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DIREITO TRIBUTÁRIO RESUMO

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DIREITO TRIBUTÁRIO - RESUMO 
O Direito Tributário é o ramo do Direito que estuda as relações entre o Fisco e 
os contribuintes, tendo como objeto primordial o campo das receitas de caráter 
compulsório, isto é, as relativas à imposição, fiscalização e arrecadação de 
impostos, taxas e contribuições, determinando-se, de maneira complementar, 
os poderes do Estado e a situação subjetiva dos contribuintes (Miguel Reale, 
2002). 
Importante ressaltar que, o Direito Tributário é matéria de Direito Público, 
naturalmente vinculado ao Direito Financeiro. Isso porque, o Direito Financeiro 
é disciplina jurídica que tem por objeto toda a atividade do Estado concernente 
à forma de realização da receita e despesas necessárias à execução de seus 
fins. 
Direito Tributário e Direito Financeiro 
O Direito Financeiro constitui, portanto, uma estrutura normativa que abrange 
os modelos jurídicos que instauram relações entre as pessoas e o Estado 
enquanto Fisco. 
Os seus objetivos, em virtude das opções de Política Financeira do país, se 
consubstanciam num sistema de princípios e normas a que a atividade do 
Fisco deve se adequar. 
Nas palavras do professor Miguel Reale (2002): 
Conceito-chave do Direito Tributário é o de fato-gerador da incidência fiscal, o 
qual, como todo fato inserido numa estrutura normativa constituída em função 
dos valores econômico-financeiros que o Estado tenha em vista realizar. Como 
cada imposto deve necessariamente corresponder a um distinto fato-gerador, 
sob pena de ilícita bitributação, bem se compreende a importância de seu 
conceito. 
Miguel Reale 
Para Paulo de Barros Carvalho (2015), Direito Tributário é “ramo didaticamente 
autônomo do direito, integrado pelo conjunto das proposições jurídico-
normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição 
arrecadação e fiscalização de tributos”. 
A fim de salvaguardar os direitos individuais, perante o poder tributário do 
Estado, a Constituição Federal de 1988 dispõe em seu artigo 146, que cabe à 
lei complementar estabelecer normas gerais em matéria tributária, definindo os 
tributos e suas espécies, relacionando os impostos nela discriminados com os 
respectivos fatos geradores, com outras cautelas destinadas a legitimar as 
imposições do Fisco no Estado Democrático de Direito. 
O Código Tributário Nacional 
Conforme o artigo 1º da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que dispõe 
sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário 
aplicáveis à União, Estados e Municípios, conhecido como Código Tributário 
Nacional (CTN): 
Art. 1º Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Constitucional n. 18, de 1º 
de dezembro de 1965, o sistema tributário nacional e estabelece, com 
fundamento no artigo 5º, inciso XV, alínea b, da Constituição Federal as 
normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios, sem prejuízo da respectiva legislação complementar, 
supletiva ou regulamentar. 
Fonte: CTN 
A Emenda Constitucional nº 18, de 1º de dezembro de 1965, dispõe sobre a 
reforma do sistema tributário e dispõe em seu artigo 1º que “o sistema tributário 
nacional compõe-se de impostos, taxas e contribuições de melhoria, e é regido 
pelo disposto nesta Emenda, em leis complementares, em resoluções do 
Senado Federal, e, nos limites das respectivas competências, em leis federal, 
estadual ou municipal”. 
Atualmente, o CTN é utilizado para regulamentar as normas gerais de direito 
tributário no país. 
Tributo: Definição e Espécies 
Conforme o artigo 3º do Código Tributário Nacional: “tributo é toda prestação 
pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que 
não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrado mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada”. 
As principais características do tributo estão dispostas nesse artigo. Nas 
reflexões de Paulo de Barros Carvalho (2015) podemos extrair as seguintes 
conclusões: 
Compulsória 
Devemos entender a compulsoriedade da obrigação tributária no sentido de 
que esta nasce independente da vontade do devedor. Trata-se de obrigação ex 
lege, decorrente da lei, que para a sua formação podem ser decorrentes da lei 
ou da vontade da parte. 
Na primeira, o nascimento do vínculo obrigacional nasce independente da 
vontade do agente, que é o caso da obrigação tributária. Já na segunda, o 
nascimento do vínculo obrigacional decorre de uma manifestação, tácita ou 
expressa, da vontade do agente (como por exemplo um contrato de aluguel); 
 
Pecuniária 
Todo tributo deve ser expresso em moeda, não há previsão no nosso 
ordenamento de tributo in natura ou in labore. 
Todavia, alguns doutrinadores entendem que ao afirmar que tributo é toda 
prestação pecuniária ou cujo valor nela se possa exprimir o Código, 
estabeleceu a possibilidade de tributo in natura. 
Que não constitua sanção de ato ilícito 
O tributo não é penalidade, seu nascimento decorre de uma ação lícita do 
contribuinte. Não se confunde tributo com sanção, pois esta decorre de um 
ilícito que pode ser penal, administrativo, civil, tributário, etc. 
Prestação instituída em lei 
Decorrência do princípio da legalidade e tipicidade. A instituição ou majoração 
de um tributo somente pode ocorrer por lei ou ato normativo com força de lei 
(Medida Provisória). 
A lei deve esgotar todos os elementos da obrigação tributária: definição do fato 
gerador, alíquota, base de cálculo, sujeito passivo, penalidades, hipóteses de 
exclusão (isenção). 
Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada 
Significa que o agente do Estado tem o dever de cobrar o tributo quando 
instituído, da mesma forma que deve se ater aos procedimentos estabelecidos 
na lei. O lançamento é atividade exclusiva da administração. 
O tributo é gênero que comporta outras espécies tributárias. Nos termos do 
artigo 5º do CTN, as espécies tributárias são: impostos, taxas e contribuição de 
melhoria. 
Espécies Tributárias 
A definição das espécies tributárias, ou seja sua natureza jurídica, é obtida pela 
análise do fato gerador da obrigação. Conforme o artigo 4º do CTN basta o 
estudo do fato gerador para definir a natureza jurídica de cada tributo. Dessa 
forma, temos os tributos divididos entre: 
 Vinculados: são aqueles tributos vinculados a uma atividade estatal, 
que para viabilizar a cobrança é necessário alguma atividade do Estado 
a favor do contribuinte. Incluem-se neste rol: taxas e contribuições de 
melhoria. 
 Não vinculados: tributos que independem de uma atividade estatal para 
serem cobrados. Incluem-se neste rol: impostos e empréstimos 
compulsórios. 
Impostos 
Conforme o artigo 16 do CTN, o imposto é tributo que tem por fato gerador uma 
situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao 
contribuinte. 
Classifica-se no rol dos tributos não vinculados. Dessa forma, seu fato gerador 
independe de qualquer atividade do Estado. 
Por exemplo, a obrigação de pagar o Imposto de Renda independe de qualquer 
ação estatal. 
A divisão da competência dos impostos é definida pela CF nos artigos 153 a 
156, não podendo haver cobrança de impostos diversos dos previstos, salvo a 
União que detém competência residual. 
Os impostos podem ser subdivididos em diversas categorias: 
De acordo com a regularidade 
EXTRAORDINÁRIO – é o imposto cobrado apenas de forma eventual, em 
razão de fatos específicos (por exemplo, imposto extraordinário de guerra – 
artigo 154, inciso II, da CF); ORDINÁRIO é o imposto que integra de forma 
permanente o sistema tributário. 
Quanto à transferência do encargo 
DIRETO – não admite repercussão econômica do valor devido, ou seja, o 
fabricante ou comerciante não repassa ao consumidor o valor do tributo 
destacada do preço. 
INDIRETO –admite a repercussão para o contribuinte de fato, portanto o valor 
devido é cobrado de forma destacada, os impostos indiretos incidem sobre 
consumo e circulação de mercadorias. 
Em razão da pessoa 
PESSOAIS – visam diretamente à pessoa do contribuinte (por exemplo o 
Imposto de Renda). 
OBJETIVOS – (reais) visam unicamente a matéria tributável, a coisa (por 
exemplo o Imposto Predial Territorial Urbano). 
Taxas 
Nos termos do artigo 77 do CTN: 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato 
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou 
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou 
posto à sua disposição. 
Fonte: CTN 
Lembre-se que, a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos 
aos que correspondam a imposto, nem ser calculada em função do capital das 
empresas. 
O artigo 78 do CTN nos explica o que é poder de polícia para efeitos de 
tributação: 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato 
ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, 
à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização 
do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos 
direitos individuais ou coletivos. 
Fonte: CTN 
Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado 
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do 
processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, 
sem abuso ou desvio de poder. 
Os serviços públicos mencionados acima, podem ser divididos da seguinte 
forma: 
 Utilizados pelo contribuinte: EFETIVAMENTE, quando por ele 
usufruídos a qualquer título; POTENCIALMENTE quando, sendo de 
utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante 
atividade administrativa em efetivo funcionamento. 
 Específicos: quando possam ser destacados em unidades autônomas 
de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas. 
 Divisíveis: quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte 
de cada um dos seus usuários. 
Contribuições de Melhoria 
Trata-se de tributo de competência comum da União, Estado, Distrito Federal e 
Municípios, incidente para fazer face ao custo de obras públicas de que 
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e 
como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada 
imóvel beneficiado. 
O valor a ser cobrado de cada imóvel será determinado pelo rateio do valor 
global da obra, de acordo com os respectivos fatores individuais de valorização 
(artigo 82, § 1º, do CTN). 
Assim, o valor total arrecadado pelo Poder Público está limitado ao valor total 
da obra, sendo que o montante individual de contribuição será pautado pelo 
fator individual de valorização do bem imóvel. 
Empréstimo Compulsório 
Conforme estabelece o artigo 148 da CF a União, mediante lei complementar, 
poderá instituir empréstimos compulsórios: para atender a despesas 
extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua 
iminência; ou, no caso de investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional. 
Sua principal característica é o fato de que os valores arrecadados não 
ingressam de forma permanente no tesouro nacional, são considerados receita 
temporária, tendo a União a obrigação de restituir os valores após determinado 
lapso de tempo. 
Tendo em vista que a CF não especifica o fato gerador e base de cálculo há 
total liberdade para sua definição pela lei complementar. 
Assim, o fato gerador poderá ou não estar vinculado à determinada atividade 
estatal, sendo a base de cálculo definida de acordo com o interesse nacional 
externado pelo Congresso Nacional. 
Contribuições 
Nos termos do artigo 149 da CF, compete exclusivamente à União instituir 
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das 
categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas 
respectivas áreas. 
Essas contribuições dividem-se em três espécies: 
Contribuição Social 
Destinada a custear os gastos com a previdência social, que engloba as 
seguintes áreas: saúde, previdência e assistência social, reguladas no artigo 
194 e seguintes da CF. 
Além disso, são destinadas aos demais setores da área social, como educação 
e cultura. 
 
 
Corporativa 
contribuições destinadas ao interesse de categoria profissional ou econômica. 
São utilizadas para o custeio das atividades das entidades sindicais e dos 
conselhos de fiscalização profissional (por exemplo OAB, Conselho de 
Medicina, Contabilidade, entre outros). 
Deve ser paga pelo profissional que integra o respectivo sindicato (metalúrgico, 
comerciário, etc) ou classe profissional (médico, advogado, contador, etc). 
Interventiva 
Conhecida como CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. 
É devida pela União para financiar sua atuação (regulamentação e fiscalização) 
em determinadas áreas (por exemplo CIDE incidente sobre a comercialização 
de combustíveis – Lei nº 10.336/2001). 
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada 
de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime 
previdenciário, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores 
titulares de cargos efetivos da União. 
Sistema Tributário Nacional 
Nas palavras de Ricardo Lobo Torres (1999), um sistema é conceituado como 
um conjunto de elementos dotados de unidade interna, coerência lógica, 
ausência de contradições e independência do todo com relação às partes. 
Portanto, o sistema jurídico se caracteriza por um conjunto de normas, com 
estrutura interna hierarquizada, coerência lógica, existência de normas para 
solução de conflitos e interdependência do subsistema em relação ao todo. 
Os artigos 145 a 162 da CF tratam do Sistema Tributário Nacional. Além 
dessas normas, podemos incluir outras previstas na CF, como os artigos 194 e 
195, que tratam das contribuições para a seguridade social. 
O doutrinador Ricardo Lobo Torres (1999) conceitua o Sistema Tributário 
Nacional da seguinte forma: 
Conjunto de normas reguladoras e dos tributos cobrados em todo o território 
nacional, independente da titularidade deste ou daquele ente público e 
considerada exclusivamente a incidência sobre a riqueza, como vem esboçado 
nos artigos 145, 148 e 149 da Constituição, posteriormente detalhado no CTN. 
Ricardo Lobo Torres 
O Sistema Tributário Nacional pode ser dividido em três grupos: 
1. Repartição das competências tributárias entre a União, os Estados, 
Distrito Federal e Municípios; 
2. Partilha direta e indireta do produto de arrecadação; 
3. Os princípios tributários e as limitações ao poder de tributar. 
Competência Tributária 
A competência tributária é a faculdade atribuída pela CF para o Estado editar 
leis que criem tributos, devendo descrever todos os elementos essenciais da 
norma jurídico-tributária. 
As leis devem prever a hipótese de incidência, sujeito ativo e passivo, base de 
cálculo e alíquota. A competência é direito subjetivo da pessoa política e, 
portanto, é indelegável. 
São características doutrinárias da competência tributária: 
 Exclusividade: caracteriza-se pelo fato de que cada pessoa política 
detém sua faixa tributária privativa. Caso atue fora dessa faixa o tributo 
será inconstitucional. 
 Indelegabilidade: reforça a ideia de que a competência tributária não é 
patrimônio absoluto dapessoa política que a titulariza. Esta pode 
exercitá-la, mas não tem total disponibilidade. 
 Incaducável: seu não exercício não tira da pessoa competente a 
faculdade de a qualquer dia criar o tributo. 
 Inalterabilidade: entende-se que não pode ter a dimensão ampliada 
pela própria pessoa política. É improrrogável. 
 Irrenunciabilidade: não pode o ente política renunciar à competência, 
no todo ou em parte. Trata-se de matéria de direito público, portanto é 
indisponível. 
 Facultativa: o ente político é quem decide se vai ou não criar tributo. 
Pode, ainda, utilizar apenas parte de sua competência, criando 
parcialmente o tributo. 
Conforme o sistema federativo adotado pela CF, todos os integrantes da 
federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) detém competência 
tributária. A CF criou quatro modalidades de competência: 
 Competência Privativa: atribuída exclusivamente a determinada 
pessoa jurídica de direito público. Os impostos são de competência 
privativa, pois a CF adotou o critério de enumerar a competência de 
cada integrante da Federação. 
 Competência Residual: é a possibilidade de criar outros tributos e 
contribuições além dos previstos na CF. É atribuída à União Federal, 
conforme disposição dos artigos 154 e 195, § 4º da CF. 
 Competência Extraordinária: atribuída à União para a criação de 
impostos em casos de guerra externa ou sua iminência. 
 Competência Comum: todos os entes políticos tem a faculdade de 
estabelecer o tributo, devendo apenas ser responsável pelo serviço ou 
obra que possibilita a cobrança. 
Repartição da Receita Tributária 
O país é constituído como uma República Federativa, portanto, união 
indissolúvel da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Há a distribuição entre os integrantes da Federação da competência tributária 
ou impositiva, consistente na partilha da receita tributária. 
A doutrina já pacificou que não existe um sistema perfeito de distribuição de 
receita tributária, portanto a Constituição Federal brasileira adotou um sistema 
misto de partilha da competência tributária e de partilha do produto da 
arrecadação. 
Em primeiro lugar, a CF prevê a repartição da repartição da competência 
tributária de forma a estabelecer impostos de competência exclusiva de cada 
membro federativo. São os artigos 153 a 156 da CF. 
O artigo 153 da CF dispõe ser de competência da União instituir impostos 
sobre: importação de produtos estrangeiros, exportação de produtos nacionais 
ou nacionalizados, renda e proventos de qualquer natureza, produtos 
industrializados, propriedade territorial rural, grandes fortunas, entre outros. 
Nos termos do artigo 155 da CF, compete aos Estados e ao Distrito Federal 
instituir impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens 
ou direitos, operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações 
de serviços de transporte interestadual, propriedade de veículos automotores, 
entre outros. 
Por fim, o artigo 156 da CF dispõe que compete aos Municípios instituir 
impostos sobre propriedade predial e territorial urbana, transmissão “inter 
vivos”, a qualquer título, de bens imóveis, serviços de qualquer natureza, entre 
outros. 
Além das regras gerais de repartição de receita, existem questões específicas 
que devem ser tratadas individualmente por serem exceções às regras gerais. 
São algumas delas: 
 Artigo 147 da CF: estabelece a competência da União sobre os 
impostos estaduais nos Territórios, bem como os impostos municipais, 
naqueles que não forem divididos em municípios; 
 Artigo 149, § 1º, da CF: estabelece a competência dos Estados, Distrito 
Federal e Municípios criarem contribuição previdenciária a ser cobrada 
de seus servidores para financiamento de regime de previdência próprio. 
 Artigo 149-A da CF: institui a possibilidade dos Municípios criarem 
contribuição para o custeio de serviço de iluminação pública. 
Existem, ainda, disposições constitucionais que dispõem sobre a divisão do 
produto da arrecadação tributária. 
Através deste instrumento criou-se o direito de participação dos entes políticos 
na arrecadação tributária de outros, ou seja, a arrecadação não é total ou 
parcialmente apropriada pelo próprio ente competente para instituição do 
tributo, mas partilhado com os outros. 
A participação pode ocorrer de forma direta ou indireta. A primeira se 
caracteriza pela entrega dos valores devidos sem qualquer condição (artigos 
157 e 158 da CF). 
A segunda é feita através de fundos de participação (Leis Complementares nº 
61/89, 62/89 e 91/97), conforme estabelece o artigo 161, inciso II, da CF. 
Princípios Constitucionais Tributários 
Conforme Roque Antônio Carrazza (2003), princípio é enunciado lógico, 
implícito ou explícito, que por sua grande generalidade, ocupa posição de 
preeminência nos vastos campos do direito e, por isso mesmo, vincula, de 
modo inexorável, o entendimento e a aplicação das normas jurídicas que com 
ele se conectam. 
No campo tributário vigoram diversos princípios explícitos. 
Princípio da Capacidade Contributiva 
Esse princípio está estabelecido no artigo 145, § 1º da CF, e dispõe que: 
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados 
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração 
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, 
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os 
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
CF/88 
O princípio da capacidade contributiva aplica-se somente aos impostos, não 
influenciando as outras espécies tributárias. Sua eficácia não abrange todos os 
impostos, mas tão somente aqueles que tenham estrutura para se verificar a 
capacidade econômica do contribuinte. 
Está intimamente ligado ao princípio da igualdade, sendo um dos instrumentos 
para se buscar a justiça fiscal, impondo-se a graduação dos impostos de 
acordo com a capacidade econômica do contribuinte. 
Princípio da Estrita Legalidade 
Decorre diretamente do artigo 5º da CF que estabelece em seu inciso II que 
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei”. 
Dessa forma, o artigo 150, inciso I da CF, dispõe que é vedado à União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios “exigir ou aumentar tributo sem lei que o 
estabeleça”. 
Esse princípio garante a segurança do contribuinte diante de ente tributário, 
pois o tributo só pode ser criado ou aumentado por deliberação do poder 
legislativo, mediante edição de lei. 
Além disso, significa que a lei deve estabelecer todos os elementos e supostos 
da norma jurídica tributária, tal como descrever abstratamente a hipótese de 
incidência, sujeito passivo, sujeito ativo, base de cálculo e alíquota. 
Princípio da Isonomia ou Igualdade 
Decorre do princípio da igualdade, segundo o qual todos são iguais perante a 
lei, sem distinção de qualquer natureza (artigo 5º, caput CF). Conforme esse 
princípio, não pode haver diferença de tratamento entre pessoas que se 
encontrem em situação equivalente. 
Nesse sentido, dispõe o artigo 150, inciso II da CF, que é vedado: “instituir 
tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação 
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou 
função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos 
rendimentos, títulos ou direitos”. 
Além disso, o artigo 150, inciso I, da CF, veda a concessão de vantagens 
tributárias fundadas em privilégios pessoais, e trata sobre a necessidade de 
que haja uniformidade na cobrança dos tributos. 
Princípio da Irretroatividade 
A regra da irretroatividade está disposta no artigo 150, inciso III, alínea “a” da 
CF que veda a cobrança de tributos “em relação a fatos geradores ocorridosantes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. 
Ressalte-se que, há possibilidade de retroatividade da lei no Direito Tributário, 
nos casos previstos no artigo 106 do CTN, que tratam da retroatividade da lei 
que é mais benéfica ao contribuinte. 
Princípio da Anterioridade 
Conforme o artigo 150, inciso III, da CF, alíneas “b” e “c”, é vedado à União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, cobrar tributos: 
1. No mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou. 
2. Antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a 
lei que os instituiu ou aumentou. 
De acordo com esse princípio, a lei que cria ou aumenta tributos somente 
poderá produzir efeitos após decorridos 90 dias de sua publicação e a partir do 
exercício seguinte. 
Lembrando-se que, o exercício financeiro no Brasil vai de 1º de janeiro a 31 de 
dezembro, coincidindo com o ano civil (artigo 34 da Lei nº 4.320/64).

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