Buscar

A GlobalizaCAo e o Mercosul

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 O QUE É GLOBALIZAÇÃO 
Globalização é o conjunto de transformações na ordem política e econômica 
mundial que vem acontecendo nas últimas décadas. O ponto central da mudança 
é a integração dos mercados numa "aldeia-global", explorada pelas grandes 
corporações internacionais. Os Estados abandonam gradativamente as barreiras 
tarifárias para proteger sua produção da concorrência dos produtos estrangeiros e 
abrem-se ao comércio e ao capital internacional. Esse processo tem sido 
acompanhado de uma intensa revolução nas tecnologias de informação - 
telefones, computadores e televisão. 
 
As fontes de informação também se uniformizam devido ao alcance mundial e à 
crescente popularização dos canais de televisão por assinatura e da Internet. Isso 
faz com que os desdobramentos da globalização ultrapassem os limites da 
economia e comecem a provocar uma certa homogeneização cultural entre os 
países. 
 
1.2 Corporações Transnacionais 
A globalização é marcada pela expansão mundial das grandes corporações 
internacionais. A cadeia de fast food McDonald's, por exemplo, possui 18 mil 
restaurantes em 91 países. Essas corporações exercem um papel decisivo na 
economia mundial. Segundo pesquisa do Núcleo de Estudos Estratégicos da 
Universidade de São Paulo, em 1994 as maiores empresas do mundo (Mitsubishi, 
Mitsui, Sumitomo, General Motors, Marubeni, Ford, Exxon, Nissho e Shell) obtêm 
um faturamento de 1,4 trilhão de dólares. Esse valor equivale à soma dos PIBs do 
Brasil, México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela e Nova 
Zelândia. 
 
 
 
3
Outro ponto importante desse processo são as mudanças significativas no modo 
de produção das mercadorias. Auxiliadas pelas facilidades na comunicação e nos 
transportes, as transnacionais instalam suas fábricas sem qualquer lugar do 
mundo onde existam as melhores vantagens fiscais, mão-de-obra e matérias-
primas baratas. Essa tendência leva a uma transferência de empregos dos países 
ricos - que possuem altos salários e inúmeros benefícios - para as nações 
industriais emergentes, com os Tigres Asiáticos. O resultado desse processo é 
que, atualmente, grande parte dos produtos não tem mais uma nacionalidade 
definida. Um automóvel de marca norte-americana pode conter peças fabricadas 
no Japão, ter sido projetado na Alemanha, montado no Brasil e vendido no 
Canadá. 
 
1.3 Revolução Tecnocientífica 
A rápida evolução e a popularização das tecnologias da informação 
(computadores, telefones e televisão) têm sido fundamentais para agilizar o 
comércio e as transações financeiras entre os países. Em 1960, um cabo de 
telefone intercontinental conseguia transmitir 138 conversas ao mesmo tempo. 
Atualmente, com a invenção dos cabos de fibra óptica, esse número sobe para l,5 
milhão. Uma ligação telefônica internacional de 3 minutos, que custava cerca de 
200 em 1930, hoje em dia é feita por US$ 2. O número de usuários da Internet, 
rede mundial de computadores, é de cerca de 50 milhões e tende a duplicar a 
cada ano, o que faz dela o meio de comunicação que mais cresce no mundo. E o 
maior uso dos satélites de comunicação permite que alguns canais de televisão - 
como as redes de notícias CNN, BBC e MTV - sejam transmitidas 
instantaneamente para diversos países. Tudo isso permite uma integração 
mundial sem precedentes. 
 
 
 
 
4
 
1.4 Desemprego Estrutural 
A crescente concorrência internacional tem obrigado as empresas a cortar custos, 
com o objetivo de obter preços menores e qualidade alta para os seus produtos. 
Nessa reestruturação estão sendo eliminados vários postos de trabalho, tendência 
que é chamada de desemprego estrutural. Uma das causas desse desemprego é 
a automação de vários setores, em substituição à mão de obra humana. Caixas 
automáticos tomam o lugar dos caixas de bancos, fábricas robotizadas dispensam 
operários, escritórios informatizados prescindem datilógrafos e contadores. Nos 
países ricos, o desemprego também é causado pelo deslocamento de fábricas 
para os países com custos de produção mais baixos. 
 
1.5 Novos Empregos 
O fim de milhares de empregos, no entanto, é acompanhado pela criação de 
outros pontos de trabalho. Novas oportunidades surgem, por exemplo, na área de 
informática, com o surgimento de um novo tipo de empresa, as de "inteligência 
intensiva", que se diferenciam das indústrias de capital ou mão-de-obra intensivas. 
A IBM, por exemplo, empregava 400 mil pessoas em 1990, mas, desse total, 
somente 20 mil produziam máquinas. O restante estava envolvido em áreas de 
desenvolvimento de outros computadores - tanto em hardware como em software 
- gerenciamento e marketing. Mas a previsão é de que esse novo mercado de 
trabalho dificilmente absorverá os excluídos, uma vez que os empregos 
emergentes exigem um alto grau de qualificação profissional. Dessa forma, o 
desemprego tende a se concentrar nas camadas menos favorecidas, com baixa 
instrução escolar e pouca qualificação. 
 
 
 
 
5
 
1.6 Blocos Econômicos 
São associações de países, em geral de uma mesma região geográfica, que 
estabelecem relações comerciais privilegiadas entre si e atuam e atuam de forma 
conjunta no mercado internacional. Um dos aspectos mais importantes na 
formação dos é a redução ou a eliminação das alíquotas de importação, com 
vistas à criação de zonas de livre comércio. Os blocos aumentam a 
interdependência das economias dos países membros. Uma crise no México, 
como a de 1994, afeta os EUA e o Canadá - os outros países-membro do Acordo 
de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta). 
 
O primeiro bloco econômico aparece na Europa, com a criação, em 1957, da 
Comunidade Econômica Européia (embrião da atual União Européia). Mas a 
tendência de regionalização da economia só é fortalecida nos anos 90: o 
desaparecimento dos dois grandes blocos da Guerra Fria, liderados por EUA e 
URSS, estimula a formação de zonas independentes de livre-comércio, um dos 
processos de globalização. Atualmente, os mais importantes são: o Acordo de 
Livre Comércio da Am rica do Norte (Nafta), a União Européias (UE). o Mercado 
Comum do Sul (Mercosul), a Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) 
e, em menor grau o Pacto Andino, a Comunidade do Caribe e Mercado Comum 
(Caricom), a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), a Comunidade 
dos Estados Independentes (CEI) e a Comunidade da África Meridional para o 
Desenvolvimento (SADC). 
 
No plano mundial, as relações comerciais são reguladas pela Organização 
Mundial do Comércio (MC)m que substitui o Acordo Geral de Tarifas e Comércio 
(Gatt), criado em 1947. A organização vem promovendo o aumento no volume de 
comércio internacional por meio da redução geral de barreiras alfandegárias. Esse 
 
 
6
movimento, no entanto, é acompanhado pelo fortaleci mentos dos blocos 
econômicos, que buscam manter maiores privilégios aos países-membro. 
PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS 
Blocos Integrantes 
PIB total 
(milhões de 
US$) 
População 
total (milhões 
de hab.) 
PIB per 
capita (em 
US$) 
Data de 
criação 
 
Asean 7 países 541.075 429,00 1.261,25 1967 
Apec 
17 países e 1 
território 
14.119.450 2.217,00 6.368,72 1989 
Caricom 
12 países e 3 
territórios 
16.135* 5,82 2.772,34 1973 
Mercosul 4 países 859.874 207,70 4.139,98 1991 
Nafta 3 países 7.568,082 391,10 19.356,76 1988 
Pacto 
Andino 
5 países 197.662 101,50 1.947,41 1969 
União 
Européia 
15 países 7.324.381 372,40 19.668,05 1957 
SADC 11 países 145.950 137,20 1.063,78 1979 
CEI 12 países 550.989 285,00 1.933,29 1991 
* Excluídas as ilhas Virgens Britânicas e as ilhas Turks e Caicos. 
Fontes: Banco Mundial, Fundo das Nações Unidas para a População 
 
2 O BRASIL E A GLOBALIZAÇÃO 
 
2.1 Brasil quer a Integração Comercial de toda a Américado Sul 
 
 
7
O ano de alargamento do Mercosul - essa poderia ser a manchete de síntese da 
evolução do ConeSul em 1996, se fosse verdade o que a imprensa brasileira 
noticiou nos últimos meses. Interpretando de forma simplista- e errada- os tratados 
formados pelo Chile e Bolívia com o Mercosul. O ano de alargamento do Mercosul 
- essa poderia ser a manchete de síntese da evolução do ConeSul em 1996, se 
fosse verdade o que a imprensa brasileira noticiou nos últimos meses. 
Interpretando de forma simplista - e errada - os tratados formados pelo Chile e 
Bolívia com o Mercosul, jornais e televisões noticiaram a adesão dos dois ao bloco 
sub-regional liderado pelo Brasil e Argentina. 
 
Isso não aconteceu, pelo menos por enquanto. Mas foi dado o primeiro passo 
nessa direção: o Chile e a Bolívia firmaram tratados de associação, o que significa 
que, sem aderir ao bloco, eles passam a aceitar regras de tarifas comerciais 
reduzidas no intercâmbio com os integrantes do tratado de Assunção de 1991. O 
passo adiante não aponta para o alargamento do Mercosul por agregações 
sucessivas, mas para o desenvolvimento de um processo mais complicado, que 
os diplomatas brasileiros apelidaram de estratégia do building blocks. 
 
O Chile esnobou o Mercosul até a pouco. "Adios, Latinoamerica", chegou a 
trombetear uma manchete de EL Mercurio, o principal diário de Santiago, 
resumindo uma política voltada para a Bacia do Pacífico e uma estratégia de 
integração do Nafta. As coisas mudaram. A solicitação de adesão à zona de livre 
comércio liderada pelos EUA esbarrou no colapso financeiro mexicano de 
dezembro de 1994. Escaldados, os parlamentares americanos negaram a 
tramitação rápida da solicitação no Congresso e as negociações continuam a se 
arrastar. Além disso, a abertura comercial que se espraia pela América Latina 
repercutiu sobre o intercâmbio externo chileno, puxando-o de volta para o 
subcontinente. 
 
 
 
8
A Bolívia solicitou, em julho de 1992, a adesão gradual ao Mercosul. O 
gradualismo boliviano está orientado para controlar um obstáculo político e 
diplomático: o país faz parte do Pacto Andino e Tratado de Assunção não permite 
a entrada de integrantes de outras zonas de comércio. Mas, no terreno da 
economia e da geografia, a Bolívia está cada vez mais colada ao Mercosul. O 
acordo recente para fornecimento de gás natural e construção de um gasoduto 
Brasil-Bolívia vale mais que as filigranas jurídicas que bloqueiam a adesão 
imediata. E as perspectivas de cooperação de todos os países do Cone Sul 
tendem a abrir duas saídas oceânicas regulares para a Bolívia, cuja história está 
marcada pela perda de portos de Atacama, na Guerra do Pacífico (1879-83). 
Não é provável que o Chile ingresse plenamente no atual Mercosul, e Santiago 
não quer perder suas vantagens comerciais no intercâmbio com o Nafta e a Bacia 
do Pacífico. A Bolívia não pretende deixar o Pacto Andino entrar no Mercosul, e o 
Chile, com melhores razões, não pretende desistir do ingresso no Nafta. O 
horizonte com o qual trabalham os diplomatas brasileiros é o da articulação 
gradual do Mercosul com os países e blocos comerciais vizinhos, com vistas á 
formação de uma Associação de Livre Comércio Sul-Americana (Alcsa). 
Essa é a estratégia do buiding-blocks. A sua meta consiste em criar, a partir de um 
grande bloco comercial na América do Sul, a plataforma ideal para negociar a 
integração pan-americana com a superpotência do Norte. É por isso que o Brasil 
não tem pressa nas conversações destinadas à formação de uma super zona de 
livre comércio das três Américas, que foram lançadas pelo ex-presidente dos EUA, 
George Bush, em 1990. 
 
Do ponto de vista brasileiro podemos citar como áreas que ganharam impulso: 
• Automobilística; 
• Geração de energia; 
• Telecomunicações; 
• Serviços. 
 
 
9
 
 
Enquanto que os setores mais prejudicados são: 
• Agricultura; 
• Têxtil; 
• Borracha; 
• Calçados. 
A outra faceta do processo de Globalização está na indústria. Tomem-se as dez 
maiores corporações mundiais: 
1. Mitsubishi; 
2. Mitsui; 
3. Itochu; 
4. Sumimoto; 
5. General motors; 
6. Marunbeni; 
7. Ford; 
8. Exxon; 
9. Nissho 
10. Shell; 
Estas empresas faturam 1,4 trilhões de dólares, o que equivale ao PIB conjunto 
de: 
• Brasil; 
• México; 
• Argentina; 
• Chile; 
• Colombina; 
• Peru; 
 
 
10
• Uruguai; 
• Venezuela. 
Metade dos prédios, máquinas e laboratórios desses grupos e mais da metade de 
seus funcionários em unidades for do país de origem e 61% do seu faturamento é 
obtido em operações no estrangeiro. 
A força dessas corporações e sua atuação geográfica mudaram o enfoque do jogo 
econômico. No passado, quem fazia as grandes decisões econômicas eram os 
fovernas. Agora são as empresas e estão decidindo basicamente o que, como. 
quando e onde produzir os bens e serviços utilizados pelos seres humanos. 
Para conseguir preços melhores e qualidade de mais alta tecnologia em sua 
guerra contra os concorrentes, as empresas cortaram custos. Isto é, empregos, e 
ainda aumentaram muito os seus índices de automação, liquidando mais postos 
de trabalho. 
Nos estudos econômistas, deu-se o nome de "desemprego estrutural" a essa 
tendência. O desemprego estrutural é um processo cruel porque significa que as 
fábricas robotizadas não precisam mais de tantos operários e os escritórios podem 
dispensar a maioria de seus datilógrafos, contadores e gerentes. Ele é diferente 
do desemprego que se conhecia até agora, motivado por recessões, que mais 
cedo ou mais tarde passavam. Os economistas apontam no desemprego 
estrutural um paradoxo do sistema de Globalização. Ele se ergueu para produzir 
coisas boas e baratas, vendidas numa escala planetária, fabricadas em grande 
parte por robôs, que são orientados por computadores. Mas por cortar o emprego 
das pessoas e sua renda não terá para quem vender seus carros reluzentes e 
seus computadores multimídia. 
Segundo os críticos, a outra nota ruim da Globalização está no desaparecimento 
das fronteiras nacionais. Os governos não conseguem mais deter os movimento 
do capital internacional. Por isso, seu controle sobre a política econômica interna 
está se esgarçando. A quebra mexicana no final de 1994 é o exemplo mais 
 
 
11
marcante dessa perda de controle. Assim que o governo desvalorizou o peso 
frente ao dólar, os investidores sacaram vários bilhões aplicados no país e o 
México precisou de um pacote de socorro do FMI e do governo estadunidense. Os 
governos também estão perdendo a capacidade de proteger o emprego e a renda 
das pessoas. Se um país estabelece uma legislação que protege e encarece o 
trabalho, é provavelmente excluído da lista de muitos projetos de investimento. 
Há, enfim, uma perda de controle sobre a produção e comercialização de 
tecnologia, o que nos tempos da Guerra Fria, seria impensável. Naquela época, a 
tecnologia estava ligada à soberania dos países. 
No espaço de duas gerações, o mundo ficou muito complicado. Os que 
completam 40 anos em 1997 nasceram sob o signo do SPUTINIK, a pequena bola 
de metal, dotada de um transmissor de rádio, que os russos na órbita terrestre 
pela primeira vez, detonando a corrida espacial. Naquela época um computador 
pesava 30 toneladas e era chamado de cérebro eletrônico. Os aviões a jato eram 
uma novidade e a distância entre os países, um obstáculo difícil de transpor. O 
Brasil não conhecia o hambúrguer, não tinha indústrias automobilísticas, nem 
supermercados e a capital ficava no Rio de Janeiro. 
A corrida espacial consumiu dinheiro maciço em pesquisa e formação de 
cientistas, e seu subproduto tangível é, por exemplo, o raio laser, o satélite, o 
videocassete e as raquetes de tênis feitas de grafite. Ela provocou uma revolução 
tecnológica na qual as empresas sebasearam para moldar a economia global. 
Com esforço e um grau de alta ansiedade, os brasileiros estão deixando o seu 
isolamento para entrar nessa corrente. A ginástica pode ser cansativa e dolorida, 
mas há outra maneira de ingressar no futuro. Ou de não comer poeira ficando no 
passado. 
 
O processo econômico sempre sofreu suas criticas de adaptação, mas as próprias 
crises sempre produziram as soluções. 
 
 
 
12
 
 
3 O QUE É O MERCOSUL 
Desde 1º de janeiro de 1995, Argentina, Brasil Paraguai e Uruguai, os países 
membros do Mercosul (Mercado Comum do Sul), passam a cobrar tarifas 
idênticas nas suas importações. A TEC (Tarifa Externa Comum) abrange 85% dos 
produtos negociados. Os 15% restantes terão um prazo maior de adaptação 
(variando de 2001 a 2006). 
 
Em 1995, estes países formaram uma união aduaneira com quase 190 milhões de 
consumidores potenciais e um PIB (Produto Interno Bruto) total de mais de meio 
trilhão de dólares d terão 12 anos para dar o passo seguinte: construir um 
mercado comum e, ao mesmo tempo, conquistar a estabilidade econômica e 
superar o subdesenvolvimento social. 
 
Ao contrário das experiências anteriores, desta vez a integração deixou os 
gabinetes e consolidou-se com negócios. Mais de 300 empresas brasileiras estão 
investindo na Argentina e o comércio regional deu um salto de 34% ao ano desde 
1990. O Mercosul pode mudar o mapa da América do Sul. 
 
Seus países são: 
BRASIL 
 
 
 
13
Nome Oficial: República Federativa do Brasil 
Capital: Brasília 
Área:8.511.965 Km2 
População:149,2 milhões 
Língua: Português 
Divisão administrativa:26 estados e o distrito federal 
Renda per capta: US$2.770 
Moeda: Real 
Regime de governo: Presidencialista 
 
ARGENTINA 
 
Nome Oficial: República Argentina 
Capital: Buenos Aires 
Área:2.766.889 Km2 
População:33,1 milhões 
Língua: Espanhol 
Divisão administrativa:22 províncias, 1 distrito e o território da terra do fogo. 
Renda per capta: US$6.050 
Moeda: Peso 
Regime de governo: Presidencialista 
 
URUGUAI 
 
 
 
14
Nome Oficial: República Oriental do Uruguai 
Capital: Montevidéu 
Área:176.224 Km2 
População:3,1 milhões 
Língua: Espanhol 
Divisão administrativa:19 departamentos 
Renda per capta: US$3.340 
Moeda: Peso Uruguaio 
Regime de governo: Presidencialista 
 
PARAGUAI 
 
Nome Oficial: República do Paraguai 
Capital: Assunção 
Área:406.752 Km2 
População:4,5 milhões 
Língua: Espanhol e Guarani 
Divisão administrativa:19 departamentos e um distrito federal 
Renda per capta: US$1.380 
Moeda: Guarani 
Regime de governo: Presidencialista 
 
A função da união entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai - o Mercosul tem 
como objetivo melhorar as economias dos mesmos com uma aliança. Alem de 
poderem contar com o apoio destes países o intercâmbio de produtos, culturas e 
raças esta sendo muito importante para suas independências, pois ainda são 
 
 
15
colônias de si mesmas. Apesar de todos as diferenças entre estes países o 
Mercosul como a globalização ele está em pleno vigor. 
3.1 Quadro geral do Mercosul: 
Exportações e importações do Brasil para os países do Mercosul 
 
País Exportações Importações 
Argentina 2.700 1900 
Uruguai 479 316 
Paraguai 649 180 
Em milhões de dólares (US$) 
Fonte: Folha de S.Paulo - 18 de dezembro de 1994, caderno MERCOSUL 
 
Índices Gerais da economia dos países do Mercosul 
Índices Argentina Brasil Paraguai Uruguai 
PIB (US$ bi) 200,2 426,3 0,9 1,3 
Desemprego (% - mês) 9,3 4,5 2,1 9,4 
Inflação (% - mês) 0,3 2,47 0,9 3,5 
Divida Externa (US$ bi) 67,5 121,1 1,7 5,2 
Juros (% - mês) 0,9 4,7 1,3 5,6 
Reservas Internacionais (US$ bi) 15,5 43,5 0,9 1,3 
Fonte: Folha de S.Paulo - 18 de dezembro de 1994, caderno MERCOSUL 
 
 
 
 
 
 
 
16
 
 
4 O MERCOSUL E A ALCA 
 
4.1 O Que É 
A Área de Livre Comércio das Américas, ALCA, é uma idéia grandiosa que 
começou a ser elaborada há três anos. Através dela as barreiras comerciais entre 
os países que formam a América seriam derrubadas em breve. Produtos e 
serviços fluiriam pelo continente sem restrições e sem impostos, os preços 
internos cairiam e economias frágeis como a do Paraguai, teriam a oportunidade 
de sair da estagnação. 
 
A Alca ainda não foi concretizada, ainda é um projeto previsto para 2005. No dia 
16 de maio, houve em Belo Horizonte um conferência para decidir sobre os 
próximos passos deste acordo, a ALCA. 
 
Este é um projeto grandioso, que se tornaria maior que a União Européia, quando 
concreto, gerando uma riqueza anual de 9 trilhões de dólares. 
 
4.2 Conferência de Belo Horizonte 
 
Na conferência da semana passada, em Belo Horizonte, representantes de 34 
países das três Américas se reuniram com o intuito de discutir sobre o projeto 
como um todo, e acabaram defrontando-se com uma forte disputa entre o Brasil e 
os Estados Unidos, duas das economias mais fortes das Américas. Os Estados 
Unidos, que querem se sobressair no bloco e criar medidas protecionistas apenas 
à sua economia querem a abolição das tarifas alfandegárias já no ano que vem 
 
 
17
(1998). O Brasil não concordou com esta medida do tranco tarifário, pois a 
considera prejudicial para si e benéfica para os Estados Unidos. 
 
 
A conseqüência imediata seria que os Estados Unidos inundariam o Brasil com 
seus produtos, isentos de impostos de importação, e que são melhores e mais 
baratos que os nacionais. Assim, como o Brasil coerentemente decidiu, isso seria 
prejudicial à economia nacional, realizando, assim, "um belo ato de protecionismo 
a industria nacional". Isto poderia produzir efeitos devastadores na indústria 
nacional e assim, no nível de emprego. Mesmo se o Brasil concordasse com os 
Estados Unidos, eles continuariam a dificultar a entrada em seu país de vários 
artigos brasileiros competitivos, pois além das tarifas alfandegárias, adotam 
inúmeras barreiras sobre os produtos brasileiros. Inúmeros produtos brasileiros 
sofrem restrições ou nem são aceitos, como a carne brasileira, que não é 
importada pelos E.U.A porque tem aftosa, segundo eles. Dentre muitos outros, 
esse é um truque usado para proteger o mercado americano. No conclave 
diplomático em Belo Horizonte, venceu a posição brasileira, avalizada pelos seus 
parceiros do Mercosul - Argentina, Uruguai e Paraguai. 
 
Os países engajados no Mercosul querem tempo para estudar como seria um 
abraço com os Estados Unidos querem também um prazo mais longo para 
melhorar o que produzem de forma que a competição comercial venha a ser mais 
equilibrada no interior do bloco, eles querem, na verdade até o ano trabalhar para 
reduzir a burocracia, facilitar os negócios e acabar com as restrições não tarifárias 
às importações como cotas e exigências sanitárias só então, em 2003 se 
começará a discutir a extinção dos impostos . 
 
"A pressa oferece riscos muito grandes e o Brasil, assim como os outros países do 
Mercosul quer se proteger" disse Roberto Teixeira da Costa, presidente da seção 
do brasileira do Conselho de Empresários da América latina. Os empresários 
 
 
18
brasileiros que compareceram à conferência trabalharam bem ao convencer o 
governo e os empresários argentinos de sua posição. 
 
O Brasil se mostrou responsável ao assumir que não está capacitado para 
entrar neste mercado, colhendo os frutos merecidos. 
 
 
Medida de protecionismo 
Escala feita pelo 
International Institute for 
Management Development 
(IMD). 
País 
Grau de 
Abertura 
Chile 8,67 
Dinamarca 8,55 
Hong Kong 8,46 
Irlanda 8,20 
Suécia 8,00 
México 7,90 
Nova 
Zelândia 
7,87 
Finlândia 7,74 
Holanda 7,72 
Hungria 7,65 
Luxemburgo 7,64 
Portugal 7,51 
4.3 Patamar Geral da Liberação dos MercadosMundiais 
A International Institute for Managment Development, 
IMD, fez uma pesquisa dos países mais abertos 
comercialmente, (ao lado) usando como critério as 
impostos e as barreiras não tarifárias dos mesmos. 
Neste ranking os E.U.A., cujas importações 
correspondem a 12% de seu PIB, estão em 29º lugar 
e o Brasil, cujas importações correspondem a 8% do 
seu PIB, está em 35º. Esta "igualdade" é importante 
quando se quer formar um bloco comercial, pois os 
dois países (E.U.A. e Brasil) são potenciais 
negociadores. 
O verdadeiro interesse dos E.U.A. em quebrar as 
barreiras não é mais os carros japoneses ou seu 
desemprego, e sim resolver o seu problema do 
déficit da balança comercial que em 1996 foi de 160 
bilhões de dólares, sendo que suas exportações para 
outros continentes vem caindo e a solução 
encontrada foi de expandir estas importações para o 
próprio continente Americano, o que podemos ver já 
que as exportações para os países do Mercosul 
cresceram 160% de 1990 a 1995. 
 
 
19
Áustria 7,50 
Noruega 7,49 
Austrália 7,41 
Turquia 7,33 
Cingapura 7,31 
Alemanha 7,30 
Bélgica 7,19 
Colômbia 7,02 
Itália 7,00 
Espanha 6,95 
Grécia 6,94 
Argentina 6,88 
República 
Checa 
6,80 
Inglaterra 6,79 
Canadá 6,63 
Israel 6,44 
Estados 
Unidos 
6,29 
França 6,26 
Malásia 6,26 
Taiwan 6,03 
Tailândia 5,95 
Filipinas 5,53 
Brasil 5,40 
O Mercosul vêm se tornando muito atrativo para o 
mercado mundial já que países com a Holanda, 
Espanha, Alemanha, França, e Itália, vêm fazendo 
muitas feiras comercias com estes países. 
Na verdade o que está interessando o mundo dos 
negócios é o poder aquisitivo do Mercosul, e seu 
aumento de 3,5% ao ano. 
 
Foto: Fernando Henrique Cardoso na conferência de 
Belo Horizonte discutindo a criação da ALCA critica o 
modo de negociação dos E.U.A. 
Fonte: Revista Veja, 21 de maio de 1997 
 
 
20
Indonésia 5,35 
África 
do Sul 
5,11 
Suíça 5,10 
Coréia 5,07 
Índia 4,98 
Islândia 4,82 
Venezuela 4,75 
Rússia 4,56 
Polônia 4,48 
China 3,79 
Japão 3,52 
O cálculo sobre abertura 
comercial considera as 
tarifas e as barreiras não 
tarifárias. 
Fonte: Revista Veja, 21 de 
maio de 1997 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21
 
 
 
 
 
 
22
CONCLUSÕES E TENDENCIAS FUTURAS 
O mundo já não é mais como foi o de papai. Ouve-se falar num momento que as 
grandes corporações americanas estão demitindo dezenas de milhares de 
trabalhadores de olhos azuis e transferindo suas operações para os países 
morenos, de mão-de-obra mais barata. 
 
Países tão diferentes como a Finlândia e Espanha enfrentam taxas de 
desemprego de quase 20%, enquanto os pequenos tigres da Ásia, como 
Cingapura, Taiwan e Hong Kong, ou alguns aprendizes, como Malásia e Tailândia, 
são apontados como modelos de agressividade econômica. 
No mundo do trabalho internacionalizado o que mais há é desemprego. E quem 
fica à margem desse giro do capitalismo está condenado ao atraso e a miséria. 
Mas quem se adapta a ele nem por isso se sai bem. Vide o México, que cumpriu à 
risca a receita ortodoxa para integrar sua economia ao mundo avançado e 
quebrou sua bolsa.

Outros materiais