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Resumo Capítulo 10

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Cap. 10 – Eficiência 
 
0. Introdução 
Produtividade (Cap 7): varia entre países e ao longo do tempo no mesmo país. 
Seu crescimento é explicado em boa parte por mudanças na Tecnologia. Mas a 
diferença de Produtividade de um país rico para um país pobre não é totalmente 
explicada pela diferença em Tecnologia, o que mais explicaria? Eficiência. 
Eficiência é a efetividade com que os fatores de produção e a tecnologia são 
combinados para produzirem um produto (output). 
 
1. Decompondo Produtividade (A) em Tecnologia (T) e Eficiência (E) 
Tecnologia: conhecimento sobre como os fatores de produção podem ser 
combinados para produzir um output. 
𝐴 = 𝑇 × 𝐸 
1.1. Analisando Cross-Country Data 
Índia x EUA: 
Produtividade: 0,31 x 1 
O quanto a diferença de tecnologia explica e o quanto a diferença de eficiência 
explica? 
𝐴Í𝑛𝑑𝑖𝑎
𝐴𝐸𝑈𝐴
=
𝑇Í𝑛𝑑𝑖𝑎
𝑇𝐸𝑈𝐴
×
𝐸Í𝑛𝑑𝑖𝑎
𝐸𝐸𝑈𝐴
 
Existe dado para saber o termo da esquerda e há como calcular o primeiro 
termo da direita: 
𝑇Í𝑛𝑑𝑖𝑎
𝑇𝐸𝑈𝐴
= (1 − 𝑔)−𝐺, onde g é a taxa de crescimento da tecnologia nos 
EUA e G é o quanto de anos Índia está atrás em tecnologia dos EUA, encontrando 
assim o último da direita. 
 
A mensagem é: se a diferença de Tecnologia não absurdamente grande, a 
maioria da diferença em Produtividade é será explicada pela Eficiência. Nesse 
exemplo, para ser meio a meio, a diferença de tecnologia deveria estar em 109 anos, 
MUITO surreal. 
 
2. Diferenças na Eficiência: Estudos de Caso 
Casos em que é possível analisar a eficiência isoladamente e mostrar como ela 
é importante. 
2.1. Planejamento Central na URSS (Comunistas malditos e incompetentes) 
Melhores exemplos de baixa produção (low output) por causa de ineficiência. 
Tinha boa acumulação de fatores de produção, com alto investimento em 
capital físico e trabalhadores bem treinados, e não estava muito atrás 
tecnologicamente dos países mais ricos. Mas a produção era um lixo, PIB 1/3 do 
americano, consequência da baixa eficiência. 
Causas da ineficiência: 
- Planejamento Centralizado: Governo determinava como trabalho, capital e 
matéria prima eram alocados, entre outras imposições. Trabalho de merda dos 
comunistas, o sistema de preços de mercado definiria isso de maneira muito mais 
eficiente. 
- Falta de incentivo para managers e trabalhadores: firmas não maximizavam 
ganhos, gerentes não visavam minimizar custos ou aumentar a produtividade 
inserindo algo novo, assim como a qualidade dos produtos não era mantida, uma vez 
que eles seriam consumidos de qualquer maneira. Joke da época: visitante pergunta: 
“How many people work here?”, gerente responde: “About half.” 
Em 2007, Produtividade russa era 26% a americana, claramente explicada pela 
grande diferença de Eficiência por muito tempo. 
 
2.2. Indústria Têxtil em 1910 
Grande diferença de salários: absurdamente maiores nos EUA do que em 
outros países. 
Estudo mostrou que a diferença de tecnologia era quase inexistente, então a 
grande diferença de salários era possível por causa da maior eficiência dos 
trabalhadores americanos, que conseguiam mexer com mais máquinas do que os dos 
outros países, mesmo esses tendo essa possibilidade, dadas as condições (saúde, 
educação, capacitação...) semelhantes, mas eles não o faziam por algum motivo, é 
esse “something” que o capítulo que observar. 
 
2.3. Diferenças na Produtividade em uma Indústria 
Estudo com EUA, Japão e Alemanha: dados de capital, trabalho e organização, 
gerando cálculos de Produtividade. 
 
Observando a tabela, qual a fonte de algumas largas diferenças de 
produtividade, dado que as tecnologias são basicamente iguais? Organização da 
produção, trazendo maior eficiência. Também é possível fazer esse tipo de análise 
dentro de um país para um setor, por exemplo Saúde nos EUA. 
 
2.4. Mineração de carvão nos EUA, 1949 – 1994 
Dentro de um período, 1969 – 1978, para se produzir a mesma quantidade de 
carvão, passou a ser necessário o dobro de trabalho. A explicação para essa queda 
de produtividade está no “featherbedding”, fato do sindicato dos trabalhadores das 
minas de carvão obrigarem as companhias a contratarem mais trabalhadores, dado 
os bons resultados na época. 
 
3. Tipos de Ineficiência 
Cinco modos de uma economia ser ineficiente: 
3.1. Atividades Improdutivas 
Recursos são desviados de atividades produtivas que agregam valor para a 
economia para serem usados em atividades sem valor econômico, desperdiçando-os. 
Exemplo: atividades ilegais (roubo, contrabando, até sequestro, guerra civil {Angola – 
disputa pelos recursos naturais}), que além de desviarem recursos, ainda obrigam 
mais recursos ainda a serem usados em sua prevenção (segurança, compra de 
equipamentos). 
Rent Seeking (apropriação de renda): quando a atividade improdutiva envolve 
as leis e instituições governamentais para gerar benefícios privados. Exemplo: 
concessões, proteção de monopólios, barreiras à importação e até mesmo 
trabalhadores escolherem o setor público por causa dos benefícios (inclusive 
suborno), etc. A quantidade disso depende da estrutura da econômica do país. 
 
3.2. Recursos Ociosos 
Capital ou trabalho não usados em sua totalidade. 
Trabalhador desempregado ou subempregado, assim como o Capital que pode 
não estar sendo usado (indústria fechada) ou sendo subutilizado (indústria que não 
trabalha na sua capacidade máxima de produção). 
A instabilidade macroeconômica geralmente é um fator para o desemprego 
tanto de trabalhadores como de capital. 
Já o subemprego (no sentido de sub uso) de um trabalhador é gerado por 
arranjos institucionais que, por exemplo, obrigam a contratação de mais pessoas, 
derrubando a produtividade. 
 
3.3. Má alocação de fatores entre os setores 
Agora não é o fato de recursos não serem usados para atividades produtivas, 
mas sim quando esses são usados para a produção de coisas erradas, obviamente 
causando menos perda de eficiência do que os casos anteriores. 
Como setores pode-se entender até regiões ou estados de um país ou urbano 
x rural, entre outros. 
Exemplificando a má alocação do fator trabalho em dois setores: 
 
Em uma economia de mercado funcionando perfeitamente a alocação ótima 
acontece automaticamente, não havendo a perda de produção que o triângulo da 
figura mostra, resultado de duas forças: 
A primeira é que o salário que se paga para o trabalho é o seu produto marginal. 
A segunda é que os trabalhadores tendem a ir para o setor com maior produto 
marginal, isso faz com que os salários desse setor comecem a cair até haver um 
equilíbrio (produtos marginais iguais) com o setor que tinha menor produto marginal, 
maximizando a produção (isso é exatamente a mão invisível do mercado do Adam). 
Alguns fatores atrapalham essa alocação ótima de recursos entre os setores: 
i) Barreiras à mobilidade: isolamento geográfico, imposição de um salário 
mínimo. 
ii) Salários diferentes do produto marginal: fazendas familiares 
(overallocation de trabalho) onde não se paga em salários, mas sim 
dividindo a produção, assim cada um recebe o produto médio e não o 
marginal; discriminação ou segmentação. 
Ganhos de eficiência da realocação nos setores: a realocação de fatores de 
setores com produto marginal menor para setores com produto marginal maior pode 
ser a principal fonte de crescimento econômico, pois a ineficiência chegou ao fim. 
Exemplo: Tigres Asiáticos: da agricultura para a manufatura. O caso mais atual que 
merece destaque é o da China, onde trabalhadores mudam de setor (agricultura para 
a indústria) e de local (interior para as regiões costeiras mais prósperas).3.4. Má alocação de fatores entre firmas 
Em uma economia normal, os recursos se movem das firmas menos produtivas 
para as mais, aumento o nível geral de produtividade dessa economia, isso acontece 
naturalmente quando há competição entre as firmas. Ocorre muito em economias não 
de mercado (os malucos comunistas), em empresas estatais. 
Exemplos: conluio entre firmas para manter preços alto e não haver 
competição; subsídios, contratos com favorecimentos ou outros tipos de proteção do 
governo para as firmas menos produtivas; monopólios. 
Dois indicadores dessa má alocação entre firmas: diferença de produtividade 
entre as mais produtivas e as menos (quanto maior, pior a alocação) e relação entre 
tamanho e nível de produtividade da firma (as maiores devem ser as mais produtivas, 
obviamente, quanto mais longe disso, maior a má alocação). 
3.5. Bloqueio Tecnológico 
Não há barreiras ao uso, mas alguém, que seria prejudicado com a nova 
tecnologia, deliberadamente previne que o uso seja feito, deixando a sociedade em 
uma situação pior da que poderia estar. 
Exemplos esdrúxulos como um caso no império romano que o imperador matou 
um cara que tinha inventado tipo um vidro que não quebrava tão fácil e escondeu a 
invenção com medo de que o ouro perdesse o seu valor, ou os caras (luditas) que 
quebravam as máquinas têxteis no RU após a I Revolução Industrial, porque elas 
faziam roupas muito mais rápido que eles. 
Os países mais desenvolvidos sofrem mais com esse problema, uma vez que 
para bloquear alguma nova tecnologia é preciso uma ajuda de um governo que 
funcione bem, o que é mais observado nos países mais ricos. 
 
4. Conclusão 
A principal é que as diferenças de Eficiência entre os países são muito maiores 
que as suas diferenças de Tecnologia, assim variações nessa Eficiência explicam 
maior parte das variações de Produtividade entre os países. 
O nível de eficiência depende crucialmente da estrutura institucional.

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