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PROCESSOS DE REGISTRO DE BEM DE FAMÍLIA

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PROCESSOS DE REGISTRO DE BEM DE FAMÍLIA
O procedimento de registro do bem de família
Permanece íntegro o procedimento registral do bem de família previsto nos artigos 260 a 265 do Regulamento de Registros Públicos (lei 6.015/73), mesmo porque o novo diploma não regulou a matéria registraria. A publicidade por meio das publicações dos editais, exigida pela lei especial e instrumental, para prevenir credores contra possíveis prejuízos e eventual direito de impugnação bem como impedir sua concretização, tornando público o ato é condição sine qua non ao registro constitutivo do bem de família.
Vejamos o roteiro prático ou a caminhada do título no registro de imóveis.
a) Recepção
Recebida a escritura, independentemente de requerimento expresso do instituidor ou interessado, o oficial dará recibo ao apresentante. A simples apresentação cumpre o princípio da instância, momento em que o título será imediatamente prenotado, recebendo o número de ordem, no Livro Um, conforme preceitua o artigo 182 da Lei 6.015/73 (RRP).
b) Autuação
A seguir, fará autuar o instrumento público e demais documentos apresentados, certificando, no processo formalizado em cartório, o recebimento da documentação e numerando-a.
c) Qualificação
Protocolizado, terá o oficial, segundo a lei, prazo de 30 dias para o exame formal do título, abrangendo seus aspectos intrínsecos e extrínsecos. Não estando em termos, apresentará por escrito, de forma clara e objetiva e de uma só vez, todos os motivos da recusa, para que o apresentante cumpra as exigências, se quiser. Não se conformando com elas ou não podendo cumpri-las, poderá requerer dúvida para ser dirimida pelo juízo competente, nos termos do artigo 198 e seguintes da lei 6.015/73.
A comprovação prévia da insolvência do instituidor, por ocasião da constituição do bem de família, mediante apresentação de certidões pessoais e penais, inclusive da Justiça federal e as de protestos, não é exigência a ser feita pelos registradores, por ser presumida e a lei assim não determinar, uma vez que existindo dívidas anteriores, não prevalecerá a impenhorabilidade do imóvel objeto do bem de família.
d) Edital
Não existindo dúvidas ou se elas tiverem sido sanadas pelo interessado, ou ainda, se ocorrer de a dúvida ter sido julgada improcedente, o oficial, nos termos do artigo 262 da lei 6015/73, elaborará o edital a ser publicado que conterá os requisitos impostos pelo artigo 262, I e II, da mencionada lei, quais sejam: “resumo da escritura, nome, naturalidade e profissão do instituidor, data do instrumento e nome do tabelião que o fez, situação e característicos do prédio e o aviso de que, se alguém se julgar prejudicado, deverá, dentro de trinta (30 dias), contados da data da publicação, reclamar contra a instituição, por escrito e perante o Oficial”.
As diligências para a efetuação da publicação assim como a redação do edital são da competência exclusiva do oficial registrador e não poderão ser providenciadas pelo próprio interessado. Tanto o Código de Processo Civil como a Lei de Registros Públicos são claros em determinar a incumbência ao oficial, sem possibilidade de transferência ao particular, uma vez que qualquer vício no procedimento poderá acarretar a nulidade do registro com reflexo em eventuais execuções.
Omite a lei a forma de serem feitas as publicações, se num ou outro jornal, se uma ou mais vezes. Entende Valmir Pontes (Registro de Imóveis, São Paulo, Saraiva, 1982, p. 201) que, “se a publicação tem por fim levar o fato de instituição ao conhecimento público, ou de terceiros, e possibilitar a reclamação de possíveis prejudicados, de aplicar-se à hipótese, por analogia, é a disposição de caráter processual civil concernente ao edital de citação, cuja publicação deve ser feita no prazo máximo de quinze (15) dias, uma vez no órgão oficial e pelo menos duas vezes em jornal local, onde houver (Código de Processo Civil, art. 232, II)”.
Silvio Venosa (Direito Civil, 3.ed., v.1, Atlas, 2003) entende que, por não haver determinação expressa da lei, a publicação será feita uma única vez pela imprensa. A finalidade da publicação é dar conhecimento a eventuais credores que tenham motivo relevante para se opor ao ato constitutivo.
A exemplo do que ocorre no procedimento de dúvida e nos registros de loteamento ou desmembramento, abre-se aqui exceção ao prazo de validade da prenotação que é, por lei, de 30 dias (art. 205, lei 6.015/73). Vigorará até a efetuação do registro, após o decurso de prazo para impugnação.
e) Do registro propriamente dito
Não ocorrendo reclamação e findo o prazo do inciso II do artigo 262 da lei 6.015/73, o oficial levará a termo os registros da escritura, registrando-a integralmente no livro três de registro auxiliar e outra vez no livro dois na competente matrícula do imóvel objeto da instituição, com remissões recíprocas nos registros de um para outro livro.
Embora as cláusulas de inalienabilidade e impenhorabilidade, após o registro da constituição, sejam inerentes ao ato, parece-nos importante que sejam averbadas na matrícula, consoante artigo 167, II, 11, da lei 6.015/73, porquanto, por ser o bem de família instituto não muito conhecido do público, a omissão das cláusulas poderia acarretar sérios prejuízos a terceiros.
No processo autuado em cartório, o oficial lavrará certidões da expedição dos editais, fazendo a juntada das respectivas publicações. Certificará que, após o decurso de prazo legal, sem que houvesse reclamação contra a instituição, foram levados a efeito os registros respectivos. A seguir, rubricará e numerará todas as folhas componentes do processo e certificará, a final, caso requerido, o desentranhamento de documentos, arquivando os autos em cartório.
f) Se a dúvida suscitada for julgada procedente.
A prenotação será cancelada pelo oficial mediante mandado ou certidão do escrivão, em que venha certificado que a sentença transitou em julgado (art. 203, I, lei 6.015/73).
g) Se a dúvida suscitada for julgada improcedente.
Importante notar que, caso a dúvida tenha sido julgada improcedente com a determinação do registro do título, ele não será feito de imediato, porque deverá o oficial, previamente, cumprir o disposto no artigo 262 da lei 6.015/73, fazendo publicar os editais. Embora deferido o registro, poderá ocorrer aqui uma segunda sustação dela, agora não mais pelas razões apontadas pelo oficial, mas por ter ocorrido reclamação contra a instituição, por terceiros prejudicados. Da mesma forma, a prenotação também será cancelada, de acordo com o artigo 264 da Lei de Registros Públicos.
h) Reclamação contra a instituição
Antes de decorrido o prazo dos editais, qualquer interessado poderá reclamar contra a instituição, o que deverá ser formalizado por escrito, no prazo de 30 dias, contados da primeira publicação, perante o próprio oficial. Poderá ocorrer de a reclamação ter sido feita diretamente ao juiz, a exemplo do que ocorre com as dúvidas inversas, mas caberá ao magistrado enviá-la ao oficial, para cumprimento do artigo 264 da lei 6.015/73, uma vez que a ele incumbe o fornecimento ao instituidor de cópia autêntica da manifestação e restituição do instrumento, declarando que o registro foi suspenso.
Nesse caso, segundo ainda o mesmo artigo 264, o oficial de imediato cancelará a prenotação.
Observamos que, contrariando o disposto no art. 188 da Lei de Registros Públicos, que prescreve o prazo de 30 dias de validade da prenotação, com a publicação dos editais ocorre a quebra do trintídio. Por outro lado, basta haver reclamação, por mais absurda ou infundada que seja, para propiciar o cancelamento da prenotação.
Em nosso entender, seria correto tão-somente a sustação do registro, sem prejuízo da validade da prenotação. Assim Valmir Pontes e Murillo Renault Leite (Registro de Imóveis, São Paulo, Saraiva, 1981, p. 186), para quem a prenotação deveria vigorar até pronunciamento final pelo juiz, da reclamação oposta. Há que estar atentos para o fato de que o instituidor poderá não insistir no registro, o que propiciaria ficar
aberta a prenotação ad perpetuam, sem possibilidade de dar preferência a outros direitos reais versando sobre a mesma propriedade. Pode ocorrer – e é o mais comum – que o instituidor venha a insistir no ato após a reclamação, produzindo em juízo prova de sua solvência e outros elementos probatórios.
Examinadas as razões, poderá o juiz deferir ou não o pedido de registro, por simples despacho administrativo. Se deferido, a escritura terá reingresso no registro imobiliário, para regularização dos registros, precedidos, é claro, de nova prenotação. Essa decisão de deferimento não faz coisa julgada material, tendo o reclamante direito à ação ordinária para obter declaração de nulidade dos registros.
Igual direito caberá ao instituidor, caso venha o registro a ser indeferido, por entender o magistrado fundadas as razões da reclamação. Recorrerá ele ao juiz competente para, de igual modo, obter o registro perseguido.
Quanto à publicação dos editais, questão interessante foi levantada por Registro de Imóveis da Capital de São Paulo, ao recusar registro de escritura pública de instituição de bem de família, uma vez que, embora em termos o título, não cuidou o interessado de pagar as custas e emolumentos, deixando escoar o prazo de validade da prenotação. Após mais de ano, com a reapresentação do título, entendeu o registrador esgotados os efeitos decorrentes do edital antes publicado, o que importaria em renovar e revalidar as publicações. Decidiu-se que a regra é o registro imediatamente após a publicidade edilícia, mas a eficácia e a validade do edital foram alcançadas, independentemente da cessação ou não dos efeitos da prenotação (Dec. 11/11/1993, processo 985/93, E. 1a Vara de Registros Públicos da Capital).
Caso especial de bem de família
Reza o artigo 265 da lei 6.015/73 (Lei de Registros Públicos): “Quando o bem de família for instituído juntamente com a transmissão da propriedade, a inscrição far-se-á imediatamente após o registro da transmissão ou, se for o uso, com a matrícula”.
Referido dispositivo, combinado com os artigos oitavo a onze do decreto-lei 3.220/41, apresenta hipótese em que a aquisição do imóvel, através de mútuo para casamento, está legalmente clausulado como bem de família. Norma especial, com aplicação restrita aos casos de empréstimo com vistas às núpcias. Atos inseparáveis num mesmo título e que exige registros simultâneos na matrícula, de forma a impedir que sejam bipartidos.
A publicação dos editais, na forma do artigo 262 da Lei de Registros Públicos, seria dispensada. Não se está utilizando capital próprio do instituidor para a aquisição, de modo a torná-lo insolvente perante terceiros. Pelo contrário, não há instituição, sem a aquisição prévia por meio de mútuo para casamento, o que requer o imediatismo dos atos.
Da publicidade do bem de família legal
Ainda que o presente estudo esteja voltado com exclusividade para o bem de família voluntário ou convencional, não seria demasiado dizer, em decorrência do amplo alcance da publicidade no fólio real, tanto defendida por nós, ser perfeitamente possível a averbação de que determinado imóvel foi reconhecido como bem de família legal, ainda que se realize e se aperfeiçoe automaticamente ex vi legis.
Tal ato, evidentemente, deve revestir-se de segurança, não podendo ser aceita simples declaração do interessado, tornando o bem impenhorável, mas cercado das cautelas legais. Trata-se de apreciação exclusiva na esfera judicial, que examinará e aferirá se o imóvel preenche para tanto os requisitos legais, quando então a publicidade poderá ser retratada na matrícula, mediante averbação, instrumentalizada em mandado ou certidão dos autos.
Didática a advertência de Walter Ceneviva (Lei de Registros Públicos Comentada, São Paulo, Saraiva, 1.ed. 1995/260): “tratando-se de impenhorabilidade oponível em processo de execução e, portanto, dependente de decisão judicial, a Lei 8.009/90 é estranha às responsabilidades do registrador, a quem fica vedado qualquer assentamento que declare o imóvel impenhorável a pedido direto do interessado. Só o Juiz tem competência para aferir o preenchimento das condições legais”.
ICHA TÉCNICA: Art. 1.711 CC. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
O que é instituição de bem de família?
É o ato pelo qual um membro ou entidade familiar (composto por pai, mãe, filhos), ou união estável, ou ainda pessoa solteira, institui -por testamento ou escritura pública- a proteção legal ao bem imóvel que serve de moradia, que não poderá ser penhorado.
Para que serve?
Para isentar o bem de execução por dívidas posteriores à sua instituição, salvo as que provierem de tributos relativos ao prédio, ou de despesas de condomínio.
Quem deve comparecer?
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Institui o Código Civil .
SUBTÍTULO IV
Do Bem de Família
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
Parágrafo único. O terceiro poderá igualmente instituir bem de família por testamento ou doação, dependendo a eficácia do ato da aceitação expressa de ambos os cônjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Institui o Código Civil.
SUBTÍTULO IV
Do Bem de Família
Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família.
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Institui o Código Civil.
SUBTÍTULO IV
Do Bem de Família
Art. 1.713. Os valores mobiliários, destinados aos fins previstos no artigo antecedente, não poderão exceder o valor do prédio instituído em bem de família, à época de sua instituição.
§ 1o Deverão os valores mobiliários ser devidamente individualizados no instrumento de instituição do bem de família.
§ 2o Se se tratar de títulos nominativos, a sua instituição como bem de família deverá constar dos respectivos livros de registro.
§ 3o O instituidor poderá determinar que a administração dos valores mobiliários seja confiada a instituição financeira, bem como disciplinar a forma de pagamento da respectiva renda aos beneficiários, caso em que a responsabilidade dos administradores obedecerá às regras do contrato de depósito.
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002
Institui o Código Civil.
SUBTÍTULO IV
Do Bem de Família
Art. 1.714. O bem de família, quer instituído pelos cônjuges ou por terceiro, constitui-se pelo registro de seu título no Registro de Imóveis.
Devem comparecer todas as pessoas que fazem parte da instituição. Os cônjuges, os campanheiros, solteiro(a)s, etc.
Instituidores
 Fotocópia do RG e CPF, inclusive dos cônjuges (e apresentação do original);
Certidão de Casamento: se casado, separado ou divorciado, apresentar a original ou fotocópia autenticada. Quando se tratar de cartório de outra cidade deve ser com firma reconhecida do oficial que a expediu. Prazo da certidão: 90 dias;
Pacto antenupcial registrado, se houver;
 Certidão de óbito: apresentar a original ou fotocópia autenticada. Quando se tratar de cartório de outra cidade deve ser com firma reconhecida do oficial que a expediu. Prazo da certidão: 90 dias;
 Informar endereço;
Informar profissão;
 Fotocópia da certidão de nascimento do menor (RG e CPF, se tiver).
Imóvel
Certidão de matrícula ou transcrição atualizada
(prazo de 30 dias a partir da data de expedição). A certidão deve estar atualizada no momento da lavratura da escritura, e não no momento da entrega dos documentos no cartório;
 Declaração de quitação de condomínio assinada pelo síndico, com firma reconhecida e cópia autenticada da ata de eleição do síndico;
 Certidão negativa de tributos fiscais municipais pendentes sobre os imóveis;
 Carnê do IPTU do ano vigente;
Informar valor atribuído ao imóvel para efeitos fiscais.
 Certidões Pessoais do Casal:
 Certidão de distribuição de ações cíveis, criminais e fiscais, expedidas pela Justiça Federal;
 Certidões de Distribuidores Cíveis da Comarca de São Paulo, de Inventários, Arrolamentos e Testamentos, de Pedidos de Falência e Concordata, de Executivos Fiscais, Municipais e Estaduais e de Ações Cíveis de Família, Exceto Executivos Fiscais, expedidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo;
 Certidões de Distribuição de Processos Trabalhistas;
 Certidões de distribuições e execuções criminais de São Paulo;
Certidões Negativas de Débitos de Tributos e Contribuições Federais;
 Certidões negativas quanto à  divida ativa da União.
No Registro de Imóveis, após a qualificação do título, providencia-se a publicação da escritura em forma de edital. Se em 30 dias ninguém se opuser, o Oficial faz o registro do título no Livro 3 e também no Livro 2, na respectiva matrícula do imóvel. Se houver impugnação, a prenotação é cancelada, e o registro só se realizará por ordem do juiz (art. 264§1º da lei 6.015/73).
ESCRITURA DE INSTITUIÇÃO DE BEM DE FAMÍLIA:
Emissão: 10/04/2013
Revisão: 01 – 04/08/2016
INSTITUIDORES
 
 
PESSOA FÍSICA:
 
Documento de identificação com foto, em bom estado de conservação e no prazo de validade.
CPF.
Certidão do estado civil (validade de 90 dias).
Pacto Antenupcial registrado no RI, caso tenha.
Procuração por Instrumento Público, se houver representação.
Informar endereço e profissão.
 
FILHOS:
 
Documento de identificação com foto, em bom estado de conservação e no prazo de validade.
CPF.
Certidão do estado civil (validade de 90 dias).
Pacto Antenupcial registrado no RI, caso tenha.
Profissão (basta informar).
Procuração específica por Instrumento Público, quando a parte for ser representada.
 
IMÓVEL:
 
Certidão de matrícula (inteiro teor), negativa de ônus e ações reais do Registro de Imóveis (validade 30 dias).
Espelho de cadastro imobiliário ou Carnê de IPTU.
Valor de mercado do Bem.
Outros documentos que se fizerem necessários no decorrer do processo.
Comprovante de quitação de Condomínio (validade 30 dias) – Pode ser por declaração.
Valor de mercado do Bem.
 
OBS: Art. 1.711 CC. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
 
Todos os documentos devem ser originais ou cópias autenticadas, exceto os de identificação que deverão ser sempre originais.
Registro de Loteamento/Desmembramento
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS:
Atualizada em maio/2016
1. PROJETO DE LOTEAMENTO OU DESMEMBRAMENTO:
1.1. Requerimento ao Oficial do Registro de Imóveis solicitando, nos termos da Lei n° 6.766/79, o registro do loteamento ou desmembramento, com as firmas reconhecidas.
Obs.: Tratando-se de mais de um loteador, o requerimento deve ser assinado por todos.
1.2. Memorial descritivo dos lotes e áreas públicas, elaborado com base nos art. 176, II, 3 e 225, § 1° da Lei nº 6.015/73, contendo:
área quadrada do lote;
medidas lineares;
localização (rua e lado);
distância da esquina mais próxima;
confrontações (preferencialmente com lotes, não com pessoas);
quarteirão (se não for composto por ruas em todos os lados, mencionar indefinido); e,
número de lote e quadra.
Obs.: Este memorial deve ser assinado por todos os loteadores e pelo responsável técnico. Para agilizar o processo de conferência e registro, sugerimos enviar arquivo eletrônico, em word, para os e-mails rpveracruz@viavale.com.br ou cartorio@weschenfelder.com.brcartorio@weschenfelder.com.br.
Modelos de descrição de lotes  e áreas públicas que contemplam todos os requisitos do art. 176 da Lei 6.015/76:
PARCELAMENTO DO SOLO - URBANO - LOTEAMENTO 
Lei do parcelamento do solo urbano (Lei 6766/79). A lei 6.766/79, em seu artigo 2º, § 1º define como loteamento: "Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes". Assim, no loteamento há necessidade de abertura de novas vias públicas de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes. No loteamento o empreendedor deverá arquivar perante o Registro de Imóveis todos os documentos referidos no artigo 18 da Lei 6.766/79, para formalização do registro especial, ali previsto. 
* ROL DE DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA A EFETUAÇÃO DO REGISTRO:
 O PROCESSO DE LOTEAMENTO DEVERÁ SER APRESENTADO NA SEQUÊNCIA ABAIXO, DEVIDAMENTE ENCADERNADO E COM AS FOLHAS NUMERADAS.
 1 - Requerimento do (s) proprietário (s) ao Cartório solicitando o registro, (quando casado, ambos os cônjuges) com firma reconhecida por verdadeira; 
Pessoa Jurídica: apresentar certidão atualizada dos atos constitutivos emitida há menos de 30 dias pela Junta Comercial (a fim de comprovar a legitimidade do sócio para requerer o registro de loteamento); 
2 - Preliminarmente devem ser averbados na matrícula ou transcrição do imóvel a ser desmembrado, todos seus confrontantes atuais, através de requerimento instruído com certidão da Prefeitura Municipal, indicando ainda o número de matrícula ou transcrição de tais confrontantes. (Art. 213, I, LRP); 
3 - MEMORIAL, contendo: 
a) Descrição da propriedade desmembrada por inteiro;
 b) Descrição de cada lote, mencionando as metragens de frente, fundos, laterais, sua designação e confrontantes, conforme consta da planta;
 c) O memorial descritivo deve ser assinado pelo engenheiro com firma reconhecida (verdadeira). A descrição dos lotes desmembrados, em todas as suas medidas e confrontações deve ser dar com base nos confrontantes atuais já averbados na matrícula ou transcrição, conforme apontado no item 2 acima; 
3.1 - De conformidade com a Lei 6.766/79, no seu artigo 4º, item III, “ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias, ferrovias e dutos será obrigatória a reserva de uma faixa “non aedificandi” de 15 (quinze) metros cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica. Desta forma, não estando enquadrado na exigência acima, deverá constar no memorial de desmembramento, declaração expressa do engenheiro neste sentido, caso contrário, cumprir-se-á o disposto na Lei. 
4 – Anexar as seguintes certidões: 
4.1 - Título de propriedade (certidão de inteiro teor ou cópia do título de propriedade);
 4.2 - Histórico dos títulos de propriedade, abrangendo os últimos 20 anos (certidão vintenária); 
4.3 - CERTIDÕES NEGATIVAS:
 a) de ônus e ações; 
b) De tributos Municipais, incidentes sobre o imóvel; 
b 1. FUNRURAL, se o imóvel há menos de 5 anos era rural; 
b 2. Tratando-se de terreno de Marinha, Certidão do SPU; 
c) De ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 anos, que deverão vir em nome de todos quantos tenham sido titulares de direitos reais sobre o imóvel nos últimos 10 anos, devendo ser extraídas nos seus domicílios; 
d) De ações penais com respeito a crime contra o Patrimônio e contra a Administração Pública; 
e) Negativas dos Cartórios de Protesto, pelo período de 10 anos, em nome de todos quantos tenham sido titulares de direitos reais sobre o imóvel nos últimos 10 anos, devendo ser extraídas nos seus domicílios; 
f) De ações pessoais relativas a todos quantos tenham
sido titulares de direitos reais sobre o imóvel nos últimos 10 anos da Justiça Estadual e Federal, extraídas nos seus domicílios. 
g) De ações penais contra o loteador pelo período de 10 anos;
 h) De ações penais contra todos quantos tenham sido titulares de direitos reais sobre o imóvel nos últimos 10 anos (pelo período de 10 anos), extraídas nos seus domicílios; 
i) De tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre o imóvel;
 5 – Apresentar exemplar do contrato padrão de venda de lote do desmembramento, contendo os requisitos do art. 26 da lei 6766/79; 
6 – Apresentar declaração do cônjuge consentindo no registro do desmembramento, tratando-se de pessoa física; 
7 - Planta devidamente aprovada pela Municipalidade em 03 (três) vias. Deverá constar da planta a localização do terreno em relação às áreas litorâneas, numa faixa de 2.000m e área limítrofe do município); 
7.1 - Aprovação municipal urbanística (deverá constar na planta a localização do terreno em relação as áreas litorâneas, numa faixa de 2.000m e área limítrofe do município). 
7.2 - Aprovado o desmembramento, o proprietário deve submetê-lo ao Registro Imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação, de conformidade com o artigo 18 da Lei Federal nº 6.766/79.
 8 - ART do CREA e seu comprovante de quitação;
 9 – Aprovação da Fundação de Amparo à Tecnologia e ao Meio Ambiente – FATMA, nos termos do artigo 1º do Provimento 75/98 da Corregedoria Geral de Justiça do Estado de Santa Catarina; 
10 – Aprovação da Secretaria do Meio Ambiente – SEMAM; 
11- Anuência da SPU - quando terreno de marinha (neste caso, deverá o memorial e panta serem georeferenciados, com indicação das coordenadas UTM); 
12 - A planta e o memorial não podem conter rasuras ou emendas, caso contrário, deverão passar novamente pela aprovação da Municipalidade;
 13 - Apresentar a planta reduzida para fins de publicação de edital; 14 – Após aprovação pelo Ministério Público, a parte deve promover a publicação de Edital do pedido de registro do loteamento em jornal local de circulação diária (art. 19, § 3º da Lei 6.766/79), por 3 dias consecutivos, (apresentando ao Registro de Imóveis a prova das 3 publicações) podendo este ser impugnado no prazo de 15 (quinze) dias contados da data da última publicação. Findo o prazo sem impugnação, será feito o registro. Se houver impugnação de terceiros, o oficial do registro de imóveis intimará o requerente e a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para que sobre ela se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de arquivamento do processo. Com tais manifestações o processo será enviado ao juiz competente para decisão.
 O B S E R V A Ç Õ E S:
 I - Os documentos ficarão arquivados no Cartório e deverão ter as firmas de seus subscritores reconhecidas por autenticidade, nos documentos de ordem particular, exceção feita aos públicos;
 II - Todos os documentos deverão vir no ORIGINAL. No caso de o proprietário do desmembramento ser pessoa jurídica, o requerimento deverá ser assinado pelo representante e administrador da empresa. Apresentar cópia autenticada do contrato social e/ou da alteração contratual na qual conste o nome do sócio representante e administrador da empresa. Anexar declaração citando que até a presente data não foi alterada a cláusula de representação e administração da empresa, que deverá ser assinada pelo contador e pelo representante da empresa, reconhecendo a firma de ambos por verdadeira ou autenticidade; 
III - As certidões forenses e as de protestos de títulos abrangerão dez (10) anos;
 IV - Se alguma das certidões citadas for POSITIVA, apresentar: * certidão narrativa e petição inicial da ação; * declaração do loteador de que tal protesto ou ação não poderá prejudicar os adquirentes dos lotes. (juntar provas); 
V - O prazo de registro contará do dia em que todos os itens forem atendidos. VI - Os requisitos listados são meramente informativos, sendo que o título apresentado para registro estará sujeito à análise, nos termos do art.198 da LRP e art. 768 do Código de Normas da Corregedoria Geral da Justiça.

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