Buscar

Responsabilidade Civil dos Pais na Devolução de Crianças Adotivas

Prévia do material em texto

RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PAIS QUANDO DA DEVOLUÇÃO 
DE CRIANÇAS ADOTIVAS 
 
Yara Oliveira Florencio da HORA1 
 
RESUMO: O presente artigo procurou descrever possíveis consequências jurídicas 
da devolução de crianças e adolescentes adotadas, após a homologação da 
adoção. Baseando-se para tanto, no princípio constitucional da igualdade de filiação, 
intentado para o fato que a adoção é imutável e irretratável. Destarte, o adotado tem 
a mesma natureza, gênero, características que filhos biológicos, de modo que, tudo 
que se aplica a um, se estende, também, ao outro. Logo, é inadmissível que ocorra 
a devolução do filho adotivo ao abrigo, sem que a família substituta suporte a 
responsabilidade de prestar alimentos, até ao menos à destituição do poder familiar, 
subsistindo, também, o direito de herdeiro necessário. Além, da justa indenização a 
título de danos morais, devido o abando afetivo. Assim, é notória a necessidade da 
conscientização e responsabilização dos adotantes pelos seus atos em relação as 
criança e adolescentes, tanto para que se efetive o princípio constitucional do melhor 
interesse da criança e adolescente, quanto para resguardar a seriedade do instituto 
da adoção. 
 
Palavra-chave: Adoção. Abandono. Responsabilidade Civil. ECA. Indenização. 
Dano Moral e Patrimonial. 
 
1 INTRODUÇÃO 
A adoção é um ato jurídico no qual se cria um vínculo imutável de 
parentesco, consolidado, na maioria das vezes, entre pessoas sem ligações 
biológicas. Porquanto é indicado, se possível, a manutenção da criança ou 
adolescente na família extensa. 
Por conseguinte, os filhos adotivos e os biológicos, possuem os 
mesmos direitos e deveres. Tanto que na certidão de nascimento, nada diz sobre 
sua condição de adotado. De tal modo, para todos os efeitos, o adotado tem as 
mesmas prerrogativas que o filho biológico. 
 
1
 Discente do 10° Termo do curso de Direito do Centro Univeristário Antônio Eufrásio de Toledo de 
Presidente Prudente. 
 
 
 
Atualmente no Brasil, as leis visam satisfazer os interesses das 
crianças e dos adolescentes e não dos candidatos à adoção. De forma que, aquelas 
somente são colocadas em família substituta após se esgotarem todas as tentativas 
cabíveis para manutenção na família de origem, ou na família extensa. 
Portanto, o objetivo do ECA é a proteção integral da criança e do 
adolescente. No mesmo seguimento, o instituto da adoção tem a finalidade de inserir 
a dos abrigados em uma nova família, que seja capaz de suprir suas necessidades, 
proporcionando condições para a criança crescer e se desenvolver da melhor forma 
possível. 
É admitido, mas não plausível, que ocorra a desistência da adoção 
durante o estágio de convivência, que corresponde ao período anterior à sentença 
de homologação da adoção, tempo em que o adotante está com a guarda da 
criança. 
Com dito, a adoção é irrevogável. Porém, existem casos em que, 
mesmo após a homologação, momento em que o status de filho está consolidado, 
tornando-se imutável, advém à restituição. 
Quando da devolução, após a sentença de homologação, adota-se o 
mesmo procedimento utilizado se a restituição se der no estágio de convivência. 
Cancela-se a guarda e a criança, retorna ao abrigo. Contudo, nesta fase os pais já 
são detentores do poder familiar. 
São adotadas essas medidas para evitar que o menor permaneça em 
um ambiente que a hostilize, rejeite ou humilhe. Posto que, rotineiramente o motivo 
causador da devolução, é o excesso de expectativa dos pretendentes que idealizem 
no adotado o filho perfeito, o filho tão sonhado. 
Apesar de a devolução ser sentida como um alívio, para os adotantes, 
de início, gera um grande sofrimento para ambos. De um lado, o adotado padece 
pela ocorrência de um novo abandono, experimentando, mais uma vez, a rejeição. 
Noutro lado, os adotantes veem seus sonhos desmoronar, com o insucesso da 
adoção. 
 
 
Os pais adotivos, com frequência, atribuem o fracasso ao adotado, 
alegando, comportamentos inadequados. Acabam se esquecendo de que problemas 
comportamentais, dificuldades em obedecer a regras, são “normais” de qualquer 
filho, sendo biológico ou não. 
A realidade, é que os pais se frustram ao descobrirem as 
características da personalidade ou até físicas da criança, não conseguindo aceita-la 
como filho, uma criança que difere dos traços almejados. 
Portanto, o que os adotantes não compreendem, é que conflitos 
existem em qualquer relação entre pais e filhos, independente de serem ou não 
filhos adotivos. 
Assim, é essencial a intervenção dos técnicos do judiciário, para tornar 
mínimos os efeitos da adaptação, procurando eliminar os conflitos que vão surgindo 
durante e após o processo, no intuito de evitar a devolução. 
De tal modo, desde o cadastro dos pretendentes, é explicado que a 
adoção, é imutável e confere ao adotado a qualidade de filho, com todos os direitos 
advindos dessa condição. 
Todavia, os métodos de prevenção não surte efeito 100%, ou seja, 
mesmo que na maioria dos casos as adoções sejam bem sucedias, há uma 
pequena parcela que não tem o mesmo final. 
Cabe à justiça, buscar na família extensa adotiva, alguém que esteja 
interessada em ficar com a guarda da criança. Utilizando o mesmo procedimento, 
que ocorre quando do primeiro abandono, já que como visto nada muda com relação 
ao filho adotivo e o biológico, somente em último caso, a criança deve retornar ao 
abrigo, tentando impedir mais desapontamentos. Porém, deve ser analisado o caso 
concreto, já que, por vezes para o “rejeitado” é mais benéfico que retorne ao abrigo. 
Ao Poder Judiciário compete, também, desconstituir o poder familiar. 
Apesar disso, alguns “pais” simplesmente deliberam não ser mais pai ou mãe, por 
não aspirar conviver com o filho, sejam eles biológicos ou adotivos. 
 
 
Imprescindível, assim, analisar a responsabilidade civil dos pais que 
após a sentença de homologação da adoção, devolvem seus filhos, como se fossem 
mercadorias, que ora, são indispensáveis, ora um fardo. Decidindo meramente 
“descarta-lo” como se descarta algo que não tem mais utilidade. O que acarreta 
enormes traumas, muitas vezes irreversíveis. 
Neste sentido, escreve Silvio de Salvo Venosa, (2011, p. 1-2), “os 
princípios da responsabilidade civil buscam restaurar um equilíbrio patrimonial e 
moral violado”, e adiciona que “um prejuízo ou dano não reparado é um fator de 
inquietação social”, por esta razão que a tendência é alargar cada vez mais o dever 
de indenizar, com o intuito de cada vez menos, haver danos passiveis de 
indenização. 
Evidente, portanto, o dever de indenizar os danos suportados, sendo 
eles materiais, morais e sucessórios, uma vez que, dano causado, deve ser dano 
reparado. 
 
 
 
 
1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PAIS 
 
 
A cerca da responsabilidade civil, é oportuna a definição dada por 
Silvio Rodrigues é “a obrigação que pode incumbir uma pessoa a reparar o prejuízo 
causado a outra, por fato próprio, ou por fato de pessoas ou coisa que dela 
dependem” (RODRIGUES, 2008, p. 6. v. 4). 
 
 
Patente que obrigação civil se difere da responsabilidade civil, já que, 
“obrigação é sempre um dever jurídico originário; responsabilidade é um dever 
jurídico sucessivo consequente à violação do primeiro” (CAVALIERI FILHO, 2005, p. 
24). 
Assim, a responsabilidade civil se mostra de diversas formas, a 
depender do fato que a ensejou, podendo ser responsabilidade contratual ou 
extracontratual. Responsabilidade subjetiva ou objetiva, sendo irrelevante nos casos 
de responsabilidade objetiva, averiguar se houve ou não culpa do agente, porém na 
responsabilidade subjetiva a culpa é fundamental e tanto na responsabilidade 
subjetiva quanto na objetiva, deve existir o nexo causal entreo prejuízo e a ação 
praticada. 
É no Código Civil que a responsabilidade sobre o dano causado contra 
outrem está estabelecida, no artigo 927 e ss., e no artigo 186, do mesmo diploma, 
define o que é ato ilícito, cometido contra outrem e que consequentemente gera 
indenização, assim, ensina o citado artigo que, “aquele que, por ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda 
que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
Para Silvio de Salvo Venosa, a voluntariedade do individuo é o primeiro 
elemento da responsabilidade civil, relacionando-se com a definição de 
imputabilidade, já que “a voluntariedade desaparece ou se torna ineficaz quando o 
agente é juridicamente irresponsável”. O ato ilegítimo praticado é “um 
comportamento voluntário que transgride um dever”. (VENOSA, 2011, p. 25). 
O dano para Venosa é “consiste no prejuízo sofrido pelo agente”, 
podendo ser individual ou coletivo e moral ou material, isto é, não econômico e 
econômico, e a culpa, de modo abrangente, “é a inobservância de um dever que o 
agente devia conhecer e observar”. (VENOSA, 2011, p. 25-39). 
Define o nexo causal, como sendo “o liame que une a conduta do 
agente ao dano”, através do qual conclui quem foi o ocasionador do dano, se 
tornando, de tal modo, elemento imprescindível, que pode ser afastado pelo caso 
 
 
fortuito, a força maior e a culpa exclusiva da vítima, que extinguem o dever de 
indenizar. (VENOSA, 2011, p. 56). 
O interesse central desse estudo, é majorar o dano que é sofrido pelas 
vítimas do abandono, destarte, é imprescindível enraizar o estudo sobre o dano, de 
maneira especial para individualizar o que ataca o patrimônio da vítima e o que 
ataca sua esfera íntima. Com esta intenção, Sergio Cavalieri Filho alega que o dano 
é “o grande vilão da responsabilidade civil”, uma vez que, não seria possível 
indenizar ou ressarcir a vítima se ele não tivesse sido motivado. (CAVALIERI FILHO, 
2005, p. 95). 
De acordo com Cavalieri, no que alude à responsabilidade objetiva, 
qualquer que seja a natureza de risco (profissional, proveito, criado), que lhe 
fundamente o dano, constitui o seu elemento principal. (CAVALIERI FILHO, 2005, p. 
95). 
Maria Helena Diniz, conceitua dano como sendo, “a lesão (diminuição 
ou destruição) que, devido a um certo evento, sofre uma pessoa, contra sua 
vontade, em qualquer bem ou interesse jurídico, patrimonial ou moral”. (DINIZ, 2005, 
p. 66). 
Auxilia o artigo 402, do Código Civil, que expõe: “salvo as exceções 
expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, 
além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar”. 
Cabível, nesta ocasião, o conceito fornecido por Silvio Rodrigues, 
sobre o dever de indenizar: “indenizar significa ressarcir o prejuízo, ou seja, tornar 
indene a vítima, cobrindo todo o dano por ela experimentado”, constituindo esta “a 
obrigação imposta ao autor do ato ilícito, em favor da vítima”. (RODRIGUES, 2008, 
p. 186). Portanto, se existiu dano, é cogente que ocorra a indenização. 
 
2.1 Do Dano Material 
 
 
 
 
Para Sergio Cavalieri Filho, o dano material “atinge os bens integrantes 
do patrimônio da vítima, entendendo-se como tal o conjunto de relações jurídicas de 
uma pessoa apreciáveis em dinheiro”. O autor conceitua o dano emergente como 
sendo “o dano que causa efetiva redução no patrimônio da vítima em razão do ato 
ilícito, que se caracteriza efetivamente aferindo o que a vítima, verdadeiramente 
perdeu; e o lucro cessante, consistente em deixar de ganhar o que já era esperado, 
na frustração da expectativa de lucro, no abatimento em potencial do patrimônio da 
vítima”. (CAVALIERI FILHO, 2005, p. 96-97). 
No que tange a pensão alimentícia, Marise Soares Corrêa, expõe sua 
importância, afunila o conceito e sua seriedade afirmando que “é relevante 
delimitarmos o sentido da palavra alimentos, que decorre de um dever moral, da 
obrigação de assistência e de socorro”. (CORREA, 2009, p. 186). 
Neste passo, é importante apreciar o dano material suportado pela 
criança ou adolescente. 
Inegável que ao advir à devolução, junto com ela, decorre alguns 
prejuízos a serem suportados pelo devolvido, como por exemplo, conforto material e 
a chance de uma formação intelectual de qualidade. Também é notório que, os 
traumas, acarretaram na necessidade de terapias psicológicas, psiquiátricas e 
medicamentos, gastos que deveriam ser suportados pelos pais adotivos. 
O artigo 227, caput, da Constituição Federal dispõe que, é dever da 
Família e do Estado assegurar prioritariamente à criança, ao adolescente e ao 
jovem, à convivência com sua família biológica e, na falta desta, com seu núcleo 
afetivo, ou seja, em uma família adotiva. Mencionam, ainda, diversos direitos 
fundamentais, como saúde, lazer, cultura, dentre outros. 
É dever do Poder Público, zelar pelo respeito e resguardo, com 
predileção, aos direitos basilares infanto-juvenis. Todavia na prática, infelizmente, 
esse atenção especial, que o Estado tem pelas crianças, adolescentes e jovens, não 
 
 
são ideais e suficientes para suas formações. Basicamente, é fornecido moradia, 
alimentação, vestuário e cuidados médicos rudimentares. 
Todavia, deve sopesar que, se alguém se obriga de forma voluntaria, 
ser pai ou mãe de uma criança, através do processo de adoção e, em seguida, 
decide devolve-la, deve responder com seus patrimônios pelos danos causados. 
 Logo, aquele que optou pela adoção deve arcar com as necessidades 
do adotado, ao menos até o trânsito em julgado da decisão de destituição do poder 
familiar. Nestes termos, segue a decisão: 
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS 
AJUIZADA PELA ALIMENTANDO, MENOR IMPÚBERE, REPRESENTADA 
POR SUA GENITORA. DECISÃO QUE DETERMINOU A 
REGULARIZAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL DA AUTORA 
(MENOR IMPÚBERE), JUNTANDO-SE A PROCURAÇÃO DA GUARDIÃ 
PROVISÓRIA, TIA PATERNA DA CRIANÇA. INCONFORMISMO. 
PRETENSÃO DA GENITORA DE REVOGAÇÃO DA DECISÃO. 
ACOLHIMENTO. Alimentando sob a guarda provisória de tia paterna, em 
virtude de decisão proferida nos autos da ação de modificação de guarda 
promovida pelo pai. Mãe da alimentanda que ainda preserva o direito do 
poder familiar, não sendo destituída desse múnus. Viabilidade de a genitora 
representar os interesses da filha em Juízo. Conveniência da suspensão da 
ação revisional de alimentos até a prolação de sentença na ação de 
modificação de guarda - Decisão reformada. Recurso provido". Processo: 
AG 6006974900 SP. Relatora: Viviani Nicolau. Julgamento: 10/02/09. 9ª 
Câmara de Direito Privado. Publicação: 27/02/09. 
Igualmente, os pais adotivos não devem ficar isentos da 
responsabilidade que voluntariamente constituíram voluntariamente, sob pena de 
passar uma imagem destorcida do instituto da adoção, ou seja, que é mutável e que 
inexiste o princípio constitucional da igualdade de filiação, como se tudo fosse 
apenas teorias. 
 
1.1.1 Dos Alimentos 
 
 
 
 
Como visto, na emenda acima, ainda que, a guarda não esteja com 
aqueles que detêm o poder familiar, mesmo assim, subsisti o dever de prestar 
alimentos. Vejamos: 
MARIA HELENA DINIZ, doutrina, ao abordar o tema sobre guarda que, 
"pela Lei n. 8.069/90, art. 28, constitui a guarda um meio de colocar menor em 
família substituta ou em associação, independentemente de sua situação jurídica 
(arts. 165 a 170), até que se resolva, definitivamente, o destino do menor. A guarda 
destinar-se-á à prestação de assistência material, moral e educacional ao menor, 
sob pena de incorrer no art. 249, dando ao seu detentor o direito de opor-se a 
terceiros, inclusive aos pais (art. 33), regularizando assim a posse de fato. Visa a 
atender criança que esteja em estado de abandono ou tenha sofrido abuso dos pais, 
não importando préviasuspensão ou destituição do poder familiar" (22 ed. p. 578). 
Dispõe, o Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 33, 
parágrafo §4° que: 
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e 
educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de 
opor-se a terceiros, inclusive aos pais. 
§ 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da 
autoridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em 
preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou 
adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos 
pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de 
regulamentação específica, a pedido do interessado ou do Ministério 
Público. 
Destarte, o dever de prestar alimentos, somente deve ser dispensada 
quando houver expressa e fundamentada determinação em contrário, emanada da 
autoridade judiciaria competente, ou quando a medida for aplicada em preparação 
para adoção. 
Não obstante, a Lei dispor que em caso de preparação para a adoção 
dispensa-se o dever de prestar alimentos, é preciso ponderar que pode haver casos 
em que a criança após anos de convívio com a mesma família é devolvida. O que às 
vezes dificulta que a criança seja colocada em uma nova família substituta, devido à 
idade avançada. Assim, não é coerente dispensar os alimentos de pronto, 
 
 
lembrando que cada caso é um caso, ou seja, é preciso que seja analisado as 
chances que o “rejeitado” tem de ser adotado e, ainda, se é aconselhado que 
novamente fosse colocado em uma nova família. 
Contudo, a prestação de alimentos, não será um direito-dever, ou seja, 
o adotante deve pagar alimentos, mas não deve ter o direito de visita. Mesmo 
porque, seria ilógico permitir que após a rejeição, os pais ainda gozassem desta 
garantia. 
No que tange a manutenção de alimentos após a destituição do poder 
familiar, a jurisprudência não procede, vejamos: 
RESPONSABILIDADE CIVIL. DEVOLUÇÃO DE MENOR ADOTADO À MÃE 
BIOLÓGICA. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. REFORMA. REJEIÇÃO 
PELOS PAIS ADOTIVOS. GRAVE ABALO PSICOLÓGICO. DANOS 
MORAIS CONFIGURADOS. PEDIDO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA 
DESCABIDO. EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR. INEXISTÊNCIA DE 
VÍNCULO DE PARENTESCO A PARTIR DA ADOÇÃO PELA MÃE 
BIOLÓGICA. APELAÇÃO DO AUTOR PARCIALMENTE PROVIDA, COM 
DETERMINAÇÃO. 1. Ação de indenização por danos morais movida por 
absolutamente incapaz (à época da distribuição do feito), em virtude de ter 
sido devolvido à mãe biológica pelos pais adotivos, com quem conviveu 
desde um ano de idade. Sentença de improcedência. Reforma parcial. 2. 
Danos morais configurados. Réus que se aproveitaram da aproximação 
entre o autor e sua mãe biológica, para se livrarem do menor, que estava 
apresentando problemas comportamentais durante a adolescência. 3. 
Rejeição pelos pais adotivos que provocou grave abalo psicológico ao 
adotado (apelante), conforme laudos psicológico e psicossociais. 4. Dano 
moral configurado. Indenização arbitrada em R$ 20.000,00. Razoabilidade 
diante da capacidade econômica das partes. Valor que deverá ficar 
depositado em conta judicial até que o autor alcance a maioridade. 5. 
Pedido de pensão alimentícia descabido. Extinção do poder familiar, e, 
consequentemente, do vínculo de parentesco. Ausência do dever de 
sustento. 6. Apelação do autor parcialmente provida, com determinação. 
(TJ-SP, Relator: Alexandre Lazzarini, Data de Julgamento: 08/04/2014, 9ª 
Câmara de Direito Privado). 
Tendo em vista a supra decisão, é certo que até o trânsito em julgado 
da decisão de destituição do poder familiar, é devido a prestação de alimentos. 
A perda do poder familiar não extingue os demais vínculos civis 
decorrentes da adoção, inclusive os sucessórios, mantendo-se os infantes na 
condição de filhos dos adotantes, conforme art. 227, § 7º, da CF, combinado com o 
art. 1.626, do CC e, com o art. 41, do ECA). 
 
 
 
2.2 Dano Moral 
 
 
Diverso do dano patrimonial, dano moral, “seria aquele que não tem 
caráter patrimonial, ou seja, todo dano não material”, assim, o dano moral trata-se 
de “dor, vexame, sofrimento, desconforto, humilhação – enfim, dor da alma”. 
(Cavalieri Filho, 2005, p. 100). 
O dano moral submerge no campo dos princípios constitucionais, uma 
vez que a Constituição Federal, sendo ela hierarquicamente superior, serve para 
limitar a interpretação e aplicação de toda legislação infraconstitucional, começando 
pelo inciso III, do artigo 1°, da Magna Carta que inaugurou a dignidade da pessoa 
humana como um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, que “deu ao 
dano moral uma no nova feição e maior dimensão, porque a dignidade humana nada 
mais é do que a base de todos os valores morais, a essência de todos os direitos 
personalíssimos”(Cavalieri Filho, 2005, p. 10). 
Ainda que a Constituição Federal tenha consagrado a possibilidade de 
indenização por danos unicamente morais, Rui Stoco sustenta que a 
responsabilidade civil nas relações de família “não é seara de suave colheita”, porém 
completa que “dúvida não fica de que tais questões se incluem nas cláusulas gerais 
de responsabilização estabelecidas nos artigos 186 e 927 do Código Civil” (2007, p. 
869). 
Nas relações familiares existem algumas peculiaridades. O vínculo 
jurídico que abrange a família extrapola os aspectos legais, isso porque seus 
principais fundamentos são alicerçados em laços afetivos morais e éticos, que 
obviamente ultrapassam qualquer vínculo jurídico. 
 
 
Não é possível, esgotar todas as questões que envolvem a família, 
pela aplicação da norma, haja vista que a lei, em regra, não abranda os sentimentos 
que estão em jogo. 
Natália Caliman Vieira acredita que, “as relações familiares estão 
inteiramente ligadas ao aspecto da dignidade de seus membros, especialmente 
quando se trata do crescimento dos infantes em condições adequadas, ou seja, 
dignas, por esse motivo os papeis exercidos nesse elo devem estar ajustados na 
solidariedade e na responsabilidade, esta que foi assumida pelos genitores ao 
optarem por dar origem a uma vida”. (2009, p. 42). 
Observa-se, todavia, que na esfera do Direito de Família são muitos os 
posicionamentos desfavoráveis à indenização, os que de tal modo entendem, se 
valem do argumento que amor e convivência não podem ser pagos, não 
possibilitando fixar um quantum indenizatório. 
Apesar da divergência de opiniões, atualmente é admissível ajuizar 
indenização por dano moral no âmbito do Direito de Família. 
Responsabilizando, quem ocasionou dano, no caso deste artigo, do 
adotante que devolveu o adotado. Neste contesto Rolf Madaleno versa a respeito do 
abandono afetivo: 
A pretensão judicial de perdas e danos de ordem moral visa a reparar o 
irreversível prejuízo já causado ao filho que sofreu pela ausência de seu pai 
ou de sua mãe, já não mais existindo amor para tentar recuperar. A 
responsabilidade pela indenização deve ser dirigida a quem causou os 
danos ao filho, ao lhe frustrar o direito de ser visitado, podendo recair sobre 
um, ou sobre ambos os genitores, assim como o filho e o genitor que foram 
impedidos de se comunicar poderão ser as vítimas e postulantes ativos de 
uma ação de indenização. (2007, p. 125). 
 
Madaleno ensina que a indenização não é devida com fundamento no 
ato ilícito, mas no abuso de direito disciplinado no artigo 187 do Código Civil. 
A respeito do assunto, Maria Berenice Dias é adepta à indenização por 
abandono afetivo, afirmando que: 
 
 
A indenização por abandono afetivo poderá converter-se em instrumento de 
extrema relevância e importância para a configuração de um direito das 
famílias mais consentâneo com a contemporaneidade, podendo 
desempenhar papel pedagógico no seio das relações familiares. (4. ed. 
2007, p. 409). 
Logo, o objetivo da indenizaçãopor dano moral nas relações familiares, 
no caso, entre pais e filhos, é educar os pais a cumprirem com os deveres que eles 
voluntariamente se obrigaram. 
 Para os que acreditam que não se pode coagir os pais, para que eles 
tenham afeto para com seus filhos, resta alegar que a Carta Política promulga como 
direito fundamental da criança e do adolescente, que sejam resguardados de toda a 
forma de negligência, entenda-se, do abandono afetivo. 
Nesta acepção, são os ensinamentos de Rodrigo da Cunha Pereira: 
O descumprimento do exercício do poder familiar (art.1.634/CCB) por 
qualquer um dos genitores configura um ilícito, sendo, portanto, o fato 
gerador da indenização. Qualquer pessoa, qualquer criança, para se 
estruturar como sujeito e ter um desenvolvimento saudável necessita de 
alimentos para o corpo e para a alma. O alimento imprescindível para a 
alma é o amor, o afeto. E afeto significa “afeição por alguém”, “dedicação”. 
Afeiçoar significa também “instruir, educar, formar”, “dar feição, forma ou 
figura”. Esta é uma diferença entre afeto e amor. O afeto não é somente um 
sentimento, mas sim uma ação. (4ª ed., 2013, p. 126/127). 
A emenda que segue, foi a primeira que admitiu a indenização por 
dano moral, no caso de devolução de criança adotada. Vejamos: 
APELAÇÃO CÍVEL. PODER FAMILIAR. DESTITUIÇÃO. PAIS ADOTIVOS. 
AÇÃO AJUIZADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. ADOÇÃO DE CASAL DE 
IRMÃOS BIOLÓGICOS. IRRENUNCIABLIDADE E IRREVOGABILIDADE 
DA ADOÇÃO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA. RENÚNCIA DO PODER 
FAMILIAR. ADMISSIBILIDADE, SEM PREJUÍZO DA INCIDÊNCIA DE 
SANÇÕES CIVIS. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 166 DO ESTATUTO 
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. PERDA DO PODER FAMILIAR EM 
RELAÇÃO AO CASAL DE IRMÃOS ADOTADOS. DESCONSTITUIÇÃO EM 
FACE DA PRÁTICA DE MAUS TRATOS FÍSICOS, MORAIS. CASTIGOS 
IMODERADOS, ABUSO DE AUTORIDADE REITERADA E CONFERIÇÃO 
DE TRATAMENTO DESIGUAL E DISCRIMINATÓRIO ENTRE OS FILHOS 
ADOTIVOS E ENTRE ESTES E O FILHO BIOLÓGICO DOS ADOTANTES. 
EXEGESE DO ART. 227, § 6º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL C/C ART. 3º, 
5º, 15, 22, 39, §§ 1º, 2º E ART. 47, TODOS DO ESTATUTO DA CRIANÇA 
E DO ADOLESCENTE C/C ART. 1.626, 1634, 1.637 E 1.638, INCISOS I, II 
E IV, TODOS DO CÓDIGO CIVIL. MANUTENÇÃO DOS EFEITOS CIVIS 
DA ADOÇÃO. AVERBAÇÃO DO JULGADO À MARGEM DO REGISTRO 
CIVIL DE NASCIMENTO DOS MENORES. PROIBIÇÃO DE QUALQUER 
ESPÉCIE DE OBSERVAÇÃO. EXEGESE DO ART. 163, § ÚNICO DO 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE C/C ART. 227, § 6º DA 
 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. DANO MORAL CAUSADO AOS MENORES. 
ILÍCITO CIVIL EVIDENCIADO. OBRIGAÇÃO DE COMPENSAR 
PECUNIARIAMENTE OS INFANTES. APLICAÇÃO DO ART. 186 C/C ART. 
944, AMBOS DO CÓDIGO CIVIL. JUROS MORATÓRIOS. MARÇO 
INICIAL. DATA EM QUE A SEQUÊNCIA DE ILICITUDES ATINGE O SEU 
ÁPICE, MATIZADA, NO CASO, PELO ABANDONO DO FILHO ADOTADO 
EM JUÍZO E SUBSCRIÇÃO DE TERMO DE RENÚNCIA DO PODER 
FAMILIAR. EXEGESE DO ART. 398 DO CÓDIGO CIVIL EM 
INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA COM O ART. 407 DO MESMO 
DIPLOMA LEGAL. PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA. PERTINÊNCIA 
ENTRE O PEDIDO E O PRONUNCIADO. NECESSIDADE DE 
FLEXIBILIZAÇÃO E RELATIVIZAÇÃO DAS REGRAS PROCESSUAIS 
CLÁSSICAS EM SEDE DE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. 
MITIGAÇÃO DA DISPOSIÇÃO CONTIDA NO ART. 460 DO CÓDIGO DE 
PROCESSO CIVIL. VÍTIMAS QUE, NA QUALIDADE DE IRMÃOS 
BIOLÓGICOS E FILHOS ADOTIVOS DOS RÉUS MERECEM RECEBER, 
EQUITATIVAMENTE, A COMPENSAÇÃO PECUNIÁRIA PELOS DANOS 
IMATERIAIS SOFRIDOS. HIPOTECA JUDICIÁRIA. EFEITO SECUNDÁRIO 
DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. APLICAÇÃO DO ART. 466 DO 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. (...) (TJ-SC - AC: 208057 SC 
2011.020805-7, Relator: Joel Figueira Júnior, Data de Julgamento: 
20/09/2011, 1° Câmara de Direito Civil). 
A prática de atos que dão ensejo à desconstituição do poder familiar é 
causada por ação ou omissão de danos imateriais, experimentados pelos infantes, 
sofrimentos físicos e morais, decepções e frustrações por não encontrarem um lar 
substitutivo capaz de proporcionar-lhes amor, afeto, harmonia, paz e felicidade. 
Logo, os danos morais devem servir como medida punitiva e 
preventiva, além de compensar pecuniariamente as vítimas do ilícito civil, devendo a 
quantia estabelecida, observar a extensão do dano e a qualidade das partes, em 
sintonia com princípios da proporcionalidade e razoabilidade. 
Portanto, é totalmente cabível e possível que haja a indenização a 
título de danos morais, para satisfazer em parte a dor sofrida. 
 
2. CONCLUSÃO 
 
 
 
 
A pesquisa versou sobre casos em que a adoção não obtém êxito, 
resultado na devolução e, por conseguinte, qual a dimensão da responsabilidade 
civil dos adotantes. 
Tendo em vista, que o ato de adotar é voluntario, ou seja, ninguém é 
forçado da incumbência de ser pai ou mãe de uma criança ou adolescente. Diferente 
do filho biológico que, na maioria das vezes, não são planejados. 
 E sabendo que, no instituto da adoção, há mais do que um 
planejamento, há também um processo longo e complexo, que muitas vezes dura 
mais que uma gestação e envolve toda uma equipe técnica, tudo no intuito de 
satisfazer o interesse daquele disponível para a adoção. 
Ainda, que adotar não é um direito em favor do adulto, mas da criança, 
na busca de prevenir futuras decepções. Por este e outros motivos, é tão importante 
o processo de adoção. 
Conclui-se, portanto que, para existir o dever de indenizar os filhos que 
sofreram a rejeição, independerá de constatação de culpa, de modo que os 
detentores do poder familiar tem responsabilidade objetiva, ou seja, para configurar 
a responsabilidade basta a conduta, dano e nexo causal. 
O filho adotivo, assim como o biológico, alcança todos os efeitos 
pessoais e patrimoniais, pois, o que importa, é o poder familiar. 
Aquele que detém o poder familiar da criança ou adolescente tem o 
dever de cuidado e sustento, caso assim não o faça deverá responder objetivamente 
pelos danos morais e materiais. 
Cabe mencionar as palavras de Ana Carolina Brochado Teixeira no 
sentido de que “se a família é solidarista e se a dignidade e a personalidade são 
construídas a partir um do outro, é inegável a grande responsabilidade que medeia 
tais relacionamentos”. 
Após a devolução do adotado, ocorre a perda do poder familiar e se 
possível, tenta-se a recolocação da criança em outra família substituta. 
 
 
Contudo, a meu ver, é possível e adequada, a manutenção dos 
alimentos até que seja homologada a destituição, ou até mesmo até que os 
“devolvidos” alcance a maior idade, visto que, em alguns casos, devido ao trauma ou 
até mesmo a idade, é difícil ou até não recomendável a recolocação em nova 
família. Porém, sem desfrutar do direito de visita. 
A obrigação de alimentos seria uma forma de repreensão, já que, se 
com a devolução, o adotante se livrar de todos os encargos, motivaria a redução do 
prestigio do instituto da adoção, passando a impressão de que, no final das contas, 
a adoção não é um instituto imutável. 
Subsiste, ainda, com ou sem o poder familiar o direito sucessório. 
Portanto, conservam-se todos os direitos do “rejeitado”, porquanto o 
instituto da adoção busca sempre o melhor interesse da criança e do adolescente. 
Devendo ter em vista sempre o caso concreto, por tratar-se de assuntos subjetivos 
de cada criança e adolescente. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
TEIXEIRA, Ana Carolina Brochado. Responsabilidade civil e ofensa à dignidade 
humana. Revista Brasileira de Direito de Família, Belo Horizonte, v. 7, n. 32, p. 144, 
out./nov. 2005. 
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito civil brasileiro: responsabilidade civil. 19. ed. 
rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 128-129. v. 7. 
FERREIRA, Luiz Antônio Miguel. Adoção: guia prático doutrinário e processual com 
as alterações da Lei. n. 12.010 de 3/8/2009/2010. 
OLIVEIRA, J. M. Leoni Lopes de. Guarda, tutela e adoção - 3. ed. 2000. 
PEREIRA,Tânia da Silva; PEREIRA, Rodrigo da Cunha. A ética da convivência 
familiar. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p. 159). 
Novo curso de direito processual civil - 5. ed., 2008. 
 
 
BITTENCOURT, Edgar de Moura. Família: casamento, divórcio, concubinato, 
filiação, filhos de criação: adoção comum, simples e plena - 5. ed. rev. 2003. 
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito de família - 10. ed. 2010. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil: direito de família - 14.ed. 2010. 
OZÉIAS, J. Santos. Adoção: novas regras de adoção no estatuto da criança e do 
adolescente/2011. 
OLIVEIRA, Elson Gonçasves. Adoção: uma porta para a vida : já em consonância 
com a lei nº 12.010, de 29/7/2009/2010. 
AZEVEDO, Solange. O segundo abandono. Revista Isto É. Publicado 
em:14/10/11.<http://www.istoe.com.br/reportagens/168178_O+SEGUNDO+ABAND
ONO>. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. 
Lei n. 8.069, de 13/07/90. Dispõe sobre Estatuto da Criança e do Adolescente e dá 
outras providências. 
Lei n. 10.406, de 10/01/02. Institui o Código Civil. 
CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de responsabilidade civil. 6. ed. rev. e aum. 
São Paulo: Malheiros, 2005. 
Manual de Direito das Famílias. 4. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. 
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito civil brasileiro: responsabilidade civil. 19. ed. 
rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2005. v. 7. 
GHIRARDI, Maria Luiza Assis Moura. A devolução de crianças e adolescentes 
adotivos sob a ótica psicanalítica: reedição de histórias de abandono. 2008. 131 f. 
Dissertação (Mestrado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano) – 
Universidade de São Paulo. 
GOULART, Nathalia. Motivos que levam à adoção são cruciais na hora da 
devolução. Revista Veja Online, publicado em: 21/05/10. 
<http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/motivos-levam-adocao-sao-cruciais-hora-devol 
ucao>. 
MACIEL, Kátia Regina Ferreira Lobo Andrade Maciel. Direito fundamental à 
convivência familiar. Curso de Direito da criança e do adolescente: aspectos teóricos 
e práticos. 5. Ed. Conforme a Lei n.º 12.010/09. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011. 
MARTINS, Dora Aparecida. Filhos Devolvidos. Boletim Uma Família para uma 
Criança, n. 98, set. 1997. 
 
 
MORAES, Maria Celina Bodin de. Deveres parentais e responsabilidade civil. 
Repertório de Jurisprudência IOB, São Paulo, v. III, n. 3, p. 109, fev. 2009. 
ORIENTE, Ivana; SOUSA, Sônia Margarida Gomes. O significado do abandono para 
crianças institucionalizadas. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 11, n. 17, p. 
29-46, 2005. 
NUNES, M. L. T. Fantasias dos pais adotivos. Revista da Sociedade de Psicologia 
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 9, n. 1, p. 36-44. 
ROCHA, Maria Isabel de Matos. Crianças “devolvidas”: Os "filhos de fato" também 
têm direito? Âmbito Jurídico, Rio Grande, n. 7, publicado em: 30/11/07. 
<http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artig
o_id=5541>. 
RODRIGUES, Silvio. Direito civil: responsabilidade civil. 20. ed. rev. e atual. 5. tir. 
São Paulo: Saraiva, 2008. v. 4. 
STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade civil: doutrina e jurisprudência. 7. ed. rev., 
atual. e ampl. São Paulo: RT, 2007. 
TEIXEIRA, Ana Carolina Brochado. Responsabilidade civil e ofensa à dignidade 
humana. Revista Brasileira de Direito de Família, Belo Horizonte, v. 7, n. 32, p. 144, 
out./nov. 2005. 
VIEIRA, Natália Caliman. Danos morais decorrentes do abandono afetivo nas 
relações paterno-filiais. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) 
Universidade de Brasília, Brasília, 2009. 
ZIBINI, Maria Valéria, VASCONCELLOS, Míriam Cristina Basaglia. Infertilidade e 
adoção: algumas reflexões. In: MELAMED, Rose Marie M.; QUAYLE, Julieta (orgs.). 
Psicologia em reprodução assistida: experiências brasileiras. São Paulo: Casa do 
Psicólogo, 2006. 
CORDEIRO, ANTONIO MENEZES. Da Boa-fé no direito civil, Coleção Teses. 
Coimbra: Almedina, 1984 
GONÇALVES, CARLOS ROBERTO. Responsabilidade Civil, 6. Ed. São Paulo: 
Saraiva, 1995. 
MARTINS, DORA APARECIDA, Juíza da Infância de Valinhos, SP, “Filhos 
Devolvidos”, in Boletim “Uma Família para uma Criança”, nº 98, produzido pela 
entidade “Terra dos Homens”, setembro de 1997. 
MARTINS-COSTA, JUDITH. “A incidência do princípio da boa fé no período pré-
negocial: reflexões em torno de uma notícia jornalística” in Revista de Direito do 
Consumidor nº 4. São Paulo. 
 
 
ROCHA, MARIA ISABEL DE MATOS. “Criança devolvida: quais são os seus 
direitos?”, in Revista de Direito Privado, coordenadores Nelson Nery Júnior e Rosa 
Maria de Andrade Neves. São Paulo. 
SILVA, SIMONE REGINA MADEIROS DA. “Rejeição/Devolução”. (comunicação 
feita no III Encontro Nacional de associações e grupos de apoio à adoção), 
Florianópolis, 21-23 de Maio de 1998. 
SILVA, ROBERTO DA SILVA. Filhos do Governo, a formação da identidade 
criminosa em crianças órfãs e abandonadas. São Paulo: Ed. Ática, 1997.

Continue navegando