Buscar

Introdução a Língua Brasileira de Sinais LIBRAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 102 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 102 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 102 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO – UFERSA 
DEPARTAMENTO DE LINGUAGENS E CIÊNCIAS HUMANAS 
Campus CARAÚBAS 
 
 
 
 
 
Texto adaptado. Extraído de: 
http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/incluir/libras/curso_de_libras_-
_graciele.pdf 
 
DISCIPLINA: 
INTRODUÇÃO À LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDANTE 
 
 Para aprender LIBRAS 
 
 Se você quer aprender a realmente SE COMUNICAR em Libras, vale o mesmo 
que para todas as línguas: só se aprende na prática. 
 
 Os Surdos têm uma cultura própria e diferente da dos ouvintes. Da mesma 
maneira que você só aprende inglês bem estando nos EUA ou Inglaterra, você 
só aprende Libras bem estando na comunidade Surda. 
 
 Atenção ás aulas, por isso não converse em Língua Oral, use Língua de Sinais 
durante toda a aula, ou seja, deixe a oralização fora da sala de aula. Não tente 
traduzir (mentalmente e/ou oralmente) a conversa em sinais, procure apenas 
entender em sinais, a atenção na repetição e no contexto vão ajudá-lo a 
adquirir a língua. A LIBRAS não é português sinalizado. 
 
 Observe todas as conversas em LIBRAS, do instrutor com um aluno, ou com 
toda a turma, ou mesmo entre dois surdos, tal processo ajudará a aumentar 
seu vocabulário. 
 
 Em uma conversa em LIBRAS, não focalize só as mãos da outra pessoa, 
mantenha o contato “olho-no-olho”, observando as expressões facial e 
corporal que contam muito. 
 
 Seja ativo em uma conversa, ou seja, acene com a cabeça quando entender 
“certo” ou quando não entender acene ou faça expressão facial de negação. 
Isso não é comportamento só do Instrutor surdo em aula, isso faz parte da 
cultura do Surdo, preste atenção em todas as expressões faciais que os Surdos 
fazem ao conversarem entre si. A língua é visual-gestual. 
 
 Seja sério e dedique-se, pois seu objeto deve ser alcançado. Participe da aula, 
tente acrescentar, faça comentários, concorde, discorde, pois quanto mais se 
participa, mais se refém o que ensinado. Não se preocupe se vai fazer sinal 
errado ou certo. Tire todas as suas dúvidas. 
 
 Respeite o professor, ele está na sala de aula para ensinar, e ele não escuta, por 
isso use apenas Língua de Sinais, para qualquer dúvida ou conversa com 
colegas. Fora da sala use LIBRAS, sempre que houver SURDO presente. 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 Não se preocupe com um sinal que você não entendeu, procure entender o 
conteúdo, sentido da conversa, se o sinal for repetido pergunte o significado. 
Estude, decore, pense em L.S., fale em sinais com o espelho, isso também 
ajudará. 
 
 Pergunte ao PROFESSOR, não pergunte ao colega (que te passará em 
português), pois você perderá a experiência da entender o significado pleno em 
LIBRAS. 
 
 Procure conviver na comunidade surda de sua região, procure as associações 
de surdos, confederações, entidades ou shoppings, onde existam momentos de 
bate papo, para que você possa crescer e treinar de sinais. 
 
 Não brinque durante a aula, temos um conteúdo a ser cumprido e respeitado. 
Não falte, pois a turma está se esforçando para que haja uma coesão do grupo, 
isso influenciará numa rica interação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
DISCIPLINA: Introdução à Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
 
 
Professor e Elaboração: João Batista Neves Ferreira 
 
Apresentação 
 
Caro(a) Aluno(a) 
 
Sejam bem vindos à disciplina de Introdução de LIBRAS – Língua Brasileira de 
Sinais. 
Daremos inicio aos estudos em LIBRAS. Este material, constituído por três 
unidades, tem como objetivo apresentar e conhecer os conceitos, discussões e práticas 
relacionados à educação da pessoa surda, desenvolver habilidades necessários para a 
compreensão e aquisição da LIBRAS, em nível básico. Quando do termino deste curso, 
aproveitando para aplicar cada aprendizado em sala de aula com alunos surdos e 
ouvintes. 
Para melhor organizar o conteúdo programático, a disciplina está estrutura em 
três capítulos que serão estudados ao longo de 60h/aulas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 Unidade I 
1.1 A Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS .............................................................................. 07 
1.2 Mitos sobre a Língua Brasileira de Sinais e sobre os surdos ............................................ 15 
1.3 Alfabeto Manual x Datilologia Libras ............................................................................. 21 
1.4 Sinal de Identificação ..................................................................................................... 18 
1.5 Expressões Faciais e Corporais na comunicação em Libras ............................................ 25 
1.6 As saudações e os Cumprimentos em Libras .................................................................. 30 
1.7 Pronomes: Pessoais, Demonstrativos, Possessivos e Interrogativos em Libras ............... 33 
1.8 Verbos em Libras ........................................................................................................... 38 
1.9 Libras: Indicadores de temporais: Advérbios de Tempo e Frequência, Dias da 
semana e Meses do Ano ..................................................................................................... 39 
1.10 Numerais em Libras: Cardinais, Ordinais e Quantidades ............................................... 44 
1.11 Materiais de Escolares .................................................................................................. 46 
Você sabia...? – “LIBRAS, Cultura Surda e Comunidade Surda” Deficiente auditivo ou 
surdo? Existe diferença?” ..................................................................................................... 47 
Unidade II 
2.1 Curiosidade e Filme: Histórias dos Surdos no mundo e Educação de Surdos no Brasil .... 52 
2.2 Os Cincos Parâmetros da Libras ..................................................................................... 55 
2.3 Local de Ensino e disciplinas em Libras ........................................................................... 60 
2.4 Libras em Contexto: Profissão - emprego ...................................................................... 62 
2.5 Classificadores em Libras: formas, adjetivos, coisas, pessoas, animais e veículos ......... 63 
2.6 Família e Adjetivo/Saúde/Hospital da Libras em contexto ............................................. 64 
2.7 Cores, Frutas e Vestuário em Libras................................................................................ 65 
Você sabia...? – “As Feneis e as Associações de Surdos no Brasil” .......................................... 69 
Unidade III 
3.1 Legislação da Língua Brasileira de Sinais (Libras) ............................................................ 73 
3.2 Gramática de Libras conhecer para entender uma língua diferente................................ 87 
3.3 Tipos de frases na Libras................................................................................................. 91 
3.4 Ensino para alunos surdos a partir de textos narrativos em Libras.................................. 95 
3.5 Narrativas em Libras....................................................................................................... 96 
Você sabia...? – “Acessibilidade e tecnologia de educação de surdos” ...................................... 97 
3.6 Referencias Bibliografia ............................................................................................... 1006 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
1.1 Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS 
Muitas pessoas acreditam que as línguas de sinais são somente um conjunto de 
gestos que interpretam as línguas orais. 
Pesquisa sobre as línguas de sinais vêm mostrando que estas línguas são 
comparáveis em complexidade e expressividade a quaisquer línguas orais. Estas 
línguas expressam ideias sutis, complexas e abstratas. Os seus usuários podem discutir 
filosofia, literatura ou política, além de esportes, trabalho, moda e utilizá-la com 
função estética para fazer poesias, contar estórias, criar peças de teatro e humor. 
Como toda língua, as línguas de sinais aumentam seus vocabulários, com novos 
sinais introduzidos pelas comunidades surdas, em resposta ás mudanças culturais e 
tecnológicas, assim a cada necessidade surge um novo sinal desde que ele se torne 
aceito, sendo utilizado pela comunidade. 
Acredita-se também que somente existe uma língua de sinais no mundo, mas 
assim como as pessoas ouvintes em países diferentes falam diferentes línguas, 
também as pessoas surdas por toda parte do mundo, que estão inseridas em “Culturas 
Surdas”, possuem suas próprias línguas, existindo, portanto muitas línguas de sinais 
diferentes, como: Língua de Sinais Francesa, Chilena, Portuguesa, Americana, 
Argentina, Venezuelana, Peruana, Portuguesa, Inglesa, Italiana, Japonesa, Chinesa, 
Uruguaia, Russa, Urubus-Kaapor, citando apenas algumas. Estas línguas são diferentes 
uma das outras e independem das línguas orais-auditivas utilizadas nesses e em outros 
países, por exemplo: o Brasil e Portugal possuem a mesma língua oficial, o português, 
mas as línguas de sinais destes países são diferentes, o mesmo acontece com os 
Estados Unidos e a Inglaterra, entre outros. Também pode acontecer que uma mesma 
língua de sinais seja utilizada por dois países, como é o caso da língua de sinais 
americana que é usada pelos surdos dos Estados Unidos e do Canadá. 
Embora cada língua de sinais tenha sua própria estrutura gramatical, surdos de 
países com línguas de sinais diferentes comunicam-se com mais facilidade uns com os 
outros, fato que não ocorre entre falantes de línguas orais, que necessitam de um 
tempo bem maior para um entendimento. Isso se deve á capacidade que as pessoas 
surdas têm em desenvolver e aproveitar gestos e pantomimas para a comunicação e 
estarem atentos ás expressões faciais e corporais das pessoas e devido ao fato dessas 
línguas terem muitos sinais que se assemelham ás coisas representadas. 
No Brasil, as comunidades surdas urbanas utilizam a Libras, mas além dela, há 
registros de uma outra língua de sinais que é utilizada pelos índios Urubus-Kaapor na 
Floresta Amazônica. 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
Muitas pessoas acreditam que a Libras é o português feito com as mãos, na qual 
os sinais substituem as palavras desta língua, e que ela é uma linguagem como a 
linguagem das abelhas ou do corpo, como a mímica. Entre as pessoas que acreditam 
que a Libras é realmente uma língua, há algumas que pensam que ela é limitada e 
expressa apenas informações concretas, e que não é capaz de transmitir idéias 
abstratas. 
Esses mitos precisam ser desfeitos porque a Libras, como toda língua de sinais, é 
uma língua de modalidade gestual-visual que utiliza, como canal ou meio de 
comunicação, movimentos gestuais e expressões faciais que são percebidos pela visão; 
portanto, diferencia da Língua Portuguesa, uma língua de modalidade oral-auditiva, 
que utiliza, como canal ou meio de comunicação, sons articulados que são percebidos 
pelos ouvidos. Mas as diferenças não estão somente na utilização de canais diferentes, 
estão também nas estruturas gramaticais de cada língua. 
Embora com as diferenças peculiares a cada língua, todas as línguas possuem 
algumas semelhanças que a identificam como língua e não linguagem como, por 
exemplo, a linguagem das abelhas, dos golfinhos, dos macacos, enfim, a comunicação 
dos animais. 
Uma semelhança entre as línguas é que todas são estruturas a partir de unidades 
mínimas que formam unidades mais complexas, ou seja, todas possuem os seguintes 
níveis lingüísticos: o fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico. 
No nível fonológico estão os fonemas. Os fonemas só têm valor contrastivo, não 
têm significado mas, a partir das regras de cada língua, eles se combinam para formar 
os morfemas e estes, as palavras. 
Na língua portuguesa, por exemplo, os fonemas m / n / s / a / e / i podem se 
combinar e formar a palavra meninas. 
No nível morfológico, esta palavra é formada pelos morfemas {menin-} {-a}{-s}. 
Diferentemente dos fonemas, cada um destes morfemas tem um significado: {menin-} 
é o radical desta palavra e significa “criança”, “não adulto”; o morfema {-a} significa 
“gênero feminino” e o morfema {-s} significa “plural”. 
No nível sintático, esta palavra pode se combinar com outras para formar a frase, 
que precisa ter um sentido e coerência com o significado das palavras em um 
contexto, o que corresponde aos níveis semântico (significado) e pragmático (sentido 
no contexto: onde está sendo usada) respectivamente. Assim o nível semântico 
permeia o morfo-sintático. 
Outra semelhança entre as línguas é que os usuários de qualquer língua podem 
expressar seus pensamentos diferentemente, por isso uma pessoa que fala uma 
determinada língua utiliza essa língua de acordo com o contexto, portanto o modo de 
se falar com um amigo não é igual ao de se falar com uma pessoa estranha; assim, 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
quando se aprende uma língua está aprendendo também a utilizá-la a partir do 
contexto. 
Outra semelhança também é que todas as línguas possuem diferenças quanto ao 
seu uso em relação á região, ao grupo social, á faixa etária e ao gênero. O ensino oficial 
de uma língua sempre trabalha com a norma culta, a norma padrão, que é utilizada na 
forma escrita e falada e sempre toma alguma região e um grupo social como padrão. 
Ao se atribuir ás línguas de sinais o status de língua é porque elas, embora sendo 
de modalidade diferente, possuem também estas características em relação ás 
diferenças regionais, sócio-culturais, entre outras, e em relação ás suas estruturas 
porque elas também são compostas pelos níveis descritos acima. 
O que é denominado de palavra ou item lexical nas línguas orais-auditivas, são 
denominados sinais nas línguas de sinais. 
 Saiba mais 
Para aprofundar seus conhecimentos, acesse: 
http://culturasurda.net/ e www.acessobrasil.org.br/libras . 
 
 
A LÍNGUA DE SINAIS É LÍNGUA 
 
LÍNGUA OU LINGUAGEM? 
 
LINGUAGEM 
Linguagem é tudo que envolve significação, que pode ser humano (pintura, música, 
cinema), animal (abelhas, golfinhos, baleias) ou artificial (linguagem de computador, 
código Morse, código internacional de bandeiras). Ou seja, “sistema de comunicação 
natural ou artificial, humana ou não” (Fernandes, 2002:16). 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
Fonte: https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/incluir/libras/curso_de_libras_-
_graciele.pdf 
 
 
 
LÍNGUA 
 
É um conjunto de palavras, sinais e expressões organizados a partir de regras, 
sendo utilizado por um povo para sua interação. Sendo assim a língua seria uma forma 
de linguagem: a linguagem verbal. As línguas estariam em uma posição de destaque 
entre todas as linguagens, ou seja, podemos falar de todas as outras linguagens 
utilizando as palavras ou os sinais. Assim como as línguas orais, as línguas de sinais se 
organizam em diferentes níveis: semântico, sintático, morfológico e fonológico. 
O temo utilizado corretamente é "língua" de sinais e não "linguagem" de sinais. 
E issoporque, concordando com Oviedo (1996), "língua" designa um específico 
sistema de signos que é utilizado por uma comunidade para se comunicarem. Já 
"linguagem" está relacionada à capacidade da espécie humana para se comunicar 
através de um sistema de signos; é a capacidade humana de criar e usar as línguas e 
que, conforme Vygotsky tem papel essencial na organização das funções psicológicas 
superiores. Daí que resulta ser inapropriado utilizar o termo "linguagem" para designar 
a língua de uma comunidade; no caso a da comunidade surda, a Língua de Sinais. 
 
 OS CINCOS PARÂMETROS DA LIBRAS 
Os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com um 
determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do 
corpo ou um espaço em frente ao corpo. Estas articulações das mãos, que podem ser 
comparadas aos fonemas e ás vezes aos morfemas, são chamadas de parâmetros, 
portanto, nas línguas de sinais podem ser encontrados os seguintes parâmetros: 
 Configuração da(s) mão(s): é a forma da(s) mão(s) presente no sinal. Na Libras 
há 64 configurações. Elas são feitas pela mão dominante (mão direita para os destros), 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
ou pelas duas mãos dependendo do sinal. Veja o quadro de configurações e o quadro 
do alfabeto manual que é formado por algumas dessas configurações para representar 
as letras (grafemas) da língua portuguesa. Os sinais APRENDER, LARANJA e 
DESODORANTE-SPRAY têm a mesma configuração de mão e são realizados na testa, na 
boca e na axila, respectivamente. 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 Ponto de articulação: é o lugar onde incide a mão predominante configurada, 
podendo esta tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro vertical (do 
meio do corpo até á cabeça e horizontal (á frente do emissor). Os sinais TRBALHAR, 
BRINCAR, PAQUERAR são feitos no espaço neutro e os sinais ESQUECER, APRENDER e 
DECORAR são realizados na testa. Exemplos: 
 
 Movimento: os sinais podem ter um movimento ou não. Os sinais citados acima 
têm movimento, como também os sinais RIR, CHORAR e CONHECER, mas AJOELHAR e 
EM-PÉ não têm movimento. Exemplos: 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 Orientação/ direcionalidade: os sinais têm uma direcionalidade com relação aos 
parâmetros acima. Assim, os verbos IR e VIR se opõem em relação á direcionalidade, 
como os verbos SUBIR e DESCER, ACENDER e APAGAR, ABRIR-PORTA e FECHAR-
PORTA. Exemplos: 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 Expressão facial e/ou corporal: muitos sinais, além dos quatro parâmetros 
mencionados acima, em sua configuração têm como traço diferenciador também a 
expressão facial e/ou corporal, como os sinais ALEGRE e TRISTE. Há sinais feitos 
somente com a bochecha como LADRÃO, ATO-SEXUAL; sinais feitos com a mão e 
expressão facial, como o sinal BALA, e há ainda sinais em que sons e expressões faciais 
complementam os traços manuais, como os sinais HELICÓPTERO e MOTO. Exemplos: 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
Na combinação destes quatro parâmetros, ou cinco, tem-se o sinal. Falar com as 
mãos é, portanto, combinar estes elementos para formarem as palavras e estas 
formarem as frases em um contexto. 
Para conversar, em qualquer língua, não basta conhecer as palavras e articulá-las 
adequadamente, é preciso aprender as regras gramaticais de combinação destas 
palavras em frases e serão estas regras gramaticais que iremos ver aos poucos em cada 
unidade desse livro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 O RECONHECIMENTO A LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS 
 
LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002. 
 
Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua 
Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. 
 
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de 
comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, 
com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão 
de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. 
 
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas 
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e 
difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e 
de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. 
 
Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de 
assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos 
portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor. 
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, 
municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação 
de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e 
superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos 
Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente. 
 
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a 
modalidade escrita da língua portuguesa. 
 
Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da Independência e 114o da 
República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
1.2 MITOS SOBRE A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS 
 
MITOS DESMISTIFICAÇÃO 
1 – A língua de sinais seria uma mistura 
de pantomima e gesticulação concreta, 
incapaz de expressar conceitos abstratos. 
Tal concepção está atrelada à idéia 
filosófica de que o mundo das idéias é 
abstrato e que o mundo dos gestos é 
concreto. O equívoco desta concepção é 
entender sinais como gestos. Na verdade, 
os sinais são palavras, apesar de não 
serem orais-auditivas. Os sinais são tão 
arbitrários quanto às palavras. A 
produção gestual na língua de sinais 
também acontece como observado nas 
línguas faladas. A diferença é que no caso 
dos sinais, os gestos também são visuais-
espaciais tornando as fronteiras mais 
difíceis de serem estabelecidas. Os sinais 
das línguas de sinais podem expressar 
quaisquer idéias abstratas. Podemos falar 
sobre as emoções, os sentimentos, os 
conceitos em língua de sinais, assim como 
nas línguas faladas. 
2 – Haveria uma única e universal língua 
de sinais usada por todas as pessoas 
surdas. 
Esta idéia está relacionada com o mito 
anterior. Se as línguas de sinais são 
consideradas gestuais, então elas são 
universais. Isto é uma falácia, pois as 
várias línguas de sinais que já foram 
estudadas são diferentes umas das 
outras. Assim como as línguas faladas, 
temos línguas de sinais que pertencem a 
troncos diferentes. Temos pelo menos 
dois troncos identificados, as línguas de 
origem francesa e as línguas de origem 
inglesa. Provavelmente, nossa língua de 
sinais pertence ao tronco das línguas de 
sinais que se originaram na língua de 
sinais francesa. 
3 – Haveria uma falha na organização 
gramatical da língua de sinais que seria 
derivada das línguas de sinais, sendo um 
pidgin sem estrutura própria, 
subordinado e inferior às línguas orais. 
Como as línguas de sinais são 
consideradas gestuais, elas não poderiam 
apresentar a mesma complexidade das 
línguas faladas. Issotambém não é 
verdadeiro, pois em primeiro lugar as 
línguas de sinais são línguas de fato. Em 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
segundo lugar, as línguas de sinais 
independem das línguas faladas. Um 
exemplo que evidencia isso claramente é 
que a língua de sinais portuguesa é de 
origem inglesa e a língua de sinais 
brasileira é de origem francesa, mesmo 
sendo o português a língua falada nos 
respectivos países, ou seja, Portugal e 
Brasil. Como estas línguas de sinais 
pertencem a troncos diferentes, elas são 
muito diferentes uma da outra. É claro 
que não podemos negar o fato de ambas 
as línguas estarem em contato, 
principalmente entre os surdos letrados. 
O que se observa diante deste contato é 
que, assim como observado entre línguas 
faladas em contato, existem alguns 
empréstimos linguísticos. Para, além 
disso, as línguas de sinais não têm relação 
com as línguas faladas do seu país. Elas 
são autônomas e apresentam o mesmo 
estatuto linguístico identificado nas 
línguas faladas, ou seja, dispõem dos 
mesmos níveis linguísticos de análise e 
são tão complexas quanto às línguas 
faladas. 
4. A língua de sinais seria um sistema de 
comunicação superficial, com conteúdo 
restrito, sendo estética, expressiva e 
linguisticamente inferior ao sistema de 
comunicação oral. 
Como as línguas de sinais são tão 
complexas quanto às línguas de sinais 
faladas, esta afirmação não procede. Nós 
já vimos que as línguas de sinais podem 
ser utilizadas para as inúmeras funções 
identificadas na produção das línguas 
humanas. Você pode usar a língua de 
sinais para produzir um poema, uma 
estória, um conto, uma informação, um 
argumento. Você pode persuadir criticar, 
aconselhar, entre tantas outras 
possibilidades que se apresentam ao se 
dispor de uma língua. Assim, a língua de 
sinais não é inferior a nenhuma outra 
língua, mas sim, tão linguisticamente 
reconhecida quanto qualquer outra 
língua. 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 
5. As línguas de sinais derivam da 
comunicação gestual espontânea dos 
ouvintes. 
A idéia de que a língua de sinais seja 
gestual também reaparece neste mito. As 
pessoas pensam que as línguas de sinais 
são de fácil aquisição por estarem 
diretamente relacionadas com o sistema 
gestual utilizado por todas as pessoas que 
falam uma língua. Com isso não é 
verdade, as línguas de sinais são tão 
difíceis de serem adquiridas quanto 
quaisquer outras línguas. Precisamos de 
anos de dedicação para aprendermos 
uma língua de sinais, mas com base neste 
mito, as pessoas penam que sabem língua 
de sinais por usarem alguns gestos e 
alguns sinais que aprendem nas aulas de 
língua de sinais. A comunicação gestual 
usada exclusivamente é extremamente 
limitada, pois torna inviável a 
comunicação relacionada com questões 
mais abstratas. Para transcorrer de um 
determinado assunto qualquer vai 
precisar de uma língua. No caso da 
comunicação com os surdos, você vai 
precisar da língua de sinais 
6. As línguas de sinais, por serem 
organizadas espacialmente, estariam 
representadas no hemisfério direito do 
cérebro, uma vez que esse hemisfério é 
responsável pelo processamento de 
informação espacial, enquanto que o 
esquerdo, pela linguagem. 
As pesquisas com surdos apresentando 
lesões em um dos hemisférios 
apresentam evidências de que as línguas 
de sinais são processadas 
lingüisticamente no hemisfério esquerdo 
da mesma forma que as línguas faladas. 
Existe sim uma diferença que está 
relacionada com informações espaciais, 
pois estas, além de serem processadas no 
hemisfério esquerdo com suas 
informações lingüísticas, são também 
processadas no hemisfério direito quanto 
às suas informações de ordem puramente 
espacial. Assim, parece haver um 
processamento até mais complexo do 
que o observado em pessoas que usam 
línguas faladas. As investigações 
concluem que a língua de sinais é um 
sistema, que faz parte da linguagem 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
humana, processado no hemisfério 
esquerdo e no hemisfério direito 
Fonte: https://ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/incluir/libras/curso_de_libras_-
_graciele.pdf 
 
 
 
 
 
 
 Saiba mais 
Para aprofundar seus conhecimentos, acesse: 
Leitura do texto: A língua dos surdos é mímica? Pag. 19 a 22. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
1.3 ALFABETO MANUAL EM LIBRAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA9skAJ/libras-alfabeto-numeros 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 1.4 A DATILOLOGIA E SINAL SOLETRAÇÃO 
É utilizada, normalmente, para soletrar nomes de pessoas, lugares e etc 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 
 
SABIA MAIS! 
>>> Se quiser treinar os sinais abaixo de forma mais interativa confira 
alguns vídeos no www.acessolibras.com 
 
 
 
 
Alfabeto de LIBRAS e exercite no joguinho. 
 
http://www.atividadeseducativas.com.br/index.php?id=52 
 
 
Veja o vídeo na SIGAA: 
 Treinar o Alfabeto de Libras 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
1.4 SINAL DE IDENTIFICAÇÃO 
 
 
 
 
Quando uma pessoa aprende uma língua, apreende também os hábitos 
culturais e os contextos aos quais certas expressões estão vinculadas. Diante de 
situações como apresentações de pessoas, cumprimentos, saudações, cerimônias 
religiosas, casamentos, velórios, entre outros eventos, as pessoas assumem 
comportamentos distintos e se comunicam de acordo com estas situações. 
Para todas as situações há formas de expressões diferenciadas mais formais e 
informais. Por exemplo, o cumprimento e saudações de duas pessoas que são amigas 
são diferentes do de pessoas que são apenas conhecidas e diferentes ainda de pessoas 
que estão sendo apresentadas pela primeira vez. 
Nesta unidade serão trabalhados contextos formais e informais onde poderão 
ser vistas expressões relacionadas a estes contextos. 
Geralmente, aqui no Brasil, quando as pessoas são apresentadas umas às 
outras, elas dizem seus primeiros nomes após os cumprimentos (aperto de mãos – 
contexto formal, e/ou beijo(s) no rosto, contexto informal). No mundo dos Surdos, a 
pessoa, além de dizer o nome em datilologia, ela primeiro se apresenta pelo seu sinal, 
que lhe foi dado pela comunidade a qual faz parte. 
O sinal pessoal é o nome próprio, o «nome de batismo» de uma pessoa que é 
membro de uma comunidade Surda. Este sinal geralmente pode: 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
a. Representa iconicamente uma característica da pessoa. Por exemplo: 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
b. Representar a profissão de uma pessoa e uma característica. Por exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
c. Representar um número, que a pessoa passou a ter na caderneta de sua turma 
de escola, ou a primeira letra do nome da pessoa. Por exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
O sinal pessoal pode ser, portanto, uma representação visual de uma 
pessoa ou um atributo. 
 
 
 
O professor chega na sala de aula e cumprimenta os alunos e se apresenta: 
- TUDO BEM, 
- EU, SINAL-NOME (O professor faz o seu sinal de nome) 
- MEU NOME (O professor anota o nome no quadro-negro) 
 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE Todos os dias o professor deve saudar seus alunos 
aochegar na classe. 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 
O professor aproveita para explicar aos alunos que, nas comunidades surdas, cada 
pessoa tem um sinal de nome e dá alguns exemplos: 
 
a) Mostra algumas figuras que representam pessoas conhecidas pelas 
Comunidades Surdas 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 
b) Chama cada aluno e pede para ele escrever no quadro o nome dele e pede aos 
outros para ajudarem a inventar um sinal de nome para cada aluno na sala de 
aula. 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
Pronomes e Expressões Interrogativas: 
 “QUEM; Q-U-M; QUEM-É” 
 
Os pronomes interrogativos QUE e QUEM geralmente são usados no início da 
rase, mas o pronome interrogativo ONDE e o pronome QUEM, quando está sendo 
usado com o sentido de “quem-é” ou “de quem é” são mais usados no final. Todos os 
três sinais têm uma expressão facial interrogativa feita simultaneamente com eles. 
Na variante do Rio de Janeiro, o pronome interrogativo QUEM, dependendo do 
contexto, pode ter duas formas diferentes, os sinais QUEM e o sinal soletrado Q-U-M. 
Se se quer perguntar “quem está tocando a campainha”, usa-se o sinal QUEM; se quer 
perguntar “quem faltou hoje” ou “quem está falando” ou ainda “quem fez isso”, usa se 
o sinal soletrado Q-U-M, como nos exemplos a seguir: 
interrog. 
 
 
 
1- QUEM 
“Quem é esta pessoa?” 
 
 
 
 
 
 
Estilo do cabelo, fios de cabelo, com ou sem óculos, tipo de óculos, a cor da 
pele (branca, preta, morena). 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
1.5 EXPRESSÕES FACIAIS E CORPORAIS NA COMUNICAÇÃO EM 
LIBRAS 
Expressão faciais são formas de comunicar algo, um sinal pode mudar 
completamente seu significado um função da expressão facial utilizada. QUADROS E 
PIMENTA (2006) explicam que existem dois tipos diferentes de expressão faciais: as 
afetivas e as gramaticais (Lexicais e Sentenciais). 
 
 
 
 
Fonte: http://www.palhoca.ifsc.edu.br/materiais/apostila-libras 
basico/Apostila_Libras_Basico_IFSC-Palhoca-Bilingue.pdf 
As afetivas são expressão ligadas sentimentos (emoções) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUPRESSA 
MEDO 
Autores: Quadros e Pimenta (2006) 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
As expressões faciais gramaticais lexicais estão ligados ao grau dos adjetivos 
 
 
 
E as expressões faciais gramaticais sentenciais estão ligadas às sentenças. 
 Interrogativas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BONIT@ BONITÃO 
COMO? QUAL? 
O QUE? 
 
 
 
 
PORQUE? 
SIM 
 
 
 
 
NÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 Você sabia? 
 
http://www.acessibilidadebrasil.org.br/libras_3/ 
 
 
Uso do espaço 
 O espaço de realização dos sinais na Língua de Sinais Brasileira, conforme 
Langevin & Ferreira Brito (1988). 
 
Fonte:http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspe
cifica/linguaBrasileiraDeSinaisIII/assets/263/TEXTO_BASE_-
_DEFINITIVO_-_2010.pdf. 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
Principais características da Língua de Sinais dos elementos: a direção do olhar, o 
movimento da boca, o movimento corpo, o movimento da cabeça e o movimento do 
corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gramática em Destaque 
A direção do olhar é fundamental na comunicação em Língua de Sinais. Podem 
determinar as posições, as localizações, às reações, os tamanhos e as movimentações 
dos interlocutores em uma situação comunicativa. 
 
TIPOS DE DIREÇÃO DO OLHAR 
1) Pratique: 
 
 
 
 
 
 
 
2 
1 
4 
3 
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=yo3rIT1dEbo 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
 
TIPOS DE MOVIMENTO DA BOCA 
1) Pratique: 
 
 
 
TIPOS DE MOVIMENTO DA CABEÇA 
1) Pratique: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
TIPOS DE MOVIMENTO DO CORPO 
1) Pratique: 
 
 
 1.6 AS SAUDAÇÕES E OS CUMPRIMENTOS EM LIBRAS 
É comum as pessoas se saudarem em encontros formais e informais. Isto é um 
ritual que acontece em qualquer sociedade seja utilizando línguas orais como de sinais. 
Nas línguas de sinais, existem diversos sinais para saudar e também cumprimentar as 
pessoas
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(CAPOVILLA & RAPHAEL, 2001) 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
1.7 PRONOMES: PESSOAIS, DEMONSTRATIVOS E POSSESSIVOS 
DA LIBRAS EM CONTEXTO. 
 
Pronomes Pessoais 
A LIBRAS possui um sistema pronominal para representar as pessoas do 
discurso: 
PRIMEIRA PESSOA (singular, dual, trial, quatrial e plural): EU; NÓS-2, NÓS-3, 
NÓS-4NÓS- GRUPO, NÓS/NÓS-TOD@S; 
Primeira Pessoa do Singular: EU 
Apontar para o peito do enunciador ( a pessoa que fala ) 
 
Primeira Pessoa do Plural: NÓS-2, NÓS-3, NÓS-4, NÓS/NÓS-TOD@ 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 
 
 
 
34 
 
 
 
 
SEGUNDA PESSOA (singular, dual, trial, quatrial e plural): VOCÊ, VOCÊ-2, 
VOCÊ-3,VOCÊ-4, VOCÊ-GRUPO, VOCÊS/VOCÊS-TOD@S; 
 
Segunda Pessoa do Singular: VOCÊ 
 Apontar para o interlocutor ( a pessoa com quem se fala ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Segunda Pessoa do Plural: VOCÊ-2, VOCÊ-3, VOCÊ-4, VOCÊ-TOD@ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
 
TERCEIRA PESSOA (singular, dual, trial, quatrial e plural): EL@, EL@-2, EL@-3, 
EL@-4,EL@S-GRUPO, EL@S/EL@S-TOD@S. 
 
 Terceira pessoa do singular: EL@ 
Apontar para uma pessoa que não está na conversa ou para um lugar 
convencionado para uma pessoa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Terceira Pessoa do Plural: EL@-2, EL@-3, EL@-4, EL@S/EL@S-TOD@, EL@S-
GRUPO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
 
Pronomes Demonstrativos em LIBRAS 
 
Pronomes Demonstrativo Pessoa do Discurso Advérbio de Lugar 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
Pronomes possessivos 
Os pronomes possessivos, como os pessoais e demonstrativos, também não 
possuem marca para gênero e estão relacionados às pessoas do discurso e não à coisa 
possuída, como acontece em português: 
 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
EXEMPLO: 
ME@ SOBRINH@ DOENTE FEBRE. 
SE@ FILH@ INTELIGENTE! 
PRÓPRI@ NETBOOK, CASA E ETC... 
DEL@ CANETA, EU NÃO ROUBAR. 
 
Pratique a Libras: 
 
 AH, EU LEMBRAR VOCÊ! 
 EL@ ESQUECER CHAVE. 
 NOS-2 CONVERSAR PARTICULAR. 
 VOCÊ QUER DORMIR VIR CASA ME@? 
 EL@-3 NÃO QUER ESTUDAR. 
 EU NÃO TER CARRO. 
 VOCÊ TER DINHEIRO? 
 EL@-2 ALUNOS ME. 
 ME@ FILH@ PASSEI VESTIBULAR. 
 ESS@ SE@ CELULAR ESQUECER? 
 EU COMPRAR CASAPROPRI@ 
 EL@ NÃO QUERER COMER LANHCE 
 NOS-2 QUERER PASSEAR APODI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
1.8 LIBRAS EM CONTEXTO: CONHECENDO VERBOS EM LIBRAS 
 
 Fonte: http://trabalhandocomsurdos.blogspot.com.br/2013/01/libras-
verbos.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja o vídeo no SIGAA: 
Sinais – VERBOS I 
Frases contextualizando os verbos 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
1.9 LIBRAS: INDICADORES TEMPORAIS: ADVÉRBIO DE TEMPO E 
FREQUÊNCIA, DIAS DA SEMANA E MESES DO ANO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://libraseducandosurdos.blogspot.com.br/2012/01/domino-da-semana-e-
meses.html 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
 
 
 
 
(CAPOVILLA & RAPHAEL, 2001) 
 
 
 
 
43 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 
 
Responda rápido em Libras: 
(em caso de dúvidas pesquise) 
1- Que dia da semana é hoje? 
2- Em mês você nasceu? 
3- Quais os dias que você trabalha? 
4- Quais os dias que você descansa? 
5- Qual o ano do seu nascimento? 
6- Qual dia, mês e ano que você começou aprender libras? 
7- Que dia da semana você mais gosta? 
8- Quantos meses têm um ano? 
9- Qual mês você fica de férias? 
10- Uma semana tem quantos dias? 
11- Qual o primeiro dia da semana? 
12- Qual o último dia da semana? 
13- Qual o terceiro dia da semana? 
Veja o vídeo na SIGAA: 
atividade em vídeo 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
 
1.10. NUMERAIS DA LIBRAS: CARDINAIS E QUANTIDADES EM 
LIBRAS 
As línguas podem ter formas diferentes para apresentar os numerais quando 
utilizados como cardinais, ordinais, quantidade, medida, idade, dias da semana ou 
mês, horas e valores monetários. Isso também acontece na Libras. Nesta unidade e nas 
seguintes, serão apresentados os numerais em relação às situações mencionadas 
acima. É erro o uso de uma determinada configuração de mão para o numeral cardinal 
sendo utilizada em um contexto onde o numeral é ordinal ou quantidade, por 
exemplo: o numeral cardinal 1 é diferente da quantidade 1, que é diferente do ordinal 
PRIMEIR@, que é diferente de PRIMEIROANDAR, que é diferente de PRIMEIRO-GRAU, 
que é diferente de MÊS-1. Estas diferenças serão trabalhadas nas unidades deste livro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja, na SIGAA: “Tipos do Numeração ” 
 
 
 
 
45 
 
 
 
 
 Os números em língua de sinais possuem diferenças como na língua portuguesa. 
Observe: 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
 
1.11. MATERIAIS DE ESCOLARES 
Vamos aprender Libras? 
 
 
Fonte: http://www.manuario.com.br/dicionario-tematico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SABIA MAIS! 
Acessohttp://peadalvorada7.pbworks.com/f/libras1.pdf 
 
 
Veja na internet: 
Os Sinais - http://www.manuario.com.br/dicionario-tematico 
 
 
 
 
Figura 1 Dicionário Temático - Glossário Libras 
(INES – RIO) 
 
 
 
 
47 
 
 
 
 
Cultura Surda: Ao longo dos séculos, os surdos foram formando uma cultura própria 
centrada principalmente em sua forma de comunicação. Em quase todas as 
cidades do mundo vamos encontrar associações de surdos onde eles se reúnem e 
convivem socialmente. 
 
Intérprete de Língua de Sinais: 
Pessoa ouvinte que interpreta para 
os surdos uma comunicação falada 
usando a língua de sinais e vice- 
versa. 
 
 
 Comunidade e Cultura Surda do Brasil 
 
As comunidades surdas estão espalhadas pelo país, 
e como o Brasil é muito grande e diversificado, 
estas comunidades possuem diferenças regionais 
em relação a hábitos alimentares, vestuários e 
situação socioeconômica, entre outras. Estes fatores 
geraram também algumas variações lingüísticas 
regionais. 
 
As escolas são fatores de integração ou desintegração das comunidades surdas, e 
dependendo da proposta adotada, se uma escola rejeita a LIBRAS e quer 
transformar a criança surda em ouvinte deficiente, esta criança não vai 
conhecer sua comunidade e não aprenderá a língua de sinais. 
 
As escolas de surdos, mesmo ainda sem uma proposta bilíngüe, propiciam o 
encontro do surdo com outro surdo, favorecendo que as crianças, adolescentes e 
jovens possam adquirir e usar a LIBRAS. Em muitas escolas de surdos há vários 
professores que já sabem ou estão aprendendo com “professores surdos” a língua 
de sinais, além de oferecer cursos também para os pais destas crianças. 
 
Por outro lado, algumas escolas trabalham ainda somente com uma metodologia 
oralista, e as crianças surdas não tem contato com outros surdos ou desenvolvem 
um dialeto local em sinais, conhecido também como sinais caseiros. Assim que 
encontram um outro surdo ou um grupo de pessoas surdas, começam a ter acesso 
a uma língua de sinais. 
 
Devido à tradição oralista, há surdos que só querem falar, usando sempre o 
português, como também, muitos surdos que usam um bimodalismo, ou seja, 
falam português enquanto sinalizam, como os ouvintes quando começam a 
aprender alguma língua de sinais. 
 
 
 
 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis. Editora UFSC. 
2008. (p.24) 
 
 
 
 
 
Fonte: STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis. Editora UFSC. 
2008. (p.30-31) 
 
 
 
 
Fonte: STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis. Editora 
UFSC. 2008. (p.31) 
 
 
 
 
 
 
Então entendermos que a comunidade surda de fato não é só de sujeitos surdos, há também 
sujeitos ouvintes – membros de família, intérpretes, professores, amigos e outros – que 
participam em compartilham os mesmos interesses em comuns em uma determinada 
localização. 
(PERLIN, 2004, p. 77-78) 
Continuando com os mesmos autores, Padden e Humphires (2000, p. n5) estabeleceram uma 
diferença entre cultura e comunidade: 
[...] uma cultura é um conjunto de comportamentos apreendidos de 
um grupo de pessoas que possuem sua própria língua, valores, 
regras de comportamento e tradições; uma comunidade é um 
sistema social geral, no qual um grupo de pessoas vivem juntas, 
compartilham metas comuns e partilham certas responsabilidades 
umas com as outras. 
Cultura surda é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de se torná- 
lo acessível e habitável ajustando-os com as suas percepções visuais, que contribuem para a 
definição das identidades surdas e das “almas” das comunidades surdas. Isto significa que 
abrange a língua, as idéias, as crenças, os costumes e os hábitos de povo surdo. Descreve a 
pesquisadora surda: 
[...] As identidades surdas são construídas dentro das 
representações possíveis da cultura surda, elas moldam-se de 
acordo com maior ou menor receptividade cultural assumida pelo 
sujeito. E dentro dessa receptividade cultural, também surge aquela 
luta política ou consciência oposicional pela qual o individuo 
representa a si mesmo, se defende da homogeneização, dos 
aspectos que o tornam corpo menos habitável, da sensação de 
invalidez, de inclusão entre os deficientes, de menos valia social. 
 
 
 
 
49 
 
 
 
 
Surdo e D.A (Deficiente Auditivo) 
Deficiente auditivo ou surdo? Existe diferença? 
 
Muitos ficam na dúvida se devem dizer deficientes auditivosou surdos, mas afinal, 
qual o nome correto? 
Para surpresa de muitas pessoas, os dois nomes são corretos, e existem sim muitas 
diferenças entre eles e colocamos aqui algumas delas para entendermos um pouco 
melhor. 
O termo surdo é usado por aqueles que já nasceram surdos, portanto não consideram 
que possui alguma deficiência, para ele o fato de não ouvir é natural. Já a pessoa que 
perdeu a audição, seja em acidente ou alguma doença, usa-se o termo que na verdade 
hoje é pessoa com deficiência auditiva.Veja abaixo as principais diferenças entre os 
surdos e deficientes auditivos, quanto à vários fatores culturais. 
Deficiente Auditivo Surdo 
Não são usuários de LIBRAS São usuários de LIBRAS 
Mobilização em busca de aparelhos 
auditivos 
Mobilização na defesa da LIBRAS, da 
cultura e da comunidade surda 
Assistem televisão com fone sem fio Assistem TV através de Legenda 
São mais próximos dos ouvintes Usam telefone para surdos 
Conforto lingüístico ser oral-auditivo 
Utilizam sinalizadores luminosos para 
campainha, telefone, etc. 
Não participa nas associações de surdos Painéis eletrônicos 
Não aceita ser chamado de surdo 
Utilizam-se mais de imagens na 
interpretação e comunicação 
Presença de Interprete Oral-Facial Participa nas associações de surdos 
Gosta de ser chamado de deficiente 
auditivo 
 Não aceita ser chamado 
 deficiente auditivo 
 
 
 
 
 
50 
 
 
 
 
Laborrit (1994) diz: 
“Recuso-me a ser considerada excepcional, deficiente. 
Não sou. Sou surda. Para mim, a língua de sinais 
corresponde à minha voz, meu olhos são meus ouvidos. 
Sinceramente nada me falta, é a sociedade que me torna 
excepcional 
 
 
O termo errado é surdo-mudo 
O que é errado é o termo SURDO-MUDO, pois não existem pessoas surdas-mudas, só 
surdas, elas não falam porque não ouvem, mas muitos podem vir a falar, 
aprendendo em escolas próprias e com fonoaudiólogos, usando a técnica da leitura 
labial, eles podem desenvolver a fala como qualquer ouvinte. 
 
 
 
 
Conforme, Karin Lilian Strobel (professora e pesquisadora da UFSC): 
 
“ A sociedade não conhece nada sobre o povo surdo e, 
na maioria das vezes, fica com receio e apreensiva, 
sem saber como se relacionar com sujeitos surdos, ou 
tratam- nos de forma paternal, como “coitadinhos”, 
“que pena”, ou lida como se tivéssemos “uma doença 
contagiosa” ou de outra forma preconceituosa e outros 
estereótipos causados pela falta de conhecimento” 
 
 
Surdos, Surdo-mudos ou Deficientes auditivos? Será que a forma da nomeação 
faz alguma diferença para aqueles que não ouvem ou para a sociedade? 
Vamos debater essa questão no fórum, que 
tal? Aguardo os comentários de vocês. 
 
Figura 2 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Emmanuelle_Laborit 
 
Figura 3 http://editora-arara-
azul.com.br/site/admin/ckfinder/userfiles/files/2%C2%BA%20Artigo%20REVISTA%2017%20Is
rael%20Gon%C3%A7alves%20Cardoso.pdf 
 
Figura 4 http://www.editora-arara-azul.com.br/revista/03/perfil.php 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE II 
 
 
 
 
52 
 
 
 
 
2. CURIOSIDADE e FILMES? 
2.1 HISTÓRIAS DOS SURDOS NO MUNDO E EDUCAÇÃO DE SURDOS NO BRASIL 
 
Como começou a Educação de Surdos? Sobre História de Surdos, também a 
Educação de Surdos até hoje, está sempre mudando através dos tempos. Desde 
aproximadamente 500 anos atrás, constituem-se métodos de ensino para surdos, a 
educação através da Língua de Sinais, do Oralismo, e do Bimodalismo. Porém, essas 
propostas de ensino não ocorreram todas simultaneamente, cada uma ocorreu em 
diferentes períodos da história dos surdos. Vejamos agora, alguns dos principais 
educadores de surdos, e seus mt65étodos de ensino. 
Segundo Eriksson (1998), existem várias histórias que explicam o surgimento 
e desenvolvimento do conceito de surdo no mundo. Antes de Cristo, os surdos eram 
tidos como “deuses” ou seres diabólicos, os quais precisavam ser punidos. Na 
Antiguidade, os surdos, devido ao fato de não falarem, não eram considerados 
“humanos”, nem cidadãos, mas sim incapazes. Eram até mesmo proibidos de casar. 
Por isso não estudavam e não frequentavam escolas. A partir de 1500, na Idade 
Média, o médico italiano Girolamo Cardano (1501-1576), declarou que surdos 
poderiam ser ensinados a ler e a escrever sem a utilização da fala. 
Segundo Moura (2000), também existiram vários educadores de surdos na 
Europa. Dentre eles, Frei Pedro Ponce de Leon (1520-1584), monge espanhol, que 
ensinava surdos, filhos de famílias nobres a ler os lábios, falar, rezar, e conhecer as 
doutrinas do Cristianismo. Ensinava os surdos primogênitos das famílias nobres a 
falar para que tivessem direito à herança. 
 
Vejam agora os dois principais educadores com métodos diferentes: 
 
Abade Charles-Michel de L´Epée (1712- 1789), francês, dentre os educadores 
mencionados, merece grande destaque por ter sido o mais importante educador de 
surdos. Ensinou e apoiou os surdos, fundou a primeira escola pública, o Instituto 
Nacional para Surdos-Mudos em Paris, treinou inúmeros professores para alunos 
surdos, também criou métodos de ensino (chamado de Sinais Metódicos), sendo a 
maioria dos sinais ensinados com a primeira letra do alfabeto em francês, por 
exemplo, o sinal DIEU (Deus), com primeira letra D. Observe a figura que mostra a 
estátua de L´Epée fazendo sinal “Deus” com primeira letra D para criança surda. 
Figura 1: Charles-Michel de L´Epée (1712- 
1789) http://farm3.static.flickr.com/ 
 
 
 
 
53 
 
 
 
 
Não foi L´Epée quem inventou os sinais, nem o alfabeto manual. Ambos já 
existiam há muitos anos, porém não há registro exato. O alfabeto manual era utilizado 
pelos monges com o objetivo de se comunicarem na Igreja, porque necessitavam 
permanecer em silêncio. Porém, os surdos já se comunicavam através de sinais. 
Samuel Heinicke (1727- 1790), alemão, era contra a Língua de Sinais e a favor 
do oralismo. Fundou a primeira escola oral de surdos na Alemanha. 
 
Figura 2: Samuel Heinicke 
http://www.taubenschlag.de/cms_pics/Heinicke.gif 
 
 Apresento dois principais professores surdos: 
Jean Massieu (1772-1845), um dos primeiros professores 
surdos, francês, deu aula de Língua de Sinais no Instituto Nacional 
de Surdos-Mudos em Paris, durante 32 anos. Ela seria diretor do 
Instituto, mas foi afastado pelo médico Jean Itard. Deu aula em 
outras escolas francesas para surdos. 
Figura 3: Jean Massieu 
http://www.visuf.org/images/histoire/JeanMassieu_reduit.gif 
 
Laurent Clerc (1785 - 1869), um dos professores surdos, 
aprendeu Língua de Sinais na França, devido ao seu interesse pelo 
método utilizado no ensino da língua de sinais por L´Epée. Após, 
Clerc ministrou aulas de Língua de Sinais nos Estados Unidos. 
Figura 4: Laurent Clerc 
http://www.signgenius.com/famous-deaf-people/images/laurent- 
clerc.jpg 
Há aproximadamente 500 anos, discutiu-se sobre qual seria o melhor ensino a 
ser trabalhado com surdos: Língua de Sinais ou Oralismo. Algumas escolas de alguns 
países optaram pelo método da Língua de Sinais, outras, pelo Oralismo. 
No ano de 1880, foi realizado um Congresso Internacional em Milão com o 
objetivo de discutir o futuro da educação para os surdos. Foi questionado se o ensino 
deveria se dar em Língua de Sinais ou através do Oralismo. O método oralista venceu 
por vários motivos, dentre eles, devido à idéia de que sem fala não existe pensamento 
(filosofia aristotélica), etc. 
 
54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Local onde foi feito o Congresso em Milão, Itália. 
http://www.milan1880.com/milan1880congress/venuegallery/Resources/fntangleright.jpeg 
Após o Congresso de Milão, os EUA continuaram preservando a Língua de 
Sinais, porém, a Europa, bem como outros países de todo mundo, adotou o Oralismo 
puro em suas escolas, causa do afastamento de professores surdos, permanecendo 
apenas professores ouvintes. 
Durante aproximadamente 100 anos de predominância do Oralismo, foram 
obtidos poucos resultados quanto ao desenvolvimento da fala, pensamento e 
aprendizagem dos surdos. Além disso, a surdez era vista apenas em termos clínicos, 
tendo como preocupação o estudo da perda auditiva, o desenvolvimento da 
oralidade, a articulação, etc. A comunicação de surdos, através da Língua de Sinais, 
se dava em ambientes escondidos como, por exemplo, no banheiro, no pátio das 
escolas, nos quartos de internatos antes de dormir, e nos pontos de encontros de 
surdos. Devido a esse fato, a Língua de Sinais nunca se extinguiu, permanecendo 
como língua na vida dos surdos. 
 Agora observem os modelos educacionais na Educação de Surdos. 
No princípio da história de educação de surdos, os surdos eram considerados 
intelectualmente ‘inferiores’, por isso eram trancados em asilos. Quando 
perceberam que os sujeitos surdos tinham a capacidade de aprender, começaram a 
surgir pesquisas e experimentos de diferentes metodologias e formas adaptadas de 
ensino. 
Nesta unidade procuramos enfatizar quatro modelos educacionais na 
educação de surdos, presentes em maior ou menor intensidade nas escolas para 
surdos, que são: o Oralismo, a Comunicação Total, o Bilinguismo, a Pedagogia Surda. 
(STROBEL, 2008). 
 
Filmes Surdos 
Pesquisar alguns sites sobre a cultura surda e comunidade surda: 
https://culturasurda.net/category/filmes/page/2/ 
 
Assistir ao filme: “E seu nome é Jonas” 
 
 
 
 
 
 
55 
 
2.2 OS CINCOS PARÂMETROS DA LIBRAS 
Os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com um 
determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do 
corpo ou um espaço em frente ao corpo. Estas articulações das mãos, que podem ser 
comparadas aos fonemas e ás vezes aos morfemas, são chamadas de parâmetros, 
portanto, nas línguas de sinais podem ser encontrados os seguintes parâmetros: 
 Configuração da(s) mão(s): é a forma da(s) mão(s) presente no sinal. Na Libras 
há 64 configurações. Elas são feitas pela mão dominante (mão direita para os destros), 
ou pelas duas mãos dependendo do sinal. Veja o quadro de configurações e o quadro 
do alfabeto manual que é formado por algumas dessas configurações para representar 
as letras (grafemas) da língua portuguesa. Os sinais APRENDER, LARANJA e 
DESODORANTE-SPRAY têm a mesma configuração de mão e são realizados na testa, na 
boca e na axila, respectivamente. 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 Ponto de articulação: é o lugar onde incide a mão predominante configurada, 
podendo esta tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro vertical (do 
meio do corpo até á cabeça e horizontal (á frente do emissor). Os sinais TRBALHAR, 
BRINCAR, PAQUERAR são feitos no espaço neutro e os sinais ESQUECER, APRENDER e 
DECORAR são realizados na testa. Exemplos: 
 
 
56 
 
 Movimento: os sinais podem ter um movimento ou não. Os sinais citados acima 
têm movimento, como também os sinais RIR, CHORAR e CONHECER, mas AJOELHAR e 
EM-PÉ não têm movimento. Exemplos: 
 
 Orientação/ direcionalidade: os sinais têm uma direcionalidade com relação aos 
parâmetros acima. Assim, os verbos IR e VIR se opõem em relação á direcionalidade, 
como os verbos SUBIR e DESCER, ACENDER e APAGAR, ABRIR-PORTA e FECHAR-
PORTA. Exemplos: 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 
57 
 
 Expressão facial e/ou corporal: muitos sinais, além dos quatro parâmetros 
mencionados acima, em sua configuração têm como traço diferenciador também a 
expressão facial e/ou corporal, como os sinais ALEGRE e TRISTE. Há sinais feitos 
somente com a bochecha como LADRÃO, ATO-SEXUAL; sinais feitos com a mão e 
expressão facial, como o sinal BALA, e há ainda sinais em que sons e expressões faciais 
complementam os traços manuais, como os sinais HELICÓPTERO e MOTO. Exemplos: 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
Na combinação destes quatro parâmetros, ou cinco, tem-se o sinal. Falar com as 
mãos é, portanto, combinar estes elementos para formarem as palavras e estas 
formarem as frases em um contexto. 
Para conversar, em qualquer língua, não basta conhecer as palavras e articulá-las 
adequadamente, é preciso aprender as regras gramaticais de combinação destas 
palavras em frases e serão estas regras gramaticais que iremos ver aos poucos em cada 
unidade desse livro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
Configurações de Mãos da Libras 
 Veja as imagens a seguir, referentes às quantidades de configurações de 
mãos: 
 
 
 
 
 
Veja o vídeo na SIGGA 
JOGO DE CONFIGURAÇÃO DA MÃO 
 
 
59 
 
 
 
Fonte: http://tertuliasdelibras.blogspot.com.br/2015/11/configuracoes-de-maos.html. 
 
 
60 
 
2.3 LOCALIZAÇÃO: UFERSA - CAMPUS CARAÚBAS RN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COPA BLOCO: SALA DE PROFESSORES 
BLOCO: CENTRO ADMINISTRATIVO BIBLIOTECA 
CENTRO DE CONVIVÊNCIA XEROX 
CENTRAL DE AULA I CENTRAL DE AULA II 
TRANSPORTE LABORATÓRIO 
 
61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Fotografia propria. 
 
 
 
LLOOCCAALLIIZZAAÇÇÃÃOO ““OOnnddee””?? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRATICANDO... 
A) OI, TUDO BEM? 
B) OI, TUDO BEM! 
A) VOCÊ ESTUDAR ONDE? 
B) SALA 16 LÁ DIRETA 
A) SIMESTRE? QUAL CURSO? 
B) 1 SIMESTRE, EU CURSO LETRAS INGÊS, VOCÊ ESTUDAR ONDE? 
A) EU ESTUDAR 3 SIMESTRE, CURSO LETRAS LIBRAS SALA 13, LÁ 
ESQUERDA 
B)BO@ LEGAL! 
Aluno A Aluno B 
SALA 12 - SALA 15 - 
SALA 13- SALA 16- 
SALA 14 - SALA 16 - 
SALA DE REUNIÃO 
LABORATÓRIO 
RESTAURANTE 
UNIVERSITÁRIO 
RESTAURANTE 
UNIVERSITÁRIO 
SALA REUNIÃO 
 
62 
 
 2.4 LIBRAS EM CONTEXTO: PROFISSÃO – EMPREGO 
 
 
 
 
Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja o vídeo no SIGGA: 
Sinais – Profissão e etc. 
 
 
 
 
 
63 
 
2.5 CLASSIFICADORES EM LIBRAS: FORMAS, ADJETIVOS,PESSOAS, 
COISAS E VEICULOS 
Características: 
a) Formas e adjetivos: 
As diferenças entre verbos classificadores e adjetivos descritivos de várias formas 
 
 
 
 
b) Pessoas, coisas e veículos: 
A configuração de mão é uma marca de concordância de gênero: PESSOA, 
ANIMAL, COISA, VEÍCULO. Verbos que possuem concordância de gênero são 
chamados de verbo classificador porque concorda com o sujeito ou objeto da 
frase. Como, por exemplo, o verbo CAIR que, dependendo do sujeito da frase, 
terá uma configuração para concordar com a pessoa, a coisa, o animal ou o 
veículo: 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
 
 
2.6 LIBRAS EM CONTEXTO: FAMÍLIA /SAÚDE/HOSPITAL 
 
 
 Fonte: https://www.librasgerais.com.br/materiais-inclusivos/downloads/libras-
contexto-estudante.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja no SIGAA: 
Sinais – Família, Saúde e Hospital 
 
. 
 
 
 
 
65 
 
 
 
 
 2.7 LIBRAS EM CONTEXTO: FRUTAS66 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: CLEBER COUTO, 1 EDIÇÃO (2005) 
 
67 
 
 CORES E VESTUÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAemksAC/apos-cores 
 
68 
 
 
 
 SINAIS RELACIONADOS A VESTUÁRIO 
 
As descriações visuais podem ser captadas de acordo com as imagens dos objetos 
animados ou inanimados. Observam-se aspectos tais como: tamanho, 
textura,paladar,tato,cheiro,”olhar”,sentimentos ou formas visuais,bem como a 
localização e a ação incorporada ao classificador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
 
 
SABIA MAIS! 
 “As Feneis e as Associações de Surdos no Brasil” 
 
 
 
 
 
 
 FEDERAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E INTEGRAÇÃO DOS SURDOS 
 
A FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos) é uma entidade 
filantrópica, sem fins lucrativos com finalidade sócio-cultural, assistencial e 
educacional que tem por objetivo a defesa e a luta dos direitos da Comunidade Surda 
Brasileira. É filiada a Federação Mundial dos Surdos e suas atividades foram 
reconhecidas como de Utilidade Pública Federal, Estadual e Municipal. 
 
 FEDERAÇÃO MUNDIAL DE SURDOS(WORLD FEDERATION OF THE DEAF, W 
 
Federação Mundial de Surdos (World Federation of the Deaf, WFD) é uma organização 
internacional não-governamental, sem fins lucrativos que representa, 
aproximadamente 70 milhões de pessoas surdas em 127 países, todo o mundo. 
Foi estabelecida em Roma, em 1951. 
Crê-se que mais de 80% dos 70 milhões de surdos existentes no mundo, vivam nos 
países em desenvolvimento, onde as autoridades raramente são familiarizadas com as 
necessidades e desejos dos surdos. Reconhecida pela Organização das Nações Unidas 
trabalha em estreita colaboração com as Nações Unidas e as suas várias agências, na 
promoção dos direitos humanos das pessoas surdas, de acordo com os princípios e 
 
70 
 
objectivos da Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Quando necessário, utiliza medidadas especiais (legai, administrativas) para garantir 
que as pessoas surdas em todos os países tenham o direito de manter as suas próprias 
línguas gestuais, organizações culturais e outras actividades. Os seus principais 
objectivos são: os surdos nos países em desenvolvimento; o direito à língua gestual; a 
igualdade de oportunidades em todas as esferas da vida, incluindo o acesso à 
educação e à informação. 
 
 HISTÓRIA 
 
A FENEIS foi fundada em 1977 (FENEIDA, como era chamada na ocasião, era 
constituida apenas por pessoas ouvintes). 
Em 1987 foi reestruturado o estatuto da instituição, que passou a ter o nome 
Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos - Feneis. 
Com incentivos da Coordenadoria Nacional para a Integração de Pessoas Portadoras 
de Deficiência - CORDE, do Ministério da Justiça, foram realizadas conferências para a 
inserção de surdos no mercado de trabalho. Hoje empregam mais de seiscentos 
surdos. 
 
 TRABALHO 
 
Desde de sua fundação, o seu maior propósito tem sido divulgar a Libras-Língua 
Brasileira de Sinais. Ao longo dos anos, a Federação esteve envolvida em várias 
atividades como: encontros, seminários, cursos e outros trabalhos que sempre visaram 
esclarecer para a sociedade em geral, a importância de respeitarem a forma de 
comunicação da Comunidade Surda, a sua cultura e porque não dizer a sua história de 
evolução, enquanto minoria lingüística, que há séculos vem lutando pelo seu espaço e 
o reconhecimento de direitos que lhe são inerentes. 
Importantes vitórias foram alcançadas com a oficialização e a regulamentação da 
Libras. Mas não podemos parar por aqui. Precisamos continuar lutando por uma 
educação de qualidade, pelo direito de acessibilidade a qualquer tipo de informação e 
a conquista de novas oportunidades no mercado de trabalho para os Surdos. 
 
A Federação vem fazendo a sua parte, com o apoio de seus escritórios regionais e de 
seu quadro de filiadas que, aliados ao mesmo objetivo vem buscando qualificar suas 
atividades para atenderem da melhor forma possível as demandas da Comunidade 
Surda Brasileira. 
 
 
 
 REGIONAIS 
 
A Feneis desde sua fundação tem como meta disseminar a Libras-Língua Brasileira de 
Sinais pelo Brasil. Partindo deste pressuposto, vem lutando pelos direitos dos Surdos, 
realizando encontros e seminários, divulgando e debatendo assuntos não somente 
relacionados a importância da Libras, como forma de comunicação dos Surdos, mas 
também sobre outras áreas de interesse da Comunidade Surda. Mas, atingir todo o
 
71 
 
território nacional, constituía-se como uma tarefa difícil e ao mesmo tempo um desafio 
e um sonho a se conquistar. Pensando na importância de expandir os trabalhos da 
Federação e, assim garantir o atendimento das demandas dos Surdos de outros estados, 
foram criados escritórios regionais. O apoio e as atividades que realizam reforçam os 
objetivos da Feneis e assim nos somamos por todo o Brasil, criando uma rede de 
informação e serviços de forma sempre a atender da melhor forma possível os que nos 
procuram. 
 
LISTA DOS ESCRITÓRIOS REGIONAIS 
 
 Feneis-BH - Belo Horizonte 
 Feneis-PR - Curitiba 
 Feneis-DF - Distrito Federal 
 Feneis-CE - Fortaleza 
 Feneis-AM - Manaus 
 Feneis-PE - Recife 
 Feneis-RS - Porto Alegre 
 Feneis-RJ - Rio de Janeiro 
 Feneis-SP - São Paulo 
 Feneis-MG - Teófilo Otoni (MG) 
 Feneis-SC - Santa Catatina 
 
LIGAÇÕES EXTERNAS E REFERÊNCIAS 
 
 Site Oficial 
 Surdosol - mais informações 
 História 
 Histórico até 1988 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE III 
 
73 
 
3.1 LEGISLAÇÃO DE LIBRAS 
 
 
 
LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002. 
 
 
Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira 
de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. 
 
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de 
comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, 
com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de 
idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. 
 
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas 
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e 
difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de 
utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. 
 
Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de 
assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos 
portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor. 
 
74 
 
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais 
e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação 
Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do 
ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente. 
 
Parágrafoúnico. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a 
modalidade escrita da língua portuguesa. 
 
Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da Independência e 114o da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Paulo Renato Souza 
 
Texto publicado no D.O.U. de 25.4.2002 
 
DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso 
IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 10.436, de 24 de abril de 
2002, e no art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, 
 
DECRETA: 
CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, e o art. 18 da 
Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. 
 
Art. 2o Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda 
auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, 
manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - 
Libras. 
 
75 
 
Parágrafo único. Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de 
quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 
500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. 
 
CAPÍTULO II 
 
DA INCLUSÃO DA LIBRAS COMO DISCIPLINA CURRICULAR 
 
Art. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de 
formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e 
nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do 
sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios. 
 
§ 1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso 
normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de 
Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais 
da educação para o exercício do magistério. 
 
§ 2o A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de 
educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste 
Decreto. 
 
CAPÍTULO III 
 
DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LIBRAS E DO INSTRUTOR DE LIBRAS 
 
Art. 4o A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do ensino 
fundamental, no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível 
superior, em curso de graduação de licenciatura plena em Letras: Libras ou em Letras: 
Libras/Língua Portuguesa como segunda língua. 
 
Parágrafo único. As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos 
no caput. 
 
Art. 5o A formação de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos 
anos iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou 
curso normal superior, em que Libras e Língua Portuguesa escrita tenham constituído 
línguas de instrução, viabilizando a formação bilíngüe. 
 
§ 1o Admite-se como formação mínima de docentes para o ensino de Libras na 
educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, a formação ofertada em 
nível médio na modalidade normal, que viabilizar a formação bilíngüe, referida no 
caput. 
 
§ 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. 
 
76 
 
Art. 6o A formação de instrutor de Libras, em nível médio, deve ser realizada por meio 
de: 
 
I - cursos de educação profissional; 
 
II - cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior; e 
 
III - cursos de formação continuada promovidos por instituições credenciadas por 
secretarias de educação. 
 
§ 1o A formação do instrutor de Libras pode ser realizada também por organizações da 
sociedade civil representativa da comunidade surda, desde que o certificado seja 
convalidado por pelo menos uma das instituições referidas nos incisos II e III. 
 
§ 2o As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput. 
 
Art. 7o Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja 
docente com título de pós-graduação ou de graduação em Libras para o ensino dessa 
disciplina em cursos de educação superior, ela poderá ser ministrada por profissionais 
que apresentem pelo menos um dos seguintes perfis: 
 
I - professor de Libras, usuário dessa língua com curso de pós-graduação ou com 
formação superior e certificado de proficiência em Libras, obtido por meio de exame 
promovido pelo Ministério da Educação; 
 
II - instrutor de Libras, usuário dessa língua com formação de nível médio e com 
certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras, promovido pelo 
Ministério da Educação; 
 
III - professor ouvinte bilíngüe: Libras - Língua Portuguesa, com pós-graduação ou 
formação superior e com certificado obtido por meio de exame de proficiência em 
Libras, promovido pelo Ministério da Educação. 
 
§ 1o Nos casos previstos nos incisos I e II, as pessoas surdas terão prioridade para 
ministrar a disciplina de Libras. 
 
§ 2o A partir de um ano da publicação deste Decreto, os sistemas e as instituições de 
ensino da educação básica e as de educação superior devem incluir o professor de 
Libras em seu quadro do magistério. 
 
Art. 8o O exame de proficiência em Libras, referido no art. 7o, deve avaliar a fluência 
no uso, o conhecimento e a competência para o ensino dessa língua. 
 
§ 1o O exame de proficiência em Libras deve ser promovido, anualmente, pelo 
Ministério da Educação e instituições de educação superior por ele credenciadas para 
essa finalidade. 
 
77 
 
§ 2o A certificação de proficiência em Libras habilitará o instrutor ou o professor para a 
função docente. 
 
§ 3o O exame de proficiência em Libras deve ser realizado por banca examinadora de 
amplo conhecimento em Libras, constituída por docentes surdos e lingüistas de 
instituições de educação superior. 
 
Art. 9o A partir da publicação deste Decreto, as instituições de ensino médio que 
oferecem cursos de formação para o magistério na modalidade normal e as 
instituições de educação superior que oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de 
formação de professores devem incluir Libras como disciplina curricular, nos seguintes 
prazos e percentuais mínimos: 
 
I - até três anos, em vinte por cento dos cursos da instituição; 
 
II - até cinco anos, em sessenta por cento dos cursos da instituição; 
III - até sete anos, em oitenta por cento dos cursos da instituição; e 
IV - dez anos, em cem por cento dos cursos da instituição. 
Parágrafo único. O processo de inclusão da Libras como disciplina curricular deve 
iniciar-se nos cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, 
ampliando-se progressivamente para as demais licenciaturas. 
 
Art. 10. As instituições de educação superior devem incluir a Libras como objeto de 
ensino, pesquisa e extensão nos cursos de formação de professores para a educação 
básica, nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Interpretação de 
Libras - Língua Portuguesa. 
 
Art. 11. O Ministério da Educação promoverá, a partir da publicação deste Decreto, 
programas específicos para a criação de cursos de graduação: 
 
I - para formação de professores surdos e ouvintes, para a educação infantil e anos 
iniciais do ensino fundamental, que viabilize a educação bilíngüe: Libras - Língua 
Portuguesa como segunda língua; 
 
II - de licenciatura em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua Portuguesa, como 
segunda língua para surdos; 
 
III - de formação em Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa. 
 
Art. 12. As instituições de educação superior, principalmente as que ofertam cursos de 
Educação Especial, Pedagogia e Letras, devem viabilizar

Continue navegando