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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE GUARATINGUETÁ DEPARTAMENTO DE MATERIAIS E TECNOLOGIA PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS ENSAIO DE CEMENTAÇÃO Gabriel Almeida Cardoso de Souza – 161322921 Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá – UNESP. Departamento de Materiais e Tecnologia, Turma 321. Resumo: Este Relatório aborda aspectos elementares do Tratamento Térmico de Cementação; utilizado para aumentar a concentração de carbono na superfície de uma peça. Através desse ensaio, obtém-se uma curva que representa a relação existente entre o tempo e a profundidade da camada cementada. Palavras-chave: Tratamentos Termoquímicos, Difusão, Cementação. 1. INTRODUÇÃO TEÓRICA 1.1 Tratamentos Termoquímicos Tratamentos Termoquímicos são processos que usam a adição por difusão de elementos químicos (exemplo: carbono, nitrogênio e boro) na superfície do aço e nas seções na qual a peça requer uma dureza elevada. Como a difusão desses elementos só ocorrem com o aquecimento do aço, o tratamento é denominado dessa forma de termoquímico. Aplicando calor em um meio adequado provoca-se alteração da composição química do aço, até uma determinada profundidade, a qual depende da temperatura de aquecimento e do tempo de permanência junto ao meio em questão. A modificação parcial da composição química, seguida do tratamento térmico apropriado, produz uma alteração na estrutura do material resultando em modificações nas propriedades mecânicas. Os tratamentos térmicos consistem em aumentar a dureza e resistência ao desgaste superficial mantendo o núcleo dúctil, entretanto, pode ser aplicado com outro propósito, como o de aumentar a resistência à fadiga, à corrosão e a oxidação em altas temperaturas. Os tratamentos termoquímicos mais utilizados são: nitretação, cianetação, carbonitretação, nitrocarbonetação, boretação e cementação, assunto deste relatório. 1.2 Difusão Difusão é o transporte de material através do aquecimento e da movimentação dos átomos. O processo no qual os átomos de um material se “movimentam” para o interior de outro é chamado de interdifusão ou difusão de impurezas. A difusão também ocorre nos metais puros, porém neste caso, todos os átomos que estão mudando de posição são do mesmo tipo, logo não há mudança na composição do material, esse processo é conhecido por Autodifusão. A difusão em metais pode ser por lacuna e intersticial. A difusão por lacuna consiste na movimentação de um átomo de uma posição normal da rede cristalina para um sítio vago no retículo, nesse caso a difusão é em função do número de defeitos do material. Já a difusão intersticial, consiste no movimento de um átomo de uma posição intersticial para outra posição intersticial que esteja vazia. Esse mecanismo é usado para interdifusão de impurezas, tais como hidrogênio, carbono, nitrogênio e oxigênio, que possuem átomos pequenos o suficiente para se encaixarem no interior das posições intersticiais. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE GUARATINGUETÁ DEPARTAMENTO DE MATERIAIS E TECNOLOGIA A difusão pode ocorrer de tal forma que o fluxo difusivo não varia ao longo do tempo, ou seja, uma condição de estado estacionário, porém, na maioria das condições a difusão ocorre em estado não estacionário, ou seja, condições transientes na qual o fluxo de difusão e o gradiente de concentração em um ponto no interior do sólido variam com o tempo. A difusão no estado estacionário e no estado não estacionário são regidas pelas leis de Fick. Logo o fenômeno da difusão é influenciado pelas espécies difusivas e pelo material hospedeiro e, sobretudo, pela temperatura, que provoca as mudanças mais profundas. 1.3 Cementação Várias de peças mecânicas necessitam possuir elevada dureza externa para resistirem aos esforços durante o serviço, entretanto, internamente precisam ser dúcteis para também suportarem com eficiência os esforços (solavancos). Em geral, essas peças são de aço com baixa porcentagem de carbono (até 0,2% C). Mas, para adquirirem essa capacidade, são submetidas ao tratamento térmico de cementação, o qual consiste em aumentar a porcentagem de carbono na superfície da peça, elevando a dureza na mesma, sem influenciar as propriedades do núcleo do material. O que diferencia cada tipo de cementação é o estado físico do meio carbonetante (meio capaz de fornecer carbono a peça envolvida através do processo de aquecimento): sólido, líquido, gasoso ou plasma. Em nosso experimento foi realizado a cementação sólida. Em geral o teor de carbono na superfície de carbono da peça através do processo de cementação aumenta de 0,8 a 1,0%, sendo que a profundidade do processo, isto é, a distância da superfície em direção ao núcleo enriquecido, varia com a temperatura do tratamento e com o tempo de tratamento a essa temperatura. No processo de cementação, o tempo constitui uma variável de suma importância, pois para uma mesma temperatura de tratamento tem-se que quanto maior o tempo de cementação maior será a camada enriquecida. As temperaturas de tratamento de cementação estão acima da temperatura crítica do diagrama Fe-C, pois somente nessa temperatura é possível introduzir carbono na microestrutura do aço, geralmente entre 850o 950o. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE GUARATINGUETÁ DEPARTAMENTO DE MATERIAIS E TECNOLOGIA Figura 1. Em relação ao tempo de forno, conforme citado anteriormente, está intimamente ligado a profundidade da camada endurecida que a peça requer, sendo que esta camada depende de vários fatores, tais como a função que a peça vai desempenhar e dos esforços que será submetida. 2. OBJETIVO Realizar o ensaio tratamento térmico de cementação, reconhecer a influência do tempo na profundidade da camada cementada e plotar o gráfico Tempo x Profundidade da Camada Cementada. 3. MATERIAIS E MÉTODO 3.1 Material Utilizado Aço com baixo teor de carbono; Forno; Polidora; Agente Químico (Nital); Microscópio Óptico; e Software d processamento de imagens. 3.2 Procedimento Experimental Para realização do processo de cementação, cinco amostras foram colocadas no forno e aquecidas no meio carbonetante até a fase austenítica, permanecendo na temperatura de tratamento por, 1, 2, 3, 4 e 5 horas respectivamente. Após a retirada do forno cada amostra foi lixada, polida e atacada com nital, ataque efetuado para realçar a superfície do material. Na sequência, com a UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE GUARATINGUETÁ DEPARTAMENTO DE MATERIAIS E TECNOLOGIA utilização do software de processamento de imagem, efetuou-se a medida da profundidade da camada cementada para cada peça, e elaborou-se, dessa forma a Tabela 1, conforme segue: Tabela 1 - Dados Medidos - Cementação Amostra Profundidade da Camada Cementada (µm) Tempo (h) Medida 1 Medida 2 Medida 3 Média 1 248,11 293,75 323,51 288,46 2 389,43 406,95 377,54 391,31 3 554,22 573,75 541,11 556,36 4 668,73 750,44 624,19 681,12 5 663,83 773,69 636,06 691,19 4. Resultados e Discussão Com os dados da tabela, plotou-se o gráfico Profundidade da Camada Cementada em função do tempo, conforme segue: Analisando o gráfico, nota-se claramente que conforme o tempo de permanência no meio carbonetante aumenta a profundidade da camada cementada aumenta, conforme vemos na ilustração referente a um processo de cementação realizado em outra análise. Gráfico 1 0 100 200 300 400 500 600 700 800 1 2 3 4 5 P rofu n d id ad e( µ m ) Tempo(h) Média UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CAMPUS DE GUARATINGUETÁ DEPARTAMENTO DE MATERIAIS E TECNOLOGIA Figura 2 – amostras do ensaio 5. CONCLUSÃO Diante da teoria estudada e do ensaio realizado, concluiu-se que no tratamento superficial de cementação, a profundidade da camada enriquecida, está intimamente associada ao fator tempo, ou seja, a profundidade da camada cementada é uma função do tempo. A dificuldade do processo, no tratamento térmico de cementação, reside no fenômeno da difusão que depende de vários fatores, tais como taxa de difusão, espécies difusivas, material hospedeiro e, sobretudo, de temperatura. Nesse contexto, a cementação torna-se mais complexa quanto maior for a camada a ser cementada, isto torna o processo dispendioso, pois o mesmo requer um alto consumo de energia e mão de obra. É importante enfatizar que os valores obtidos nesse experimento são aproximados em virtude do erro associado ao processo de medição. A medição torna-se subjetiva, pois não há um limite definido, ou seja, não há uma referência nítida capaz de promover a distinção entre a região cementada e a não cementada. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS CHIAVERINI, V. TRATAMENTO TÉRMICO DAS LIGAS FERROSAS. AMB. São Paulo, 1987.
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