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A INDUSTRIA

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1. A INDÚSTRIA. 
A indústria responde por aproximadamente 22% da riqueza gerada no mundo – algo em 
torno de sete trilhões de dólares, segundo o Banco Mundial. Mas o setor é fortemente castigado 
pela retração da economia internacional em 2002. Com vendas mais fracas, muitas fábricas 
reduzem a produção e cortam postos de trabalho. O cenário destoa da notável performance 
alcançada durante a década de 1990, quando a produção industrial cresce a uma taxa de 2,8% ao 
ano, de acordo com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido). 
Nações em desenvolvimento – Investimentos estrangeiros diretos no setor produtivo e 
avanço tecnológico nas fábricas fazem com que, na década de 1990, a taxa de expansão do PIB 
industrial cresça quase três vezes mais nas nações em desenvolvimento que nas desenvolvidas. 
A fatia do PIB correspondente ao setor industrial é de 34% nos países em desenvolvimento, 
contra 24% nos países desenvolvidos, onde há queda da participação na produção mundial – de 
85,5% em 1980 para 76,0% em 2000. Ainda assim, não existe alteração significativa na posição 
de liderança dos EUA, Japão e Alemanha. 
Essa novidade é um dos efeitos da globalização, que, entre outras implicações, transfere 
fábricas de nações ricas para países em desenvolvimento. Isso ocorre principalmente na indústria 
pesada, que demanda muita matéria-prima, energia e mão-de-obra. Como oferecem boa infra-
estrutura, trabalhadores qualificados e mal remunerados, e telecomunicações e transportes 
baratos, esses países se vêm transformando em novos pólos industriais. Em contrapartida, as 
nações ricas voltam-se cada vez mais para os segmentos industriais de alta tecnologia 
(informática, biotecnologia, telecomunicações, aeroespacial), cuja lucratividade é 
incomparavelmente maior. 
Customização – A indústria vem criando formas alternativas e mais eficientes de atuação. O 
modelo de fabricação em série e venda baseada em estoques, difundido a partir de 1913, cede 
espaço à chamada customização. Nesta, as fábricas produzem sob encomenda, atendendo a 
especificações do consumidor final. Isso só ocorre porque, apesar de o produto ser padronizado, é 
possível modificar algumas de suas características, graças a adaptações nas linhas de montagem. 
De acordo com estudos recentes, cerca de 20% dos automóveis vendidos no continente 
americano são feitos sob encomenda. Na Alemanha, o índice é ainda mais alto: 60%. 
A medida visa a acabar com o encalhe de veículos nos pátios das montadoras. A informática 
também vem aderindo cada vez mais à customização. Em 2000, a empresa norte-americana Dell 
consolida um sistema de venda de equipamentos por telefone e internet em que o cliente define as 
especificações do computador que deseja adquirir. 
O fim do "made in" – Outra tendência é a adoção de padrões comuns nas linhas de 
montagem dos vários países, permitindo que um mesmo produto seja fabricado em várias partes 
do mundo – de preferência onde os custos são mais baixos. Esse processo põe fim à identidade 
nacional dos produtos, o famoso "made in". E é marcante no setor automotivo, tanto na produção 
de veículos quanto na fabricação de peças e acessórios. 
As alterações na estrutura produtiva da indústria são tão grandes que alguns estudiosos já 
apontam o surgimento de uma nova categoria industrial: a das fábricas de inteligência intensiva, 
que exigem grandes investimentos em tecnologia. Cerca de 85% do preço de um chip 
(componente fundamental das indústrias de computadores) corresponde a gastos com pesquisa, 
engenharia e design. Listada como uma corporação industrial que produz computadores, a IBM 
ocupa menos da metade de seus funcionários na fabricação de máquinas. A maior parte trabalha 
na criação de softwares, marketing, projetos e integração de sistemas de computadores. 
 
2. PÓLO INDUSTRIAL DE CAMAÇARI. 
2.1 INÍCIO DAS ATIVIDADES. 
O Pólo iniciou suas operações em 1978. É o primeiro complexo petroquímico planejado do 
País e está localizado no município de Camaçari, a 50 quilômetros de Salvador, capital do Estado 
da Bahia. 
 
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Maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul, o Pólo tem mais de 60 empresas 
químicas, petroquímicas e de outros ramos de atividade como indústria automotiva, de celulose, 
metalurgia do cobre, têxtil, bebidas e serviços. 
Com a atração de novos empreendimentos para a Bahia, o Pólo Industrial de Camaçari 
experimenta novo ciclo de expansão, gerando mais oportunidades de emprego e renda para o 
Nordeste. 
A produção de automóveis pela Ford, no Pólo de Camaçari, consolida a trajetória de 
diversificação no Complexo Industrial e amplia as perspectivas de integração do segmento 
petroquímico com a indústria de transformação. 
Desde o início de operação das primeiras indústrias, em 1978, o Pólo Industrial de Camaçari 
registra uma trajetória de evolução contínua. Superando as muitas crises conjunturais, mudanças 
de política econômica e as transformações marcantes no contexto internacional, o complexo 
experimentou ciclos sucessivos de expansão, preservando a posição de relevância no setor 
industrial. Localmente, contribui para o desenvolvimento da economia regional através da oferta 
de emprego e renda, promovendo a sua modernização mediante a introdução de novas 
tecnologias, especializações e elevados padrões de desempenho técnico e empresarial. 
São muitos os estudos e teses que analisam o impacto do Pólo sobre a economia do Estado 
e o desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador, notadamente sobre os padrões de 
urbanização e serviços da capital. É consensual entre os estudiosos a constatação de que os 
efeitos dinâmicos do complexo superaram os registrados na década de 50 com a indústria 
petrolífera e posteriormente com a implantação do Centro Industrial de Aratu. O Pólo mudou 
definitivamente o perfil econômico do Estado, a face da sua capital e o mercado de trabalho dos 
baianos, constituindo-se ainda hoje uma das mais significativas contribuições para a 
desconcentração industrial no Brasil. 
O Pólo surgiu sob o modelo tripartite, reunindo em sua composição acionária participações 
do Estado e da iniciativa privada nacional e estrangeira. O processo de privatizações deflagrado 
no início da década de 90 gerou uma reestruturação de capitais, através de fusões e aquisições, 
que culminou com a venda da central de matérias-primas, a Copene, em 2001. 
A aquisição da empresa pelo consórcio Odebrecht/Mariani representou um marco na 
reestruturação da petroquímica nacional, por integrar a central a unidades de segunda geração do 
grupo, dotando-a de capital, escala de produção e aporte tecnológico para ampliar a sua 
competitividade mundial. Desta integração nasceu a Braskem, uma empresa de classe mundial, 
líder em termoplásticos na América Latina. Com ativos avaliados em R$12 bilhões, é um dos cinco 
maiores empreendimentos privados do País. 
A fase atual do Pólo apresenta como traços marcantes a expansão e diversificação industrial. 
Os maiores empreendimentos implantados no Estado nos anos recentes se localizaram no Pólo 
de Camaçari. A Ford instalou o Complexo Industrial Ford Nordeste, que é o maior e mais recente 
investimento da montadora em todo o mundo, estimado em US$ 1,2 bilhão, para produzir 250 mil 
veículos/ano para os mercados interno e externo. Já a Monsanto investiu US$550 milhões para 
instalar a primeira indústria de matérias-primas para herbicidas da América do Sul. A despeito dos 
avanços, ainda é reduzido o volume de produtos finais químicos e petroquímicos produzidos em 
Camaçari. Persiste como desafio a necessidade de atração de novas empresas transformadoras, 
para fortalecer a cadeia produtiva do complexo. 
 
2.2 DADOS ECONÔMICOS. 
• Qualidade e produtividade tem sido a receita para ampliar as atividades do Pólo Industrial de 
Camaçari. Sua importância econômica pode ser medidapela grandeza de seus números. 
 
• Investimento global superior a 10 bilhões de dólares. 
 
 
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• Capacidade instalada acima de oito milhões de toneladas p/ ano de produtos químicos e 
petroquímicos básicos, intermediários e finais. 
 
• Atende a mais da metade das necessidades de produtos químicos e petroquímicos do país. 
 
• Capacidade instalada para 220.000 toneladas/ano de cobre eletrolítico, no segmento de 
metalurgia do cobre, e de 250 mil veículos/ano no segmento automotivo. 
 
• As exportações representam US$ 600 milhões/ano, cerca de 35% do total exportado pelo 
Estado da Bahia, e se destinam a praticamente todo o mundo. 
 
• Faturamento de aproximadamente US$ 5 bilhões/ano. 
 
• Responde por cerca 25% do total da arrecadação estadual de ICMS e por mais de 90% da 
receita tributária de Camaçari. 
 
• Emprega 12 mil pessoas diretamente e 11 mil pessoas através de empresas contratadas. 
 
• Sua participação no Produto Interno Bruto baiano é superior a 15%. 
 
2.3 COMPLEXO INTEGRADO. 
A maioria das empresas do Pólo está interligada por dutovias à unidade de insumos básicos 
da Braskem. Maior indústria do Complexo de Camaçari e um dos cinco maiores empreendimentos 
privados do país, a Braskem recebe derivados de petróleo da Petrobrás, principalmente a nafta, 
em sua unidade de insumos básicos de Camaçari e os transforma em petroquímicos básicos 
(eteno, propeno, benzeno, tolueno, butadieno, xilenos, solventes e outros). 
Estes produtos e também utilidades como energia elétrica, vapor, água e ar de instrumento 
são fornecidos às unidades produtivas da própria Braskem e às indústrias vizinhas, de segunda 
geração, que, por sua vez, fabricam os petroquímicos intermediários e alguns produtos finais. Um 
etenoduto com mais de 400 quilômetros de extensão interliga a unidade de insumos básicos da 
Braskem em Camaçari às suas fábricas de Cloro-soda e PVC em Alagoas, fazendo a conexão 
entre os pólos Industrial de Camaçari e Cloroquímico daquele Estado. Estruturado para funcionar 
de maneira integrada, o Pólo conta com serviços especializados de uma empresa-líder em 
Manutenção Industrial, a ABB, e de uma Empresa de Proteção Ambiental, a CETREL. 
 
2.4 EMPRESAS E SEUS PRINCIPAIS PRODUTOS. 
Produtos Primeira 
Geração 
(Matérias-primas). 
Produtos Intermediários 
(Segunda Geração). Principais Aplicações. 
Braskem Insumos Básicos. Dow Brasil. Poliuretanos-espumas 
Braskem Insumos Básicos. Elekeiroz. Plastificantes, resinas sintéticas. 
Braskem Insumos Básicos. Policarbonatos. Automóveis, construção civil, eletrônicos, 
embalagens, plásticos. 
Braskem Insumos Básicos. Braskem DMT. Garrafas, vasilhames plásticos. 
Braskem Insumos Básicos EDN. Brinquedos, construção civil, eletrodomésticos. 
Braskem Insumos Básicos Polibrasil. 
Plásticos – automóveis, embalagens, fibras 
sintéticas, filmes, móveis, peças técnicas, utensílios 
domésticos. 
Braskem Insumos Básicos. Braskem Vinílicos. Plásticos – brinquedos, calçados, construção civil, 
embalagens, filmes fios e cabos, móveis, tubos e 
 
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conexões. 
Salmoura (*) Soda. 
Alumínio, auxiliar têxtil, papel e celulose, processo 
químico, sabões, detergentes, tratamento de metais, 
metalurgia. 
Salmoura (*) Cloro. Hipoclorito de Sódio. 
Consumo próprio, papel e celulose, processos 
químicos, tratamento de água 
Auxiliar têxtil, papel e celulose, processo químico, 
sabões e detergentes, siderurgia, tratamento de 
água, tratamento de metais. 
Braskem Insumos Básicos. Bayer. Borrachas sintéticas. 
Braskem Insumos Básicos. Deten. Detergentes biodegradáveis. 
Braskem Insumos Básicos. Acrinor. Fibras sintéticas, acrílicas, borrachas, plásticos, lã. 
Braskem Insumos Básicos. Braskem. 
Brinquedos, embalagens, filmes, fios e cabos, 
plásticos de engenharia, tubos e conexões, 
utensílios domésticos. 
Braskem Insumos Básicos 
Braskem Insumos Básicos 
Proquigel 
Metacrilato de metila, sulfato de 
amônia, acrilatos, acetona 
cianidrina. 
Colas e adesivos, resinas sintéticas, tintas e 
vernizes 
Fertilizantes, resinas sintéticas, consumo próprio. 
Braskem Insumos Básicos. Politeno Embalagens, filmes, fios e cabos, peças técnicas, tubos e conexões, utensílios domésticos. 
Braskem Insumos Básicos. 
Etileno Glicol 
Anticongelantes, líquidos para transmissões 
hidráulicas, poliéster saturado e insaturado, 
poliuretanos. 
Éteres Glicol Líquido para transmissões hidráulicas, sabões e detergentes, solventes, tintas e vernizes. 
Etanolaminas 
Construção civil, cosméticos, couro, defensivos 
agrícola, óleos e graxas lubrificantes, sabões e 
detergentes, tratamento de gases industriais. 
Braskem Insumos Básicos. Braskem Desenv. Negócios. 
Nylon 6, fertilizantes, processos químicos, consumo 
próprio, defensivos agrícolas, intermediário químico, 
solventes, tintas e vernizes. 
Petrobrás RLAM. Emca. Alimentícia, borrachas, cosméticos, farmacêutico, plásticos, vaselinas. 
Bahiagás. Metanor. Acrilato de metila, dimetiltereftalato, éter metil-ter-butílico, farmacêutico, formaldeido, metilamina, etc. 
Metanor. Copenor. 
Auxiliar têxtil, consumo próprio, resinas sintéticas, 
tintas e vernizes, borrachas, defensivos agrícolas, 
explosivos, resinas sintéticas, explosivos, resinas 
sintéticas, consumo próprio, couro. 
Caraíba Metais. Caraíba Metais. Fios de cobre. 
Bahiagás. Petrobrás Fafen. Fertilizantes. 
White Martins QGN. 
Antichamas, farmacêutico, fotográfico, alimentício, 
farmacêutico, fotográfico, galvanoplástico, processo 
químico, couro, mineração, papel e celulose. 
Petrobrás Fafen. Basf. 
Borrachas, consumo próprio, defensivos agrícolas, 
tensoativos 
Fibras sintéticas, solventes. 
(*) Ciba. Plásticos. 
(*) Griffin. Defensivos agrícolas. 
(*) Tigre. Construção civil. 
 
 5 
(*) Millennium. Pigmentos para tinta. 
(*) White Martins. Gases industriais. 
(*) Cibrafértil. Fertilizantes. 
(*) Monsanto. Agricultura. 
(*) Millenium. Pigmentos – tintas. 
(*) Sansuy. Produtos confeccionados com laminados. 
(*) Ford. Mercado automobilístico. 
(*) ITF (Produtos farmoquímicos). Aplicação farmacêutica. 
(*) Tigre Construção civil. 
(*) Ambev Cerveja. 
(*) Outros fornecedores

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