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Aula 03 Controle Externo para Auditor de Controle Externo e Auxiliar de Controle Externo do TCE/PA Aula 03 Professor: Pedro Guimarães Fala pessoal !! Hoje veremos o seguinte assunto: Disposições da CF/88 sobre os Tribunais de Contas (parte 2). Após essa aula nós teremos matado praticamente todo o assunto referente às disposições constitucionais sobre o Controle Externo. Tendo visto tudo isso, ficará muito mais fácil de aprendermos os detalhes específicos do controle externo do âmbito estadual, aplicáveis ao TCE/PA. Bons estudos !! Tópicos da Aula 1. Competências constitucionais (continuação) ................................................. 4 1.1 Realizar inspeções e auditorias .............................................................. 4 1.2 Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais ....................... 8 1.3 Fiscalizar a aplicação de recursos transferidos pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou instrumentos congêneres ............................................. 10 1.4 Prestar informações solicitadas pelo Congresso Nacional ........................... 15 1.5 Aplicar sanções previstas em lei em caso de irregularidade ....................... 18 1.6 Assinar prazo para cumprimento da lei .................................................. 21 1.7 Sustar a execução de ato impugnado .................................................... 23 1.8 Representar ao poder competente sobre irregularidades ........................... 29 1.9 Encaminhar relatório de atividades ao Congresso Nacional ........................ 29 1.10 Pronunciar-se conclusivamente sobre despesas não autorizadas ............... 31 1.11 Decidir sobre denúncias ..................................................................... 34 1.12 Efetuar o cálculo das quotas e fiscalizar a entrega dos recursos do FPE e do FPM ....................................................................................................... 35 Aula 03 – Controle Externo para TCE/PA 2. Sede e composição do Tribunal ................................................................. 38 2.1 Ministros ........................................................................................... 39 2.2 Auditores (ou Ministros Substitutos) ...................................................... 43 3. Mais exercícios comentados ...................................................................... 48 4. LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ............................................ 55 5. GABARITO ............................................................................................. 65 Disposições da CF/88 sobre os Tribunais de Contas (parte 2) Nessa aula continuaremos a estudar as competências atribuídas pela Constituição aos tribunais de contas. Tais dispositivos compreendem o art. 70 da CF/88 e outros trechos esparsos, que detalharemos adiante nesta aula. Veremos, ainda, os dispositivos sobre a sede e composição do TCU, que estão dispostos no art. 73 da Constituição. Vamos em frente! Competências constitucionais (continuação) Realizar inspeções e auditorias CF Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; Esse inciso diz respeito à função fiscalizadora do TCU. Vimos que o art. 70 dispõe que cabe ao controle externo realizar a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta. Para realizar tal função o TCU dispõe de instrumentos de fiscalização. A CF cita expressamente as inspeções e as auditorias, porém o TCU dispõe, ainda, dos seguintes instrumentos (de acordo com o RITCU): monitoramento, levantamento e acompanhamento. De acordo com o dispositivo constitucional, a fiscalização que compete ao TCU pode ser exercida por iniciativa própria ou por solicitação da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou de Comissão (sejam elas comissões técnicas ou de inquérito). A capacidade de exercer fiscalização por iniciativa própria é uma das garantias que conferem independência de atuação aos tribunais de contas. Afinal, se o TCU só pudesse atuar quando provocado, perderia parte da autonomia que lhe foi conferida pela própria CF. Já quando a solicitação de realização de fiscalização vem do Congresso Nacional, o RITCU determina que tal pedido deve ser apreciado em caráter de urgência. Dentro do CN, vejamos quem possui competência para solicitar a realização de auditorias e inspeções ao TCU: Presidente do Senado Federal Presidente da Câmara dos Deputados Presidentes de comissões do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados, quando por elas aprovadas Vale observar que um parlamentar, sozinho, não pode solicitar ao TCU que realize auditoria ou inspeção. Caso queira, deve submeter seu pedido a alguma comissão ou ao Presidente de alguma das Casas Legislativas. 1. (CESPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo /2012) O Tribunal de Contas da União (TCU) poderá realizar — por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de comissão técnica ou de inquérito — inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Questão pra fixarmos o dispositivo constitucional. O TCU tem a competência de realizar inspeções e auditorias de natureza COFOP (contábil, orçamentária, financeira, operacional e patrimonial) nas unidades administrativas de seus jurisdicionados. Essa fiscalização pode ser realizada tanto por iniciativa própria, quanto por solicitação do Congresso Nacional. Dentro do CN, vamos relembrar quem pode solicitar a realização de auditorias e inspeções: • Presidente do Senado Federal • Presidente da Câmara dos Deputados • Presidentes de comissões do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados, quando por elas aprovadas Item certo. 2. (CESPE/TCU – TFCE/2009) Texto da questão: As sindicâncias já instaladas no Senado incluem a que investiga as empresas que intermediavam empréstimos consignados para servidores e as auditorias do TCU sobre os contratos e a folha de pagamento da instituição. As cobranças da sociedade por mais transparência aumentam a pressão para que sejam divulgados todos os gastos da Casa. O Globo, 28/6/2009, p. 8 (com adaptações). As auditorias mencionadas no primeiro texto inscrevem-se entre as competências do TCU, fixadas constitucionalmente, entre as quais está a de realizar, por iniciativa própria ou não, inspeções e auditorias de naturezas contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Em decorrência de sua competência fiscalizatória, ao TCU incumbe realizar auditorias nas unidades administrativas jurisdicionadas ao Tribunal. Tais auditorias podem ser realizadas tanto por solicitação do Congresso Nacional (Presidente do Senado, Presidente da Câmara ou Presidentes de comissões) quanto por iniciativa própria, assim como dito na questão.Item certo. 3. (CESPE/TCU – TFCE/2009) Apesar de ser órgão que auxilia o Poder Legislativo no controle externo, o TCU pode realizar, por iniciativa própria, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. É isso aí. A CF dispõe que o controle externo está a cargo do Congresso Nacional, com o auxílio do TCU. Apesar disso, o TCU tem competência para, por iniciativa própria, realizar inspeções e auditorias nas unidades administrativas dos três Poderes. Vale lembrar das naturezas das fiscalizações realizadas pelo TCU: contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial (COFOP). Item certo. 4. (CESPE/TCE-RN – Assessor Técnico Jurídico/2009) Como órgão que auxilia a Assembleia Legislativa do estado no controle externo da administração pública, o TCE/RN tem competência para realizar inspeções e auditorias de natureza financeira, contábil, orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Executivo e Judiciário, desde que tal providência seja deflagrada apenas por iniciativa da Assembleia Legislativa. Em respeito ao princípio da simetria, os tribunais de contas estaduais têm a competência de realizar auditorias e inspeções por iniciativa própria ou por solicitação do Poder Legislativo. Assim como no âmbito federal, onde o Congresso Nacional pode solicitar a realização de fiscalização ao TCU, nos estados as Assembleias Legislativas também podem fazer essa solicitação aos TCE’s. Veremos na próxima aula que a Constituição do Estado do Pará fala exatamente sobre isso! A questão, porém, erra ao dizer que as auditorias e inspeções só podem ser realizadas quando houver solicitação da Assembleia Legislativa. Os Tribunais de Contas dos Estados são competentes para, por iniciativa própria, utilizar esses instrumentos de fiscalização. Item errado. 5. (CESPE/TJ-ES – Juiz/2011) Compete ao Tribunal de Contas da União realizar, somente por iniciativa própria ou da comissão mista permanente de deputados e senadores responsável pela apreciação e execução das leis orçamentárias, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. De acordo com a CF, as auditorias e inspeções do TCU podem ser realizadas por iniciativa do próprio Tribunal ou por solicitação da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou de Comissão técnica ou de inquérito. Reparem que qualquer comissão técnica ou de inquérito, de qualquer das Casas Legislativas, pode solicitar a realização de fiscalização. A questão restringiu essa prerrogativa a apenas uma comissão, tornando a questão errada. Item errado. Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais CF Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; Competência também inserida na função fiscalizatória. Cabe ao TCU fiscalizar apenas as contas nacionais das empresas supranacionais em que haja participação da União. O último trecho do inciso também é importante. O TCU é competente para fiscalizar apenas nos termos do tratado constitutivo da empresa supranacional. Se esse tratado não contar com previsão a respeito da fiscalização do TCU, não compete a ele atuar sobre a empresa. 6. (CESPE/TCU – AUFC/2013) Compete ao TCU auxiliar o Congresso Nacional a exercer a fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital a União participe, desde que a participação se dê de forma direta A Constituição dispõe que compete ao TCU fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe. Tal participação, nos termos da CF, pode ser de forma direta ou indireta (ao contrário do que diz a questão). Item errado. 7. (CESPE/TCE-AC – ACE/2008) O TCU tem competência para fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do que consta como sendo empresa controlada. De acordo com a Constituição, compete ao TCU fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta. Entretanto, a CF dispõe que tal fiscalização é realizada nos termos do tratado constitutivo, ao contrário do que o item trouxe. A questão diz que é nos “termos do que consta como sendo empresa controlada”. Não deu pra entender muito bem o que o Cespe quis dizer, mas se ele tentou fazer uma pegadinha no sentido de que a empresa supranacional tem que ser controlada pela União para que o TCU tenha a competência de fiscalizar suas contas, também conseguiu tornar a questão errada. Independentemente de a participação da União ser majoritária ou minoritária, o TCU é competente para fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital a União participe, nos termos do tratado constitutivo. Item errado. 8. (CESPE/MPE-RR – Promotor de Justiça/2012) De acordo com a CF, o TCU tem competência para julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos, assim como para fiscalizar as contas das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo. Questão que traz duas competências que vimos na aula. A primeira é a competência do TCU de julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por recursos públicos federais. A outra é a relacionada à fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais onde haja participação da União. Lembrando que essa fiscalização do TCU é realizada nos termos do tratado constitutivo da empresa supranacional. Item certo. Fiscalizar a aplicação de recursos transferidos pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou instrumentos congêneres CF Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; Quando a União transfere recursos aos demais entes por meio de convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos, realiza transferências voluntárias para a consecução de objetivos de interesse mútuo. Já quando a União obedece a Constituição e transfere recursos destinados previamente aos demais entes, realiza transferências constitucionais obrigatórias. Todavia, há diferença na atuação do TCU na fiscalização desses dois tipos de transferência. Transferências voluntárias: O TCU fiscaliza a entrega e a aplicação dos recursos repassados por meio de transferências voluntárias a outros entes, por intermédio de convênios ou outros instrumentos congêneres. Afinal de contas, tais recursos repassados pela União não deixam de ser federais e devem ser controlados pelo TCU. Transferências constitucionais obrigatórias: No caso das transferências constitucionais obrigatórias (como o Fundo de Participação dos Estados e o Fundo de Participação dos Municípios),tais recursos constituem receitas originárias dos entes federados (não são recursos da União), por isso o TCU fiscaliza apenas a entrega. A aplicação desses recursos é fiscalizada pelo respectivo Tribunal de Contas Estadual (ou municipal, se houver). Fiscalizar a aplicação significa que o TCU pode verificar onde os recursos foram alocados, se o plano de trabalho estabelecido no convênio foi cumprido pelo ente recebedor dos recursos, se a verba federal foi aplicada em respeito ao princípio da economicidade, etc. Assim, caso o TCU detecte irregularidades na aplicação dos recursos repassados a um município mediante transferência voluntária, o gestor municipal pode ser responsabilizado por tal desvio. Vale destacar que o mesmo não acontece no caso de transferências constitucionais obrigatórias. Nesse caso, o TCU pode fiscalizar apenas a entrega dos recursos, ou seja, se os recursos foram repassados no valor correto e em obediência aos demais dispositivos legais. O RITCU, ao dispor sobre essa competência, incluiu sob a fiscalização do TCU os recursos repassados mediante convênio, acordo e instrumentos congêneres não apenas aos estados e municípios, mas também os repassados a qualquer outra pessoa, física ou jurídica, pública ou privada (ONGs que recebem recursos mediante convênio, por exemplo). No caso de convênios firmados entre a União e determinado ente federativo, ambos são responsáveis pela fiscalização dos recursos. Vamos utilizar como exemplo um convênio onde 30% foram aportados pelo governo federal e o restante foi custeado pelo próprio Município. Ainda como exemplo, vamos supor que a totalidade dos recursos do convênio foi desviada. Nesse caso, o TCU pode fiscalizar todo o conjunto da irregularidade. Entretanto, só pode exigir o ressarcimento, mediante imputação de débito aos responsáveis, até o limite dos recursos federais repassados. Assim, o TCU obteria o ressarcimento à União apenas dos 30% por ela repassados. Quanto ao restante dos recursos, cabe ao tribunal de contas respectivo obter o ressarcimento para seus próprios cofres. 9. (CESPE/MJ – Analista Técnico-Administrativo/2013) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete, entre outras atribuições, fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a estado, ao Distrito Federal ou a município. Questão literal. De acordo com a CF, é competência do TCU fiscalizar a aplicação dos recursos repassados pela União, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a estado, DF ou município. Essas são as chamadas transferência voluntárias, que tem sua entrega e aplicação fiscalizadas pelo Tribunal. Item certo. 10. (CESPE/AGU – Procurador/2013) Compete ao TCU, entre outras atribuições, fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a estado, ao DF ou a município, aplicando aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou de irregularidade de contas, as sanções previstas em lei. A questão traz duas competências constitucionais do TCU. A primeira nós vimos nesse tópico e diz respeito à fiscalização, pelo Tribunal, da aplicação dos recursos repassados pela União aos demais entes mediante convênio, acordo, ajuste ou instrumentos congênere (transferências voluntárias). Já a segunda competência será vista mais a frente. Mas podemos adiantar que o TCU é competente para aplicar sanções aos seus jurisdicionados, caso seja verificada irregularidade. Item certo. 11. (CESPE/DP-DF – Defensor Público/2013) Inserem-se nas competências do TCU a fiscalização das contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital a União participe, nos termos do tratado constitutivo, e a fiscalização de aplicação de quaisquer recursos repassados pela União a estado, ao DF ou a município. Inicialmente o item foi considerado correto pelo Cespe. A primeira parte, de fato, está certa ao dizer que é competência do TCU fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais em que haja participação da União, nos termos do tratado constitutivo. Todavia, a parte final contém uma omissão que faz a questão se tornar errada. O TCU é competente para fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União a estado, DF ou município, mediante convênio, acordo, ajuste e outros instrumentos congêneres. Portanto, não são quaisquer recursos transferidos pela União, mas aqueles que envolvem convênios e instrumentos do tipo. Vale lembrar que as transferências constitucionais obrigatórias, apesar de serem repassadas pela União só são fiscalizadas no momento da entrega, e não no momento da aplicação. Vejam a justificativa do Cespe para alterar o gabarito para errado: “O item está errado, pois não são quaisquer recursos que são objeto de fiscalização pelo TCU, mas apenas os que são objeto de repasse mediante convênio ou outros instrumentos análogos. Por esse motivo, opta-se pela alteração do gabarito.” Item errado. 12. (CESPE/TJDFT – Técnico/2008) A competência do TCU para a fiscalização das transferências voluntárias efetuadas pela União aos municípios mediante convênio, acordo, ajuste ou instrumento congênere não é incompatível com a autonomia das diversas esferas da Federação. Vimos que ao TCU incumbe a fiscalização da entrega e aplicação dos recursos repassados pela União, mediante convênio e instrumentos congêneres, aos estados, DF e municípios (transferências voluntárias). Tais recursos, quando entregues a outro ente, não deixam de ser recursos federais. O ente que receber transferência voluntária da União deve prestar contas dos valores recebidos, para comprovar que os recursos federais foram utilizados de maneira adequada e de acordo com os dispositivos legais aplicáveis. Dessa forma, a autonomia do ente recebedor não é afetada, pois o TCU só é competente para exigir o ressarcimento (em caso de dano ao erário) dos recursos públicos federais. Para que os demais valores sejam ressarcidos, deve haver a atuação do respectivo tribunal de contas. Item certo. 13. (CESPE/TCU –Auditor/2007/Adaptada) Não é competência do TCU fiscalizar a aplicação, pelos municípios, de recursos do FPM. A CF determina à União que entregue parte da arrecadação de determinados impostos federais ao Fundo de Participação dos Estados (FPE) e ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Tais repasses são considerados transferências constitucionais obrigatórias e constituem receitas originárias dos entes recebedores. No caso de transferências voluntárias, vimos que o TCU é competente para fiscalizar a entrega e a aplicação dos recursos federais. No entanto, quando se tratar de transferências constitucionais obrigatórias (recursos do FPM, por exemplo), ao TCU compete fiscalizar a entrega dos recursos. A aplicação dos recursos do FPE e do FPM é fiscalizada pelo tribunal de contas respectivo, e não pelo TCU. Item certo. 14. (CESPE/TJ-PI – Juiz/2007) Compete ao TCU fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros recebidos pelos estados ou municípios em decorrência de participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, ou de compensação financeira por essa exploração. Questão que parece difícil, mas não é. Primeiro vamos lembrar que o TCU não fiscaliza a aplicação das transferências constitucionais obrigatórias (FPE, FPM, etc.),pois tais recursos constituem receitas originárias dos entes recebedores. Pois bem. Os recursos recebidos pelos estados e municípios decorrentes de participação no resultado da exploração do petróleo ou gás natural (também conhecidos como royalties) também são considerados receitas originárias dos entes recebedores. Dessa forma, o TCU é competente para fiscalizar apenas a entrega desses recursos pela União. A aplicação de tais recursos é fiscalizada pelo respectivo tribunal de contas. Vale a pena dar uma lida na jurisprudência do STF que manifestou esse entendimento (MS 24.312): “Embora os recursos naturais da plataforma continental e os recursos minerais sejam bens da União (CF, art. 20, V e IX), a participação ou compensação aos Estados, Distrito Federal e Municípios no resultado da exploração de petróleo, xisto betuminoso e gás natural são receitas originárias destes últimos entes federativos (CF, art. 20, § 1º). É inaplicável, ao caso, o disposto no art. 71, VI da Carta Magna (esse inciso da CF é o que fala da competência que vimos nesse tópico – grifo meu) que se refere, especificamente, ao repasse efetuado pela União, mediante convênio, acordo ou ajuste – de recursos originariamente federais.” Item errado. 15. (CESPE/TRF-5 – Juiz Federal/2009) Não compete ao TCU fiscalizar a correta aplicação das receitas que os estados e municípios recebem pela participação ou compensação no resultado da exploração de petróleo, xisto betuminoso e gás natural. O STF já manifestou entendimento de que os recursos repassados aos estados e municípios em decorrência da participação ou compensação no resultado da exploração do petróleo, xisto betuminoso e gás natural (royalties) são receitas originárias dos entes recebedores. Assim, o TCU é competente para fiscalizar apenas a entrega desses recursos aos demais entes pela União. Como os recursos são estaduais ou municipais (a depender de quem recebe), quem fiscaliza sua aplicação são os tribunais de contas respectivos. Item certo. Prestar informações solicitadas pelo Congresso Nacional CF Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; Como vimos anteriormente, o controle externo está a cargo do Congresso Nacional, com o auxílio do TCU. Umas das formas de o TCU auxiliar o CN no exercício do controle externo é por meio dessa competência. O Congresso pode solicitar, mediante expediente encaminhado ao Presidente do TCU, informações sobre quaisquer fiscalizações realizadas pelo TCU e seus resultados. Tais pedidos de informação, de acordo com o RITCU, serão apreciados em caráter de urgência. Dentro do CN, vejamos quem é competente para encaminhar solicitações de informação ao TCU: Presidente do Senado Federal Presidente da Câmara dos Deputados Presidentes de comissões do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados, quando por elas aprovadas 16. (CESPE/TCU – Técnico/2005) O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, é exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas casas, ou por quaisquer de seus membros, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas. Vimos que o Poder Legislativo pode solicitar informações ao TCU, nos termos da Constituição. A CF/88 dispõe que o Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e as suas respectivas comissões podem fazer esse pedido de informação. Contudo, a questão erra ao incluir entre os que possuem a prerrogativa de solicitar informações ao TCU os membros das Casas Legislativas. O parlamentar, por si só, não é competente para fazer essa solicitação. De acordo com o RITCU, podem encaminhar solicitação de informação ao TCU o Presidente do Senado Federal, o Presidente da Câmara dos Deputados e os presidentes das comissões parlamentares, quando por elas aprovadas. Item errado. 17. (CESPE/TCU – AUFC/2011) Um parlamentar que deseje obter informações pormenorizadas acerca de auditoria realizada pelo TCU em determinado órgão da administração federal deverá requerer à comissão da respectiva Casa a aprovação da solicitação, que, então, poderá ser formalmente encaminhada ao TCU, para apreciação em caráter de urgência. Vamos relembrar quem é competente para encaminhar solicitações de informação ao TCU: • Presidente do Senado Federal • Presidente da Câmara dos Deputados • Presidentes de comissões do Congresso Nacional, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados, quando por elas aprovadas Assim, a questão está correta ao dizer que o parlamentar deve solicitar a alguma comissão a aprovação da solicitação. Ele, por si só, não possui a prerrogativa de solicitar ao TCU que preste informações. Caso a comissão aprove a solicitação, seu Presidente a encaminha ao TCU, que aprecia o pedido em caráter de urgência. Item certo. 18. (CESPE/TCE-AC – Técnico/2009) O Congresso Nacional, sem prejuízo do auxílio do TCU no exercício do controle externo, dispõe de outros instrumentos e mecanismos próprios que caracterizam suas funções constitucionais de controle. Esses mecanismos não compreendem os pedidos de informação. O controle externo, de acordo com a CF, está a cargo do Congresso Nacional com o auxílio do TCU. No exercício do controle, o CN tem a prerrogativa de solicitar informações ao TCU, cujo pedido deve ser analisado em caráter de urgência. A questão erra ao dizer entre os mecanismos de controle que podem ser utilizados pelo Congresso não estão incluídos os pedidos de informação. Item errado. Aplicar sanções previstas em lei em caso de irregularidade CF Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; Competência que se relaciona com a função sancionadora dos tribunais de contas. Para a aplicação das sanções previstas em lei, os TC’s devem garantir o contraditório e a ampla defesa, observado o devido processo legal. Para que determinada sanção possa ser aplicada pelo TCU, deve haver previsão legal para tanto. Dessa forma, o Regimento Interno do TCU, por exemplo, não é instrumento suficiente para criar de uma nova sanção. Apenas por meio de lei que é possível a criação de sanções a serem aplicadas pelo TCU. A Constituição já adiantou uma das sanções que podem ser aplicadas pelo TCU. De acordo com o dispositivo que vimos acima, a lei deverá estabelecer as sanções que podem ser aplicadas pelo TCU, entre elas a multa proporcional ao dano causado ao erário. Essa sanção (multa proporcional ao dano) é apenas uma das que o TCU pode aplicar aos seus jurisdicionados. A LOTCU, por exemplo, é uma lei que traz sanções passíveis de aplicação pelo Tribunal. Teremos uma aula destinada ao estudo das sanções que podem ser aplicadas pelo TCU e pelo TCE/PA. Porenquanto, estudaremos apenas o dispositivo constitucional. 19. (CESPE/TRF-2 – ACE/2011) Compete ao TCU aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário. Questão para relembrarmos a disposição constitucional. A CF/88 atribuiu ao TCU a competência para aplicar sanções previstas em lei aos seus jurisdicionados, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas. Entre essas sanções, a CF já adiantou que uma das que deveriam estar contidas em lei era a multa proporcional ao dano causado ao erário. Item certo. 20. (CESPE/MCT – ACE/2004) Cabe ao TCU aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei. Exatamente. A CF conferiu ao TCU a competência de aplicar, quando verificadas irregularidades, sanções aos seus jurisdicionados. Lembrem-se que essas sanções devem conter previsão em lei para que possam ser aplicadas pelo Tribunal. Item certo. 21. (CESPE/TCU – Técnico Federal/2009) A CF conferiu ao TCU a competência para julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, porém não atribuiu a esse tribunal competência para aplicar sanções aos responsáveis quando constatada a ocorrência de ilegalidade de despesa ou de irregularidade de contas, por se tratar de competência exclusiva do Congresso Nacional. Questão que traz duas competências constitucionais do TCU. A primeira parte está correta e diz respeito ao julgamento, pelo TCU, das contas dos administradores e demais responsáveis por recursos públicos federais. Entretanto, a segunda parte traz um erro. Ao contrário do que diz a questão, vimos que a competência para aplicar sanções previstas em lei aos seus jurisdicionados, quando verificada irregularidade, é exclusiva do TCU. Apesar de também exercer controle externo, não compete ao Congresso Nacional aplicar tais sanções. Item errado. 22. (CESPE/AGU – Advogado da União/2006) Entre as competências do TCU está a sua função sancionadora, mediante a qual referida corte promove a aplicação de penalidades aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas. Essas penalidades, uma vez aplicadas, excluem a aplicação de sanções penais e administrativas pelas autoridades competentes, em razão das mesmas irregularidades constatadas pelo TCU. Uma das funções dos tribunais de contas é a sancionatória. Tal função se relaciona com a competência constitucional do TCU de aplicar sanções previstas em lei aos seus jurisdicionados, em caso de irregularidades. Em Direito Administrativo vocês devem ter estudado sobre o princípio da independência das instâncias. O fato de o TCU ter aplicado sanção a determinado jurisdicionado não impede que eventuais processos administrativos ou judiciais tenham prosseguimento. As esferas criminais e administrativas são independentes, estando a Administração vinculada apenas à decisão do juízo criminal que negar a existência do fato ou a autoria do crime. Item errado. 23. (CESPE/TCE-RN – Assessor Técnico de Controle e Administração /2009) O TCE tem competência constitucional para fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados a município e a instituições públicas e privadas, bem como para aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei. Em respeito ao princípio da simetria, aos tribunais de contas estaduais compete a fiscalização da aplicação dos recursos repassados aos municípios mediante convênio, acordo, ajuste ou instrumentos congêneres. Da mesma forma, os TCE’s também são competentes para aplicar as sanções previstas em lei aos seus jurisdicionados, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas. Veremos em aula específica que o TCE/PA possui essa competência prevista em lei. Item certo. 24. (CESPE/TCE-BA – Procurador/2010) Entre as competências atribuídas pela CF exclusivamente aos tribunais de contas no exercício do controle externo, somente a aplicação de sanções depende de norma infraconstitucional para o seu exercício. Boa questão. Sabemos que a CF, ao tratar do controle externo, atribuiu competências exclusivas ao TCU. Se vocês repararem, quase todas essas atribuições podem ser exercidas pelo Tribunal sem a necessidade de regulamentação em lei. Todavia, uma delas exige uma norma infraconstitucional para seu exercício. Vejamos o dispositivo da CF, que diz que compete ao TCU: VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; Viram o destaque? Apenas as sanções que contem com previsão legal é que podem ser aplicadas pelo TCU, viabilizando o exercício dessa competência. Destaco que isso não significa que a lei pode retirar essa atribuição do Tribunal. A competência é garantida pela Constituição e depende apenas de regulamentação por norma legal. Item certo. Assinar prazo para cumprimento da lei CF Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade; Essa competência se relaciona com a função corretiva dos tribunais de contas. Se o TCU verificar alguma ilegalidade em ato administrativo praticado por servidor ou em um contrato firmado pela administração pública, por exemplo, pode determinar ao gestor que adote as providências necessárias para que a lei seja cumprida. Após a determinação pelo TCU, o órgão que praticou o ato ou que firmou o contrato deve tomar as medidas necessárias para que a lei seja observada. O ato ou o contrato podem ser simplesmente corrigidos ou podem, ainda, ser anulados ou revogados. De acordo com o RITCU, quando verificada ilegalidade em ato ou contrato, o TCU assina prazo de até 15 dias para que o responsável adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei. 25. (CESPE/MPE-RR – Promotor de Justiça/2012) O controle externo, exercido pelo Poder Legislativo com o auxílio do tribunal de contas, não abrange a aplicação de medidas sancionadoras, restringindo-se às corretivas, com a fixação de prazo para que o órgão adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei ou a sustação da execução do ato impugnado. De fato os Tribunais de Contas podem adotar medidas corretivas ao verificar ilegalidade em ato ou contrato em execução. Nesses casos, o Tribunal assina prazo para que o responsável adote as providências necessárias para o exato cumprimento da lei. Entretanto, os Tribunais de Contas também são competentes para adotar medidas sancionadoras. Vimos que a própria CF atribui a competência de aplicar sanções previstas em lei, caso sejam verificadas ilegalidades na despesa ou irregularidades nas contas dos respectivos jurisdicionados. Item errado. 26. (CESPE/TRT-5 – Juiz/2006) Constatada a ocorrência de vício no ato concessivo de aposentadoria, torna-se lícito ao TCU recomendar ao órgão ou entidade competente que adote as medidas necessárias ao exato cumprimento da lei. Questão que traz um caso prático. Quando o TCUverificar ilegalidade em ato administrativo praticado, possui a competência de assinar prazo para que o órgão ou a entidade adote as providências necessárias para que a lei seja cumprida. Assim, se o Tribunal verificar ilegalidade em um ato de concessão de aposentadoria (como dito na questão), por exemplo, pode determinar ao órgão concedente que adote medidas para o exato cumprimento da lei. Item certo. Sustar a execução de ato impugnado CF Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; § 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. § 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. Essa competência se relaciona diretamente com a anterior. Se o TCU determinar que sejam adotadas as providências necessárias ao exato cumprimento da lei e o órgão não cumprir a determinação no prazo (15 dias, de acordo com o RITCU), o ato ou o contrato podem ser sustados. Vale destacar que sustar é diferente de anular. A sustação interrompe a eficácia, paralisando os efeitos do ato ou contrato ilegal (o ato ou o contrato não deixam de existir no mundo jurídico, eles apenas são “paralisados”). Já a anulação é exclusiva da Administração que produziu o ato (autotutela) ou do Poder Judiciário. Assim, gravem isso: ao exercer a competência do inciso X do art. 71, os Tribunais de Contas somente sustam a execução do ato (e não o anulam). Contudo, a sustação de ato e a sustação de contrato são institutos diferentes. Um ato administrativo pode ser sustado diretamente pelo TCU. Já no caso de contrato administrativo, a sustação é adotada pelo Congresso Nacional. Vejamos como funcionam esses procedimentos: No caso de ato administrativo: 1) TCU verifica ilegalidade e estabelece prazo de até 15 dias para que o órgão ou entidade adote as medidas necessárias para o exato cumprimento da lei. 2) Caso as providências sejam adotadas e a ilegalidade seja sanada, o processo termina aqui. 3) Caso as providências não sejam adotadas, o TCU susta a execução do ato impugnado e comunica a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal separadamente. No caso de contrato administrativo: 1) TCU verifica ilegalidade e estabelece prazo de até 15 dias para que o órgão ou entidade adote as medidas necessárias para o exato cumprimento da lei. 2) Caso as providências sejam adotadas e a ilegalidade seja sanada, o processo termina aqui. 3) Caso as providências não sejam adotadas, o TCU comunica o fato ao Congresso Nacional. 4) Após isso, o Congresso Nacional susta diretamente o contrato e solicita, de imediato, ao Poder Executivo que adote as medidas cabíveis. 5) Se, no prazo de 90 dias, o Congresso Nacional e o Poder Executivo não adotarem as medidas citadas no item anterior, o TCU decide a respeito da sustação do contrato. Perceberam a diferença entre os dois procedimentos? No caso de ato administrativo, o TCU pode sustar diretamente sua execução. Já se se tratar de contrato administrativo, o procedimento passa pelo Congresso Nacional. Entretanto, apesar de o TCU não possui a competência de sustar contratos administrativos, o STF já reconheceu que o Tribunal pode determinar à autoridade administrativa que proceda à anulação do contrato. Vejam só o que foi decidido pelo STF no julgamento do MS 23.550: "O TCU, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou" 27. (CESPE/SEGES-ES – Analista Executivo/2012) Os tribunais de contas, no âmbito da fiscalização contábil, financeira e orçamentária, podem sustar contratos administrativos ilegais firmados por entidades da administração pública indireta. Se o TCU verificar ilegalidade em ato ou contrato, assina prazo de até 15 dias para que o órgão responsável adote as medidas necessárias para o exato cumprimento da lei. Caso o órgão não adote as ações no prazo estipulado, temos aquela diferença entre os procedimentos dos atos e dos contratos. No caso dos atos administrativos, o TCU pode sustar diretamente a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara e ao Senado separadamente. Já quanto aos contratos, o TCU comunica o fato ao Congresso Nacional, que possui a competência para sustar a execução do contrato e para solicitar ao Executivo, de imediato, que adote as providências cabíveis. O item erra ao atribuir a competência do CN ao TCU. Item errado. 28. (CESPE/TCE-AC – Auditor/2009) Compete ao TCU sustar, de imediato, contratos comprovadamente lesivos ao patrimônio público. A diferença entre os procedimentos de sustação dos atos e dos contratos eivados de vício é muito cobrada pelo Cespe. Caso seja verificada ilegalidade em contrato e o órgão atenda a determinação do TCU de adotar as medidas necessárias para o cumprimento da lei, o TCU deve comunicar o fato ao Congresso Nacional. O Congresso, então, é que é competente para sustar a execução do contrato e solicitar ao Poder Executivo que adote as providências cabíveis. Vale lembrar que se o Congresso ou o Executivo não adotarem essas medidas em até 90 dias, o TCU deve decidir a respeito da sustação do contrato. Item errado. 29. (CESPE/TCU – TFCE/2012) O TCU, se não for atendido em suas solicitações, poderá sustar a execução de ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Quando o TCU verifica ilegalidade em determinado ato administrativo, possui a competência de assinar prazo para que o órgão adote as providências necessárias para o exato cumprimento da lei (de acordo com o RITCU, esse prazo é de até 15 dias). Caso o órgão não adote essas providências no prazo definido, ao TCU compete sustar a execução do ato impugnado. Ao tomar a decisão de sustação do ato, o TCU deve comunicá-la à Câmara dos Deputados e ao Senado (comunica às duas Casas Legislativas, separadamente). Item certo. 30. (CESPE/TCU – AFCE/2009) Supondo que o TCU tenha detectado que certa aposentadoria concedida por um hospital federal não atendia às exigências legais, julgue os itens a seguir. Na situação descrita, o tribunal deve, inicialmente, definir um prazo para que o hospital suste o ato de aposentadoria. Essa série de questões que faremos aqui é boa para fixarmos o procedimento de sustação de atos com vício de legalidade. O procedimento começa com o TCU verificando que um ato administrativo está eivado de ilegalidade. Nesse caso, o Tribunal deve assinar prazo para que o órgão responsável adote as medidas necessárias para o exato cumprimento da lei. De acordo com o RITCU, esse prazo é de 15 dias. Item certo. 31. (CESPE/TCU – AFCE/2009) Caso o hospital insista em não atender ao que for determinado pelo TCU, este deverá solicitar, de imediato, ao Congresso Nacional que decida sobre a matéria. Continuando, vimos que o TCU assinou prazo para que o órgão adotasse medidas necessárias ao exato cumprimento da lei. Como se trata de um ato administrativo, se o órgãonão atender a determinação, como dito na questão, o TCU pode sustar diretamente a execução do ato impugnado. A questão erra ao dizer que o Congresso é que decide sobre a matéria. Isso acontece no caso de contratos. No caso de atos, o próprio TCU pode sustar sua execução. Item errado. 32. (CESPE/TCU – AFCE/2009) Caso o TCU leve a matéria à decisão do Congresso Nacional, e este não se manifeste em 90 dias, caberá a esse tribunal decidir a respeito. Ainda com relação ao ato administrativo das questões anteriores. No caso de atos administrativos, a matéria não precisa ser levada ao Congresso Nacional. O TCU pode, diretamente, sustar a execução do ato. Item errado. 33. (CESPE/STF – Técnico Judiciário/2008) Como o TCU não tem poder para anular ou sustar contratos administrativos, não detém também competência para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato ou da licitação que o originou. Questão que pode ser respondida com base na jurisprudência do STF. O TCU, de fato, não pode anular ou sustar diretamente a execução de contratos administrativos. Caso sejam verificadas ilegalidades em um contrato, o TCU comunica o fato ao Congresso Nacional. O CN, então, é que possui a competência para sustar diretamente a execução do contrato e para solicitar, de imediato, ao Executivo que adote as providências cabíveis. Apesar disso, o STF já reconheceu que, apesar de não ser competente para sustar contratos, o TCU pode determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato ou da licitação que o originou. Vejam o trecho do julgado que baseou a questão (MS 23.550): "O TCU, embora não tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, tem competência, conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação do contrato e, se for o caso, da licitação de que se originou" Item errado. 34. (CESPE/TCE-RN – Técnico/2009) Compete ao TCE sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado e do contrato, comunicando a decisão à assembleia legislativa. Primeiro é bom relembrar que no âmbito dos estados, a Assembleia Legislativa atua como o Congresso Nacional no âmbito federal. Dessa forma, em respeito ao princípio da simetria o TCE possui a competência de sustar a execução de ato administrativo impugnado, quando sua determinação não tiver sido atendida pelo órgão (assim como o TCU possui essa competência). Já no caso dos contratos, o TCE não é competente para sustá-los diretamente, como diz a questão. Nesse caso, a sustação de contratos administrativos é de competência da Assembleia Legislativa (assim como no âmbito federal é competência do Congresso Nacional). Veremos isso com mais detalhes na próxima aula estudando diretamente a Constituição do Estado do Pará, mas por enquanto fiquem com esse “aperitivo”. Item errado. 35. (CESPE/TCU – AFCE/2010) No caso de o diretor de órgão público não atender à determinação do TCU para anular um ato, competirá ao próprio TCU sustar a execução do ato impugnado. Se um órgão praticar um ato administrativo com vício de legalidade e não atender a determinação do TCU de adotar as medidas necessárias para o exato cumprimento da lei, o TCU pode sustar diretamente a execução desse ato. Lembrem-se que no caso de contrato administrativo a competência de sustar a execução é do Congresso Nacional. Item certo. 36. (CESPE/TJ-AC – Juiz/2012) No exercício do controle externo, o Congresso Nacional dispõe de poderes para, sem a manifestação do Poder Judiciário, sustar contratos administrativos eivados de ilegalidade ou atos normativos do Poder Executivo que extravasarem os limites do poder regulamentar ou da delegação legislativa. Essa questão pode ser respondida com base em dois trechos da CF. O primeiro é o que confere a competência ao Congresso Nacional de sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem os limites do poder regulamentar ou da delegação legislativa. Tal competência se relaciona com o controle externo exercido pelo Congresso Nacional. Já o segundo trecho refere-se à sustação de contratos administrativos com vício de legalidade. Vimos que no caso de atos administrativos, compete ao TCU sustar sua execução. Já quando se trata de contrato administrativo, o Congresso Nacional é competente para sustar sua execução. Essas competências, nos termos da CF, não exigem prévia manifestação do Poder Judiciário ao serem exercidas pelo Congresso nacional. Item certo. Representar ao poder competente sobre irregularidades CF Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. Ao exercer suas competências, o TCU pode detectar irregularidades na gestão de determinado órgão. Quando tais infrações ou abusos forem apurados, o TCU deve informar ao Poder competente sobre sua existência. A Lei Orgânica do TCU detalha um pouco mais essa competência. De acordo com seu art. 1º, inciso VIII, ao representar ao Poder competente sobre irregularidades apuradas, o TCU deve indicar o ato inquinado e definir responsabilidades, inclusive as de Ministro de Estado ou autoridade de nível hierárquico equivalente. Encaminhar relatório de atividades ao Congresso Nacional CF Art. 71 § 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. Vimos que, de acordo com a CF, o controle externo está a cargo do Congresso Nacional, com o auxílio do TCU. Uma das formas de o TCU auxiliar o CN nesse sentido é por meio dessa competência, encaminhando relatórios trimestrais e anuais com as atividades realizadas pelo Tribunal. De acordo com o art. 90 da LOTCU, §2º, o relatório anual do TCU deve apresentar análise da evolução dos custos de controle e de sua eficiência, eficácia e economicidade. Dada a importância desses relatórios, a jurisprudência do STF dispôs que além de serem repassadas informações sobre o desempenho do TCU no exercício da fiscalização, tais relatórios também informam o Congresso sobre a situação dos demais órgãos que administram recursos públicos federais. Vejam a íntegra da posição do STF (ADI 687): “O Tribunal de Contas está obrigado, por expressa determinação constitucional (CF, art. 71, § 4º), aplicável ao plano local (CF, art. 75), a encaminhar ao Poder Legislativo a que se acha institucionalmente vinculado tanto relatórios trimestrais quanto anuais de suas próprias atividades, pois tais relatórios, além de permitirem o exame parlamentar do desempenho, pela Corte de Contas, de suas atribuições fiscalizadoras, também se destinam a expor ao Legislativo a situação das finanças públicas administradas pelos órgãos e entidades governamentais, em ordem a conferir um grau de maior eficácia ao exercício, pela instituição parlamentar, do seu poder de controle externo.” 37. (CESPE/TCE-AC – Procurador do Estado/2009) Segundo a Constituição Federal (CF), o controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU). É competência do TCU prevista na CF encaminhar ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatórios de suas atividades. Exatamente. A CF dispõe que o TCU deve encaminhar relatórios trimestrais e anuais ao Congresso Nacional, de modo a repassar informações sobre a fiscalização realizada pelo Tribunal. Item certo.38. (CESPE/TCU – AUFC/2013) Os relatórios trimestrais e anuais encaminhados pelo tribunal ao Congresso Nacional conterão, além de outros elementos, a resenha das atividades específicas no tocante ao julgamento de contas e à apreciação de processos de fiscalização a cargo do tribunal. O TCU deve encaminhar relatórios trimestrais e anuais ao Congresso Nacional. De acordo com o RITCU, os relatórios trimestrais devem ser encaminhados ao CN no prazo de até 60 dias após o vencimento correspondente. Já os relatórios anuais devem ser encaminhados ao CN em até 90 dias após o vencimento. Ainda de acordo com o RITCU, em seu art. 293, §2º, os relatórios devem conter, além de outros elementos, a resenha das atividades específicas no tocante ao julgamento de contas e à apreciação de processos de fiscalização a cargo do Tribunal. A questão copiou tal trecho do Regimento Interno. Item certo. Pessoal, as competências constitucionais que vimos até agora estavam dispostos no art. 71 da CF. As próximas competências que veremos serão aquelas que, como comentamos no começo da aula, encontram-se esparsas ao longo da Constituição. Pronunciar-se conclusivamente sobre despesas não autorizadas CF Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários. § 1º - Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. § 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação. Caso a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (comissão a que se refere o art. 166, §1º) verifique indícios de despesas não autorizadas, pode solicitar à autoridade governamental responsável que preste os esclarecimentos necessários. O prazo para que o gestor se esclareça é de 5 dias. Caso a autoridade responsável não preste tais esclarecimentos no prazo ou preste esclarecimentos que sejam considerados insuficientes para esclarecer o indício de despesa não autorizada, a CMO solicita ao TCU que emita pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de 30 dias. Entendendo o TCU que a despesa é irregular, a CMO, caso julgue que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, propõe ao Congresso Nacional a sustação da despesa. Reparem que o parecer do TCU é apenas opinativo. A decisão sobre a sustação da despesa é competência do Congresso Nacional (baseado no pronunciamento do TCU e no entendimento da CMO). 39. (CESPE/Câmara dos Deputados – Analista Legislativo/2012) O TCU pode, se considerar irregular alguma despesa pública e julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, determinar sua imediata sustação. Vamos relembrar como se dá o procedimento constitucional de sustação de despesas não autorizadas. Se a CMO verificar a existência de indícios de despesas não autorizadas, pode solicitar à autoridade responsável que preste esclarecimentos sobre tais indícios em 5 dias. Se o responsável não prestar os esclarecimentos, ou se os esclarecimentos prestados forem considerados insuficientes, a CMO encaminha a matéria ao TCU para que se pronuncie conclusivamente em até 30 dias. Entendendo o TCU que a despesa é irregular, a CMO, se julgar que tal gasto pode causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, propõe ao Congresso Nacional sua sustação. Portanto, vejam que, ao contrário do que diz a questão, não é o TCU que susta a despesa considerada irregular. O TCU emite um pronunciamento conclusivo e o encaminha à CMO. A CMO, então, se julgar que a despesa pode causar dano, propõe ao CN sua sustação. Portanto, o responsável pela sustação da despesa considerada irregular nesse processo é o Congresso Nacional. Item errado. 40. (CESPE/PGM-RR – Procurador Municipal/2010) O controle externo da administração pública é atribuição constitucional do Poder Legislativo, que o exercerá diretamente ou com o auxílio dos tribunais de contas municipais, estaduais e da União, podendo sustar a despesa irregular que possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública. A CF dispõe que o controle externo está a cargo do Congresso Nacional, com o auxílio do TCU. No âmbito estadual está a cargo das Assembleias Legislativas, com o auxílio dos TCE’s. No âmbito distrital está a cargo da Câmara Legislativa, com o auxílio do TCDF. Já no âmbito municipal está a cargo da Câmara Municipal, com o auxílio do TCM (nos municípios do RJ e de SP), do TCdosM (nos estados da Bahia, Pará, Ceará e Goiás) ou do TCE (nos demais municípios). No caso de indícios de despesas não autorizadas, de acordo com o rito do art. 72 da CF, o responsável pela sustação não é o TCU, mas sim o Congresso Nacional (Poder Legislativo, como dito na questão). Item certo. Decidir sobre denúncias CF Art. 74 § 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. A CF garante a qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato a legitimidade para, na forma da lei, denunciar irregularidades ao TCU. O Tribunal, então, possui a competência de decidir sobre as denúncias a ele apresentadas. Mais à frente no nosso curso estudaremos mais detalhadamente o instituto da denúncia. Nessa aula faremos apenas alguns exercícios para fixar os conceitos iniciais. 41. (CESPE/TCU – AUFC/2013) Qualquer cidadão poderá denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU. É isso aí. A Constituição estabelece que são legitimados para interpor denúncia ao TCU qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato. Item certo. 42. (CESPE/TCE-ES – Procurador Especial de Contas/2009) O cidadão pode denunciar ilegalidades ao TC, mas só pode formalizar as denúncias por meio de instituição da sociedade civil. A CF não estabelece essa exigência. O cidadão, nessa qualidade, possui a prerrogativa de denunciar irregularidades perante os tribunais de contas. Além dos cidadãos, os partidos políticos, as associações e os sindicatos também são partes legítimas para formular denúncia aos tribunais de contas. Item errado. Efetuar o cálculo das quotas e fiscalizar a entrega dos recursos do FPE e do FPM CF Art. 161. Cabe à lei complementar: II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre Municípios; (...) Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes aos fundos de participação a que alude o inciso II. Os recursos a que se refere o inciso II, acima, são os recursos que constituem o Fundo de Participação dos Estados (FPE), o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e os Fundos Constitucionais destinados às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Anualmente o TCU emite Decisão Normativa fixando os coeficientes individuaisde participação de cada estado, DF e município no FPE e no FPM. Esse é o chamado cálculo das quotas. Cumpre destacar que o TCU calcula apenas os coeficientes individuais de participação, ou seja, a porcentagem de participação de cada estado e município no FPE e no FPM. O Tribunal não é responsável pelo cálculo dos valores propriamente ditos a serem repassados a cada (define apenas a porcentagem). Além de efetuar o cálculo das quotas, o TCU também fiscaliza a entrega dos recursos do FPE e do FPM aos estados e municípios. Lembrem-se que nesse caso o Tribunal fiscaliza apenas a entrega, e não a aplicação dos recursos (por se tratar de receita originária do ente recebedor). 43. (CESPE/TCU – Auditor/2007) Não é competência do TCU fiscalizar a aplicação, pelos municípios, de recursos do FPM. Consoante disposto na Constituição Federal, ao TCU compete efetuar o cálculo das cotas referentes a esse fundo e também ao Fundo de Participação dos Estados. A primeira parte da questão está correta. Os recursos que constituem o FPE e o FPM, repassados aos estados e municípios, constituem receita originária dos entes recebedores. Dessa forma, compete ao TCU fiscalizar apenas a entrega de tais recursos. A fiscalização de sua aplicação é competência dos tribunais de contas respectivos (TCE, TCM ou TCdosM, a depender do caso). De acordo com a CF, é competência do TCU efetuar o cálculo das quotas referentes ao FPE e ao FPM, bem como fiscalizar sua entrega aos demais entes destinatários. Assim, o Tribunal é responsável por definir a porcentagem de participação de cada ente no fundo de participação a que tem direito. Item certo. 44. (CESPE/TCU – Procurador/2004) Incumbe ao TCU efetuar o cálculo das quotas dos tributos federais a serem repassadas ao fundo de participação dos municípios e ao fundo de participação dos estados e do Distrito Federal. Pegadinha do Cespe. O TCU é competente para efetuar o cálculo das quotas referentes aos fundos de participação, ou seja, qual a porcentagem do FPE e do FPM que caberá a cada município. A questão erra ao dizer que o TCU efetua o cálculo das quotas dos tributos federais a serem repassados ao FPE e ao FPM. A porcentagem do IR e do IPI que serão destinados ao FPE e ao FPM já estão definidos na própria CF. Não é o TCU que define tal porcentagem, mas sim a própria CF, vejam só: CF Art. 159. A União entregará: I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados 48% na seguinte forma: a) 21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE); b) 22,5% por cento ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM); c) 3%, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer; d) 1% ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que será entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; Item errado. 45. (CESPE/TCU – Técnico/2007) Compete ao TCU, de acordo com lei complementar, o cálculo das quotas referentes ao fundo de participação dos estados, do Distrito Federal (DF) e dos municípios, no tocante aos produtos da arrecadação dos impostos sobre rendas e proventos de qualquer natureza, bem como a fiscalização do repasse desses recursos aos entes supracitados. O enunciado da questão ficou meio confuso. Primeiramente lembrem que a competência do TCU de efetuar o cálculo das quotas referentes ao FPE e FPM é competência derivada diretamente da Constituição (e não “de acordo com lei complementar”, como diz a questão). Outro ponto é que a questão cita “fundo de participação dos estados, do Distrito Federal (DF) e dos municípios”. Não há separação entre os dois fundos, que sabemos que se dividem em FPE e FPM. O Cespe, então, decidiu anular a questão sob a seguinte justificativa: “Anulado em decorrência de imprecisão no enunciado.” Item anulado. Ufa! Viram como a Constituição foi detalhista ao definir as competências dos Tribunais de Contas? Mas, enfim, conseguimos ver todos os detalhes dessas atribuições. A seguir entraremos nos detalhes da sede e da composição do TCU. Vamos lá! Sede e composição do Tribunal O Tribunal de Contas da União, como já vimos, é um órgão de estatura constitucional e a própria CF/88 já define vários de seus aspectos. Além de estabelecer as competências, a Constituição traz também informações sobre a sede e sobre a composição do TCU. Vejam só: CF/88 Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96. Portanto, por determinação constitucional o TCU é composto de nove ministros. A Lei Orgânica e o Regimento Interno apenas reproduzem esse dispositivo. Nota-se, dessa forma, que o TCU é órgão colegiado composto pelos 9 ministros de sua estrutura. No artigo acima, a Constituição define ainda que a sede do Tribunal é no Distrito Federal. Aqui vale destacar um ponto interessante: ao tratar do Poder Judiciário, a CF/88 dispõe em seu art. 92 que o STF, o CNJ e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. Perceberam a diferença? De acordo com a literalidade da CF, o TCU tem sede no Distrito Federal (e não na capital federal – Brasília). Apesar dessa diferença na terminologia, o edifício sede do Tribunal é localizado em Brasília, mas fica aqui o registro caso alguma banca cobre a literalidade da Constituição. Ainda no artigo acima, a CF/88 dispõe que o TCU tem quadro próprio de pessoal, aspecto que caracteriza sua autonomia administrativa. Há ainda menção ao art. 96 (“exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96”), que garante aos tribunais do Judiciário a capacidade de se organizarem internamente. 46. (CESPE/TJ-RO – Analista Judiciário – Oficial de Justiça/2012) As sedes do Conselho Nacional de Justiça e do Tribunal de Contas da União poderão ser fixadas em qualquer localidade do DF. Vimos que a Constituição determina que o TCU é integrado pelos nove ministros e tem sede no Distrito Federal. Até aí, a questão está correta e vamos nos focar nesse ponto. Para explicar o erro: a CF/88 diz em seu art. 92 que o STF, o CNJ e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal (ou seja, Brasília). Assim, a sede do CNJ não pode ser fixada em qualquer localidade do DF. Item errado. Ministros Veremos aqui os detalhes sobre os Ministros que compõem o TCU. Vimos no último tópico que a Constituição dispõe que o TCU é composto por nove Ministros. Para que sejam nomeados, porém, a CF/88 define que os Ministros devem obedecer aos seguintes requisitos: Ser brasileiro Possuir mais de 35 e menos de 65 anos de idade Apresentar idoneidade moral e reputação ilibada Possui notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública Possuir mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos citados no ponto anterior Escolha dos Ministros do TCU Depois de definir os requisitos que devem ser obedecidos para que um Ministro do TCU seja nomeado, a CF/88 define que a escolha dos nove ministrosé feita da seguinte forma: Quantidade Quem escolhe 1 ministro Presidente da República (livre escolha), com aprovação do Senado Federal 1 ministro Presidente da República (dentre os Ministros- Substitutos indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento), com aprovação do Senado Federal 1 ministro Presidente da República (dentre os membros do MPTCU indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento), com aprovação do Senado Federal 6 ministros Congresso Nacional (livre escolha) Vale destacar que os Ministros são nomeados pelo Presidente da República, independentemente de quem tenha feito sua escolha. Já a posse dos Ministros é dada pelo Presidente do TCU (não confundir: os Ministros são nomeados pelo Presidente da República e empossados pelo Presidente do TCU). Em caso de vacância, o próximo Ministro é escolhido da mesma forma da que havia sido o Ministro que se aposentou. Ex: se o Ministro que havia sido escolhido pelo Presidente da República dentre os membros do MPTCU se aposentar, o próximo Ministro que vai substitui-lo também tem que ser escolhido dessa forma. Os Ministros do TCU podem ter a disponibilidade ou a aposentadoria determinada pelo Tribunal, assegurada a ampla defesa. Para que essa disponibilidade ou aposentadoria “antecipada” aconteça, deve haver a maioria absoluta do voto dos Ministros titulares. Prerrogativas dos Ministros do TCU A Constituição dispõe ainda que os Ministros do TCU têm as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do STJ. Assim, os Ministros gozam das seguintes garantias e prerrogativas: Vitaliciedade (não pode perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado) Inamovibilidade Irredutibilidade de vencimentos, observando-se em sua remuneração o teto estipulado pela Constituição Vedações impostas aos Ministros do TCU Assim como são atribuídas garantias e prerrogativas, também são estabelecidas vedações aos Ministros do TCU. De acordo com a Lei Orgânica do TCU, é vedado aos Ministros: Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério Exercer cargo técnico ou de direção de sociedade civil, associação ou fundação, de qualquer natureza ou finalidade, salvo de associação de classe, sem remuneração Exercer comissão remunerada ou não, inclusive em órgãos de controle da administração direta ou indireta, ou em concessionárias de serviço público Exercer profissão liberal, emprego particular, comércio, ou participar de sociedade comercial, exceto como acionista ou cotista sem ingerência Celebrar contrato com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação, sociedade instituída e mantida pelo poder público ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a normas uniformes para todo e qualquer contratante Dedicar-se à atividade político-partidária O RITCU define ainda outra vedação. Os Ministros do TCU não podem manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento ou emitir juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças de órgãos judiciais. Nessa vedação, ressalva-se a crítica feita por algum Ministro nos autos e em obras técnicas, ou no exercício do magistério. Todas essas vedações também se aplicam aos Ministros Substitutos (“Auditores”). 47. (CESPE/TCU – AUFC/2011) O presidente da República tem a prerrogativa de escolher livremente apenas um dos nove ministros do TCU, além de outros dois indicados em listas tríplices pelo próprio TCU, estando essas três escolhas sujeitas ao crivo do Senado Federal. Exatamente. Cabe ao Presidente da República escolher um terço dos Ministros do TCU (ou seja, 3 dos 9 ministros). Esses três devem ser escolhidos da seguinte forma: 1) Livre escolha 2) Dentre os auditores (Ministros Substitutos) 2) Dentre os membros do MPTCU O TCU deve enviar lista tríplice quando a escolha for dentre os auditores ou dentre os membros do MPTCU. Após isso, o Presidente da República escolhe um dos que estejam nessa lista e encaminha o nome para aprovação do Senado Federal. Item certo. 48. (CESPE/TJ-AC – Juiz/2011) Compete privativamente ao Senado Federal escolher dois terços dos membros do TCU. Dois terços dos Ministros do TCU são escolhidos pelo Congresso Nacional, e não apenas pelo Senado Federal. O que vale pra prova é o que está na CF/88: dois terços dos Ministros do TCU são escolhidos pelo Congresso Nacional (e não por apenas uma das Casas separadamente). Item errado. 49. (CESPE/TCE-TO/Todos os cargos/Nível Médio/2009/Adaptada) Um dos aspectos que caracteriza com propriedade a independência de um ministro do TCU é a vitaliciedade no cargo. Vimos que os Ministros do TCU possuem garantias e prerrogativas no cargo. Uma delas é justamente a vitaliciedade no cargo, que garante que o Ministro possa atuar com autonomia e independência (já que o cargo é vitalício, ele não se sujeitaria a pressões externas). Item certo. 50. (CESPE/TCE-RN – Assessor Técnico Jurídico/2009/Adaptada) O limite máximo de 65 anos de idade para nomeação de ministros e conselheiros dos TCs não é aplicável no caso das vagas reservadas ao MP e aos auditores, uma vez que estes já são servidores dos respectivos TCs. A Constituição estabelece os critérios exigidos para a nomeação de um Ministro do TCU, quais sejam: - Ser brasileiro - Possuir mais de 35 e menos de 65 anos de idade - Apresentar idoneidade moral e reputação ilibada - Possui notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública - Possuir mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos citados no ponto anterior Dessa forma, não importa qual a origem da indicação do Ministro (se indicado pelo Congresso ou pelo Presidente). Os requisitos constitucionais devem ser obedecidos para a nomeação de qualquer Ministro. Item errado. Auditores (ou Ministros Substitutos) Apesar de os novos normativos citarem a nomenclatura “Ministros Substitutos”, alguns normativos (inclusive a Constituição) ainda não foram alterados e se referem aos Ministros Substitutos como “Auditores”. Os Ministros Substitutos substituem os Ministros titulares em caso de afastamento ou de impedimento legal. Também pode haver convocação pelo Presidente do TCU ou pelo Presidente dos órgãos colegiados para completar quórum dos colegiados. Atualmente, são quatro os Ministros Substitutos no TCU. Esse cargo é ocupado mediante aprovação em concurso público de provas e títulos (não há indicação política, como no caso dos titulares) por cidadãos que satisfaçam os requisitos exigidos para o cargo de Ministro. A nomeação dos Ministros Substitutos, assim como para os Ministros, é feita pelo Presidente da República. A posse é dada pelo Presidente do TCU e, após empossado, o Ministro Substituto só pode perder o cargo por sentença judicial transitada em julgado. Enquanto não estiver convocado para substituir Ministro, o Ministro Substituto preside a instrução de processos que lhe forem distribuídos. Assim, eles relatam processos e encaminham proposta de decisão a ser votada pelos integrantes do Plenário ou da Câmara a qual fizerem parte. Mesmo elaborando proposta de decisão, o Ministro Substituto não
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