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TEORIA E VOLUCIONISTA DEBORA OMENA 07 MARCELA PEREIRA 36 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 2 EVOLUCIONISTA LAMARCK 3 a 5 EVOLUCIONISTA DARWIN 5 a 7 EVOLUCIONISTA WALLACE 8 a 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 11 2 INTRODUÇÃO As teorias evolucionistas apresentam como ponto principal a defesa de que os organismos do planeta sofrem modificações ao longo do tempo, não sendo, portanto, imutáveis. Até o século XVIII era bem defendida a ideia do fixismo, ou seja, que os indivíduos foram criados e não sofreram modificação através do tempo, apresentando as mesmas características desde a sua criação até os dias atuais. Entretanto, com o conhecimento dos fósseis e o desenvolvimento da anatomia e embriologia, surgiram as teorias evolucionistas, que defendiam que os organismos sofriam mudanças ao longo do tempo. As teorias evolucionistas afirmam que ocorreram mudanças nos organismos ao longo dos milhares de anos do planeta. Essas mudanças podem ser vistas, por exemplo, em fósseis de organismos que hoje não são encontrados na Terra, mas que possuem grandes semelhanças com organismos atuais. Todas as teorias evolutivas existentes falam em mudança, diferenciando-se apenas sobre a forma como essas mudanças ocorreram. 3 EVOLUCIONISTA LAMARCK Lamarck, naturalista francês, foi o primeiro a propor uma teoria sintética da evolução. Sua teoria foi publicada em 1809, no livro Filosofia Zoológica. Ele dizia que formas de vida mais simples surgem a partir da matéria inanimada por geração espontânea e progridem a um estágio de maior complexidade e perfeição. Em sua teoria, Lamarck sustentou que a progressão dos organismos era guiada pelo meio ambiente: se o ambiente sofre modificações, os organismos procuram adaptar-se a ele. Nesse processo de adaptação, um ou mais órgãos são mais usados do que outros. O usoou o desuso dos diferentes órgãos alterariam características do corpo, e estas características seriam transmitidas para as próximas gerações. Assim, ao longo do tempo os organismos se modificariam, podendo dar origem as novas espécies. Segundo Lamarck, portanto, o princípio evolutivo estaria baseado em duas leis fundamentais: Lei do uso ou desuso: no processo de adaptação ao meio, o uso de determinadas partes do corpo do organismo faz com que elas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem; 4 Um exemplo clássico da lei do uso e do desuso é o crescimento do pescoço da girafa. Segundo Lamarck: Devido ao esforço da girafa para comer as folhas das arvores mais altas o pescoço do mesmo acabou crescendo. Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: alterações no corpo do organismo provocadas pelo uso ou desuso são transmitidas aos descendentes. Vários são os exemplos de abordagem lamarquista para a evolução. Um deles se refere às aves aquáticas, que se teriam tornado pernaltas devido ao esforço que faziam para esticar as pernas e assim evitar molhar as pernas durante a locomoção na água. A cada geração esse esforço produziria aves com pernas mais altas, que transmitiam essa característica à geração seguinte. Após várias gerações, teriam sido originadas as atuais aves pernaltas. Na época, as ideias de Lamarck foram rejeitadas, não porque falavam na herança das características adquiridas, mas por falarem em evolução. Não se sabia nada sobre herança genética e acreditavam-se que as espécies eram imutáveis. Somente muito mais tarde os cientistas puderam contestar a herança dos caracteres adquiridos. Uma pessoa que pratica atividade física terá musculatura mais desenvolvida, mas essa condição não é transmitida aos seus descendentes. 5 Mesmo estando enganado quanto às suas interpretações, Lamarck merece ser respeitado, pois foi o primeiro cientista a questionar o fixismo e defender ideias sobre evolução. Ele introduziu também o conceito da adaptação dos organismos ao meio, muito importante para o entendimento da evolução. EVOLUCIONISTA DARWIN Evolucionismo é uma teoria elaborada e desenvolvida por diversos cientistas para explicar as alterações sofridas pelas diversas espécies de seres vivos ao longo do tempo, em sua relação com o meio ambiente onde elas habitam. O principal cientista ligado ao evolucionismo foi o inglês Charles Robert Darwin (1809-1882), que publicou, em 1859, a obra Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural ou a conservação das raças favorecidas na luta pela vida, ou como é mais comumente conhecida, A Origem das Espécies. Darwin elaborou sua principal obra a partir de uma pesquisa realizada em várias partes do mundo, após uma viagem de circum-navegação ocorrida entre 1831 e 1836, coordenada pelo Almirantado britânico. Nessa viagem, o cientista inglês pôde perceber como diversas espécies aparentadas possuíam características distintas, dependendo do local em que eram encontradas. Darwin pôde perceber ainda que entre espécies extintas e espécies presentes no meio ambiente havia características comuns. Isso o levou a afirmar que havia um caráter mutável entre as espécies, e não uma característica imutável como antes era comum entender. As espécies não existem da mesma forma ao longo do tempo, elas evoluem. Durante 6 a evolução, elas transmitem geneticamente essas mudanças às gerações posteriores. Entretanto, para Darwin, evoluir é mudar biologicamente (e não necessariamente se tornar melhor), e as mudanças geralmente ocorrem para que exista uma adaptação das espécies ao meio ambiente em que vivem. A esse processo de mudança em consonância com o meio ambiente Charles Darwin deu o nome de seleção natural. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Charge de Charles Darwin como um macaco, em capa da revista satírica La Petite Lune A teoria elaborada por Charles Darwin causou grande polêmica no meio científico. Isso mesmo tendo existido antes dele cientistas que já afirmavam que toda a alteração no mundo orgânico, bem como no mundo inorgânico, é o resultado de uma lei, e não uma intervenção miraculosa, como escreveu o naturalista francês Jean-Baptiste de Lamark (1744-1829). Havia ainda à época uma noção de que as espécies tinham suas características fixadas desde o início de sua existência, não havendo o caráter de mudança não divina apontada pelo cientista inglês. Tal 7 concepção era fortemente influenciada pela filosofia religiosa cristã, da criação por Deus de todos os seres vivos desde o início do mundo. Até Charles Darwin teve suas convicções religiosas abaladas com os resultados de suas pesquisas, o que o levou a se recusar a apresentá-los por cerca de vinte anos. Uma polêmica constante na teoria evolucionista está relacionada com os seres humanos. No que se refere à evolução de homens e mulheres, o evolucionismo indica que nós temos um ancestral comum com algumas espécies de macacos, como o chimpanzé. Pesquisas recentes de decodificação do genoma indicam uma semelhança de 98% entre os genes de seres humanos e chimpanzés. Porém, isso não quer dizer que o homem descende do macaco. Indica apenas que somos parentes. 8 EVOLUCIONISTA WALLACE Um outro naturalista britânico, Alfred Russel Wallace, desenvolveu ideias semelhantes em paralelo às de Darwin e acabou apresentando com ele os primeiros estudos sobre o tema, em 1858. Entretanto, atualmente, poucos se lembram da contribuição de Wallace, morto há um século. Isso faz sentidoporque, embora fosse um sujeito de ideias revolucionárias, ele não era capaz de desenvolvê-las. Mesmo assim, explicam especialistas, se antecipou a Darwin na preparação de um esboço de estudo e, se não tivesse decidido submeter o seu trabalho ao colega, poderia ter tido a primazia da publicação. — Wallace era o cara que tinha o estudo pronto para publicação — disse o curador do Museu de História Natural de Londres, George Baccaloni, em entrevista ao jornal “Independent”. — Se ele tivesse mandado o trabalho diretamente para a academia, ele teria sido publicado e a seleção natural teria sido uma descoberta de Wallace. Darwin e Wallace percorreram caminhos muito diferentes para chegar a ideias similares. Darwin era de uma família tradicional, endinheirada, teve uma educação formal, frequentava o meio acadêmico, era meticuloso e passou anos estudando. Wallace nunca foi à universidade. Era um autodidata e rodava pelo mundo em viagens de campo. Com pouco mais de 20 anos, já tinha lido todo tipo de relato disponível na época que mencionasse a possibilidade de transformação das espécies. — Alguns autores achavam que isso era possível, mas não havia nenhum mecanismo proposto, tudo era muito especulativo — contou o professor Ricardo Campos da Paz, responsável pela cadeira de evolução na Universidade Federal do Estado do Rio (Unirio). — Um dos livros mais populares sobre o tema, do naturalista Robert Chambers, era muito criticado na academia por não trazer evidências sólidas sobre a questão. Mas Wallace estava convencido de que as espécies se transformavam e buscava uma explicação para isso. 9 Darwin, por sua vez, quando embarcou no Beagle, em 1831, não estava muito preocupado com isso. A ideia de que as espécies se transformavam e o mecanismo que tornaria isso capaz foram amadurecendo ao longo dos cinco anos de viagem e, sobretudo, durante muito tempo depois, enquanto trabalhava, sem pressa, e com muito apuro, em seus estudos. Wallace foi bem mais rápido. Durante uma expedição nas Ilhas Molucas, na Indonésia, ele escreveu um ensaio no qual definia as principais bases da Teoria da Evolução e o enviou a Charles Darwin, com quem mantinha correspondência, pedindo ao colega uma avaliação do trabalho e o posterior encaminhamento ao geólogo Charles Lyell para publicação. Ao ler a correspondência, Darwin rapidamente percebeu que o manuscrito de Wallace apresentava uma teoria praticamente igual à sua, na qual vinha trabalhando em segredo por duas décadas. De forma correta, Darwin encaminhou o ensaio a Lyell recomendando a publicação, mas desabafou: “Nunca vi uma coincidência maior. (...) Toda a minha originalidade será esmagada.” Foi então que Lyell e o botânico Joseph Hooker, também amigo de Darwin, propuseram que os trabalhos fossem apresentados juntos à Sociedade Linnean de Londres, na época um dos mais importantes centros de estudos de história natural do Reino Unido. O que foi feito. Darwin, no entanto, correu para concluir o livro que vinha escrevendo, “A origem das espécies”, que acabou sendo lançado um ano depois, em 1859, com 500 páginas (originalmente, seria muito maior). Se os estudos não chamaram muita atenção, o livro causou, de cara, grande polêmica. — É da publicação do livro que vem o grande debate — afirmou Ricardo Campos da Paz. O livro fez com que as ideias contidas na Teoria da Evolução circulassem fora da academia. Vale lembrar que o trabalho não só ofereceu uma explicação científica para a evolução das espécies, incluindo a humana, mas também 10 baniu o sobrenatural das ciências naturais, reduzindo o poder das religiões nos assuntos terrenos. A teoria derruba de vez a ideia de que o homem poderia ter uma origem divina e ainda sustenta que ele compartilha um ancestral comum com os macacos. E é justamente aí que os caminhos de Wallace e Darwin se separam. Wallace acreditava que a seleção natural explicava toda a diversidade biológica, menos a mente humana — que ele considera complexa demais para ser explicada dessa forma. Para explicá-la, Wallace evoca um “espírito superior”, o que enfurece Darwin. — Wallace fez contribuições importantíssimas para a ciência. Se você é zoólogo, biólogo, certamente vai prestar-lhe refeverência — afirmou a bióloga Maria Isabel Landim, do Museu de Zoologia da USP, criadora do Dia de Darwin no Brasil, há dez anos. — Mas Darwin é um marco importantíssimo das ciências biológicas porque foi ele quem baniu, de uma vez por todas, o sobrenatural como hipótese válida para responder perguntas sobre fenômenos naturais. Isso não ocorreu com Wallace, que não deu o passo decisivo, não foi às últimas consequências. Não só Wallace defende a existência de “um criador” para explicar a mente humana, como envereda por caminhos cada vez menos científicos, interessando-se por espiritismo, hipnose, esoterismo. No severo mundo acadêmico do Reino Unido, Wallace passou a ser visto mais como um excêntrico do que como um cientista. Em grande parte, acabou sendo esquecido. Darwin, por sua vez, mais bem adaptado ao seu meio e preparado como cientista, perseverou, tornando-se um dos maiores nomes da ciência. É a seleção natural atuando sobre seus próprios criadores. 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Evolucao/evolucao14.php https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/alfred-wallace-outro-pai-da- teoria-da-evolucao-11754418 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/evolucionismo.htm