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2022_1 - Contabilidade Empresarial

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Contabilidade 
Empresarial
1ª edição
2017
Contabilidade Empresarial
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Palavras do professor
É inegável a importância das informações contábeis para um grupo cada 
vez maior de interessados e com os mais diversos objetivos possíveis.
Para atingir suas finalidades mais importantes, quais sejam: planeja-
mento, controle e auxílio no processo decisório, a contabilidade utiliza as 
técnicas de escrituração, demonstração, auditoria e análise de balanços.
Assim, o pré-requisito para o estudo desta unidade é o aluno já ter estu-
dado sobre escrituração. 
Estudaremos a demonstração, mais especificamente os dois relatórios 
mais importantes do conjunto de demonstrações financeiras obrigató-
rias: o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício.
Depois de termos realizado todo o processo de escrituração, chegou 
o momento de fazermos os preparativos, os ajustes necessários, para 
encerrar o exercício e levantarmos o Balanço Patrimonial.
Isto porque o Balanço Patrimonial é um resumo dos dados escriturados 
na contabilidade e é através dele que os interessados podem conhecer a 
situação patrimonial da empresa e as variações ocorridas em certo perí-
odo de tempo. É através dele, principalmente, que um investidor pode 
decidir entre investir ou não em determinada empresa; que o gerente do 
banco pode liberar ou não aquele empréstimo para ampliar a fábrica; que 
atesta se o gestor está gerindo o negócio com eficiência e eficácia, ou 
não, entre muitas outras informações com interesses e objetivos dos mais 
diversos.
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Unidade 1
Balancete de Verificação
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, você aprenderá a emitir o Balancete de Verificação. Atra-
vés de um exemplo prático, passaremos pela interpretação de fatos con-
tábeis, transitaremos pelos lançamentos contábeis e chegaremos ao livro 
Razão, ponto de partida para levantarmos o Balancete de Verificação, o 
qual que nos permitirá atestar a efetiva utilização dos métodos das parti-
das dobradas, além de visualizar com mais clareza possíveis erros na apli-
cação desse método e ainda identificar outros erros de escrituração.
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender a necessidade de levantamento de Balancete de 
Verificação e sua finalidade.
• Identificar, através do Balancete, irregularidades e inconsistências 
de saldo.
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Contabilidade Empresarial | Unidade 1 - Balancete de Verificação
1.1 Conceitos iniciais
O Balancete de Verificação é um demonstrativo contábil, estruturado com base nos saldos das contas extraídas 
do livro Razão de acordo com sua natureza, devedora ou credora, com o objetivo de verificar se o método das 
partidas dobradas foi respeitado.
Vamos analisar cada parte desse conceito.
O Balancete é um demonstrativo contábil, mas o que ele demonstra?
Esse relatório demonstra os saldos finais das contas contábeis no período a que se refere, não existindo um perí-
odo definido para se emitir um Balancete, que pode ser mensal, trimestral, semestral ou até mesmo anual, ou 
seja, pode ser emitido conforme a necessidade de quem vai utilizá-lo. Normalmente o contabilista ou o admi-
nistrador é quem define esse período, definindo também para qual finalidade será emitido. Nesse caso, ele pode 
ser emitido como preparação para a emissão do Balanço Patrimonial, para análise pela diretoria ou ainda para 
algum usuário externo.
• Extraídos do livro Razão: no livro Razão mantém-se o registro contábil individualizado por contas, ou seja, 
cada conta apresentará um conjunto de lançamentos contábeis, sendo que o acompanhamento de seu 
saldo, ao final do período, será totalizado pelos débitos e créditos e o levantamento do saldo final da 
conta.
• Natureza devedora ou credora: cada conta tem sua natureza, devedora ou credora, dependendo de suas 
peculiaridades. Predominantemente, as contas do Ativo possuem natureza devedora, e as contas do Pas-
sivo e do Patrimônio Líquido natureza credora, porém, essa natureza é relativa, pois podemos encontrar 
tanto no Ativo como no Passivo ou no Patrimônio Líquido contas com natureza diferente das citadas. 
Como exemplo, temos a conta Depreciação Acumulada, que pertencente ao grupo do Ativo, porém com 
natureza credora.
• Método das partidas dobradas: o método das partidas dobradas indica que um débito numa ou mais 
contas deve corresponder a um crédito em uma ou mais contas, ou seja, deve existir obrigatoriamente 
uma igualdade entre débitos e créditos, não em quantidades de lançamentos, mas em valores absolutos, 
assim, a soma de todos os débitos deve ser igual à soma de todos os créditos. Consoante Iudícibus (2010, 
p. 43), “Não há débito(s) sem crédito(s) correspondente(s)”. 
Predominantemente, as contas do Ativo possuem natureza devedora, porém, existem con-
tas retificadoras do Ativo que possuem natureza credora; o mesmo acontece com o Passivo e 
o Patrimônio Líquido, em que a maioria de suas contas apresentam natureza credora, porém, 
não em sua totalidade..
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Contabilidade Empresarial | Unidade 1 - Balancete de Verificação
1.2 Representação gráfica do Balancete
O Balancete de Verificação é uma fonte de informações de extrema importância para os usuários das demonstra-
ções contábeis. Normalmente, não é disponibilizado para usuários externos, principalmente pelo seu alto nível 
de detalhamento. 
A escolha de seu modelo depende muito da forma como será utilizado, mas os mais usuais são os de quatro, seis 
e oito colunas. 
Quadro 1.1 – Balancete de oito colunas
Empresa Exemplo S.A.
Balancete de Verificação em 31/12/x1
Contas
Saldos Anteriores Movimento do Período Saldos Atuais
Devedores Credores Débito Crédito Saldos Devedores Credores
Devedores Credores
Legenda: Balancete de oito colunas.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
Quadro 1.2 – Balancete de seis colunas
Empresa Exemplo S.A. 
Balancete de Verificação em 31/12/x1
Contas
Balancete Anterior • Movimento do Período Balancete Atual
Saldos
Débito Crédito
Saldos Atuais
Devedores Credores Devedores Credores
Legenda: Balancete de seis colunas.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
Quadro 1.3 – Balancete de quatro colunas
Empresa Exemplo S.A 
Balancete de Verificação em 31/12/20x6.
Contas Débitos Créditos Saldos
Devedores Credores
Legenda: Balancete de quatro colunas.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
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Contabilidade Empresarial | Unidade 1 - Balancete de Verificação
1.3 Algumas finalidades do Balancete
O principal objetivo do Balancete é verificar se o método das partidas dobradas foi respeitado, pois devemos 
verificar se a soma de todos os débitos é igual à soma de todos os créditos do período, porém, esta não é a única 
função do Balancete. Este é um relatório analítico que demostra o saldo final de todas as contas contábeis até um 
período especificado e pode ser visto como uma prévia do Balanço, contudo, com uma riqueza de detalhes muito 
maior. Além disso, o Balanço normalmente é emitido ao final do exercício enquanto o Balancete pode ser emitido 
a qualquer tempo, podendo ser mensal, trimestral, semestral ou relativo a qualquer período que seja necessário, 
de acordo com a análise que será aplicada.
Uma análise importante que pode ser feita através do Balancete é a detecção de alguns erros de lançamento, 
entre eles, o respeito ao método das partidas dobrada. Outro erro que o Balancete nos permite identificar é o 
registro de uma conta com saldo diferente daquela de sua natureza, como, por exemplo, uma conta Caixa, que 
tem natureza de saldo devedor, com saldo credor, o que caracteriza, muito provavelmente, um lançamento em 
duplicidade ou um lançamento em conta errada. 
Outra finalidade importante do Balancete é a de subsidiar os gestores com informações para a tomada de deci-
são, isto porque, na sua maioria, as empresas elaboram o Balanço Patrimonial ao final do exercício,ou seja, em 
31 de dezembro, porém os gestores não podem ficar dependentes de informações fornecidas de doze em doze 
meses, logo, socorrem-se nos balancetes, quase sempre mensais, para subsidiar suas decisões ou para fornecer 
dados às suas análises.
De acordo com Iudícibus (2010), as etapas para a elaboração do Balanço são a) o levantamento do Balancete e b) 
a verificação do Razão, daí a importância do Balancete.
Como vimos, o Balancete tem inúmeras funções igualmente importantes, seja para localizar erros de lançamen-
tos, seja para subsidiar tomadas de decisões. No próximo tópico veremos alguns exemplos de erros que podemos 
identificar através do Balancete de Verificação.
1.4 Exemplo prático de lançamento e emissão do Balancete
Neste tópico, apresentaremos um exemplo de movimentação financeira em uma empresa fictícia que facilitará 
o entendimento de todos os detalhes para a elaboração do Balancete de Verificação. Não nos aprofundaremos 
em detalhes sobre as contas, as formas de lançamentos e qualquer outro detalhe sobre a escrituração, pois não 
fazem parte desta unidade e acreditamos que o aluno já possua o conhecimento necessário para desenvolver 
sem maiores problemas essa atividade.
A seguir, apresentaremos um rol de fatos contábeis fictícios e, a partir deles, realizaremos os lançamentos contá-
beis. Em seguida, demonstraremos um modelo de Razão com os respectivos lançamentos escriturados e, após, 
levantaremos o Balancete de Verificação já com os lançamentos apropriados. Ao final, faremos algumas con-
siderações com o intuito de evidenciarmos possíveis erros que possam ser identificados apenas analisando o 
Balancete de Verificação.
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Contabilidade Empresarial | Unidade 1 - Balancete de Verificação
1.4.1 Fatos contábeis
• Fatos 1 e 2: Vamos imaginar que a empresa fictícia Exemplo S.A. foi constituída pelos sócios A e B, com 
capital social de R$ 10.000.000 dividido em 10 cotas de R$ 1.000.000 cada uma. A sociedade foi dividida 
em partes iguais, ou seja, 5 cotas de R$ 1.000.000 cada, totalizando R$ 5.000.000 para o sócio A e 5 
cotas de R$ 1.000.000 cada para o sócio B, totalizando também R$ 5.000.000. Cada sócio integralizou o 
capital social da empresa mediante transferência bancária para a conta Banco da empresa no dia 15 de 
dezembro de 20x1.
• Fato 3: Já no dia 16 de dezembro de 20x1 os sócios, em comum acordo, resolveram adquirir um prédio 
para instalação da empresa pelo valor de R$ 1.000.000 com pagamento através de transferência bancá-
ria.
• Fato 4: Após a aquisição do prédio, no dia 22 de dezembro, a empresa adquiriu móveis e utensílios para a 
nova sede no valor total de R$ 100.000 através de transferência bancária.
• Fato 5: Ainda no mês de dezembro, no dia 26, a empresa adquiriu máquinas e equipamentos no valor de 
R$ 3.000.000 através de transferência bancária.
• Fato 6: No mesmo dia 26 a empresa ainda adquiriu um veículo no valor de R$ 300.000, através de trans-
ferência bancária, para realizar as entregas de mercadorias aos clientes.
• Fato 7: Já no dia 28 de dezembro a empresa adquiriu mercadorias para revenda no valor total de R$ 
4.600.000 com pagamento através de transferência bancária.
• Fato 8: Em 30 de dezembro a empresa adquiriu 2.400.000 em mercadoria do fornecedor ABC para 
revenda com prazo para pagamento em 30 e 60 dias.
1.4.2 Lançamentos contábeis
Partindo dos fatos contábeis apresentados, realizaremos a contabilização através de lançamentos simples de 
débito e crédito, para tanto, utilizaremos sempre lançamentos de 1ª fórmula, ou seja, um débito e um crédito 
para cada lançamento, para facilitar a visualização e o entendimento do aluno.
Como trata-se de um exemplo com o intuito de entendermos melhor o funcionamento do Balancete de Veri-
ficação, os históricos serão feitos da maneira mais sucinta possível e não levaremos em conta possíveis valores 
relativos a impostos e fretes referentes às operações aqui apresentadas.
• Fato 1:
15/12/20x1
D – Bancos – 5.000.000
C – Capital Social – 5.000.000
H – Integ. Sócio A
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Contabilidade Empresarial | Unidade 1 - Balancete de Verificação
• Fato 2:
15/12/20x1
D – Bancos – 5.000.000
C – Capital Social – 5.000.000
H – Integ. Sócio B
• Fato 3:
16/12/20x1
D – Imóveis – 1.000.000
C – Banco – 1.000.000
H – Aq. de Prédio
• Fato 4:
22/12/20x1
D – Móveis e Utensílios – 100.000
C – Bancos – 100.000
H – Aq. de Móveis
• Fato 5:
26/12/20x1
D – Máquinas e Equipamentos – 3.000.000
C – Bancos – 3.000.000
H – Aq. de Máquinas
• Fato 6:
26/12/20x1
D – Veículos – 300.000
C – Bancos – 300.000
H – Aq. de Veículo
• Fato 7:
28/12/20x1
D – Mercadorias para revenda – 4.600.000
C – Bancos – 4.600.000
H – Aq. de Mercadorias
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Contabilidade Empresarial | Unidade 1 - Balancete de Verificação
• Fato 8:
30/12/20x1
D – Mercadorias para revenda – 2.400.000
C – Fornecedor ABC – 2.400.000
H – Aq. de Mercadorias com prazo para pagamento de 30 e 60 dias
1.4.3 Emissão do Razão
O livro Razão é de vital importância para o controle dos saldos e os movimentos de cada conta contábil, pois ele 
individualiza essas contas tratando seus lançamentos por data e acompanhando os saldos do período a que se 
referem de forma clara e eficaz. Ao final do período, serão totalizados os débitos e créditos e apurado o saldo final 
da conta. Esses dados são os que nos permite levantar o Balancete de Verificação. 
Após escriturarmos todos os fatos contábeis, poderemos emitir o livro Razão e, através dele, exportaremos seus 
totais de débito e crédito e os saldos finais de cada conta para o Balancete.
Quadro 1.4 – Razão analítico
Empresa Exemplo S.A.
Razão Analítico em 31/12/2016
Conta: Banco
Data Histórico Débito Crédito Saldo
15/12/20x1 Integ. Sócio A 5.000.000 5.000.000 D 
15/12/20x1 Integ. Sócio B 5.000.000 10.000.000 D
16/12/20x1 Aq. de Prédio 1.000.000 9.000.000 D
22/12/20x1 Aq. de Móveis 100.000 8.900.000 D
26/12/20x1 Aq. de Máquinas 3.000.000 5.600.000 D
26/12/20x1 Aq. de Veículos 300.000 5.600.000 D
26/12/20x1 Aq. de Mercadorias 4.600.000 0 D
Totais 10.000.000 9.000.000 1.000.000 D
Conta: Imóveis
Data Histórico Débito Crédito Saldo
16/12/20x1 Aq. de Prédio 1.000.000 1.000.000 D
Totais 1.000.000 1.000.000 D
Conta: Móveis e Utensílios
Data Histórico Débito Crédito Saldo
22/12/20x1 Aq. de móveis 100.000 100.000 D
Totais 100.000 100.000 D
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Contabilidade Empresarial | Unidade 1 - Balancete de Verificação
Conta: Máquinas e Equipamentos
Data Histórico Débito Crédito Saldo
26/12/20x1 Aq. de Máquinas 3.000.000 3.000.000 D
Totais 3.000.000 3.000.000 D
Conta: Veículos
Data Histórico Débito Crédito Saldo
26/12/20x1 Aq. de Veículo 300.000 300.000 D
Totais 300.000 300.000 D
Conta: Mercadorias para revenda
Data Histórico Débito Crédito Saldo
26/12/20x1 Aq. de Mercadorias 4.600.000 4.600.000 D
30/12/20x1 Aq. de Mercadorias 2.400.000 7.000.000 D
Totais 7.000.000 7.000.000 D
Conta: Fornecedor ABC
Data Histórico Débito Crédito Saldo
30/12/20x1 Aq. de Mercadorias 2.400.000 2.400.000 C
Totais 2.400.000 2.4000.000 C
Conta: Capital Social
Data Histórico Débito Crédito Saldo
15/12/20x1 Integ. Sócio A 5.000.000 5.000.000 C
15/12/20x1 Integ. Sócio B 5.000.000 10.000.000 C
Totais 10.000.000 10.000.000 C
Legenda: Razão analítico.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
1.4.4 Elaboração do Balancete
Agora entraremos no ponto mais importante da nossa aula, a elaboração do Balancete de Verificação.
Como vimos, o principal objetivo do Balancete é verificar se o método das partidas dobradas foi respeitado, para 
isso, devemos nos certificar de que a soma dos débitos é igual à soma dos créditos, porém essa não é a única 
informação que podemos extrair do Balancete. Neste tópico, analisaremos o Balancete buscandoalguns possí-
veis erros de lançamento e algumas outras informações importantes.
Primeiro, precisamos definir qual modelo de Balancete será utilizado e, neste caso, utilizaremos o modelo de seis 
colunas, conforme o modelo a seguir.
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Contabilidade Empresarial | Unidade 1 - Balancete de Verificação
Quadro 1.5 – Balancete de seis linhas
Empresa Exemplo S.A. 
Balancete de Verificação em 31/12/x1
Contas
Balancete Anterior Movimento do Período Balancete Atual
Saldos
Débito Crédito
Saldos Atuais
Devedores Credores Devedores Credores
Legenda: Balancete de seis linhas.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
Depois de definirmos o modelo do Balancete a ser utilizado, precisamos transcrever cada uma das contas apre-
sentadas no Razão para o Balancete.
Primeiro, vamos analisar as colunas do Balancete.
• A primeira coluna destaca as contas, então, nessa coluna lançaremos cada uma das contas apresenta-
das no Razão, devendo ser ordenadas primeiro pelo Ativo e depois pelo Passivo, as contas do Patrimônio 
Líquido e por último as contas de resultado.
• A segunda e terceira colunas referem-se ao Balancete do período anterior, então, precisamos transcrever 
os saldos apurados naquele demonstrativo. No nosso exemplo, como trata-se de uma empresa em cons-
tituição, não teremos valores a lançar nessas colunas.
• Na quarta e quinta colunas transcreveremos os totais de débitos e créditos apurados em cada uma das 
contas do Razão.
• Por último, na sexta e sétima colunas transcreveremos os saldos finais, também apurados em cada uma 
das contas do Razão.
Agora que já entendemos qual é a função de cada uma das colunas do Balancete, fica muito mais fácil trans-
crever as contas apresentados no Razão para o Balancete. Deveremos transportá-las uma a uma, com seus res-
pectivos movimentos totais e saldos finais, tomando cuidado para que o saldo seja transcrito para a coluna que 
representa sua natureza (débito ou crédito).
Veja na figur a seguir o Balancete já com as contas, os movimentos totais e os saldos finais transcritos.
 Algumas contas podem não apresentar movimento no período, porém seus saldos deverão 
ser demonstrados no Balancete de Verificação.
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Contabilidade Empresarial | Unidade 1 - Balancete de Verificação
Quadro 1.6 – Balancete de seis linhas
Empresa Exemplo S.A. 
Balancete de Verificação em 31/12/x1 Em milhares de reais
Contas
Balancete Anterior Movimento do Período Balancete Atual
Saldos
Débito Crédito
Saldos Atuais
Devedores Credores Devedores Credores
Bancos 10.000 9.000 1.000
Mercadorias 7.000 7.000
Veículos 300 300
Móveis e U 100 100
Máquinas 3.000 3.000
Imóveis 1.000 1.000
For. ABC 2.400 2.400
Capital S. 10.000 10.000
Legenda: Balancete de seis linhas.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
O próximo passo é a totalização das colunas do Balancete.
Figura 1.7 – Balancete de seis linhas
Empresa Exemplo S.A. 
Balancete de Verificação em 31/12/x1 Em milhares de reais
Contas
Balancete Anterior Movimento do Período Balancete Atual
Saldos
Débito Crédito
Saldos Atuais
Devedores Credores Devedores Credores
Bancos 10.000 9.000 1.000
Mercadorias 7.000 7.000
Veículos 300 300
Móveis e U 100 100
Máquinas 3.000 3.000
Imóveis 1.000 1.000
For. ABC 2.400 2.400
Capital S. 10.000 10.000
TOTAIS 21.400 21.400 12.400 12.400
Legenda: Balancete de seis linhas.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
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Contabilidade Empresarial | Unidade 1 - Balancete de Verificação
Estando com o Balancete de Verificação pronto, podemos analisar se o método das partidas dobradas foi res-
peitado de maneira muito simples. Vemos que na coluna do movimento do período o total dos débitos soma 
R$ 21.400 e que o total do crédito soma os mesmos R$ 21.400. Essa igualdade demonstra que os lançamentos 
efetuados no período ao qual se refere o Balancete respeitaram o método das partidas dobradas. Além disso, 
analisando a coluna do Balancete atual também se verifica que existe uma igualdade, demonstrando que não só 
no período a que se refere o Balancete, mas em períodos anteriores também foi respeitado tal método.
No próximo tópico apresentaremos algumas simulações de erros e inconsistências do Balancete com o intuito de 
tornar claro como esses erros podem influenciar nos resultados desse relatório.
1.5 Localizando erros e inconsistências no Balancete
Alguns erros de lançamento ou algumas inconsistências na elaboração do Balancete podem ser facilmente 
detectadas, para isso, é preciso estar atento a detalhes que possam chamar a atenção, mesmo em Balancetes 
oriundos de muitos lançamentos, consolidados, de empresas de grande porte, cujo plano de contas apresenta 
uma complexidade muito grande, pois alguns erros ficam evidentes logo que se emite o Balancete. 
Neste tópico faremos algumas simulações tomando por base o Balancete do tópico anterior, forjando alguns 
erros e demonstrando como eles influenciam o Balancete de Verificação.
Veja o Balancete a seguir:
Figura 1.8 – Balancete de seis colunas
Empresa Exemplo S.A. 
Balancete de Verificação em 31/12/x1 Em milhares de reais
Contas
Balancete Anterior Movimento do Período Balancete Atual
Saldos
Débito Crédito
Saldos Atuais
Devedores Credores Devedores Credores
Bancos 10.000 9.000 1.000
Mercadorias 7.000 7.000
Veículos 300 300
Móveis e U 100 100
Máquinas 3.000 3.000
Imóveis 1.000 1.000
For. ABC 2.400 2.400
Capital S. 10.000 10.000
TOTAIS 21.400 21.400 12.400 12.400
Legenda: Balancete de seis colunas.
Fonte Elaborada pelo autor (2017).
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Contabilidade Empresarial | Unidade 1 - Balancete de Verificação
Este é o nosso Balancete do exemplo de aula e agora vamos inserir mais um lançamento contábil, conforme o 
seguinte fato:
• Fato:
Venda de mercadoria a prazo para o cliente XY por R$ 100.000
Lançamento:
C – Mercadoria – 100.000
Este é nosso Balancete atualizado com o último lançamento:
Quadro 1.9 – Balancete de seis colunas
Empresa Exemplo S.A. 
Balancete de Verificação em 31/12/x1 Em milhares de reais
Contas
Balancete Anterior Movimento do Período Balancete Atual
Saldos
Débito Crédito
Saldos Atuais
Devedores Credores Devedores Credores
Bancos 10.000 9.000 1.000
Mercadorias 6.900 6.900
Veículos 300 300
Móveis e U 100 100
Máquinas 3.000 3.000
Imóveis 1.000 1.000
For. ABC 2.400 2.400
Capital S. 10.000 10.000
TOTAIS 21.300 21.400 12.300 12.400
Legenda: Balancete de seis colunas.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
Perceba que o Balancete apresentou uma inconsistência, pois o total do débito não coincide com o total do cré-
dito, significando que o método das partidas dobradas não foi respeitado. Mas por quê?
O motivo é simples. Quando escrituramos o último fato, debitamos a baixa da mercadoria por venda, mas não 
escrituramos o crédito em duplicatas a receber, gerando uma inconsistência no Balancete por erro de lança-
mento.
Corrigindo o erro do nosso lançamento, nosso Balancete ficaria da seguinte forma:
C – Mercadorias – 100.000
D – Duplicatas a Receber – 100.000
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Contabilidade Empresarial | Unidade 1 - Balancete de Verificação
Quadro 1.10 – Balancete de seis colunas
Empresa Exemplo S.A. 
Balancete de Verificação em 31/12/x1 Em milhares de reais
Contas
Balancete Anterior Movimento do Período Balancete Atual
Saldos
Débito Crédito
Saldos Atuais
Devedores Credores Devedores Credores
Bancos 10.000 9.000 1.000
Duplicatas 100 100
Mercadorias 7.000 7.000
Veículos 300 300
Móveis e U 100 100
Máquinas 3.000 3.000
Imóveis 1.000 1.000
For. ABC 2.400 2.400
Capital S. 10.000 10.000
TOTAIS 21.400 21.400 12.400 12.400
Legenda: Balancete de seis colunas.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
Vamos demonstrar mais uma inconsistência no Balancete gerada porerro de escrituração.
• Fato: Passados os primeiros 30 dias, a empresa paga ao fornecedor ABC a primeira parcela da compra de 
mercadoria efetuada em dezembro no valor R$ 1.200.000.
Lançamento 
D – Fornecedor ACB – 1.200.000
C – Banco – 1.200.000
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Contabilidade Empresarial | Unidade 1 - Balancete de Verificação
Quadro 1.11 – Balancete de seis colunas
Empresa Exemplo S.A. 
Balancete de Verificação em 31/12/x1 Em milhares de reais
Contas
Balancete Anterior Movimento do Período Balancete Atual
Saldos
Débito Crédito
Saldos Atuais
Devedores Credores Devedores Credores
Bancos 10.000 10.200 1.000
Mercadorias 7.000 7.000
Veículos 300 300
Móveis e U 100 100
Máquinas 3.000 3.000
Imóveis 1.000 1.000
For. ABC 2.400 2.400
For ACB 1.200 1.200
Capital S. 10.000 10.000
TOTAIS 22.600 22.600 12.400 12.400
Legenda: Balancete de seis colunas.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
Note que, nesse exemplo, os totais de débito e crédito são iguais e os totais dos saldos também, logo, o método 
das partidas dobradas foi respeitado, porém existe uma inconsistência no Balancete que remete a um erro de 
lançamento.
Veja que a conta do Fornecedor ACB encontra-se com saldo devedor, contudo, as contas passivas de fornecedo-
res têm natureza credora, então, essa conta está com alguma inconsistência que merece ser analisada a fundo. 
Na verdade, trata-se de um pagamento para a empresa ABC que foi confundida com a empresa ACB, a qual tem 
nomenclatura muito parecida.
Para corrigir esse erro seria necessário um lançamento de ajuste transferindo o valor para a conta correta do 
fornecedor.
Estes foram apenas dois exemplos da importância do Balancete para a identificação de erros nos lançamentos 
contábeis. Cabe lembrar que as formas de utilização do Balancete são inúmeras, tanto para usuários internos 
quanto usuários externos, não cabendo a esta unidade esgotar tais formas de utilização.
18
Considerações finais
Nesta unidade você conheceu a apresentação gráfica do Balancete de 
Verificação, entendeu a necessidade de sua emissão, sua principal fina-
lidade, além de algumas das muitas formas em que ele pode ser utili-
zado. Estudou por um exemplo, em que desenvolvemos um passo a passo 
desde a ocorrência do fato contábil até a emissão do Balancete de Veri-
ficação; simulamos erros e os corrigimos demonstrando de forma sim-
ples a importância desse relatório. Entendendo bem a forma de emissão 
do Balancete, será muito mais fácil de assimilar os ensinamentos que 
virão das próximas unidades, principalmente a unidade que trata sobre o 
Balanço Patrimonial.
Referências bibliográficas
19
ALMEIDA, M. C. Curso básico de contabilidade. 6. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Socie-
dades por Ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 20 mai. 2017.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Normas Brasileiras de 
Contabilidade. Disponível em: <http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasi-
leiras-de-contabilidade/>. Acesso em: 20 mai. 2017.
CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade. 6. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
IUDICIBUS, S. de. Contabilidade Introdutória. 11. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
______; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de contabilidade das socie-
dades por ações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MARION, J. C. Contabilidade Básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
PADOVEZE, C. L. Manual de contabilidade básica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 
2011.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica (fácil). 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2010.
______. Contabilidade Geral. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
SANTOS, J. L. dos; SCHIMIDT, L. A. F.; GOMES, J. M. M. Manual de práticas 
contábeis. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
Contabilidade 
Empresarial
1ª edição
2017
Contabilidade Empresarial
2
23
Unidade 2
Operações Bancárias/Provisões
Para iniciar seus estudos
Você já parou para refletir sobre a importância dos relatórios que mostram 
dados reais e significativos de uma empresa? Pois bem, nesta unidade de 
ensino será possível conhecer o papel das operações bancárias/provisões 
para as empresas.
Objetivos de Aprendizagem
• Reconhecer as operações bancárias mais comuns.
• Criticar seus lançamentos e identificar incorreções.
• Atribuir prazos de realizações de empréstimos e financiamento.
• Diferenciar provisões de reservas.
• Identificar e mensurar as provisões mais comuns.
24
Contabilidade Empresarial | Unidade 2 - Operações Básicas/Provisões
2.1 Operações bancárias: como são reconhecidas
Um dos principais objetivos da contabilidade é gerar informações a respeito do patrimônio de uma empresa para 
que o usuário dessas informações possa tomar decisões do que diz respeito à saúde financeira da empresa. 
Assim, para Iudícibus (2010, p. 4), o grande objetivo da contabilidade é o de prover seus usuários em geral com o 
máximo de informação sobre o patrimônio de uma entidade e suas mutações.
Ribeiro (2013, p. 312) menciona que as operações nas quais os instrumentos financeiros estão inseridos têm um 
objetivo bem específico, o de gerar recursos financeiros, sendo que a maior parte dessas operações é feita entre 
os estabelecimentos bancários e as empresas. Essas operações serão objeto de nosso estudo, iremos, portanto, 
reconhecer as operações bancárias mais utilizadas pelas empresas.
As operações bancárias serão apontadas no Ativo Circulante (bens e direitos) do Balanço Patrimonial nesse pri-
meiro momento, ou seja, disponibilidades como caixa, bancos conta movimento, aplicações financeiras e esto-
ques, o que significa que estão disponíveis e podem ser utilizadas a qualquer momento e para qual fim a empresa 
achar necessário. Além disso, essas contas são movimentadas a todo momento. Outra coisa importante a des-
tacar é que para todo lançamento contábil existe uma contrapartida, ou seja, se houver um lançamento a débito 
no caixa é provável que esse valor tenha saído do banco, então, a contrapartida desse lançamento é a crédito, no 
banco conta movimento. Vejamos a seguir algumas contas e descrição de cada uma.
• Caixa: é considerado o objeto de maior liquidez, dinheiro em espécie, estando à disposição na própria 
empresa e podendo ser utilizado a qualquer tempo. Algumas empresas dão o nome de caixinha.
• Banco conta movimento: aqui são registrados recursos realizados através de transferências diretas para 
contas-correntes, depósitos em dinheiro ou cheque e poupança do beneficiário de livre movimentação. 
Esses recursos podem ser utilizados a qualquer tempo pelo beneficiário e são também objetos de utiliza-
ção para outros fins específicos.
• Duplicatas a receber: quando efetivamos uma venda ou prestamos um serviço, é gerado um direito de 
receber valores que são relacionados à contrapartida dos créditos de vendas e serviços.
• Aplicações financeiras: em curto prazo, têm como representação os investimentos realizados pela 
empresa em títulos de liquidação imediata, investimentos realizados por curto período, o que dá direito 
à empresa, se necessitar do dinheiro, de desfazer a aplicação para usá-lo, sempre observando o contrato 
realizado entre a entidade financeira e a empresa.
Observe uma demonstração dos lançamentos de algumas dessas contas:
• DEPÓSITO EM DINHEIRO REFERENTE À SAÍDA DE CAIXA.
 » Depósito no banco com dinheiro que estava disponível no caixa da empresa:
D – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
C – Caixa (Ativo Circulante)
• DEPÓSITO EM CHEQUE REFERENTE AO RECEBIMENTO DE DUPLICATA
 » Quando um cliente realiza o pagamento de uma duplicata através de depósito bancário, o lançamento 
será:
D – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
C – Clientes (Ativo Circulante)
25
Contabilidade Empresarial | Unidade 2- Operações Básicas/Provisões
• COBRANÇA DE DUPLICATAS
 » Nas operações de cobrança de duplicatas em cobrança simples:
D – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
C – Clientes (Ativo Circulante)
 » No débito relativo às tarifas de cobrança pelo banco:
D – Tarifas Bancárias (Resultado)
C – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
• RECEBIMENTO DE JUROS NA COBRANÇA DE CLIENTES
 » Quando é gerado um recebimento de duplicata e o título possui juros por motivo de atrasos.
D – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
C – Juros Recebidos (Resultado) 
• PAGAMENTO DE FORNECEDORES COM CHEQUE
 » Quando o tipo de pagamento negociado com o fornecedor é realizado através de cheque:
D – Fornecedores (Passivo Circulante)
C – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
• APLICAÇÃO FINANCEIRA (CDB, FIF etc.)
 » Na aplicação:
D – Aplicações Financeiras (Ativo Circulante)
C – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
 » Nota: se o prazo da aplicação for superior a 12 meses, então, é preciso classificar em realizável em 
longo prazo.
 » No resgate:
D – Banco Conta Movimento (Ativo Circulante)
C – Aplicações Financeiras (Ativo Circulante)
Crédito dos juros sobre a aplicação:
D – Aplicações Financeiras (Ativo Circulante)
C – Juros sobre Aplicações Financeiras (Resultado)
IRRF sobre os rendimentos:
D – IRRF a Compensar (Ativo Circulante)
C – Aplicações Financeiras (Ativo Circulante)
26
Contabilidade Empresarial | Unidade 2 - Operações Básicas/Provisões
As contas contábeis constituem-se representações escrituradas de bens, direitos, obrigações, capital, reservas 
etc. de uma entidade.
2.2 Análise de lançamentos contábeis: identificar incorreções
O que podemos fazer para evitar ou identificar possíveis incorreções nessas operações bancárias na contabili-
dade e manter em dia a saúde financeira da empresa?
Figura 2.1 – Cuidando da saúde financeira da empresa
Legenda: Contador: o médico das empresas. 
Fonte: 54429690 (123RF)
Podemos, então, afirmar que a conciliação bancária é um grande aliado para evitar possíveis incorreções e sur-
presas, isto porque, através dos extratos bancários é possível comparar o saldo de uma conta bancária com infor-
mações extraídas da contabilidade e confrontá-las, verificando se existe inconsistência entre os controles inter-
nos da empresa e, dessa forma, garantir a precisão das informações.
 Contas: têm a sua constituição através de exposição de registros escriturados no que tange 
a bens, direitos e obrigações ou Patrimônio Líquido cuja função da conta é expor a variação 
patrimonial que um registro promove no patrimônio da empresa...
27
Contabilidade Empresarial | Unidade 2 - Operações Básicas/Provisões
• Como posso garantir a precisão das informações contábeis.
Exemplo: Uma possível divergência ao confrontar as informações dos extratos financeiros do banco e 
da contabilidade, valores lançados e que já foram reconhecidos pela contabilidade e deveriam entrar no 
banco como recebimentos de clientes/duplicatas a receber.
 A contabilidade fez o registro de recebimento de dois cheques para entrar na conta da empresa em 
01/01/20XX, mas esses cheques não constavam como compensados junto ao banco. 
Assim, de posse do extrato de conta bancária, a empresa depositante deve conciliar a conta da empresa 
com a conta do banco, tarefa esta muito comum entre os procedimentos contábeis (IUDÍCIBUS, 2010, p. 
228).
Como bem exposto por Iudícibus (2010), é preciso confrontar o extrato bancário com o registro contábil. Assim, 
de acordo com Marion (2009, p. 241), é com base nos documentos que suportam os registros contábeis (nota 
fiscal, faturas, escrituras etc.) que se faz a escrituração. Dessa maneira, é possível verificar o que realmente acon-
teceu com o não recebimento desse dinheiro em conta e tomar as providências necessárias, contatando o cliente 
em questão caso seja provada a insuficiência de saldo em sua conta, causando assim uma possível devolução de 
cheque por falta de fundos.
• Prestar atenção para não trocar uma conta por outra.
Exemplo: 
02/01/20XX, compra de Máquinas no valor de R$ 3.000,00 a prazo, conforme duplicata n° 234.
São Paulo, 2 de janeiro de 20XX
D – Móveis/Utensílios..............................R$ 3.000,00
C – Duplicatas a Pagar............................R$ 3.000,00
Histórico: Compra de Máquinas
Divergência: A compra foi lançada de forma errada em Móveis/Utensílios, pois a conta a ser debitada 
seria Máquinas/Equipamentos. Quais providências poderemos tomar nessa situação?
Efetuar o estorno e fazer o lançamento correto ou, ainda, trocar Móveis e Utensílios e substituir por Máqui-
nas e Equipamentos. O estorno consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-o 
totalmente (Item 33 da ITG 2000, aprovada pela Resolução CFC n° 1.330/2011).
• Efetuar lançamentos em duplicidade.
Ocorre quando um mesmo lançamento contábil é lançado mais de uma vez, ou por erro de lançamento 
da conta lançada a débito ou conta lançada a crédito na escrituração das entidades. Sua correção se dá 
através de estorno das contas duplicadas. 
Caso o erro seja de lançamento, estornamos conforme o exemplo a seguir.
Exemplo:  A empresa ABC adquiriu uma mesa para escritório do fornecedor Escritório no valor de R$ 
3.000,00 e pagará a prazo.
 » Lançamento efetuado:
D – Máquinas e Equipamentos................R$ 3.000,00
C – Banco Conta Movimento....................R$ 3.000,00
Histórico: Valor referente à aquisição de mesa, conforme NF nº 235, do fornecedor Escritório.
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Contabilidade Empresarial | Unidade 2 - Operações Básicas/Provisões
 » Estorno Total:
D – Banco Conta Movimento................R$ 3.000,00
C – Máquinas e Equipamentos............R$ 3.000,00.
Histórico: Valor referente ao estorno do lançamento feito em xx/xx/20x1, relativo à compra de uma mesa.
 » Lançamento Total:
D – Móveis e Utensílios........................R$ 4.000,00
C – Fornecedores.................................R$ 4.000,00 
Histórico: Valor referente à compra de mesa para escritório, conforme NF nº 236, do fornecedor Escritório.
• Lançamentos efetuados de valores a menor. 
 » Devemos proceder com um complemento. Quando o valor a ser lançado é menor, a correção deverá 
ser realizada através do estorno total e, em seguida, deverá ser efetuado o lançamento correto ou, 
ainda, complementar apenas a diferença do valor que deveria ser lançado a princípio.
Exemplo: A empresa DEF adquiriu um veículo do fornecedor MaisCar no valor de $ 50.000,00 à vista, em 
dinheiro.
 » Lançamento Efetuado:
D – Veículos....................................R$ 5.000,00
C – Caixa........................................R$ 5.000,00
Histórico: Valor referente à compra de veículo, conforme NF nº 237, do fornecedor MaisCar.
 » Lançamento efetuado:
D – Veículos....................................R$ 45.000,00
C – Caixa.........................................R 45.000,00.
Histórico: Valor referente à importância lançada a menor em xx/xx/20x1, relativa à compra de veículo, 
conforme NF nº 237, do fornecedor MaisCar.
 Assista ao documentário a respeito da crise financeira global “Trabalho Interno”, de Charles 
H. Ferguson, ganhador do Oscar 2011 de melhor documentário. Vale muito a pena assistir! 
Veja o trailler neste link: <https://www.youtube.com/watch?v=ndwp-Ec0xM0>..
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Contabilidade Empresarial | Unidade 2 - Operações Básicas/Provisões
2.3 Empréstimos e financiamentos
Qual a diferença entre empréstimos e financiamentos? Seus prazos? Encargos?
Figura 2.2 - Empréstimos e financiamentos: entendendo as diferenças
Legenda: Empréstimos e financiamentos: entendendo as diferenças.
Fonte: 46795977 (123RF)
Quando falamos em empréstimos, o que nos vem à mente? Tomar uma determinada quantia em dinheiro durante 
um período tempo e, principalmente,com acordo de prazos e com os devidos acréscimos ou não de alguém que 
tem a nossa confiança, confiança esta de que devolverei, conforme negociamos, não é mesmo? 
Empréstimo é um contrato firmado entre instituição financeira e cliente com o objetivo de captar dinheiro para 
seu uso para qualquer fim, de acordo com a necessidade e condições de devolução do valor tomado como 
empréstimo daquele que toma emprestado. Recebemos valores em dinheiro para utilizá-lo da forma que dese-
jarmos, sendo gerada então uma despesa futura, com direito e encargos, taxas, juros.
E o que seriam esses juros referentes aos valores que são emprestados pelo banco, você já parou para pensar a 
respeito desses valores que ficamos devendo ao banco junto com valores que tomamos emprestados? Trata-se 
do quanto o banco cobra do cliente por assumir o risco de emprestar o dinheiro, dando o recurso a ele. Seria tam-
bém o lucro que banco tem como retorno nessa transação.
Assim, financiamento, da mesma forma que o empréstimo, consiste em um contrato entre instituição financeira 
e cliente com o objetivo de captar dinheiro. No caso do financiamento, existe destino específico em contrato para 
esses recursos que serão tomados, como, por exemplo, compra de um automóvel, um bem imóvel. Dessa forma, 
eu recebo o Imobilizado, o qual é vinculado à aquisição de um determinado bem.
Podemos considerar que esses empréstimos e financiamentos, via de regra, são seguidos de contratos entre ins-
tituição financeira e cliente, em que se estabelece o valor tomado, de que forma será realizado, a sua liberação, 
os encargos incidentes sobre essa negociação, forma e prazos de pagamento, garantias, além de outras cláusulas 
contratuais, pois essas mesmas instituições têm suas políticas internas para liberação desses valores, de acordo 
com o perfil do cliente. Nesse sentido, somente depois da análise do perfil do cliente é possível dizer se este está 
apto a tomar dinheiro emprestado.
30
Contabilidade Empresarial | Unidade 2 - Operações Básicas/Provisões
Exemplo: Segue a demonstração de um lançamento contábil de empréstimo bancário em três momen-
tos: quando da liberação do empréstimo, do pagamento e dos juros incidentes realizados na operação.
• Pela liberação:
D – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
C – Empréstimo Bancário (Passivo Circulante)
•  Pelo pagamento:
 D – Empréstimo Bancário (Passivo Circulante)
C – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
• Juros sobre empréstimo bancário:
D – Juros Passivos (Resultado)
C – Empréstimo Bancário (Passivo Circulante)
Trata-se de empréstimos que envolvem o curto e longo prazo. Assim, para empréstimos e financiamentos reali-
zados com prazo inferior a 12 meses, contado a partir do momento da assinatura do contrato, o registro contábil 
deverá ser feito no Passivo Circulante. Prazos superiores a 12 meses deverão ser registrados no Passivo Não Cir-
culante, ou seja, passo a ter uma obrigação com aquele ao qual eu tomei emprestado, então, dependendo da 
data do balanço, as parcelas dos empréstimos e financiamentos em longo prazo que se tornarem exigíveis até o 
término do exercício seguinte devem ser transferidas para o Passivo Circulante.
Exemplo prático:
A Empresa BC realizou um empréstimo junto à instituição financeira A no valor de R$ 10.000,00 (com juros de R$ 
2.400,00) parcelado em 24 meses.
Siglas: (PC) – Passivo Circulante, (PNC) – Passivo Não Circulante.
Quanto à contabilização do valor tomado como empréstimo e apropriação de juros:
D – Banco Conta Movimento (ATIVO CIRCULANTE)......R$ 10.000,00
D – (-) Encargos financeiros a apropriar (PC)........ R$ 1.200,00
C – Empréstimo a pagar (PC)...................................R$ 6.200,00
D - (-) Encargos financeiros a apropriar (PNC)....... R$ 1.200,00
C – Empréstimo a pagar (PNC)..................................R$ 6.200,00
Quanto à contabilização do pagamento das parcelas:
D – Empréstimo a pagar (PC)
C – Banco Conta Movimento (AC)...............................R$ 516,67
Nota: conforme forem ocorrendo os pagamentos das parcelas, atualizar o saldo do empréstimo em curto prazo, 
trazendo uma parcela do longo prazo.
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Contabilidade Empresarial | Unidade 2 - Operações Básicas/Provisões
Figura 2.3 – Um comparativo entre empréstimos e financiamentos
Tabela Comparativa
  Empréstimos Financiamentos
Vinculado a um bem Não Sim
Taxas de juros Maiores Menores
Prazo para pagamento Menores Maiores
Valores Mais Baixos Mais Altos
Bem como garantia Não Sim
Legenda: Um comparativo entre empréstimos e financiamentos.
Fonte: Elaborada pela autora (2017).
2.4 Provisões X reservas
Em algum momento você já se perguntou sobre qual a diferença entre provisão e reserva? O que elas represen-
tam para a contabilidade?
Figura 2.4 - Possíveis diferenças existentes entre provisões e reservas
Legenda: Possíveis diferenças existentes entre provisões e reservas.
Fonte: 11584787 (123RF)
São dúvidas comuns, as quais iremos abordar neste tópico. Começaremos pela provisão.
32
Contabilidade Empresarial | Unidade 2 - Operações Básicas/Provisões
2.4.1 Provisão
Provisões, tanto as do Ativo como as do Passivo, têm relação com as despesas futuras, podendo acontecer sob a 
forma de pagamentos ou ainda ocorrer pela perda de um determinado Ativo seja ele parcial ou integral. As pro-
visões mais frequentes no Ativo são: Provisões para Perdas Prováveis na Realização de Investimentos, Provisões 
para Ajuste ao Valor de Mercado e Provisão para Devedores Duvidosos. 
Nesse contexto, provisão consiste em uma reserva de valor para cobrir as despesas que se esperam, valores estes 
que ainda não foram definidos e, no primeiro momento, são apenas estimativas. Expõem expectativas de perdas 
de Ativos ou mesmo de valores a desembolsar, o que também configura compromissos financeiramente não 
efetuados. 
Quando essas obrigações ou perdas de Ativos são totalmente reconhecidas, elas perdem o conceito de provi-
sões. Como exemplos, podemos mencionar a Provisão para Férias que se transforma em salários a pagar, quando 
ocorre o pagamento; a mesma situação acontece com a Provisão para Imposto de Renda que passa a ser Imposto 
de Renda a pagar. 
Vejamos mais algumas provisões que são comuns: pagamento do 13º salário, participações dos empregados nos 
resultados da empresa, contribuição social sobre o lucro etc. São despesas que, embora seus pagamentos não 
tenham sido efetuados, são consideradas como se já tivessem ocorrido, pelo Princípio de Competência Contábil.
Exemplo:
• Contabilização da provisão para participação dos empregados nos resultados da empresa:
D – Participação dos Trabalhadores nos Resultados (Conta de Resultado)
C – Participações nos Resultados – Empregados (Passivo Circulante)
Quanto ao reconhecimento da provisão, podemos afirmar, conforme descrito no Item 14 da NBC TG 25, que, 
caso não tenha como ocorrência as condições a seguir, nenhuma provisão deve ser reconhecida. Observe:
• a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de evento passado;
• é provável que seja necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos para liqui-
dar a obrigação; e
• possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.
Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida.
2.4.2 Provisões para ajuste ao valor de mercado
Quando não forem classificadas como investimentos, no caso de valores imobiliários, títulos de créditos e direi-
tos, no Balanço a avaliação deverá ser realizada pelo custo que o bem foi adquirido ou, ainda, pelo valor de mer-
cado, sempre o que for menor.
Quando o valor pelo qual foi adquirido o bem for menor do que o valor de mercado, não se pode fazer qualquer 
provisão; caso ocorra o inverso, para essa situação deverá ser realizada uma provisão, de modo queseja possível 
ajustar o valor do custo ao valor de mercado, usando-se como base o Princípio da Prudência, o qual determina a 
adoção do valor menor para os componentes do Ativo e do valor maior para os componentes do Passivo, sempre 
que as alternativas apresentadas forem igualmente válidas para a quantificação das variações patrimoniais que 
alterem o Patrimônio Líquido.
33
Contabilidade Empresarial | Unidade 2 - Operações Básicas/Provisões
2.4.3 Provisão para devedores duvidosos
Infelizmente, quando vende um produto ou serviço, uma empresa prudente precisa avaliar o perfil do cliente. 
Mesmo que muitas vezes o cliente tenha um bom perfil para aprovação do crédito, em muitos casos ainda ocorre 
a inadimplência. Mas o que fazer nessa situação? A empresa precisa se precaver contra esse tipo de ocorrência e, 
para tanto, pode trabalhar com a provisão para devedores duvidosos, que tem como base o Princípio da Prudên-
cia, visando à possibilidade do não pagamento das duplicatas por parte dos clientes.
Perdas prováveis e perdas efetivas são dois dos critérios diferentes para a constituição da provisão para devedores 
duvidosos, sendo que poderão ser constituídos assim que existirem, ao final do período administrativo, créditos 
da empresa contra terceiros oriundos de sua atividade operacional cujos riscos de não recebimento não estejam 
acobertados mediante venda com reserva de domínio ou operações com garantia real.
2.4.4 Reservas
Conforme dito por Iudícibus (2010, p. 236), as reservas complementam o capital social na formação do Patrimô-
nio Líquido das empresas, sendo elas de lucros, de capital e de reavaliação.
Os artigos 189 a 200 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, tratam das reservas de lucros (lucros que não 
foram distribuídos), reservas de capital (por não se referirem à contraprestação através da entrega de bens ou 
serviços pela empresa) e reservas de reavaliações (diferenças existentes entre novas avaliações de elementos do 
Ativo e seu antigo valor contábil).
As reservas constituem a parcela do Patrimônio Líquido que excede o capital integrali-
zado, resultado de valores entregues pelos titulares do capital ou por terceiros (não em troca 
de participação no capital) e que não tenham transitado pela conta de resultado do exercício. 
As reservas são formadas para o atendimento de diversas finalidades, dentre elas podemos colocar em evidên-
cia a proteção do interesse de credores, cobertura do capital social como medida de prevenção contra provável 
perda futura ou expansão.
 Vimos a respeito da provisão para devedores duvidosos. Você acredita que seja importante 
que uma empresa, ao fazer uma venda com valor considerável e com recebimento através 
de boleto bancário para pagamento em até 60 dias deve fazer uma análise mais profunda 
quanto ao perfil do cliente para essa liberação de crédito?
34
Contabilidade Empresarial | Unidade 2 - Operações Básicas/Provisões
Com relação à fundamentação jurídica, as reservas podem ser classificadas como:
• legais: passam a existir de acordo com o dispositivo legal, como o exemplo das sociedades anônimas. No 
caso do Brasil, 5% dos lucros do ano até o atingimento de 20% do capital social, e tendo como objetivo 
proteger a particularidade do capital social;
• estatutárias: a sua constituição tem como origem disposições constantes nos estatutos, e via de regra já 
possuem destino específico;
• livres: como o nome bem descreve, têm a sua criação pelas assembleias de acionistas de forma livre, pos-
suindo destinação específica ou não.
Os principais contratempos contábeis com referência ao tema dizem respeito à identificação dos eventos que 
ocasionam a constituição de reservas, a forma de registro de sua baixa e das restrições à sua utilização, além das 
divulgações necessárias em notas explicativas.
2.4.5 Diferenças entre provisões e reservas
As provisões representam algo que se espera que aconteça no futuro, referem-se a perdas de Ativos ou esti-
mativas de valores a desembolsar que, ainda que não tenham sido efetivadas financeiramente, advêm de fatos 
geradores contábeis já ocorridos. 
Quando já estão definidas e mensuradas, essas obrigações ou perdas de Ativos perdem a condição de provi-
sões, como exemplo, a provisão para férias passando a salários a pagar porque se tornou um compromisso, logo, 
o direito de o funcionário receber. Outra situação é a provisão para Imposto de Renda que se transforma em 
Imposto de Renda a pagar. Assim, as reservas expõem a diferença entre o Patrimônio Líquido e o capital, sendo 
essa diferença os resultados de valores entregues pelos titulares do capital ao ponto de não representarem 
aumento de capital, ou representarem acréscimos de valor de elementos do Ativo, ou ainda representarem a 
origem dos lucros que não são distribuídos aos sócios ou acionistas.
 Não esqueça de participar ativamente do desafio desta disciplina.
35
Considerações finais
Nesta unidade de ensino falamos sobre assuntos muito relevantes para 
o usuário da contabilidade, sendo este um conteúdo elaborado com a 
proposta de casar a teoria com a prática contábil. Agora, vamos repassar, 
então, os pontos principais deste material de ensino. Vamos lá?
Estudamos as operações bancárias e de que maneira devem ser reconhe-
cidas contabilmente, assim como as contas que utilizamos em nosso coti-
diano diário.
Estudamos as operações bancárias e suas incorreções; como evitar equí-
vocos nos relatórios contábeis, prevenindo-se de maneira estratégica, 
confrontando informações das contas contábeis que devem ser reconhe-
cidas e escrituradas de maneira correta, evitando divergências nos relató-
rios que são utilizados como instrumentos financeiros de muita relevân-
cia para o usuário da contabilidade.
Vimos sobre os empréstimos e financiamentos, seus prazos e as diferen-
ças. Empréstimos são necessários para suprir as necessidades da empresa 
em um determinado momento e seu recebimento é em dinheiro; por 
outro lado, o financiamento pode não ser recebido em dinheiro, mas 
como um bem, seus prazos, lançamentos.
Falamos sobre as provisões e reservas contábeis. Existe um questiona-
mento muito grande referente a essas duas terminologias, mas a verdade 
é que existe uma grande diferença existente entre elas. Estas são con-
fundidas porque a similaridade é a de que a reserva é efetuada por uma 
quantia em dinheiro, mas cada uma possui as suas características, que 
são bem específicas e únicas para cada uma delas.
Referências bibliográficas
36
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Socie-
dades por Ações. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/L6404consol.htm/>. Acesso em: 16 mai. 2017.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Normas Brasileiras de 
Contabilidade. Disponível em: <http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasi-
leiras-de-contabilidade/>. Acesso em: 16 mai. 2017.
IUDÍCIBUS, S, de.  Contabilidade Introdutória. 11. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
MARION, J. C. Contabilidade Básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade Geral. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
______. Contabilidade básica (Fácil). 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
Contabilidade 
Empresarial
1ª edição
2017
Contabilidade Empresarial
3
40
Unidade 3
Operações Bancárias/Provisões
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade aprenderemos sobre o funcionamento da conta Estoque, 
como são avaliados os itens constantes de seu saldo e como efetuamos 
a baixa por venda de mercadorias através de preços de custos atribuídos 
conforme critérios pré-estabelecidos. Entenderemos como os resultados 
podem ser afetados por esses critérios e de que forma conheceremos o 
resultado bruto com mercadorias.
O conhecimento do custo dos estoques e formas de avaliação é de suma 
importância pela representatividade dessa conta, tantono resultado do 
período quanto no patrimônio da empresa.
Vamos, juntos, desvendar cada detalhe dessa importante conta do Ativo 
Circulante. 
Objetivos de Aprendizagem
• Identificar modelos de controle de estoque.
• Levantar os custos de mercadorias vendidas.
• Apurar os resultados brutos com mercadorias.
41
Contabilidade Empresarial | Unidade 3 - Operações com mercadorias
3.1 Estoques
A conta Estoque é uma das contas mais importantes do Ativo, normalmente apresentando valores expressivos, 
sendo que sua avaliação impacta diretamente no resultado e no patrimônio da empresa. Sua correta avaliação 
através de critérios bem definidos é de suma importância para uma representação fidedigna da real situação 
patrimonial da empresa. 
O Conselho Federal de Contabilidade, através da NBC-T-3.2, conceitua estoque da seguinte forma:
Estoque são os valores referentes às existências dos produtos acabados, produtos em elaboração, 
matérias-primas, mercadorias, material de consumo, serviços em andamento e outros valores 
relacionados às atividades-fim da entidade. 
Outro conceito de estoque que podemos destacar é o de Santos (2011, p. 79):
Os estoques, de modo geral, representam valores expressivos na composição do patrimônio da 
entidades, consequentemente, os critérios adotados para avaliá-los são de extrema importância 
para a formação do resultado da entidade. Englobam todos os bens produzidos ou utilizados na 
produção de seus produtos e as mercadorias adquiridas, cujo objetivo, mediato ou imediato, seja 
a venda ou consumo próprio no desenvolvimento das atividades da entidade. 
Pois bem, nesta unidade estudaremos operações com mercadorias, item específico dos estoques das empresas.
Vamos nos socorrer também no pronunciamento técnico CPC 16 item 6, o qual define estoque como sendo Ati-
vos mantidos para venda no curso normal dos negócios.
Consoante os dois conceitos apresentados, podemos afirmar que, para nosso estudo, estoques são mercadorias 
mantidas para venda, então, quando vendemos mercadorias, precisamos diminuí-las dos estoques; e quando 
compramos mercadorias, precisamos acrescentá-las ao estoque.
A forma como os estoques são controlados é de extrema relevância tanto para a mensuração dos bens da 
empresa (Ativo) como para o resultado da empresa, uma vez que, de acordo com esse controle, atribuiremos os 
custos das mercadorias vendidas no período, impactando diretamente no resultado da entidade. 
O estoque abrange todas as mercadorias de propriedade da empresa, e o seu controle em quantidades e valores 
é denominado inventário. Existem duas formas inventário: O Inventário Periódico e o Inventário Permanente.
3.1.1 Inventário Periódico
Vamos buscar a definição de Inventário Periódico em Iudícibus (2010, p. 102):
Inventário Periódico – quando efetuamos as vendas sem um controle paralelo e concomitante de 
nosso estoque e, portanto, sem controlar o Custo da Mercadoria Vendida.
No Inventário Periódico não existe um controle de movimentação de estoque, todos os valores referentes à com-
pra (entradas) são registrados em uma conta de estoque; os estoques finais são mensurados através de levan-
tamento físico, e o custo das mercadorias vendidas (saídas) é registrado ao final do período através da seguinte 
fórmula:
Estoque inicial + Compras – Estoque final = Custo das Merc. Vendidas
42
Contabilidade Empresarial | Unidade 3 - Operações com mercadorias
Exemplificando, para facilitar o entendimento, vamos imaginar que uma empresa tenha iniciado o período com 
um estoque de R$ 5.000. Durante o período, foram efetuadas compras no valor de R$ 15.000 e, após o levanta-
mento físico, foi apurado R$ 7.000 de estoque. Vamos aplicar a fórmula:
5.000 + 15.000 - 7.000 = 13.000
De acordo com a fórmula aplicada, o custo das mercadorias vendidas no período é de R$ 13.000, e este é o valor 
que precisamos diminuir da conta Estoque para que o saldo contábil represente efetivamente o valor apurado no 
levantamento físico.
A conta Estoque, em formato de razonete, ficaria da seguinte forma:
Estoque
5.000 13.000
15.000
7.000
Perceba que o saldo da conta Estoque é igual ao valor apurado no levantamento físico realizado ao final do perí-
odo, e os R$ 13.000 são os valores diminuídos do estoque apurados de acordo com a fórmula anterior.
3.1.2 Inventário Permanente
Da mesma forma, vamos buscar a definição de inventário permanente citando Iudícibus (2010, p. 102):
Inventário Permanente – quando controlamos de forma contínua o Estoque de Mercadorias, 
dando-lhe baixa, em cada venda, pelo custo dessas Mercadorias Vendidas (CVM). 
No Inventário Permanente o controle sobre a conta de estoque é contínuo, permitindo uma posição atualizada 
dos saldos do estoque e dos custos das mercadorias vendidas a qualquer tempo.
Nessa modalidade, o controle sobre os itens de estoque se dá de forma individual, favorecendo, além do controle, 
a apuração dos custos a serem diminuídos da conta a cada venda concretizada.
Como o controle é contínuo, não existe a necessidade de levantamento de inventário físico ao final do período 
para mensurar o estoque, este estará sempre atualizado e disponível para consulta. O custo das mercadorias ven-
didas também estará atualizado, porém, a maneira que será apurado difere do Inventário Periódico. Isto porque, 
no Inventário Periódico, o custo das mercadorias vendidas é apurado através de uma fórmula de cálculo, já no 
Inventário Permanente, o custo será apurado através de critérios de avaliação que veremos mais adiante.
Vamos analisar mais um exemplo para facilitar o entendimento.
Exemplo: A empresa Estudando S.A. adquiriu, no dia 10/01/x1, 100 livros para venda a um custo de 10,00 cada. 
No dia 20/01/x01, vendeu 50 desses livros e, no dia 24/01/x1, adquiriu mais 30 livros. 
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Contabilidade Empresarial | Unidade 3 - Operações com mercadorias
Figura 3.1 – Tabela “Inventário Permanente”
INVENTÁRIO PERMANENTE
Data
Compra Venda Saldo em Estoque
Qde V.Unit Total Qde V.Unit Total Qde V.Unit Total
10/01 100 10 1.000 100 10 1.000
20/01 50 10 500 50 10 500
24/01 30 10 300 80 10 800
Custo das Mercadorias Vendidas 500
Legenda: Inventário Permanente.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
Através do exemplo, ficou claro que a cada nova operação o saldo dos estoques será atualizado, facilitando a 
apuração do custo das mercadorias quando de sua venda que, consequentemente, também se manterá atuali-
zado, tornando-se desnecessário o levantamento físico ao final do período.
Contudo, dificilmente os preços das mercadorias serão estáveis. No próximo tópico, veremos formas de avaliar-
mos os estoques e apurarmos os custos das mercadorias vendidas em situações de variações de preços; veremos 
também que valores deverão compor esses custos.
3.2 Custos das Mercadorias Vendidas
Antes de estudarmos as formas de avaliação dos estoques em que há variação de preços das mercadorias no 
período, vamos entender quais valores fazem parte dos custos de aquisição dos estoques.
3.2.1 Custos de aquisição de mercadorias
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, em seu pronunciamento CPC 16(R1) item 11, determina quais valores 
devem fazer parte do custo de aquisição de estoques:
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importa-
ção e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos de transporte, 
seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e 
serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na 
determinação do custo de aquisição.
Assim, os custos de aquisição de estoques com mercadorias são compostos por:
• preço de compra;
• impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis);
• custo de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveisà aquisição.
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Contabilidade Empresarial | Unidade 3 - Operações com mercadorias
Devem ser deduzidos desses custos:
• descontos comerciais;
• abatimentos;
• devoluções.
O Imposto de Importação e outros tributos deverão fazer parte do custo de aquisição dos estoques, porém, há 
uma exceção: os impostos recuperáveis. Os impostos recuperáveis são aqueles cujo valor a empresa poderá 
deduzir do imposto, de mesma espécie, a ser pago no momento da venda da mercadoria, logo, não farão parte 
dos custos de aquisição das mercadorias. São eles:
• ICMS;
• PIS (não cumulativo);
• COFINS (não cumulativo).
O transporte também fará parte dos custos dos estoques, mas somente se for pago pelo comprador. Caso seja 
por conta e risco do vendedor, não fará parte dos custos.
Vamos a mais um exemplo.
Exemplo: A empresa Estudando S.A. adquiriu, no dia 10/01/x1, 100 cadeiras para venda a um custo de R$ 1.000 
cada, totalizando R$ 100.000, com incidência de ICMS a alíquota de 18% equivalente a R$ 18.000; PIS não cumu-
lativo a alíquota de 1,65% equivalente a R$ 1.650; e COFINS não cumulativo a alíquota de 7,6% equivalente a R$ 
7.600 com pagamento à vista.
 Descontos comerciais ou incondicionais são aqueles que são negociados no momento da 
compra, sem qualquer condição. 
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Contabilidade Empresarial | Unidade 3 - Operações com mercadorias
Figura 3.2 – Cadeiras para venda
Legenda: Cadeiras.
Fonte: 25363051 (123RF)
Como os impostos relativos a ICMS, PIS e CONFINS são recuperáveis, não devem fazer parte dos custos de aqui-
sição de estoques, devendo ser registrados em contas específicas para posterior compensação no momento do 
levantamento do saldo de impostos a pagar. Faz-se necessário abater do total da compra, que, nesse caso, é de 
R$ 100.000 os valores referentes aos impostos, os quais serão recuperados no momento da venda. A contabili-
zação pela compra ficaria assim:
C – Caixa - R$ 100.000
D – Estoque - R$ 72.750
D – ICMS a Recuperar - R$ 18.000
D – PIS a Recuperar - R$ 1.650
D – COFINS a Recuperar - R$ 7.600
Veja que, apesar de ter realizado uma compra no valor de R$ 100.000, o valor atribuído ao estoque foi de apenas 
R$ 72.750.
 Também faz parte dos custos dos estoques o transporte quando o valor for pago pelo com-
prador, porém, se a despesa for por conta e risco do vendedor, não fará parte dos custos. 
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Contabilidade Empresarial | Unidade 3 - Operações com mercadorias
3.2.2 Avaliação dos estoques e CMV
Agora que já entendemos os valores que compõem o custo das mercadorias para venda, precisamos saber que os 
valores de aquisição dessas mercadorias não são estáveis, logo, as mesmas mercadorias adquiridas em uma data 
sofrem alterações de preços quando adquiridas em outras datas, surgindo, dessa forma, a necessidade de atribuir 
preço ao estoque que está sendo vendido. Quando se trata de mercadorias com valores expressivos e pouca rota-
tividade, fica fácil atribuir os preços pelo valor efetivamente adquirido, porém, quando a rotatividade é grande, 
torna-se necessário utilizar algumas técnicas para mensurar o custo das mercadorias vendidas no período. 
Os critérios mais usuais para determinar os valores de estoque e o custo das mercadorias vendidas são:
• PEPS ou FIFO (primeiro a entrar, primeiro a sair); 
• UEPS ou LIFO (último a entrar, primeiro a sair);
• Média Ponderada; e 
• Custo Específico ou Identificado. 
3.2.2.1 PEPS ou FIFO (primeiro a entrar, primeiro a sair)
Esse método utiliza como critério a ordem de entrada no estoque das mercadorias compradas, assim, as que 
foram compradas primeiro serão as primeiras a serem vendidas. É um procedimento aceito pela fiscalização tri-
butária, porém pouco usual no Brasil pela subvalorização dos custos das mercadorias vendidas, aumentando o 
lucro das empresas e consequentemente os tributos incidentes sobre o lucro líquido. 
Exemplo: 1ª Compra = 10 unidades a 100,00 = 1.000,00
 2ª Compra = 10 unidades a 120,00 = 1.200,00
 Venda = 15 unidades a 200,00 = 3.000,00
Figura 3.3 – Tabela PEPS ou FIFO
P E P S o u F I F O
Oper.
Entrada Saída Saldo
Qde V.Unit Total Qde V.Unit Total Qde V.Unit Total
1ª 10 100 1.000 10 100 1.000
2ª 10 120 1.200 10 120 1.200
3ª
10 10 1.000
5 120 600
5 120 600
Custo das Mercadorias Vendidas 1.600
Legenda: Tabela PEPS ou FIFO.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
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Contabilidade Empresarial | Unidade 3 - Operações com mercadorias
Perceba que nesse método os valores de compra das mercadorias são controlados separadamente, de forma 
que, ao serem vendidas, os custos atribuídos levam em conta os valores históricos de aquisição e suas respectivas 
quantidades. Se 10 unidades de uma mercadoria foram adquiridas por R$ 100,00 e outras 10 unidades por R$ 
120,00, quando efetuamos a venda de 15 unidades, necessariamente, serão baixadas do estoque primeiro as 10 
unidades mais antigas para, depois, baixar as outras cinco unidades que foram adquiridas posteriormente.
Esse critério mantém o saldo de estoque atualizado, afinal, as cinco mercadorias que ficaram em estoques estão 
avaliadas pelo valor das últimas compras e, teoricamente, estariam a valor de mercado, caso a rotatividade seja 
grande e o fluxo de compras intenso, porém o custo atribuído ao resultado estaria defasado ou subavaliado, pois 
levaríamos para o custo das mercadorias vendidas 10 unidades a um custo de R$ 100,00 cada quando a reposi-
ção dessa mercadoria ao estoque custaria R$ 120,00 a unidade.
3.2.2.2 UEPS ou LIFO (último a entrar, primeiro a sair)
Esse método utiliza como critério a ordem inversa de entrada no estoque das mercadorias compradas, assim, 
as que foram compradas por último serão as primeiras a serem vendidas. É um procedimento não aceito pela 
fiscalização tributária, pois supervaloriza os custos das mercadorias vendidas, diminuindo o lucro das empresas e 
consequentemente reduzindo os tributos incidentes sobre o lucro líquido.
Vamos calcular os custos com os mesmos dados do exemplo anterior.
Figura 3.3 – Tabela PEPS ou FIFO
E U P S o u L I F O
Entrada Saída Saldo
Oper. Qde V.Unit Total Qde V.Unit Total Qde V.Unit Total
1ª 10 100 1.000 10 100 1.000
2ª 10 120 1.200 10 120 1.200
3ª
10 120 1.200
5 100 500 5 100 500
Custo das Mercadorias Vendidas 1.700
Legenda: Tabela EUPS ou LIFO.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
Nesse método, os valores de compra das mercadorias também são controlados separadamente, de forma que, 
ao serem vendidas, os custos atribuídos levam em conta os valores históricos de aquisição e suas respectivas 
quantidades. Se 10 unidades de uma mercadoria foram adquiridas por R$ 100,00 e outras 10 unidades por R$ 
120,00, quando efetuamos a venda de 15 unidades, de forma inversa ao PEPS, serão baixadas do estoque pri-
meiro as 10 unidades adquiridas mais recentemente para, depois, baixar as outras 5 unidades que foram adqui-
ridas anteriormente. Veja que há uma inversão na ordem de baixa das quantidades de mercadorias: primeiro são 
baixadas as mais recentes para, depois, as mais antigas. 
Esse critério reduz consideravelmente os valores dos estoques, uma vez que teremos em estoque as mesmas 
cinco mercadorias, porém, dessa vez, avaliadas pelo valor das primeiras aquisições, ou seja, R$ 100,00 a unidade, 
valor bem abaixo de mercado.
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Contabilidade Empresarial | Unidade 3 - Operações com mercadorias
Por outro lado, o custo atribuído ao resultado estaria mais atualizado ou superavaliado, uma vez que levaríamos 
para o resultado o custo das mercadorias vendidas de 10 unidades a um custo de 120,00 cada e cinco unidades 
a um custo de 100,00, totalizando R$ 1.700,00, valor mais próximo para a reposição das 15 unidades vendidas.
Vale destacar, mais uma vez, que esse método não é aceito pela legislação tributária, afinal, uma superavaliação 
dos custos das mercadoriasvendidas representará uma diminuição do lucro líquido e, consequentemente, uma 
redução dos impostos a serem pagos.
3.2.2.3 Média Ponderada
Esse método utiliza como critério a avaliação do estoque pelo custo médio de aquisições apurado em cada 
entrada de mercadoria, resultante da divisão do saldo monetário pelo saldo em unidades.
Em cada compra realizada haverá um ajuste do custo médio, vamos analisar a planilha.
Figura 3.5 – Tabela de Média Ponderada
MÉDIA PONDERADA
Entrada Saída Saldo
Oper. Qde V.Unit Total Qde V.Unit Total Qde V.Méd Total
1ª 10 100 1.000 10 100 1.000
2ª 10 120 1.200 20 110 2.200
15 110 1.650 5 110 550
Custo das Mercadorias Vendidas 1.650
Legenda: Tabela de Média ponderada.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
Nesse método, os valores de compra das mercadorias não são controlados separadamente, a cada nova compra 
o valor médio é ajustado e a baixa dos estoques ocorre pelo resultado desse valor médio. Observe na planilha que 
a primeira compra, de 10 unidades, foi realizada por R$ 100,00 a unidade e a segunda compra, também de 10 
unidades, foi realizada por R$ 120,00 a unidade, e, no momento da baixa, das 15 unidades vendidas, não houve 
uma distinção de valor por unidades como nos outros critérios, mas uma baixa de todas as 15 unidades por um 
valor único, de R$ 110,00 a unidade, valor este resultante da média ponderada das duas compras.
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Contabilidade Empresarial | Unidade 3 - Operações com mercadorias
Vamos acrescentar mais uma compra para acompanharmos a variação dos valores.
Figura 3.6 – Tabela de Média Ponderada
MÉDIA PONDERADA
Entrada Saída Saldo
Oper. Qde V.Unit Total Qde V.Unit Total Qde V.Méd Total
1ª 10 100 1.000 10 100 1.000
2ª 10 120 1.200 20 110 2.200
3ª 15 110 1.650 5 110 550
4ª 10 140 1.400 15 130 1.950
Custo das Mercadorias Vendidas 1.650
Legenda: Tabela de Média Ponderada.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
Acrescentando uma nova compra de 10 unidades ao valor unitário de R$ 140,00, note que o valor médio é atu-
alizado para R$ 130,00 a unidade, e o saldo da conta de estoque sobe para R$ 1.950,00, valor este equivalente a 
15 unidades ao valor de R$ 130,00 a unidade. 
Esse critério, que nos parece mais justo, mantém o saldo de estoque dentro de um valor médio de reposição, 
sem sub ou supervalorização, e, da mesma forma, leva ao resultado o valor médio dos custos das mercadorias 
vendidas.
Esse procedimento é o mais utilizado no Brasil, primeiro pela aceitação da legislação tributária, segundo porque 
os valores levados ao resultado do exercício são maiores do que os custos no método PEPS.
Através do gráfico a seguir, podemos perceber claramente as diferenças dos métodos PEPS, UEPS e Média Pon-
derada.
Figura 3.7 – Gráfico Custo das Mercadorias Vendidas
Legenda: Gráfico com as diferenças dos métodos PEPS, UEPS e Média Ponderada.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
50
Contabilidade Empresarial | Unidade 3 - Operações com mercadorias
Nos três métodos as quantidades vendidas são perenes, ou seja, mantêm-se em 15 unidades. Com relação ao 
custo já podemos perceber uma variação em que o método PEPS apresenta o menor custo, com R$ 1.600,00; 
no método UEPS o maior custo, com valor de R$ 1.700,00; e no método das Médias Ponderadas um custo de R$ 
1.650, valor intermediário aos dois anteriores.
Na outra extremidade, temos o saldo de estoques em que no método PEPS encerraríamos o período com um 
saldo de R$ 600,00; no método UEPS com R$ 500,00; e, finalmente, no método das Médias Ponderadas encerra-
ríamos o exercício com saldo de estoque em R$ 550,00.
A conclusão que se chega é a de que no método PEPS supervalorizamos os estoques em detrimento dos custos, 
gerando um lucro líquido maior e, consequentemente, mais impostos sobre os lucros; no método UEPS subva-
lorizados os estoques em favor dos custos, gerando menor lucro líquido e menos impostos sobre o lucros; e no 
método da Média Ponderada mantemos uma média entre o primeiro e o segundo critério.
3.2.2.4 Custo Específico ou Identificado
Neste último método, a avaliação do estoque e o custo das mercadorias vendidas se dá por cada item de estoque 
individualmente. Trata-se de um método utilizado apenas para mercadorias de pouca rotatividade e de valores 
expressivos pela sua dificuldade de controlar. Como exemplo, podemos citar os automóveis.
Não apresentaremos mais detalhes sobre esse método porque é de extrema simplicidade e pouco usado.
3.3 Resultado bruto com mercadorias
No tópico anterior, aprendemos como são avaliados os estoques e como atribuímos preços para a baixa das 
mercadorias vendidas; aprendemos também que o critério adotado para apurarmos esses preços pode impactar 
diretamente no resultado bruto com mercadorias através dos custos das mercadorias vendidas. Neste tópico, 
vamos aprender como mensurar esse resultado bruto e de que forma é apresentado no Demonstrativo do Resul-
tado do Exercício. 
O resultado bruto com mercadorias apura a diferença entre as vendas de mercadorias no período com o custo 
das mercadorias vendidas apurado com base nos critérios PEPS, UEPS ou Média Ponderada.
Devemos lembrar de que o método das partidas dobradas indica que um débito em uma ou mais contas deve 
corresponder a um crédito em uma ou mais contas, dessa forma, quando diminuímos os estoques, precisamos 
de uma contrapartida, ou seja, uma conta a débito para compensar nosso lançamento a crédito em estoques, e 
é esta conta que nos permite apurar o resultado bruto com mercadorias.
Quando efetuamos uma venda de mercadorias, precisamos contabilizar um crédito na conta de venda de mer-
cadorias e um débito na forma de pagamento, ou seja, Caixa se for à vista ou Clientes se for a prazo. Logo, após 
a venda, precisamos baixar dos estoques os valores dos itens que foram vendidos, assim, contabilizaremos um 
crédito na conta de estoque e um débito na conta de resultado Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), e a dife-
rença entre essas duas contas (vendas de mercadorias e CMV) é que nos dará o resultado bruto com mercadorias.
Vamos a um exemplo e tudo ficará mais claro.
Ainda utilizando o exemplo do tópico anterior, vamos realizar as contabilizações passo a passo para apurarmos 
ao final o resultado.
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Contabilidade Empresarial | Unidade 3 - Operações com mercadorias
Exemplo: 1ª Compra = 10 unidades a 100,00 = 1.000,00
 2ª Compra = 10 unidades a 120,00 = 1.200,00
 Venda = 15 unidades a 200,00 = 3.000,00
Vamos imaginar que todas as compras foram efetuadas a prazo e que a venda tenha sido realizada à vista, em 
dinheiro. Vamos aos lançamentos através de razonetes que facilitam a visualização.
1ª Compra:
Estoque Fornecedor
1.000 1.000
1.000 1.000
2ª Compra
Estoque Fornecedor
1.000 1.000
1.200 1.200
2.200 2.200
Devemos efetuar o lançamento da venda na conta Caixa, já que se trata de uma venda à vista, em dinheiro. A 
contrapartida deve ser uma conta de resultado, Vendas de Mercadorias. Vamos aos lançamentos:
Caixa Vendas de M.
3.000 3.000
3.000 3.000
Por último, precisamos baixar os itens vendidos do estoque. Esses itens são baixados pelo custo atribuído con-
forme os critérios estudados no tópico anterior, são eles: PEPS, UEPS, Média Ponderada ou Custo Específico. 
Vamos utilizar as mesmas planilhas, reproduzidas a seguir.
Figura 3.8 – Tabela PEPS ou FIFO
P E P S o u F I F O
Oper.
Entrada Saída Saldo
Qde V.Unit Total Qde V.Unit Total Qde V.Unit Total
1ª 10 100 1.000 10 100 1.000
2ª 10 120 1.200 10 120 1.200
3ª
10 10 1.000
5 120 600
5 120 600
Custo das Mercadorias Vendidas 1.600
Legenda: Tabela PEPS ou FIFO.
Fonte: Elaborada pelo autor (2017).
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Contabilidade Empresarial | Unidade 3 - Operações com mercadorias
Figura 3.9 – Tabela EUPS ou LIFO
E U P S o u L I F O
Entrada Saída Saldo
Oper. Qde V.Unit Total Qde V.Unit Total Qde V.Unit

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