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TCC - PRONTO Radiologia Industrial Alimentar PDF 2015

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0 
 
 
ESCOLA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NOSSA 
SENHORA DE FÁTIMA 
CURSO TÉCNICO EM RADIOLOGIA 
 
 
 
 
MARCELO HENRIQUE PANTE 
 
 
 
 
 
IIRRADIAÇÃO INDUSTRIAL ALIMENTAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAXIAS DO SUL 
2015 
 
Trabalho de conclusão do Curso Técnico em 
Radiologia – Radiodiagnóstico. 
 
 
Orientador: Prof. Físico Médico Cassiano Martins 
 
 
 
 
1 
 
 
 
MARCELO HENRIQUE PANTE 
 
 
 
 
IRRADIAÇÃO INDUSTRIAL ALIMENTAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Físico Médico Cassiano Martins 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAXIAS DO SUL 
2015 
 
 
Trabalho de conclusão do Curso Técnico em 
Radiologia – Radiodiagnóstico da Escola de 
Educação Profissional Nossa Senhora de Fátima 
 
 
 
 
 
2 
 
 
MARCELO HENRIQUE PANTE 
 
 
 
 
 
IRRADIAÇÃO INDUSTRIAL ALIMENTAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Data da Apresentação: _______________________________________________ 
Resultado:__________________________________________________________ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
Prof.ª TNR Ângela Cristina Michelon 
Prof. TR Diego Laurindo dos Santos 
Prof.ª Esp. Franciéli Gonçalves Pan Menegat 
Prof.ª TNR Gabriela Dal Soglio 
Prof.ª Esp. Natália Ficagna 
 
 
 
Trabalho de conclusão do Curso Técnico 
em Radiologia – Radiodiagnóstico da 
Escola de Educação Profissional Nossa 
Senhora de Fátima 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a 
DEUS, 
JOSHUA CRISTOS, 
A minha Família. 
Aos meus professores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
SUMÁRIO 
 
1.INTRODUÇÃO......................................................................................... 6 
2.HISTÓRIA DA RADIOLOGIA.................................................................. 7 
 2.1 HISTÓRIA DA RADIOLOGIA NO BRASIL.......................................... 10 
3.EQUIPAMENTOS.................................................................................... 14 
 3.1 IRRADIADORES................................................................................. 14 
 3.1.1 Irradiador Gama Categoria I (Auto Blindado)................................... 14 
 3.1.2 Irradiador Gama Categoria II (Fonte a seco)................................... 15 
 3.1.3 Irradiador Gama Categoria III (Refrigerado com água)................... 16 
 3.1.4 Irradiador Gama Categoria IV (Fonte na água)............................... 17 
 3.2 ACELERADORES............................................................................... 20 
 3.2.1 Aceleradores de Categoria I (Blindado)........................................... 20 
 3,2,2 Aceleradores de Categoria II (Sala Blindada).................................. 21 
4.FISICA DAS RADIAÇÕES....................................................................... 25 
 4.1 GRANDEZA DAS UNIDADES............................................................. 25 
 4.1.1 O Elétron Volt (eV)........................................................................... 25 
 4,1,2 Exposição........................................................................................ 25 
 4.1.3 Dose Absorsiva................................................................................ 25 
 4.1.4 Dose Equivalente............................................................................. 27 
 4.1.5 Atividade.......................................................................................... 29 
 4.1.6 Meia Vida......................................................................................... 29 
 4.1.7 Decaimento Radioativo.................................................................... 30 
5.PROTEÇÃO RADIOLÓGICA................................................................... 31 
 5.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS....................................................................... 31 
 5.2 IRRADIAÇÃO E CONTAMINAÇÃO RADIOATIVA.............................. 31 
 5.2.1 Irradiação......................................................................................... 31 
 5,2,2 Contaminação.................................................................................. 32 
 5.2.3 Radiação de Fundo.......................................................................... 32 
 5.2.4 Limites de Dose............................................................................... 33 
6.FINALIDADES DA IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS............................... 36 
7.VANTAGENS E DESVANTAGENS DA IRRADIAÇÃO.......................... 38 
 7.1 VANTAGENS....................................................................................... 38 
 
 
 
 
5 
 
 
 7.2 DESVANTAGENS................................................................................ 39 
8.PROCESSOS DE IRRADIAÇÃO............................................................. 41 
 8.1 RADURIZAÇÃO................................................................................... 41 
 8.2 RADICIDAÇÃO OU RADIOPASTEURIZAÇÃO................................... 43 
 8.3 RADAPERTIZAÇÃO OU ESTERELIZAÇÃO COMERCIAL................. 43 
 8.4 SIMBOLO INTERNACIONAL............................................................... 44 
9.COMCLUSÃO.......................................................................................... 45 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Diariamente nos alimentamos despreocupados com a origem e o trajeto do 
alimento que ingerimos. Confiamos que ele seja salutar. Mecanicamente abrimos o 
saco de arroz e retiramos uma porção. Fritamos a batata. Comemos o morango. 
Desde o mais idoso membro de nossa família até o mais novo rebento, alimentamo-
nos sem preocupação, com confiança. Mas como podemos ter tanta certeza que 
aquele alimento não se encontra contaminado? 
Bom, afora o fato de que alguns deles são produzidos nas proximidades de 
nossas residências, em micro fazendas, com maior cuidado ou para consumo mais 
imediato, a grande maioria é produzida em larga escala e só um método de 
esterilização em larga escala pode dar conta da demanda. A irradiação alimentar é 
essa técnica. É ela a responsável por fazer com que grãos de outros países passem 
semanas no mar e sejam consumidos sem problemas do outro lado do mundo. É ela 
a responsável por levar o excedente da safra de um ano para o ano seguinte, 
permitindo o controle de preços e a distribuição equitativa dos alimentos. 
Esse trabalho jogará uma luz sobre as máquinas que um técnico deverá 
encontrar em campo, suas diversas formas, funcionamentos, finalidades e como ele 
deve agir e se portar, tentando esclarecer os riscos, conceitos regentes, normas, 
sobre os métodos de irradiação para os diferentes produtos, seus benefícios e sua 
utilidade no mundo atual, seus prós e seus contras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
2. HISTÓRIA DA RADIOLOGIA 
 
 
Em 8 de novembro de 1895, Wilhelm Konrad Röntgen descobre a existência e 
a produção da radiação X quando, na Universidade de Wüzbug, na Alemanha ao 
repetir o experimentode outro cientista, Philipp Lenard observou que os raios 
catódicos que escapavam de um tubo com gás por uma estreita janela de alumínio, 
produziam uma luminescência em sais fluorescentes e um escurecimento em filmes 
fotográficos. Nesta época os tubos tinham basicamente a mesma configuração. 
Eram constituídos de um cilindro de vidro esférico ou na forma de pera, com baixa 
pressão de gás em seu interior, um cátodo e um ânodo, que na maioria das vezes 
eram colocados perpendiculares um ao outro. 
 
 
 
 Imagem 1: 
 Wilhelm Konrad Röntgen 
Fonte: http://radiohoms.blogspot.com.br/2012/08/antecedentes-historicos-de-la-radiologia.html 
 
 
 
 
 
8 
 
 
A primeira radiografia foi realizada no dia 22 de dezembro de 1895. 
 
 
 Imagem 2: 1° Radiografia 
 Fonte: http://torinoblog.blogspot.com.br/2011/11/raio-x.html 
 
 
Neste dia, Roentgen pôs a mão esquerda de sua esposa, Anna Bertha Röntgen, 
no chassi com filme fotográfico, fazendo incidir a radiação oriunda do tubo, por 
aproximadamente 15 minutos. 
 
 
 Imagem 3: Anna Bertha Röntgen 
 Fonte: http://www.hgrecksch.de/Roentgen/Roentgen.htm 
 
 
 
9 
 
 
Sua descoberta valeu-lhe o prêmio Nobel de Física em 1901. Na época - 
começo do século XX - ocorreu uma revolução no meio médico, trazendo um grande 
avanço no diagnóstico por imagem. 
Em Janeiro de 1896 Röntgen realizou a primeira radiografia em público na 
Sociedade de Física Médica de Wüzburg. Em Abril desse mesmo ano fez-se a 
primeira radiografia de um projétil de arma de fogo no interior do crânio de um 
paciente, essa radiografia foi feita na Inglaterra pelo Dr. Nelson. Em 1898, o casal 
Curie (Pierre e Marie Curie) anunciou, na Academia de Ciências de Paris, a 
descoberta do rádio. Em 1920, iniciaram-se os estudos relativos à aplicação dos 
raios-X na inspeção de materiais dando origem à radiologia industrial. Por volta de 
1970 através de cateteres para angiografia, começou-se a ocluir os vasos tumorais 
surgindo assim a radiologia intervencionista e terapêutica. Assim, nos dias de hoje, 
usam-se cateteres que dilatam e desobstruem até coronárias, simplesmente 
passando-os pela artéria femoral do paciente, com anestesia local, evitando nesses 
casos, cirurgias extracorpóreas para desobstrução de artérias (famosas pontes de 
safena). Também na década de 1970, um engenheiro inglês, J. Hounsfield 
desenvolveu a Tomografia Computadorizada, acoplando o aparelho de Raios-X a 
um computador. 
 
 
 Imagem 4: J. Hounsfield 
 Primeiro Tomógrafo Computadorizado de uso clinico 
 Fonte: http://www.mc.vanderbilt.edu/root/vumc.php?site=radiologyfaculty&doc=29604 
 
 
 
 
 
10 
 
 
Ele ganhou o prêmio Nobel de Física e Medicina. Até então as densidades 
conhecidas nos Raios X eram ossos, gorduras, líquidos e partes moles. Com esse 
método, devido a sua alta sensibilidade foi possível separar as partes moles, 
visualizando assim sem agredir o paciente. O homem, não satisfeito ainda, 
descobriu e colocou em aplicação clínica a Ressonância Nuclear Magnética por 
volta de 1980. Ela obtém imagens do nosso corpo, similares às da tomografia 
computadorizada, só que com mais vantagens adicionais. Não utiliza radiação 
ionizante e raramente necessita uso de contraste. 
Atualmente sabe-se que os chassis e filmes radiográficos em muitos centros 
Radiológicos já não são mais utilizados, pois a técnica de Radiologia Digital já é uma 
realidade. Essa nova técnica melhora a qualidade da imagem e facilita o seu 
processamento. 
 
2.1 HISTÒRIA DA RADIOLOGIA NO BRASIL 
 
No Brasil, a história começa passado pouco mais de dois anos da descoberta 
dos raios x, quando médico brasileiro José Carlos Ferreira Pires produziu as 
primeiras radiografias com finalidades diagnósticas da América do Sul, em Formiga, 
Minas Gerais. 
 
 
 Imagem 5: José C. F. Pires 
 Fonte: http://www.akisrx.com/htmtre/ferreria_brasil.htm 
 
 
 
 
11 
 
 
 
O primeiro aparelho de raios X chegou ao País em 1897. Fabricado pela 
Siemens, o aparelho era rudimentar, com bobinas de Rhumkorff de 70 cm cada uma 
e tubos tipo Crookes. Naquela época, a cidade de Formiga não contava com 
eletricidade e para colocar o aparelho em funcionamento, era necessário alimentá-lo 
com baterias e pilhas Leclancher rudimentares de 0,75 HP. Os resultados não foram 
satisfatórios e então Dr. Pires decidiu instalar um motor fixo de gasolina que 
funcionava como um gerador elétrico. 
 
 
 Imagem 6: Tubo de Crookes em Funcionamento 
 Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tubo_de_Crookes 
 
Com a ajuda da mulher, filhos, amigos e um manual de instruções, Dr. Pires 
colocou o aparelho em funcionamento e, com chapas de vidro fotográfico, passou a 
produzir as primeiras radiografias. A primeira chapa radiográfica, feita em 1898, foi 
de um corpo estranho na mão do então ministro Lauro Muller, um de seus primeiros 
clientes. 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 Imagem 7: 
 Mão do Minst° Lauro Muller 
 Fonte: http://www.akisrx.com/htmtre/ferreria_brasil.htm 
 
 
O tempo necessário para produzir a chapa radiográfica era longo. Uma 
radiografia de tórax levava cerca de 30 minutos e uma de crânio em torno de 45 
minutos. O extenso período da exposição não permitia que o paciente ficasse sem 
respirar, comprometendo a boa definição da imagem. Outro inconveniente era a 
intensa radiação que se espalhava. 
Na década de 50, após uma exposição do Departamento de Radiologia da 
Associação Médica de Minas Gerais, o aparelho foi enviado para o exterior, por falta 
de interesse das entidades governamentais em criar um museu histórico no País. 
Atualmente, o primeiro aparelho de raios X utilizado no Brasil encontra-se no 
International Museum of Surgical Science, em Chicago, nos Estados Unidos. 
 
 
 Figura 8: Primeira Máquina de Raio X do Brasil 
 Fonte: http://www.akisrx.com/htmtre/ferreria_brasil.htm 
 
 
 
 
13 
 
 
Em 1936, Manoel Dias de Abreu inventou a abreugrafia que revolucionou o 
diagnóstico e tratamento da tuberculose, através de um método de diagnóstico 
coletivo e o primeiro no mundo a falar sobre Densitometria Pulmonar. Abreugrafia é 
o nome dado no Brasil a esse método rápido e barato de tirar pequenas chapas 
radiográficas dos pulmões, para facilitar o diagnóstico da tuberculose, doença 
mortal. O teste, que registra a imagem do tórax numa tela de raios X, espalhou-se 
pelo mundo. O inventor do exame, Manuel Dias de Abreu, foi indicado ao Nobel em 
1950 e teve o invento batizado em sua homenagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Imagem9: Manoel Dias de Abreu 
 Fonte:http://blogdoisraelbatista.blogspot.com.br/2012/01/dia-nacional-da-abreugrafia.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
3. EQUIPAMENTOS 
 
3.1 IRRADIADORES 
 
São denominados irradiadores os equipamentos que emitem radiação gama 
oriunda de uma fonte nuclear, geralmente cobalto 60 ou césio 137. São 
costumeiramente divididas em quatro categorias conforme o sistema de refrigeração 
da fonte, mobilidade da fonte, blindagem e mobilidade do material a ser irradiado. As 
fontes de radiação gama nunca podem ser desligadas, apenas exauridas. 
 
3.1.1 Irradiador Gama De Categoria I (Autoblindado) 
 
Trata-se de um irradiador em que a fonte está completamente encerrada em 
um contêiner seco, feito de material sólido, que a blinda e a encerra 
permanentemente, de tal modo que o acesso humano às fontes seladas e ao 
volume durante a irradiação não é fisicamente possível. O material a ser irradiado 
deve ser conduzido até a fonte. 
 
 
 Imagem 10: Irradiador gama categoria I 
 Fonte: http://www.grupodoin.com/serv_calculo.htm 
 
 
 
15 
 
 
No modelo mostrado na imagem 10, as fontes estão distribuídas na forma de 
anel e a câmara de irradiação com o material a ser exposto desce no meio dele, 
como mostra a figura 1, o que fará com que tal material receba radiação de todas as 
direções, garantindo homogeneidade de dose. Esse tipo de disposição das fontes 
impõe restrições sobre o volume limite da amostra para algo em torno de 1 a 5 litros. 
Entretanto, esse volume é muito adequado para pesquisa de irradiações em 
pequena escala. 
 
 Fontes 
Câmara de irradiação com a amostra 
 
 
 
 Imagem 11: Esquema do arranjo de fontes dentro do irradiador Imagem 10 
Fonte: Rodrigues Júnior, Ary de Araújo - Irradiadores Industriais e sua Radioproteção – 
Maringá, PR-Brasil - edição do autor, 2014 - ISBN 978-85-916385-1-2 Pg 18 
 
3.1.2 Irradiador Gama De Categoria II (Fonte A Seco) 
 
 
Trata-se de um irradiador em que o acesso humano à câmara de irradiação é 
possível e, por isso, deve ser controlado. Quando a fonte não está sendo utilizada 
ela é recolhida para um contêiner de armazenamento seco feito de material sólido, 
para blindá-la, o que permite a entrada para fins de manutenção, inspeção ou para a 
colocação ou a retirada de materiais a serem expostos ou que já foram expostos à 
radiação. Quando se deseja irradiar algo, a fonte deverá ser içada de sua 
blindagem, mas antes disso, há sistemas de segurança e procedimentos que visam 
à retirada de pessoas de dentro da câmara de irradiação e que a mantém 
inacessível durante o processamento. Para que as pessoas na parte externa do 
irradiador não sejam irradiadas, há uma blindagem externa de concreto para reduzir 
os níveis de radiação provenientes da fonte, quando esta estiver fora do contêiner 
de armazenamento, abaixo dos níveis da radiação de fundo local. 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
Imagem 12: Irradiador de cobalto-60, que opera por fluxo gravitacional, para a 
inibição do brotamento de cebolas 
1. Fonte de cobalto 60 na posição de irradiação. 
2. Fonte de cobalto 60 recolhida na sua blindagem seca. 
3. Blindagem do irradiador. 
4. Blindagem de chumbo. 
5. Blindagem da fonte. 
6. Esteira de carga. 
7. Mesa giratória. 
8. Esteira de saída. 
Fonte: Rodrigues Júnior, Ary de Araújo - Irradiadores Industriais e sua Radioproteção – 
Maringá, PR-Brasil - edição do autor, 2014 - ISBN 978-85-916385-1-2 – Pg 22 
 
3.1.3 Irradiador Gama De Categoria III (Refrigerado Com Água) 
 
Trata-se de um irradiador em que a fonte é fixada no fundo de um tanque 
preenchido com água. Isso implica que o material a ser irradiado deve ir até a 
fonte. A função dessa coluna de água é tripla: a primeira e a mais importante é a 
de blindagem da radiação emitida; a segunda é a de restringir o acesso humano à 
fonte e ao volume sob irradiação; a terceira é a de funcionar como dissipadora do 
calor gerado pela fonte (por meio de correntes de convecção naturalmente 
formadas), permitindo que essa categoria de irradiador gama possa operar com 
 
 
 
17 
 
 
atividades maiores do que os de categoria I e II cujas fontes são armazenadas a 
seco. 
 
 
 
 Imagem 13: Desenho de um irradiador gama de cobalto-60, Categoria III 
Fonte: Rodrigues Júnior, Ary de Araújo - Irradiadores Industriais e sua Radioproteção – 
Maringá, PR-Brasil - edição do autor, 2014 - ISBN 978-85-916385-1-2 Pg 26 
 
3.1.4 Irradiador Gama De Categoria IV (Fonte em Água) 
 
 
Trata-se de um irradiador em que o acesso humano à câmara de irradiação é 
possível e, por isso, deve ser controlado. A grade de fontes possui duas posições: 
a de repouso e a de exposição. Na posição de repouso, ela está no fundo de um 
tanque com vários metros de profundidade cheio de água cuja função é a de 
blindar a radiação, no caso de haver a necessidade de entrar na câmara de 
irradiação, por exemplo, para efetuar algum reparo no sistema de transporte ou uma 
inspeção de rotina. Na posição de exposição, a grade de fontes está fora do tanque 
para irradiar os produtos dentro da câmara. Neste último caso, a câmara de 
irradiação é mantida inacessível durante o uso por um conjunto de sistemas de 
segurança. 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 Imagem 14: Irradiador gama de categoria IV 
 Fonte: http://conhecerparadebater.blogspot.com.br/2012_02_01_archive.html 
 
 
A maioria das fontes de cobalto-60 para irradiadores gama industriais é na 
forma de lápis, com um comprimento de 452 mm (17.8 polegadas) e com um 
diâmetro de 11,1 mm (0,44 polegadas). 
 
 
 Imagem 15: lápis de cobalto-60 e de seus paletts. 
Fontes: Rodrigues Júnior, Ary de Araújo - Irradiadores Industriais e sua Radioproteção – 
Maringá, PR-Brasil - edição do autor, 2014 - ISBN 978-85-916385-1-2 pg 29 
 
 
As cápsulas de césio-137 atualmente em uso são fabricadas de modo similar. 
Elas têm um diâmetro maior, levando a uma maior auto absorção da radiação e a 
uma menor eficiência em relação às fontes de cobalto-60, para uma mesma 
atividade. Fontes de césio-137 não devem ser utilizadas em irradiadores de 
 
 
 
19 
 
 
armazenamento de fontes em água, por causa da alta solubilidade do cloreto de 
césio nela presente. A geometria adequada da fonte é obtida colocando os lápis, em 
posições pré-determinadas, dentro de módulos e distribuindo esses módulos na 
grade de fontes do irradiador. O número de módulos na grade de fontes e o de lápis 
em cada módulo varia de acordo com o modelo e o fabricante do irradiador. 
O formato da grade de fontes e, consequentemente, dos módulos também 
pode variar, dependendo da geometria de irradiação adotada. Por exemplo, há 
grade de fontes no formato cilíndrico, mas o formato mais adotado é o plano. Há 
irradiadores que possuem grade de fontes independentes, cujo objetivo é reduzir a 
taxa de dose aplicada em produtos sensíveis a um limite de dose. 
 
 
 Imagem 16: Irradiador de batatas. A fonte circular pode ser vista 
 no centro da foto 
Fonte: Rodrigues Júnior, Ary de Araújo - Irradiadores Industriais e sua Radioproteção 
Maringá, PR-Brasil - edição do autor, 2014 - ISBN 978-85-916385-1-2pg 31 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 Imagem 17: Irradiador com três grades de 
 Fontes Independentes, em exposição. 
Fonte: Rodrigues Júnior, Ary de Araújo - Irradiadores Industriais e sua Radioproteção – Maringá, PR-
Brasil - edição do autor, 2014 - ISBN 978-85-916385-1-2 pg 32 
 
 
3.2 ACELERADORES 
 
São equipamentos que aceleram elétrons dentro de um sistema de vácuo. O 
feixe de elétrons é utilizado para irradiar os produtos diretamente ou para produzir 
raios X (pelo direcionamento do feixe em um alvo de alto número atômico), que 
irradiarão os produtos. A energia dos feixes deve ser limitada a 10 MeV no caso 
de feixe de elétrons, e 5 MeV para raios X, para evitar a ativação dos materiais. 
Nesses equipamentos a fonte de radiação pode ser desligada, o que não acontece 
com os irradiadores, que utilizam radiação gama. 
 
3.2.1 Aceleradores De Categoria I (Blindado) 
 
A unidade de irradiação é totalmente blindada e com Inter travamentos de 
segurança. A configuração da blindagem não permite o acesso físico ao local do 
processamento. 
O material a ser irradiado deve ser conduzido até a fonte. 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
Figura 18: Acelerador de elétrons de categoria I utilizado para o tratamento 
da superfície de filmes plásticos em uma etapa anterior à metalização 
Fonte: Rodrigues Júnior, Ary de Araújo - Irradiadores Industriais e sua Radioproteção 
– Maringá, PR-Brasil - edição do autor, 2014 - ISBN 978-85-916385-1-2 pg 42 
 
 
3.2.2 Aceleradores De Categoria II (Sala Blindada) 
 
A unidade irradiadora é alojada dentro de salas blindadas, que são mantidas 
inacessíveis durante a operação por uma série de sistemas de segurança. Somente 
um feixe é produzido e, para que ele irradie todo o produto que é transportado pela 
esteira, utiliza-se a técnica do feixe de varredura, similar aos antigos aparelhos de 
televisão que operavam com tubo de elétrons. 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 Imagem 19: Comparação entre funcionamento de 
 tubo de Imagens antigo e acelerador de Elétrons 
 
 
 Imagem 20: A esteira leva os produtos para serem irradiados sob o 
 feixe de elétrons vindos da corneta (scan horn). 
Fonte: Rodrigues Júnior, Ary de Araújo - Irradiadores Industriais e sua Radioproteção – 
Maringá, PR-Brasil - edição do autor, 2014 - ISBN 978-85-916385-1-2 Pg 43 
 
A delimitação da varredura pode ser visualizada pelo tamanho da corneta 
(scan horn), último estágio da trajetória do feixe mantida em vácuo. O isolamento da 
corneta do ambiente é feito por finas placas metálicas chamadas janelas, da ordem 
de algumas dezenas de micrômetros, para permitir a passagem do feixe de elétrons 
 
 
 
23 
 
 
com pouca perda por absorção e, ao mesmo tempo, manter o vácuo do sistema. Um 
metal muito empregado para essa função é o titânio. 
A construção de um gráfico com um exemplo da distribuição de dose em um 
simulador com densidade igual à da água para esse tipo de irradiador, mostrando 
um produto irradiado duas vezes, uma face de cada vez, mostrará que a distribuição 
máxima de dose está dentro de um alcance de cerca de 7 cm (cerca de 3,5 cm para 
cada face irradiada). 
 
 
 
 Imagem 21: Distribuição de dose em água irradiada por um acelerador de 
 elétrons de 10 MeV. A linha cheia representa a distribuição de dose, devido 
 à primeira irradiação (fonte do lado direito); a tracejada devido à segunda 
 irradiação na face oposta; e a linha reta, a distribuição de dose resultante. 
 Notar a profundidade máxima de cerca de 7 cm. 
Fonte: Rodrigues Júnior, Ary de Araújo - Irradiadores Industriais e sua Radioproteção – 
Maringá, PR-Brasil - edição do autor, 2014 - ISBN 978-85-916385-1-2 Pg 44 
 
 
A conversão de um feixe de elétrons em raios X, por meio de uma placa de 
alto número atômico ocorre em um irradiador de raios X completo, utilizado para 
produtos específicos com necessidades de baixas penetrações ou com alta 
produção em quantidade de produto. 
 
 
 
24 
 
 
 
 Imagem 22: Acelerador de elétrons com conversor de 
 Raios X. Notar a técnica de varredura aplicada ao feixe. 
Fonte: Rodrigues Júnior, Ary de Araújo - Irradiadores Industriais e sua Radioproteção – Maringá, PR-
Brasil - edição do autor, 2014 - ISBN 978-85-916385-1-2 pg 44 
 
 
 
 
 Imagem 23: Desenho de um acelerador com conversor de raio X 
Fonte: Rodrigues Júnior, Ary de Araújo - Irradiadores Industriais e sua Radioproteção – Maringá, PR-
Brasil - edição do autor, 2014 - ISBN 978-85-916385-1-2 Pg 45 
 
 
 
 
 
25 
 
 
4 FÍSICA DAS RADIAÇÕES 
 
 
Neste capítulo, serão apresentadas algumas grandezas e unidades, bem como 
conceitos básicos de radioproteção, necessários para o entendimento deste 
trabalho. Caso o leitor já esteja familiarizado com esses tópicos, pode pular este 
capítulo sem nenhum prejuízo. No sentido contrário, se houver necessidade de se 
aprofundar no tema, recomendo consultar as referências utilizadas. 
 
 
4.1 GRANDEZAS E UNIDADES DA FÍSICA DAS RADIAÇÕES 
 
 
4.1.1 O elétron volt (eV) 
 
 
Trata-se de uma unidade de medida de energia, sendo definida como: a 
energia gasta pelo elétron para atravessar um campo de 1 V. Sua correspondência 
em joules (J) é: 
 
 
1eV = 1,602 x 1019J 
 
 
 
A energia da radiação emitida por uma fonte é fornecida nessa unidade. Por 
exemplo, a luz visível tem energia da ordem de eV, o raio X diagnóstico da ordem 
de keV, o polônio-214 emite partículas alfa da ordem de 7,8 MeV e o berílio-7 
emite um fóton de 478 keV. 
 
4.1.2 Exposição 
 
 
Foi a primeira grandeza da área da Física das Radiações. A primeira tentativa 
de sua definição ocorreu em 1928, mas somente em 1962 é que se chegou à atual. 
Ela é aplicada apenas para caracterizar as radiações ionizantes eletromagnéticas 
(raios X e gama) em termos da carga elétrica que estas produzem em uma massa 
de ar. É simbolizada pela letra "x" maiúscula (X): 
 
 
 d Q 
 X = _----------- C/kg 
 d m 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
A unidade da grandeza exposição no S.I (Sistema Internacional) é o coulomb por 
quilograma (C / kg). A unidade anterior ao S.I é o Röentgen (R), nome dado em 
homenagem ao descobridor dos raios X, Wilhelm Röentgen. A equivalência de 
Röentgens em C/kg é: 
 
 1 R = 2,58 x 10-4 C/kg 
 
4.1.3 Dose absorvida 
 
Sua definição data de 1950 e é a grandeza dosimétrica mais importante na 
área de processamento por radiação. A dose absorvida (D) é definida como a 
energia média cedida pela radiação ionizante (dĒ) a um elemento de volume com 
massa (dm): 
 
 dĒ 
 D = ——— 
 dm 
 
Importante notar que, ao contrário da exposição, a dose absorvida é aplicável 
para qualquer tipo de radiação e para qualquer tipo de material, mas adotando-
se a água como meio de calibração e de referência. 
No Sistema Internacional, a energia é dada em joules (J) e a massa em quilos 
(kg), portanto a sua unidade é o joule por quilograma (J/kg). Por questões práticas, 
adotou-se um nome para a unidade de dose absorvida, que é o gray (Gy), também 
pertencenteao Sistema Internacional. Essa unidade foi adotada em 1975 para 
homenagear Louis Harold Gray (1905–1965), um dos pioneiros da Medicina, da 
Biologia e da Física das Radiações. A equivalência do gray com a unidade 
anterior, o rad é: 
 1 Gy = 100 rad 
 
A dose absorvida por unidade de tempo é expressa como a taxa de dose 
absorvida: 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 d D 
D = ——— 
 d t 
 
 
 
No Sistema Internacional, a unidade da taxa de dose absorvida é o gray por 
segundo (Gy/s), mas ela também pode ser expressa em gray por minuto ou hora, 
dependendo da conveniência. 
Em termos comparativos, caso o material envolvido seja o ar, a 
correspondência entre a exposição e a dose absorvida é: 
 
 
 1R = 2,58 x 10
-4 
C/kg = 8,76 mGy = 0,876 rad 
 
 
 
4.1.4 Dose equivalente 
 
 
Essa grandeza foi definida em 1962 e sua tradução correta deveria ter 
sido: equivalente de dose. Ela foi criada devido ao fato de que, para uma mesma 
dose absorvida, o dano biológico poderá ser maior ou menor, dependendo do tipo 
de radiação. Isto porque, quanto maior o número de ionizações produzidas por 
unidade de comprimento, maior é o dano. Para um material inanimado, isso pode 
não fazer muita diferença. Por exemplo, se um pedaço de plástico for irradiado por 
partícula beta por longo tempo, isso pode não trazer maiores consequências, 
além de uma possível fragilização do local irradiado, mas se for a pele 
humana, essa irradiação pode provocar a indução de um câncer de pele no local, 
apesar de a dose ser a mesma. Portanto, essa grandeza leva em conta o dano 
biológico e é utilizada para fins de proteção radiológica. 
A definição de dose equivalente é: a dose absorvida multiplicada por um 
coeficiente de peso, que dependerá do tipo da radiação incidente, pois o 
número de ionizações produzidas por unidade de comprimento durante o trajeto 
varia para cada tipo de radiação. As mais ionizantes e as menos penetrantes são as 
compostas por partículas com carga e as menos ionizantes e as mais penetrantes 
são as eletromagnéticas (raios X e gama), sendo estas últimas as utilizadas no 
processamento por radiação. Matematicamente: 
 
 
 
28 
 
 
 
 H = D.Wr 
H = dose equivalente 
D = dose absorvida 
Wr = coeficiente de peso, que dependerá do tipo de 
 radiação incidente 
 
 
Feixe de radiação ionizante WR 
Fótons, todas as energias 1 
Elétrons e múons, de todas as energias 1 
Nêutrons 
Energia abaixo de 10 keV 
100 keV a 100 keV 
100 keV a 2 MeV 
2 MeV a 20 MeV Maior do que 20 MeV 
 
5 
10 
20 
10 
5 
Prótons com energia acima de 2 MeV 5 
Partículas alfa, fragmentos de 
fissão, núcleos pesados 20 
 
 Tabela 1: Coeficientes de peso (Wr) para os vários tipos de radiação 
 
A Tabela 1 apresenta os valores aceitos de Wr para vários tipos de radiação. 
Por meio dessa tabela, pode-se observar que a dose absorvida e a equivalente, no 
caso da radiação eletromagnética (fótons), são numericamente iguais. 
No Sistema Internacional, a unidade da dose equivalente é o sievert (Sv) e foi 
adotada em 1979, em homenagem ao físico Sueco Rolf Sievert (1896-1966). A 
unidade anterior se chamava rem (roentgen equivalent man ou equivalente em 
roentgen no homem) e a equivalência entre as duas é: 
 
 1 Sv = 100 rem 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
4.1.5 Atividade 
 
É definida como o número de desintegrações nucleares dos átomos de uma 
amostra radioativa, na unidade de tempo. Por sua vez a desintegração é definida 
como: o processo, espontâneo ou provocado, em que um núcleo atômico emite 
uma partícula (dicionário Aurélio, 1994). Cada vez que há uma desintegração, há 
emissão de radiação. No Sistema Internacional, a unidade de medida dessa 
grandeza é o bequerel (Bq), cujo plural é bequerels. 
A sua definição é: 1Bq = uma desintegração por segundo 
Portanto, se uma amostra tem 1000 Bq, ela apresenta 1000 desintegrações 
por segundo. A unidade anterior ao bequerel se chamava curie (Ci), em homenagem 
a Pierre e Maria Sklodowska Curie (Mme. Curie), que desenvolveram trabalhos 
pioneiros com materiais radioativos. Um curie é definido como o número de 
desintegrações por segundo presente em um grama de rádio-226, que perfaz 3,7 x 
1010 desintegrações por segundo. 
Portanto, a correspondência entre a unidade antiga e a nova é: 
 
 1 Ci = 3,7 x 1010 Bq 
 
4.1.6 Meia-vida 
 
Pelo princípio da conservação da energia, uma fonte de energia, seja ela qual 
for, não a emite indefinidamente com a mesma intensidade. No caso dos materiais 
radioativos, a emissão de energia, na forma de radiação, ocorre pela desintegração 
de átomos. Com o tempo, o número de radionuclídeos disponíveis diminui, assim 
como a atividade do material e, consequentemente, a emissão de energia. Esse 
processo é totalmente aleatório, ou seja, há 
átomos que se desintegrarão em poucos segundos, enquanto outros só o farão 
depois de vários anos. Mas para uma amostra radioativa com um grande número de 
radionuclídeos (átomos que emitem radiação) essa diminuição de atividade com o 
tempo pode ser prevista. Esse parâmetro é característico para cada radionuclídeo e 
é chamado de meia-vida. Não há dois radio nucléicos com a mesma vida e 
medindo-a, o radionucléideo pode ser identificado. A meia-vida é definida como: 
 
 
 
30 
 
 
O tempo necessário para que a atividade de uma fonte radioativa diminua para a 
metade do valor anterior. 
 
Isso leva a um decaimento exponencial da atividade. 
 
Grandeza Unidade 
antiga 
 Unidade nova no Sistema Internacional 
Exposição “roentgen” (R) “coulomb/quilograma” (C/kg) 
1R = 2,58 x 10-4 C/kg 
Dose absorvida “rad” “gray” (Gy) 
1 rad = 0,01 Gy 
Dose equivalente “rem” “siervet” (Sv) 
1 rem = 0,01 Sv 
Atividade “curie” (Ci) “bequerel” (Bq) 
1 Ci = 3,7 x 1010 s-1 
Tabela 2 : Relação entre os valores de medida 
 
4.1.7 Decaimento radioativo 
 
Quando o núcleo de um átomo se encontra em uma situação de excesso de 
energia, ele está em um estado instável. Para chegar a um estado estável, o núcleo 
emite energia sob a forma de radiação, resultando na sua desintegração, também 
chamada decaimento, em que o átomo original deixa de existir e dá origem a outro 
em um estado mais estável. As Figuras 1.2 e 1.3 mostram, respectivamente, as 
curvas de decaimento dos elementos césio-137 e cobalto-60, bem como os 
radionuclídeos mais utilizados em irradiadores gama, sendo o último elemento o 
mais comum. 
A preferência pelo cobalto-60 não é só porque ele emite mais radiação gama 
por desintegração, o motivo principal é por questão de segurança. O césio não 
possui existência livre na natureza, isso quer dizer que ele está sempre ligado a 
outros elementos, ou seja, ele é reativo. Ele reage facilmente com água, sendo que, 
na sua forma pura, essa reação é muito violenta, reagindo explosivamente até com 
gelo a temperaturas extremamente baixas. Na área de irradiação, é utilizado o 
cloreto de césio (CsCl), que por se apresentar na forma de pó, deve ser misturado a 
um aglutinante. Por sua vez, o cobalto não é reativo e a exemplo do ferro e do 
níquel,pode formar ligas metálicas, o que torna a sua utilização mais fácil e segura. 
 
 
 
31 
 
 
 
5. PROTEÇÃO RADIOLÓGICA 
 
5.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS 
 
Segundo a norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), 
Proteção Radiológica é o conjunto de medidas que visam proteger o homem, seus 
descendentes e seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados por 
radiação ionizante proveniente de fontes produzidas pelo homem e de fontes 
naturais modificadas tecnologicamente. Essas medidas estão fundamentadas em 
três princípios básicos: 
Princípio da Justificação: Nenhuma prática deve ser adotada a menos que sua 
introdução produza um benefício positivo para a sociedade; 
Princípio da Otimização: Toda exposição deve ser mantida tão baixa quanto 
razoavelmente possível levando-se em conta fatores econômicos e sociais; 
Princípio da Limitação de Dose (ALARA – As Low as Reasonably Achievable 
Tão Baixo Quanto Razoavelmente Possível): As doses equivalentes para os 
indivíduos do público não devem exceder os limites recomendados para as 
circunstâncias apropriadas. 
 
5.2 IRRADIAÇÃO E CONTAMINAÇÃO RADIOATIVA 
 
5.2.1 Irradiação 
 
Quando um objeto ou um ser vivo está sendo irradiado, ele está recebendo 
radiação de uma fonte emissora e sofrendo os efeitos que a radiação causa. À 
medida que ele se afasta da fonte, a intensidade da irradiação vai diminuindo. 
Esse efeito pode ser melhor visualizado pela analogia com uma fonte de luz, 
que é uma forma de radiação eletromagnética visível. Suponhamos que estamos à 
noite em um descampado no qual existe apenas um único poste de iluminação. 
Enquanto estivermos próximos ao poste, conseguiremos ver tudo o que está ao 
nosso redor, mas à medida que nos afastamos, a dificuldade em ver os objetos 
próximos vai aumentando até que a intensidade da luz seja insuficiente para permitir 
a nossa visão. 
 
 
 
32 
 
 
É importante frisar que um objeto ou ser vivo não fica radioativo ou acumula 
radiação por ter sido irradiado. Utilizando novamente a analogia com uma fonte 
luminosa, isso é tão absurdo quanto dizer que, após a exposição a uma fonte de luz, 
um objeto ou ser vivo sairia emitindo luminosidade ou que é possível guardar luz 
dentro de um recipiente qualquer, por exemplo, um saco de papel. 
 
5.2.2 Contaminação 
 
Quando um objeto ou ser vivo está contaminado, ele contém material 
radioativo na sua estrutura. Nesse caso, ele estará sendo continuamente irradiado, 
não importando o lugar para onde ele se desloque, pois a fonte estará indo junto 
com ele. Para a remoção desse material, é necessário um processo de 
descontaminação, ou seja, de retirada do contaminante radioativo. 
 
5.2.3 Radiação De Fundo 
 
A radiação não foi inventada e sim descoberta, ou seja, ela já existia (e existe) 
na natureza. Essa radiação natural tem várias componentes e origens: ela vem do 
espaço (raios cósmicos), está presente, sob a forma de átomos radioativos (os 
radionuclídeos), no ar que respiramos (por exemplo, o carbono-14), na nossa 
comida (do potássio presente nos alimentos, como o leite, o feijão, a batata e a 
banana, pois 0,0118% é de potássio-40, que é radioativo), na água (gás radônio), 
na crosta terrestre e nos materiais que usamos para construir nossas moradias (gás 
radônio, urânio e tório)Portanto, independente da profissão ou da localização, todo 
ser humano recebe certa quantidade de radiação natural, que compõe a chamada 
“radiação de fundo”, e ela varia de acordo com a localização geográfica e com a 
altitude. A média mundial anual por habitante é de 2,4 mSv, variando de 1 a 13 
mSv/ano, e grupos populacionais consideráveis recebem entre 10 e 20mSv/ano. 
A radiação artificial, isto é, aquela que é produzida pelo homem, também 
contribui para a radiação de fundo, sendo a sua principal componente a exposição 
médica, que abrange, na maioria dos casos, o diagnóstico de doenças ou lesões e, 
em uma parcela significativa, os tratamentos para eliminar células cancerosas. 
Como exemplos do primeiro caso, temos os raios X, a tomografia 
computadorizada, a introdução em pacientes de materiais radioativos de meia-vida 
 
 
 
33 
 
 
curta e emissores de radiação gama de baixa energia, visando à obtenção de 
imagens específicas de órgãos do interior do corpo. O exemplo para o segundo caso 
são as técnicas de radioterapia, que consistem no uso de fontes intensas de 
radiação para matar tecidos doentes, irradiando-os externamente ou internamente 
(por meio de implantes de fontes). 
Outras fontes de radiação artificial são o material radioativo liberado no 
ambiente pelos testes nucleares, pelo acidente de Chernobyl e pelas usinas 
nucleares. A média mundial anual por habitante da contribuição da radiação artificial 
varia de essencialmente zero a algumas dezenas de mSv, dependendo basicamente 
da qualidade do sistema de saúde vigente no país ou de estar próximo de locais de 
testes ou de acidentes nucleares. 
 
5.3.4 Limites de Dose 
 
 
Podemos definir o IOE como pessoas sujeitas à exposição à radiação ionizante 
em decorrência do seu trabalho, que (supõe-se) receberam instruções e orientações 
adequadas com relação aos riscos oferecidos pela exposição à radiação ionizante. 
E Indivíduos do público incluem qualquer membro da população quando não 
submetido à exposição ocupacional ou exposição médica. 
 
Grandeza Órgão IOE Público 
Dose efetiva Corpo inteiro** 20 mSv (b) 1 msv (c) 
Dose 
equivalente 
Cristalino 20 mSv (b) 15 mSv 
Pele (d) 500 mSv 50 mSv 
Mãos e pés 500 mSv --- 
Tabela 3: Limites de dose anuais (a) para Indivíduos Ocupacionalmente Expostos (IOEs) e para 
indivíduos do público* [CNEN, 2011] 
 
 
 
 
34 
 
 
(a) Para fins de controle administrativo efetuado pela CNEN, o termo dose 
anual deve ser considerado como dose no ano calendário, isto é, no período vigente 
de janeiro a dezembro de cada ano. 
(b) Média aritmética em 5 anos consecutivos, desde que não exceda 50 mSv 
em qualquer ano. 
(c) Em circunstâncias especiais, a CNEN poderá autorizar um valor de dose 
efetiva de até 5 mSv em um ano, desde que a dose efetiva média em um período de 
5 anos consecutivos, não exceda 1 mSv por ano. 
(d) Valor médio em 1 cm2 de área, na região mais irradiada. 
 
* Esses limites devem ser aplicados sem incluir a radiação de fundo, ou seja, 
somente deve ser levado em conta o acréscimo de dose, devido às atividades que 
utilizam radiação, e ele não pode ser superior aos valores mostrados nesta tabela. 
** Para irradiação uniforme no corpo todo, que é o caso em irradiadores de 
grande porte. 
 
Para medir a dose recebida pelos IOEs durante o trabalho, eles portam 
dosímetros pessoais, que, em geral, são lidos mensalmente. Em caso de acidente 
radiológico, o dosímetro do respectivo IOE deve ser enviado para o fornecedor o 
quanto antes para leitura. 
Se o dosímetro pessoal de um IOE acusar uma dose, o seu histórico 
dosimétrico dos últimos 12 meses, incluindo-se o atual, deve ser analisado, para 
verificar se a soma não ultrapassa o limite de dose aplicável ao seu caso. 
Os valores de dose efetiva se aplicam à soma das doses efetivas, causadas 
por exposições externas, com as doses efetivas comprometidas (integradas em 50 
anos para adultos e até a idade de 70 anos para crianças), causadas por 
incorporações ocorridas no mesmo ano. 
Para mulheres grávidas ocupacionalmente expostas, suas tarefas devem ser 
controladas, de maneira que seja improvável que, a partir da notificação da gravidez, 
o feto receba dose efetiva superior a 1 mSv durante o resto do período de gestação. 
Indivíduos com idadeinferior a 18 anos não podem estar sujeitos a exposições 
ocupacionais. 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
IMPORTANTE: 
 
Esses limites de dose NÃO devem ser tomados como “limites” a 
serem tolerados. Quanto menor a dose recebida, melhor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
6. FINALIDADES DA IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS 
 
Uma das finalidades da irradiação de alimentos é aumentar o tempo de 
prateleira dos alimentos, pois é muito comum ocorrer a deterioração do alimento 
durante o período de armazenamento e transporte, devido à reprodução de 
microrganismos deteriorantes que se multiplicam rapidamente, causando sabores e 
odores desagradáveis; sendo assim, o processo de irradiação contribui para 
beneficiar a distribuição e comercialização dos alimentos. 
Vale lembrar que a técnica de irradiação não é adequada para todo tipo de 
alimento e da mesma forma que outros métodos de conservação de alimentos, a 
tecnologia de irradiação não permite a inversão do processo; jamais um alimento 
com sujidades ou deteriorado se tornará próprio para o consumo. 
Segundo Villavicencio (1998), o processamento pela radiação ionizante para a 
maioria dos alimentos é seguro e eficiente, mas nem por isso dispensa as boas 
práticas de manuseio e fabricação. O principal objetivo dos estudos sobre a 
irradiação de alimentos é oferecer aos consumidores alimentos com melhor 
qualidade e higiene, mantendo sempre suas propriedades nutricionais. 
Pelo fato do consumidor estar preocupado com a qualidade de vida e 
consequentemente, com a qualidade da sua alimentação a irradiação de alimentos 
pode contribuir para: 
 
• redução da carga microbiana presente em carnes; 
• inibição ou retardo do processo germinativo em bulbos e tubérculos; 
• retardo da maturação de frutas e legumes; 
• eliminação de parasitas e microrganismos patogênicos que dos alimentos; 
• desinfestação de cereais e grãos; 
• desinfecção de ervas e especiarias; 
• esterilização de insetos. 
 
As propriedades organolépticas da maioria dos alimentos não se alteram, 
desde que obedecidas as doses de radiação, recomendadas para cada tipo de 
alimento (Farkas, 2006). 
 
 
 
37 
 
 
Esterilização industrial 
(combinada com calor suave) 
 
 
30 – 50 
Carne, aves, mariscos, 
 
alimentos prontos, dietas 
hospitalares estéreis 
Descontaminar certos aditivos 
 
alimentícios e ingredientes 
 
10 – 50 
Especiarias, 
preparações 
 
enzimáticas, goma 
natural 
 
As doses aplicadas variam de acordo com o objetivo desejado em cada tipo de 
alimento, TAB.3, e são medidas em Gray (Gy) ou QuiloGrays (kGy). Um Gray 
equivale a um Joule de energia por quilograma de alimento irradiado. 
 
Propósito Dose (kGy) Produtos 
 
Dose reduzida (< 1 kGy) Baixa 
 
Inibir a germinação 0,05 – 
0,15 
Batata, cebola, alho etc. 
 
 
Eliminar insetos e parasitas 
 
 
0,15 – 
0,50 
Cereais, legumes, 
frutas 
 
frescas e secas, peixe e 
carnes frescos e secos 
Retardar processos 
fisiológicos 
 
(amadurecimento) 
 
0,50 – 1,0 
 
Frutas e hortaliças 
frescas 
 Dose média (1 a 10 kGy) Média 
 
Prolongar tempo de 
conservação 
1,0 – 3,0 Peixe fresco, morangos 
etc. 
 
Eliminar microrganismos 
alternantes e patogênicos 
 
 
 
 
1,0 – 7,0 
Marisco fresco, carne de 
aves e de animais de 
abastecimento crua ou 
congelada. 
 
Melhorar propriedades 
tecnológicas do alimento 
 
 
 
2,0 – 7,0 
Uvas (aumenta a produção 
 
de suco), verduras 
desidratadas (diminui o 
tempo de cocção) 
Dose elevada (10 a 50 kGy) Elevada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 4: Doses de radiação e suas utilizações 
Fonte – CNEN, 2010. 
 
 
 
 
 
38 
 
 
7. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA IRRADIAÇÃO 
 
 
7.1 VANTAGENS 
 
Foram identificadas algumas vantagens do uso da irradiação no tratamento de 
alimentos: 
Minimizar as perdas de alimentos: A desinfestação e o prolongamento da vida 
de prateleira podem reduzir as perdas de alimentos frescos, através do uso de 
irradiação. A perda de uma grande quantidade de colheitas devido a infestação de 
insetos pode ser controlada e minimizada por irradiação em alimentos, tais como, 
grãos, leguminosas, tubérculos e frutas. Especialmente no terceiro mundo, a 
irradiação tem um grande potencial em que em muito dos casos, os alimentos são 
deteriorados durante a fase de pós colheita; 
Melhoramento da saúde pública: Alimentos, especialmente musculares 
(carnes), são contaminados por microrganismos patogénicos ou parasitas. A 
descontaminação destes alimentos frescos pode melhorar problemas de saúde 
pública. Salmonella é a fonte primária de doenças de origem alimentar derivado de 
produtos de aves. A irradiação é também um método que assegura a qualidade 
higiénica de alimentos sólidos. 
Aumento do comércio internacional: Muitos alimentos frescos não são 
candidatos ou são desqualificados para o comércio internacional, devido à 
infestação por insetos, a infecções por microrganismos e a sua escassa vida útil de 
prateleira, que restringe o transporte a longas distâncias. A irradiação pode 
aumentar ou melhorar o comércio de alimentos frescos pelos mercados 
internacionais, proporcionando um processo eficaz de quarentena para alimentos 
infestados ou infectados ou que ajudem a prolongar a vida útil dos alimentos. 
Uma alternativa à fumigação nos alimentos: Várias substâncias químicas, tais 
como etileno são utilizadas para a fumigação de alimentos ou ingredientes 
alimentares. A utilização destes desinfetantes está rapidamente a diminuir, devido à 
sua natureza tóxica e impacto ambiental. O uso de baixas doses de irradiação de 
0,2-0,7 kGy pode controlar a infestação de insetos de grãos e outros produtos 
armazenados. 
 
 
 
39 
 
 
Aumentar a poupança de energia: A energia utilizada para a irradiação de 
alimentos é baixa, comparando com a utilizada para produtos enlatados, 
refrigerados ou congelados. Além disso, a proibição de refrigeradores com CFC 
pode resultar em maiores custos de alimentos refrigerados e por isso, no futuro, a 
junção de irradiação e refrigeração podem elevar o potencial de poupança de 
energia durante o processamento de alimentos. A redução das necessidades 
energéticas, também pode contribuir para a redução global da poluição causada por 
produtos de combustão de combustíveis tradicionais. 
Portanto, através da irradiação de alimentos é possível: 
- inibir o brotamento de raízes; 
- retardar o amadurecimento de frutas e vegetais; 
- reduzir micro-organismos patogênicos; 
- aumentar a vida de prateleira do alimento; 
- suprir o abastecimento nos períodos de entressafra. 
 
 
7.2 DESVANTAGENS 
 
 
A implementação de uma tecnologia bem sucedida depende da disponibilidade 
de uma infraestrutura adequada. 
A Irradiação tem altos custos de capital e cima das doses limiar provoca 
alterações organoléticas e odores desagradáveis. No entanto tem baixo custo 
operacional, exige baixo consumo de energia, elimina todos os microrganismos e 
suas toxinas, prolonga a vida útil do alimento e não se verifica perdas significativas 
de nutrientes. 
O sucesso do tratamento depende da dose de irradiação, o grau de maturidade 
fisiológica, o estado do produto, a temperatura atmosférica durante e após o 
tratamento e a susceptibilidade dos microrganismos a serem controlados. 
Os materiais de embalagens utilizadosdurante a irradiação não devam fazer 
com que substâncias indesejáveis migrem para os alimentos. A irradiação pode 
afetar diferentes materiais de embalagens de maneiras diferentes, logo a forma e 
material do recipiente é também muito importante neste tipo de tratamento. A forma 
 
 
 
40 
 
 
cúbica do recipiente é mais satisfatória para a distribuição total da dose ideal de 
irradiação. 
A irradiação de alimentos pode causar algumas alterações nos produtos, cujas 
principais são: 
- a mudança de sabor em decorrência dos radicais livres; 
- mudança de cor; 
- por ação das radiações, tanto as proteínas, como o amido e a celulose podem 
ser quebrados ocasionando o amolecimento de carnes; 
- pode haver perda de nutriente; 
- as vitaminas C e K podem sofrer ação dos radicais livres produzidos e pode-
se provocar a oxidação das gorduras do alimento, que dá um sabor de ranço aos 
produtos gordurosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
8. PROCESSOS DE IRRADIAÇÃO 
 
8.1 RADURIZAÇÃO 
 
Usa dose baixas (em média de 50 a 1000 Gy) com a finalidade de inibir 
brotamentos (batata, cebola, alho, etc ), retardar o período de maturação (frutas) e 
de deterioração fúngica de frutas e hortaliças (morango, tomate, etc) e controle de 
infestação por insetos e ácaros (cereais, farinhas, frutas, etc). 
 
 
 Imagem 24: Comparativo de cebolas 
Fonte: http://143.107.9.121/Ensino/Graduacao/Disciplinas/LinkAula/My-Files/alimentos_irradiados.htm 
 
 
 Imagem 25: Mamão Irradiado 
 Fonte: http://www.cena.usp.br/irradiacao/irradiacaoalimentos.htm 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
 Imagem 26: Bananas Irradiadas 
 Fonte: http://www.cena.usp.br/irradiacao/irradiacaoalimentos.htm 
 
 
 
 Imagem 27: Milho Irradiado 
 Fonte: http://www.cena.usp.br/irradiacao/principios_old.htm 
 
 
 
 Imagem 28: Morangos Irradiados 
 Fonte: http://www.mundoeducacao.com/quimica/radioatividade-na-agricultura.htm 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 
8.2 RADICIDAÇÃO OU RADIOPASTEURIZAÇÃO 
 
Usa doses intermediárias (de 1 a 10 kGy) com o fim de pasteurizar sucos, 
retardar a deterioração de carnes frescas, controle de Salmonella em produtos 
avícolas, etc. 
 
 
 Imagem 29: Massa de Pizza Irradiada 
 Fonte: http://www.cena.usp.br/irradiacao/principios_old.htm 
 
8.3 RADAPERTIZAÇÃO OU ESTERILIZAÇÃO COMERCIAL 
 
Usa doses elevadas (10 a 70 kGy) na esterilização de carnes, dietas e outros 
produtos processados. 
 
 
 Imagem 30: Filé de Peito de Peru, NASA 
 Fonte: http://www.cena.usp.br/irradiacao/principios_old.htm 
 
 
 
 
44 
 
 
8.4 SIMBOLO INTERNACIONAL 
 
Todos alimentos que passam por algum processo de irradiação devem 
apresentar em seu rótulo, coma a finalidade de informar ao consumidor, um símbolo 
que identifique que foi usado em seu processo de produção a irradiação como forma 
de conservação ou esterilização. Para que não fossem criados símbolos porá cada 
pais ou indústria, convencionou-se o uso de um único símbolo. Deu-se a ela o nome 
de RADURA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
9. CONCLUSÃO 
 
 
Tão notório quanto o aumento de produção e rendimento da área plantada no 
mundo é o fato de quase 27% da produção agrícola de todas as formas e espécies, 
serem desperdiçadas de seu plantio e colheita até a chegada à mão dos 
consumidores, Muito embora o emprego de irradiadores e aceleradores de elétrons 
seja uma técnica muito recente se comparada as tradicionais formas de manuseio 
dos alimentos e um tanto quanto cara para pequenos produtores, têm-se mostrado 
como a mais promissora das atualmente pesquisadas. Ainda resta um logo caminho 
pela frente, sem duvida, que vai desde a popularização dos irradiadores de forma 
democrática e segura para pequenos produtores ou cooperativas até a produção de 
equipamentos menores e tão seguros quantos os atuais. No entanto, é através deste 
sistema que se obtém os melhores resultados em se tratando de conservação e 
esterilização em larga escala, seja da soja, arroz e grãos em geral, que abarrotam os 
porões de navios ou do tomate que atravessa o país para alimentar o consumidor na 
escola, no trabalho e no lar ou mesmo da carne que espera 6 meses para ser 
consumida. A falta de conhecimento geral para esses fatos só torna mais difícil a 
propagação dessa técnica que sofre de certo preconceito do consumidor em geral. 
Cabe a indústria, através da divulgação e contratação de técnicos 
credenciados para operação destas máquinas, aos poucos, consumir com o medo 
que gira ao redor da radiação, criado por guerras, acidentes e maus uso desta. Mas 
é a nós, técnicos, que compete uma parte dessa responsabilidade, no que concerne 
ao bom e seguro andar de operação industrial, obedecendo as práticas de 
segurança e de efetivo manuseio de isótopos radioativos. 
Concluo que, de fato, com o atual crescimento populacional e o cada vez 
menor espaço físico para cultivo, não existe método atualmente empregado no 
manuseio e no trato alimentar que propicie as respostas tão efetivas e tão salutares 
que a irradiação pode propiciar, desde que sejam observados os parâmetros de 
segurança e aplicação, e que o grande entrave ainda hoje para a popularização 
dessas técnicas entre os consumidores finais é a informação 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
1)Rodrigues Júnior, Ary de Araújo - Irradiadores Industriais e sua Radioproteção 
– Maringá, PR-Brasil - edição do autor, 2014 - 21-11-2014 
2)Andreucci, Ricardo – A Radiologia Industrial – Associação Brasileira de Ensaios 
Não Destrutivos, edição Junho de 2006 - 21-11-2014 
3)Andreucci, Ricardo – Proteção Radiológica – Associação Brasileira de Ensaios 
Não Destrutivos, edição Janeiro de 2010 - 21-11-2014 
4) http://www.hgrecksch.de/Roentgen/Roentgen.htm - 21-11-2014 
5) http://www.akisrx.com/htmtre/ferreria_brasil.htm - 21-11-2014 
6)http://blogdoisraelbatista.blogspot.com.br/2012/01/dia-nacional-da-abreugrafia.html 
- 21-11-2014 
7)http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/31155/equipamentos-
utilizados-no-processo-de-irradiacao - 21-11-2014 
8)http://www.alerta.inf.br/165/ - 21-11-2014 
9)http://publicacoes.unigranrio.br/index.php/sare/article/viewFile/1831/925 - 21-11-
2014 
10)http://www.radiologiaindustrial.com/areas-de-atuacao/ - 21-11-2014 
11)http://www.ebah.com.br/content/ABAAABUCEAK/historia-radiologia-irradiacao-
alimentos - 21-11-2014 
12)http://portaldaradiologia.com/?p=1626 - 21-11-2014 
13)http://www.brasilescola.com/quimica/uso-radiacao-alimentos.htm - 21-11-2014 
14)http://www.diagnostico.med.br/html/menu/educacao_radiologia/historia_radiologia
.php- 21-11-2014 
15)http://spr.org.br/historico-da-radiologia/ - 21-11-2014 
16)http://www.sociedadeclementeferreira.org.br/images/A-Historia-da-Radiologia-no-
Brasil.pdf - 21-11-2014 
17)http://www.crtr17.gov.br/index.php/menu-educacional/a-historia-da-radiologia/hist-
no-brasil - 21-11-2014 
18)http://www.explicatorium.com/biografias/Biografia_Wilhelm_Rontgen.php- 21-11-
2014 
 
 
 
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20)http://radiacaox.blogspot.com.br/2008/10/o-inventor-da-abreugrafia.html - 21-11-
2014 
21)http://www.cena.usp.br/irradiacao/principios_old.htm - 21-11-2014 
22)http://www.cena.usp.br/irradiacao/irradiacaoalimentos.htm - 21-11-2014

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