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CCIHospitalar 3

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Curso de 
 
Controle de Infecção 
 
Em Serviços de Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO III 
Conteúdo: 
1. Vigilância Epidemiológica das infecções Hospitalares 
2. Critérios NNISS de diagnóstico das infecções hospitalares 
3. Sistema Nacional de Informação para o controle das Infecções em Serviços de Saúde - 
SINAIS 
 
Objetivos específicos 
Ao final deste módulo o aluno deverá ser capaz de: 
? Compreender quais são os objetivos da vigilância epidemiológica das infecções 
hospitalares. 
? Identificar o método prospectivo com busca ativa de dados como o ideal para a 
adequada prevenção e controle das infecções hospitalares. 
? Compreender a metodologia NNISS 
? Diagnosticar as infecções hospitalares segundo critério NNISS. 
? Compreender a diferença entre critério clínico e critério epidemiológico. 
? Compreender a importância da obtenção e do monitoramento de indicadores de 
infecções hospitalares Nacionais. 
? Conhecer os meios de instalação dos SINAIS 
 
1. Vigilância Epidemiológica das infecções Hospitalares 
A Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares é a observação ativa, 
sistemática e contínua de sua ocorrência e de sua distribuição entre pacientes, 
hospitalizados ou não, e dos eventos e condições que afetam o risco de sua ocorrência, 
com vistas à execução oportuna das ações de prevenção e controle (Portaria n° 2616/98). 
São objetivos da Vigilância Epidemiológica das IH: 
? Identificar o perfil epidemiológico das infecções hospitalares (principais sítios 
envolvidos, patógenos envolvidos, fatores de risco...). 
? Estimar incidência (n° de casos novos) e tendências das taxas. 
? Identificar surtos (aumento do n° de casos novos acima do esperado), para 
posteriormente interromper a cadeia de transmissão. 
 
 
 
 
 
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? Estruturar e implantar medidas preventivas para o controle das infecções 
hospitalares. 
? Suporte as atividades de educação da Comissão de Controle de infecção 
Hospitalar – CCIH. 
? Tabulação, análise e divulgação dos dados. 
? Comparar dados entre hospitais em populações similares 
É preciso ressaltar que as notificações das infecções hospitalares não são o único 
objetivo da Vigilância Epidemiológica, é necessário em algumas situações acompanhar 
por exemplo à resistência bacteriana, a taxa de acidentes com materiais pérfuro-cortantes 
ou a adesão dos profissionais a algum procedimento. 
Para elaboração destas taxas (os denominados indicadores) será necessária a 
coleta de dados. Estes dados são informações que poderão ser coletadas através da 
observação, registros administrativos, censos de internação, prontuários de pacientes e 
outros documentos pertinentes. Toda taxa é produzida das seguintes formas: 
 
Taxa = ______numerador_____ X 100 ou Taxa = ___numerador_____ X 1000 
 Denominador denominador 
Os numeradores sempre representam o número de infecções e os denominadores 
dos pacientes sob o risco de desenvolver a infecção. A primeira fórmula é utilizada 
quando os dados deverão ser expressos em porcentagens, Por exemplo, em Abril no 
Hospital “Sara Tudo” tivemos 15 infecções na UTI e 150 pacientes saíram da unidade (por 
alta, óbito ou transferência), portanto, a taxa de infecção do mês de Abril da UTI do 
respectivo hospital será calculada da seguinte forma: 
Taxa de infecção da UTI = __15_infecções__ X 100 , ou seja 10% 
 150 saídas 
A segunda fórmula é utilizada para casos em que o tempo de internação ou o 
tempo de uso de um dispositivo implica num risco maior de desenvolver a infecção, 
portanto deve ser considerado. Por exemplo, quando precisamos saber a taxa de infecção 
de trato urinário relacionado ao uso de sonda vesical de demora, neste caso como 
numerador precisaremos dos seguintes dados: 
 
 
 
 
 
 
Taxa = _____número de ITU relacionadas à sonda vesical X 1000 
 Número de sonda vesical / dia 
Este denominador dia é obtido através da coleta diária de dados na referida 
unidade, por exemplo, dia um do mês de Abril temos 6 pacientes sondados, dia dois 
temos 8 e assim até o final do mês, ao final somamos estes números e esta informação 
será utilizada no denominador. Além deste denominador poderemos ter outros como: 
paciente/dia, respirador/dia, cateter venoso central/dia... Observe o exemplo de planilha 
de coleta de denominadores abaixo: 
 
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Abril/2005 
6 6 4 5 
8 
8 5 6 
124
Paciente-dia
128 125 128 
2,3/1000/Paciente-dia
Para entendermos melhor como utilizar este tipo de taxa (densidade de incidência) 
imaginemos a seguinte situação: 
Taxa de ITU relacionada a sonda vesical = _12 ITU relacionado a sonda_ X 1000 
 De Abril/2005 da UTI do Hospital 128 sonda vesical/dia 
Isso significa que teremos 93,75 ITU a cada 1000 sonda vesical dia. 
 
 
 
 
 
Eis alguns parâmetros de taxas deste tipo publicadas pelo NNISS: 
 
 Am J Infect Control 2003; 31: 481-498 
Para iniciarmos a vigilância precisamos definir qual a melhor forma de colher os 
dados. Para tal temos dois métodos de coleta de dados: 
1. Passivo onde a notificação é feita pelo médico ou enfermeira da unidade, suas 
desvantagens são: 
? Falta de critérios de infecção uniformes 
? Relutância de alguns médicos em admitir a infecção 
? Dificuldade na detecção de surtos 
? Faz-se necessária revisão de prontuários na alta / óbito o que torna inviável em 
caso de prontuários desorganizados ou com registros incompletos. 
2. Ativo é o método recomendado pela Portaria 2616, 12/05/1998, anexo III deve ser 
realizado membro executor da CCIH onde este através de visita periódica diagnostica 
e notifica os casos de infecção. 
O segundo passo é definir o método de Vigilância: 
? Prospectivo – a coleta de dados é realizada durante o período de internação do 
paciente na unidade. 
? Retrospectivo – a coleta de dados é realizada pós-alta do paciente, portanto 
são necessários bons sistemas de registros no prontuário do paciente, neste 
caso não é possível detectar surtos no tempo real que ocorrem. 
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? Transversal – neste método define-se um período a ser coletado os dados, 
pode ser dia, uma semana, um mês... Neste caso também não se detecta 
surtos, este método é bastante utilizado para diagnóstico situacional, mas não é 
adequado para acompanhamento das taxas. 
Em resumo a Portaria n°2616/98 recomenda a busca ativa de dadose o método 
prospectivo como ideal para realizar uma adequada vigilância epidemiológica das IH. 
Após padronizarmos a coleta de dados definiremos o tipo de vigilância 
epidemiológica. 
A. Vigilância Global 
Consiste na avaliação sistemática de todos os pacientes internados em todas as 
clínicas do hospital, sendo monitorizadas as IHs em todas as topografias. 
B. Vigilância por Objetivos 
Define-se qual infecção se pretende diminuir, quanto se pretende diminuir e qual a 
estratégia a ser implantada. 
C. Vigilância Dirigida 
Consiste no direcionamento de ações de vigilância e prevenção de IHs para áreas 
consideradas críticas ou para problemas identificados na instituição (por exemplo: sítio 
específico, unidade específica, vigilância rotativa ou em casos de investigação de surtos). 
D. Vigilância microbiológica 
Usa somente dados do laboratório de Microbiologia onde são verificadas culturas dos 
pacientes, permite a detecção de microorganismos resistentes aos antibióticos, no 
entanto seu uso isolado não é suficiente. 
E. Vigilância pós-alta 
Avalia a ocorrência de IH que se manifesta após a alta do paciente é realizado através 
de telegramas, telefonema, fichas encaminhadas aos médicos ou visitas domiciliares. 
Considerada ótima para infecções de sítio cirúrgico, mas apresenta alguns problemas 
como: baixa taxa de retorno, necessidade de profissional específico para coleta de dados 
e critérios pouco uniformes (paciente / médico). 
F. Vigilância por componentes NNISS (National Nosocomial Infection Surveillance – 
System) 
 
 
 
 
 
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Este tipo de Vigilância foi criado nos EUA em 1970, é a metodologia com maior 
experiência na literatura e com os maiores bancos de dados. Ela possui quatro 
componentes são eles: componente global, componente berçário, componente UTI e 
componente cirúrgico. Para tal é definido uma série de variáveis como: 
? Paciente NNISS é todo aquele que possui data de admissão e data de saída 
em dias diferentes do calendário, exceto: pacientes psiquiátricos, ambulatoriais 
clínicos e cirúrgicos, em reabilitação física, crônicos/ asilares, externos (diálise, 
quimioterapia, cateterismo cardíaco) 
? Paciente NNISS UTI é todo aquele que permanecer pelo menos 24 horas 
internado nesta unidade. 
? Paciente NNISS cirúrgico são todos os pacientes submetidos a procedimentos 
cirúrgicos NNISS. 
Componente UTI 
Todos os pacientes são monitorados para IHs em todos os sítios corporais e 
avaliados diariamente quanto à presença de intervenções relacionadas ao aumento de 
risco para infecções como presença de: cateter urinário, cateter central e respirador. 
Caso a IH se manifeste nas primeiras 48hs do mês seguinte, a infecção deve ser 
registrada no mês em que o paciente estava sob risco, isto é, no mês anterior. Serão 
consideradas IH para a UTI aquelas que se manifestarem até 48 hs após a alta da UTI. 
Considera-se IH, aquela infecção que não estava presente ou em incubação à admissão 
na UTI. É necessário coletar diariamente os dados sobre os denominadores deste 
componente em formulário próprio ao mês sob vigilância. 
Modelo de cálculo das taxas: 
 
Taxa de IH Global = ______No. Total de IH____ X 1000 
 N° de pacientes-dia 
 
 
 Taxa de PNEU em = N° Pneumonias associadas respirador X 1000 
Pacientes no Resp N° de Respiradores-dia 
 
 
 
 
 
 
 
 Am J Infect Control 2003; 31: 481-498 
 
Componente cirúrgico 
 Podem ser monitorizados para IHs em todos os sítios corporais ou apenas para 
infecção de sítio cirúrgico. 
 
Taxa = IHs de Revascularização do Miocárdio X 100 
 Cirurgias de Revascularização do Miocárdio 
 
Você poderá obter dependendo dos dados que dispuser taxas de infecção por 
equipe cirúrgica, por risco cirúrgico, por ASA do paciente, entre outros. 
 
Componente berçário 
Vigilância dirigida a todos os neonatos hospitalizados requerendo cuidados 
intensivos, estes são monitorizados para infecções hospitalares em todos os sítios 
corporais. Para permitir um maior ajuste estratifica-se em 4 categorias de acordo com o 
peso ao nascimento (<=1000g; 1001-1500g; 1501-2500; >2500g). A avaliação, assim 
como no componente UTI é diária quanto à presença de cateter umbilical, cateter central 
e respirador. 
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 Am J Infect Control 2003; 31: 481-498 
 
“A Vigilância adequada não garante necessariamente a tomada de decisões 
corretas, mas reduz as chances de tomar as incorretas” (Langmuir AD, NEJM 
1963). 
 
2. Critérios NNISS de diagnóstico das infecções hospitalares 
 
Após definirmos o método de coleta de dados e o tipo de Vigilância epidemiológica 
a ser adotado precisamos utilizar a mesma definição de caso de infecção. Para tal 
podemos criar uma definição ou utilizar os critérios de definição NNISS. Estes critérios 
são baseados em achados clínicos, radiológicos e / ou laboratoriais. É importante 
diferenciar critério clínico de infecção hospitalar e critério epidemiológico de infecção 
hospitalar, sendo o primeiro realizado pelo médico assistencial do paciente e utilizado 
para o tratamento, já o segundo é de competência do membro executor da CCIH e têm 
como finalidade coleta de dados para fins epidemiológicos. 
 Segue abaixo os critérios para diagnóstico NNISS versão 2004 traduzidos pela 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, atenção esta lista é para ser consultada, esta 
informação não precisa estar decorada. 
 Você deve estar se perguntando como deve ser utilizada esta lista? Ao visitar 
periodicamente os pacientes internados nas unidades vigiadas procuramos sinais de 
alerta de infecção como: presença de febre, dor, uso de antimicrobianos, culturas 
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positivas...e verificamos se o caso se enquadra na definição de infecção do critério 
NNISS, caso positivo notificamos o caso, caso contrário podemos continuar 
acompanhando até enquadrar no critério ou descartar a possibilidade de infecção 
hospitalar. Esta padronização permite que se busque nos casos realizados por diferentes 
profissionais ambos têm o mesmo critério para notificar casos, isto garante que a taxa 
seja o mais fidedigna possível e as oscilações realmente representem um problema ou a 
resolução deste. 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
 
 - Infecção do Sítio Cirúrgico (SSI) 
Incisional 
Superficial(1)
 
(SSI – SKIN) 
 
Critério 
Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia e envolve apenas pele e tecido 
subcutâneo à incisão 
Mais pelo menos um dos seguintes: 
a. Drenagem purulenta da incisão superficial 
b. Cultura positiva de fluído ou tecido da incisão superficial obtido 
assepticamente 
c. Pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas de infecção: dor ou 
aumento da sensibilidade, edema local, hiperemia ou calor e a incisão 
superficial é deliberadamente aberta pelo cirurgião, exceto se a cultura for 
negativa. 
Diagnóstico de infecçãosuperficial pelo cirurgião ou médico assistente. 
Incisional 
Profunda(2)
 
(SSI – ST) 
 
 
Critério 
Todos os seguintes: 
a. Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia se não houver colocação de 
prótese. 
Caso haja colocação de prótese, pode ocorrer em até um ano se a infecção 
parecer ter. 
Relação com o procedimento cirúrgico. 
b. Envolve tecidos moles profundos à incisão (ex: fáscia e músculos) 
Mais pelo menos um dos seguintes: 
 
 
 
 
 
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a. Drenagem purulenta da incisão profunda, mas não de órgão/cavidade. 
b. A incisão profunda sofre deiscência espontânea ou é deliberadamente 
aberta pelo cirurgião quando o paciente tem pelo menos um dos seguintes 
sinais ou sintomas: febre (> 38ºC), dor ou aumento da sensibilidade local, 
exceto se a cultura for negativa. 
c. Abscesso ou outra evidência da infecção envolvendo a incisão profunda é 
visualizado durante exame direto, reoperação ou exame histopatológico 
ou radiológico. 
d. Diagnóstico de infecção incisional profunda pelo cirurgião ou médico 
assistente. 
Órgão / 
Cavidade(3,4)
 
(SSI – código 
específico do 
órgão/cavidade) 
 
 
Critério 
Todos os seguintes: 
 a. Ocorre nos primeiros 30 dias após a cirurgia se não houver colocação de 
prótese. 
 Caso haja colocação de prótese, pode ocorrer em até um ano se a infecção 
parecer ter. 
 Relação com o procedimento cirúrgico. 
b. Envolve qualquer parte do corpo, exceto pele no local da incisão, fáscia e 
camadas 
 Musculares, que tenha sido aberta ou manipulada durante a cirurgia. 
Mais pelo menos um dos seguintes: 
a. Drenagem purulenta pelo dreno colocado dentro do órgão/cavidade 
através da ferida. 
b. Cultura positiva de fluído ou tecido do órgão/cavidade obtido 
assepticamente 
c. Abscesso ou outra evidência de infecção envolvendo o órgão/cavidade 
visualizado durante exame direto, reoperação, exame histopatológico ou 
radiológico. 
d. Diagnóstico de infecção de órgão/cavidade pelo cirurgião ou médico 
assistente. 
 
 
 
 
 
 
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(1) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO
• Não notifique SSI-SKIN para a cirurgia NNIS de transplante de bypass arterial coronário 
(TBAC). Para TBAC, se a infecção é no tórax, use SSI-STC (soft tissue-chest) ou se é na 
perna do doador, use SSI-STL (soft tissue -leg). 
• Não notifique um abscesso dos pontos (mínima inflamação e drenagem de secreção 
limitada aos pontos de sutura) como infecção. 
• Não notifique uma infecção localizada de ferimento cortante como SSI, e sim, como 
infecção de pele e partes moles, conforme a profundidade. 
• Notifique uma infecção do local da circuncisão em recém-nascido como SST-CIRC. 
Circuncisão não é procedimento NNIS. 
• Notifique infecção de episiotomia como REPR-EPIS. Episiotomia não é um procedimento 
NNIS. 
• Notifique queimadura infectada como SST-BURN. 
• Se a infecção incisional envolve ou se estende para fáscia ou camadas musculares, 
notifique como SSI incisional profunda. 
• Classifique a infecção que envolve tecido superficial e profundo como SSI incisional 
profunda. 
• Notifique o espécime de cultura de incisões superficiais como ID (drenagem incisional). 
 (2) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO
• Não notifique SSI-SKIN para a cirurgia NNIS de transplante de bypass arterial coronário 
(TBAC). Para TBAC, se a infecção é no tórax, use SSI-SKNC (skin-chest) ou se é na 
perna do doador, use SSI-SKNL (skin-leg). 
• Classifique infecções que envolvem o tecido incisional superficial e profundo como SSI 
incisional profunda. 
• Notifique o espécime de cultura de incisões profundas como ID (drenagem incisional). 
• Considera-se como prótese um corpo estranho implantável não derivado de humano (ex: 
válvula cardíaca protética, transplante vascular não-humano, coração mecânico ou prótese 
de quadril) que é implantado permanentemente em um paciente durante uma cirurgia. 
(3) DEFINIÇÕES
• Considera-se como prótese um corpo estranho implantável não derivado de humano (ex: 
válvula cardíaca protética, transplante vascular não-humano, coração mecânico ou 
 
 
 
 
 
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prótese de quadril) que é implantado permanentemente em um paciente durante uma 
cirurgia. 
• Uma SSI órgão/cavidade envolve qualquer parte do corpo, exceto a pele no local da 
incisão, fáscia ou camadas musculares, que tenha sido aberta ou manipulada durante a 
cirurgia. Sítios específicos são definidos para as SSI órgão/cavidade para melhor 
identificação da localização da infecção. Estão listados a seguir os sítios específicos que 
devem ser usados para diferenciar as SSI órgão/cavidade. Um exemplo é apendicectomia 
seguida de abscesso subdiafragmático, que seria notificado como uma SSI 
órgão/cavidade de localização intra-abdominal (SSI-IAB). 
 SÍTIOS ESPECÍFICOS DE SSI - órgão/cavidade 
BONE Osteomielite LUNG 
Outras infecções do trato 
respiratório inferior 
BRST Mastite ou abscesso da mama MED Medisatinite 
CARD Miocardite ou pericardite MEN Meningite ou ventriculite 
DISC Espaço do disco ORAL 
Cavidade oral (boca, língua ou 
gengivas) 
EAR Ouvido, mastóide OREP Outro masculino ou feminino 
EMET Endometrite OUTI Outras infecções do trato urinário 
ENDO Endocardite SA Abscesso medular sem meningite
EYE Olhos (exceto conjuntivite) SINU Sinusite 
GIT Trato gastrointestinal UR Trato respiratório superior 
IAB 
Intra-abdominal, não especificada em 
outro local VASC Infecção arterial ou venosa 
IC 
Intracraniana, abscesso cerebral ou 
duramáter VCUF Cuff vaginal 
JNT Articulação ou bolsa 
(4) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO 
• Ocasionalmente, há drenagem pela incisão de uma infecção de órgão/cavidade. Tal 
infecção geralmente não requer reoperação e é considerada uma complicação da incisão. 
Assim sendo, ela é classificada como SSI incisional profunda. 
• Notifique o espécime de cultura de órgão/cavidade como DD (drenagem profunda). 
 
 
 
 
 
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 Infecções Primárias da Corrente Sanguínea (Sepsis) 
Sepsis 
Laboratorialmente 
Confirmada (5)
 
(BSI - LCBI) 
 
 
 
Pelo menos um dos seguintes critérios: 
Critério 1 
Isolamento, em uma ou mais hemoculturas, de patógeno não relacionado a 
infecção em outro sítio. 
Critério 2 
Presença de pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas não relacionado 
a infecção em outro sítio: febre (>38º C), calafrios ou hipotensão 
e 
Pelo menos um dos seguintes exames não relacionado a infecção em outro 
sítio: 
a. Contaminante comum de pele (ex: difteróides, Bacillus sp., 
Propionibacterium sp., estafilococos coagulase negativo ou micrococos) 
isolados de duas ou mias hemoculturas obtidas em momentos deferentes 
b. Contaminante comum de pele (ex: difteróides, Bacillus sp., 
Propionibacterium sp., estafilococos coagulase negativo ou micrococos) 
isolado de pelo menos uma hemocultura de paciente com cateter 
intravascular e o médico inicia terapia antimicrobiana apropriada. 
c. Teste de antígeno positivo no sangue (ex: Haemophilus influenzae, 
Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis ou Streptococcus do 
grupo B) 
Critério 3 
Paciente com idade ≤1 ano com pelo menos um dos seguintes sinais ousintomas não relacionado a infecção em outro sítio: febre (>38ºC), hipotermia 
(<37ºC), apnéia ou bradicardia. 
e pelo menos um dos seguintes: Idem ao critério 2 
Sepsis Clínica 
 
 (BSI - CSEP) 
Pelo menos um dos seguintes critérios: 
Critério 1 
Paciente tem pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas sem outra causa 
conhecida: febre (>38ºC), hipotensão (pressão sistólica ≤ 90 mmHg), oligúria 
(< 20 ml/h) 
 
 
 
 
 
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Mais todos os seguintes: 
a. Hemocultura negativa ou não realizada ou antígeno não detectado no 
sangue. 
b. Nenhuma infecção aparente em outro local. 
c. O médico inicia terapia para sepsis. 
Critério 2 
Paciente com idade ≤1 ano com pelo menos um dos seguintes sinais ou 
sintomas sem outra causa conhecida: febre (>38ºC), hipotermia (<37ºC), 
apnéia ou bradicardia. 
e Mais todos os seguintes: Idem ao critério 1 
 (5) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO
• Notifique flebite purulenta confirmada com cultura semiquantitativa positiva de ponta de 
catéter, mas com hemocultura negativa ou não realizada, como CVS-VASC. 
• Notifique microrganismos isolados de hemoculturas, quando não há outro sítio evidente 
de infecção, como BSI-LCBI. 
• Pseudobacterremias não são infecções nosocomias. 
(6) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO
• Notifique infecções de corrente sangüínea com hemocultura positiva como BSI-LCBI. 
 
 Infecções do Sistema Cardiovascular 
Infecção Arterial 
ou Venoso(10)
 
 
(CVS / VASC) 
Pelo menos um dos seguintes critérios: 
Critério 1 
Cultura positiva de artérias ou veias removidas durante cirurgia e hemocultura 
negativa ou não realizada. 
Critério 2 
Evidência de infecção arterial ou venosa durante cirurgia ou exame 
histopatológico. 
Critério 3 
Paciente tem pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas sem outra causa 
conhecida: febre (>38ºC), dor, eritema ou calor no local do sítio vascular 
afetado. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
e todos os seguintes: 
a. Mais de 15 colônias em cultura de ponta de cateter intravascular 
realizada por método 
 Semiquantitativo. 
b. Hemocultura negativa ou não realizada. 
Critério 4 
Drenagem purulenta no sítio vascular envolvido e hemocultura negativa ou 
não realizada. 
Critério 5 
Paciente com idade ≤ 1 ano com pelo menos um dos seguintes sinais e 
sintomas sem outra causa conhecida: febre (>38ºC), hipotermia (<37ºC), 
apnéia, bradicardia, letargia ou dor, eritema ou calor no sítio vascular 
envolvido. 
e todos os seguintes: idem ao critério 3. 
(10) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO
• Notifique infecção de graft, fístula ou shunt arteriovenoso ou canulação intravascular com 
culturas negativas, como CVS-VASC. 
• Notifique infecção intravascualar com cultura positiva como BSI-LCBI. 
Infecções do Trato Urinário 
Infecção 
Urinária 
Sintomática(7)
 
 (UTI - SUTI) 
 
 
Pelo menos um dos seguintes critérios: 
Critério 1 
Paciente tem pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas sem outra causa 
conhecida: febre (>38ºC), urgência miccional, polaciúria, disúria ou dor 
suprapúbica. 
e. urocultura positiva com ≥ 100.000 UFC/ml de urina com no máximo duas 
espécies isolados. 
Critério 2 
Paciente tem pelo menos dois dos seguintes sintomas sem outra causa 
conhecida: febre (>38ºC), urgência miccional, polaciúria, disúria ou dor 
suprapúbica. 
e 
 
 
 
 
 
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Pelo menos um dos seguintes: 
a. Teste de nitrito e/ou esterase positivo 
b. Piúria (≥10 piócitos / mm3 ou ≥3 piócitos por campo de maior aumento de 
urina não centrifugada) 
c. Bacterioscopia positiva ao Gram de urina não centrifugada 
d. Pelo menos duas uroculturas positivas com o isolamento do mesmo 
uropatógeno (bactéria gram-negativa ou S. saprophyticus) com ≥ 100 col/ml 
em “nonvoided specimens” 
e. Urocultura positiva com ≤100.000 col/ml e isolamento de um único 
uropatógeno (bactéria gram-negativa ou S. saprophyticus) em paciente em 
uso de terapia antimicrobiana adequada para infecção urinária. 
f. Diagnóstico de infecção urinária pelo médico. 
g. Médico inicia terapia antimicrobiana adequada para infecção urinária. 
Critério 3 
Paciente ≤1 ano de idade com pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas 
sem outra causa conhecida: febre (>38ºC), hipotermia (<37ºC), apnéia, 
bradicardia, disúria, letargia ou vômitos 
e 
urocultura positiva com ≥ 100.000 microrganismos/ml de urina com no máximo 
duas espécies de microrganismos. 
Critério 4 
Paciente ≤1 ano de idade com pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas 
sem outra causa conhecida: febre (>38ºC), hipotermia (<37ºC), apnéia, 
bradicardia, disúria, letargia ou vômitos 
e 
Pelo menos um dos seguintes: idem ao critério 2 
Bacteriúria 
Assintomática(8)
 
 (UTI - ASB) 
 
Pelo menos um dos seguintes critérios: 
Critério 1 
Paciente utilizou SVD nos últimos 7 dias antes da realização da urocultura, não 
apresenta febre (>38ºC), urgência, freqüência, disúria ou dor supra-púbica e tem 
urocultura positiva com ≥ 100.000 microrganismos/ml de urina com no máximo 
 
 
 
 
 
59 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 duas espécies isoladas. 
Critério 2 
Paciente não utilizou SVD nos últimos 7 dias antes da primeira urocultura 
positiva, não apresenta febre (>38ºC), urgência, freqüência, disúria ou dor 
supra-púbica e tem pelo menos duas uroculturas positivas ≥ 100.000 
microrganismos/ml com isolando do(s) mesmo(s) microrganismo(s) com no 
máximo duas espécies. 
Outras 
Infecções do 
Trato Urinário 
(rim, ureter, 
bexiga, uretra 
ou tecidos do 
espaço 
retroperitoneal 
ou perirenal) 
 
(UTI - OUTI) 
Pelo menos um dos seguintes critérios: 
Critério 1 
Paciente tem microrganismo isolado em cultura de fluído (exceto urina) ou tecido 
do local afetado. 
Critério 2 
Presença de abscesso ou outra evidência de infecção ao exame direto (cirurgia 
ou exame histopatológico). 
Critério 3 
Paciente tem pelo menos dois dos seguintes sinais e sintomas sem outra causa 
conhecida: febre (>38ºC), dor localizada ou aumento da sensibilidade no local 
afetado. 
e 
Pelo menos um dos seguintes: 
a. Drenagem purulenta do local afetado 
b. Hemocultura positiva com microrganismos compatíveis com a infecção 
suspeita. 
c. Evidência radiográfica de infecção (ex: RX, TC, US, cintilografia com gálio ou 
tecnécio) 
d. Diagnóstico de infecção (UTI/OUTI) pelo médico 
e. Médico inicia terapia antimicrobiana adequada. 
Critério 4 
Paciente com idade ≤1 ano com pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas 
sem outra causa conhecida: febre (>38ºC), hipotermia (<37ºC), apnéia, 
bradicardia, disúria, letargia ou vômitos 
 
 
 
 
 
60 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
e pelo menos um dos seguintes: idem ao critério 3. (9)
SVD = sonda vesical de demora 
RX = radiografia 
TC = tomografia computadorizada 
US = ultra-som 
 (7) COMENTÁRIOS
• Cultura positiva de ponta de sonda vesical não é um exame laboratorial aceitável para o 
diagnóstico de infecção urinária. 
• As uroculturas devem ser obtidas através de técnica apropriada com coleta asséptica ou por 
sonda vesical. 
• Emlactentes, a urina deveria ser obtida por sondagem vesical ou aspiração suprapúbica; 
uma urocultura positiva de amostra da bolsa coletora não é confiável e deve ser confirmada 
pela análise de urina obtida de forma asséptica por sondagem vesical ou aspiração 
suprapúbica. 
(8) COMENTÁRIOS
• Cultura positiva de ponta de sonda vesical não é um exame laboratorial aceitável para o 
diagnóstico de infecção urinária. 
• As uroculturas devem ser obtidas através de técnica apropriada com coleta asséptica ou por 
sonda vesical. 
 (9) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO
• Notifique infecção pós-circuncisão em recém-nascido como SST-CIRC. 
Infecções do Trato Respiratório(10)
(PNEU-PNU1) Pneumonia definida clinicamente 
Critérios 
Radiológicos Sinais/Sintoma/ Laboratório 
 
 
 
 
 
61 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Para qualquer paciente, pelo menos um dos seguintes: 
• Febre (>38ºC) sem outra causa conhecida. 
• Leucopenia (<4.000 leuc/mm3) ou leucocitose (≥ 12.000 leuc/mm3). 
• Para adultos ≥ 70 anos, alteração do estado mental sem outra causa 
conhecida. 
e 
Pelo menos dois dos seguintes: 
• Início de escarro3 purulento ou alteração em sua característica4 ou 
aumento da secreção pulmonar ou aumento da necessidade de 
aspiração. 
• Início ou piora de tosse ou dispnéia ou taquipnéia. 
• Crepitações ou sons respiratórios bronquiais. 
Piora da troca gasosa (ex. desaturação de O2 [ex: PaO2/FiO2 ≤ 
240), aumento da necessidade de O2 ou aumento da demanda 
respiratória). 
Duas ou mais radiografias 
seriadas com pelo menos 
um dos seguintes1, 2: 
1. Infiltrado persistente novo 
 ou progressivo 
2. Consolidação 
3. Cavitação 
4. Pneumatocele em 
lactentes 
 ≤ 1 ano 
 
 
NOTA: Em pacientes sem 
doenças de base, cardíacas 
ou pulmonares (síndrome 
do desconforto respiratório, 
displasia broncopulmonar, 
edema pulmonar, DPOC), 
um exame radiológico 
definitivo é aceitável. 
Critérios alternativos para crianças ≤ 1 ano: 
• Piora da troca gasosa (ex. desaturação de O2, aumento da 
necessidade de O2 ou aumento da demanda respiratória). 
e 
Pelo menos três dos seguintes: 
• Temperatura instável sem outra causa conhecida. 
• Leucopenia (<4.000 leuc/mm3) ou leucocitose (≥ 15.000 leuc/mm3) e 
desvio para esquerda (≥ 10% bastonetes). 
• Início de escarro3 purulento ou alteração em sua característica4 ou 
aumento da secreção pulmonar ou aumento da necessidade de 
aspiração. 
• Apnéia, taquipnéia, batimentos de asas nasais com retração de arcos 
costais ou roncos. 
• Sibilos, crepitações ou roncos. 
• Tosse. 
 
 
 
 
 
62 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Bradicardia (< 100 bpm) ou Taquicardia (> 170 bpm). 
Critério alternativo para crianças > 1 ano ou ≤ 12 anos:
Ao menos três dos seguintes: 
• Febre (>38.4ºC) ou Hipotermia (<37ºC) sem outras causas. 
• Leucopenia (<4.000 leuc/mm3) ou leucocitose (≥ 15.000 leuc/mm3). 
• Início de escarro3 purulento ou alteração em sua característica4 ou 
aumento da secreção pulmonar ou aumento da necessidade de 
aspiração. 
• Início ou piora da tosse ou dispnéia, apnéia ou taquipnéia. 
• Creptações ou sons respiratórios bronquiais. 
Piora da troca gasosa (ex. desaturação de O2 [oxímetro de pulso < 
94%], aumento da necessidade de O2 ou aumento da demanda 
respiratória). 
Critérios 
Radiológicos Sinais/Sintomas Laboratório 
Duas ou mais 
radiografias seriadas 
com pelo menos um dos 
seguintes1,2: 
 
1. Infiltrado persistente 
novo ou 
 progressivo 
2. Consolidação 
3. Cavitação 
4. Pneumatocele em 
lactentes ≤ 1 ano 
NOTA: Em pacientes sem 
doenças de base, 
cardíacas ou pulmonares 
(síndrome do desconforto 
Pelo menos um dos 
seguintes: 
• Febre (>38ºC) sem outra 
causa 
 conhecida. 
• Leucopenia (<4.000 
leuc/mm3) ou 
 leucocitose ( ≥ 12.000 
leuc/mm3). 
• Para adultos ≥ 70 anos, 
alteração do estado mental 
sem outra causa conhecida. 
e Pelo menos um dos 
seguintes: 
 
Pelo menos um dos seguintes: 
• Hemocultura positiva sem outra 
causa conhecida. 
• Cultura positiva de fluído pleural. 
• Cultura quantitativa positiva de 
espécimes de trato respiratório 
inferior, minimamente contaminado 
(BAL ou escovado protegido). 
• ≥ 5% das células obtidas pelo BAL 
contendo bactérias intracelulares ao 
exame direto (ex.: Gram) 
• Exames histopatológico mostrando 
pelo menos uma das seguintes 
evidências de pneumonia: 
a. Formação de abscesso ou foco 
 
 
 
 
 
63 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
respiratório, displasia 
broncopulmonar, edema 
pulmonar, DPOC), um 
exame radiológico 
definitivo é aceitável. 
• Início de escarro3 purulento 
ou alteração em sua 
característica4 ou aumento 
da secreção pulmonar ou 
aumento da necessidade de 
aspiração. 
• Início ou piora de tosse ou 
 Dispnéia ou taquipnéia. 
• Crepitações ou sons 
respiratórios bronquiais. 
• Piora da troca gasosa 
(ex. desaturação de O2 ex: 
PaO2/FiO2 ≤ 240), aumento 
da 
(Necessidade de O2 ou 
aumento da demanda 
respiratória). 
 
de consolidação com intenso 
acúmulo de leucócitos 
polimorfonucleares em 
bronquíolos e alvéolos. 
b. Cultura quantitativa positiva de 
parênquima pulmonar9. 
c. Evidência de invasão do 
parênquima 
 Pulmonar de hifas ou pseudo-
hifas 
 Fúngicas. 
 
 
(PNEU-PNU2) - Pneumonia causada por vírus, Legionella, Chlamydia, Mycoplasma e outros. 
 Patógenos incomuns e com achados laboratoriais específicos 
Critérios 
Radiológicos Sinais/Sintomas Laboratório 
 
 
 
 
 
64 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Duas ou mais 
radiografias seriadas 
com pelo menos um 
dos seguintes1, 2: 
1. Infiltrado persistente 
 Novo ou progressivo 
2. Consolidação 
3. Cavitação 
4. Pneumatocele em 
lactentes ≤ 1 ano 
NOTA: Em pacientes 
sem doenças de base, 
cardíacas ou 
pulmonares (síndrome 
do desconforto 
respiratório, displasia 
broncopulmonar, 
edema pulmonar, 
DPOC), um exame 
radiológico definitivo é 
aceitável. 
Pelo menos um dos 
seguintes: 
• Febre (>38ºC) sem outra 
causa conhecida. 
• Leucopenia (<4.000 
leuc/mm3) ou leucocitose (≥ 
12.000 leuc/mm3). 
• Para adultos ≥ 70 anos, 
alteração do estado mental 
sem outra causa conhecida. 
e Pelo menos um dos 
seguintes: 
 
• Início de escarro3 purulento 
ou alteração em sua 
característica4 ou aumento 
da secreção pulmonar ou 
aumento da necessidade de 
aspiração. 
• Início ou piora de tosse ou 
dispnéia ou taquipnéia. 
• Crepitações ou sons 
respiratórios bronquiais. 
• Piora da troca gasosa (ex. 
desaturação de O2 [ex: 
PaO2/FiO2 ≤ 240), aumento 
da necessidade de O2 ou 
aumento da demanda 
respiratória). 
Ao menos um dos seguintes: 
• Cultura de secreção respiratória 
positiva para vírus ou Chlamydia. 
• Detecção de antígeno ou anticorpo 
para vírus em secreção respiratória 
 (ex: EIA, PCR, FAMA, outros). 
• Aumento de IgG em quatro vezes, em 
soros pareados, para determinado 
patógeno (ex: influenza, Chlamydia) 
• PCR positivo para Chlamydia ou 
Mycoplasma 
• Teste positivo de micro-IF para 
Chlamydia. 
• Cultura positiva ou visualização por 
micro-IF de Legionella spp. Desecreção ou tecido respiratório. 
• Detecção de antígeno da Legionella 
pneumophila sorogrupo 1 na urina por 
RIA ou EIA. 
• Aumento de anticorpos contra 
 L. pneumophila em quatro vezes, para 
título ≥ 1:128, para do sorogrupo 1, 
em soros pareados (fase aguda e 
convalescença), por IFA indireta. 
(PNEU-PNU3) - Pneumonia em pacientes imunossuprimidos 
Critérios 
 
 
 
 
 
65 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Radiológicos Sinais/Sintomas Laboratório 
Duas ou mais 
radiografias seriadas 
com pelo menos um 
dos seguintes1, 2: 
 
1. Infiltrado persistente 
 Novo ou progressivo 
2. Consolidação 
3. Cavitação 
4. Pneumatocele em 
 lactentes ≤ 1 ano 
 
 
NOTA: Em pacientes 
sem doenças de base, 
cardíacas ou 
pulmonares (síndrome 
do desconforto 
respiratório, displasia 
broncopulmonar, edema 
pulmonar, DPOC), um 
exame radiológico 
definitivo é aceitável. 
Paciente é imunossuprimido e tem 
pelo menos um dos seguintes: 
 
• Febre (>38ºC) sem outra causa 
conhecida. 
• Para adultos ≥ 70 anos, alteração do 
estado mental sem outra causa 
conhecida. 
• Início de escarro3 purulento ou 
alteração em sua característica4 ou 
aumento da secreção pulmonar ou 
aumento da necessidade de 
aspiração. 
• Início ou piora de tosse ou dispnéia 
ou 
 taquipnéia. 
• Crepitações ou sons respiratórios 
bronquiais. 
• Piora da troca gasosa (ex. 
desaturação de O2 [ex: PaO2/FiO2 ≤ 
240), aumento da necessidade de O2 
ou aumento da demanda respiratória). 
• Hemoptise. 
• Dor pleurítica. 
Pelo menos um dos 
seguintes: 
• Culturas positivas de 
Candida spp. Concordantes 
em sangue e escarro 
• Evidências de fungos ou 
Pneumocystis carinii de 
espécimes de trato 
respiratório inferior 
minimamente contaminado 
(ex: BAL ou escovado 
protegido) em um dos 
seguintes exames: 
a. microscopia direta 
b. cultura positiva para 
fungo. 
Qualquer um dos seguintes: 
• Critérios laboratoriais 
definidos em PNU2. 
1 - Ocasionalmente, em pacientes não-ventilados, o diagnóstico de pneumonia nosocomial 
pode ser simples, baseando-se em seus sinais e sintomas e em uma única e definitiva 
radiografia de tórax. Entretanto, em pacientes com doença pulmonar ou cardíaca (ex: doença 
pulmonar intersticial ou insuficiência cardíaca congestiva - ICC), o diagnóstico de pneumonia 
pode ser particularmente difícil. Outras condições não-infecciosas (ex: edema pulmonar 
secundário a ICC) podem simular uma pneumonia. Nestes casos mais difíceis radiografias 
 
 
 
 
 
66 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
seriadas devem ser avaliadas para auxiliar na diferenciação entre processos infecciosos e não-
infecciosos. Além disso, pode ser útil a revisão de radiografias realizadas na data do 
diagnóstico, 3 dias prévios a este e nos dias 2 e 7 após o diagnóstico. A pneumonia pode ter 
início e progressão rápidos, mas não se resolve rapidamente. Alterações radiográficas de 
pneumonia persistem por várias semanas. Assim sendo, a rápida resolução de imagens 
radiográficas sugere que o paciente não apresenta uma pneumonia, mas sim um processo 
não-infeccioso como atelectasia ou ICC. 
2 - Observe que há várias maneiras de se descrever as alterações radiográficas de uma 
pneumonia. Alguns, mas não todos os exemplos, seriam: “air-space disease”, opacificação 
focal e áreas não-uniformes de aumento de densidade. Apesar de muitas vezes não ser 
especificamente descrito pelo radiologista como pneumonia, em certas situações clínicas estas 
descrições alternativas poderiam ser consideradas como achados potencialmente positivos. 
3 - Escarro purulento é definido como a secreção dos pulmões, brônquios ou traquéia que 
contêm ≥25 neutrófilos e ≤10 células epiteliais escamosas por campo em pequeno aumento 
(x100). Se o seu laboratório fornece este resultado qualitativamente (ex: muitos neutrófilos ou 
poucas células epiteliais), certifique-se que os avaliadores seguem a definição de escarro 
purulento. Esta confirmação no laboratório é necessária, pois as descrições de purulência são 
muito variáveis. 
4 - Uma única amostra com escarro purulento ou com alteração de suas características não 
tem significado. Alterações repetidas durante o período de 24 horas seriam mais indicativas do 
início de um processo infeccioso. Estas modificções nas características do escarro referem-se 
à cor, consistência, odor e quantidade. 
5 - Em adultos, define-se taquipnéia como freqüência respiratória >25 ipm. Em lactentes 
prematuros com <37 semanas e até 40 semanas é definida como >75irpm; >60 irpm para <2 
meses; >50 irpm para pacientes de 2 a 12 meses e >30 irpm para crianças >1 ano. 
6 - Crepitações podem ser descritas como estertores. 
7 -Esta medida de oxigenação arterial é definida como a razão entre a tensão arterial (PaO2) 
pela fração inspirada de O2 (FiO2). 
8 - Deve-se ter cautela ao se determinar à etiologia da pneumonia em um paciente com 
hemoculturas positivas e evidência radiológica de pneumonia, especialmente em pacientes 
submetidos a procedimentos invasivos como cateter intravascular ou sonda vesical. Em geral, 
 
 
 
 
 
67 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
em um paciente imunocomprometido, estafilococos coagulase negativo, contaminantes 
comuns de pele e fungos isolados em hemoculturas não serão os agentes etiológicos da 
pneumonia. 
9 - Na Tabela A-2.1 encontram-se os valores a serem considerados para o número de colônias 
de bactérias em culturas para o diagnóstico de pneumonia. O aspirado endotraqueal não é um 
espécime minimamente contaminado, sendo assim, ele não atinge os critérios laboratoriais 
para diagnóstico. 
10 - Uma vez que um caso laboratorialmente confirmado de pneumonia causada por vírus 
sincicial respiratório (VSR), adenovírus ou influenza foi identificado em um hospital, o 
diagnóstico clínico presuntivo de casos subseqüentes com sinais e sintomas clínicos similares 
é um critério aceitável para definição de infecção nosocomial. 
11 - Escarro aquoso ou fluído é comumente encontrado em pacientes adultos com pneumonia 
por Mycoplasma, apesar de algumas vezes o escarro poder ser mucopurulento. Em lactentes, 
a pneumonia por VSR ou influenza pode causar escarro copioso. Pacientes com pneumonia 
viral ou por Mycoplasma, exceto recém-nascidos prematuros, podem cursar com poucos sinais 
e sintomas mesmo se apresentarem radiografias com infiltrado significativo. 
12 - Pode haver pequena quantidade de bactérias nas secreções de pacientes com pneumonia 
por Legionella spp. Mycoplasma ou vírus. 
13 - Pacientes imunocomprometidos incluem aqueles com neutropenia (neutrófilos <500/mm3), 
leucemia, linfoma, HIV positivo com contagem de células CD4 <200/mm3 ou esplenectomia; 
transplantados; pacientes submetidos a quimioterapia citotóxica, a altas doses de corticóides 
ou outros imunossupressores diariamente por >2 semanas [ex: >40mg de prednisona ou seus 
equivalentes (>160mg de hidrocortisona, >32mg de metilprednisolona, >6mg de 
dexametasona, >200mg de cortisona) 
14 - O intervalo entre a coleta do sangue e do escarro deve ser de até 48 horas. 
15 - Culturas semiquantitativas ou não-quantitativas de escarro obtido por tosse, indução, 
aspiração ou lavado são aceitáveis. Se o resultado de culturas quantitativas estiver disponível, 
utilize os algoritmos que incluem estes exames laboratoriais.SIGLAS 
BAL – lavado broncoalveolar 
EIA – ensaio imunoenzimático 
 
 
 
 
 
68 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
FAMA – anticorpo fluorescente marcador de antígeno de membrana 
IFA – anticorpo imunofluorescente 
LRT – trato respiratório inferior 
PCR – reação em cadeia de polimerase 
RIA – radioimunoensaio 
(10) INSTRUÇÕES DE NOTIFICAÇÃO
• Há uma hierarquia entre as categorias de sítio específico das pneumonias. Mesmo que 
o paciente preencha critérios para mais de um sítio específico, notifique da seguinte 
forma: 
- Se há critérios para PNU1 e PNU2, notifique PNU2. 
- Se há critérios para PNU2 e PNU3, notifique PNU3. 
- Se há critérios para PNU1 e PNU3, notifique PNU3. 
• Notifique a ocorrência concomitante de infecção do trato respiratório inferior (ex: 
abscesso ou empiema) e pneumonia pelo mesmo microrganismo como pneumonia. 
• Notifique abscesso pulmonar ou empiema sem pneumonia como LUNG. 
• Notifique bronquite aguda, traqueíte, traqueobronquite ou bronquiolite sem pneumonia 
como BRON. 
 
3. Sistema Nacional de Informação para o controle das Infecções em Serviços de 
Saúde - SINAIS 
 
Os SINAIS é um sistema desenvolvido pela ANVISA para agilizar o 
acompanhamento de indicadores de infecção hospitalar, permitindo total flexibilidade na 
montagem do programa de monitoramento e utilizando os critérios desenvolvidos pelo 
CDC – Atlanta/EUA e preconizados pelo Ministério da Saúde. O acompanhamento das 
infecções é feito em tempo real pelos serviços de saúde que alimentam um banco de 
dados nacional acessível a gestores municipais, estaduais e ao governo federal. 
Com os SINAIS, as ações básicas de controle de infecções podem ser priorizadas, 
de acordo com as diferentes realidades, poupando esforços e potencializando 
investimentos. 
 
 
 
 
 
69 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
O programa elabora diversos relatórios a partir dos dados alimentados pelos 
serviços, os cálculos das taxas, portanto são informatizados e agrupados de forma a 
facilitar o acompanhamento dos dados ao longo do tempo, é uma ferramenta para a 
CCIH. 
Para implantar o SINAIS o Serviço de saúde deverá acessar a página 
www.anvisa.gov.br, entrar em áreas de atuação → serviços de saúde → controle de 
infecção → SINAIS cadastrar-se e seguir as orientações contidas nesta página. 
É importante resaltar que o uso do programa é gratuito assim como suas 
atualizações, os SINAIS possibilitarão a elaboração de indicadores nacionais bem como a 
definição de padrões de infecção hospitalar aceitáveis, baseados na realidade brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
Bibliográfia Consultada 
 
1) From: Horan TC, Gaynes RP. Surveillance of nosocomialinfections. In:Hospital 
Epidemiology and Infection Control, 3rd ed., Mayhall CG, editor. Philadelphia:Lippincott 
Williams & Wilkins, 2004:1659-1702. 
 
 
2) Haley RW. et al. - In Bennet,J.;Brachman,P. eds.Hospital Infectios, 3rd ed. Boston: 
Little, Brown, 79-108,1992. 
 
 
3) Langmuir AD, NEJM 1963; 268:182. 
 
 
4) Manual de Epidemiologia Aplicada ao Controle de infecções Hospitalares e 
Serviços correlatos / Coordenador Crésio Romeu Pereira. São Paulo: Associação 
Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar, 2000. 
 
 
5) Pearl, TM. In Wenzel RP - Prevention and Control of Nosocomial Infections, 2 ed. 
Williams & Wilkins, Baltimore, 139-176,1994. 
 
 
6) Portaria nº 2.616/MS/GM, de 12 de maio de 1998. 
 
 
7) Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares, Curso infecção relacionada à 
assistência à Saúde – IRAS – versão 1.0 São Paulo UNIFESP/ANVISA 2004. 
 
 
8) AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Disponível em 
<www.anvisa.gov.br>, acesso em 27/01/2006. 
 
 
 
 --------------------FIM MÓDULO III -------------------

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