11 pág.

Pré-visualização | Página 1 de 2
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES FABIANO DE OLIVEIRA SOARES ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO: SOB O ASPECTO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA São Paulo 2013 UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES FABIANO DE OLIVEIRA SOARES RGM 12112100274 ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO: SOB O ASPECTO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Orientadora: Profª. Mª. Katia Cristine Oliveira Teles Coorientadora: Profª. Drª. Célia Mara Peres São Paulo 2013 Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Direito da Universidade de Mogi das Cruzes como requisito parcial para obtenção da bolsa referente ao PIBIC. SUMÁRIO Introdução .............................................................................................................. 3 1 Objetivos ............................................................................................................. 6 2 Método ................................................................................................................ 7 3 Plano de Análise de Dados ................................................................................ 8 4 Cronograma ........................................................................................................ 9 Referências ........................................................................................................... 10 INTRODUÇÃO O Presente estudo tem por objetivo, a análise do fenômeno assédio moral em face do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Além disso, nos propomos a verificar o cumprimento ou não do dever do Estado de garantir, por meio de prestações positivas, tanto no campo de fiscalização das organizações, por meio da atuação do Ministério Público do Trabalho, quanto na instituição de normas específicas por parte do legislativo federal, no sentido de tipificar com maior clareza a conduta de assédio moral, que afronta a dignidade do trabalhador. No âmbito do Poder Judiciário existe a necessidade de unificar o entendimento sobre a questão do assédio moral, com a garantia de que não lhe seja atribuída figura jurídica de natureza diversa, ou seja, deve ser classificado como conduta nociva ao trabalhador e não como mero desconforto ou fato isolado. No que se refere à vítima de assédio moral e os eventuais danos a ela causados, não há dúvida que estes devam ser reparados na exata medida do prejuízo causado. O fato da prática de assédio moral ter se intensificado ao longo dos anos evidencia que houve poucas ou insuficientes iniciativas que fomentassem discussões no sentido de possibilitar uma melhor compreensão sobre o assunto. Em breve relato, cabe ressaltar, ainda, que o assédio moral, por conta de sua nocividade, causa no indivíduo inúmeros problemas e são capazes de afetar diretamente sua autoestima, suas relações interpessoais, produtividade e convívio familiar. Em consequência disso, vê-se afetada no indivíduo sua dignidade, resultando em danos complexos que devem ser reparados. Com base nessa constatação é correto afirmar que todo trabalhador tem direito ao seu posto de trabalho, salário digno e conforme o estabelecido em nossa Constituição, deve ter respeitada a sua dignidade. Entretanto a realidade atual das relações de trabalho nos mostra que existem inúmeras ações a serem implementadas, Pois a partir de uma análise histórica, percebe-se que nem sempre a dignidade da pessoa do obreiro foi observada frente à autonomia de vontade conferida às partes para que estas possam contratar, resquício do surgimento do Estado Liberal. Entretanto, essa autonomia não deve ser absoluta, pois o contrato deve atentar-se quanto à impossibilidade na relativizar certos direitos, tal qual ao respeito à dignidade da pessoa do obreiro, cabendo ao Estado fixar limites, exercer o controle da 3 fiscalização e garantir a prestação jurisdicional para aqueles que porventura tiverem seus direitos trabalhistas violados, pois conforme assevera Amauri Mascaro Nascimento (2011, p.40): A palavra Justiça tem mais de um significado, um deles a organização do Poder Judiciário que tem o poder jurisdicional. Outro, o sentimento das pessoas em relação aos atos praticados por outras pessoa e que são considerados justos ou injustos. Outro, o princípio fundamental que rege o Direito. Trata-se de saber as relações entre justiça e direito do trabalho. Assim, a tutela estatal se justifica por conta da vulnerabilidade do trabalhador que se sujeita ao arbítrio de seu empregador por entender ser essa, a forma mais eficaz de garantir de seu posto de trabalho. Ainda nesse sentido se faz necessário investigar se existem outros fatores que colaboram para que os trabalhadores se submetam a condições desfavoráveis à sua dignidade, pois, o que se observa a partir das lições de Jean Jaques Rousseau: “Todos correram aos seus grilhões, crendo garantir sua liberdade, pois com razões bastantes para sentir as vantagens de um estabelecimento político[...] (ROUSSEAU,2010, p.131). Nesse sentido se faz necessário proceder no sentido de conscientizar os empregadores de sua responsabilidade para com seus empregados, por entendermos que a garantia de um meio ambiente de trabalho saudável compete ao responsável pela atividade, bem como a reparação de danos sofridos por seus empregados. Nesse sentido cabe lembrar que a conduta assediante que parte de um superior hierárquico, pode ocorrer das mais variadas formas e que vão desde o estabelecimento de metas inalcançáveis até o constrangimento do empregado perante seus colegas. Baseando-se nesse paradigma entende-se que é necessário refletir sobre as implicações do direito do trabalho, e a partir disso estabelecer maior proporcionalidade entre lucro financeiro e paz social. Espera-se, com isso que, em razão do aumento no número de postos de trabalho, o Estado cumpra o seu papel no que se refere a instituir prestações positivas, capazes de efetivar o princípio da dignidade da pessoa humana e que com base nessa premissa priorizem-se ações que ensejem melhores condições de trabalho, isto é, mesmo que não seja possível, de imediato, expurgar a prática de assédio moral nas organizações, que ao menos, o Estado assegure a reparação do dano àqueles que o sofreram, bem como a sanção em devida proporção, no sentido de modificar essa cultura, que é ofensiva à integridade do trabalhador. Diante dessa premissa entendemos que o presente estudo de iniciação científica, cujo tema é 4 “Assédio moral nas relações de trabalho: Sob o aspecto da dignidade da pessoa humana”, terá como um dos resultados esperados a verificação do papel do Estado no que tange à fiscalização, no sentido de garantir um meio ambiente de trabalho saudável, como também na promoção de políticas públicas que busquem a preparação para o trabalho, não só no que se refere ao ensino técnico profissionalizante, mas também no que concerne a educação para o trabalho com vistas ao pleno exercício da cidadania e que esta venha alcançar tanto os obreiros como os seus empregadores conforme o estabelecido em nossa Constituição. No desenvolvimento de nossa pesquisa nos propomos por meio da análise da jurisprudência verificar a eficácia da tutela jurisdicional, no sentido de confrontar as decisões e a doutrina, quanto ao enquadramento à figura de assédio moral e na hipótese de sua confirmação proceder no sentido de verificar a coerência das decisões, no que se refere a reparação do mal sofrido, bem como investigar se a sanção aplicada possui os subsídios necessários para suprir seu