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BOTÂNICA Fungos glomeromicetos

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Glomeromicetos - Filo Glomeromycota
Embora apenas cerca de 200 espécies de glomeromicetos tenham sido descritas até o momento, as sequências moleculares de amostras obtidas no meio ambiente indicam que esses fungos muito importantes apresentem enorme diversidade, embora ainda não tenha sido descrita. Os glomeromicetos são de grande importância ecológica. Todas as espécies conhecidas crescem v às raízes, formando micorrizas, que literalmente significa “raízes com fungos”. De fato, os glomeromicetos não podem crescer independentemente de suas plantas hospedeiras, de modo que eles não podem crescer em cultura. O tipo de micorriza formada pelos glomeromicetos é denominado micorriza arbuscular (MA), e os glomeromicetos são comumente designados como fungos de MA. (Adiante discutiremos as micorrizas com mais detalhes.)
Os glomeromicetos são disseminados e estão presentes em cerca de 80% das plantas vasculares. Apresentam hifas principalmente cenocíticas e só se reproduzem de modo assexuado por meio de esporos multinucleados inusitadamente grandes (Figura 14.17), que são produzidos embaixo da terra.
 Glomeromicetos (160 espécies): Há pouco tempo as espécies do filo Glomeromycota estavam agrupadas em Zygomycota. No entanto, estudos recentes com o DNA de centenas de espécies mostraram que essas espécies formam um clado (grupo) separado. Elas têm grande valor ecológico, pois formam associações mutualísticas (micorrizas) com diversas espécies de plantas.
Os fungos micorrízicos arbusculares pertencentes ao filo glomeromycota e classe glomeromycetes, são organismos biotróficos obrigatórios que estabelecem relação simbiótica mutualista com raízes de angiospermas, gimnospermas, além de alguns representantes das briófitas e pteridófitas.
Os FMAs possuem papel importante na manutenção da diversidade e produtividade dos ecossistemas vegetais terrestres (SOUZA et al., 2010). Em razão do aumento da produtividade da biomassa vegetal que proporcionam, têm incrementado a dinâmica e aporte de nutrientes ao solo via serrapilheira e colaborado com o aumento do dreno de C da atmosfera (LEAKE et al., 2004). Além disso, os FMAs podem ainda determinar o padrão de sucessão de uma comunidade vegetal.
Os FMAs vêm sendo considerados como parâmetro crítico para uma eficiente recuperação da cobertura vegetal de áreas degradadas.
Assim, reconhecer atributos das comunidades nativas de FMAs como indicadores de impactados tanto ambientais quanto de práticas conservacionistas do solo, permitirão inferir mais eficientemente sobre a sua diversidade funcional (SCHREINER et al., 2007), utilizá-los como instrumento de medida da qualidade do solo e viabilizar a sua aplicabilidade como um insumo biotecnológico, sobretudo na recuperação de áreas degradadas com potencial para explorações agrícolas sustentáveis.
Os FMAs são fungos do solo que fazem associação simbiótica com a maioria das plantas. A planta, através da fotossíntese, fornece energia e carbono para a sobrevivência e multiplicação dos fungos, enquanto estes absorvem nutrientes minerais e água do solo transferindo-os para as raízes da planta, estabelecendo assim a simbiose mutualística
Filo Glomeromycota – classe glomeromicetos
As ectomicorrizas são encontradas em 10% de todas as famílias de plantas vasculares, sendo comuns em eucaliptos, pinheiros e roseiras. Os fungos desta associação são normalmente das divisões Ascomicetos, Zigomicetos ou Basidiomicetos. A interação fungo-planta pode ocorrer de maneira especifica ou generalista. O gênero de fungo Amanita, por exemplo, está presente em micorrizas com muitos grupos de plantas. É importante ressaltar que uma mesma planta pode se associar com várias espécies de fungos ao mesmo tempo, criando relações altamente complexas. Por ocorrerem fora do tecido vegetal, as ectomicrorrizas são caracterizadas pela formação de uma rede de hifas na superfície das células do córtex radicular. Micélios fungais podem crescer distantes da raiz, produzindo uma intrincada malha com o solo e com outros fungos. Devido a estas extensões no solo, muitas vezes os fungos transmitem para a planta nutrientes, como carbono e nitrogênio.
As endomicorrizas ocorrem de formas distintas, sendo categorizadas em micorriza arbuscular, ericoide e orquidoide. O primeiro tipo, arbuscular, é assim chamado devido a formação de reentrâncias segmentadas dentro das membranas das células da raiz, similares a um arbusto. Esta forma ampliaria a superfície de contato entre o fungo e o citoplasma da célula vegetal, facilitando a transferência de nutrientes entre eles. Estas endomicorrizas são as mais comuns na natureza, ocorrendo em mais de 80% das famílias de plantas, além de ser uma das relações ecológicas mais antigas conhecida, com fósseis e análises de DNA apontando para sua ocorrência há mais de 400 milhões de anos. Este tipo de mutualismo ocorre apenas com os fungos da divisão Glomeromicetos, cujas hifas produzem a glicoproteína glomalina, uma das maiores reservas de carbono do solo no planeta. A endomicrorriza ericóide é caracterizada pelo crescimento de hifas espiraladas nas camadas superficiais das células da planta hospedeira. As hifas fungais colonizam de maneira modesta o meio externo ao redor da raiz, onde elas realizam um tipo de digestão extracelular conhecido como saprotrofismo. Deste modo, o fungo absorve matéria orgânica em decomposição, o que também nutre os tecidos do vegetal com nutrientes essenciais. A endomicorriza orquidóide ocorre compulsoriamente em todas as espécies de orquídeas em algum estágio do seu desenvolvimento. As hifas dos fungos da divisão Basidiomicetos penetram as células da raiz e formam uma espiral típica.
As associações demicorrizas provavelmente foram importantes namigração das plantas para a terra. Um estudo de fósseis de plantas primitivas revelou que as associações de endomicorrizas eram tão frequentes naquela época quanto o são nas suas descendentes modernas (Figura 14.47). As primeiras micorrizas arbusculares têm sua origem nas primeiras plantas terrestres semelhantes a briófitas, há pelo menos 400 milhões de anos. Esse achado levou K. A. Pirozynski e D. W. Malloch a sugerir que a evolução das associações das micorrizas pode ter representado um passo crítico na colonização do ambiente terrestre pelas plantas. Tendo em vista os solos pouco favoráveis que estavam disponíveis na época das primeiras colonizações, o papel dos fungos das micorrizas (provavelmente glomeromicetos) pode ter sido de significado crucial, particularmente para facilitar a captação de fósforo e de outros nutrientes. Foi demonstrada relação semelhante entre plantas contemporâneas colonizando solos extremamente pobres em nutrientes, tais como as áreas de mineração: os indivíduos com endomicorrizas têm uma probabilidade muito maior de sobreviver. Por conseguinte, pode não ter sido um único organismo, mais sim uma associação simbiótica de organismos, comparável à dos liquens, que inicialmente invadiu a terra firme.

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