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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DF PLANO DE AÇÃO DA REDE CEGONHA Brasília, maio de 2012 2 Governador do Distrito Federal AGNELO DOS SANTOS QUEIROZ FILHO Vice-Governador NELSON TADEU FILIPPELLI Secretário de Estado de Saúde RAFAEL DE AGUIAR BARBOSA Secretário-Adjunto de Saúde ELIAS FERNANDO MIZIARA Subsecretário de Planejamento Regulação Avaliação e Controle LUCAS CARDOSO VERAS Subsecretário de Atenção à Saúde ROBERTO JOSÉ BITTENCOURT Subsecretário de Atenção Primária à Saúde ROSALINA ARATANI SUDO Subsecretário de Vigilância à Saúde JOSÉ CARLOS VALENÇA CORREA Unidade de Administração Geral VALTER RODRIGUES DE SOUZA Subsecretário de Logística e Infraestrutura JOSÉ MORAES FALCÃO Subsecretária de Gestão de Pessoas em Saúde MARIA NATIVIDADE GOMES Subsecretário de Gestão Participativa JOSÉ BONIFÁCIO CARREIRA ALVIM Subsecretário de Tecnologia da Informação em Saúde JOSÉ CARLOS ESTEVES FRANCISCO Fundo de Saúde do Distrito Federal JOSÉ MENEZES NETO Fundação Hemocentro de Brasília BEATRIZ MACDOWELL SOARES Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde GISLENE REGINA DE SOUSA CAPITANI Conselho de Saúde do Distrito Federal RAFAEL DE AGUIAR BARBOSA 3 ELABORAÇÃO GRUPO CONDUTOR DA REDE CEGONHA E ESCRITÓRIO DE PROJETOS ESTRATÉGICOS Adelson Guimarães da Costa Subsecretaria de Vigilância à Saúde Adriano Bueno Tavares Subsecretaria de Atenção à Saúde Alexandre Peixoto Serafim Subsecretaria de Atenção à Saúde Cláudio José Ferreira Lima Júnior Subsecretaria de Atenção Primária à Saúde Fátima Regina Amaral Pinheiro Subsecretaria de Atenção Primária à Saúde Karla Larica Wanderley (Coordenadora) Subsecretaria de Planejamento,Regulação Avaliação e Controle Maria Liz Cunha de Oliveira Subsecretaria de Vigilância à Saúde Mônica Iassanã Reis Lopes Coordenação Técnica de Articulação de Redes Assistenciais do Distrito Federal / Escritório de Projetos Estratégicos Rodrigo Rodrigues Miranda Subsecretaria de Planejamento,Regulação Avaliação e Controle 4 APRESENTAÇÃO A Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal - SES, em consonância com as políticas do Ministério da Saúde, elegeu a atenção materno-infantil como prioridade e vem empenhando esforços permanentes, por meio da adesão à Rede Cegonha, para conformar uma rede de saúde organizada, integrada, eficiente e capaz de responder as reais necessidades da saúde da população do Distrito Federal. Ampliar o potencial de resolução dos serviços públicos de saúde, por intermédio da estruturação e adequação física das unidades, aliadas à reorganização dos fluxos assistenciais (rede de referência e contra-referência) e também às estratégias de capacitação dos servidores da SES são compromissos assumidos por esta gestão. Eles impactam positivamente o alcance dos resultados desejados para o nosso sistema de saúde, que é o de garantir a atenção integral e humanizada para todos os cidadãos do Sistema Único de Saúde - SUS no DF. A proposta de adesão à Rede Cegonha traz o diferencial da mudança do modelo de atenção prestada pelo SUS no DF. A transformação para a definição de metas baseadas em resultados agrega mais eficiência ao nosso sistema de saúde. A lógica da organização do sistema de saúde, por meio da contratualização, imprime uma nova forma de gerir os serviços, sejam nos aspectos assistenciais ou nos de gestão. Um dos desafios presentes, para a qualificação da linha de cuidado da mulher e da criança, refere-se à necessidade de grande mobilização e participação pró-ativa de todos os gestores das unidades de saúde, coordenadores de especialidades, profissionais de saúde e comunidade em geral. A identificação da missão de cada um neste processo, o envolvimento do conjunto e a integração entre os diferentes tipos de serviços são fatores chaves para o sucesso desta iniciativa. O tema, além de nobre, tem uma série de elementos que o faz ser único, especial. E, neste contexto, vale aqui o reconhecimento e o registro do empenho realizado pelas diversas equipes da SES na construção deste projeto, na viabilização deste sonho. Exige, além da visão estratégica, o compromisso de melhorar os principais indicadores de saúde para uma atenção materno-infantil cada vez mais equânime, universal e de qualidade, como o próprio SUS define. A implantação da Rede Cegonha no Distrito Federal assume papel relevante e é um marco para a SES. Esta proposta reposiciona a mulher e a criança no status de priorização das ações e dos serviços públicos prestados. A gestante terá, a partir da consolidação dessa linha de cuidado, as melhores condições para trilhar o seu caminho de maneira mais segura e confortável, de forma a exercer a mais bela das missões da humanidade, que é a de gerar uma nova vida. Rafael de Aguiar Barbosa 5 SUMÁRIO Página 1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .07 1.1. Atenção materno-infantil - breve histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .07 1.2. Atenção materno-infantil no Distrito Federal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .09 1.3. Grupo Condutor da Rede Cegonha no Distrito Federal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 2. REGIÕES DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 3. DIAGNÓSTICO SITUACIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 4. LINHA DE CUIDADO MATERNO-INFANTIL – Rede Cegonha DF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 5. PRÉ-NATAL, PUERPÉRIO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 5.1. Componente I – Plano de Ação: Pré-natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 5.2. Programação financeira dos novos exames . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17 5.3. KITS para as Unidades Básicas de Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 5.4. KITS para as gestantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 5.5. Programação de exames e consultas para as gestantes, puérperas e crianças até 24 meses . . . . . . . . . . . . .18 5.6. Benefício financeiro para apoio às gestantes nos deslocamentos para as consultas de pré-natal e para o local em que será realizado o parto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 5.7. Componente III – Plano de Ação: Puerpério e Atenção integral à Saúde da Criança . . . . . . . . . . . . . . . . .19 6. COMPONENTE PARTO E NASCIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20 6.1. A Rede Hospitalar atual: leitos obstétricos e de UTI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20 6.2. Região Integrada para o Desenvolvimento do Entorno e Distrito Federal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20 6.3. Partos realizados nos hospitais da rede SES/DF por local de residência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 6.4. Estimativa de necessidade de leitos: Obstétricos, UTI Adulto, Neonatal, UCI Neonatal, Canguru, Centro de Parto Normal, Cada da Gestante, Bebê e Puérpera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .22 6.5. Qualificação dos leitos de UTI já habilitados junto ao Ministério da Saúde – acréscimo de custeio . . . . .23 6.6. Ampliação dos leitos de UTI Neonatal, UCI Neonatal e Leito Canguru – custeio de leitos existentes e ainda não habilitados e criação de novos leitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23 6.7. Qualificação dos leitos do Centro de Parto Normal da Unidade Mista de São Sebastião: custeio . . . . . . .23 6.8. Investimento (construção, ampliação e reforma) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23 6.9. Vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que será realizado o parto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25 6.10. Componente II - Parto e nascimento: qualificação dos processos assistenciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 6 7. SISTEMA LOGÍSTICO: TRANSPORTE SANITÁRIO E REGULAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27 7.1. Transporte sanitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27 7.2. Regulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 8. ESTRATÉGIA DE IMPLANTAÇÃO DA REDE CEGONHA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 9. ESTRATÉGIA DE ACOMPANHAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29 10. REDE DE COMUNICAÇÃO COORPORATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 ANEXOS Página I RESOLUÇÃO COLEGIADO DE GESTÃO DA SES/DF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 II MATRIZ DIAGNÓSTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 III LINHA DE CUIDADO MATERNO-INFANTIL – REDE CEGONHA / DF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 IV RELAÇÃO DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .41 V PROGRAMAÇÃO DE EXAMES E CONSULTAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47 VI LEITOS DE UTI POR ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE. BsB, fevereiro 2012 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 VII LEITOS OBSTÉTRICOS POR ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE. BsB, abril de 2012 . . . . . . . . . . . . 85 VIII PARTOS REALIZADOS NOS HOSPITAIS DA REDE SES DF POR LOCAL DE RESIDÊNCIA . . . . . 87 IX DIFERENÇA DE CUSTEIO DOS LEITOS DE UTI JÁ HABILITADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95 X AMPLIAÇÃO DOS LEITOS DE UTI NEONATAL, UCI NEONATAL E LEITO CANGURU: CUSTEIO DE LEITOS EXISTENTES E AINDA NÃO HABILITADOS E CRIAÇÃO DE NOVOS LEITOS . . . . . 97 XI PROPOSTA DE INVESTIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99 XII REGIÕES DE SAÚDE, COORDENAÇÕES GERAIS DE SAÚDE, REGIÕES ADMINISTRATIVAS E HOSPITAIS REGIONAIS DE REFERÊNCIA PARA ASSISTÊNCIA AO PARTO DISTRITO FEDERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 XIII LEGISLAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .107 7 1. INTRODUÇÃO 1.1. Atenção materno-infantil - breve histórico Desde os anos 90, com base no pioneirismo e na experiência de médicos, enfermeiros, parteiras, doulas, acadêmicos, antropólogos, sociólogos, gestores, formuladores de políticas públicas, gestantes, ativistas e instituições de saúde, entre muitos outros, vem se envidando esforços no sentido de ampliar o acesso e de qualificar os serviços de atenção materno- infantil. No sentido de aprimorar a assistência à saúde da gestante, o Ministério da Saúde -MS institui a Rede Estadual de Referência Secundária e Terciária à Gestante de Alto Risco, iniciando a implantação de uma rede hierarquizada e regionalizada de assistência à gestação de alto risco que prevê, ainda o incremento do custeio e a realização de investimentos nas unidades hospitalares integrantes dessas redes (Portaria GM/MS nº 3477/98). Em 2000, prosseguindo na estratégia de estimular o aprimoramento do sistema de assistência à saúde da gestante e o avanço da organização e regulação do sistema de assistência à gestação e ao parto, o MS instituiu, mediante a publicação da Portaria nº 569, de 1º de junho, o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento - PHPN. Essa iniciativa considerava a necessidade de ampliar os esforços no sentido de reduzir as altas taxas de morbi-mortalidade materna, perinatal e neonatal registradas no país, de adotar medidas destinadas a assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério e da assistência neonatal. Para sua estruturação, adota-se os seguintes princípios e diretrizes: - Toda gestante tem direito ao acesso, ao atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, do parto e do puerpério. - Toda gestante tem direito ao acompanhamento pré-natal adequado de acordo com os princípios gerais e condições estabelecidas no PHPN. - Toda gestante tem direito de saber e ter assegurado o acesso à maternidade em que será atendida no momento do parto. - Toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério e que esta seja realizada de forma humanizada e segura, de acordo com os princípios gerais e condições estabelecidas no PHPN. - Todo recém-nascido tem direito à assistência neonatal de forma humanizada e segura. - As autoridades sanitárias dos âmbitos federal, estadual e municipal são responsáveis pela garantia dos direitos enunciados no PHPN. No entanto, os indicadores de mortalidade materna e infantil no Brasil, incluindo o DF, permanecem elevados e sinalizam para a necessidade de fortalecimento do sistema de redes de atenção materno-infantil como estratégia fundamental para alcançar o compromisso internacional assumido pelo Brasil de cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em especial as metas quatro e cinco que, respectivamente referem-se à redução da mortalidade infantil e melhoria da saúde das gestantes. Nessa nova fase, a concepção e consequente constituição de Redes de Atenção à Saúde - RAS, incorporam as diretrizes definidas de forma tripartite pelo Ministério da Saúde – MS, Conselho Nacional de Secretários de 8 Saúde – CONASS e Conselho Nacional de Secretários municipais de Saúde – CONASEMS conforme pactuação da Comissão Intergestores Tripartite expressos na Portaria nº 4.279/GM/MS, de 2010. Conceitualmente, “A Rede de Atenção à Saúde é definida como arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.” É nesse contexto que, em 2011, com a Portaria n.º 1.459 (Brasil, 2011), o MS instituiu a Rede Cegonha, que sistematiza e institucionaliza um modelo de atenção ao parto e ao nascimento. A Rede é composta por um conjunto de medidas que visa garantir às mulheres, usuárias do – SUS, o atendimento adequado, seguro e humanizado, a partir da confirmação da gravidez, na atenção ao pré-natal, ao parto e ao puerpério, incluindo a atenção à saúde da criança até os dois primeiros anos de vida. Essa rede de cuidado ainda assegura à mulher o direito ao planejamento reprodutivo. São objetivosda Rede Cegonha: “I - fomentar a implementação de novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança de zero aos vinte e quatro meses; II - organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que esta garanta acesso, acolhimento e resolubilidade; e III - reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal.” Essencialmente, a Rede Cegonha propõe: - realização de pré-natal (de risco habitual e de alto risco) com captação precoce da gestante, com realização dos exames preconizados e com acesso aos resultados destes em tempo oportuno - acolhimento às intercorrências na gestação; - prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites; - suficiência de leitos obstétricos e neonatais (UTI, UCI e Canguru); - práticas de atenção à saúde baseada em evidências científicas; - acompanhamento da puérpera e da criança na atenção básica com visita domiciliar na primeira semana após a realização do parto e nascimento bem, como a busca ativa de crianças vulneráveis; - orientação e oferta de métodos contraceptivos; - promoção do acesso ao transporte seguro nas situações de urgência para as gestantes, as puérperas e os recém-nascidos de alto risco; - implantação e/ou implementação da regulação de leitos obstétricos e neonatais, assim como a regulação de urgências e a regulação ambulatorial (consultas e exames), entre outras. A garantia de acompanhante durante o acolhimento e o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, bem como a vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que será realizado o parto (“vaga sempre” e “gestante não peregrina”), são conquistas reafirmadas na concepção de Rede Cegonha e que estão garantidas mediante o estabelecido respectivamente nas Leis n.º 11.108/2005 e n.º 11.634/2007. O conhecimento prévio da gestante sobre o local da realização do seu parto e, se necessário, a referência a outra unidade mediante transporte seguro, é uma conquista particularmente importante e fundamental na perspectiva do acolhimento em rede, reduzindo enormemente a angústia da mulher e seus familiares assim como os riscos à saúde advindos da “peregrinação”, fazendo total diferença na hora do parto. 9 Complementarmente, dentre as ações de qualificação de acesso propostas pela Rede Cegonha os serviços e ações de saúde materno-infantil, destaca-se a oferta de apoio financeiro para o deslocamento da gestante a fim de realizar consultas de pré-natal e de ir para a maternidade no momento do parto. Com relação à qualificação das estruturas hospitalares / maternidades, a Rede prevê, mediante a disponibilização de recursos de investimento e custeio, a adequação dos ambientes às normas sanitárias vigentes, a implantação de centros de parto normal e de casas das gestantes e puérperas, a ampliação dos leitos obstétricos (risco habitual e alto risco) e a implantação do leito canguru. Assim, a Rede Cegonha é uma estratégia inovadora que se fundamenta nos princípios da humanização da assistência às mulheres, aos recém-nascidos e às crianças até completarem vinte e quatro meses. 1.2. Atenção materno-infantil no Distrito Federal No Distrito Federal, a Secretaria de Estado da Saúde – SES/DF, no âmbito da política de desenvolvimento institucional, tem trabalhado no sentido de promover o planejamento setorial das áreas técnicas para melhorar o atendimento para a população usuária do SUS local. A atenção materno-infantil representa uma área estratégica dentro da SES/DF que exige a conformação de uma rede assistencial organizada, hierarquizada e imbuída de aspectos qualificadores que estejam em consonância com os princípios do SUS. A estruturação dessa linha de cuidado, por intermédio da adesão à Rede Cegonha, é instrumento potencializador das futuras ações dentro desta especialidade, trazendo uma nova dinâmica no seu funcionamento capaz de responder de maneira mais eficiente as demandas existentes no SUS/DF. A atual situação enfrentada pela rede pública do DF, além de complexa, traz desafios inadiáveis para a reorganização dessa especialidade dentro de uma linha de cuidado que envolve, necessariamente, a integração entre os vários níveis de atenção à saúde. Ampliar o potencial de resolução dos serviços, por intermédio da estruturação e adequação física das unidades, aliadas à reorganização dos fluxos assistenciais (rede de referência e contra-referência) e também às estratégias de capacitação dos servidores da rede são aspectos que indicam a melhoria dos processos de gestão, ampliando acesso nessa área considerada crítica. No Distrito Federal, as ações de atenção à saúde da mulher se realizam em diversos espaços assistenciais, sobretudo nas equipes de saúde da família, nas unidades de básicas de saúde e em onze hospitais da SES/DF. Um dos desafios presentes, no processo de adesão à Rede Cegonha, refere-se à operacionalização do princípio da integralidade na atenção materno-infantil, entendida neste contexto como imagem-objetivo a ser alcançada e que envolve a participação pró-ativa de gestores, coordenadores de área e profissionais. A identificação dos papéis e a interação dos diferentes níveis de serviços, tanto os de atenção básica quanto os de média e alta complexidade, significará avanços concretos para a reorganização dos fluxos assistenciais dentro dessa importante linha de cuidado no SUS. 10 1.3. Grupo Condutor da Rede Cegonha no Distrito Federal Para efeito de operacionalização das ações propostas pelas normativas referentes à Rede Cegonha, foi constituída na SES/DF, mediante a Portaria SES/DF N.º 236, de 14 de dezembro de 2011, o Grupo Condutor composto por representantes das Subsecretarias de Atenção à Saúde; de Planejamento, Regulação, Avaliação e Controle; de Atenção Primária à Saúde; de Vigilância à Saúde e ainda um representante do Gabinete da SES. Integram o Grupo Condutor, como corresponsáveis pela elaboração, implantação, monitoramento e avaliação do Plano de Ação da Rede Cegonha, as áreas técnicas da saúde da mulher, da criança, do adolescente, do banco de leite, da urgência emergência, da terapia intensiva, da gineco-obstetrícia, das doenças sexualmente transmissíveis, da informação e análise de situação em saúde, da vigilância e epidemiologia, sem prejuízo da participação de outras que poderão contribuir para esta construção. São competências do Grupo Condutor da Rede Cegonha na SES/DF: I. Mobilizar os dirigentes políticos do SUS em cada fase. II. Apoiar a organização dos processos de trabalho voltados à implantação/implementação da rede. III. Identificar e apoiar a solução de possíveis pontos críticos em cada fase. IV. Monitorar e avaliar o processo de implantação/implementação da rede. V. Coordenar e prestar apoio técnico às fases de adesão e diagnóstico, de desenho regional da Rede Cegonha e qualificação dos componentes para a sua operacionalização. VI. Organizar oficinas de trabalho e consolidar informações técnicas. VII. Elaborar documentos para apoio técnico. VIII. Viabilizar estratégias de capacitação. IX. Promover levantamento e propor adequação das práticas de gestão utilizadas. X. Monitorar, por intermédio de indicadores, ações e metas programadas o andamento dos objetivos da implantação da Rede Cegonha. XI. Apresentar, semestralmente ao Colegiado de Gestão da SES, relatórios de desempenho global, tendo como parâmetro os resultados previstos pela comissão e pela portaria ministerial. Desde janeiro de 2012, o Grupo Condutor reúne-se, semanalmente, de forma a viabilizar a elaboração do Plano de Ação e proposição das estratégias necessárias com vista à implantação da Rede. Além das reuniões semanais, o Grupo Condutor tem promovido reuniõesampliadas com a participação de técnicos das áreas envolvidas e apresentações ao Colegiado de Gestão da SES e ao conjunto de Subsecretários de forma a deliberar sobre os encaminhamentos necessários. Em seguida, coerente com as normativas em vigor e considerando o diagnóstico prévio, apresenta-se o Plano de Ação da Rede Cegonha no DF. Ressalta-se nesse processo de elaboração como produto das áreas técnicas representadas no Condutor, a definição da Linha de Cuidado a ser adotada na SES/DF. Essa linha tem como foco a adoção de ação contínua e permanente de atenção materno-infantil desde o acolhimento da mulher em idade fértil nas unidades de atenção primária até a atenção puerperal, neonatal e criança até vinte e quatro meses, incluindo todas as fases do cuidado à saúde. A linha de cuidado materno-infantil busca traduzir os compromissos acima descritos, nortear as diversas etapas do processo e superar os desafios na organização e qualificação da atenção à saúde da mulher e da criança no DF, sob a perspectiva da Rede Cegonha. Assim, a partir do estabelecido na Linha de Cuidado, objetiva-se: I. Incorporar os princípios e as diretrizes da Rede Cegonha em uma perspectiva da integralidade, equidade e responsabilização sanitária. 11 II. Garantir às mulheres e às crianças acesso às ações de promoção da saúde e às demais intervenções necessárias. III. Garantia da atenção nos diferentes níveis de complexidade do sistema, incluindo os grupos femininos e as crianças em situação de vulnerabilidade ou de risco, nas suas especificidades. IV. Qualificar e humanizar a atenção à saúde das mulheres e das adolescentes durante a gestação, o parto, o puerpério ou em situação de abortamento. V. Qualificar e humanizar a atenção à saúde das crianças desde seu nascimento até o vigésimo quarto mês de vida. VI. Garantir às mulheres os direitos sexuais e os direitos reprodutivos. VII. Qualificar os profissionais de saúde com capacitações, apoio matricial e fomento à constituição de espaços coletivos de discussão, planejamento, execução, monitoramento e avaliação. VIII. Desenvolver a cultura da responsabilização pessoal e coletiva, buscando oferecer acesso e informação para contribuir com construção da autonomia dos sujeitos. IX. Propor ações de governo e de parceria com a sociedade civil, academia, sociedades científicas e demais setores relacionados para fortalecer a Rede Cegonha no âmbito do Distrito Federal. O Plano de Ação ora apresentado foi submetido e aprovado pelo Colegiado de Gestão da SES/DF, conforme Resolução “ad referendun”, anexo I. 2. REGIÕES DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL Sob o aspecto administrativo, o Distrito Federal, por preceito constitucional, não pode se organizar em municípios. Conforme Artigo 10 da Lei Orgânica do Distrito Federal: “O Distrito Federal organiza-se em Regiões Administrativas, com vistas à descentralização administrativa, à utilização racional de recursos para o desenvolvimento socioeconômico e à melhoria da qualidade de vida”. Com a finalidade de facilitar a administração, o território do DF foi dividido em trinta e uma Regiões Administrativas - RAs, estabelecidas por leis distritais, aprovadas e publicadas nos Diários Oficiais do Distrito Federal no período de 1964 a 2012. Sob o ponto de vista assistencial, foram constituídas as Regiões de Saúde considerando, para tanto, os limites territoriais, as identidades culturais, econômicas e sociais, as redes de comunicação e a infraestrutura de transportes. Tais Regiões se conformam segundo agrupamentos de Coordenações Gerais de Saúde que, por sua vez, se constituem de agrupamentos de Regiões Administrativas, conforme Plano Diretor de Regionalização. A organização do território do Distrito Federal em Regiões de Saúde está explicitada no quadro 1 abaixo: 12 Quadro 1: Conformação Territorial das Regiões de Saúde, Coordenações Gerais de Saúde e Regiões Administrativas do Distrito Federal Regiões de Saúde Coordenações Gerais de Saúde Regiões Administrativas Centro-Sul Asa Sul RA1 - Asa Sul RA16 - Lago Sul Núcleo Bandeirante RA8 - Núcleo Bandeirante RA 24 -Park Way RA17 - Riacho Fundo I RA 21- Riacho Fundo II RA19 - Candangolândia Guará RA 29 - S.I.A. (Setor de Industria de Abastecimento) RA 25 - SCIA (Cidade Estrutural e Cidade do Automóvel.) RA10 - Guará Centro-Norte Asa Norte RA1 - Asa Norte RA18 - Lago Norte RA11 - Cruzeiro RA 23 - Varjão RA 22 - Sudoeste/Octogonal Oeste Ceilândia RA9 - Ceilândia Brazlândia RA4 - Brazlândia Sudoeste Taguatinga RA3 - Taguatinga RA 20 - Águas Claras/Arniqueiras RA 30 - Vicente Pires Samambaia RA12 - Samambaia Recanto Das Emas RA15 - Recanto das Emas Norte Sobradinho RA5 - Sobradinho I RA 26 - Sobradinho II RA 31 - Fercal Planaltina RA6 - Planaltina Leste Paranoá RA7 - Paranoá RA 28 - Itapoã São Sebastião RA 27- Jardim Botânico RA14 - São Sebastião Sul Gama RA2 - Gama Santa Maria RA13 - Santa Maria Fonte: PDR 3. DIAGNÓSTICO SITUACIONAL Em 2010, o DF já possuía uma população de 2.570.160 habitantes, segundo dados do IBGE, resultado de um crescimento demográfico muito superior ao projetado quando de sua inauguração. 13 Devido ao intenso movimento migratório para o DF e à fixação não planejada de pessoas, formou-se uma região populosa no entorno que passa a interagir de forma assimétrica com a estrutura e com os recursos concentrados no DF. Nesse contexto, cria-se, em 1998, a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (RIDE-DF), com objetivo de trazer organização e racionalidade ao desenvolvimento da região. Segundo os dados do IBGE, em 2010, a população da RIDE-DF é de 3.716. 996 habitantes, sendo composta por dezenove municípios do estado de Goiás, três de Minas Gerais e o DF. Tal organização vem tentando dar racionalidade à prestação de serviços de todas as ordens e ao desenvolvimento ensejado pela grande pressão populacional. Atualmente, a rede pública de serviços de saúde do DF é composta por: oitenta e quatro equipes urbanas e vinte e seis rurais da Estratégia Saúde da Família (cerca de 14 % de cobertura de população total); sessenta e quatro centros de saúde; quatro Centros de Atenção Psicossocial, sendo que dois na atenção a pessoas envolvidas em uso abusivo de bebidas e outras substâncias psicoativas; doze hospitais regionais de nível secundário/terciário; um hospital de apoio, Hospital de Base do Distrito Federal. O Hospital Universitário de Brasília, pertencente à rede própria de hospitais- escolas do Ministério da Educação, também recebe incentivos e integra-se a rede da SES, provendo assistência médico-hospitalar e o atendimento psicossocial. A rede de atenção está organizada em sete Regiões de Saúde (Centro-Sul, Centro-Norte, Oeste, Norte, Leste, Sudoeste e Sul) e quinze Coordenações Gerais de Saúde. A Região de Saúde Sudoeste respondeu por 26,6% da população do DF e 27% dos nascidos vivos em 2010, seguido das Regiões Oeste, Centro-Sul e Norte quanto ao contingente populacional e de nascidos vivos do DF. A gravidez na adolescência é um problema mundial e o monitoramento desse indicador compõe a matriz diagnóstica da Rede Cegonha. No Distrito Federal, 13,5% dos nascidos vivos em 2010 foram de mães com idade entre 10 a 19 anos. Esse percentual está abaixo da média brasileira (20%) e da Região Centro-Oeste (20%) no mesmo período. Esse indicador comporta-se de maneira heterogênea nas Regiões de Saúde do DF, enquanto as Regiões Centro-Norte (11,8%) e Centro-Sul (7,2%) apresentam um percentual de gestações em adolescentes menor do que a média do DF, as demais Regiões estão com uma proporção maior que a média do DF, com cerca de 15%. Observa- se que as áreas mais carentes economicamente tiveram maior proporção de mães adolescentes, enquanto, nas áreas economicamente mais favoráveis,o indicador demonstrou maior proporção de mães acima de 35 anos. Em 2010, foram registrados 548 óbitos em menores de 1 ano residentes no DF, que representa um coeficiente de mortalidade infantil de 12,4 óbitos para cada 1.000 nascidos vivos. A taxa de mortalidade neonatal precoce foi de 9,2 por 1000NV, variando de 5,5 na Região Norte a 11,8 na Região Oeste. A mortalidade pós-neonatal chegou a 3,4 em 2010 no DF. Em 2010, foram investigados 54,2% dos óbitos fetais (com peso >= 2.500g) e 46,7% dos óbitos infantis. As estimativas globais indicam que o baixo peso ao nascer afeta substancialmente a incidência de doenças perinatais, consideradas uma das principais causas de doença e morte infantil. Além disso, é um indicador global de saúde que traduz a eficiência do sistema de saúde local. Dados nacionais demonstram que a proporção de BPN foi de 8,4%, variando de 6,8% (TO) a 9,5% (MG), enquanto no DF é de 9,3% 14 em 2010. A região Sul, composta pelas Regionais de Saúde do Gama (10%) e de Santa Maria(10,3%), teve uma proporção maior de nascimentos com baixo peso. No Brasil, vem se observando uma tendência de aumento da prematuridade. No Distrito Federal, os nascidos vivos com menos de trinta e sete semanas de gestação no DF corresponderam a 7,7% dos nascimentos em 2010, sendo que quatro das sete Regiões de Saúde apresentaram proporções superiores à média do DF: Centro-Sul (9,3%), Centro- Norte (9,6%), Norte (9,0%) e Sul (8,3%). A monitorização da prematuridade é muito importante, especialmente considerando seu impacto na morbidade e mortalidade infantis, além dos custos diretos do setor saúde associados ao manejo do nascido vivo prematuro. Outro indicador priorizado para a fomentação do plano de operacionalização da Rede Cegonha foi o percentual de óbitos de mulheres em idade fértil (MIF) por causas presumíveis investigados. No DF, esse percentual chegou a 83,24%. A ocorrência de sífilis congênita é reconhecida como indicador sensível de avaliação da qualidade de assistência pré-natal, posto que evidencia deficiências tanto estrutural como técnica dos serviços de saúde. Embora, a prevalência de sífilis no DF (0,59%) seja metade da estimada em parturientes no o Brasil, esse dado contrasta com o recrudescimento da sífilis congênita no DF, conforme dados de notificação compulsória. No período de 2000 a 2009, o Distrito Federal atingiu uma redução consistente da taxa de incidência da sífilis congênita, cerca de 50% (em 2000, foram cento e cinquenta e três casos, 3,2 casos por 1000 NV e, em 2009, foram sessenta e nove casos, 1,6 casos por 1000 NV). Em 2010, foram registrados noventa e dois casos, representando aumento de 33,0%. Em 2011, observou- se um incremento ainda mais substancial no número de casos, quando chegou a cento e dezesste casos, configurando cenário de recrudescimento da transmissão vertical desse agravo no DF. No Distrito Federal, 68,6% gestantes realizaram com sete consultas ou mais no pré-natal em 2010. Observa- se melhor cobertura na Coordenação Regional de Saúde de Taguatinga 84,19% e menor cobertura na Coordenação Regional de Saúde de Brazlândia com 50,67%. O Ministério da Saúde recomenda que a taxa de partos cesáreos seja inferior a 15% em hospitais públicos da SES. Esse indicador atingiu 34,8% dos nascimentos no DF. Essa proporção foi maior dentre as residentes na Coordenação Regional de Saúde da Asa Sul com 47,8%. No anexo II estão demonstrados os indicadores segundo cada Coordenação Geral de Saúde. 4. LINHA DE CUIDADO MATERNO-INFANTIL – Rede Cegonha DF Este Plano, incorporando os princípios e as diretrizes da Rede Cegonha, apresenta a proposta do Distrito Federal para qualificar e humanizar a atenção à saúde das mulheres e das adolescentes durante a gestação, o parto, o puerpério ou em situação de abortamento, e às crianças desde seu nascimento até o vigésimo quarto mês de vida. Para consecução do proposto no documento, os direitos sexuais e os direitos reprodutivos das mulheres estão priorizados, assim como os cuidados ao recém-nato e ao crescimento e ao desenvolvimento das crianças, considerando a promoção da saúde e as demais intervenções necessárias. 15 Numa perspectiva da integralidade, equidade, responsabilização sanitária e garantia da atenção nos diferentes níveis de complexidade do sistema, incluem-se também os grupos femininos e de crianças em situação de vulnerabilidade ou de risco, nas suas especificidades. Para o aprimoramento do processo de trabalho na rede de atenção à saúde na linha de cuidado materno-infantil, as análises feitas apontam para a atualização e melhor qualificação dos profissionais de saúde com capacitações, apoio matricial e fomento à constituição de espaços coletivos de discussão, planejamento, execução, monitoramento e avaliação. Na relação entre o sistema e os profissionais de saúde com a população alvo da Rede Cegonha, preconiza-se o papel ativo desta e também a responsabilidade pessoal e coletiva, buscando oferecer acesso e informação para contribuir com construção da autonomia dos sujeitos. Por fim, compreendendo os limites do setor saúde, este plano propõe ações de governo e de parceria com a sociedade civil, academia, sociedades científicas e demais setores relacionados para fortalecer a Rede Cegonha no âmbito do Distrito Federal. A linha de cuidado, anexo III, elaborado pelo Grupo Condutor da Rede Cegonha no Distrito Federal e discutido e aprovado nas instâncias envolvidas, busca traduzir os compromissos acima descritos e nortear as diversas etapas do processo. 5. PRÉ-NATAL, PUERPÉRIO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA Este plano de ação foi elaborado baseado na análise situacional da linha de cuidado materno-infantil do Distrito Federal. Tem como finalidade orientar a execução das fases de implementação da Rede e realizar o monitoramento e para a avaliação das ações previstas. Os indicadores que serão utilizados para o monitoramento e avaliação das ações e metas pactuadas estão de acordo com o anexo IV da Portaria n.º 650 de 05 de outubro de 2011. O aprimoramento e o desenvolvimento do Plano será pactuado e construído em conjunto com cada Região de Saúde (sete regiões), consideradas suas particularidades e necessidades e conforme cronograma de implantação definido conforme critérios descritos no item 8 - “Estratégias de implantação da Rede Cegonha “ 5.1. Componente I – Plano de Ação: Pré-Natal a) Realização de pré-natal na Unidade Básica de Saúde (UBS) com captação precoce da gestante e qualificação da atenção; b) acolhimento às intercorrências na gestação com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade; c) acesso ao pré-natal de alto de risco em tempo oportuno; d) realização dos exames de pré-natal de risco habitual e de alto risco e acesso aos resultados em tempo oportuno; e) vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que será realizado o parto; 16 f) qualificação do sistema e da gestão da informação; g) implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde reprodutiva; h) prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites; i) apoio às gestantes nos deslocamentos para as consultas de pré-natal e para o local em que será realizado o parto, os quais serão regulamentados em ato normativo específico. No quadro 2, está especificado o Plano de Ação para o componente Pré-Natal. Quadro 2: PLANO DE AÇÃO: Componente I – Pré-Natal PONTOS DE ATENÇÃO DA LINHA DE CUIDADO MATERNOINFANTIL PROBLEMAS PRIORIZADOS (NÓS CRÍTICOS) CAUSAS AÇÕES PROPOSTAS Planejamento Reprodutivo (PR) 1. Deficiência das ações de PR no sentido de realizar uma abordagem centrada nos indivíduos e nas famílias e não no método contraceptivo. 1.1. Oferta insuficientede métodos cirúrgicos (falta de agenda cirúrgica e ambulatorial; falta de especialistas, urologistas e anestesistas, na rede. 1.2. Pequena oferta de método de barreira (diafragma) de médio custo; tendo necessidade de sensibilização de especialistas, ginecologistas, para melhor aconselhamento/indicação desse e de outros métodos. 1.3. Falta de critério de formação de grupos de educação em saúde, observando as especificidades de cada faixa da população. a. Realização de Oficinas para qualificação e sensibilização dos profissionais de saúde em relação à Políticas Nacionais de Atenção Básica, Saúde do Adolescente, da Mulher. b. Fomentar junto à DIASF a manutenção de estoque permanente dos métodos contraceptivos. c. Buscar apoio junto à SAS para viabilizar a disponibilidade de agenda cirúrgica para esterilização definitiva feminina (laqueadura tubária). d. Buscar apoio junto à SAS para viabilizar a disponibilidade de agenda ambulatorial para esterilização definitiva masculina (vasectomia). 2. Deficiência das ações de PR voltadas para adolescência 2.1. Ações de planejamento reprodutivo não específicas para adolescentes (educação em saúde e assistência). 2.2. Exigência, por parte dos servidores, da presença de responsável para fornecimento de métodos anticoncepcionais e testes diagnósticos para adolescentes. 2.3. Burocratização no fornecimento de contracepção de emergência. a. Estabelecer dias e horários específicos para ações educativas às adolescentes e seus parceiros. b. Manter agenda aberta, sem necessidade de marcar consulta. c. Ter disponibilidade para ouvir e REALIZAR A ESCUTA ATIVA da adolescente e do seu parceiro, reduzindo suas dúvidas e prestando os esclarecimentos necessários, mesmo que necessite dispender mais tempo na consulta. d. Favorecer espaços (nas consultas, grupos, oficinas) para que adolescentes do sexo masculino possam assumir a paternidade. e. Orientar adolescentes, pais, familiares e responsáveis para a prevenção da violência doméstica e sexual como também alertá-los em relação a programas da internet sem orientação e segurança, que possam vulnerabilizá-los, frente à pedofilia. Pré-Natal 1. Início tardio das gestantes. 1.1. Dificuldade de acesso ao serviço de Pré –Natal. 1.2 .Falta de agendas acolhedoras para as usuárias dos serviços de APS. a. Busca ativa pelos Agentes Comunitários de Saúde. b. Manutenção das agendas semiabertas para acolhimento às necessidades das usuárias. 2. Dificuldade de acesso aos exames diagnósticos de gravidez. 2.1.Descontinuidade de oferta dos exames diagnósticos de gravidez. 2.2.Demora na entrega dos resultados. a. Viabilizar a compra dos testes rápidos preconizados pela Rede Cegonha de para diagnóstico de gravidez para toda a Atenção Primária. 3. Falha no acolhimento. 3.1. Agendas fechadas para o Pré-Natal; 3.2. Pouca prioridade para as gestantes na disponibilização de serviços. 3.3. Falhas na relação interpessoal entre servidores e usuárias. a. Realização de oficinas e outros momentos de discussão da humanização do cuidado nas Regionais; b. Incentivar a construção de fluxogramas analisadores do itinerário feito pelas usuárias nas linhas de cuidado das regionais como disparador da discussão dos problemas existentes na prestação do cuidado. 17 PONTOS DE ATENÇÃO DA LINHA DE CUIDADO MATERNOINFANTIL PROBLEMAS PRIORIZADOS (NÓS CRÍTICOS) CAUSAS AÇÕES PROPOSTAS Pré-Natal Cont. 4. Baixa qualidade do Pré-Natal; 4.1 Preenchimento insuficiente de prontuários e do cartão da gestantes. 4.2. Desenvolvimento de vínculo frágil entre os servidores e as usuárias. 4.3. Tempo insuficiente para as consultas, considerando-se a Portaria nº 145/2011- SES/DF (16 consultas/4 horas; 20 consultas/5 horas). 4.4. Oferta descontinuada de medicamentos para as gestantes. 4.5. Descontinuidade de oferta dos exames diagnósticos de infecção e outros na gravidez. 4.6. Serviços não centrados nas usuárias, mas na instituição. 4.7. Prática de estabelecer momento de alta no Pré-Natal. 4.8.Falta de capacitação para os servidores em direitos legais, éticos, sociais e educativos para as gestantes. a. Incentivar espaços de discussão sobre a qualidade dos serviços prestados na APS. b. Manter o vínculo entre a unidade de saúde da APS e a gestante até o puerpério. c. Apoiar discussões entre a APS e Atenção Especializada para facilitar as relações de referência e contrarreferência dos serviços. d. Apoiar a elaboração de desenho de um fluxo contínuo na Rede de Saúde para as gestantes. e. Fortalecimento dos vínculos com as instituições que guardam os direitos legais, éticos, sociais e educativos para as gestantes. f. Apoio as gestantes nos deslocamentos para as consultas de Pré-Natal e para o local em que será realizado o parto. 5. Dificuldade de referenciar gestantes para o ambulatório de alto risco. 5.1. Falta de definição de fluxograma para referência e contrarreferência. 5.2.Insuficiência de vagas para o ambulatório de Alto Risco. a. Manter o vínculo entre a APS e a gestante encaminhada ao ambulatório de AR. b. Solicitar apoio da SAS para o aumento do número de consultas nas agendas dos ambulatórios de AR. 6. Deficiência de atenção Pré-Natal “diferenciada” às condições específicas das adolescentes. 6.1 Captação tardia com consequências graves para as adolescentes e seus bebês. 6.2 Falta de atenção diferenciada às gestantes adolescentes, principalmente àquelas entre 10 e 14 anos, de maior risco. 6.3 Falta de avaliação e cuidados voltados à condição biopsicossocial e ao contexto da adolescente. 6.4 Dificuldades do fluxo e tendência ao encaminhamento ao Pré-Natal de Alto- Risco (PNAR) baseado somente na faixa etária - adolescente. a. Desenvolver mecanismos específicos para a captação precoce das gestantes adolescentes, seus companheiros e famílias. b. Prestar atenção especial às gestantes na faixa etária entre 10 e 14 anos, pois apresentam maiores riscos materno-fetais. c. Avaliar cuidadosamente o contexto sociocultural e econômico e a condição biopsicossocial das adolescentes no enfrentamento aos principais riscos à mãe e ao bebê. d. Realizar ações de promoção, prevenção, proteção e assistência adequada aos pais adolescentes voltadas à sua saúde e à redução de danos familiares, sociais e educacionais. e. Atender as adolescentes na APS com qualidade, prevenindo riscos e complicações e evitando encaminhamentos ao PNAR sem necessidade ou indicação. 5.2. Programação financeira dos novos exames A Portaria GM/MS n.º 1.459/2011, que institui no âmbito do SUS, a Rede Cegonha, define, no anexo III, os novos exames de Pré-Natal a serem financiados pelo Ministério da Saúde. Conforme registro do SINASC e considerando o adicional de 20% necessários para adequar a estimativa de gestante para o ano de 2012, serão necessários programar os novos exames de pré-natal para 53.104 mil gestantes, na forma discriminada no quadro 3, abaixo. Quadro 3: Programação física financeira dos novos exames N.º de gestante estimada para 2012 (mil) (NV BsB 2010 + 20%) - 25% Cob. Plano de Saúde Exames novos Teste rápido de gravidez (R$ 0,56 / teste) R$ MS R$ MS 39.828 1.969.096,32 22.303,68 18 5.3. KITS para as Unidades Básicas de Saúde Conforme anexo IV da PT GM/MS n.º 1.459/2011, o Ministério da Saúde disponibilizará KITs para as Unidades Básicas de Saúde (UBS). No anexo IV apresenta-se a relação das UBS que totalizam 142 unidades. 5.4. KITS para as gestantes Conforme anexo V da PT GM/MS n.º 1.459/2011, o Ministério da Saúde disponibilizará KITs para as Gestantes. Conforme registro do SINASC e considerando o adicional de 10% necessários para adequar a estimativa de gestante para o ano de 2012, serão necessários48.679 mil KITs para gestantes, conforme demonstrado no quadro 4, a seguir . No anexo V encontra-se a programação do KIT para cada uma das Regiões de Saúde. Quadro 4: Estimativa do número de KITs gestantes N.º de gestante estimada para 2012 (mil) (NV BsB 2010 + 10% ) - 25% Cob. Plano de Saúde N.º de KITS Gestante 2012 36.508 36.508 5.5. Programação de exames e consultas para as gestantes, puérperas e crianças até 24 meses Em consonância com os parâmetros estabelecidos nos anexos da Portaria GM/MS n.º 650/2011, foram programadas consultas e exames necessários às gestantes de risco habitual, de alto risco, crianças de 0 a 12 meses e crianças de 12 a 24 meses, conforme discriminado no anexo V do presente Plano de Ação. Para estimar o número de gestante – população alvo - foi considerado, por Região de Saúde, o número de nascidos vivos (SINASC 2010) acrescidos de 10%, descontando, em seguida, a cobertura de Plano de Saúde. 5.6. Benefício financeiro para apoio às gestantes nos deslocamentos para as consultas de pré-natal e para o local em que será realizado o parto Considerando a legislação afim, o Ministério da Saúde institui, mediante a Portaria GM/MS n.º 68/ 2012, o benefício financeiro de até R$ 50,00 (cinquenta reais) no âmbito da Rede Cegonha. O benefício destina-se ao apoio às gestantes nos deslocamentos para as consultas de pré-natal e para o local em que será realizado o parto. Conforme registro do SINASC e considerando o adicional de 10% necessários para adequar a estimativa de gestante para o ano de 2012, o auxílio beneficiará 48.679 mil gestantes, totalizando R$ 2.433.950,00 conforme discriminado no quadro 5, a seguir. No anexo V está demonstrada a o número de gestantes para cada Coordenação Geral de Saúde. Quadro 5: Estimativa de recursos destinados ao apoio para deslocamento N.º de gestante estimada para 2012 (mil) (NV BsB 2010 + 10%) - 25% Cob. Plano de Saúde Apoio ao deslocamento 2012 R$ MS 36.508 1.825.400,00 19 5.7. Componente III – Plano de Ação: Puerpério e Atenção integral à Saúde da Criança a) Promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável; b) acompanhamento da puérpera e da criança na atenção básica com visita domiciliar na primeira semana após a realização do parto e do nascimento; c) busca ativa de crianças vulneráveis; d) implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde reprodutiva; e) prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites; f) orientação e oferta de métodos contraceptivos. Quadro 6: PLANO DE AÇÃO: Componente III - Puerpério e Atenção integral à Saúde da Criança PONTOS DE ATENÇÃO DA LINHA DE CUIDADO MATERNO INFANTIL PROBLEMAS PRIORIZADOS (NÓS CRÍTICOS) CAUSAS AÇÕES PROPOSTAS PUERPÉRIO 1. Chegada tardia para consulta no puerpério. 1.1. Falha no fluxo entre maternidade (pós-alta) e UBS. 1.2. Falta de protocolo que oriente retorno precoce da puérpera e do bebê. 1.3. Dificuldade de acesso à UBS (consulta condicionada a palestras e falta agenda aberta). 1.4. Falha no acolhimento. a. Abordagem, durante o pré-natal, da importância do retorno precoce puerperal para mãe e bebê. b. Vincular essa consulta da mãe à consulta do bebê. c. Assegurar ainda no pré-natal o retorno pós parto para a mãe e o bebê. d. Abordagem sobre Planejamento Reprodutivo e do Controle do Câncer Ginecológico na consulta do puerpério tardio (45 dias pós parto). e. Avaliar em consulta puerperal patologias pregressas ou adquiridas durante a gestação. f. Avaliar e acompanhar as dificuldades e necessidades das adolescentes e seus companheiros, estimulando suas capacidades, auxiliando na elaboração e execução de seus projetos de vida, na construção dos vínculos familiares, na prevenção da segunda gravidez, DST/Aids e outros aspectos. g. Realizar ações sempre com a inserção da família e do parceiro, promovendo a manutenção da integração social e escolar. h. Estimular os/as adolescentes na sua competência frente ao desempenho das funções de mãe e pai, encorajando-os para o exercício da maternidade e paternidade responsável. i. Promover a articulação de ações intersetoriais para apoiar socialmente pais e mães adolescentes e suas famílias, além de promover ambientes protetores para que possam cuidar de si e de sua família nuclear. ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA 1. Deficiência na promoção, proteção e no apoio ao aleitamento materno bem como nas práticas da alimentação complementar saudável 1.11 Abordagem da criança e dos cuidadores de modo descontextualizado da realidade familiar 1.2. Falta de preparo adequado das equipes de saúde local para realizarem atividades relacionadas à proteção, à promoção e ao apoio no aleitamento materno e, nas práticas da alimentação complementar saudável. 1.3.Monitoramento deficiente mediante os sistemas de informação disponíveis. 1.4. Não cumprimentos de fluxogramas do serviço para acolhimento e orientação quanto à prática da amamentação e da alimentação complementar saudável. a. Implantação da Rede Amamenta e Alimenta Brasil na atenção primária. b. Definição, nas Regionais de Saúde, de ações na comunidade ligadas à prática do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável. c. Treinamento das equipes de saúde no Manejo de Amamentação no âmbito da atenção primária. d. Vigilância alimentar e nutricional por meio do monitoramento das práticas de aleitamento materno e da alimentação complementar saudável em criança de zero a 2 anos através do SISVAN Web – Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional. d. Adoção de estratégias junto a Rede de Apoio (escola, Corpo de Bombeiro etc.) para potencializar a coleta de leite materno nos bancos de leite humano. 2. Não agendamento de crianças vulneráveis após alta da maternidade ou unidade neonatal 2.1. Dificuldades de agendamento para seguimento no ambulatório especializado dessas crianças por falta de vagas ou/e escasso RH. a.Garantia de manutenção dos ambulatórios especializados já existentes para o acompanhamento do RN de risco e criação de novos ambulatórios nas unidades que ainda não contém este serviço. 20 PONTOS DE ATENÇÃO DA LINHA DE CUIDADO MATERNO INFANTIL PROBLEMAS PRIORIZADOS (NÓS CRÍTICOS) CAUSAS AÇÕES PROPOSTAS ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA – cont. 3. Não agendamento dos RN egressos das maternidades 3.1. Número de profissionais insuficientes para atendimento do RN no CS / falha na escala dos profissionais com má distribuição de médicos e enfermeiros na semana./ falta de enfermeiro na sala da criança do CS. 3.2. Dificuldade de compatibilizar a agenda aberta com os agendamentos programados. a. Adequação das escalas dos profissionais nas UBS a realidade do território. b. Vinculação da criança à UBS no momento de alta hospitalar. c. Definir estratégias de busca ativa dos faltosos. d.Garantir na agenda da UBS o atendimento das consultas programadas para essa faixa etária. Além das ações acima explicitadas, ressalta-se a importância da divulgação de estratégias de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e a alimentação complementar saudável nas regionais de saúde durante a Semana Mundial de Amamentação e o Dia Nacional de Mobilização para a Doação de Leite Materno. 6. COMPONENTE PARTO E NASCIMENTO 6.1. A Rede Hospitalar atual: leitos obstétricos e de UTI No anexo VI, está discriminado o quantitativo de leitos de UTI e de UCI existentes e habilitados. No anexo VII, está discriminado o quantitativo de leitos obstétricos existentes. 6.2. Região Integrada para o Desenvolvimento do Entorno e Distrito Federal Em 2011, a Região Integrada para o Desenvolvimento do Entorno e Distrito Federal (RIDE)completou 13 anos de atuação. No decorrer desses anos, várias discussões em torno do assunto surgiram de forma a se buscar um conjunto de ações e medidas que impactassem de maneira proativa nos principais indicadores de saúde, revertendo o quadro diagnosticado. Mais recentemente, o Projeto de Formação e Melhoria da Qualidade de Rede Atenção à Saúde – QualiSUS- Rede - traz uma proposta de intervenção para apoio à organização de redes regionalizadas de atenção à saúde no Brasil. Trata-se de um projeto de cooperação entre o Banco Mundial e o Ministério da Saúde que visa somar-se aos esforços permanentes de consolidação do Sistema Único de Saúde - SUS. Os recursos disponibilizados no Qualisus Rede, embora insuficientes, são bastante relevantes para apoiar a macro-organização desta região, ainda bastante dependente da rede de saúde do Distrito Federal. Os municípios do entorno do DF, que hoje somam 1.154.021 habitantes (IBGE 2010), passaram por um processo diferenciado de desenvolvimento, muitas vezes influenciados por fatores históricos, econômicos, sociais, culturais e políticos. Os serviços públicos prestados pelo conjunto desses municípios são precários ou mesmo insuficientes para suas populações, perpetuando um ciclo de dependência com o DF que se expressam em diversas áreas setoriais. Essa relação fica ainda mais evidente na área da saúde. Há áreas de vazios assistenciais em diversos componentes da rede - da atenção básica à especializada. No que se refere à atenção obstétrica, 16,8% dos procedimentos realizados nas unidades hospitalares públicas do Distrito Federal são de pacientes residentes em municípios de Goiás e Minas Gerais, que compõem o Entorno. Do total de 39.339 partos realizados na rede pública do Distrito Federal, 6.614 foram de pacientes oriundas da RIDE (figura 1). 21 Figura 1: No anexo VIII, está demonstrado o quantitativo de partos realizados por unidade hospitalar pública do DF de pacientes residentes na Região do Entorno. Considerando a inserção do DF na rede de atenção à saúde da RIDE, especificamente no que se refere às referências de alta complexidade, o planejamento para ampliação de leitos obstétricos e de UTI consideram a necessidade de cobertura dessa Região. Somente incluindo a população da Região do Entorno e do Distrito Federal, será possível garantir a suficiência de leitos obstétricos e neonatais (UTI, UCI e Canguru) de acordo com as necessidades regionais. 6.3. Partos realizados nos hospitais da rede SES/DF por local de residência Nas unidades públicas do DF, conforme demonstrada na figura 2, foram realizados no ano de 2011, 39.339 partos, sendo que deste, 6.041 foram realizados no Hospital Regional de Ceilândia, Coordenação Geral de Saúde mais populosa do DF. 22 Figura 2 No anexo VIII, demonstra-se o número de partos realizados em cada uma das unidades hospitalares, no ano de 2011, considerando o local de residência da gestante – Distrito Federal e Entorno. Esta análise, em conjunto com a avaliação da capacidade instalada de cada instituição aliada ao planejamento para expansão de leitos, possibilitará a definição da vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que será realizado o parto. 6.4. Estimativa de necessidade de leitos: Obstétricos, UTI Adulto, Neonatal, UCI Neonatal, Canguru, Centro de Parto Normal, Casa da Gestante, Bebê e Puérpera Conforme parâmetros definidos pelo Ministério da Saúde, a estimativa da necessidade de leitos considerou com base populacional a população do Distrito Federal e dos Municípios do Entorno que compõem a RIDE, conforme justificativa apresentada nos itens 6.2 e 6.3. Para definir o número de leitos de UTI e obstétricos a serem ampliados foi considerado, conforme parâmetros definidos pelo Ministério da Saúde, o número de nascidos vivos no ano de 2010 (fonte SINASC) acrescido de 10% / ano e a cobertura média de plano de saúde (25%). O acréscimo percentual foi necessário de forma a adequar a base populacional ao ano de 2012. Dessa forma, avançar, mediante o investimento e custeio, na suficiência desses leitos. Ainda segundo parâmetros definidos pelo Ministério da Saúde, foram previstos a implantação de quatro Centros de Partos Normal e duas Casa da Gestante Bebê e Puérpera, quadros 7 e 8. 23 Quadro 7: População total e número de nascidos vivos do Distrito Federal e Entorno segundo o ano. Descrição PROJEÇÃO POR / ANO 2010 2011 2012 População alvo (Nº de nascidos vivos SINASC x 1,1/ano) - BSB 44.253 48.678 53.546 População alvo (Nº de nascidos vivos SINASC x 1,1/ano) - RIDE 17.515 19.267 21.193 n.º de NV: População alvo (Nº de nascidos vivos SINASC x 1,1/ano) - RIDE e DF 61.768 67.945 74.739 n.º de NV SUS dependente: População alvo (Nº de nascidos vivos SINASC x 1,1/ ano) - 25% (Cob. Plano de Saúde) - RIDE e DF 46.326 50.959 56.054 Programação partos cesáreos (30%) 13.898 15.288 16.816 Programação partos normais (70%) 32.428 35.671 39.238 Gravides de risco habitual (85%) 39.377 43.315 47.646 Gravidez de alto risco (15%) 6.949 7.644 8.408 Quadro 8: Quantitativo de leitos necessários para ampliação Tipo de leito Parâmetros MS Total de leitos necessários 2012 (considerando a RIDE) Total de leitos existentes em hospitais públicos do DF que realizam parto Fonte: CNES Déficit de leitos (considerando a RIDE) Leitos obstétricos (total) Estimativa que contempla taxa de ocupação esperada e média de permanência 596 582 14 Leitos obstétricos (RH) Estimativa de gestantes de RH*3/0,85*365 461 546 0 Leitos obstétricos (AR) Estimativa de gestantes de AR*5/0,85*365 136 30 106 Método Canguru 1 para cada 1000 nascidos vivos SUS 56 20 36 UCI 3 leitos para cada 1000 nascidos vivos SUS 168 107 61 UTI neonatal (tipo II e III) 2 leitos para cada 1000 nascidos vivos SUS 112 83 29 UTI adulto (tipo II e III) 6% dos leitos obstétricos totais. 36 10 26 6.5. Qualificação dos leitos de UTI já habilitados junto ao Ministério da Saúde – acréscimo de custeio Nas unidades hospitalares próprias que realizam parto, existem hoje duzentos e vinte e nove leitos de terapia intensiva habilitados e em funcionamento, sendo setenta e seis de UCI neonatal, oitenta e dois de UTI adulto tipo II, vinte e cinco de UTI neonatal tipo II e trinta e três de UTI neonatal tipo III. Um sistema de atenção ao paciente crítico/potencialmente crítico exige a conformação de uma rede assistencial (hospitalar e extra-hospitalar) organizada que incorpore a linha de cuidado integral e a humanização assistencial. Assim, as ações e as atividades descritas no item 6.10 buscam a implantação/implementação de novas estratégias e de processos de trabalho necessários à qualificação dos cuidados em terapia intensiva na área obstétrica e neonatal em conformidade com os princípios de integralidade, equidade e universalidade assistencial, tanto no âmbito do ambiente hospitalar quanto do próprio Sistema de Saúde. O incremento de recursos aos leitos já habilitados, que darão suporte ao custeio das UTI, está programado no anexo IX. 24 6.6. Ampliação dos leitos de UTI Neonatal, UCI Neonatal e Leito Canguru – custeio de leitos existentes e ainda não habilitados e criação de novos leitos No anexo X, está discriminada a programação referente à habilitação e consequente custeio, de leitos existentes e à criação de novos leitos. Ressalta-se que essa ampliação ainda não é o suficiente para alcançar a suficiência desses leitos destinados à terapia intensiva do neonato, considerando a necessidade de vinte e nove leitos de UTI neonatal para atender aos recém-natos oriundos do Entorno e do próprio DF. 6.7. Qualificação dos leitos do Centro de Parto Normal – Unidade Mista de São Sebastião: custeio A Unidade Mista de São Sebastião funciona conformemodelo previsto para o Centro de Parto Normal. Para essa unidade, na medida da implementação de Rede Cegonha no Distrito Federal, serão desenvolvidas estratégias e ações para a qualificação da atenção prestada nela. Para tanto, como suporte para manutenção e aperfeiçoamento da unidade, será necessário a garantia do custeio, conforme previsto pelo Ministério da Saúde, especificado no quadro 9, abaixo. Quadro 9: Custeio da Unidade Mista de São Sebastião Estabelecimento Recursos financeiros: custeio / ano (R$ 80.000,00 / mês) N.º de leitos MS Unidade Mista São Sebastião 6 5.760.000,00 6.8. Investimento (construção, ampliação e reforma) No anexo XI, está especificado a programação de investimento para construção, reforma, ampliação e aquisição de equipamentos para viabilizar a implantação de Centros de Parto normal, Casa da Gestante, Bebê e Puérpera e qualificação e ampliação de leitos de UTI. a) Qualificação e ampliação dos leitos do Centro de Parto Normal – Unidade existente e unidades novas. A Unidade Mista de São Sebastião funciona conforme modelo previsto para o Centro de Parto Normal (CPN). Em relação a esse modelo de atenção obstétrica, na medida da implementação de Rede Cegonha no Distrito Federal, serão construídas quatro novos CPN. Essas novas unidades serão construídas estrategicamente em Regiões Administrativas do Distrito Federal com um número grande de nascimentos, que não possuem unidade de atenção obstétrica própria ou cuja capacidade instalada precisa ser aumentada. Nesse sentido, propomos a construção de uma CPN no Recanto das Emas, região onde ocorreram 1.414 partos em 2011 e não possui unidade obstétrica própria. Outra será construída em Samambaia, com 2.629 e, cuja unidade obstétrica, Hospital Regional de Samambaia, tem insuficiência de leitos. As duas CPN acima terão suporte do Hospital Regional de Samambaia, mesmo estando distantes entre 6 e 8 km por vias rodoviárias de fluxo rápido. 25 Outra CPN será construída em Ceilândia, região com 7.000 partos por ano. Assim essa unidade poderá diminuir um pouco a demanda de atendimento obstétrico no Hospital Regional de Ceilândia, unidade secundária que dará suporte a essa CPN, a qual ficará num raio de 6 km da unidade obstétrica hospitalar. Finalmente, a quarta CPN será construída em Santa Maria, região com 3.000 partos por ano, a qual terá como suporte o Hospital Regional de Santa Maria dentro de um raio de 3 km daquela unidade. Propomos a construção das quatro casas de parto no ano de 2013, com prazo de execução de 12 meses. Usaremos a verba de construção e reforma de CPN para a implantação dessas quatro CPN. b) Casas de Gestante, Bebê e Puérpera - CGBP Não existem no DF estruturas específicas como descritas para as Casas de Gestante, Bebê e Puérpera - CGBP, o que faz com que muitos leitos obstétricos sejam bloqueados para funcionarem dessa maneira. Assim, propomos a construção de três CGBP nessa Unidade da Federação, sendo uma na Região Administrativa da Asa Sul, onde se localiza o Hospital Regional da Asa Sul (HRAS), a unidade obstétrica terciária no DF. Essa unidade hospitalar sofre cronicamente com a falta de leitos obstétricos, tendo em vista que tem de albergar gestantes, puérperas e bebês que poderiam estar em CGBP. Propomos ainda outras duas CGBP que darão suporte a hospitais que ainda não têm serviço de gestação de alto risco cadastrado, mas na prática já o fazem. Uma das CGBP deverá ser implantada na Região Administrativa de Taguatinga, dando suporte para o serviço obstétrico e neonatal da RA Sudoeste do DF e da RA de Ceilândia (Região Oeste). As duas regiões são responsáveis por 15.000 partos por ano no DF, correspondendo a 36,6% de todos os partos. A outra CGBP deverá situa-se na Região Norte do Distrito Federal, onde está prevista a inauguração de uma nova maternidade no Hospital Regional de Sobradinho com serviço de gestação de alto risco, UTI neonatal e UCIN, região com 8.000 partos por ano. Finalmente, propomos a construção das três CGBP no ano de 2013, com prazo de execução de 12 meses. Usaremos a verba de construção e reforma de CGBP para a implantação dessas unidades. c) Ambiência dos serviços que realizam partos. Hoje todos os partos de abrangência SUS, isto é, em torno de 40.000 partos ano, são realizados em onze hospitais que pertencem à Secretaria de Saúde do Governo do Distrito Federal. Desses hospitais, apenas dois construídos e reformados recentemente são capazes de atender a Lei Federal nº 11.108 de 2005, que garante à gestante, parturiente ou puérpera a presença de acompanhante. O problema mais crítico refere-se à parturiente, tendo em vista a quantidade de partos realizados na rede SUS do DF. Assim, propomos até 2014, remodelar a ambiência de todos os nove hospitais que ainda não são capazes de conferir esse direito à parturiente. d) Ampliação dos leitos gestante de alto risco. Existe hoje uma carência identificada de cento e seis leitos para gestantes de alto risco no DF. Dessa forma, propomos a habilitação de trinta e seis leitos com essa destinação em 2012, outros trinta e seis leitos em 2013, e, finalmente trinta e quatro leitos em 2014 conforme quadro 10 que se segue. 26 Quadro 10: Proposta de ampliação de leitos de Gestante de Alto Risco Regiões CGS RA Unidades Total de Novos Leitos 2012 2013 2014 Centro Sul Asa Sul 01 HRAS 18 0 5 13 Oeste Ceilândia 09 HRC 18 0 7 11 Sudoeste Taguatinga 03 HRT 18 9 7 2 Sul Gama 02 HRG 18 9 9 0 Norte Sobradinho 05 HRS 18 18 0 0 Sul Santa Maria 13 HRSM 16 0 8 8 Total 36 36 34 6.9. Vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que será realizado o parto O Distrito Federal em sua rede de atenção à saúde conta com onze hospitais Regionais, dois hospitais Federais (Hospital Universitário de Brasília e Hospital das Forças Armadas) que prestam assistência ao parto. A vinculação das gestantes aos hospitais para a realização do parto deverá ser informada e viabilizada a visita ainda durante o pré-natal, sendo de responsabilidade da Unidade Básica de Saúde onde este for realizado. No anexo XII, encontram-se as Regiões Administrativas com seus respectivos hospitais de referência. 6.10. Componente II - Parto e nascimento: qualificação dos processos assistenciais Quadro 11: Qualificação dos processos assistenciais na assistência ao parto PROBLEMAS PRIORIZADOS (NÓS CRÍTICOS) CAUSAS AÇÕES PROPOSTAS Falha de humanização 1. na assistência ao parto (acompanhante/ assistência). 1.1. Falta de estrutura física e de adaptação da equipe de trabalho ao novo processo de trabalho. a. Reforma da ambiência dos centros-obstétricos e oficinas de conscientização às equipes envolvidas. Falta de estrutura física e 2. recursos humanos no C.O e maternidade. 2.1. Estrutura física antiga e carência d e pessoal. a. Reforma da ambiência dos centros-obstétricos, remodelação do processo de trabalho dos recursos humanos. Falta da presença do 3. acompanhante na sala de parto. 3.1. Falta de estrutura física e de adaptação da equipe de trabalho ao novo processo de trabalho. a. Reforma da ambiência dos centros-obstétricos e oficinas de conscientização às equipes envolvidas. Registros precários 4. nos instrumentos de acompanhamento do trabalho de parto, do parto e do cartão da gestante. a. Oficinas para a conscientização da importância do processo de registro e informatização da rede. Falha na orientação da puérpera 5. em procurar a UBS de referência para acompanhamento dela e do bebê no máximo no 10º dia pós parto. 5.1. Falta de comunicação entre os hospitais e as UBS. a. Oficinas para a conscientização da equipe envolvida com as puérperas, agendamento pré-alta da 1ª consulta em 10 dias. Ausência de equipes horizontais 6. do cuidado nos serviços de atenção obstétrica eneonatal; a. Reestruturação das equipes de trabalho e dos processos de trabalho em busca da horizontalização. 27 PROBLEMAS PRIORIZADOS (NÓS CRÍTICOS) CAUSAS AÇÕES PROPOSTAS Necessidade de aperfeiçoamento das práticas de atenção à saúde baseada em 7. evidências científicas, nos termos do documento da Organização Mundial da Saúde, de 1996: “Boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento”; a. Reestruturação dos protocolos assistenciais e de fluxo de pacientes, treinamento de multiplicadores para disseminação dos novos protocolos. Ausência de Colegiado Gestor 8. nas maternidades e outros dispositivos de cogestão tratados na Política Nacional de Humanização; a. Criação de colegiados locais envolvidos com as práticas diárias. Quadro 12: Qualificação dos processos assistenciais no Berçário e na maternidade PROBLEMAS PRIORIZADOS (NÓS CRÍTICOS) CAUSAS AÇÕES PROPOSTAS 1.Fechamento de maternidade por falta de pediatras para o atendimento na sala de parto. 1.1 Falta de pediatras nas equipes neonatais das regionais de saúde que garantam a cobertura 24horas da sala de parto. 1.2 Escalas feitas de forma inadequada em algumas unidades de saúde. a. Contratação de pediatras para assistência ao RN na sala de parto e ALCON. b. Adequação das escalas médicas ao mínimo exigido na portaria 1091 do Ministério da Saúde, de 1999, 2. Falta de acolhimento humanizado da mãe-bebê no berçário/ maternidade. 2.1 Falta de treinamento do profissional para prestar assistência humanizada adequada. 2.2 Falta do número adequado de profissionais médicos e de enfermagem segundo as normas técnicas do MS (Portaria 1091, de 1999) e da ANVISA (RDC 07) a. Promover oficinas de sensibilização e qualificação para o atendimento humanizado à mãe e bebê. b. Oficinas de Sensibilização e qualificação nas Práticas de Atenção à Saúde Baseada em Evidências Científicas c. Promoção do Alojamento Conjunto e apoio à mãe no estabelecimento da amamentação. d. Promover a Iniciativa Hospital Amigo da Criança sensibilizando os gestores locais e ampliação da estratégia com implantação no HRPa, HRSM e HRSam; e. Adequação do quadro de profissionais, área física, tecnológica nos bancos de leite; f. capacitação das equipes dos bancos de leite em amamentação, processamento e controle de qualidade do leite humano ordenhado; 3.Falta de implantação da 3ª etapa do método canguru. 3.1 Falta de profissionais treinados na metodologia Canguru, falta de ambulatório especializado no acompanhamento do RN prematuro, falta de busca ativa dos recém- nascidos que não retornam à consulta prevista. 3.2 Falta de profissionais especializados para este atendimento a. Contratação de Recursos Humanos para garantir a manutenção e ampliação dos ambulatórios de seguimento do recém-nascido pré-termo, especialmente em unidades hospitalares onde existem Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais; b. Treinamento e qualificação da equipe multiprofissional na metodologia canguru; através dos grupos multiplicadores desta metodologia no Distrito Federal. 4.Deficiência de leitos de UTI e UCI neonatal 4.1 Falta de regulação de leitos de UCI neonatal, 4.2 Deficiência no fluxo da gestante, que garanta o nascimento do recém-nascido de risco em unidades hospitalares adequadas. 4.3 Deficiência do número de leitos de UTI e UCI neonatais a. Instituir a regulação de leitos de UCI neonatal, combinada com a regulação de leitos de UTI, já existente, garantindo a rotatividade adequada destes leitos. b. Instituir o acolhimento e classificação de risco para a gestante e RN nas maternidades. c. Criação dos novos leitos de UCI e UTI neonatais, segundo os parâmetros do Ministério da Saúde. d. Contratação de profissionais para garantir o funcionamento dos leitos criados. 5.Deficiência de leitos Canguru 5.1 Falta de treinamento das equipes multiprofissionais na metodologia canguru, 5.2 Falta de leitos adequados à 2ª etapa da metodologia canguru a. Treinamento e qualificação da equipe multiprofissional na metodologia canguru; através dos grupos multiplicadores desta metodologia no Distrito Federal. b. Criação de leitos equipados para realização da metodologia canguru nas unidades hospitalares, segundo os parâmetros do MS. 28 PROBLEMAS PRIORIZADOS (NÓS CRÍTICOS) CAUSAS AÇÕES PROPOSTAS 6.Falha na instituição da Triagem Auditiva Universal (TANU) 6.1 Número insuficiente de fonoaudiólogas nas maternidades para realização do exame antes da alta hospitalar do recém-nascido. 6.2 Número insuficientes de ambulatórios de fonoaudiologia para a realização da TANU em todos os recém-nascidos vivos do Distrito Federal. 6.3 Falta de aparelhos de emissões otoacústicas (EOA) em algumas unidades da rede SES a. Contratação do número necessário de fonoaudiólogas para a realização da TANU TANU em todos os recém- nascidos vivos do Distrito Federal. b. Adequação do número de aparelhos de EOA Em todas unidades da rede. 7.Não realização do Teste do Coraçãozinho em todas as Unidades da Rede 7.1 Algumas unidades da Rede SES não fazem de rotina a oximetria transcutânea pré-alta do recém-nascido. 7.2 Falta estabelecimento de fluxo para o recém-nascido que apresenta alterações neste teste a. Criação de protocolo clínico e treinamento para realização de rotina do teste. b. Adequação das Unidades Hospitalares para a realização do teste, com a compra de equipamentos para este fim (oxímetros de pulso) 7. SISTEMA LOGÍSTICO: TRANSPORTE SANITÁRIO E REGULAÇÃO 7.1. Transporte sanitário O transporte sanitário da gestante, puérpera e recém-nato considerará o nível de atenção necessário. O SAMU se responsabiliza pelo transporte das gestantes, puérperas e recém-natos portadores de patologias e comorbidades graves que impliquem em risco de morte para a própria gestante ou ao recém-nato e de quadros de gestação de alto risco, além do atendimento a chamados em domicílios ou a outros locais extra-hospitalares. As transferências inter-hospitalares de gestantes, puépera e recém-natos que não envolvam situações de risco deverão ser de responsabilidade da unidade hospitalar após contato prévio com a unidade receptora, sendo efetuadas por ambulância de transporte inter-hospitalar. Para viabilizar esse tipo de transporte, a SES/DF deverá contratar serviço terceirizado de transporte de ambulância básica e avançada. 7.2. Regulação A regulação assistencial no âmbito da Rede Cegonha está voltada para a garantia de acesso aos diversos serviços de saúde focados na atenção à gestante e ao recém-nascido. Nesse contexto, estão a implantação e/ou implementação da regulação de leitos obstétricos e neonatais, assim como a regulação de urgências e a regulação ambulatorial (consultas e exames). Atualmente, estão sob regulação, no âmbito da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, os leitos de terapia intensiva adulto e neonatal. Em fase de planejamento para início da regulação, estão os leitos de cuidados intermediários neonatais. No contexto da regulação de internações, o transporte do paciente é garantido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, que deve ser acionado pela Unidade de Saúde. 29 O cronograma de implantação das ações de regulação para atendimento integral à gestante e ao recém-nascido prevê que todas as ações necessárias estejam reguladas ainda no ano de 2012, com ações de aprimoramento e implementação nos anos subsequentes. Além dos leitos de terapia intensiva adulto e neonatal já regulados, estão previstas a regulação dos leitos de cuidados intermediários neonatais, já em fase de planejamento, dos leitos obstétricos e das internações de urgência. Os procedimentos ambulatoriais (consultas e exames) serão absorvidos pela regulação ao longo do ano
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