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REVISÃO DIÁRIA Nº 14 PAI QUE ESPANCA O FILHO COMO SUSTENTAR A ILEGALIDADE DA PRISÃO TEMPORÁRIA EM PROVA SUBJETIVA

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https://www.facebook.com/professormauriciomoitinho/ 
 
LEGENDAS PARA FACILITAR SEU ESTUDO: 
DETALHE IMPORTANTE PARA VOCÊ MATAR A QUESTÃO 
CUIDADO PEGADINHA (ELES QUEREM TE CONFUNDIR) 
DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA/JURISPRUDENCIAL 
SÚMULA 
INFORMATIVO DO STJ OU DO STF 
 
 
 
APOSTILA DA REVISÃO DIÁRIA Nº 14, CUIDADO COM O QUE 
DIZEM OS JORNAIS EM TEMAS DE GRANDE REPERCUSSÃO, 
PARA NÃO SE ATRAPALHAR NA HORA DA PROVA. 
 
Vamos aprofundar um pouco o ESTUDO POLÊMICO CASO DO VIGILANTE QUE 
ESPANCOU A FILHA COM UM CINTO, e que causou grande comoção nacional nas redes 
sociais e programas jornalísticos no final de 2015. 
 
COMO VOCÊ DEFENDERIA A ILEGALIDADE DA PRISÃO TEMPORÁRIA QUE FOI 
DECRETADA CONTRA ELE, se este fosse o caso prático da sua prova de segunda fase 
para Defensor Público? Também poderia ser o seu parecer do MP numa segunda fase, 
ou por fim a sua decisão na representação formulada pela autoridade policial, na prova 
para a magistratura. 
 
CASO PRÁTICO, extraído da notícia em anexo: “A Polícia Civil prendeu na noite desta 
quarta-feira (30) o vigilante de 31 anos suspeito de agredir a filha de 3 anos em Franco 
da Rocha, na Grande São Paulo. Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou um 
homem batendo na criança, chegando a usar um cinto para atingir a menina. 
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De acordo com a Delegacia Seccional de Franco da Rocha, o suspeito foi preso na cidade 
vizinha de Francisco Morato, por volta das 22h, depois que a Justiça emitiu um mandado 
de prisão temporária contra ele. Ele foi levado para a Delegacia de Investigações Sobre 
Entopercentes (Dise) de Franco da Rocha. 
 
A mãe registrou as imagens e levou o vídeo para a polícia em 15 de dezembro. Ela disse 
que o pai chegou a enrolar o cinto no pescoço da criança, segundo informações de 
policiais. No boletim de ocorrência não consta o motivo da agressão. A mãe contou na 
delegacia que ele já havia agredido a menina em outras ocasiões, por isso decidiu 
filmar.”, trecho da notícia extraído do link http://g1.globo.com/sao-
paulo/noticia/2015/12/vigilante-que-bateu-na-filha-de-3-anos-na-grande-sp-e-detido-
pela-policia.html?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-
desktop&utm_campaign=share-bar 
 
QUESTÃO DA SUA PROVA: AVALIE A LEGALIDADE DA PRISÃO TEMPORÁRIA 
DECRETADA NO CASO ACIMA. 
 
NÃO CABIMENTO DA PRISÃO TEMPORÁRIA, fundamentos: 
 
FUNDAMENTO Nº 01: a decretação da prisão temporária foi ilegal, pois ela SÓ CABE 
PARA OS CRIMES ESPECIFICADOS no Art. 1º da Lei 8.072/90 ( xxxxx), os a eles 
equiparados (terrorismo, tortura, e tráfico de drogas), e APENAS NOS CRIMES 
PREVISTOS no Art. 1º da Lei 7.960/89 (zzzzzz). 
 
Não houve tentativa de homicídio, pois o rapaz (Paciente) PAROU DE DAR AS CINTADAS 
ESPONTANEAMENTE, ou seja por sua vontade própria. Só há tentativa de homicídio 
quando: 
 
“Iniciadas as agressões físicas, a morte apenas não ocorre por fatos que independem da 
vontade do autor do crime” (Art. 14, II combinado com o Art. 121 do Código Penal). 
 
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Exemplo: caso a polícia tivesse sido acionada, e chegado ENQUANTO ELE AGREDIA A 
CRIANÇA, ou se a mãe tivesse pego uma faca e defendido a criança impedindo o 
homicídio de se consumar, etc, poderíamos COGITAR a existência de tentativa de 
homicídio. 
 
Também não houve tortura, pois o crime de tortura está previsto no Art. 1º, II da Lei 
9.455/97: 
 
“II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência 
ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo 
pessoal ou medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos.” 
 
A notícia não diz se o elemento subjetivo do tipo, ou o especial fim de agir foi “PARA 
APLICAR CASTIGO PESSOAL”, elemento subjetivo específico (que demonstra uma 
intenção ou finalidade particular do agente). 
 
Pelo contrário, ela diz que “no Boletim de Ocorrência não constam os motivos da 
agressão”. 
 
Se não estão presentes todos os elementos descritivos do crime, não houve o crime de 
tortura, devendo o rapaz responder apenas pelos atos de violência praticados (maus 
tratos simples). 
 
Resumindo: ou a vítima foi “submetida a intenso sofrimento PARA APLICAR CASTIGO”, 
e haverá crime de tortura (ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO), ou ela foi submetida a 
intenso sofrimento por qualquer outro motivo, e poderá haver outro crime, mas não 
este. 
 
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OBS – PERCEBA QUE é preciso que você na prova PRESTE MUITA ATENÇÃO 
NOS DETALHES DO CRIME NARRADO NA QUESTÃO, e não se deixe levar pelas 
suas convicções pessoais ou repugnância que o crime te cause. 
 
Um erro de interpretação, e toda a construção da sua argumentação tomaria 
outro direcionamento, e você correria o risco de não somar pontos suficientes 
para a aprovação, ou até de errar a peça! JAMAIS FAÇA CONJECTURAS EM 
PROVAS. 
 
FUNDAMENTO Nº 02: “NÃO CABE A DECRETAÇÃO DA PRISÃO TEMPORÁRIA, por 
ausência dos motivos que autorizem a sua decretação...” Quais são estes motivos? 
 
“Art. 1° Caberá prisão temporária: 
 
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; 
 
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários 
ao esclarecimento de sua identidade; 
 
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na 
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:” 
 
É que tanto o Superior Tribunal Justiça e do Supremo Tribunal Federal entendem que 
não basta que o crime esteja entre aqueles em que cabe a prisão temporária, pois ela 
visa a garantir a conclusão das investigações, para que o Delegado de Polícia as 
encaminhe ao Promotor de Justiça. 
 
Vamos destrinchar os dois requisitos à luz do caso concreto? 
 
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I – não há imprescindibilidade para as investigações a serem realizadas no inquérito 
policial, pois: A) a polícia já possui o vídeo; B) a criança será de imediato submetida a 
exame de corpo de delito, um dos vários deveres da autoridade policial previsto no Art. 
6º do CPP, sob pena de nulidade, (Art. 564, III, “b” do CPP; C) a testemunha presencial 
já pôde ser ouvida. 
 
Que mais falta para o delegado encerrar as investigações, e encaminhar o caso ao 
Promotor de Justiça? 
 
Não falta nada, então não cabe a decretação da prisão temporária! 
 
Por outro lado, existem outras medidas menos drásticas para viabilizar a realização de 
eventuais investigações no inquérito policial, como por exemplo a colheita de 
depoimento de outros parentes, etc. 
 
São as medidas de proteção à criança previstas no ECA, que podem ser requeridas pela 
autoridade policial ou Conselho Tutelar ao juiz.Logo, se há outras medidas menos graves a viabilizar as investigações, a prisão 
temporária NÃO É IMPRESCINDÍVEL. 
 
II – o Réu tem residência fixa. 
 
Perceba que à luz do caso concreto, pode ser que a prisão preventiva ou até mesmo a 
prisão temporária caibam, se nos documentos do processo constem mais informações 
do que os veiculados na notícia, e que indiquem que o crime foi de tortura. 
Porém, no concurso, tudo dependerá dos detalhes do enunciado da questão. 
Porém, levando-se em consideração o que consta na notícia e da forma como 
foi informado pelo site, a prisão foi ilegal, e estas seriam as ilegalidades a 
serem combatidas na sua prova.

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