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Arquitetura de Computadores 01: Evolução histórica dos computadores Objetivos: Descrever a organização funcional de um computador. Identificar as principais formas de utilização e aplicação de computadores Nesta primeira aula abordaremos os conceitos fundamentais de Arquitetura de Computadores. Mostrando uma apresentação da técnica de máquinas multiníveis, a evolução dos computadores desde a válvula até os circuitos integrados de larga escala, tudo isso dentro do padrão proposto por Von Newmann. 1. INTRODUÇÃO Desde a antigüidade pode-se observar a necessidade do homem em computar (calcular). Inicialmente ele utilizava seus próprios dedos como forma de contagem, daí a base de nosso sistema de numeração ser decimal. Com o passar dos tempos os dez dedos não eram mais suficientes, então passou a utilizar pedrinhas: "O pastor guardava em um saco uma pedrinha para cada ovelha de seu rebanho, depois associava cada pedrinha a uma ovelha". As evoluções não pararam e homem aperfeiçoou suas técnicas criando instrumentos de apoio à contagem e computo. Cada vez mais os números foram crescendo, a necessidade de precisão e a dificuldade em solucionar cálculos cada vez mais complexos levou o homem a criar mecanismos com o intuito de simplificar tarefa tão árdua. Daí surgiu ferramentas tais como: ábaco, régua de cálculo, máquina de calcular e o computador. 1.1. Computador O computador é uma máquina capaz de receber, armazenar, tratar e produzir informações de forma automática, com grande rapidez e precisão. A evolução dos sistemas de computação teve seu início no século 16, mas estes somente mostraram-se úteis neste século, e sua vulgarização se deu graças à recente evolução na microeletrônica. 1.1.1. Tipos de Computadores Digitais Atualmente, as famílias de computadores podem ser classificadas em cinco grupos distintos: os computadores pessoais (PC’s), os minicomputadores, os supermini, os computadores de grande porte (mainframes) e os supercomputadores. A tabela a seguir dá um exemplo das máquinas comerciais que se enquadram nestes grupos e as suas aplicações típicas. GRUPO MÁQUINA APLICAÇÃO Computador pessoal IBM Pentium Tratamento de texto, aplicações científicas, etc Minicomputador PDP-11/84 Tempo real Supermini Sun SPARC Pesquisa, servidor de arquivos Mainframes IBM 3090/300 Banco, Universidade Supercomputador Cray-2 Cálculo 1.1.2. Modelo de Von Neumann A grande maioria dos computadores existentes atualmente segue um modelo proposto pelo matemático americano Von Neumann, por volta de 1940. Nesse modelo, um elemento processador segue as instruções armazenadas em uma memória de programas, para ler canais de entrada, enviar comandos sobre canais de saída e alterar as informações contidas em uma memória de dados. Esse modelo inicial evoluiu para uma estrutura em barramento, que é a base dos computadores modernos. Nessa estrutura, as memórias de dados e de programa são fundidas em uma memória única, e as comunicações entre elementos são efetuadas através de uma via comum de alta velocidade: 2. HISTÓRIA E GERAÇÃO DOS COMPUTADORES A história dos computadores começou no momento em que o homem sentiu a necessidade de efetuar cálculos complexos de maneira automática. 2.1. Precursores (geração zero) O primeiro elemento com que o homem contou para fazer seus cálculos foi o conjunto de dedos de suas mãos, daí veio a palavra digital, vindo de dígito, que significa dedo. Com a evolução da humanidade fez-se necessárias novas invenções para auxiliar os cálculos: 2.1.1. Ábaco A primeira calculadora que se tem notícias é o ábaco, de origem chinesa, do século V a.C. (antes de Cristo) capaz de efetuar operações algébricas elementares. 2.1.2. Calculadoras mecânicas Anteriormente à década de 40 já existiam calculadoras mecânicas, dentre elas, pode- se destacar: a calculadora de Charles Babbage Uma das primeiras máquinas de processar dados data de 1880 quando Hermann Hollerith, funcionário do United States Census Bureau, inventa uma máquina para realizar as operações de recenseamento da população. A máquina "lia" cartões perfurados em código BCD (Binary Coded Decimal) e efetuava contagens da informação referente à perfuração respectiva. O sistema foi patenteado em 1884. As máquinas de Hollerit foram utilizadas no censo de 1890 no USA. O tempo gasto neste recenseamento foi 1/3 do tempo normal. Em 1896, Hollerit funda a Tabulating Machine Company que construía as tabuladoras e outros dispositivos por si inventados. Com o crescimento da empresa ela passou a chamar-se em 1911 Computing Tabulating and Recording Company e em 1924 para o nome que tem atualmente IBM - International Business Machines Corporation. 2.2. As máquinas de primeira geração (1930-1958) Foi na década de 40 que surgiram as primeiras válvulas eletrônicas, o exército americano necessitava de um equipamento para efetuar cálculos de balística, foi quando se iniciaram os estudos neste sentido. Cada válvula era capaz de representarum bit de informação (somente aceita dois estados, ligada ou desligada). Os bytes eram compostos por oito válvulas. Figura 1– ENIAC. Fonte: http://abcinformatica.files.wordpress.com/2011/02/bh_computers_02.jpg Como não se tinha muita confiança nos resultados, devido à constante queima de válvulas, cada cálculo era efetuado por três circuitos diferentes e os resultados comparados, se dois deles coincidissem, aquele era considerado o resultado certo. Portanto, por exemplo, para 2 KB de memória seriam necessárias 16.384 válvulas e para três circuitos 16.384 x 3 = 49.152 válvulas. Os computadores eram verdadeiros monstros eletrônicos que ocupavam muito espaço e consumiam muita energia. O ENIAC (Eletronic Numerical Integrator and Computer), construído em 1948 tinha 19.000 válvulas e consumia cerca de 200 quilowatts, um absurdo para a época. 2.3. Computadores de segunda geração (1955-1965) Foi em 1947 que surgiu o primeiro transistor, produzido pela Bell Telephone Laboratories. Esta descoberta revolucionou a eletrônica, os circuitos passaram a consumir muitíssimo menos energia , a ocupar menos espaço, isto a um custo bem satisfatório. Os transistores eram e são muito mais confiáveis que as válvulas. São feitos de cristal de silício, o elemento mais abundante na Terra. Em 1954 a Texas Instruments iniciou a produção comercial de transistores. Da mesma forma os transistores, nos circuitos digitais foram utilizados para representar os dois estados: ligado/desligado, ou seja, zero/um. Nos anos 60 e 70 devido ao emprego do transistor nos circuitos, se deu a explosão, o boom do uso de computadores. Ocupavam menos espaço e tinham um custo satisfatório. Em 1968 chegou o primeiro computador da UNICAMP, um IBM 1130, com 16KB de memória e um disco de 1 MB, foi um acontecimento, ele trabalhava com cartões perfurados. Rodava programas em ASSEMBLER, Fortran, e PL1. Para dar partida, se utilizava da console e cartões perfurados especialmente codificados, denominados “cold start”, funções executadas hoje pela ROM e o BIOS. Figura 2– Transistor, característica dos computadores da 2ª geração. Fonte: http://www.baboo.com.br/conteudo/articlefiles/30901-Power_Transistor.jpg 2.4. Computadores de terceira geração (1965-1980) Nos anos 60, iniciou-se o encapsulamento de mais de um transistor num mesmo receptáculo, surgiu assim o Circuito Integrado - CI, os primeiros contavam com cerca de 8 a 10 transistores por capsula (chip). Figura 3. Circuitosintegrados, principal característica da 3ª geração. Fonte: http://ahistoriadacomputacao.files.wordpress.com/2010/05/dual_in_line.jpg 2.5. Computadores de quarta geração (1980-199?) Durante a década de 70, com a tecnologia da alta escala de integração (LSI - Large Scale of Integration) pôde-se combinar até 65 mil componentes em uma só pastilha de silício (chip). Os anos 80, com o grande desenvolvimento da tecnologia de circuitos integrados, o número de transistores podendo ser integrados numa pastilha de silício atingiu a faixa dos milhares e, logo em seguida, dos milhões. Foi assim que surgiram os novos computadores, ainda menores, mais velozes e mais poderosos que aqueles da geração anterior. Na segunda metade da década de 90, houve a passagem da LSI para a VLSI (Very Large Scale of Integration - muito alta escala de integração). As máquinas de todas as gerações têm como característica comum a existência de uma única CPU para executar o processamento. Porém, mais recentemente, já existem computadores funcionando com mais de uma CPU. Desde o início da década de 80 os preços haviam caído de tal maneira que já começava a ser possível a uma pessoa ter o seu próprio computador — começava então a era da informática pessoal. Os computadores pessoais passaram então a ser utilizados de uma maneira relativamente distinta dos grandes computadores de então. No início dessa geração nasceu a Intel, que começou a desenvolver o primeiro microprocessador, o Intel 4004 de 4 bits, um circuito integrado com 2250 transistores, equivalente ao ENIAC. O 4004 foi seguido pelo Intel 8008 de 8 bits e, mais tarde, pelo Intel 8080. O primeiro microcomputador da história foi o Altair 8800, que usava o chip Intel 8088, tornou-se padrão mundial da época para os microcomputadores de uso pessoal, abrindo uma nova era na história da informática. Sthephen Wozniak e Steve Jobs formaram em 1976 uma pequena empresa, a Apple, onde construíram, numa garagem de fundo de quintal, o Apple I. Um ano depois, com um novo e melhor projeto, surge o Apple II, primeiro microcomputador com grande sucesso comercial e, mais tarde, o Apple III. Em 1983 entra no mercado o Lisa e em 1984 o Macintosh, com tecnologia de 32 bits. Em 1981, a IBM entrou no mercado de micros, introduzindo o PC, um microcomputador com tecnologia de 16 bits (Intel 8088) que em pouco tempo se tornou um padrão. Os principais modelos de PC são: PC; PX-XT; PC-XT 286; PC-AT; PC-386; PC. Em 1993 chegou ao mercado o Pentium, cuja versão Pentium III possui cerca de nove milhões de transistores, possibilitando. O Pentium trouxe um novo fôlego às chamadas estações de trabalho (microcomputadores poderosos usados em tarefas pesadas, como computação gráfica e aplicações científicas). Uma das novidades dele é que possibilita a simulação de dois processadores, ou seja, um princípio de paralelização antes possível apenas em supercomputadores e que agora está ao alcance dos usuários de microcomputadores. Figura 4. Intel 4040. Fonte: http://chandrakantha.com/articles/indian_music/filmi_sangeet/media/1971_intel_4004.gif 2.6. Computadores de quinta geração (década de 1990) 2.6.1. Pentium P55C ou MMX A evolução das aplicações de multimídia, envolvendo gráficos, imagens e sons tornou uma necessidade a implementação de instruções que facilitassem sua execução. Assim, a Intel adicionou ao Pentium, 57 novas instruções voltadas para este tipo de processamento, são as chamadas instruções MMX, ou seja Multimedia Extentions. São instruções que englobam várias instruções comuns, e são executadas por hardware, facilitando os produtores de software na criação de seus programas já se valendo destas novas instruções. Tais instruções propiciam um bom ganho em velocidade de processamento. O P55C apresenta uma cache interna de 32 kB, o dobro das dos Pentiums P54C. Isto pode se traduzir por uma melhoria de performance da ordem de 10% nos processamentos ditos normais, não envolvendo as funções MMX. 2.6.2. Pentium II Engloba o poder de processamento de 32 bits do Pentium PRO, uma melhor performance nos programas de 16 bits e as facilidades do Pentium MMX, operando com clock interno de 266 MHz e até 300 MHz. Seu encapsulamento com uma cache externa ou cache 2, que contígua ao processador, facilita o gerenciamento da memória e melhora seu desempenho. 2.6.3. Pentium II Celeron Semelhante ao Pentium II, uma opção mais barata, também operando com um clock externo de 66 MHz e um clock interno de 300 MHz, porém sem a cache 2 e as vantagens advindas da mesma. BIBLIOGRAFIA BÁSICA STALLINGS, Willian. Arquitetura e Organização de Computadores, 5ª Edição. Prentice Hall. São Paulo, 2006. TANENBAUM. Andrew S. Organização Estruturada de computadores. Edição 5ª. LTC. Rio de Janeiro, 2007. MACHADO, Francis B., MAIA, Luiz P. Arquitetura de Sistemas Operacionais. Edição 4ª. LTC. Rio de Janeiro, 2007. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR WEBER, Raul Fernando. Arquitetura de computadores pessoais, Edição 2ª. Sagra Luzzatto. Porto Alegre, 2003. WEBER, Raul Fernando. Fundamentos de Arquitetura de Computadores, Edição 3ª, Porto Alegre, Sagra Luzzatto, 2004.
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