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Controle aula (6)

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Aula 03 
Controle Externo para Auditor de Controle Externo e Auxiliar de 
Controle Externo do TCE/PA 
Aula 03 
Professor: Pedro Guimarães 
 
 
 
 
 
Fala pessoal !! 
 
 
Hoje veremos o seguinte assunto: 
 
 Disposições da CF/88 sobre os Tribunais de Contas (parte 2). 
 
Após essa aula nós teremos matado praticamente todo o assunto referente às 
disposições constitucionais sobre o Controle Externo. Tendo visto tudo isso, 
ficará muito mais fácil de aprendermos os detalhes específicos do controle 
externo do âmbito estadual, aplicáveis ao TCE/PA. 
 
Bons estudos !! 
 
Tópicos da Aula 
 
1. Competências constitucionais (continuação) ................................................. 4 
1.1 Realizar inspeções e auditorias .............................................................. 4 
1.2 Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais ....................... 8 
1.3 Fiscalizar a aplicação de recursos transferidos pela União mediante convênio, 
acordo, ajuste ou instrumentos congêneres ............................................. 10 
1.4 Prestar informações solicitadas pelo Congresso Nacional ........................... 15 
1.5 Aplicar sanções previstas em lei em caso de irregularidade ....................... 18 
1.6 Assinar prazo para cumprimento da lei .................................................. 21 
1.7 Sustar a execução de ato impugnado .................................................... 23 
1.8 Representar ao poder competente sobre irregularidades ........................... 29 
1.9 Encaminhar relatório de atividades ao Congresso Nacional ........................ 29 
1.10 Pronunciar-se conclusivamente sobre despesas não autorizadas ............... 31 
1.11 Decidir sobre denúncias ..................................................................... 34 
1.12 Efetuar o cálculo das quotas e fiscalizar a entrega dos recursos do FPE e do 
FPM ....................................................................................................... 35 
Aula 03 – Controle Externo para TCE/PA 
2. Sede e composição do Tribunal ................................................................. 38 
2.1 Ministros ........................................................................................... 39 
2.2 Auditores (ou Ministros Substitutos) ...................................................... 43 
3. Mais exercícios comentados ...................................................................... 48 
4. LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ............................................ 55 
5. GABARITO ............................................................................................. 65 
 
 
Disposições da CF/88 sobre os Tribunais de Contas (parte 2) 
 
Nessa aula continuaremos a estudar as competências atribuídas pela 
Constituição aos tribunais de contas. Tais dispositivos compreendem o art. 70 
da CF/88 e outros trechos esparsos, que detalharemos adiante nesta aula. 
Veremos, ainda, os dispositivos sobre a sede e composição do TCU, que estão 
dispostos no art. 73 da Constituição. Vamos em frente! 
 
Competências constitucionais (continuação) 
 
Realizar inspeções e auditorias 
 
CF 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado 
Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de 
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas 
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e 
demais entidades referidas no inciso II; 
 
Esse inciso diz respeito à função fiscalizadora do TCU. Vimos que o art. 70 
dispõe que cabe ao controle externo realizar a fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da 
administração direta e indireta. 
 
Para realizar tal função o TCU dispõe de instrumentos de fiscalização. A CF cita 
expressamente as inspeções e as auditorias, porém o TCU dispõe, ainda, dos 
seguintes instrumentos (de acordo com o RITCU): monitoramento, 
levantamento e acompanhamento. 
 
De acordo com o dispositivo constitucional, a fiscalização que compete ao TCU 
pode ser exercida por iniciativa própria ou por solicitação da Câmara dos 
Deputados, do Senado Federal ou de Comissão (sejam elas comissões técnicas 
ou de inquérito). 
 
A capacidade de exercer fiscalização por iniciativa própria é uma das garantias 
que conferem independência de atuação aos tribunais de contas. Afinal, se o 
TCU só pudesse atuar quando provocado, perderia parte da autonomia que lhe 
foi conferida pela própria CF. 
 
Já quando a solicitação de realização de fiscalização vem do Congresso 
Nacional, o RITCU determina que tal pedido deve ser apreciado em caráter de 
urgência. Dentro do CN, vejamos quem possui competência para solicitar a 
realização de auditorias e inspeções ao TCU: 
 
 Presidente do Senado Federal 
 Presidente da Câmara dos Deputados 
 Presidentes de comissões do Congresso Nacional, do Senado Federal ou 
da Câmara dos Deputados, quando por elas aprovadas 
 
Vale observar que um parlamentar, sozinho, não pode solicitar ao TCU que 
realize auditoria ou inspeção. Caso queira, deve submeter seu pedido a alguma 
comissão ou ao Presidente de alguma das Casas Legislativas. 
 
 
 
1. (CESPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo /2012) O 
Tribunal de Contas da União (TCU) poderá realizar — por iniciativa 
própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de comissão 
técnica ou de inquérito — inspeções e auditorias de natureza contábil, 
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades 
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. 
 
Questão pra fixarmos o dispositivo constitucional. O TCU tem a competência de 
realizar inspeções e auditorias de natureza COFOP (contábil, orçamentária, 
financeira, operacional e patrimonial) nas unidades administrativas de seus 
jurisdicionados. 
 
Essa fiscalização pode ser realizada tanto por iniciativa própria, quanto por 
solicitação do Congresso Nacional. Dentro do CN, vamos relembrar quem pode 
solicitar a realização de auditorias e inspeções: 
 
• Presidente do Senado Federal 
• Presidente da Câmara dos Deputados 
• Presidentes de comissões do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da 
Câmara dos Deputados, quando por elas aprovadas 
 
Item certo. 
 
2. (CESPE/TCU – TFCE/2009) Texto da questão: As sindicâncias já 
instaladas no Senado incluem a que investiga as empresas que 
intermediavam empréstimos consignados para servidores e as 
auditorias do TCU sobre os contratos e a folha de pagamento da 
instituição. As cobranças da sociedade por mais transparência 
aumentam a pressão para que sejam divulgados todos os gastos da 
Casa. O Globo, 28/6/2009, p. 8 (com adaptações). 
 
As auditorias mencionadas no primeiro texto inscrevem-se entre as 
competências do TCU, fixadas constitucionalmente, entre as quais está 
a de realizar, por iniciativa própria ou não, inspeções e auditorias de 
naturezas contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial 
nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário. 
 
Em decorrência de sua competência fiscalizatória, ao TCU incumbe realizar 
auditorias nas unidades administrativas jurisdicionadas ao Tribunal. 
 
Tais auditorias podem ser realizadas tanto por solicitação do Congresso 
Nacional (Presidente do Senado, Presidente da Câmara ou Presidentes de 
comissões) quanto por iniciativa própria, assim como dito na questão.Item certo. 
 
3. (CESPE/TCU – TFCE/2009) Apesar de ser órgão que auxilia o Poder 
Legislativo no controle externo, o TCU pode realizar, por iniciativa 
própria, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas 
dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. 
 
É isso aí. A CF dispõe que o controle externo está a cargo do Congresso 
Nacional, com o auxílio do TCU. Apesar disso, o TCU tem competência para, por 
iniciativa própria, realizar inspeções e auditorias nas unidades administrativas 
dos três Poderes. 
 
Vale lembrar das naturezas das fiscalizações realizadas pelo TCU: contábil, 
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial (COFOP). 
 
Item certo. 
 
4. (CESPE/TCE-RN – Assessor Técnico Jurídico/2009) Como órgão que 
auxilia a Assembleia Legislativa do estado no controle externo da 
administração pública, o TCE/RN tem competência para realizar 
inspeções e auditorias de natureza financeira, contábil, orçamentária, 
operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes 
Executivo e Judiciário, desde que tal providência seja deflagrada 
apenas por iniciativa da Assembleia Legislativa. 
 
Em respeito ao princípio da simetria, os tribunais de contas estaduais têm a 
competência de realizar auditorias e inspeções por iniciativa própria ou por 
solicitação do Poder Legislativo. Assim como no âmbito federal, onde o 
Congresso Nacional pode solicitar a realização de fiscalização ao TCU, nos 
estados as Assembleias Legislativas também podem fazer essa solicitação aos 
TCE’s. Veremos na próxima aula que a Constituição do Estado do Pará fala 
exatamente sobre isso! 
 
A questão, porém, erra ao dizer que as auditorias e inspeções só podem ser 
realizadas quando houver solicitação da Assembleia Legislativa. Os Tribunais de 
Contas dos Estados são competentes para, por iniciativa própria, utilizar esses 
instrumentos de fiscalização. 
 
Item errado. 
 
5. (CESPE/TJ-ES – Juiz/2011) Compete ao Tribunal de Contas da União 
realizar, somente por iniciativa própria ou da comissão mista 
permanente de deputados e senadores responsável pela apreciação e 
execução das leis orçamentárias, inspeções e auditorias de natureza 
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nas 
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e 
Judiciário. 
 
De acordo com a CF, as auditorias e inspeções do TCU podem ser realizadas por 
iniciativa do próprio Tribunal ou por solicitação da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal ou de Comissão técnica ou de inquérito. 
 
Reparem que qualquer comissão técnica ou de inquérito, de qualquer das Casas 
Legislativas, pode solicitar a realização de fiscalização. A questão restringiu 
essa prerrogativa a apenas uma comissão, tornando a questão errada. 
 
Item errado. 
 
 
 
Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais 
 
CF 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo 
capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do 
tratado constitutivo; 
 
Competência também inserida na função fiscalizatória. Cabe ao TCU fiscalizar 
apenas as contas nacionais das empresas supranacionais em que haja 
participação da União. 
 
O último trecho do inciso também é importante. O TCU é competente para 
fiscalizar apenas nos termos do tratado constitutivo da empresa supranacional. 
Se esse tratado não contar com previsão a respeito da fiscalização do TCU, não 
compete a ele atuar sobre a empresa. 
 
 
 
6. (CESPE/TCU – AUFC/2013) Compete ao TCU auxiliar o Congresso 
Nacional a exercer a fiscalização das contas nacionais das empresas 
supranacionais de cujo capital a União participe, desde que a 
participação se dê de forma direta 
 
A Constituição dispõe que compete ao TCU fiscalizar as contas nacionais das 
empresas supranacionais de cujo capital social a União participe. Tal 
participação, nos termos da CF, pode ser de forma direta ou indireta (ao 
contrário do que diz a questão). 
 
Item errado. 
 
7. (CESPE/TCE-AC – ACE/2008) O TCU tem competência para fiscalizar 
as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social 
a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do que consta 
como sendo empresa controlada. 
 
De acordo com a Constituição, compete ao TCU fiscalizar as contas nacionais 
das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma 
direta ou indireta. Entretanto, a CF dispõe que tal fiscalização é realizada nos 
termos do tratado constitutivo, ao contrário do que o item trouxe. 
 
A questão diz que é nos “termos do que consta como sendo empresa 
controlada”. Não deu pra entender muito bem o que o Cespe quis dizer, mas se 
ele tentou fazer uma pegadinha no sentido de que a empresa supranacional 
tem que ser controlada pela União para que o TCU tenha a competência de 
fiscalizar suas contas, também conseguiu tornar a questão errada. 
 
Independentemente de a participação da União ser majoritária ou minoritária, o 
TCU é competente para fiscalizar as contas nacionais das empresas 
supranacionais de cujo capital a União participe, nos termos do tratado 
constitutivo. 
 
Item errado. 
 
8. (CESPE/MPE-RR – Promotor de Justiça/2012) De acordo com a CF, o 
TCU tem competência para julgar as contas dos administradores e 
demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, assim 
como para fiscalizar as contas das empresas supranacionais de cujo 
capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos 
do tratado constitutivo. 
 
Questão que traz duas competências que vimos na aula. A primeira é a 
competência do TCU de julgar as contas dos administradores e demais 
responsáveis por recursos públicos federais. A outra é a relacionada à 
fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais onde haja 
participação da União. Lembrando que essa fiscalização do TCU é realizada nos 
termos do tratado constitutivo da empresa supranacional. 
 
Item certo. 
 
 
 
Fiscalizar a aplicação de recursos transferidos pela União mediante 
convênio, acordo, ajuste ou instrumentos congêneres 
 
CF 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União 
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a 
Estado, ao Distrito Federal ou a Município; 
 
Quando a União transfere recursos aos demais entes por meio de convênio, 
acordo, ajuste ou outros instrumentos, realiza transferências voluntárias para a 
consecução de objetivos de interesse mútuo. Já quando a União obedece a 
Constituição e transfere recursos destinados previamente aos demais entes, 
realiza transferências constitucionais obrigatórias. Todavia, há diferença na 
atuação do TCU na fiscalização desses dois tipos de transferência. 
 
Transferências voluntárias: 
 
O TCU fiscaliza a entrega e a aplicação dos recursos repassados por meio de 
transferências voluntárias a outros entes, por intermédio de convênios ou 
outros instrumentos congêneres. Afinal de contas, tais recursos repassados pela 
União não deixam de ser federais e devem ser controlados pelo TCU. 
 
Transferências constitucionais obrigatórias: 
 
No caso das transferências constitucionais obrigatórias (como o Fundo de 
Participação dos Estados e o Fundo de Participação dos Municípios),tais 
recursos constituem receitas originárias dos entes federados (não são recursos 
da União), por isso o TCU fiscaliza apenas a entrega. A aplicação desses 
recursos é fiscalizada pelo respectivo Tribunal de Contas Estadual (ou 
municipal, se houver). 
 
Fiscalizar a aplicação significa que o TCU pode verificar onde os recursos foram 
alocados, se o plano de trabalho estabelecido no convênio foi cumprido pelo 
ente recebedor dos recursos, se a verba federal foi aplicada em respeito ao 
princípio da economicidade, etc. Assim, caso o TCU detecte irregularidades na 
aplicação dos recursos repassados a um município mediante transferência 
voluntária, o gestor municipal pode ser responsabilizado por tal desvio. 
 
Vale destacar que o mesmo não acontece no caso de transferências 
constitucionais obrigatórias. Nesse caso, o TCU pode fiscalizar apenas a entrega 
dos recursos, ou seja, se os recursos foram repassados no valor correto e em 
obediência aos demais dispositivos legais. 
 
O RITCU, ao dispor sobre essa competência, incluiu sob a fiscalização do TCU os 
recursos repassados mediante convênio, acordo e instrumentos congêneres não 
apenas aos estados e municípios, mas também os repassados a qualquer outra 
pessoa, física ou jurídica, pública ou privada (ONGs que recebem recursos 
mediante convênio, por exemplo). 
 
 
 
No caso de convênios firmados entre a União e determinado ente federativo, 
ambos são responsáveis pela fiscalização dos recursos. 
 
Vamos utilizar como exemplo um convênio onde 30% foram aportados pelo 
governo federal e o restante foi custeado pelo próprio Município. Ainda como 
exemplo, vamos supor que a totalidade dos recursos do convênio foi desviada. 
 
Nesse caso, o TCU pode fiscalizar todo o conjunto da irregularidade. Entretanto, 
só pode exigir o ressarcimento, mediante imputação de débito aos 
responsáveis, até o limite dos recursos federais repassados. Assim, o TCU 
obteria o ressarcimento à União apenas dos 30% por ela repassados. 
 
Quanto ao restante dos recursos, cabe ao tribunal de contas respectivo obter o 
ressarcimento para seus próprios cofres. 
 
 
 
 
 
9. (CESPE/MJ – Analista Técnico-Administrativo/2013) O controle 
externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do 
Tribunal de Contas da União, ao qual compete, entre outras atribuições, 
fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, 
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, 
a estado, ao Distrito Federal ou a município. 
 
Questão literal. De acordo com a CF, é competência do TCU fiscalizar a 
aplicação dos recursos repassados pela União, mediante convênio, acordo, 
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a estado, DF ou município. Essas 
são as chamadas transferência voluntárias, que tem sua entrega e aplicação 
fiscalizadas pelo Tribunal. 
 
Item certo. 
 
10. (CESPE/AGU – Procurador/2013) Compete ao TCU, entre outras 
atribuições, fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados 
pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos 
congêneres, a estado, ao DF ou a município, aplicando aos 
responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou de irregularidade 
de contas, as sanções previstas em lei. 
 
A questão traz duas competências constitucionais do TCU. A primeira nós vimos 
nesse tópico e diz respeito à fiscalização, pelo Tribunal, da aplicação dos 
recursos repassados pela União aos demais entes mediante convênio, acordo, 
ajuste ou instrumentos congênere (transferências voluntárias). 
 
Já a segunda competência será vista mais a frente. Mas podemos adiantar que 
o TCU é competente para aplicar sanções aos seus jurisdicionados, caso seja 
verificada irregularidade. 
 
Item certo. 
 
11. (CESPE/DP-DF – Defensor Público/2013) Inserem-se nas 
competências do TCU a fiscalização das contas nacionais das empresas 
supranacionais de cujo capital a União participe, nos termos do tratado 
constitutivo, e a fiscalização de aplicação de quaisquer recursos 
repassados pela União a estado, ao DF ou a município. 
 
Inicialmente o item foi considerado correto pelo Cespe. A primeira parte, de 
fato, está certa ao dizer que é competência do TCU fiscalizar as contas 
nacionais das empresas supranacionais em que haja participação da União, nos 
termos do tratado constitutivo. 
 
Todavia, a parte final contém uma omissão que faz a questão se tornar errada. 
O TCU é competente para fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos 
repassados pela União a estado, DF ou município, mediante convênio, acordo, 
ajuste e outros instrumentos congêneres. Portanto, não são quaisquer recursos 
transferidos pela União, mas aqueles que envolvem convênios e instrumentos 
do tipo. Vale lembrar que as transferências constitucionais obrigatórias, apesar 
de serem repassadas pela União só são fiscalizadas no momento da entrega, e 
não no momento da aplicação. 
 
Vejam a justificativa do Cespe para alterar o gabarito para errado: 
 
“O item está errado, pois não são quaisquer recursos que são objeto de 
fiscalização pelo TCU, mas apenas os que são objeto de repasse mediante 
convênio ou outros instrumentos análogos. Por esse motivo, opta-se pela 
alteração do gabarito.” 
 
Item errado. 
 
12. (CESPE/TJDFT – Técnico/2008) A competência do TCU para a 
fiscalização das transferências voluntárias efetuadas pela União aos 
municípios mediante convênio, acordo, ajuste ou instrumento 
congênere não é incompatível com a autonomia das diversas esferas da 
Federação. 
 
Vimos que ao TCU incumbe a fiscalização da entrega e aplicação dos recursos 
repassados pela União, mediante convênio e instrumentos congêneres, aos 
estados, DF e municípios (transferências voluntárias). Tais recursos, quando 
entregues a outro ente, não deixam de ser recursos federais. 
 
O ente que receber transferência voluntária da União deve prestar contas dos 
valores recebidos, para comprovar que os recursos federais foram utilizados de 
maneira adequada e de acordo com os dispositivos legais aplicáveis. 
 
Dessa forma, a autonomia do ente recebedor não é afetada, pois o TCU só é 
competente para exigir o ressarcimento (em caso de dano ao erário) dos 
recursos públicos federais. Para que os demais valores sejam ressarcidos, deve 
haver a atuação do respectivo tribunal de contas. 
 
Item certo. 
 
13. (CESPE/TCU –Auditor/2007/Adaptada) Não é competência do TCU 
fiscalizar a aplicação, pelos municípios, de recursos do FPM. 
 
A CF determina à União que entregue parte da arrecadação de determinados 
impostos federais ao Fundo de Participação dos Estados (FPE) e ao Fundo de 
Participação dos Municípios (FPM). Tais repasses são considerados 
transferências constitucionais obrigatórias e constituem receitas originárias dos 
entes recebedores. 
 
No caso de transferências voluntárias, vimos que o TCU é competente para 
fiscalizar a entrega e a aplicação dos recursos federais. No entanto, quando se 
tratar de transferências constitucionais obrigatórias (recursos do FPM, por 
exemplo), ao TCU compete fiscalizar a entrega dos recursos. 
 
A aplicação dos recursos do FPE e do FPM é fiscalizada pelo tribunal de contas 
respectivo, e não pelo TCU. 
 
Item certo. 
 
14. (CESPE/TJ-PI – Juiz/2007) Compete ao TCU fiscalizar a aplicação 
dos recursos financeiros recebidos pelos estados ou municípios em 
decorrência de participação no resultado da exploração de petróleo ou 
gás natural, ou de compensação financeira por essa exploração. 
 
Questão que parece difícil, mas não é. Primeiro vamos lembrar que o TCU não 
fiscaliza a aplicação das transferências constitucionais obrigatórias (FPE, FPM, 
etc.),pois tais recursos constituem receitas originárias dos entes recebedores. 
 
Pois bem. Os recursos recebidos pelos estados e municípios decorrentes de 
participação no resultado da exploração do petróleo ou gás natural (também 
conhecidos como royalties) também são considerados receitas originárias dos 
entes recebedores. Dessa forma, o TCU é competente para fiscalizar apenas a 
entrega desses recursos pela União. A aplicação de tais recursos é fiscalizada 
pelo respectivo tribunal de contas. 
 
Vale a pena dar uma lida na jurisprudência do STF que manifestou esse 
entendimento (MS 24.312): 
 
“Embora os recursos naturais da plataforma continental e os recursos minerais 
sejam bens da União (CF, art. 20, V e IX), a participação ou compensação aos 
Estados, Distrito Federal e Municípios no resultado da exploração de petróleo, 
xisto betuminoso e gás natural são receitas originárias destes últimos entes 
federativos (CF, art. 20, § 1º). É inaplicável, ao caso, o disposto no art. 71, VI 
da Carta Magna (esse inciso da CF é o que fala da competência que vimos 
nesse tópico – grifo meu) que se refere, especificamente, ao repasse efetuado 
pela União, mediante convênio, acordo ou ajuste – de recursos originariamente 
federais.” 
 
Item errado. 
 
15. (CESPE/TRF-5 – Juiz Federal/2009) Não compete ao TCU fiscalizar 
a correta aplicação das receitas que os estados e municípios recebem 
pela participação ou compensação no resultado da exploração de 
petróleo, xisto betuminoso e gás natural. 
 
O STF já manifestou entendimento de que os recursos repassados aos estados 
e municípios em decorrência da participação ou compensação no resultado da 
exploração do petróleo, xisto betuminoso e gás natural (royalties) são receitas 
originárias dos entes recebedores. 
 
Assim, o TCU é competente para fiscalizar apenas a entrega desses recursos 
aos demais entes pela União. Como os recursos são estaduais ou municipais (a 
depender de quem recebe), quem fiscaliza sua aplicação são os tribunais de 
contas respectivos. 
 
Item certo. 
 
 
 
Prestar informações solicitadas pelo Congresso Nacional 
 
CF 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por 
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, 
sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; 
 
Como vimos anteriormente, o controle externo está a cargo do Congresso 
Nacional, com o auxílio do TCU. Umas das formas de o TCU auxiliar o CN no 
exercício do controle externo é por meio dessa competência. 
 
O Congresso pode solicitar, mediante expediente encaminhado ao Presidente do 
TCU, informações sobre quaisquer fiscalizações realizadas pelo TCU e seus 
resultados. Tais pedidos de informação, de acordo com o RITCU, serão 
apreciados em caráter de urgência. 
 
Dentro do CN, vejamos quem é competente para encaminhar solicitações de 
informação ao TCU: 
 
 Presidente do Senado Federal 
 Presidente da Câmara dos Deputados 
 Presidentes de comissões do Congresso Nacional, do Senado Federal ou 
da Câmara dos Deputados, quando por elas aprovadas 
 
 
 
16. (CESPE/TCU – Técnico/2005) O controle externo, a cargo do 
Congresso Nacional, é exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da 
União, ao qual compete prestar as informações solicitadas pelo 
Congresso Nacional, por qualquer de suas casas, ou por quaisquer de 
seus membros, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções 
realizadas. 
 
Vimos que o Poder Legislativo pode solicitar informações ao TCU, nos termos da 
Constituição. A CF/88 dispõe que o Congresso Nacional, a Câmara dos 
Deputados, o Senado Federal e as suas respectivas comissões podem fazer esse 
pedido de informação. 
 
Contudo, a questão erra ao incluir entre os que possuem a prerrogativa de 
solicitar informações ao TCU os membros das Casas Legislativas. O 
parlamentar, por si só, não é competente para fazer essa solicitação. De acordo 
com o RITCU, podem encaminhar solicitação de informação ao TCU o Presidente 
do Senado Federal, o Presidente da Câmara dos Deputados e os presidentes 
das comissões parlamentares, quando por elas aprovadas. 
 
Item errado. 
 
17. (CESPE/TCU – AUFC/2011) Um parlamentar que deseje obter 
informações pormenorizadas acerca de auditoria realizada pelo TCU em 
determinado órgão da administração federal deverá requerer à 
comissão da respectiva Casa a aprovação da solicitação, que, então, 
poderá ser formalmente encaminhada ao TCU, para apreciação em 
caráter de urgência. 
 
Vamos relembrar quem é competente para encaminhar solicitações de 
informação ao TCU: 
 
• Presidente do Senado Federal 
• Presidente da Câmara dos Deputados 
• Presidentes de comissões do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da 
Câmara dos Deputados, quando por elas aprovadas 
 
Assim, a questão está correta ao dizer que o parlamentar deve solicitar a 
alguma comissão a aprovação da solicitação. Ele, por si só, não possui a 
prerrogativa de solicitar ao TCU que preste informações. Caso a comissão 
aprove a solicitação, seu Presidente a encaminha ao TCU, que aprecia o pedido 
em caráter de urgência. 
 
Item certo. 
 
18. (CESPE/TCE-AC – Técnico/2009) O Congresso Nacional, sem 
prejuízo do auxílio do TCU no exercício do controle externo, dispõe de 
outros instrumentos e mecanismos próprios que caracterizam suas 
funções constitucionais de controle. Esses mecanismos não 
compreendem os pedidos de informação. 
 
O controle externo, de acordo com a CF, está a cargo do Congresso Nacional 
com o auxílio do TCU. No exercício do controle, o CN tem a prerrogativa de 
solicitar informações ao TCU, cujo pedido deve ser analisado em caráter de 
urgência. A questão erra ao dizer entre os mecanismos de controle que podem 
ser utilizados pelo Congresso não estão incluídos os pedidos de informação. 
 
Item errado. 
 
 
 
Aplicar sanções previstas em lei em caso de irregularidade 
 
CF 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou 
irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, 
entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; 
 
Competência que se relaciona com a função sancionadora dos tribunais de 
contas. Para a aplicação das sanções previstas em lei, os TC’s devem garantir o 
contraditório e a ampla defesa, observado o devido processo legal. 
 
Para que determinada sanção possa ser aplicada pelo TCU, deve haver previsão 
legal para tanto. Dessa forma, o Regimento Interno do TCU, por exemplo, não é 
instrumento suficiente para criar de uma nova sanção. Apenas por meio de lei 
que é possível a criação de sanções a serem aplicadas pelo TCU. 
 
A Constituição já adiantou uma das sanções que podem ser aplicadas pelo TCU. 
De acordo com o dispositivo que vimos acima, a lei deverá estabelecer as 
sanções que podem ser aplicadas pelo TCU, entre elas a multa proporcional ao 
dano causado ao erário. Essa sanção (multa proporcional ao dano) é apenas 
uma das que o TCU pode aplicar aos seus jurisdicionados. A LOTCU, por 
exemplo, é uma lei que traz sanções passíveis de aplicação pelo Tribunal. 
 
Teremos uma aula destinada ao estudo das sanções que podem ser aplicadas 
pelo TCU e pelo TCE/PA. Porenquanto, estudaremos apenas o dispositivo 
constitucional. 
 
 
 
19. (CESPE/TRF-2 – ACE/2011) Compete ao TCU aplicar aos 
responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de 
contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras 
cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário. 
 
Questão para relembrarmos a disposição constitucional. A CF/88 atribuiu ao 
TCU a competência para aplicar sanções previstas em lei aos seus 
jurisdicionados, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas. 
Entre essas sanções, a CF já adiantou que uma das que deveriam estar contidas 
em lei era a multa proporcional ao dano causado ao erário. 
 
Item certo. 
 
20. (CESPE/MCT – ACE/2004) Cabe ao TCU aplicar aos responsáveis, 
em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as 
sanções previstas em lei. 
 
Exatamente. A CF conferiu ao TCU a competência de aplicar, quando verificadas 
irregularidades, sanções aos seus jurisdicionados. Lembrem-se que essas 
sanções devem conter previsão em lei para que possam ser aplicadas pelo 
Tribunal. 
 
Item certo. 
 
21. (CESPE/TCU – Técnico Federal/2009) A CF conferiu ao TCU a 
competência para julgar as contas dos administradores e demais 
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração 
direta e indireta, porém não atribuiu a esse tribunal competência para 
aplicar sanções aos responsáveis quando constatada a ocorrência de 
ilegalidade de despesa ou de irregularidade de contas, por se tratar de 
competência exclusiva do Congresso Nacional. 
 
Questão que traz duas competências constitucionais do TCU. A primeira parte 
está correta e diz respeito ao julgamento, pelo TCU, das contas dos 
administradores e demais responsáveis por recursos públicos federais. 
 
Entretanto, a segunda parte traz um erro. Ao contrário do que diz a questão, 
vimos que a competência para aplicar sanções previstas em lei aos seus 
jurisdicionados, quando verificada irregularidade, é exclusiva do TCU. Apesar de 
também exercer controle externo, não compete ao Congresso Nacional aplicar 
tais sanções. 
 
Item errado. 
 
22. (CESPE/AGU – Advogado da União/2006) Entre as competências do 
TCU está a sua função sancionadora, mediante a qual referida corte 
promove a aplicação de penalidades aos responsáveis, em caso de 
ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas. Essas penalidades, 
uma vez aplicadas, excluem a aplicação de sanções penais e 
administrativas pelas autoridades competentes, em razão das mesmas 
irregularidades constatadas pelo TCU. 
 
Uma das funções dos tribunais de contas é a sancionatória. Tal função se 
relaciona com a competência constitucional do TCU de aplicar sanções previstas 
em lei aos seus jurisdicionados, em caso de irregularidades. 
 
Em Direito Administrativo vocês devem ter estudado sobre o princípio da 
independência das instâncias. O fato de o TCU ter aplicado sanção a 
determinado jurisdicionado não impede que eventuais processos 
administrativos ou judiciais tenham prosseguimento. As esferas criminais e 
administrativas são independentes, estando a Administração vinculada apenas à 
decisão do juízo criminal que negar a existência do fato ou a autoria do crime. 
 
Item errado. 
 
23. (CESPE/TCE-RN – Assessor Técnico de Controle e Administração 
/2009) O TCE tem competência constitucional para fiscalizar a 
aplicação de quaisquer recursos repassados a município e a instituições 
públicas e privadas, bem como para aplicar aos responsáveis, em caso 
de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções 
previstas em lei. 
 
Em respeito ao princípio da simetria, aos tribunais de contas estaduais compete 
a fiscalização da aplicação dos recursos repassados aos municípios mediante 
convênio, acordo, ajuste ou instrumentos congêneres. 
 
Da mesma forma, os TCE’s também são competentes para aplicar as sanções 
previstas em lei aos seus jurisdicionados, em caso de ilegalidade de despesa ou 
irregularidade de contas. Veremos em aula específica que o TCE/PA possui essa 
competência prevista em lei. 
 
Item certo. 
 
24. (CESPE/TCE-BA – Procurador/2010) Entre as competências 
atribuídas pela CF exclusivamente aos tribunais de contas no exercício 
do controle externo, somente a aplicação de sanções depende de norma 
infraconstitucional para o seu exercício. 
 
Boa questão. Sabemos que a CF, ao tratar do controle externo, atribuiu 
competências exclusivas ao TCU. Se vocês repararem, quase todas essas 
atribuições podem ser exercidas pelo Tribunal sem a necessidade de 
regulamentação em lei. 
 
Todavia, uma delas exige uma norma infraconstitucional para seu exercício. 
Vejamos o dispositivo da CF, que diz que compete ao TCU: 
 
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou 
irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre 
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; 
 
Viram o destaque? Apenas as sanções que contem com previsão legal é que 
podem ser aplicadas pelo TCU, viabilizando o exercício dessa competência. 
 
Destaco que isso não significa que a lei pode retirar essa atribuição do Tribunal. 
A competência é garantida pela Constituição e depende apenas de 
regulamentação por norma legal. 
 
Item certo. 
 
 
 
Assinar prazo para cumprimento da lei 
 
CF 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências 
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; 
 
Essa competência se relaciona com a função corretiva dos tribunais de contas. 
Se o TCU verificar alguma ilegalidade em ato administrativo praticado por 
servidor ou em um contrato firmado pela administração pública, por exemplo, 
pode determinar ao gestor que adote as providências necessárias para que a lei 
seja cumprida. 
 
Após a determinação pelo TCU, o órgão que praticou o ato ou que firmou o 
contrato deve tomar as medidas necessárias para que a lei seja observada. O 
ato ou o contrato podem ser simplesmente corrigidos ou podem, ainda, ser 
anulados ou revogados. 
 
De acordo com o RITCU, quando verificada ilegalidade em ato ou contrato, o 
TCU assina prazo de até 15 dias para que o responsável adote as providências 
necessárias ao exato cumprimento da lei. 
 
 
 
25. (CESPE/MPE-RR – Promotor de Justiça/2012) O controle externo, 
exercido pelo Poder Legislativo com o auxílio do tribunal de contas, não 
abrange a aplicação de medidas sancionadoras, restringindo-se às 
corretivas, com a fixação de prazo para que o órgão adote as 
providências necessárias ao exato cumprimento da lei ou a sustação da 
execução do ato impugnado. 
 
De fato os Tribunais de Contas podem adotar medidas corretivas ao verificar 
ilegalidade em ato ou contrato em execução. Nesses casos, o Tribunal assina 
prazo para que o responsável adote as providências necessárias para o exato 
cumprimento da lei. 
 
Entretanto, os Tribunais de Contas também são competentes para adotar 
medidas sancionadoras. Vimos que a própria CF atribui a competência de 
aplicar sanções previstas em lei, caso sejam verificadas ilegalidades na despesa 
ou irregularidades nas contas dos respectivos jurisdicionados. 
 
Item errado. 
 
26. (CESPE/TRT-5 – Juiz/2006) Constatada a ocorrência de vício no ato 
concessivo de aposentadoria, torna-se lícito ao TCU recomendar ao 
órgão ou entidade competente que adote as medidas necessárias ao 
exato cumprimento da lei. 
 
Questão que traz um caso prático. Quando o TCUverificar ilegalidade em ato 
administrativo praticado, possui a competência de assinar prazo para que o 
órgão ou a entidade adote as providências necessárias para que a lei seja 
cumprida. 
 
Assim, se o Tribunal verificar ilegalidade em um ato de concessão de 
aposentadoria (como dito na questão), por exemplo, pode determinar ao órgão 
concedente que adote medidas para o exato cumprimento da lei. 
 
Item certo. 
 
 
 
Sustar a execução de ato impugnado 
 
CF 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando 
a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; 
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente 
pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo 
as medidas cabíveis. 
§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 
noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o 
Tribunal decidirá a respeito. 
 
Essa competência se relaciona diretamente com a anterior. Se o TCU 
determinar que sejam adotadas as providências necessárias ao exato 
cumprimento da lei e o órgão não cumprir a determinação no prazo (15 dias, de 
acordo com o RITCU), o ato ou o contrato podem ser sustados. 
 
Vale destacar que sustar é diferente de anular. A sustação interrompe a 
eficácia, paralisando os efeitos do ato ou contrato ilegal (o ato ou o contrato 
não deixam de existir no mundo jurídico, eles apenas são “paralisados”). Já a 
anulação é exclusiva da Administração que produziu o ato (autotutela) ou do 
Poder Judiciário. 
 
Assim, gravem isso: ao exercer a competência do inciso X do art. 71, os 
Tribunais de Contas somente sustam a execução do ato (e não o anulam). 
 
Contudo, a sustação de ato e a sustação de contrato são institutos diferentes. 
Um ato administrativo pode ser sustado diretamente pelo TCU. Já no caso de 
contrato administrativo, a sustação é adotada pelo Congresso Nacional. 
Vejamos como funcionam esses procedimentos: 
 
No caso de ato administrativo: 
 
1) TCU verifica ilegalidade e estabelece prazo de até 15 dias para que o órgão 
ou entidade adote as medidas necessárias para o exato cumprimento da lei. 
 
2) Caso as providências sejam adotadas e a ilegalidade seja sanada, o 
processo termina aqui. 
 
3) Caso as providências não sejam adotadas, o TCU susta a execução do 
ato impugnado e comunica a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado 
Federal separadamente. 
 
No caso de contrato administrativo: 
 
1) TCU verifica ilegalidade e estabelece prazo de até 15 dias para que o órgão 
ou entidade adote as medidas necessárias para o exato cumprimento da lei. 
 
2) Caso as providências sejam adotadas e a ilegalidade seja sanada, o 
processo termina aqui. 
 
3) Caso as providências não sejam adotadas, o TCU comunica o fato ao 
Congresso Nacional. 
 
4) Após isso, o Congresso Nacional susta diretamente o contrato e solicita, de 
imediato, ao Poder Executivo que adote as medidas cabíveis. 
 
5) Se, no prazo de 90 dias, o Congresso Nacional e o Poder Executivo não 
adotarem as medidas citadas no item anterior, o TCU decide a respeito da 
sustação do contrato. 
 
Perceberam a diferença entre os dois procedimentos? No caso de ato 
administrativo, o TCU pode sustar diretamente sua execução. Já se se tratar de 
contrato administrativo, o procedimento passa pelo Congresso Nacional. 
 
Entretanto, apesar de o TCU não possui a competência de sustar contratos 
administrativos, o STF já reconheceu que o Tribunal pode determinar à 
autoridade administrativa que proceda à anulação do contrato. Vejam só o que 
foi decidido pelo STF no julgamento do MS 23.550: 
 
"O TCU, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos 
administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à 
autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, 
da licitação de que se originou" 
 
 
 
27. (CESPE/SEGES-ES – Analista Executivo/2012) Os tribunais de 
contas, no âmbito da fiscalização contábil, financeira e orçamentária, 
podem sustar contratos administrativos ilegais firmados por entidades 
da administração pública indireta. 
 
Se o TCU verificar ilegalidade em ato ou contrato, assina prazo de até 15 dias 
para que o órgão responsável adote as medidas necessárias para o exato 
cumprimento da lei. Caso o órgão não adote as ações no prazo estipulado, 
temos aquela diferença entre os procedimentos dos atos e dos contratos. 
 
No caso dos atos administrativos, o TCU pode sustar diretamente a execução do 
ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara e ao Senado separadamente. 
 
Já quanto aos contratos, o TCU comunica o fato ao Congresso Nacional, que 
possui a competência para sustar a execução do contrato e para solicitar ao 
Executivo, de imediato, que adote as providências cabíveis. O item erra ao 
atribuir a competência do CN ao TCU. 
 
Item errado. 
 
28. (CESPE/TCE-AC – Auditor/2009) Compete ao TCU sustar, de 
imediato, contratos comprovadamente lesivos ao patrimônio público. 
 
A diferença entre os procedimentos de sustação dos atos e dos contratos 
eivados de vício é muito cobrada pelo Cespe. Caso seja verificada ilegalidade 
em contrato e o órgão atenda a determinação do TCU de adotar as medidas 
necessárias para o cumprimento da lei, o TCU deve comunicar o fato ao 
Congresso Nacional. O Congresso, então, é que é competente para sustar a 
execução do contrato e solicitar ao Poder Executivo que adote as providências 
cabíveis. 
 
Vale lembrar que se o Congresso ou o Executivo não adotarem essas medidas 
em até 90 dias, o TCU deve decidir a respeito da sustação do contrato. 
 
Item errado. 
 
29. (CESPE/TCU – TFCE/2012) O TCU, se não for atendido em suas 
solicitações, poderá sustar a execução de ato impugnado, comunicando 
a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. 
 
Quando o TCU verifica ilegalidade em determinado ato administrativo, possui a 
competência de assinar prazo para que o órgão adote as providências 
necessárias para o exato cumprimento da lei (de acordo com o RITCU, esse 
prazo é de até 15 dias). 
 
Caso o órgão não adote essas providências no prazo definido, ao TCU compete 
sustar a execução do ato impugnado. Ao tomar a decisão de sustação do ato, o 
TCU deve comunicá-la à Câmara dos Deputados e ao Senado (comunica às 
duas Casas Legislativas, separadamente). 
 
Item certo. 
 
30. (CESPE/TCU – AFCE/2009) Supondo que o TCU tenha detectado que 
certa aposentadoria concedida por um hospital federal não atendia às 
exigências legais, julgue os itens a seguir. 
 
Na situação descrita, o tribunal deve, inicialmente, definir um prazo 
para que o hospital suste o ato de aposentadoria. 
 
Essa série de questões que faremos aqui é boa para fixarmos o procedimento 
de sustação de atos com vício de legalidade. 
 
O procedimento começa com o TCU verificando que um ato administrativo está 
eivado de ilegalidade. Nesse caso, o Tribunal deve assinar prazo para que o 
órgão responsável adote as medidas necessárias para o exato cumprimento da 
lei. De acordo com o RITCU, esse prazo é de 15 dias. 
 
Item certo. 
 
31. (CESPE/TCU – AFCE/2009) Caso o hospital insista em não atender 
ao que for determinado pelo TCU, este deverá solicitar, de imediato, ao 
Congresso Nacional que decida sobre a matéria. 
 
Continuando, vimos que o TCU assinou prazo para que o órgão adotasse 
medidas necessárias ao exato cumprimento da lei. Como se trata de um ato 
administrativo, se o órgãonão atender a determinação, como dito na questão, 
o TCU pode sustar diretamente a execução do ato impugnado. 
 
A questão erra ao dizer que o Congresso é que decide sobre a matéria. Isso 
acontece no caso de contratos. No caso de atos, o próprio TCU pode sustar sua 
execução. 
 
Item errado. 
 
32. (CESPE/TCU – AFCE/2009) Caso o TCU leve a matéria à decisão do 
Congresso Nacional, e este não se manifeste em 90 dias, caberá a esse 
tribunal decidir a respeito. 
 
Ainda com relação ao ato administrativo das questões anteriores. No caso de 
atos administrativos, a matéria não precisa ser levada ao Congresso Nacional. 
O TCU pode, diretamente, sustar a execução do ato. 
 
Item errado. 
 
33. (CESPE/STF – Técnico Judiciário/2008) Como o TCU não tem poder 
para anular ou sustar contratos administrativos, não detém também 
competência para determinar à autoridade administrativa que promova 
a anulação do contrato ou da licitação que o originou. 
 
Questão que pode ser respondida com base na jurisprudência do STF. O TCU, 
de fato, não pode anular ou sustar diretamente a execução de contratos 
administrativos. Caso sejam verificadas ilegalidades em um contrato, o TCU 
comunica o fato ao Congresso Nacional. O CN, então, é que possui a 
competência para sustar diretamente a execução do contrato e para solicitar, 
de imediato, ao Executivo que adote as providências cabíveis. 
 
Apesar disso, o STF já reconheceu que, apesar de não ser competente para 
sustar contratos, o TCU pode determinar à autoridade administrativa que 
promova a anulação do contrato ou da licitação que o originou. Vejam o trecho 
do julgado que baseou a questão (MS 23.550): 
 
"O TCU, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos 
administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à 
autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, 
da licitação de que se originou" 
 
Item errado. 
 
34. (CESPE/TCE-RN – Técnico/2009) Compete ao TCE sustar, se não 
atendido, a execução do ato impugnado e do contrato, comunicando a 
decisão à assembleia legislativa. 
 
Primeiro é bom relembrar que no âmbito dos estados, a Assembleia Legislativa 
atua como o Congresso Nacional no âmbito federal. 
 
Dessa forma, em respeito ao princípio da simetria o TCE possui a competência 
de sustar a execução de ato administrativo impugnado, quando sua 
determinação não tiver sido atendida pelo órgão (assim como o TCU possui 
essa competência). 
 
Já no caso dos contratos, o TCE não é competente para sustá-los diretamente, 
como diz a questão. Nesse caso, a sustação de contratos administrativos é de 
competência da Assembleia Legislativa (assim como no âmbito federal é 
competência do Congresso Nacional). 
 
Veremos isso com mais detalhes na próxima aula estudando diretamente a 
Constituição do Estado do Pará, mas por enquanto fiquem com esse “aperitivo”. 
 
Item errado. 
 
35. (CESPE/TCU – AFCE/2010) No caso de o diretor de órgão público 
não atender à determinação do TCU para anular um ato, competirá ao 
próprio TCU sustar a execução do ato impugnado. 
 
Se um órgão praticar um ato administrativo com vício de legalidade e não 
atender a determinação do TCU de adotar as medidas necessárias para o exato 
cumprimento da lei, o TCU pode sustar diretamente a execução desse ato. 
 
Lembrem-se que no caso de contrato administrativo a competência de sustar a 
execução é do Congresso Nacional. 
 
Item certo. 
 
36. (CESPE/TJ-AC – Juiz/2012) No exercício do controle externo, o 
Congresso Nacional dispõe de poderes para, sem a manifestação do 
Poder Judiciário, sustar contratos administrativos eivados de 
ilegalidade ou atos normativos do Poder Executivo que extravasarem os 
limites do poder regulamentar ou da delegação legislativa. 
 
Essa questão pode ser respondida com base em dois trechos da CF. O primeiro 
é o que confere a competência ao Congresso Nacional de sustar os atos 
normativos do Poder Executivo que exorbitem os limites do poder regulamentar 
ou da delegação legislativa. Tal competência se relaciona com o controle 
externo exercido pelo Congresso Nacional. 
 
Já o segundo trecho refere-se à sustação de contratos administrativos com vício 
de legalidade. Vimos que no caso de atos administrativos, compete ao TCU 
sustar sua execução. Já quando se trata de contrato administrativo, o 
Congresso Nacional é competente para sustar sua execução. 
 
Essas competências, nos termos da CF, não exigem prévia manifestação do 
Poder Judiciário ao serem exercidas pelo Congresso nacional. 
 
Item certo. 
 
 
 
Representar ao poder competente sobre irregularidades 
 
CF 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido 
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: 
XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos 
apurados. 
 
Ao exercer suas competências, o TCU pode detectar irregularidades na gestão 
de determinado órgão. Quando tais infrações ou abusos forem apurados, o TCU 
deve informar ao Poder competente sobre sua existência. 
 
A Lei Orgânica do TCU detalha um pouco mais essa competência. De acordo 
com seu art. 1º, inciso VIII, ao representar ao Poder competente sobre 
irregularidades apuradas, o TCU deve indicar o ato inquinado e definir 
responsabilidades, inclusive as de Ministro de Estado ou autoridade de nível 
hierárquico equivalente. 
 
 
Encaminhar relatório de atividades ao Congresso Nacional 
 
CF 
Art. 71 
§ 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e 
anualmente, relatório de suas atividades. 
 
Vimos que, de acordo com a CF, o controle externo está a cargo do Congresso 
Nacional, com o auxílio do TCU. Uma das formas de o TCU auxiliar o CN nesse 
sentido é por meio dessa competência, encaminhando relatórios trimestrais e 
anuais com as atividades realizadas pelo Tribunal. 
 
De acordo com o art. 90 da LOTCU, §2º, o relatório anual do TCU deve 
apresentar análise da evolução dos custos de controle e de sua eficiência, 
eficácia e economicidade. 
 
Dada a importância desses relatórios, a jurisprudência do STF dispôs que além 
de serem repassadas informações sobre o desempenho do TCU no exercício da 
fiscalização, tais relatórios também informam o Congresso sobre a situação dos 
demais órgãos que administram recursos públicos federais. Vejam a íntegra da 
posição do STF (ADI 687): 
 
“O Tribunal de Contas está obrigado, por expressa determinação constitucional 
(CF, art. 71, § 4º), aplicável ao plano local (CF, art. 75), a encaminhar ao Poder 
Legislativo a que se acha institucionalmente vinculado tanto relatórios 
trimestrais quanto anuais de suas próprias atividades, pois tais relatórios, além 
de permitirem o exame parlamentar do desempenho, pela Corte de Contas, de 
suas atribuições fiscalizadoras, também se destinam a expor ao Legislativo a 
situação das finanças públicas administradas pelos órgãos e entidades 
governamentais, em ordem a conferir um grau de maior eficácia ao exercício, 
pela instituição parlamentar, do seu poder de controle externo.” 
 
 
 
 
37. (CESPE/TCE-AC – Procurador do Estado/2009) Segundo a 
Constituição Federal (CF), o controle externo, a cargo do Congresso 
Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União 
(TCU). É competência do TCU prevista na CF encaminhar ao Congresso 
Nacional, trimestral e anualmente, relatórios de suas atividades. 
 
Exatamente. A CF dispõe que o TCU deve encaminhar relatórios trimestrais e 
anuais ao Congresso Nacional, de modo a repassar informações sobre a 
fiscalização realizada pelo Tribunal. 
 
Item certo.38. (CESPE/TCU – AUFC/2013) Os relatórios trimestrais e anuais 
encaminhados pelo tribunal ao Congresso Nacional conterão, além de 
outros elementos, a resenha das atividades específicas no tocante ao 
julgamento de contas e à apreciação de processos de fiscalização a 
cargo do tribunal. 
 
O TCU deve encaminhar relatórios trimestrais e anuais ao Congresso Nacional. 
De acordo com o RITCU, os relatórios trimestrais devem ser encaminhados ao 
CN no prazo de até 60 dias após o vencimento correspondente. Já os relatórios 
anuais devem ser encaminhados ao CN em até 90 dias após o vencimento. 
 
Ainda de acordo com o RITCU, em seu art. 293, §2º, os relatórios devem 
conter, além de outros elementos, a resenha das atividades específicas no 
tocante ao julgamento de contas e à apreciação de processos de fiscalização a 
cargo do Tribunal. A questão copiou tal trecho do Regimento Interno. 
 
Item certo. 
 
 
Pessoal, as competências constitucionais que vimos até agora estavam 
dispostos no art. 71 da CF. As próximas competências que veremos serão 
aquelas que, como comentamos no começo da aula, encontram-se esparsas ao 
longo da Constituição. 
 
 
Pronunciar-se conclusivamente sobre despesas não autorizadas 
 
CF 
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, 
diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de 
investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá 
solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco 
dias, preste os esclarecimentos necessários. 
§ 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes 
insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo 
sobre a matéria, no prazo de trinta dias. 
§ 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar 
que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia 
pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação. 
 
Caso a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (comissão 
a que se refere o art. 166, §1º) verifique indícios de despesas não autorizadas, 
pode solicitar à autoridade governamental responsável que preste os 
esclarecimentos necessários. O prazo para que o gestor se esclareça é de 5 
dias. 
 
Caso a autoridade responsável não preste tais esclarecimentos no prazo ou 
preste esclarecimentos que sejam considerados insuficientes para esclarecer o 
indício de despesa não autorizada, a CMO solicita ao TCU que emita 
pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de 30 dias. 
 
Entendendo o TCU que a despesa é irregular, a CMO, caso julgue que o gasto 
possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, propõe ao 
Congresso Nacional a sustação da despesa. Reparem que o parecer do TCU é 
apenas opinativo. A decisão sobre a sustação da despesa é competência do 
Congresso Nacional (baseado no pronunciamento do TCU e no entendimento da 
CMO). 
 
 
 
39. (CESPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo/2012) O TCU 
pode, se considerar irregular alguma despesa pública e julgar que o 
gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, 
determinar sua imediata sustação. 
 
Vamos relembrar como se dá o procedimento constitucional de sustação de 
despesas não autorizadas. 
 
Se a CMO verificar a existência de indícios de despesas não autorizadas, pode 
solicitar à autoridade responsável que preste esclarecimentos sobre tais indícios 
em 5 dias. Se o responsável não prestar os esclarecimentos, ou se os 
esclarecimentos prestados forem considerados insuficientes, a CMO encaminha 
a matéria ao TCU para que se pronuncie conclusivamente em até 30 dias. 
 
Entendendo o TCU que a despesa é irregular, a CMO, se julgar que tal gasto 
pode causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, propõe ao 
Congresso Nacional sua sustação. 
 
Portanto, vejam que, ao contrário do que diz a questão, não é o TCU que susta 
a despesa considerada irregular. O TCU emite um pronunciamento conclusivo e 
o encaminha à CMO. A CMO, então, se julgar que a despesa pode causar dano, 
propõe ao CN sua sustação. 
 
Portanto, o responsável pela sustação da despesa considerada irregular nesse 
processo é o Congresso Nacional. 
 
Item errado. 
 
40. (CESPE/PGM-RR – Procurador Municipal/2010) O controle externo 
da administração pública é atribuição constitucional do Poder 
Legislativo, que o exercerá diretamente ou com o auxílio dos tribunais 
de contas municipais, estaduais e da União, podendo sustar a despesa 
irregular que possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia 
pública. 
 
A CF dispõe que o controle externo está a cargo do Congresso Nacional, com o 
auxílio do TCU. No âmbito estadual está a cargo das Assembleias Legislativas, 
com o auxílio dos TCE’s. No âmbito distrital está a cargo da Câmara Legislativa, 
com o auxílio do TCDF. Já no âmbito municipal está a cargo da Câmara 
Municipal, com o auxílio do TCM (nos municípios do RJ e de SP), do TCdosM 
(nos estados da Bahia, Pará, Ceará e Goiás) ou do TCE (nos demais 
municípios). 
 
No caso de indícios de despesas não autorizadas, de acordo com o rito do art. 
72 da CF, o responsável pela sustação não é o TCU, mas sim o Congresso 
Nacional (Poder Legislativo, como dito na questão). 
 
Item certo. 
 
 
 
Decidir sobre denúncias 
 
CF 
Art. 74 
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte 
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades 
perante o Tribunal de Contas da União. 
 
A CF garante a qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato a 
legitimidade para, na forma da lei, denunciar irregularidades ao TCU. O 
Tribunal, então, possui a competência de decidir sobre as denúncias a ele 
apresentadas. 
 
Mais à frente no nosso curso estudaremos mais detalhadamente o instituto da 
denúncia. Nessa aula faremos apenas alguns exercícios para fixar os conceitos 
iniciais. 
 
 
 
41. (CESPE/TCU – AUFC/2013) Qualquer cidadão poderá denunciar 
irregularidades ou ilegalidades perante o TCU. 
 
É isso aí. A Constituição estabelece que são legitimados para interpor denúncia 
ao TCU qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato. 
 
Item certo. 
 
42. (CESPE/TCE-ES – Procurador Especial de Contas/2009) O cidadão 
pode denunciar ilegalidades ao TC, mas só pode formalizar as 
denúncias por meio de instituição da sociedade civil. 
 
A CF não estabelece essa exigência. O cidadão, nessa qualidade, possui a 
prerrogativa de denunciar irregularidades perante os tribunais de contas. 
 
Além dos cidadãos, os partidos políticos, as associações e os sindicatos também 
são partes legítimas para formular denúncia aos tribunais de contas. 
 
Item errado. 
 
 
 
Efetuar o cálculo das quotas e fiscalizar a entrega dos recursos do FPE 
e do FPM 
 
CF 
Art. 161. Cabe à lei complementar: 
II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 
159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em 
seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre 
Estados e entre Municípios; 
 (...) 
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das 
quotas referentes aos fundos de participação a que alude o inciso II. 
 
Os recursos a que se refere o inciso II, acima, são os recursos que constituem o 
Fundo de Participação dos Estados (FPE), o Fundo de Participação dos 
Municípios (FPM) e os Fundos Constitucionais destinados às regiões Norte, 
Nordeste e Centro-Oeste. 
 
Anualmente o TCU emite Decisão Normativa fixando os coeficientes individuaisde participação de cada estado, DF e município no FPE e no FPM. Esse é o 
chamado cálculo das quotas. 
 
Cumpre destacar que o TCU calcula apenas os coeficientes individuais de 
participação, ou seja, a porcentagem de participação de cada estado e 
município no FPE e no FPM. O Tribunal não é responsável pelo cálculo dos 
valores propriamente ditos a serem repassados a cada (define apenas a 
porcentagem). 
 
Além de efetuar o cálculo das quotas, o TCU também fiscaliza a entrega dos 
recursos do FPE e do FPM aos estados e municípios. Lembrem-se que nesse 
caso o Tribunal fiscaliza apenas a entrega, e não a aplicação dos recursos (por 
se tratar de receita originária do ente recebedor). 
 
 
 
43. (CESPE/TCU – Auditor/2007) Não é competência do TCU fiscalizar a 
aplicação, pelos municípios, de recursos do FPM. Consoante disposto na 
Constituição Federal, ao TCU compete efetuar o cálculo das cotas 
referentes a esse fundo e também ao Fundo de Participação dos 
Estados. 
 
A primeira parte da questão está correta. Os recursos que constituem o FPE e o 
FPM, repassados aos estados e municípios, constituem receita originária dos 
entes recebedores. Dessa forma, compete ao TCU fiscalizar apenas a entrega 
de tais recursos. A fiscalização de sua aplicação é competência dos tribunais de 
contas respectivos (TCE, TCM ou TCdosM, a depender do caso). 
 
De acordo com a CF, é competência do TCU efetuar o cálculo das quotas 
referentes ao FPE e ao FPM, bem como fiscalizar sua entrega aos demais entes 
destinatários. Assim, o Tribunal é responsável por definir a porcentagem de 
participação de cada ente no fundo de participação a que tem direito. 
 
Item certo. 
 
44. (CESPE/TCU – Procurador/2004) Incumbe ao TCU efetuar o cálculo 
das quotas dos tributos federais a serem repassadas ao fundo de 
participação dos municípios e ao fundo de participação dos estados e 
do Distrito Federal. 
 
Pegadinha do Cespe. O TCU é competente para efetuar o cálculo das quotas 
referentes aos fundos de participação, ou seja, qual a porcentagem do FPE e do 
FPM que caberá a cada município. 
 
A questão erra ao dizer que o TCU efetua o cálculo das quotas dos tributos 
federais a serem repassados ao FPE e ao FPM. A porcentagem do IR e do IPI 
que serão destinados ao FPE e ao FPM já estão definidos na própria CF. Não é o 
TCU que define tal porcentagem, mas sim a própria CF, vejam só: 
 
CF 
Art. 159. A União entregará: 
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de 
qualquer natureza e sobre produtos industrializados 48% na seguinte forma: 
a) 21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE); 
b) 22,5% por cento ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM); 
c) 3%, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das 
Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições 
financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de 
desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos 
recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer; 
d) 1% ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que será entregue no 
primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; 
 
Item errado. 
 
45. (CESPE/TCU – Técnico/2007) Compete ao TCU, de acordo com lei 
complementar, o cálculo das quotas referentes ao fundo de participação 
dos estados, do Distrito Federal (DF) e dos municípios, no tocante aos 
produtos da arrecadação dos impostos sobre rendas e proventos de 
qualquer natureza, bem como a fiscalização do repasse desses recursos 
aos entes supracitados. 
 
O enunciado da questão ficou meio confuso. Primeiramente lembrem que a 
competência do TCU de efetuar o cálculo das quotas referentes ao FPE e FPM é 
competência derivada diretamente da Constituição (e não “de acordo com lei 
complementar”, como diz a questão). 
 
Outro ponto é que a questão cita “fundo de participação dos estados, do Distrito 
Federal (DF) e dos municípios”. Não há separação entre os dois fundos, que 
sabemos que se dividem em FPE e FPM. 
 
O Cespe, então, decidiu anular a questão sob a seguinte justificativa: 
 
“Anulado em decorrência de imprecisão no enunciado.” 
 
Item anulado. 
 
 
Ufa! Viram como a Constituição foi detalhista ao definir as competências dos 
Tribunais de Contas? Mas, enfim, conseguimos ver todos os detalhes dessas 
atribuições. A seguir entraremos nos detalhes da sede e da composição do TCU. 
Vamos lá! 
 
 
Sede e composição do Tribunal 
 
O Tribunal de Contas da União, como já vimos, é um órgão de estatura 
constitucional e a própria CF/88 já define vários de seus aspectos. Além de 
estabelecer as competências, a Constituição traz também informações sobre a 
sede e sobre a composição do TCU. Vejam só: 
 
CF/88 
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem 
sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o 
território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no 
art. 96. 
 
Portanto, por determinação constitucional o TCU é composto de nove 
ministros. A Lei Orgânica e o Regimento Interno apenas reproduzem esse 
dispositivo. Nota-se, dessa forma, que o TCU é órgão colegiado composto pelos 
9 ministros de sua estrutura. 
 
No artigo acima, a Constituição define ainda que a sede do Tribunal é no 
Distrito Federal. Aqui vale destacar um ponto interessante: ao tratar do Poder 
Judiciário, a CF/88 dispõe em seu art. 92 que o STF, o CNJ e os Tribunais 
Superiores têm sede na Capital Federal. Perceberam a diferença? De acordo 
com a literalidade da CF, o TCU tem sede no Distrito Federal (e não na 
capital federal – Brasília). Apesar dessa diferença na terminologia, o edifício 
sede do Tribunal é localizado em Brasília, mas fica aqui o registro caso alguma 
banca cobre a literalidade da Constituição. 
 
Ainda no artigo acima, a CF/88 dispõe que o TCU tem quadro próprio de 
pessoal, aspecto que caracteriza sua autonomia administrativa. Há ainda 
menção ao art. 96 (“exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 
96”), que garante aos tribunais do Judiciário a capacidade de se organizarem 
internamente. 
 
 
 
46. (CESPE/TJ-RO – Analista Judiciário – Oficial de Justiça/2012) As 
sedes do Conselho Nacional de Justiça e do Tribunal de Contas da União 
poderão ser fixadas em qualquer localidade do DF. 
 
Vimos que a Constituição determina que o TCU é integrado pelos nove ministros 
e tem sede no Distrito Federal. Até aí, a questão está correta e vamos nos focar 
nesse ponto. 
 
Para explicar o erro: a CF/88 diz em seu art. 92 que o STF, o CNJ e os Tribunais 
Superiores têm sede na Capital Federal (ou seja, Brasília). Assim, a sede do 
CNJ não pode ser fixada em qualquer localidade do DF. 
 
Item errado. 
 
 
 
Ministros 
 
Veremos aqui os detalhes sobre os Ministros que compõem o TCU. Vimos no 
último tópico que a Constituição dispõe que o TCU é composto por nove 
Ministros. 
 
Para que sejam nomeados, porém, a CF/88 define que os Ministros devem 
obedecer aos seguintes requisitos: 
 
 Ser brasileiro 
 Possuir mais de 35 e menos de 65 anos de idade 
 Apresentar idoneidade moral e reputação ilibada 
 Possui notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e 
financeiros ou de administração pública 
 Possuir mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade 
profissional que exija os conhecimentos citados no ponto anterior 
 
Escolha dos Ministros do TCU 
 
Depois de definir os requisitos que devem ser obedecidos para que um Ministro 
do TCU seja nomeado, a CF/88 define que a escolha dos nove ministrosé feita 
da seguinte forma: 
 
Quantidade Quem escolhe 
1 ministro 
Presidente da República (livre escolha), com 
aprovação do Senado Federal 
1 ministro 
Presidente da República (dentre os Ministros-
Substitutos indicados em lista tríplice pelo Tribunal, 
segundo os critérios de antiguidade e merecimento), 
com aprovação do Senado Federal 
1 ministro 
Presidente da República (dentre os membros do 
MPTCU indicados em lista tríplice pelo Tribunal, 
segundo os critérios de antiguidade e merecimento), 
com aprovação do Senado Federal 
6 ministros Congresso Nacional (livre escolha) 
 
Vale destacar que os Ministros são nomeados pelo Presidente da República, 
independentemente de quem tenha feito sua escolha. Já a posse dos Ministros é 
dada pelo Presidente do TCU (não confundir: os Ministros são nomeados pelo 
Presidente da República e empossados pelo Presidente do TCU). 
 
Em caso de vacância, o próximo Ministro é escolhido da mesma forma da que 
havia sido o Ministro que se aposentou. Ex: se o Ministro que havia sido 
escolhido pelo Presidente da República dentre os membros do MPTCU se 
aposentar, o próximo Ministro que vai substitui-lo também tem que ser 
escolhido dessa forma. 
 
Os Ministros do TCU podem ter a disponibilidade ou a aposentadoria 
determinada pelo Tribunal, assegurada a ampla defesa. Para que essa 
disponibilidade ou aposentadoria “antecipada” aconteça, deve haver a maioria 
absoluta do voto dos Ministros titulares. 
 
Prerrogativas dos Ministros do TCU 
 
A Constituição dispõe ainda que os Ministros do TCU têm as mesmas garantias, 
prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do STJ. 
Assim, os Ministros gozam das seguintes garantias e prerrogativas: 
 
 Vitaliciedade (não pode perder o cargo senão por sentença judicial 
transitada em julgado) 
 Inamovibilidade 
 Irredutibilidade de vencimentos, observando-se em sua remuneração o 
teto estipulado pela Constituição 
 
Vedações impostas aos Ministros do TCU 
 
Assim como são atribuídas garantias e prerrogativas, também são estabelecidas 
vedações aos Ministros do TCU. De acordo com a Lei Orgânica do TCU, é 
vedado aos Ministros: 
 
 Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma 
de magistério 
 Exercer cargo técnico ou de direção de sociedade civil, associação ou 
fundação, de qualquer natureza ou finalidade, salvo de associação de 
classe, sem remuneração 
 Exercer comissão remunerada ou não, inclusive em órgãos de controle da 
administração direta ou indireta, ou em concessionárias de serviço público 
 Exercer profissão liberal, emprego particular, comércio, ou participar de 
sociedade comercial, exceto como acionista ou cotista sem ingerência 
 Celebrar contrato com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, 
sociedade de economia mista, fundação, sociedade instituída e mantida 
pelo poder público ou empresa concessionária de serviço público, salvo 
quando o contrato obedecer a normas uniformes para todo e qualquer 
contratante 
 Dedicar-se à atividade político-partidária 
 
O RITCU define ainda outra vedação. Os Ministros do TCU não podem 
manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo 
pendente de julgamento ou emitir juízo depreciativo sobre despachos, votos ou 
sentenças de órgãos judiciais. Nessa vedação, ressalva-se a crítica feita por 
algum Ministro nos autos e em obras técnicas, ou no exercício do magistério. 
 
Todas essas vedações também se aplicam aos Ministros Substitutos 
(“Auditores”). 
 
 
 
47. (CESPE/TCU – AUFC/2011) O presidente da República tem a 
prerrogativa de escolher livremente apenas um dos nove ministros do 
TCU, além de outros dois indicados em listas tríplices pelo próprio TCU, 
estando essas três escolhas sujeitas ao crivo do Senado Federal. 
 
Exatamente. Cabe ao Presidente da República escolher um terço dos Ministros 
do TCU (ou seja, 3 dos 9 ministros). Esses três devem ser escolhidos da 
seguinte forma: 
 
1) Livre escolha 
2) Dentre os auditores (Ministros Substitutos) 
2) Dentre os membros do MPTCU 
 
O TCU deve enviar lista tríplice quando a escolha for dentre os auditores ou 
dentre os membros do MPTCU. Após isso, o Presidente da República escolhe um 
dos que estejam nessa lista e encaminha o nome para aprovação do Senado 
Federal. 
 
Item certo. 
 
48. (CESPE/TJ-AC – Juiz/2011) Compete privativamente ao Senado 
Federal escolher dois terços dos membros do TCU. 
 
Dois terços dos Ministros do TCU são escolhidos pelo Congresso Nacional, e não 
apenas pelo Senado Federal. O que vale pra prova é o que está na CF/88: dois 
terços dos Ministros do TCU são escolhidos pelo Congresso Nacional (e não por 
apenas uma das Casas separadamente). 
 
Item errado. 
 
49. (CESPE/TCE-TO/Todos os cargos/Nível Médio/2009/Adaptada) Um 
dos aspectos que caracteriza com propriedade a independência de um 
ministro do TCU é a vitaliciedade no cargo. 
 
Vimos que os Ministros do TCU possuem garantias e prerrogativas no cargo. 
Uma delas é justamente a vitaliciedade no cargo, que garante que o Ministro 
possa atuar com autonomia e independência (já que o cargo é vitalício, ele não 
se sujeitaria a pressões externas). 
 
Item certo. 
 
50. (CESPE/TCE-RN – Assessor Técnico Jurídico/2009/Adaptada) O 
limite máximo de 65 anos de idade para nomeação de ministros e 
conselheiros dos TCs não é aplicável no caso das vagas reservadas ao 
MP e aos auditores, uma vez que estes já são servidores dos 
respectivos TCs. 
 
A Constituição estabelece os critérios exigidos para a nomeação de um Ministro 
do TCU, quais sejam: 
 
- Ser brasileiro 
- Possuir mais de 35 e menos de 65 anos de idade 
- Apresentar idoneidade moral e reputação ilibada 
- Possui notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros 
ou de administração pública 
- Possuir mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade 
profissional que exija os conhecimentos citados no ponto anterior 
 
Dessa forma, não importa qual a origem da indicação do Ministro (se indicado 
pelo Congresso ou pelo Presidente). Os requisitos constitucionais devem ser 
obedecidos para a nomeação de qualquer Ministro. 
 
Item errado. 
 
 
 
Auditores (ou Ministros Substitutos) 
 
Apesar de os novos normativos citarem a nomenclatura “Ministros Substitutos”, 
alguns normativos (inclusive a Constituição) ainda não foram alterados e se 
referem aos Ministros Substitutos como “Auditores”. 
 
Os Ministros Substitutos substituem os Ministros titulares em caso de 
afastamento ou de impedimento legal. Também pode haver convocação pelo 
Presidente do TCU ou pelo Presidente dos órgãos colegiados para completar 
quórum dos colegiados. Atualmente, são quatro os Ministros Substitutos no 
TCU. 
 
Esse cargo é ocupado mediante aprovação em concurso público de provas e 
títulos (não há indicação política, como no caso dos titulares) por cidadãos que 
satisfaçam os requisitos exigidos para o cargo de Ministro. 
 
A nomeação dos Ministros Substitutos, assim como para os Ministros, é feita 
pelo Presidente da República. A posse é dada pelo Presidente do TCU e, após 
empossado, o Ministro Substituto só pode perder o cargo por sentença judicial 
transitada em julgado. 
 
Enquanto não estiver convocado para substituir Ministro, o Ministro Substituto 
preside a instrução de processos que lhe forem distribuídos. Assim, eles relatam 
processos e encaminham proposta de decisão a ser votada pelos integrantes do 
Plenário ou da Câmara a qual fizerem parte. Mesmo elaborando proposta de 
decisão, o Ministro Substituto não

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