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* Direito Civil VI Responsabilidade civil Prof. Eugênio Facchini Neto * I - Introdução. 1. Conceito: “Responsabilidade civil é a obrigação que incumbe a uma pessoa de reparar o dano causado a outra, por ato próprio ou pelo ato ou fato de pessoas, coisas ou animais a ela ligados” (René Savatier) 2. Noções gerais: Importância da matéria Desenvolvimento em outros países Aumento do número de casos – impacto tecnológico; maior proteção à pessoa humana; abandono do fatalismo; Ligação com o seguro. * 3. Evolução da Responsabilidade Civil: 3.1. Quanto à figura do responsável: 1) COLETIVA 2) INDIVIDUALIZADA (talião) DIRETA - pelo ato de outrem 3) INDIRETA - pelo fato dos animais - pelo fato das coisas SOCIALIZADA (ex.: acidente de trabalho; Seguro obrigatório de veículos automotores – DPVAT; experiências estrangeiras: Nova Zelândia, Suécia, França, alguns Estados norte-americanos ) * 3.2. Evolução quanto à função: A) Função punitiva No direito da antiguidade e ao longo da evolução da responsabilidade civil, não havia muita clareza quanto à função da responsabilidade civil e sua distinção da responsabilidade penal. A obrigação de indenizar era vista mais como uma punição do culpado do que como uma reparação do dano sofrido pela vítima. B) Função reparatória Somente no séc. XVII (Grotius) é que se distingue claramente as duas esferas de responsabilidade: a penal, preocupada com a imposição de uma pena ao ofensor; a civil, preocupada exclusivamente com a reparação do prejuízo sofrido pela vítima. * c) Função mista: - C.1. reparatória/compensatória (ainda é a principal função – sobre a ideia de compensação: “las penas con pan son menos”) - C.2. - punitiva (penalizar condutas passadas) – função controvertida; algumas hipóteses: - quando o enriquecimento é superior aos danos (Ilícito lucrativo - ex: consciente violação a direito à imagem ou à intimidade de alguém, pela imprensa, com foco na audiência; caso Grimshaw v. Ford Mo. Co.) - para penalizar condutas ofensivas a direitos dos consumidores nos casos das chamadas microlesões (caso de tarifas cobradas por serviços não solicitados) * C.3. - Dissuasória (pedagógica) (preventiva) - Mais do que focar no passado e impor uma pena privada a quem praticou atos altamente reprováveis, essa função busca modificar condutas e alterar comportamentos futuros, com isso evitando-se novos danos. - Exemplo: caso Mike Tyson * 3.3. Evolução quanto ao fundamento: 1) resp. objetiva 2) resp. subjetiva - subjetiva 3) resp. mista - objetiva (aumentaram as hipóteses pontuais, no CC/02 [ex.: arts. 932/933, 936], bem como foram criadas 3 cláusulas gerais de resp. objetiva: arts. 187, 927, parágrafo único, 931) * 3.4. Evolução quanto aos danos indenizáveis: A. Danos materiais B. Danos: Materiais Morais * C. Danos: Materiais/patrimoniais Imateriais/extrapatrimoniais: (maior proteção ao ser humano – proteção do ser – nem sempre estão relacionados à dor e sofrimento) - danos morais puros (danos morais subjetivos) (relacionados à dor, humilhação, sofrimento) - estéticos (súmula 387/STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.) - psíquicos - honra (honra subjetiva X honra objetiva) - imagem - privacidade (intimidade) - danos existenciais - violação ao direito à identidade - danos ao projeto de vida - loss of amenities of life (préjudice d’agrément) - wrongful conception, wrongful birth, wrongful life - mobbing, bullying, stalking - etc. * 4. Idéia atual: Nenhum dano injusto deve ficar sem reparação Não se trata de impor pena a um culpado; trata-se de tornar indene a vítima Enfoque não sobre o agente, mas sobre a vítima Maior preocupação com o ser, relativamente ao ter – danos à pessoa
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