Buscar

Delegado de Polícia Aula 02

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 02
Peças Práticas p/ Delegado Polícia Civil-PE (com videoaulas)
Professor: Vinicius Silva
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 42 
AULA 02: Representação pela expedição de 
mandado de busca domiciliar. 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Apresentação 1 
2. Aspectos teóricos acerca da busca domiciliar 2 
3. Representação por Busca domiciliar 9 
4. Modelo Representação por Busca domiciliar 15 
5. Questão de prova 20 
6. Questões propostas 28 
7. Respostas das questões propostas na aula 01 29 
 
 
 
1. Apresentação 
 
Olá futuro Delegado de Polícia, 
 
Espero que esteja gostando do nosso curso de Peças Práticas para Delegado 
de Polícia. Estou pesquisando muito, através de vários livros e doutrina 
especializada em atividade de polícia judiciária, a fim de poupar o seu 
trabalho, fazendo com que esse seja o seu material principal e que você 
não precise recorrer a outras obras. 
 
Na aula de hoje, vamos continuar estudando as medidas cautelares e a 
representação do delegado de polícia, o tema de hoje é a representação 
por expedição de mandado de busca domiciliar, nos termos do art. 240 e 
ss. do CPP. 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 42 
 
A matéria não possui regulamentação ordinária específica, encontrando-se 
o seu fundamento no próprio código de processo penal, a partir do art. 240. 
 
Estamos diante de mais uma medida cautelar típica do cotidiano da 
autoridade policial, a foto acima mostra uma operação policial de busca e 
apreensão em que podemos notar a mobilização de muitos agentes de 
polícia e de várias autoridades. É comum na atividade policial a busca 
domiciliar, é um meio de obtenção de prova que afeta diretamente um dos 
direitos fundamentais expostos na carta política, qual seja, a 
inviolabilidade domiciliar. 
 
No entanto, usando da ponderação, não podemos admitir que um direito 
fundamental seja utilizado para acobertar a prática criminosa em nosso 
país. O ordenamento jurídico brasileiro atua de forma uníssona, ele não é 
incoerente, tampouco conflitante. O que deve ser feito é um juízo de 
ponderação entre os direitos em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Aspectos teóricos acerca da busca domiciliar 
 
Conceitualmente, há uma diferença muito grande entre a busca e a 
apreensão, ou seja, são institutos jurídicos previstos na esfera penal bem 
distintos. 
 
Professor, não entendi muito bem 
essa ponderação que deve ser feita, 
quais direitos estão em questão, no 
bojo da busca domiciliar? 
Aderbal, a CF/88 garante a inviolabilidade 
domiciliar, inclusive o Código Penal tipifica o 
crime de invasão de domicílio, no entanto, o 
agente delituoso não se pode valer dessa 
garantia para a prática de delitos. Caso isso 
fosse possível, estar-se-ia criando um estado 
de total instabilidade e insegurança. 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 42 
A busca é o meio pelo qual se objetiva apreender a coisa. Devemos 
entender, portanto, que não existe a necessidade dos dois institutos 
ocorrerem na mesma oportunidade. 
 
Pode haver busca sem apreensão e também pode haver apreensão sem 
que haja busca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Da mesma forma, em uma hipótese de uma busca domiciliar em que se 
procura uma arma de fogo utilizada em um crime de homicídio, se na casa 
em que for dada a busca não for encontrada a arma, estaremos diante de 
um caso clássico de busca sem apreensão. 
 
Portanto, tenha em mente uma coisa, o quadro abaixo resume bem essa 
história de busca e apreensão serem institutos jurídicos distintos. 
 
 
 
 
 
 
Professor, não entendi muito 
bem, dê exemplos dessas 
possibilidades de busca sem 
apreensão e apreensão sem 
busca, acabei ficando confuso. 
É simples Aderbal. Imagine a situação de 
uma prisão em flagrante delito em um 
delito de roubo tentado. Os objetos 
roubados serão apreendidos pela autoridade 
policial, sem que tenha havido busca. 
BUSCA 
Meio utilizado 
Apreensão 
Finalidade 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 42 
Outro ponto teórico importante é que a busca domiciliar que estaremos 
aprendendo a representar por ela é uma medida sujeita à reserva de 
jurisdição, ou seja, trata-se de uma medida cautelar a ser determinada 
pelo juiz, inclusive por conta da salvaguarda constitucional a que está 
sujeito o domicílio. 
 
Assim, podemos afirmar que apenas a autoridade judiciária, ou seja, o juiz 
competente está apto a determinar a busca domiciliar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O citado inciso do art. 5°, da CF/88 é aquele famoso inciso que carrega em 
si a proteção ao direito fundamental da inviolabilidade domiciliar. 
 
 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o 
dia, por determinação judicial; 
 
 
O dispositivo constitucional acima visa proteger uma liberdade individual 
que é o direito à intimidade, à vida privada. 
 
Professor, existem casos em que a 
autoridade policial pode adentrar no 
domicílio de uma pessoa sem 
autorização judicial 
Claro que sim Aderbal, inclusive temos 
vários casos em que isso é possível, 
vamos fazer uma análise do art. 5°, XI, 
da CF/88. 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 42 
No entanto, já foi dito que esse direito, assim como qualquer outro não 
pode ser absoluto, sendo relativizado em algumas hipóteses, quais sejam 
as seguintes: 
 
1. Quando o morador consentir, sem qualquer tipo de coação, no 
ingresso da autoridade ou de seus agentes. É obvio que se o 
morador consentir, não há óbice algum. No entanto, o morador não 
pode ser coagido a fazê-lo, tendo a necessidade de ser uma ação 
natural do particular. 
 
2. Flagrante delito. Nesse caso, pode-se adentrar na casa, sem ter 
qualquer possiblidade de violação ao direito fundamental exposto 
no referido inciso, pois qualquer do povo está autorizado a fazer 
cessar a ação criminosa quando dela está ciente de que ocorre, 
ainda que seja no interior de uma casa habitada. 
 
3. Desastre. A vida e a integridade física do indivíduo são dois 
direitos fundamentais, tão importantes que podem ser utilizados 
para a violação do domicílio, ou seja, em caso de desastre qualquer 
pessoa, notadamente os agentes públicos estão autorizados a 
penetrar no domicílio. 
 
4. Prestar socorro. Caso semelhante ao caso 3, pois aqui se busca 
a proteção de um direito tão relevante quanto o da inviolabilidade 
domiciliar, que é a proteção da vida e da integridade física da 
vítima, que necessita de socorro imediato. 
 
5. Finalmente chegamos ao caso da violabilidade domiciliar ante a 
presença de mandado judicial. Veja que se trata de uma hipótese 
em que só ocorre durante o dia. Não é possível, em regra o 
cumprimento de diligências de busca durante o período da noite. 
 
Portanto, mostramos 5 hipóteses em que a inviolabilidade domiciliar é 
relativizada. Veja que as previsões acima estão dentro domesmo 
dispositivo que garante o direito. 
 
Alguns pontos precisam ser esclarecidos, quais sejam: o que é 
considerado dia, para o cumprimento do mandado? O que é 
considerado casa, para efeitos penais? 
 
Vamos por partes. 
 
a) conceito de dia 
 
Aqui busquei o entendimento majoritário na doutrina e principalmente na 
jurisprudência do STF, a controvérsia é grande, alguns entendendo que o 
dia seria o período compreendido entre as 06:00 e as 18:00, por outro lado, 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 42 
o ministro Celso de Mello, do STF, entende que dia seria o período 
compreendido entre o nascer e o pôr do sol. Respeitadas as divergências, 
tendo em vista que você irá prestar um concurso para Delegado de 
Polícia, devendo defender as atribuições da autoridade policial, ficamos 
com a posição de Capez, que assim como Celso de Mello, entende ser 
entre o nascer o pôr do sol o período chamado de dia. 
 
Outro conceito que precisa ser estabelecido para fins de concurso é o de 
casa. 
 
E��FRQFHLWR�GH�³FDVD´� 
 
Casa é um conceito bem amplo, e deve ser interpretado como qualquer 
compartimento habitado. 
 
Alguns pontos devem ser levados em consideração quando o assunto é 
³FDVD´� 
 
1. Automóvel: 
 
O automóvel, para fins de busca, pode ser considerado um caso de busca 
pessoal, ocasião em que não seria necessária a expedição de mandado para 
proceder à busca. 
 
No entanto, caso o automóvel seja utilizado como casa, por 
exemplo, no caso das pessoas que moram em trailers ou em boleias 
de caminhões, como caminhoneiros, a situação nessas hipóteses é 
diferente, sendo o automóvel inserido no conceito de casa, gozando 
da proteção constitucional. 
 
2. Hotel/Motel 
 
Em locais de habitação coletiva, apenas a parte habitada goza da proteção 
constitucional, ou seja, se o quarto de hotel ou motel estiver desabitado ou 
no caso do hall de entrada do estabelecimento, não caberá invocar a 
inviolabilidade. 
 
Em suma, aquilo que estiver aberto ao público não goza da proteção. Como 
os quartos desabitados e a parte comum está aberta ao público, não faz 
sentido mencionar a proteção domiciliar nesses casos. 
 
3. Escritórios/Consultórios 
 
No caso de escritórios de advocacia e consultórios médicos, odontológicos 
etc., eles gozam da proteção constitucional, uma vez que são tidos pela 
jurisprudência e doutrina como casa. 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 42 
Ou seja, locais em que se desenvolve atividade profissional são protegidos 
pela inviolabilidade domiciliar. 
 
Aqui cabe a ressalva mais uma vez de que as partes comuns dos locais, por 
estarem abertas ao público não gozam da proteção, pois estão abertas ao 
público, não sendo, portanto, locais em que se necessita de tutela à 
intimidade e vida profissional. 
 
Outro ponto importante é que os clientes que, porventura, encontrarem-se 
no interior do local não sofrem a busca, a menos que haja suspeitas de que 
participam da atividade delituosa. 
 
No caso de escritório de advocacia, ainda se faz necessário a presença de 
representante da OAB para que a diligência não seja eivada de vício, no 
entanto, já decidiu o STF que, uma vez informada a OAB, caso não envie 
representante, a diligência pode prosseguir, devendo tudo ser registrado 
nos autos, a fim de que não seja alegada a nulidade posterior. 
 
Isso é mais que coerente, uma vez que não podemos frustrar a atividade 
policial por conta da inércia das instituições (OAB). O dever de informar 
sendo cumprido, não há impedimento nenhum ao prosseguimento da 
busca. 
 
4. Repartições Públicas 
 
Há divergência na doutrina, mas prevalece o entendimento que há duas 
possibilidades de se efetuar a busca quando se tratar de repartição pública 
em que se encontram os objetos da apreensão. 
 
A primeira hipótese é o próprio juiz a quem se representa requisitar a 
documentação ao chefe da repartição. 
 
A outra possibilidade é a clássica expedição de mandado, hipótese em que 
a autoridade policial e/ou seus agentes efetuarão a diligência de busca. 
 
Vistos esses principais aspectos teóricos, vamos passar a entender a 
representação em si, seus requisitos e como montar a peça prática. 
Lembrando que esses pontos acima mencionados são importantes para não 
representar incorretamente. 
 
Outro ponto importante é não violar as garantias acima, pois eventual 
desrespeito não será enquadrado na hipótese do art. 150, do CP 
 
 
 
 
Violação de domicílio 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 42 
 
 Art. 150 - Entrar ou permanecer, 
clandestina ou astuciosamente, ou contra a 
vontade expressa ou tácita de quem de 
direito, em casa alheia ou em suas 
dependências: 
 
 Pena - detenção, de um a três meses, 
ou multa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando é a autoridade pública que comete a conduta tipificada acima, 
temos um tipo penal mais específico, que se adota quando a autoridade 
pública, ou seja o Delegado de Polícia viola o domicílio, esse crime está 
previsto na lei de abuso de autoridade, ou seja, pela especialidade do crime 
previsto na Lei n° 4.898/65. 
 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade 
qualquer atentado: 
 
(...) 
 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
 
Obviamente cumulando o dispositivo acima com o artigo abaixo: 
Professor, não entendo porque 
não se aplica o crime acima, uma 
vez que está todo encaixado na 
conduta. 
Simples, Aderbal, nesse caso 
estamos diante de um caso em 
que se aplica o princípio da 
especialidade. 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 42 
 
Art. 5º Considera-se autoridade, para os 
efeitos desta lei, quem exerce cargo, 
emprego ou função pública, de natureza 
civil, ou militar, ainda que transitoriamente 
e sem remuneração. 
 
Ou seja, a autoridade que violar o domicílio estará incursa no crime acima, 
e não no Código Penal. 
 
3. Representação por busca domiciliar 
 
3.1 Legitimação 
 
Antes de falar da legitimação, é importante ressaltar que essa medida 
dificilmente virá sozinha no corpo de uma questão. Geralmente ela 
se cumula com outro pedido cautelar, como a prisão preventiva. 
 
Assim, vamos poder trabalhar nos exercícios com duas cautelares na 
mesma representação. Isso é muito comum em alguns casos. Provas como 
a da Polícia Federal geralmente abordam as peças práticas sob essa 
perspectiva. 
 
Aqui funciona como uma prova em que se acumula o conteúdo, ou seja, 
numa eventual questão de peça, poderá cair não só a representação por 
uma medida, apenas, mas uma representação por várias medidas 
cumuladas. 
 
A legitimação da autoridade policial para representar pela expedição de 
mandado de busca está na própria legitimação que lhe confere o art. 240, 
do CPP. A autoridade policial na busca de elementos de informação poderá 
representar pela busca com a finalidade de apreender objetos frutos da 
ação delituosa, a eventual arma utilizada no crime, pessoas que estejam 
em poder de bandidos, etc. Ou seja, a atividade policial por si só já legitima 
a autoridade representar pela medida. Você, que será Delegado de Polícia, 
quando no desempenho das suas atribuições de polícia judiciária será 
legitimado a representar pela expediçãode mandado de busca. 
 
O próprio art. 241 nos traz também a legitimação: 
 
Art. 241. Quando a própria autoridade 
policial ou judiciária não a realizar 
pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser 
precedida da expedição de mandado. 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 42 
Portanto, caberá a você, futuro delta, representar pela busca na 
possibilidade de obter provas que substanciem o oferecimento da denúncia 
pelo membro do MP. 
 
3.2 Fundamentos de fato ou Fatos 
 
Aqui é a mesma coisa da aula anterior e das seguintes aulas também, 
acostume-se a resumir ou parafrasear um texto. Sugiro a você algumas 
técnicas de resumo de textos, que você encontra em um bom livro de 
produção textual. 
 
Você vai resumir com suas próprias palavras os fatos ocorridos, sempre 
destacando aqueles que vão servir de base para a sua fundamentação 
jurídica. 
 
Lembre de que para lhe dar um norte de como narrar os fatos sem ser 
repetitivo em relação ao que já foi mencionado no enunciado, vale a pena 
utilizar a regrinha da resposta às perguntas abaixo: 
 
O que? 
 
Quem? 
 
Quando? ACONTECEU 
 
Onde? 
 
Por que? 
 
Se você conseguir responder a essas perguntas com um texto bem 
objetivo, sua narrativa dos fatos certamente ficará muito boa e a pontuação 
dessa parte estará garantida. 
 
Procure treinar essa parte quando estiver escrevendo um e-mail, ou até 
quando estiver contando uma história a algum colega. 
 
3.3 Fundamentos jurídicos 
 
A fundamentação jurídica, como sempre, é a parte que vai lhe dar mais 
pontos, nela você vai mostrar todo seu conhecimento jurídico sobre a 
medida cautelar pela qual representa. 
 
O importante aqui é destacar o objeto da busca, que está previsto no art. 
240, §1°, do CPP, onde se elencam todas as hipóteses do que pode ser 
buscado por meio da diligência. 
 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 42 
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. 
 
 § 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, 
quando fundadas razões a autorizarem, para: 
 
 a) prender criminosos; 
 
 b) apreender coisas achadas ou obtidas 
por meios criminosos; 
 
 c) apreender instrumentos de 
falsificação ou de contrafação e objetos 
falsificados ou contrafeitos; 
 
 d) apreender armas e munições, 
instrumentos utilizados na prática de crime 
ou destinados a fim delituoso; 
 
 e) descobrir objetos necessários à prova 
de infração ou à defesa do réu; 
 
 f) apreender cartas, abertas ou não, 
destinadas ao acusado ou em seu poder, 
quando haja suspeita de que o conhecimento 
do seu conteúdo possa ser útil à elucidação 
do fato; 
 
 g) apreender pessoas vítimas de crimes; 
 
 h) colher qualquer elemento de 
convicção. 
 
Veja que se trata de um rol extenso, e que ainda possui algumas alíneas 
muito ³FRULQJDV´, que podem ser utilizadas pelo delegado na sua 
fundamentação de forma muito livre, pois pelo próprio texto do código 
deixam um grau de interpretação muito amplo a ser feito pela autoridade 
policial. 
 
Estou falando dos incisos ³H´�H�³K´� pois o seu teor é bem amplo, do ponto 
de vista da adequação ao caso concreto. 
 
 e) descobrir objetos necessários à prova 
de infração ou à defesa do réu; 
 
A alínea acima é muito adaptável à investigação policial, podendo ser 
utilizada em muitas investigações preliminares (inquéritos policiais). 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 42 
Ou seja, se você, na qualidade de autoridade policial vislumbrar que há 
algum objeto necessário à prova da infração, como, por exemplo, armas 
de fogo, vestes sujas de sangue, rés furtiva, poderá ser cabível a busca. 
 
h) colher qualquer elemento de convicção. 
 
Essa alínea é mais ampla ainda, ela te dá uma série de possibilidades em 
que pode ser tomada essa medida. 
 
O que você vai fazer é fundamentar a sua representação em alguma dessas 
alíneas. Estou lhe dando a sugestão dessas duas, pois são muito amplas e 
podem se adequar a muitos casos concretos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Algumas representações não possuem o cabimento e os requisitos 
cautelares distintos, separados. A busca domiciliar, como se trata de uma 
peça simples geralmente se fundamenta conjuntamente no mesmo 
dispositivo o cabimento e o requisito cautelar. 
 
Como se trata de uma medida simples é por isso que ela, provavelmente, 
não virá sozinha em uma prova de alto nível. Se você se prepara para 
grandes concursos da área policial, tenha certeza que essa medida será 
cumulada com uma prisão. 
 
Boas questões envolvem essas misturas de medidas cautelares. 
 
O nosso curso será da mesma forma, a medida que formos crescendo no 
conteúdo vamos representar por medidas mistas, cumulando alguns 
pedidos que sejam importantes para a elucidação das infrações e para o 
prosseguimento das investigações. 
 
Assim, se você precisar memorizar 
algum dispositivo legal, em caso de 
concurso em que não é permitida a 
consulta à legislação, sugiro que 
você memorize esses dois 
dispositivos. 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 42 
Assim, tenha em mente que se for possível cumular a busca domiciliar, faça 
HVVH�SHGLGR��,VVR�p�PXLWR�³IHOOLQJ´ de delegado, que você deverá mostrar 
desde já. 
 
As questões em que se deve representar pela busca são aquelas em 
que a questão mostra o endereço de alguém, essa é uma dica muito 
importante para a escolha da medida. O endereço provável onde se 
está escondida rés furtiva, o sequestrado, ou qualquer objeto que 
interesse ao prosseguimento da investigação. 
 
A medida de busca domiciliar não pode ser decretada em uma favela 
inteira, ou em um condomínio inteiro, isso violaria o direito a intimidade 
daqueles que não estão envolvidos no delito. 
 
Portanto, deve ser fornecida na questão o provável endereço do local em 
que se pretende encontrar o objeto da busca. 
 
Outro fato importante que deve constar na sua fundamentação é a 
individualização da coisa a ser apreendida por meio da busca pela qual se 
representa. 
 
Na busca domiciliar não se pode buscar qualquer objeto no local, não é 
XPD�PHGLGD�OHJDO�YRFr�EXVFDU�³DOJXPD�FRLVD´�QR�morro da rocinha, o ideal 
é buscar a coisa Y, no local X, ou seja, individualização do local e da coisa 
a ser apreendida por meio da busca. 
 
Entenda então que a medida que estamos estudando requer uma série de 
requisitos que estarão espalhados pelo enunciado. Esses pontos devem ser 
mencionados na fundamentação, pois são importantes para a elucidação 
do crime ou para a prova da autoria ou fortalecimento dos indícios. 
 
Armas utilizadas em crimes mediante violência própria são muito comuns 
em questões dessa natureza, no entanto, é importante visualizar o local 
onde esse instrumento do crime pode estar escondido. 
 
Ao mandado de busca pode ainda ser cumulada a prisão, no entanto, os 
requisitos para a temporária ou preventiva devem estar presentes. 
 
Não podemos no meio do mandado de busca efetuar uma prisão, a 
menos que seja uma prisão em flagrante. 
 
É muito comum isso ocorrer em casos de crimes permanentes, cuja 
consumação se protrai no tempo.Um caso muito comum é o tráfico de 
drogas. Geralmente, se pede a busca domiciliar para encontrar drogas, nas 
IDPRVDV�³ERFDV�GH�IXPR´��QHVVH�FDVR�DSHQDV�FRP�R�PDndado de busca é 
possível prender o agente ativo do crime de tráfico, pois como se trata de 
crime em que um dos verbos é o ter em depósito, enquanto o investigado 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 42 
tiver a droga em depósito, ao mesmo tempo você poderá buscar, apreender 
a droga e ainda por cima prender o criminoso, é o que se chama de barba, 
cabelo e bigode. 
 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, 
preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, 
expor à venda, oferecer, ter em depósito, 
transportar, trazer consigo, guardar, 
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou 
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, 
sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) 
anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. 
 
Veja que realmente estamos falando de um crime em que pela sua própria 
natureza tem sua consumação a cada instante de tempo, enquanto 
permanecer a ação ter em depósito. 
 
É importante fundamentar tudo que é possível na busca. Lembre-se de que 
a banca examinadora quer saber a sua capacidade de investigação, é 
momento de mostrar o policial, o Delegado que existe dentro de você. 
 
Portanto, o fundamento é bem livre, bastando que você mostre ao juiz que 
a medida pela qual você representa é necessária ao andamento das 
investigações. Não se esqueça da individualização do local e do objeto a 
ser buscado. 
 
Para não me estender muito na fundamentação, remeto você ao curso 
completo de processo penal para dirimir eventuais dúvidas referentes ao 
encontro fortuito de provas, caso contrário estaríamos saindo muito do 
nosso objetivo. 
 
Bom, passada essa parte do fundamento, vamos ao pedido, no qual você 
deverá repetir alguns pontos da fundamentação. 
 
3.4. Pedido 
 
Vamos agora falar um pouco sobre o pedido que deverá estar na sua peça, 
você já esta chegando ao final da sua representação. 
 
Aqui temos um detalhe importante, que é o local da busca e o objeto dela. 
 
Vamos aguçar nosso faro investigativo. 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 42 
Suponha que num crime de homicídio você, na qualidade de delegado de 
polícia e cumprindo suas atribuições tenha comparecido ao local do crime 
e tenha recolhido projéteis de arma de fogo. 
 
O ideal é encontrar essa arma de fogo, e isso poderá ser feito por meio de 
busca domiciliar na casa do investigado pelo crime. A coisa a ser buscada 
é a arma de fogo, que você terá como identificar por meio das marcas que 
cada arma deixa nos projéteis disparados por ela. Ou seja, você vai saber 
que foi um revólver, calibre 38, de cano curto, que efetuou aquele disparo, 
portanto sabe que terá de buscar essa arma no domicílio do investigado. 
 
Isso deverá constar no pedido. Ademais, nada de importante a acrescentar 
no pedido dessa representação. 
 
Lembrando que se a medida for cumulada com outra, você terá de 
representar por todas as medidas, em pedido único, citando a prisão e a 
busca, por exemplo. 
 
4. Modelo de representação por Busca Domiciliar 
 
Vamos agora estruturar o nosso modelo, que você deve memorizar. Poucas 
coisas vão mudar em relação aos outros (prisões), na verdade estaremos 
diante de um modelo até mais enxuto. 
 
4.1 Endereçamento 
 
O endereçamento continua sendo muito importante, no caso de busca 
domiciliar, geralmente ela é endereçada ao juízo de direito da comarca 
onde ocorreu o delito. Lembre-se também que se o crime for de homicídio, 
teremos que representar ao presidente do tribunal do júri. 
 
Lembrando mais uma vez que você só deve colocar a cidade se for 
mencionado isso no enunciado, na dúvida, deixe aquele velho espaço em 
branco, para não perder pontos e nem ser prejudicado totalmente com uma 
possível identificação de prova. 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE __________. 
 
4.2 Preâmbulo 
 
Após o endereçamento você vai saltar algumas linhas, no máximo 3, e 
colocar o preâmbulo cujo modelo segue abaixo, no entanto, acho 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 42 
interessante você mencionar a referência do inquérito policial no bojo do 
qual se representa pela busca: 
 
³$�3ROtFLD�&LYLO�GR�HVWDGR�GR�BBB______, por meio do seu Delegado 
de Polícia, ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são 
conferidas, dentre outros dispositivos, pelo art. 240, § 1° (citar a 
DOtQHD�PDLV�DGHTXDGD��H��QD�G~YLGD��FLWDU�DV�DOtQHDV�³H´�H�³K´���art. 
2°, §1°, da Lei 12.830/2013, bem assim pela (citar a lei que 
regulamenta as atribuições da polícia civil do estado para o qual 
está prestando concurso), vem, mui respeitosamente, a presença 
de Vossa Excelência, representar pela expedição de mandado de 
busca domiciliar a ser efetuado no endereço citado no pedido desta, 
pelos fundameQWRV�GH�IDWR�H�GH�GLUHLWR�TXH�D�VHJXLU�SDVVD�D�H[SRU´� 
 
Se estiver diante de um pedido cumulado, mais uma vez você deverá 
mencionar os dispositivos legais que legitimam o delegado de polícia a 
representar pela prisão também. 
 
Um bom preâmbulo já mostra conhecimento. Citar a lei 12.830/2013, 
comprova que você tem sangue de delegado e que vai procurar valorizar 
as suas atribuições quando no exercício delas. 
 
4.3 Fatos 
 
Mais uma vez não temos muito a acrescentar ao que já foi dito acima, você 
vai ser medido pelo poder de síntese que pode apresentar. Não 
negligencie esse ponto, pois o examinador pode já não gostar muito da sua 
peça, caso os fatos não sejam corretamente narrados. 
 
Procure parafrasear o enunciado, tentando não ser tão repetitivo. 
Responder àquelas perguntas que já mencionei anteriormente pode ser um 
bom norte a ser seguido. 
 
4.4 Fundamentos jurídicos 
 
Na parte dos fundamentos o ideal é você desdobrá-la em 3 pontos, quais 
sejam, do crime sob investigação, do cabimento, dos requisitos 
cautelares. 
 
No caso da peça que estamos estudando, vale a pena você mencionar que 
a inviolabilidade domiciliar não pode servir de salvaguarda para acobertar 
o cometimento de delitos e que em SURO� GR� SULQFtSLR� GR� ³in dubio, pro 
VRFLHWDWH´� a medida se faz necessária à elucidação do crime e à cessação 
da atividade delituosa, lembre-se do caso do tráfico de drogas, da Lei n° 
11.343/06. 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 42 
Aqui, se você mencionar que a medida se subordina à reserva de jurisdição, 
vai ficar melhor ainda, pois o juiz vai entender que você, na qualidade de 
delegado de polícia reconhece os limites legais e constitucionais de sua 
atuação. 
 
4.5 Do Pedido. 
 
No pedido já foi mencionado que você deve representar pela medida 
sempre de forma objetiva, cuidado com o verbo, pois o delegado de 
polícia representa e não requer, quem requer é o membro do MP. 
 
Não se esqueça de mencionar o endereço individualizado do local onde se 
procederá à diligência e nem se furte à menção do objeto da busca. 
 
Se houver prisão, represente pela prisão e em cumulação pela busca, 
conforme já explicado anteriormente.Lembre-se de pedir a oitiva do MP, apesar de não constar na lei esse 
requisito, trata-se de uma prática comum no dia a dia forense ouvir o titular 
da ação penal acerca da decretação da medida. 
 
³$QWH�GR�H[SRVWR��FRP�EDVH�QRV�IXQGDPHQWRV�GH�IDWR�H�GH�GLUHLWR�
já expostos, representa, essa autoridade policial, pela expedição de 
mandado de busca domiciliar no endereço 
__________________________, com a finalidade de apreender 
________________, por ser a medida de direito adequada ao caso 
conforme se demonstra na fundamentação exposta, após a oitiva 
do ilustre membro dR�0LQLVWpULR�3~EOLFR´. 
 
Nestes Termos. Pede Deferimento. 
 
Local, data. 
 
Delegado de Polícia 
0DWUtFXOD�´ 
 
Vamos agora colocar tudo isso em um modelo. 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO da _____ª VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE __________. 
 
 
 
Ref. Inquérito policial n°___ 
 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 42 
³$�3ROtFLD�&LYLO�GR�HVWDGR�GR�BBB______, por meio do seu Delegado 
de Polícia, ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são 
conferidas, dentre outros dispositivos, pelo art. 240, § 1° (citar a 
alínea mais adequaGD��H��QD�G~YLGD��FLWDU�DV�DOtQHDV�³H´�H�³K´���art. 
2°, §1°, da Lei 12.830/2013, bem assim pela (citar a lei que 
regulamenta as atribuições da polícia civil do estado para o qual 
está prestando concurso), vem, mui respeitosamente, a presença 
de Vossa Excelência, representar pela expedição de mandado de 
busca domiciliar a ser efetuado no endereço citado no pedido desta, 
SHORV�IXQGDPHQWRV�GH�IDWR�H�GH�GLUHLWR�TXH�D�VHJXLU�SDVVD�D�H[SRU´� 
 
1. Dos fatos 
 
 
 
2. Dos fundamentos jurídicos 
 
2.1 Da Prática delituosa 
 
 
 
2.2 Da reserva de jurisdição 
 
 
 
 
 
 
2.3 Do cabimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Do pedido 
 
³$QWH�GR�H[SRVWR��FRP�EDVH�QRV�IXQGDPHQWRV�GH�IDWR�H�GH�GLUHLWR�
já expostos, representa, essa autoridade policial, pela expedição de 
mandado de busca domiciliar no endereço 
__________________________, com a finalidade de apreender 
________________, por ser a medida de direito adequada ao caso 
conforme se demonstrada na fundamentação exposta, após a oitiva 
do ilustre membro GR�0LQLVWpULR�3~EOLFR´. 
Narrativa dos fatos, conforme instruções já mencionadas. 
Vale a pena demonstrar a tipificação do crime cometido. 
Mencione que a medida é cabível, pois o art. 240, §1°, do CPP 
prevê a possibilidade de busca domiciliar para buscar objetos do 
crime, etc. sempre fundamentando nas alíneas do parágrafo. Não 
VH�HVTXHoD�GH�TXH�DV�DOtQHDV�PHVWUDV�VmR�DV�GH�OHWUD�³H´�H�³K´� 
Aqui mencione que a medida se sujeita à reserva de jurisdição, 
invocando a proteção constitucional domiciliar, sempre 
ressaltando que a constituição não pode servir de manto de 
acobertamento da prática delituosa. 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 42 
 
 
Nestes Termos. Pede Deferimento. 
 
Local, data. 
 
Delegado de Polícia 
Matrícula 
 
Vejam que não é muito longa e não requer muitos detalhes a produção da 
representação por expedição de mandado de busca. 
 
Vamos agora ao exercício de prova. 
 
Escolhi para a nossa aula uma questão um pouco longa, adaptada do 
problema apresentado na prova de Delegado de Polícia de São Paulo, 
do ano de 2014, prova essa elaborada pela fundação Vunesp-SP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Questões comentadas de prova. 
 
 
1. Adaptada pelo Prof. Vinícius Silva 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 42 
Delegado de Polícia - Concurso: PCSP - Ano: 2014 - Banca: VUNESP 
- Disciplina: Direito Processual Penal - Assunto: Inquérito Policial - 
PEÇA PRÁTICA ± 
 
No dia 11.06.2014, a vítima ³A´, aos 60 anos de idade, encontrava-
se no interior da loja de automóveis 0DULD¶V� &DU, de sua 
propriedade, que fica localizada na Rua beta, 99, Centro, São Paulo-
SP, ocasião em que quatro indivíduos, em concurso, ingressaram 
no estabelecimento, todos portando arma de fogo e encapuzados, 
arrebataram a vítima e subtraíram alguns objetos eletrônicos e 
certa quantia em dinheiro. De acordo com testemunhas, quando do 
arrebatamento, em frente ao estabelecimento comercial estavam 
estacionados dois veículos ± um Ford Fusion de placas AAA-1111 e 
um GM Vectra de placas BBB-2222- que foram utilizados na fuga 
dos criminosos e para condução da vítima. Em pesquisa verificou-
se que ambos os veículos não possuíam queixa de crime. Após duas 
horas do arrebatamento, um dos sequestradores entrou em 
contrato com a família da vítima, momento em que identificador de 
chamadas não revelou o número da linha telefônica, anunciando 
que estavam em poder da vítima. Passados três dias, no decorrer 
das investigações, foi preso ³B´, que acabou confessando o crime, 
dizendo que iriam exigir R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais) 
como condição para a libertação da vítima, apontando 
voluntariamente o local onde esta se encontrava cativa, informou o 
endereço à Rua Alfa, 42, Centro, São Paulo-SP, como local do 
cativeiro. ³B´ alegou, quando de seu interrogatório no auto de 
prisão em flagrante, ter agido juntamente com outros três 
indivíduos, ³C´, com 20 anos, ³D´, com 33 anos e ³E´, com 19 anos 
de idade, dos quais apenas os endereços não foram identificados. 
Informou ainda que, com os mesmos comparsas, havia praticado 
outros crimes de sequestros e roubos, narrando tratar-se de uma 
estrutura ordenada, onde as tarefas são divididas entre seus 
integrantes. Elabore a peça de polícia judiciária pertinente, com a 
correta tipificação do(s) crime(s), cabível nesse momento da 
investigação. 
 
 
 
 
Comentário e modelo de peça proposto. 
 
Bom, a questão é belíssima, pois retrata um caso muito comum em 
delegacias do nosso Brasil, trata-se de um concurso de crimes cometidos 
pelos sequestradores. 
 
Podemos citar como crimes cometidos por eles: roubo praticado em face 
da vítima A, uma vez que foram subtraídos objetos eletrônicos e certa 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 42 
quantia em dinheiro. Sendo que esse roubo é do tipo majorado por conta 
da utilização de arma de fogo, nos termos do art. 157, §2°, II, do CP; 
extorsão mediante sequestro (art. 159, do CP) e ainda resta configurado 
o crime de formação de organização criminosa, uma vez que ficou 
configurada a organização criminosa, pelo preenchimento de seus 
requisitos formadores. 
 
Quanto à organização criminosa, sabemos que existem três requisitos 
para que seja caracterizada a sua formação, quais sejam, o elemento 
pessoal, ou seja, ser constituída por, pelo menos, 4 indivíduos; o 
elemento estrutural, ou seja, a organização deve ser uma estrutura 
organizada e com divisão de tarefas e atribuições; e, por fim, o 
elemento finalístico, que fica configurado, por exemplo, quando o 
intuito da organização é o cometimento de crimes cujas penas 
máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos. 
 
No caso acima, alguns pontos deixam claro a formação de organização 
criminosa - O.C: 
 
...ter agido juntamente com outros três indivíduos, ³C´, com 20 
anos, ³D´, com 33 anos e ³E´, com 16 anos de idade... (elemento 
pessoal),... 
 
...dos quais apenas os endereços não foramidentificados. Informou 
ainda que, com os mesmos comparsas, havia praticado outros 
crimes de sequestros e roubos... (elemento finalístico),... 
 
...narrando tratar-se de uma estrutura ordenada, onde as tarefas 
são divididas entre seus integrantes...(elemento estrutural). 
 
Fica, portanto, caracterizado o crime de formação de O.C. 
 
Quanto aos demais crimes o enunciado é claro ao afirmar que houve a 
extorsão mediante sequestro majorada pelo tempo do sequestro, que foi 
maior que 24 horas e de roubo circunstanciado pelo uso da arma de 
fogo e pelo concurso de agentes. 
 
A peça adequada para o decorrer das investigações não poderia ser uma 
prisão preventiva, a meu ver, o ideal seria, nesse momento, utilizar a 
temporária, que é a peça por excelência da polícia judiciária. 
 
Portanto, caberia a prisão temporária, pois os crimes cometidos estão 
listados no rol do art. 1°, III, da Lei n° 7.960/89, pelo menos o roubo 
e a extorsão mediante sequestro estão previstos. 
 
Quanto à SUHYLVmR�GD�DOtQHD�³O´� 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 42 
Art. 1° Caberá prisão temporária: 
 
III - quando houver fundadas razões, de 
acordo com qualquer prova admitida na 
legislação penal, de autoria ou participação 
do indiciado nos seguintes crimes: 
 
(...) 
 
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do 
Código Penal; 
 
 
Há uma grande celeuma doutrinária, pois a Lei de Prisão Temporária não 
teve seu texto modificado diante do novo crime de O.C., tampouco houve 
modificação quanto ao delito do art. 288, do CP, que passou a ser chamado 
de Associação Criminosa e não mais Quadrilha ou Bando. 
 
Assim, sem entrar nessa seara, podemos afirmar que houve o roubo e a 
extorsão, mesmo que não tenha havido a solicitação do resgate, pois basta 
a privação da liberdade com a intenção de exigir preço pelo resgate para 
que o crime esteja consumado. Trata-se de delito formal. Assim, 
encontram-se consumados os dois crimes e cabe a prisão temporária, a 
mais adequada nesse momento de investigação. 
 
Quanto à possibilidade de mais medidas cautelares, não entendo ser cabível 
nessa questão a interceptação das comunicações telefônicas, pois não se 
sabe o número do telefone com que os sequestradores fizeram o contato 
inicial. 
 
Por fim, caberá, com o intuito de resgatar a vítima com vida, a busca 
domiciliar no endereço fornecido pelo comparsa que foi preso. 
 
Veja que se trata de uma peça em que se mesclam duas cautelares. Na 
verdade na questão original, sem as modificações que eu promovi, caberia 
até a interceptação das comunicações telefônicas, pois na versão original 
do enunciado, constava o número do telefone celular. 
 
Enfim, fica assim definida a necessidade da busca domiciliar e da prisão 
temporária dos demais componentes da O.C. 
 
A busca está fundamentada na seguinte alínea do art. 240, §1°: 
 
§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, 
quando fundadas razões a autorizarem, para: 
 
(...) 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 42 
 
g) apreender pessoas vítimas de crimes; 
(...) 
 
Veja que o nosso caso concreto se adequa perfeitamente ao previsto no 
referido inciso. 
 
Quanto à prisão temporária, acredito que você já entendeu o seu cabimento 
e o preenchimento dos requisitos cautelares. 
 
Definida a peça que vamos produzir, mãos à obra. 
 
Quanto à competência para julgar esse tipo de delito, houve crime contra 
o patrimônio (roubo e extorsão), portanto, vamos dirigir a nossa 
representação ao Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de São Paulo-
SP. 
 
Quanto ao local, ficou claro que o crime ocorreu em São Paulo-SP, podendo 
ficar claro que a consumação deu-se nessa cidade, e o juiz competente 
para decidir acerca da representação é o juiz de direito de uma das varas 
criminais da comarca de São Paulo, partindo do pressuposto que não hajam 
varas especializadas. 
 
Caso haja vara especializada nesse tipo de delito, sugiro que você enderece 
a ela, mas para isso você deverá estudar o código de organização judiciária 
do estado para o qual você presta concurso. 
 
Na maioria das provas isso não é previsto, de modo que você não será 
penalizado em sua peça se não mencionar a vara especializada para a qual 
deve ser dirigida a sua representação. 
 
Assim, o endereçamento correto seria ao juízo de direito da comarca de 
São Paulo. 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO-SP. 
 
Ref. Inquérito policial n°___ 
 
A Polícia Civil do Estado de São Paulo, por meio do seu Delegado de 
Polícia, ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são 
conferidas, dentre outros dispositivos, pelo art. 2°, caput, da Lei 
7.960/89, bem como no art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013 e art. 240, 
†�ƒ��³J´��GR�&33��bem assim pela (citar a lei que regulamenta as 
atribuições da polícia civil do estado para o qual está prestando 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 42 
concurso), vem, mui respeitosamente, a presença de Vossa 
Excelência, representar pela decretação da prisão temporária de 
³&´��³'´�H�³(´, pelos fundamentos de fato e de direito que a seguir 
passa a expor 
 
 
1. Dos fatos 
 
Os autos do inquérito policial em epígrafe apuram o fato ocorrido no dia 11 
de junho de 2014, na Rua Beta, 99, Centro, São Paulo, no interior da loja 
GH�FDUURV�³0DULD¶V�&DU´��RSRUWXQLGDGH�HP�TXH�D�YtWLPD�³$´�IRL�DUUHEDWDGD��
após ter objetos eletrônicos de sua propriedade roubados e certa quantia 
em dinheiro roubados pelos 4 indivíduos (B, C, D e E), que, agindo em 
concurso, adentraram a referida loja todos portando arma de fogo, com o 
intuito de cometer os crimes abaixo especificados. 
 
Passados mais de 3(três) dias do ocorrido, houve contato telefônico dos 
sequestradores, os quais mencionaram que estavam em poder da vítima. 
 
1R� GHFRUUHU� GD� LQYHVWLJDomR�� ³%´� IRL� SUHVR� HP� IODJUante e em seu 
interrogatório informou à autoridade policial que ele e os demais agentes 
GHOLWXRVRV�VHTXHVWUDUDP�³$´��FRP�R�LQWXLWR�GH�VROLFLWDU�XP�UHVJDWH�QR�YDORU�
de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais). 
 
Afirmou ainda que se trata de uma estrutura organizada, com divisão de 
atribuições, e que já cometeram vários crimes de roubo e sequestro. 
 
$R�ILQDO�GH�VXD�RLWLYD��³%´�LQIRUPRX�R�HQGHUHoR�HP�TXH�D�YtWLPD�HQFRQWUDYD-
se cativa. 
 
2. Dos fundamentos jurídicos 
 
2.1 Das Práticas delituosas 
 
Da narrativa dos fatos acima, podemos confirmar que houve crime de roubo 
consumado, circunstanciado pelo concurso de agentes e pelo uso da arma 
de fogo, uma vez que a vítima teve seu patrimônio subtraído em meio a 
ação delituosa que ocorrera no interior de sua loja. 
 
Por outro lado, os investigados arrebataram a vítima e a colocaram em 
cativeiro, cujo endereço é conhecido, configurando o delito do art. 159, 
§2°, do CP, caracterizando a modalidade qualificada do referido crime, pelo 
fato de a vítima ter tido sua liberdade cerceada por período superior a 24 
horas. 
 
Por fim, de acordo com as investigações, pode-se comprovar que os quatro 
investigados agem em uma estrutura organizada, em que há divisão de 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 42 
tarefas e estrutura criminosa, visandoà prática de crimes cujas penas 
máximas são superiores a 4 (quatro) anos, configurando o crime de 
formação de Organização Criminosa, da Lei n° 12.850/13. 
 
Cumpre salientar ainda que os crimes de roubo e de extorsão mediante 
sequestro estão previstos no rol do art. 1°, III, da Lei n° 7.960/89. 
 
Ressalte-se que o crime de extorsão mediante sequestro é um crime 
hediondo, previsto no art. 1°, da Lei 8.072/90. 
 
2.2 Do cabimento da prisão temporária e da busca domiciliar 
 
O cabimento da prisão temporária encontra guarida no art. 1°, III, da Lei 
n° 7.960/89. Portanto, para que seja cabível a medida cautelar pessoal 
em baila, basta que o crime esteja previsto no rol de crimes em que cabe 
a prisão temporária. 
 
Conforme item 2.1, duas das condutas delituosas cometidas foram o crime 
de extorsão mediante sequestro e roubo majorado pelo uso da arma de 
fogo, sendo previstos nas DOtQHD�³F´ H�³H´, do referido inciso do art. 1°. 
 
Assim, cabível é a prisão temporária para o caso concreto sob luzes. 
 
Vale dizer ainda sobre o cabimento da busca domiciliar, uma vez que a 
vítima do sequestro encontra-se com sua liberdade cerceada por meio da 
ação criminosa. 
 
À autoridade policial cabe, portanto, empreender diligência nos sentido de 
regatar a vítima do cativeiro, nos termRV�GR�DUW�������†�ƒ��³J´��GR�&33� 
 
2.3 Dos requisitos cautelares 
 
Uma vez que são cabíveis, a busca domiciliar e a prisão temporária, 
devemos demonstrar os requisitos de cautelaridade para que sejam 
deferidas as medidas. 
 
Não restam dúvidas quanto à presença do fumus commissi delicti e do 
periculum libertatis. Vejamos. 
 
A fumaça do cometimento do delito deve ser dividida em prova da 
existência do crime e indícios suficientes de autoria, que permitam atribuir 
aos representandos a responsabilidade pelo delito cometido. Esse requisito 
encontra-se provado pelo depoimento de testemunhas e do próprio B, que 
participou da ação delituosa, ademais consta o contato telefônico dos 
sequestradores com os familiares da vítima afirmando que estão em poder 
de A, restando consumado o delito de extorsão mediante sequestro, pois 
crime formal que é não necessita de resultado para a sua consumação, 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 42 
bastando para isso a restrição da liberdade e a intenção de exigir o preço 
do resgate. Verifica-se no caso em baila que isso foi demonstrado. 
 
Quanto aos indícios de autoria, podemos afirmar que eles também estão 
satisfeitos no caso concreto, pois o depoimento do comparsa informa os 
nomes dos demais componentes da organização criminosa, confirmando 
que há fortes indícios de autoria atribuída aos componentes, inclusive 
constando que os investigados já atuam na atividade criminosa, cometendo 
outros crimes, mediante organização criminosa. 
 
Por outro lado, a investigação ainda necessita de uma busca domiciliar, por 
meio da qual se visa resgatar a vítima incólume. Não há como vislumbrar 
a proteção domiciliar constitucional diante de tamanha violação ao direito 
de liberdade da vítima. 
 
Portanto, se faz necessária, além da prisão, a busca domiciliar no endereço 
HVSHFLILFDGR�QR�SHGLGR�GHVWD��HP�UHODomR�j�YtWLPD�³$´��QRV�WHUPRV�GR�DUW��
�����†�ƒ��³J´��GR�&33� 
 
Quanto ao periculum libertatis assim está demonstrado, pois a liberdade 
dos investigados pode vir a atrapalhar a colheita de elementos de 
informação, no caso em tela, a prisão é imprescindível para a continuidade 
das investigações. 
 
3. Do pedido 
 
Ante do exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já 
expostos, representa, essa autoridade policial, pela decretação da prisão 
temporária de ³&´� ³'´�H�³(´, sem a oitiva da parte contrária, pela própria 
natureza da medida, após a competente manifestação do membro do 
Ministério Público, pelo prazo de 30(trinta) dias, nos termos do art. 2°, § 
4°, da Lei n° 8.072/90. 
 
Ademais, solicita-se a expedição de mandado de busca domiciliar com a 
ILQDOLGDGH�GH�DSUHHQGHU�D�YtWLPD�GR�VHTXHVWUR��³$´��QR�HQGHUHoR�5XD�$OID��
42, Centro, São Paulo-SP, podendo no bojo do mandado constar a prisão 
dos investigados, a serem cumpridas na mesma diligência. 
 
Nestes Termos. Pede Deferimento. 
 
Local, data. 
 
Delegado de Polícia 
Matrícula 
 
 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 42 
Agora vou propor a você dois exercícios de peças para você treinar e 
qualquer coisa pode me procurar no fórum de dúvidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. Questões propostas 
 
Questão 1 (adaptada pelo Professor Vinícius Silva): 
 
Delegado de Polícia - Concurso: PCRS - Ano: 2009 - Banca: IBDH - 
Disciplina: Peça Prática. 
 
A DENARC realizou longa investigação sobre trafico de drogas no 
Bairro da Saúde, em Porto Alegre. Foram monitoradas as atividades 
de varias pessoas, inclusive com escutas telefônicas autorizadas 
pela Justiça. No dia 12.6.2009 a policia prendeu em flagrante Pedro 
de Tal, que dirigia um automóvel marca Audi, Placas XXX, de sua 
propriedade, sendo encontrados no interior do veiculo cinco 
pacotes contendo cocaína (total de 2,5 Kg). Também foi apreendida 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 42 
uma metralhadora marca Uzi, de 9mm (uso restrito), municiada 
com 25 cartuchos completos, que estava debaixo do banco do 
caroneiro. A droga foi submetida a perícia e deu resultado positivo 
para cocaína. Pedro de Tal ao ser ouvido pela autoridade policial 
disse que não trabalha no tráfico sozinho, porém não quis dizer o 
nome de seus comparsas. O relatório da seção de investigação 
mostrou ainda que as conversas telefônicas eram oriundas sempre 
de um mesmo telefone fixo, que está vinculado ao endereço Rua 
Dos Remédio, 44, Saúde, Porto Alegre. 
Na qualidade de Delegado de Polícia, represente pela medida de 
polícia judiciária cabível ao desbaratamento das ações delituosas, 
bem como para a conclusão das investigações. 
 
Questão 2: 
 
(VINICIUS SILVA) No dia 22/01/2015 o estabelecimento comercial 
VIP SHOP COMÉRCIO DE ELETRÔNICOS foi vítima de um suposto 
furto, perpetrado por 3 indivíduos (B, C e D), que agiram em 
conluio, visando subtrair aparelhos de televisão do referido 
estabelecimento. 
 
Na noite do dia 22, por volta das 23:00, os três elementos 
adentraram a loja arrombando os cadeados e demais dispositivos 
de segurança física do estabelecimento, adentrando em seu recinto 
e subtraindo 12 aparelhos Smart TV de 42 polegadas, da marca XX, 
que estavam embalados em caixas de papelão com as logomarcas 
características da marca XX. 
 
Ao saírem do estabelecimento, já no dia 23, os indivíduos se 
depararam com a ação do vigilante do local que empreendeu 
perseguição aos delinquentes, no entanto, eles dispararam contra 
o vigilante de modo a assegurar a fuga. 
 
'LDV�GHSRLV�D�SURSULHWiULD�GD�ORMD�D�6HQKRUD�³$´��FRPSDUHFHX�DR��ƒ�
Distrito Policial e narrou todos os fatos, levando ao conhecimento 
da autoridade policial o fato criminoso. 
 
O vigilante foi ouvido e afirmou que poderia reconhecer os agentes 
delituosos, confirmou a versão dos fatos alegados pela proprietária 
da loja e disse que conhece os assaltantes e disse que eles 
portavam 3 armas de fogo do tipo pistola calibre .40. 
 
O Delegado responsável instaurou inquérito policial para apurar as 
condutas e os fatos e o setor operacional enviou relatórioafirmando 
que na casa de um dos suspeitos foi verificada uma intensa entrada 
e saída de pessoas sempre carregando caixas de papelão enroladas 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 42 
em lençóis que eram colocadas em carros após a entrega de 
dinheiro aos suspeitos. 
 
Foi juntada aos autos do inquérito a folha de antecedentes dos 
suspeitos B, C e D; ocasião em que foi possível comprovar que eles 
já haviam sido presos por tráfico de drogas. 
 
Diante dos fatos acima, na qualidade de delegado de polícia que 
preside o referido inquérito, represente pela medida cabível ao 
prosseguimento das diligências investigativas. 
 
Bom, agora que vimos as nossas duas questões propostas da aula de hoje, 
vamos verificar as minhas propostas de peças para os dois casos propostos 
na aula 01. 
 
7. Respostas dos exercícios da aula 01. 
 
1. Delegado - Concurso: PCBA - Ano: 2013 - Banca: CESPE - 
Disciplina: Direito Processual Penal - Assunto: Prisão - 
 
Em 17/9/2012 (segunda-feira), por volta de 0 h 50 min, Douglas 
Aparecido da Silva foi alvejado por três disparos de arma de fogo 
quando se encontrava em frente à casa de sua namorada, Fernanda 
Maria Souza, na rua Serafim, casa 12, no bairro Boa Prudência, em 
Salvador ± BA. A ação teria sido intentada por quatro indivíduos 
que, em um veículo sedã de cor prata, placa ABS 2222/BA, 
abordaram o casal e cobraram, mediante a ameaça de armas de 
fogo portadas por dois deles, determinada dívida de Douglas, 
proveniente de certa quantidade de crack que este teria adquirido 
dias antes, sem efetuar o devido pagamento. Foi instaurado o 
competente inquérito policial, tombado, no 21.º Distrito Policial, 
sob o n.º 0021/2012, para apurar a autoria e as circunstâncias da 
morte de Douglas, constando no expediente que, na noite de 
16/9/2012, por volta das 21 h, a vítima se encontrou com a 
namorada, Fernanda, e, após passarem em determinada festa de 
amigos, seguiram para a casa de Fernanda, no bairro Boa 
Prudência, onde Douglas a deixaria; o casal estava em um veículo 
utilitário de cor branca, placa JEL 9601/BA, de propriedade da 
vítima; na madrugada do dia seguinte, por volta de 0 h 40 min, 
quando já estavam parados em frente à casa de Fernanda, apareceu 
na rua um veículo sedã de cor prata, em que se encontravam quatro 
rapazes, que cobraram Douglas pelo "bagulho" e ameaçaram o 
casal com armas nas mãos, quando um dos rapazes deu dois tiros 
para o alto, momento em que Douglas e Fernanda se deitaram no 
chão. Em ato contínuo, um dos rapazes desceu do carro, chutou a 
cabeça de Douglas e, em seguida, desferiu três disparos em sua 
direção, atingindo-lhe fatalmente a cabeça e o tórax. Douglas 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 42 
faleceu ainda no local e os autores se evadiram logo após a conduta, 
lá deixando Fernanda a gritar por socorro. Nos autos do inquérito, 
consta que foram ouvidos dois vizinhos de Fernanda que se 
encontravam, na ocasião dos fatos, na janela do prédio vizinho e 
narraram, em auto próprio, a conduta do grupo, indicando a placa 
do veículo sedã de cor prata (ABS 2222/BA) e a descrição física dos 
quatro indivíduos. Na ocasião, foram apresentadas fotografias de 
possíveis suspeitos às duas testemunhas, que reconheceram 
formalmente, conforme auto de reconhecimento fotográfico, dois 
dos rapazes envolvidos nos fatos: Ricardo Madeira e Cristiano 
Madeira. Fernanda foi ouvida em termo de declarações e alegou 
conhecer dois dos autores, em específico os que empunhavam 
armas: Cristiano Madeira, vulgo Pinga, que portava um revólver e 
teria desferido dois tiros para o alto; e o irmão de Cristiano, Ricardo 
Madeira, vulgo Caveira, que, portando uma pistola niquelada, 
desferira os três tiros que atingiram a vítima. Fernanda afirmou 
desconhecer os outros dois elementos e esclareceu que poderia 
reconhecê-los formalmente, se fosse necessário. Ao final, noticiou 
que se sentia ameaçada, relatando que, logo após o crime, em 
frente à sua residência, um rapaz descera de uma moto e, com o 
rosto coberto pelo capacete, fizera menção que a machucaria caso 
relatasse à polícia o que sabia. Em complementação à apuração da 
autoria, buscou-se identificar, embora sem êxito, os outros dois 
indivíduos que acompanhavam Ricardo e Cristiano na ocasião dos 
fatos. Juntaram-se aos autos o laudo de exame de local de morte 
violenta, que evidencia terem sido recolhidos do asfalto dois 
projéteis de calibre 38, e o laudo de perícia papiloscópica, realizada 
em lata de cerveja encontrada nas proximidades do local, na qual 
foram constatados fragmentos digitais de uma palmar. Lançadas as 
digitais em banco de dados, confirmou-se pertencerem a Ricardo 
Madeira. Também juntou-se ao feito o laudo cadavérico da vítima, 
no qual se constata a retirada de três projéteis de calibre 380 do 
cadáver: um alojado no tórax e dois, no crânio. Durante as 
diligências, apurou-se que o veículo sedã de cor prata, placa ABS 
2222/BA, estava registrado em nome da genitora dos irmãos 
Cristiano Madeira e Ricardo Madeira, Maria Aparecida Madeira, 
residente na rua Querubim, casa 32, no bairro Boa Prudência, em 
Salvador ± BA, onde morava na companhia dos filhos. Nos registros 
criminais de Cristiano, constam várias passagens por roubo e 
tráfico de drogas. No formulário de antecedentes criminais de 
Ricardo Madeira, também anexado aos autos, consta a prática de 
inúmeros delitos, entre os quais dois homicídios. Procurados pela 
polícia para esclarecerem os fatos, Cristiano e Ricardo não foram 
localizados, tampouco seus familiares forneceram quaisquer 
notícias de seus paradeiros, embora houvesse informações de que 
eles estariam na residência de seu tio, Roberval Madeira, situada 
na rua Bom Tempero, s/n, no bairro Nova Esperança, em Salvador 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 42 
± A. Ambos foram indiciados nos autos como incursos nas sanções 
previstas no art. 121, § 2.º, II e IV, do CP. O inquérito policial 
tramitou pela delegacia, em diligências, durante vinte e cinco dias, 
encontrando se conclusos para a autoridade policial que preside o 
feito, restando a complementação de inúmeras diligências visando 
identificar os outros dois autores e evidenciar, através de novas 
provas, a conduta dos indiciados. Em face do relato acima 
apresentado, proceda, na condição de delegado de polícia que 
preside o feito, à remessa dos autos ao Poder Judiciário, 
representando pela(s) medida(s) pertinente(s) ao caso. 
Fundamente suas explanações e não crie fatos novos. 
 
Comentário e sugestão de peça: 
 
Essa é a famosa questão do concurso de Delegado de Polícia da Bahia, 
polêmica porque, aparentemente, cabia representação por preventiva e por 
temporária, no entanto, a banca só pontuou quem representou pela 
temporária. 
 
Vamos verificar então os pontos onde pode-se observar por que a peça 
adequada era a temporária. 
 
Primeiramente, aviso a você que uma das frases mais comuns em questões 
em que se deve representar pela temporária é a seguinte: continuidade 
de diligências investigativas. 
 
As questões em que são possíveis as duas prisões provisórias são muito 
comuns, e a dica é quase sempre representar pela temporária, eu inclusive 
dou essa dica a todos os meus alunos e amigos, pois a prisão temporária é 
a prisão do Delegado de Polícia por excelência. 
 
A dica aqui é verificar se na questão o crime cometido, seele estiver 
previsto na lei de prisão temporária (7.960/89) ou na lei de crimes 
hediondos (8.072/90), então opte pela prisão temporária, pois ela vai te 
dar tempo para concluir suas investigações. 
 
Na questão da PCCE/2015 e nessa da PCBA/2013 foi bem nítido que o 
examinador queria que você representasse por uma medida que lhe desse 
tempo para concluir as investigações. 
 
Lembre-se ainda que se você representar pela temporária após o seu 
decurso de prazo (5 ou 30 dias), o juiz poderá convertê-la em preventiva. 
 
Então, com o intuito de ganhar mais tempo para a conclusão da sua 
investigação, represente pela temporária no lugar da preventiva, apesar de 
caber as duas medidas. 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 42 
A temporária é cabível, pois existem fortes indícios de autoria de Cristiano 
Madeira e Ricardo Madeira, haja vista os exames periciais que já foram 
realizados e confirmam a presença deles na cena do crime. 
 
As testemunhas também comprovam essa tese. 
 
Assim, basta verificar o cabimento, que também está satisfeito, pois o 
crime cometido, que é o de homicídio doloso, qualificado, pois poderíamos 
encaixar a conduta no homicídio cometido sem a possibilidade de defesa 
da vítima. 
 
Veja, portanto, que temos um crime hediondo, ou seja, cabe temporária e 
pelo prazo de 30 (trinta) dias, ou seja, será uma luva nas suas mãos para 
a continuidade das diligências. 
 
Em relação à possibilidade de preventiva, podemos vislumbrá-la, uma vez 
que os autores passaram a ameaçar a testemunha ocular, namorada da 
vítima, o que estaria adequado ao requisito cautelar de garantia da 
instrução processual penal. 
 
No entanto, como cabe a temporária, vamos preferi-la. 
 
Decidida a peça, vamos produzir, lembrando que como o enunciado é muito 
longo, você será realmente medido pelo poder de síntese, durante a 
narrativa dos fatos. O ideal é procurar ressaltar apenas aquilo que foi 
importante da narrativa. Aquilo que será relevante para a sua 
fundamentação, fatos que comprovam algo. 
 
Vamos elencar alguns pontos importantes na sua peça. Eu inclusive 
recomendo que você faça desse jeito no dia da prova, antes de começar a 
produzir, principalmente em questões com longos enunciados, faça um 
aparato dos pontos abaixo: 
 
1. Crime: homicídio qualificado pela impossibilidade de defesa da vítima e 
pelo motivo fútil. 
2. Medida: Representação por medida cautelar de prisão temporária. 
3. Prazo: 30 dias. 
4. Fumus comissi delicti: 
 
4.1. prova da existência do crime: ...desferiu três disparos em sua 
direção, atingindo-lhe fatalmente a cabeça e o tórax. Douglas 
faleceu ainda no local e os autores se evadiram logo após a conduta, 
lá deixando Fernanda a gritar por socorro...; Também juntou-se ao 
feito o laudo cadavérico da vítima, no qual se constata a retirada de 
três projéteis de calibre 380 do cadáver: um alojado no tórax e dois, 
no crânio... 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 42 
4.2. Indícios suficientes de autoria: ...Fernanda foi ouvida em termo de 
declarações e alegou conhecer dois dos autores, em específico os 
que empunhavam armas: Cristiano Madeira, vulgo Pinga, que 
portava um revólver e teria desferido dois tiros para o alto; e o 
irmão de Cristiano, Ricardo Madeira, vulgo Caveira, que, portando 
uma pistola niquelada, desferira os três tiros que atingiram a 
vítima....; foram ouvidos dois vizinhos de Fernanda que se 
encontravam, na ocasião dos fatos, na janela do prédio vizinho e 
narraram, em auto próprio, a conduta do grupo, indicando a placa 
do veículo sedã de cor prata (ABS 2222/BA) e a descrição física dos 
quatro indivíduos. Na ocasião, foram apresentadas fotografias de 
possíveis suspeitos às duas testemunhas, que reconheceram 
formalmente, conforme auto de reconhecimento fotográfico, dois 
dos rapazes envolvidos nos fatos: Ricardo Madeira e Cristiano 
Madeira....;...o laudo de perícia papiloscópica, realizada em lata de 
cerveja encontrada nas proximidades do local, na qual foram 
constatados fragmentos digitais de uma palmar. Lançadas as 
digitais em banco de dados, confirmou-se pertencerem a Ricardo 
Madeira...; ...Durante as diligências, apurou-se que o veículo sedã 
de cor prata, placa ABS 2222/BA, estava registrado em nome da 
genitora dos irmãos Cristiano Madeira e Ricardo Madeira, Maria 
Aparecida Madeira, residente na rua Querubim, casa 32, no bairro 
Boa Prudência, em Salvador ± BA... 
 
5. periculum libertatis: O inquérito policial tramitou pela delegacia, 
em diligências, durante vinte e cinco dias, encontrando se 
conclusos para a autoridade policial que preside o feito, restando a 
complementação de inúmeras diligências visando identificar os 
outros dois autores e evidenciar, através de novas provas, a 
conduta dos indiciados 
Ou seja, temos todos os elementos que possibilitam a representação pela 
temporária. 
 
No entanto, na qualidade de autoridade policial, visto que você já sabe 
representar pela busca domiciliar, eu entendo que caberia ainda uma busca 
domiciliar na casa da genitora dos prováveis autores do crime de homicídio. 
 
Essa diligência visa além da possível prisão deles, uma vez que há 
possibilidade de eles estarem escondidos na casa da mãe, bem como pode 
ter sido escondida lá a arma do crime, o revólver calibre 38. 
 
Assim, verifico ser cabível a busca domiciliar, até como diligência 
complementar. No entanto, pela reserva jurisdicional, devemos representar 
pela medida, não podemos fazê-la a revelia do juiz. 
 
Vamos à peça: 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 42 
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO PRESIDENTE DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE SALVADOR - BA. 
 
 
 
Ref. Inquérito policial n°0021/2012 
 
 
 
A Polícia Civil do estado da Bahia, por meio do seu Delegado de Polícia, ao 
final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são conferidas, dentre 
outURV�GLVSRVLWLYRV��SHOR�DUW���ƒ�� µFDSXW¶��GD�/HL�����������SHOR�DUW�������
§1°, d, do CPP, bem como no art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013, bem assim 
pela (citar a lei que regulamenta as atribuições da polícia civil do estado 
para o qual está prestando concurso), vem, mui respeitosamente, a 
presença de Vossa Excelência, representar pela decretação da prisão 
temporária de Ricardo Madeira e Cristiano Madeira, pelos fundamentos de 
fato e de direito que a seguir passa a expor. 
 
1. Dos fatos 
 
Narram os autos, que na madrugada do dia 17 de setembro de 2012, por 
volta de 00:40, ocorreu um crime de morte, ocasião em que a vítima 
Douglas Aparecido da Silva foi atingida por dois disparos de arma de fogo, 
que lhe atingiram o tórax e a cabeça. O crime teria sido motivado por uma 
dívida de drogas que a vítima mantinha com os agentes criminosos. 
 
A ação delituosa foi presenciada por sua namorada Fernanda Maria de 
Souza, a qual prestou depoimento nesta delegacia, afirmando que conhece 
os prováveis autores, tendo os reconhecido. 
 
A ação criminosa ainda teve como testemunhas dois vizinhos que 
assistiram tudo de suas janelas e também reconheceram formalmente os 
indiciados, ora representandos, por meio de reconhecimento fotográfico, 
cujo auto se encontra juntado aos autos. 
 
Foi ainda feito o laudo de local de crime, oportunidade em que foi realizada 
perícia papiloscópica em uma lata de cerveja encontrada no local, 
resultando positivo para Ricardo Madeira. 
 
Os quatroagentes criminosos deslocavam-se em um carro sedan de cor 
prata, placa ABS 2222/BA, que está registrado em nome da genitora dos 
irmãos Madeira, Maria Aparecida Madeira. 
 
O inquérito tramita nesta unidade de polícia judiciária e ainda estão 
pendentes várias diligências para a elucidação do crime, notadamente a 
identificação de dois dos quatro indivíduos e ainda resta empreender 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 42 
diligências com o intuito de encontrar a arma de fogo utilizada e demais 
elementos de informação que possam ajudar na convicção do MP e do Juiz 
no processo judicial. 
 
2. Dos fundamentos jurídicos 
 
2.1 Da Prática delituosa 
 
De acordo com os fatos narrados acima, os indiciados foram incursos no 
crime de homicídio qualificado, pelo motivo torpe, bem como pela 
impossibilidade de defesa por parte da vítima. 
 
2.2 Do cabimento 
 
Nos termos da lei de prisão temporária, bem como na lei de crimes 
hediondos, é cabível o recolhimento cautelar dos indiciados, pois o crime 
cometido está previsto no rol de crimes onde cabe essa hipótese de 
segregação. 
 
Ademais, como se trata de crime hediondo, vale ressaltar que o prazo da 
prisão será o de 30(trinta) dias, conforme previsto na própria lei de crimes 
hediondos. 
 
Noutro giro, com a mesma finalidade de colheita de elementos de 
informação que consubstanciem a investigação preliminar, é cabível a 
busca domiciliar no endereço da mãe dos autores, com o fito de encontrar 
a arma utilizada no crime de morte, bem como outros elementos que 
possam interessar à investigação, tudo nos termos das alíneas do §1°, do 
art. 240, do CPP. 
 
2.3 Dos requisitos cautelares 
 
No caso em tela, podemos afirmar que há uma combinação perfeita entre 
os incisos I e III, do art. 1° da Lei 7.960/89. Vejamos. 
 
Quanto à prova da existência do crime. Nada mais claro que isso está nos 
autos, uma vez que foram juntados tanto os depoimentos de três 
testemunhas, afirmando que presenciaram a morte da vítima, bem como 
pela juntada do laudo de exame cadavérico, onde se afirma a vítima ter 
sido alvejada por dois disparos de arma de fogo, um no tórax e outro na 
cabeça. 
 
Portanto, o crime existe e há elementos que nos conduzem a essa 
conclusão. 
 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 42 
Quanto aos indícios de autoria, também estão comprovados pelo auto de 
reconhecimento fotográfico dos irmãos Madeira, no qual as testemunhas 
afirmam ter sido eles os autores do homicídio. 
 
De modo a reforçar a autoria temos o laudo de exame papiloscópico, no 
qual se confirma as digitais de um dos irmãos madeira em uma lata de 
cerveja deixada no local do crime, o que nos conduz ao reforço da autoria 
atribuída a Ricardo e Cristiano. 
 
Portanto, o requisito do inciso III, da Lei 7.960/89 encontra-se plenamente 
satisfeito no caso concreto. 
 
O requisito do inciso I, do referido artigo, também se satisfaz, pois a 
investigação ainda se encontra em seu decorrer e várias diligências são 
necessárias para a elucidação do crime. Ainda é necessária a identificação 
dos outros dois indivíduos que participaram da ação criminosa, além do que 
é necessário encontrar a arma utilizada no crime. O inquérito está com seu 
prazo se esvaindo, o que comprova mais ainda ser imprescindível a prisão 
dos indiciados para o sucesso das diligências. 
 
Além de tudo isso, os indiciados possuem extensa folha de antecedentes 
criminais, onde se pode perceber uma série de crimes cometidos pelos 
representandos, notadamente ligados ao tráfico de drogas, roubos e 
homicídios. 
 
Assim, podemos afirmar que estão presentes os requisitos dos incisos I e 
III, do art. 1° da Lei n° 7.960/89. 
 
Por outro lado, é necessária ainda a expedição de mandado de busca 
domiciliar. Vejamos. 
 
No crime em comento, foi utilizada arma de fogo para a execução, objeto 
esse que ainda não foi encontrado, mesmo após várias diligências da seção 
operacional desse distrito policial, o que nos leva a pensar que a arma do 
crime pode estar escondida na casa da genitora dos indiciados, pois até o 
veículo utilizado no dia do crime está registrado no nome da mãe deles, o 
que nos leva a crer que pode ser possível encontrar o revolver calibre 38 
na casa localizada na rua Querubim, casa 32, no bairro Boa Prudência, em 
Salvador ± BA. 
 
Nos termos do art. 240, §1°, do CPP, será deferida a busca domiciliar 
quando for necessário encontrar armas e outros objetos ligados à prática 
delituosa. O que se encaixa perfeitamente no caso em tela, necessitando 
apenas de mandado judicial para a efetivação da diligência, uma vez que 
se trata de um tema que requer a intervenção do juiz para seu deferimento. 
 
3. Do pedido 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 42 
 
Ante do exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já 
expostos, representa, essa autoridade policial, pela decretação da prisão 
temporária de Ricardo Madeira e Cristiano Madeira, sem a oitiva da parte 
contrária, pela própria natureza da medida e urgência características, pelo 
prazo de 30 (trinta) dias, após a competente manifestação do membro do 
Ministério Público. 
 
Requer ainda a expedição de mandado de busca domiciliar, diligência a ser 
cumprida na Rua Querubim, casa 32, no bairro Boa Prudência, em Salvador 
± BA, com a finalidade de encontrar o revólver calibre 38 utilizado no crime 
cometido. 
 
Nestes Termos. Pede Deferimento. 
 
Local, data. 
 
Delegado de Polícia 
Matrícula 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão 2: 
 
(VINÍCIUS SILVA) No dia 23 de julho de 2014, na cidade litorânea 
de Praia Verde ± SP, a polícia encontrou um corpo de uma pessoa 
do sexo feminino, sem vida, que aparentemente havia sofrido 
várias agressões físicas antes de ter sua vida ceifada. 
 
O laudo de exame cadavérico concluiu que houve um homicídio e 
que este se deu mediante asfixia, tudo conforme a analise técnica 
do corpo de peritos da Polícia Civil de São Paulo. 
 
Alguns documentos foram encontrados junto à vítima e 
comprovaram que se tratava de uma turista francesa, que estava 
passando o final de semana no litoral paulista, conhecendo as 
belezas das praias. 
 
Posteriormente, mediante o depoimento de moradores que residem 
próximos ao local do crime, chegou ao conhecimento da autoridade 
policial titular da delegacia de proteção ao turista a informação de 
que a vítima estava acompanhada de um suposto guia turístico, que 
13601418207
Peça Prática para Delegado de Polícia Civil de Pernambuco 
Prof. Vinícius Silva ± Aula 02 
Prof. Vinícius Silva www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 42 
lhe mostrara algumas das belezas da região, essa pessoa seria o Sr. 
Antônio da Silva. 
 
No decorrer das investigações ficou demonstrado pela perícia que 
no corpo da vítima, na região do pescoço havia diversas marcas 
digitais, que foram juntadas ao laudo pericial. 
 
Posteriormente, foi feito um batimento entre as impressões digitais 
encontradas na vítima e o banco de dados da Secretaria de 
Segurança Pública, no entanto, não foi possível nenhuma 
coincidência entre as informações. 
 
Após empreender diligências, Antônio dos Silva foi intimado a 
comparecer a delegacia para ser ouvido e ele negou a autoria do 
crime. 
 
No entanto ficou comprovado que ele não era guia turístico e sim 
um morador da cidade que

Outros materiais