gov.br 8. Fenômenos de Transporte. Milton César Toledo de Sá. 102 ANEXO 01 MANUAL PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS HIDROLÓGICOS OBJETIVO O presente texto tem por objetivo estabelecer metodologia, procedimentos e forma de apresentação de estudos hidrológicos, de modo a fornecer subsídios para a determinação das vazões de dimensionamento das estruturas hidráulicas. COLETA DE DADOS Dados Básicos Deverão ser coletados elementos que permitam a caracterização fisiográfica das bacias contribuintes, como plantas topográficas, levantamentos aerofotogramétricos, cartas geográficas e outras cartas ou mapas disponíveis. O estudo deverá apresentar a relação de plantas, cartas e mapas utilizados, com indicação das suas características, como tipo, escala, data e entidade executante. Dados Hidrológicos Deverão ser coletados estudos existentes e dados disponíveis em órgãos oficiais que permitam a caracterização climática, pluviométrica, fluviométrica, meteorológica e geomorfológica da região de interesse do projeto. Serão coletados os dados para elaboração dos fluviogramas das alturas d’água nos postos localizados na área em estudo, contendo a localização, período e tipo de observação, tipo de aparelho, entidade operadora e outras informações pertinentes. O estudo deverá apresentar mapa ou planta em escala adequada, destacando a rede hidrográfica abrangida pelo projeto, contendo o traçado da rodovia, cidades, rios, estradas e ferrovias existentes. Serão catalogadas as principais obras hidráulicas existentes ou projetadas que possam influir nos estudos hidrológicos, como barragens a montante e jusante da rodovia, canalizações e dragagens. 103 ESTUDOS HIDROLÓGICOS E CLIMATOLÓGICOS Caracterização Física da Área O estudo deverá apresentar as principais características da área em estudo, como localização, tipo de relevo, ocupação e cobertura do solo e principais travessias sobre cursos d’água. Caracterização do Regime Climático Regional O Regime Climático Regional será caracterizado pelos seguintes parâmetros, obtidos a partir dos postos pesquisados: a) Temperatura máxima; b) Temperatura mínima; c) Evaporação; d) Insolação; e) Umidade relativa do ar; f) Distribuição do número médio de dias chuvosos por mês com precipitações superiores a 5 mm diários. Estudo das Chuvas Intensas O estudo de chuvas intensas tem por finalidade estabelecer as equações intensidade – duração – freqüência. As equações existentes de regiões próximas ao traçado da rodovia poderão analisadas e incorporadas ao estudo, desde que representem o regime de chuvas intensas do local da obra em estudo. Deverão ser apresentados os seguintes elementos: a) Equações de intensidade - duração – freqüência indicando a fonte, localização do posto e período de coleta dos dados; b) Gráficos comparativos relacionando a intensidade pluviométrica e a duração da chuva para períodos de recorrência de 10, 25, 50 e 100 anos. 104 A publicação “Equações de Chuvas intensas do Estado de São Paulo” (DAEE/USP), de Magni e Martinez (1999), apresenta as equações de chuvas intensas para as diversas regiões do Estado. Caracterização do Regime Fluvial O estudo deverá apresentar a listagem dos postos fluviométricos da região de interesse para o projeto e, sob a forma de histogramas, os seguintes elementos da série histórica de vazões: a) Vazões médias mensais; b) Máximas vazões médias diárias; c) Mínimas vazões médias diárias. No caso de não se dispor de régua linimétrica, deverá apresentar tabela contendo as cotas das máximas cheias observadas na região e o período de ocorrência. 105 ANEXO 02 – Tabela para o coeficiente de run off Comumente ele é chamado de coeficiente de Run-off. E, representara o percentual de água que ira infiltrar através do solo, portanto, é função do tipo de cobertura do solo, C = Vol.E / Vol.T Onde, Vol.E = Volume efetivo (ou precipitação efetiva), o que restara, Vol.T = Volume total (ou precipitação total), o que precipitou. C = coeficiente de run-off. C< 1 - sempre menor do que a unidade, por não existir solo com cobertura sem perda de água Tabelas para coeficiente run-off ou coeficiente de deflúvio As tabelas atendem as seguintes obras de Engenharia: a) Engenharia Rodoviária b) Obras Urbanas c) E, obras com bacias maiores de 10 Km2 a) Engenharia Rodoviária – com bacias ate 10 Km2 – valores para “C” Tipo de solo e cobertura vegetal Dec ≤ 5% 5% ≤ Dec. ≤ 10% 10% ≤ Dec. ≤ 20% Dec. ≤ 20% Rocha de baixa permeabili- dade Veg. rala 0,70 0,75 0,80 0,85 Idem Veg. densa 0,65 0,70 0,75 0,85 Rocha de média permeabili-dade Veg. rala 0,60 0,65 0,70 0,75 Idem Veg. Densa 0,55 0,60 0,65 0,70 Solo de baixa permeabilida-de – argiloso Veg. Rala 0,50 0,55 0,60 0,65 106 Idem Veg. Densa 0,45 0,50 0,55 0,60 Idem Florestas 0,40 0,45 0,50 0,55 Solo de média permeabilida-de – argila- arenoso Veg. Rala 0,35 0,40 0,45 0,50 Idem Veg. Densa 0,30 0,35 0,40 0,45 Idem Florestas 0,25 0,30 0,35 0,40 Alta permeabilidade – solo arenoso Veg. Rala 0,20 0,25 0,30 0,35 Idem Veg. Densa 0,15 0,20 0,25 0,30 Idem Florestas 0,10 0,15 0,20 0,25 107 b) Engenharia de obras urbana – valores para “C” Características da área Mínimo Máximo Pátios e estacionamentos0,90 0,95 Áreas cobertas 0,75 0,95 Vias concretadas 0,80 0,95 Vias asfaltadas 0,70 0,95 Passeios 0,75 0,85 Vias em calcadas poliédricas 0,70 0,85 Centros industriais e pesados 0,60 0,90 Centros industriais leves 0,50 0,80 Áreas urbanas centrais 0,70 0,95 Áreas urbanas periféricas 0,50 0,70 Conjuntos habitacionais densos 0,60 0,75 Conjuntos prediais 0,50 0,70 Conjuntos residenciais 0,40 0,60 Residenciais uni-familiares 0,35 0,50 Lotes urbanos grandes 0,30 0,45 Play grounds 0,20 0,35 Áreas periféricas não urbanizadas 0,10 0,30 Parques e cemitérios 0,10 0,25 Terreno rochoso montanhoso 0,50 0,85 Terreno rochoso plano ou ondulado 0,35 0,65 Relvado argiloso ondulado e montanhoso 0,25 0,35 Relvado argiloso suavemente ondulado 0,18 0,22 Relvado argiloso plano 0,13 0,17 Relvado arenoso ondulado e montanhoso 0,15 0,20 Relvado arenoso suavemente ondulado 0,10 0,15 Relvado arenoso plano 0,05 0,10 108 Florestas e matas caducifólias 0,30 0,60 Florestas e matas coníferas 0,25 0,50 Campos, prados e cerrados 0,35 0,65 Pomares e chácaras 0,15 0,40 Encostas com culturas permanentes 0,15 0,40 Vales com culturas permanentes 0,10 0,30 c) Bacias com áreas maiores de 10 Km2 – Valores para “CN” SCC – Soil Conservece Service Norte Americana Utilização da terra Condições da superfície Solo A Solo B Solo C Solo D Plantações regulares Em curva de níveis 67 77 83 87 Horticultura Em curva de níveis 60 72 81 84 Pastagens Rala em curva de níveis 47 67 81 88 Idem Normais em curva de níveis 25 59 75 83 Campos permanentes Normais 36 60 73 79 Idem Denso 25 55 70 77 Florestas Normais 36 60 70 76 Idem Densa 26 52 62 69 109 ANEXO 03 – Portaria 10 do IGAM Portaria IGAM nº 010, de 30 de dezembro de 1998. Altera a redação da Portaria nº 030/93, de 07 de junho de 1993. (Publicação - Diário do Executivo - "Minas Gerais" -23/01/1999) O Diretor Geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM, no uso das atribuições conferidas pela Lei Estadual nº 12.584, de 17 de julho de 1997 e pelo seu regulamento, Decreto nº 40.055 de 17 de novembro de 1998, observando dispositivos do Decreto nº 24.643 de 10 julho de 1934, que editou o Código de Águas, da Lei Federal nº 9.433 de 08 de janeiro de 1997 e das Constituições da República Federativa do Brasil e do Estado de MG, considerando: 1.A necessidade de ordenação dos procedimentos aplicáveis aos processos de outorga de uso da água em coleções hídricas sob domínio estadual; 2.A conveniência de homogeneizar as técnicas de apresentação e análise dos processos que instruem os requerimentos de outorga; 3.A importância crescente de que os processos de outorga de usos múltiplos sejam precedidos de adequado exame de compatibilidade com as disponibilidades hídricas correntes e com as políticas de gestão definidas para o setor; 4.A necessidade de regularização legal dos usos já praticados sem o competente instrumento de outorga e, finalmente, 5.A conveniência de englobar, na mesma regulamentação administrativa, os procedimentos aplicáveis à utilização das ocorrências hídricas, tanto superficiais quanto subterrâneas, RESOLVE: Art. 1º - A Portaria nº 030/93, de 07 de julho de 1993, que 110 regulamenta o processo de outorga de direito de uso de águas de domínio do Estado, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 1º - Classificar as outorgas a serem concedidas pelo IGAM, conforme as modalidades de outorgas, descritas no Anexo I. Parágrafo Único - Para os casos de usos insignificantes, após o cadastro obrigatório, será fornecido pelo IGAM a Certidão de Registro de Uso da Água. Art. 2º - Classificar, conforme Anexo II, as modalidades dos usos ou das obras sujeitas a outorga de direito de uso relacionadas aos recursos hídricos de domínio do Estado, que devam ser objeto de outorga pelo IGAM. . Art. 3º - Classificar, conforme Anexo III, as destinações da obras, serviços e atividades concedidos, autorizados ou permitidos pelo IGAM. Art. 4º - Determinar que o Requerimento de outorga, para quaisquer das atividades caracterizadas no Anexo II, obedeça aos modelos de Formulários Técnicos, fornecidos pelo IGAM, respectivamente para as águas superficiais e águas subterrâneas, em conformidade com a forma legal aplicável a cada caso. Art. 5º - Determinar que o protocolo de cada Requerimento de outorga deve ser precedido do recolhimento, por parte do interessado, ao IGAM, dos emolumentos correspondentes aos custos operacionais dos processos de outorga de direito de uso de águas do domínio do Estado, a ser fixado através de Portaria específica. Art. 6º - Determinar à Diretoria de Controle das Águas do IGAM, que proponha, em ato próprio, modelo de Relatório Técnico, a ser anexado pelo interessado em cada Requerimento e Formulário Técnico, de forma a possibilitar a caracterização do objeto da outorga e a correta identificação das destinações correspondentes à classificação constante do Anexo III. Art. 7º - Determinar à Diretoria de Controle das Águas, que adote critérios aprovados pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos quanto à isenção da obrigatoriedade de outorga de direito de uso para acumulações, derivações, captações e lançamentos considerados de pouca expressão ou insignificantes. 111 § 1º - Serão considerados de pouca expressão ou insignificantes os usos assim definidos pelos Comitês de Bacia Hidrográfica e aprovados pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos, tendo em vista a especificidade de cada região, quer para mananciais superficiais, quer para aqüíferos subterrâneos; § 2º - Na ausência dos Comitês de Bacia Hidrográfica, a classificação dos usos com vazões de pouca expressão ou insignificantes serão definidos pelo IGAM; § 3º - Será obrigatório, entretanto, o cadastramento destes usos considerados de pouca expressão ou insignificantes, para assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água. Art. 8º - Determinar à Diretoria de Controle das Águas, que proponha as vazões de referência a serem utilizadas, para cálculo das disponibilidades hídricas em cada local de interesse, de acordo com o Plano Estadual de Recursos Hídricos e com os Planos Diretores de Recursos Hídricos de cada Bacia Hidrográfica. § 1º - Até que se estabeleçam as diversas vazões de referência na Bacia Hidrográfica, será adotada a Q 7,10 (vazão mínima de sete dias de duração e dez anos de recorrência), para cada Bacia. § 2º - Fixar em 30% (trinta por cento) da Q 7,l0, o limite máximo de derivações consuntivas a serem outorgadas na porção da bacia hidrográfica limitada por cada seção considerada, em condições naturais, ficando garantido a jusante de cada derivação, fluxos residuais mínimos equivalentes a 70% (setenta por cento) da Q 7,l0. § 3º - Quando o curso de água for regularizado pelo interessado, o limite de outorga poderá ser superior a 30% (trinta por cento) da Q 7,l0, aproveitando o potencial de regularização, desde que seja garantido um fluxo residual mínimo à jusante, equivalente a 50% (cinqüenta por cento) da vazão média de longo termo. I - Em caso de estrutura de regularização passível de licenciamento ambiental, deverá ser obrigatoriamente, incluído na solicitação de outorga, o seguinte: 112 a)Valores de fluxo a serem liberados à jusante do barramento, assim como a definição da estrutura hidráulica
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