Buscar

Lingua Portuguesa para concurso

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 218 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 218 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 218 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Prefeitura de Goiânia/GO 
Assistente Administrativo Educacional
1. Interpretação textual: efeitos de sentido, hierarquia dos sentidos do texto, situação comunicativa, 
pressuposição, inferência, ambiguidade, ironia, figurativização, polissemia, intertextualidade, linguagem 
não-verbal................................................................................................................................................... 1
2. Modos de organização do texto: descrição, narração, exposição, argumentação, diálogo e esquemas 
retóricos (enumeração de ideias, relações de causa e consequência, comparação, gradação, oposição 
etc.) ........................................................................................................................................................ 24
3. Estrutura textual: progressão temática, parágrafo, período, oração, pontuação, tipos de discurso, 
mecanismos de estabelecimento da coerência, coesão lexical e conexão sintática ............................... 46
4. Gêneros textuais: editorial, notícia, reportagem, resenha, crônica, carta, artigo de opinião, relatório, 
parecer, ofício, charge, tira, pintura, placa, propaganda institucional/educacional etc .......................... 107
5. Estilo e registro: formalidade e informalidade, variação linguística, formas de tratamento, propriedade 
lexical, adequação comunicativa ............................................................................................................ 120
6. Norma padrão: ortografia, regência, concordância nominal e verbal, flexão verbal e nominal, pronome, 
advérbio, adjetivo, conjunção, preposição ............................................................................................. 137
Candidatos ao Concurso Público,
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para 
dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova.
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe:
- Apostila (concurso e cargo);
- Disciplina (matéria);
- Número da página onde se encontra a dúvida; e
- Qual a dúvida.
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la.
Bons estudos!
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
1
1. Interpretação textual: efeitos de sentido, hierarquia dos sentidos do texto, 
situação comunicativa, pressuposição, inferência, ambiguidade, ironia, 
figurativização, polissemia, intertextualidade, linguagem não-verbal
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas, enviar material complementar (caso tenha tempo 
excedente para isso e sinta necessidade de aprofundamento no assunto) e receber suas sugestões. Muito 
zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou 
dúvida conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao 
cliente para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.
com.br
Interpretação de texto
A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao conhecimento, portanto, precisamos aprender a 
ler e não apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade, é dar sentido à vida e ao mundo, 
é dominar a riqueza de qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, narrativo, possibilidades 
que se misturam e as tornam infinitas. É preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte de pensar, 
de captar ideias, de investigar as palavras… Para isso, devemos entender, primeiro, algumas definições 
importantes:
Texto
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de organização e transmissão de ideias, 
conceitos e informações de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um símbolo, um 
sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de televisão também são formas textuais.
Interlocutor
É a pessoa a quem o texto se dirige.
Texto-modelo
“Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você, uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso 
todo mundo sente. Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando. Quem aguenta ver o 
namorado conversando todo animado com outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? (…)
É normal você querer o máximo de atenção do seu namorado, das suas amigas, dos seus pais. Eles 
são a parte mais importante da sua vida.”
(Revista Capricho)
Modelo de Perguntas
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar quem é o seu interlocutor preferencial?
Um leitor jovem.
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que permitem a você identificar o interlocutor 
preferencial do texto?
Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor preferencial do texto: uma jovem adolescente, 
que pode ser acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista Capricho tem como público-alvo 
preferencial: meninas adolescentes.
A linguagem informal típica dos adolescentes.
09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura;
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos duas vezes;
04) Inferir;
05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão;
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
2
08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
09) O autor defende ideias e você deve percebê-las;
Fonte: http://portuguesemfoco.com/09-dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas/
Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar inúmeros problemas, afetando não só o 
desenvolvimento profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O mundo moderno cobra de nós 
inúmeras competências, uma delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a uma boa 
comunicação verbal, mas também à capacidade de entender aquilo que está sendo lido. O analfabetismo 
funcional está relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas do código, pois a leitura mecânica 
é bem diferente da leitura interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e criar inferências. 
Para que você não sofra mais com a análise de textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar 
suas dúvidas.
Uma interpretação de texto competente depende de inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de 
contemplar alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas vezes, apressados, descuidamo-
nos das minúcias presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente, o que 
não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, sempre releia, pois uma segunda leitura pode 
apresentar aspectos surpreendentes que não foram observados anteriormente. Para auxiliar na busca de 
sentidos do texto, você pode também retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso 
certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não estão 
organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é porque 
ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando 
ideias supracitadas ou apresentando novos conceitos.
Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumentativos 
não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. 
Devemos nos ater às ideias do autor, issonão quer dizer que você precise ficar preso na superfície do 
texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê 
com cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto funcional e ler com atenção 
é um exercício que deve ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós leitores 
proficientes e sagazes. Agora que você já conhece nossas dicas, desejamos a você uma boa leitura e 
bons estudos!
Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-uma-boa-interpretacao-texto.html
Questões
( Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP – Vunesp) 
O uso da bicicleta no Brasil
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil ainda conta com poucos adeptos, em 
comparação com países como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta é um dos principais 
veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa 
comparação entre todos os meios de transporte, um dos que oferecem mais vantagens. 
A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas e a outros veículos que, por lei, devem andar 
na via e jamais na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos considerados veículos, com 
direito de circulação pelas ruas e prioridade sobre os automotores.
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à bicicleta no dia a dia são: a valorização da 
sustentabilidade, pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não consomem petróleo e 
produzem muito menos sucata de metais, plásticos e borracha; a diminuição dos congestionamentos por 
excesso de veículos motorizados, que atingem principalmente as grandes cidades; o favorecimento da 
saúde, pois pedalar é um exercício físico muito bom; e a economia no combustível, na manutenção, no 
seguro e, claro, nos impostos.
No Brasil, está sendo implantado o sistema de compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, 
por exemplo, o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitura, em parceria com o sistema 
de Bicicletas SAMBA, com quase um ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, 
Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país aderirem a esse sistema, mais duas capitais já estão 
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
3
com o projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do compartilhamento é semelhante em todas as 
cidades. Em Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo site. O valor do passe mensal é R$ 
10 e o do passe diário, R$ 5, podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das 6h às 22h, nas duas 
modalidades. Em todas as cidades que já aderiram ao projeto, as bicicletas estão espalhadas em pontos 
estratégicos.
A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção não está consolidada em nossa sociedade. 
Muitos ainda não sabem que a bicicleta já é considerada um meio de transporte, ou desconhecem as 
leis que abrangem a bike. Na confusão de um trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas, 
ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas vezes, discussões e acidentes que poderiam 
ser evitados. 
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A verdade é que, quando expostos nas vias 
públicas, eles estão totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso é tão importante usar 
capacete e outros itens de segurança. A maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e 
caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos ciclistas. Mas muitos ciclistas também 
ignoram seus direitos e deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de vida e usá-la como 
meio de locomoção precisa compreender que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para 
poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser 
equipadas com campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, além de espelho 
retrovisor do lado esquerdo.
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado)
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de locomoção nas metrópoles brasileiras
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra devido à falta de regulamentação.
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido incentivado em várias cidades.
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela maioria dos moradores.
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os demais meios de transporte.
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade arriscada e pouco salutar.
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos objetivos centrais do texto é
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do ciclista.
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é mais seguro do que dirigir um carro.
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta no Brasil.
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio de locomoção se consolidou no Brasil.
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista deve dar prioridade ao pedestre.
03. (Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP – Vunesp) Considere o cartum de Evandro Alves.
Afogado no Trânsito
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br)
Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto concluir que um dos temas diretamente 
explorados no cartum é
(A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas.
(B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas.
(C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas.
(D) o número excessivo de automóveis nas ruas.
(E) o uso de novas tecnologias no transporte público.
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
4
04. Considere o cartum de Douglas Vieira.
Televisão
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br. Adaptado)
É correto concluir que, de acordo com o cartum, 
(A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro ou pela TV são equivalentes.
(B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma imaginação mais ativa.
(C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém que não sabe se distrair.
(D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto assistir a um programa de televisão.
(E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo idêntico, embora ler seja mais prazeroso.
(Oficial Estadual de Trânsito - DETRAN-SP - Vunesp) Leia o texto para responder às questões: 
Propensão à ira de trânsito
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista 
mais seguro do mundo, existem muitas variáveis de risco no trânsito, como clima, acidentes de trânsito e 
obras nas ruas. 
E com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas não são apenas maus motoristas, 
sem condições de dirigir, mas também se engajam num comportamento de risco – algumas até agem 
especificamente para irritar o outro motorista ou impedir que este chegue onde precisa.
Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá ter antes de passar para a ira de trânsito de fato, 
levando um motorista a tomar decisões irracionais.
Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante. Para muitos de nós, os carros são a extensão 
de nossa personalidade e podem ser o bem mais valioso que possuímos. Dirigir pode ser a expressão de 
liberdade para alguns, mas também é uma atividade que tende a aumentar os níveis de estresse, mesmo 
que não tenhamos consciência disso no momento.
Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que entra no trânsito, você se junta a uma 
comunidade de outros motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao volante. Os 
psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um dos fatores da ira de trânsito é a tendência de nos 
concentrarmos em nós mesmos, descartando o aspecto comunitário do ato de dirigir.
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o Dr. James acredita que a causa principalda 
ira de trânsito não são os congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim como nossa cultura 
visualiza a direção agressiva. As crianças aprendem que as regras normais em relação ao comportamento 
e à civilidade não se aplicam quando dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais envolvidos em 
comportamentos de disputa ao volante, mudando de faixa continuamente ou dirigindo em alta velocidade, 
sempre com pressa para chegar ao destino.
Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva 
era descarregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a descarga de frustrações não ajuda 
a aliviar a raiva. Em uma situação de ira de trânsito, a descarga de frustrações pode transformar um 
incidente em uma violenta briga.
Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas aconteçam algumas vezes. A maioria das 
pessoas está predisposta a apresentar um comportamento irracional quando dirige. Dr. James vai ainda 
além e afirma que a maior parte das pessoas fica emocionalmente incapacitada quando dirige. O que 
deve ser feito, dizem os psicólogos, é estar ciente de seu estado emocional e fazer as escolhas corretas, 
mesmo quando estiver tentado a agir só com a emoção.
(Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.uol.com.br/furia-no-transito1 .htm. Acesso em: 
01.08.2013. Adaptado)
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
5
05. Tomando por base as informações contidas no texto, é correto afirmar que
(A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à medida que os motoristas se envolvem em 
decisões conscientes.
(B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas pela constante preocupação dos motoristas 
com o aspecto comunitário do ato de dirigir.
(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é o principal motivo que provoca, nos 
motoristas, uma direção agressiva.
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de experiências e atividades não só individuais como 
também sociais.
(E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle das emoções positivas por parte dos motoristas. 
06. A ira de trânsito
(A) aprimora uma atitude de reconhecimento de regras.
(B) implica tomada de decisões sem racionalidade.
(C) conduz a um comportamento coerente.
(D) resulta do comportamento essencialmente comunitário dos motoristas.
(E) decorre de imperícia na condução de um veículo.
07. De acordo com o perito Dr. James,
(A) os congestionamentos representam o principal fator para a ira no trânsito.
(B) a cultura dos motoristas é fator determinante para o aumento de suas frustrações.
(C) o motorista, ao dirigir, deve ser individualista em suas ações, a fim de expressar sua liberdade e 
garantir que outros motoristas não o irritem.
(D) a principal causa da direção agressiva é o desconhecimento das regras de trânsito.
(E) o comportamento dos pais ao dirigirem com ira contradiz o aprendizado das crianças em relação 
às regras de civilidade.
Respostas
1. (B) / 2. (A) / 3. (D) / 4. (B) / 5. (D) / 6. (B) / 7. (E)
Inferências
Com o advento das novas tecnologias a leitura e interpretação de textos ganham novos significados 
e dimensões. Se antes liam-se somente textos literários, hoje é possível encontrar uma imensa gama 
de diferentes tipos de textos. Assim, o exercício da leitura demanda cada vez mais o levantamento de 
hipóteses, comparações, associações e inferências.
De acordo com o dicionário Houaiss o termo “inferir” significa: concluir pelo raciocínio, a partir de fatos, 
indícios; deduzir. No contexto de interpretação de textos, a inferência enquadra-se na ação de analisar as 
informações implícitas e explícitas com o intuito de alcançar conclusões.
Segue abaixo uma ilustração para análise exemplificação.
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
6
Na imagem há uma combinação de linguagem verbal e não verbal, juntas elas fornecem o insumo 
necessário para o bom entendimento e compreensão da temática.
Em uma leitura superficial, uma leitura sem inferências, o leitor poderia cair no erro de não perceber 
a intenção real do autor, a denúncia sobre a violência. Portanto, para realizar uma boa interpretação é 
necessário atentar-se aos detalhes e fazer certos questionamentos como:
- Por que o Cristo Redentor sente-se “incomodado” e “exposto a riscos”?
- O que significam as balas que o cercam por todos os lados?
- Por que o Cristo Redentor está usando colete à prova de balas?
A partir de questionamentos como os citados acima é possível adentrar no contexto social, Rio de 
Janeiro violento, que instaura críticas e denúncias a determinada realidade.
Portanto, ao inferir, o leitor é capaz de constatar os detalhes ocultos que transformam a leitura simples 
em uma leitura reflexiva.
Ambiguidade
Ela surge quando algo que está sendo dito admite mais de um sentido, comprometendo a compreensão 
do conteúdo. Isso pode suscitar dúvidas no leitor e levá-lo a conclusões equivocadas na interpretação do 
texto. A ambiguidade é um dos problemas que podem ser evitados.
A inadequação ou a má colocação de elementos como pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e 
até mesmo enunciados inteiros podem acarretar em duplo sentido, comprometendo a clareza do texto. 
Observe os exemplos que seguem: 
“O professor falou com o aluno parado na sala” 
Neste caso, a ambiguidade decorre da má construção sintática deste enunciado. Quem estava parado 
na sala? O aluno ou o professor? A solução é, mais uma vez, colocar “parado na sala” logo ao lado do 
termo a que se refere: “Parado na sala, o professor falou com o aluno”; ou “O professor falou com o aluno, 
que estava parado na sala”. 
“A polícia cercou o ladrão do banco na Rua Santos.”
 
O banco ficava na Rua Santos, ou a polícia cercou o ladrão nessa rua? A ambiguidade resulta da 
má colocação do adjunto adverbial. Para evitar isso, coloque “na Rua Santos” mais perto do núcleo de 
sentido a que se refere: “Na rua Santos, a polícia cercou o ladrão”; ou “A polícia cercou o ladrão do banco 
que localiza-se na rua Santos”. 
“Pessoas que consomem bebidas alcoólicas com frequência apresentam sintomas de irritabilidade e 
depressão.”
Mais uma vez a duplicidade de sentido é provocada pela má colocação do adjunto adverbial. Assim, 
pode-se entender que “As pessoas que, com frequência, consomem bebidas alcoólicas apresentam 
sintomas de irritabilidade e depressão” ou que “As pessoas que consomem bebidas alcoólicas apresentam, 
com frequência, sintomas de irritabilidade e depressão”.
Em certos casos, a ambiguidade pode se transformar num importante recurso estilístico na construção 
do sentido do texto. O apelo a esse recurso pode ser fundamental para provocar o efeito polissêmico 
do texto. Os textos literários, de maneira geral (como romances, poemas ou crônicas), são textos com 
predomínio da linguagem conotativa (figurada). Nesse caso, o caráter metafórico pode derivar do emprego 
deliberado da ambiguidade.
Podemos verificar a presença da ambiguidade como recurso literário analisando a letra da canção 
“Jack Soul Brasileiro”, do compositor Lenine.
Já que sou brasileiro
E que o som do pandeiro é certeiro e tem direção
Já que subi nesse ringue
E o país do suingue é o país da contradição
Eu canto pro rei da levada
Na lei da embolada, na língua da percussão
A dança, a muganga, o dengo
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
7
A ginga do mamulengo
O charme dessa nação (...)
Podemos observar que o primeiro verso (“Já que sou brasileiro”) permite até três interpretações 
diferentes. A primeira delas corresponde ao sentido literal do texto, em que o poeta afirma-se como 
brasileiro de fato. A segunda interpretação permite pensar em uma referência ao cantor e compositor 
Jackson do Pandeiro - o “Zé Jack” -, um dos maiores ritmistas de todos os tempos, considerado um ícone 
dahistória da música popular brasileira, de quem Lenine se diz seguidor. A terceira leitura para esse verso 
seria a referência à “soul music” norte-americana, que teve grande influência na música brasileira a partir 
da década de 1960.
 
Na publicidade, é possível observar o “uso e o abuso” da linguagem plurissignificante, por meio 
dos trocadilhos e jogos de palavras. Esse procedimento visa chamar a atenção do interlocutor para a 
mensagem. Para entender melhor, vamos analisar a seguir um anúncio publicitário veiculado por várias 
revistas importantes.
Sempre presente - Ferracini Calçados
 O slogan “Sempre presente” pode apresentar, de início, duas leituras possíveis: o calçado Ferracini é 
sempre uma boa opção para presentear alguém; ou, ainda, o calçado Ferracini está sempre presente em 
qualquer ocasião, já que, supõe-se, pode ser usado no dia a dia ou em uma ocasião especial.
Figuras de Linguagem
Também chamadas Figuras de Estilo, são recursos especiais de que se vale quem fala ou escreve, 
para comunicar à expressão mais força e colorido, intensidade e beleza.
Podemos classificá-las em três tipos:
- Figuras de Palavras (ou tropos);
- Figuras de Construção (ou de sintaxe);
- Figuras de Pensamento.
Figuras de Palavra
Compare estes exemplos:
O tigre é uma fera. (fera = animal feroz: sentido próprio, literal, usual)
Pedro era uma fera. (fera = pessoa muito brava: sentido figurado, ocasional)
No segundo exemplo, a palavra fera sofreu um desvio na sua significação própria e diz muito mais do 
que a expressão vulgar “pessoa brava”. Semelhantes desvios de significação a que são submetidas as 
palavras, quando se deseja atingir um efeito expressivo, denominam-se figuras de palavras ou tropos (do 
grego trópos, giro, desvio).
São as seguintes as figuras de palavras:
Metáfora: consiste em atribuir a uma palavra características de outra, em função de uma analogia 
estabelecida de forma bem subjetiva.
“Meu verso é sangue” (Manuel Bandeira)
Observe que, ao associar verso a sangue, o poeta estabeleceu uma analogia entre essas duas 
palavras, vendo nelas uma relação de semelhança. Todos os significados que a palavra sangue sugere 
ao leitor passam também para a palavra verso.
Os poetas são mestres na citação de metáforas surpreendentes, ricas em significados. Exemplo:
“Ó minha amada
Que olhos os teus
São cais noturnos
Cheios de adeus.” 
Vinícius de Moraes
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
8
A metáfora é uma espécie de comparação sem a presença de conectivos do tipo como, tal como, assim 
como etc. Quando esses conectivos aparecem na frase, temos uma comparação e não uma metáfora. 
Exemplo:
“A felicidade é como a gota de orvalho
numa pétala de flor.
Brilha tranquila, depois de leve oscila
e cai como uma lágrima de amor.” 
Vinícius de Moraes
Comparação: é a comparação entre dois elementos comuns; semelhantes. Normalmente se emprega 
uma conjunção comparativa: como, tal qual, assim como.
“Sejamos simples e calmos
Como os regatos e as árvores” 
Fernando Pessoa
Metonímia: consiste no emprego de uma palavra por outra com a qual ela se relaciona. Ocorre a 
metonímia quando empregamos:
- o autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Jorge Amado (observe que o nome do autor 
está sendo usado no lugar de suas obras).
- o efeito pela causa e vice-versa. Exemplos: Ganho a vida com o suor do meu rosto. (o suor é o 
efeito ou resultado e está sendo usado no lugar da causa, ou seja, o “trabalho”); Vivo do meu trabalho. (o 
trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado, ou seja, o “lucro”).
- o continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de doces. (a palavra caixa, que 
designa o continente ou aquilo que contém, está sendo usada no lugar da palavra doces, que designaria 
o conteúdo).
- o abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A velhice deve ser respeitada. (o abstrato velhice 
está no lugar do concreto, ou seja, pessoas velhas).Ele tem um grande coração. (o concreto coração está 
no lugar do abstrato, ou seja, bondade).
- o instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Ele é bom volante. (o termo volante está sendo 
usado no lugar do termo piloto ou motorista).
- o lugar pelo produto. Exemplo: Gosto muito de tomar um Porto. (o produto vinho foi substituído pelo 
nome do lugar em que é feito, ou seja, a cidade do Porto).
- o símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Os revolucionários queriam o trono. (a palavra 
trono, nesse caso, simboliza o império, o poder).
- a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os necessitados. (a parte teto está no lugar do todo, 
“a casa”).
- o indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: Ele foi o judas do grupo. (o nome próprio Judas está 
sendo usado como substantivo comum, designando a espécie dos homens traidores).
- o singular pelo plural. Exemplo: O homem é um animal racional. (o singular homem está sendo 
usado no lugar do plural homens).
- o gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais somos imperfeitos. (a palavra mortais 
está no lugar de “seres humanos”).
- a matéria pelo objeto. Exemplo: Ele não tem um níquel. (a matéria níquel é usada no lugar da coisa 
fabricada, que é “moeda”).
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
9
Observação: Os últimos 5 casos recebem também o nome de Sinédoque.
Perífrase: é a substituição de um nome por uma expressão que facilita a sua identificação. Exemplo: 
O país do futebol acredita no seu povo. (país do futebol = Brasil)
Sinestesia: é a mistura de sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
“O vento frio e cortante balança os trigais dourados e macios que se estendiam pelo campo.” (frio e 
cortante = tato / dourados e macios = visão + tato)
Catacrese: consiste em transferir a uma palavra o sentido próprio de outra, utilizando-se formas já 
incorporadas aos usos da língua. Se a metáfora surpreende pela originalidade da associação de ideias, 
o mesmo não ocorre com a catacrese, que já não chama a atenção por ser tão repetidamente usada. 
Exemplo: Ele embarcou no trem das onze. (originariamente, a palavra embarcar pressupõe barco e não 
trem).
Antonomásia: ocorre quando substituímos um nome próprio pela qualidade ou característica que o 
distingue. Exemplo: O Poeta dos Escravos é baiano. (Poeta dos Escravos está no lugar do nome próprio 
Castro Alves, poeta baiano que se distinguiu por escrever poemas em defesa dos escravos).
Figuras de Construção
Compare as duas maneiras de construir esta frase:
Os homens pararam, o medo no coração.
Os homens pararam, com o medo no coração.
Nota-se que a primeira construção é mais concisa e elegante. Desvia-se da norma estritamente 
gramatical para atingir um fim expressivo ou estilístico. Foi com esse intuito que assim a redigiu Jorge 
Amado.
A essas construções que se afastam das estruturas regulares ou comuns e que visam transmitir à frase 
mais concisão, expressividade ou elegância dá-se o nome de figuras de construção ou de sintaxe.
São as mais importantes figuras de construção:
Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no entanto, pode ser facilmente identificado. 
Exemplo: No fim da festa, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (ocorre a omissão do verbo haver: 
No fim da festa havia, sobre as mesas, copos e garrafas vazias).
Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes para reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive 
uma vida feliz.
Observação: Devem ser evitados os pleonasmos viciosos, que não têm valor de reforço, sendo antes 
fruto do desconhecimento do sentido das palavras, como por exemplo, as construções “subir para cima”, 
“protagonista principal”, “entrar para dentro”, etc.
Polissíndeto: consiste na repetição enfática do conectivo, geralmente o “e”. Exemplo: Felizes, eles 
riam, e cantavam, e pulavam de alegria, e dançavam pelas ruas...
Inversãoou Hipérbato: consiste em alterar a ordem normal dos termos ou orações com o fim de lhes 
dar destaque:
“Passarinho, desisti de ter.” (Rubem Braga)
“Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drummond de Andrade)
“Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não sei.” (Graciliano Ramos)
“Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (Mário Quintana)
Observação: o termo que desejamos realçar é colocado, em geral, no início da frase.
Anacoluto: consiste na quebra da estrutura sintática da oração. O tipo de anacoluto mais comum 
é aquele em que um termo parece que vai ser o sujeito da oração, mas a construção se modifica e ele 
acaba sem função sintática. Essa figura é usada geralmente para pôr em relevo a ideia que consideramos 
mais importante, destacando-a do resto. Exemplo: “Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e 
escura.” (Manuel Bandeira) (o pronome eu, enunciado no início, não se liga sintaticamente à oração eis-
me medonha e escura.)
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
10
Silepse: ocorre quando a concordância de gênero, número ou pessoa é feita com ideias ou termos 
subentendidos na frase e não claramente expressos. A silepse pode ser:
- de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece cansado. (o adjetivo cansado concorda não com o 
pronome de tratamento Vossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa a quem esse pronome 
se refere – pessoa do sexo masculino).
- de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram correndo. (o verbo sair concordou com a 
ideia de plural que a palavra pessoal sugere).
- de pessoa. Exemplo: Os brasileiros gostamos de futebol. (o sujeito os brasileiros levaria o verbo 
usualmente para a 3ª pessoa do plural, mas a concordância foi feita com a 1ª pessoa do plural, indicando 
que a pessoa que fala está incluída em os brasileiros).
Onomatopeia: consiste no aproveitamento de palavras cuja pronúncia imita o som ou a voz natural 
dos seres. É um recurso fonêmico ou melódico que a língua proporciona ao escritor.
“Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept! lept! arrancou estrada afora.” (Monteiro Lobato)
“O som, mais longe, retumba, morre.” (Goncalves Dias)
“O longo vestido longo da velhíssima senhora frufrulha no alto da escada.” (Carlos Drummond de 
Andrade)
“Tíbios flautins finíssimos gritavam.” (Olavo Bilac)
“Troe e retroe a trompa.” (Raimundo Correia)
“Vozes veladas, veludosas vozes,
volúpias dos violões, vozes veladas,
vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Sousa)
As onomatopeias, como nos três últimos exemplos, podem resultar da Aliteração (repetição de 
fonemas nas palavras de uma frase ou de um verso).
Repetição: consiste em reiterar (repetir) palavras ou orações para enfatizar a afirmação ou sugerir 
insistência, progressão:
“O surdo pede que repitam, que repitam a última frase.” (Cecília Meireles)
“Tudo, tudo parado: parado e morto.” (Mário Palmério)
“Ia-se pelos perfumistas, escolhia, escolhia, saía toda perfumada.” (José Geraldo Vieira)
“E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da casona.” (Bernardo Élis)
“O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada se apagou.” (Inácio de Loyola Brandão)
Zeugma: consiste na omissão de um ou mais termos anteriormente enunciados. Exemplo: A manhã 
estava ensolarada; a praia, cheia de gente. (há omissão do verbo estar na segunda oração (...a praia 
estava cheia de gente)).
Assíndeto: ocorre quando certas orações ou palavras, que poderiam se ligar por um conectivo, vêm 
apenas justapostas. Exemplo: Vim, vi, venci.
Anáfora: consiste na repetição de uma palavra ou de um segmento do texto com o objetivo de enfatizar 
uma ideia. É uma figura de construção muito usada em poesia. Exemplo:
“Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto de alegria e serenidade.”
Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de significados diferentes, vulgarmente chamada 
de trocadilho. Exemplo: Era iminente o fim do eminente político.
Neologismo: criação de palavras novas. Exemplo: O projeto foi considerado imexível.
Figuras de Pensamento
São processos estilísticos que se realizam na esfera do pensamento, no âmbito da frase. Nelas 
intervêm fortemente a emoção, o sentimento, a paixão. Eis as principais figuras de pensamento:
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
11
Antítese: consiste em realçar uma ideia pela aproximação de palavras de sentidos opostos. Exemplo: 
“Morre! Tu viverás nas estradas que abriste!” (Olavo Bilac)
Apóstrofe: consiste na interrupção do texto para se chamar a atenção de alguém ou de coisas 
personificadas. Sintaticamente, a apóstrofe corresponde ao vocativo. Exemplo:
“Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade” (Vinícius de Moraes)
Eufemismo: ocorre quando, no lugar das palavras próprias, são empregadas outras com a finalidade 
de atenuar ou evitar a expressão direta de uma ideia desagradável ou grosseira. Exemplo: Depois de 
muito sofrimento, ele entregou a alma a Deus.
Gradação: ocorre quando se organiza uma sequência de palavras ou frases que exprimem a 
intensificação progressiva de uma ideia. Exemplo: “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” (Monteiro 
Lobato)
Hipérbole: ocorre quando, para realçar uma ideia, exageramos na sua representação. Exemplo: Está 
muito calor. Os jogadores estão morrendo de sede no campo.
Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido oposto ao que querem dizer. É usada 
geralmente com sentido sarcástico. Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o computador e apagou o 
que estava gravado?
Paradoxo: é o encontro de ideias que se opõem; ideias opostas. Exemplo:
“É tão difícil olhar o mundo
e ver o que ainda existe
pois sem você
meu mundo é diferente
minha alegria é triste.” (Roberto Carlos e Erasmo) 
(a alegria e a tristeza se opõem, se a alegria é triste, ela tem uma qualidade que é antagônica).
Personificação ou Prosopopéia ou Animismo: consiste em atribuir características humanas a outros 
seres. Exemplo:
“Ah! cidade maliciosa
de olhos de ressaca
que das índias guardou a vontade de andar nua.” (Ferreira Gullar)
Reticência: consiste em suspender o pensamento, deixando-o meio velado. Exemplo:
“De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se digo.” (Machado de Assis)
“Quem sabe se o gigante Piaimã, comedor de gente...” (Mário de Andrade)
Retificação: como a palavra diz, consiste em retificar uma afirmação anterior. Exemplos:
É uma jóia, ou melhor, uma preciosidade, esse quadro.
O síndico, aliás, uma síndica muito gentil não sabia como resolver o caso.
“O país andava numa situação política tão complicada quanto a de agora. Não, minto. Tanto não.” 
(Raquel de Queiroz)
“Tirou, ou antes, foi-lhe tirado o lenço da mão.” (Machado de Assis)
“Ronaldo tem as maiores notas da classe. Da classe? Do ginásio!” (Geraldo França de Lima)
Questões
01. (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR 
ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECONOMIA – FGV/2014 - adaptada). Ao dizer que os shoppings são 
“cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
12
02. (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – 
CONPASS/2014) Identifique a figura de linguagem presente na tira seguinte:
(A) metonímia 
(B) prosopopeia 
(C) hipérbole 
(D) eufemismo 
(E) onomatopeia
03. (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/UFAL/2014)
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de linguagem. Entre as 14h30mine às 15h 
desta terça-feira, horário do dia em que o calor é mais intenso, a temperatura do asfalto, medida com 
um termômetro de contato, chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local alcançasse 
aproximadamente 90 ºC. 
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso em: 22 jan. 2014.
O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma 
figura de linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de linguagem? 
(A) Eufemismo.
(B) Hipérbole.
(C) Paradoxo.
(D) Metonímia.
(E) Hipérbato.
04. (SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/PI – ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL – UESPI/2014). 
A linguagem por meio da qual interagimos no nosso dia a dia pode revestir-se de nuances as mais 
diversas: pode apresentar-se em sentido literal, figurado, metafórico. A opção em cujo trecho utilizou-se 
linguagem metafórica é 
(A) O equilíbrio ou desequilíbrio depende do ambiente familiar. 
(B) Temos medo de sair às ruas. 
(C) Nestes dias começamos a ter medo também dentro dos shoppings. 
(D) Somos esse novelo de dons. 
(E) As notícias da imprensa nos dão medo em geral.
05. (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG – AGENTE DE SEGURANÇA 
SOCIOEDUCATIVO – IBFC/2014) No verso “Essa dor doeu mais forte”, pode-se perceber a presença de 
uma figura de linguagem denominada: 
(A) ironia 
(B) pleonasmo 
(C) comparação 
(D) metonímia
Respostas
01. Resposta D
A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-
la para um novo campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma 
similaridade existente entre as duas.
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
13
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-
exemplos.htm)
02. Resposta D
“Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para 
comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da tirinha, é utilizada a expressão 
“deram suas vidas por nós” no lugar de “que morreram por nós”.
03. Resposta B
A expressão é um exagero! Ela serve apenas para representar o calor excessivo que está fazendo. A 
figura que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a hipérbole.
04. Resposta D
A alternativa que apresenta uma linguagem metafórica (figurada) é a que emprega o termo “novelo” 
fora de seu contexto habitual (novelo de lã, por exemplo), representando, aqui, um emaranhado, um 
monte, vários dons.
05. Resposta B
Repetição de ideia = pleonasmo (essa dor doeu).
Intertextualidade
A Intertextualidade pode ser definida como um diálogo entre dois textos. Observe os dois textos abaixo 
e note como Murilo Mendes (século XX) faz referência ao texto de Gonçalves Dias (século XIX): 
Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
Em cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar — sozinho, à noite — 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá. 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu’inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.” 
(Gonçalves Dias)
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
14
Canção do Exílio
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza. 
Os poetas da minha terra 
são pretos que vivem em torres de ametista, 
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
gente não pode dormir 
com os oradores e os pernilongos. 
Os sururus em família têm por testemunha a
 [Gioconda 
Eu morro sufocado 
em terra estrangeira. 
Nossas flores são mais bonitas 
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia. 
Ai quem me dera chupar uma carambola de 
 [verdade 
e ouvir um sabiá com certidão de idade! 
(Murilo Mendes) 
Nota-se que há correspondência entre os dois textos. A paródia-piadista de Murilo Mendes é um 
exemplo de intertextualidade, uma vez que seu texto foi criado tomando como ponto de partida o texto de 
Gonçalves Dias.
Na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextualidade é persistente. Sabemos que todo texto, seja 
ele literário ou não, é oriundo de outro, seja direta ou indiretamente. Qualquer texto que se refere a 
assuntos abordados em outros textos é exemplo de intertextualização.
A intertextualidade está presente também em outras áreas, como na pintura, veja as várias versões da 
famosa pintura de Leonardo da Vinci, Mona Lisa: 
Mona Lisa, Leonardo da Vinci. Óleo sobre tela, 1503.
Mona Lisa, Marcel Duchamp, 1919.
Mona Lisa, Fernando Botero, 1978.
Mona Lisa, propaganda publicitária.
 
Pode-se definir, então, a intertextualidade como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já 
existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem muito dos 
textos/contextos em que ela é inserida.
Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao “conhecimento do mundo”, que deve 
ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. O diálogo pode ocorrer em 
diversas áreas do conhecimento, não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Na pintura tem-se, por exemplo, o quadro do pintor barroco italiano Caravaggio e a fotografia da 
americana Cindy Sherman, na qual quem posa é ela mesma. O quadro de Caravaggio foi pintado no final 
do século XVI, já o trabalho fotográfico de Cindy Sherman foi produzido quase quatrocentos anos mais 
tarde. Na foto, Sherman cria o mesmo ambiente e a mesma atmosfera sensual da pintura, reunindo um 
conjunto de elementos: a coroa de flores na cabeça, o contraste entre claro e escuro, a sensualidade do 
ombro nu etc. A foto de Sherman é uma recriação do quadro de Caravaggio e, portanto, é um tipo de 
intertextualidade na pintura.
Na publicidade, por exemplo, a que vimos sobre anúncios do Bom Bril, o ator se veste e se posiciona 
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
15
como se fosse a Mona Lisa de Leonardo da Vinci e cujo slogan era “Mon Bijou deixa sua roupa uma 
perfeita obra-prima”. Esse enunciado sugere ao leitor que o produto anunciado deixa a roupa bem macia 
e mais perfumada, ou seja, uma verdadeira obra-prima (se referindo ao quadro de Da Vinci). Nesse caso 
pode-se dizer que a intertextualidade assume a função de não só persuadir o leitor como também de 
difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, escultura, literatura etc).
Intertextualidade é a relação entre dois textos caracterizada por um citar o outro.
Tipos de Intertextualidade
Pode-se destacar sete tipos de intertextualidade:
- Epígrafe: constitui uma escrita introdutória.
- Citação: é uma transcrição do texto alheio, marcada por aspas.
- Paráfrase: é a reprodução do texto do outro com a palavra do autor. Ela não se confunde com o 
plágio, pois o autor deixa claro sua intenção e a fonte.
- Paródia: é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com ele, 
sutil ou abertamente. Ela perverte o texto anterior, visando à ironia ou a crítica.
- Pastiche: uma recorrência a um gênero.
- Tradução: está no campo da intertextualidade porque implica a recriação de um texto.
- Referência e alusão.
Para ampliar esse conhecimento, vale trazer um exemplode intertextualidade na literatura. Às vezes, 
a superposição de um texto sobre outro pode provocar certa atualização ou modernização do primeiro 
texto. Nota-se isso no livro “Mensagem”, de Fernando Pessoa, que retoma, por exemplo, com seu poema 
“O Monstrengo” o episódio do Gigante Adamastor de “Os Lusíadas” de Camões. Ocorre como que um 
diálogo entre os dois textos. Em alguns casos, aproxima-se da paródia (canto paralelo), como o poema 
“Madrigal Melancólico” de Manuel Bandeira, do livro “Ritmo Dissoluto”, que seguramente serviu de 
inspiração e assim se refletiu no seguinte poema:
Assim como Bandeira
O que amo em ti
não são esses olhos doces
delicados
nem esse riso de anjo adolescente.
O que amo em ti
não é só essa pele acetinada
sempre pronta para a carícia renovada
nem esse seio róseo e atrevido
a desenhar-se sob o tecido.
O que amo em ti
não é essa pressa louca
de viver cada vão momento
nem a falta de memória para a dor.
O que amo em ti
não é apenas essa voz leve
que me envolve e me consome
nem o que deseja todo homem
flor definida e definitiva
a abrir-se como boca ou ferida
nem mesmo essa juventude assim perdida.
O que amo em ti
enigmática e solidária:
É a Vida!
(Geraldo Chacon, Meu Caderno de Poesia, Flâmula, 2004, p. 37)
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
16
Madrigal Melancólico
O que eu adoro em ti
não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
(...)
O que eu adoro em tua natureza,
não é o profundo instinto maternal
em teu flanco aberto como uma ferida.
nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti – lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.
(Manuel Bandeira, Estrela da Vida Inteira, José Olympio, 1980, p. 83)
A relação intertextual é estabelecida, por exemplo, no texto de Oswald de Andrade, escrito no século 
XX, “Meus oito anos”, quando este cita o poema , do século XIX, de Casimiro de Abreu, de mesmo nome.
Meus oito anos
Oh! Que saudade que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
(Casimiro de Abreu)
Meus oito anos
Oh! Que saudade que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da rua São Antonio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais!
(Oswald de Andade)
A intertextualidade acontece quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em outro. 
Também pode ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc. Toda vez que 
uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextualidade. 
Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o objeto de sua citação. Num texto científico, 
por exemplo, o autor do texto citado é indicado, já na forma implícita, a indicação é oculta. Por isso é 
importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber prévio, para reconhecer e identificar quando 
há um diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias da obra 
citada ou contestando-as. Vejamos duas das formas: a Paráfrase e a Paródia.
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
17
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo novo texto, a 
alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras 
palavras o que já foi dito. Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant’Anna em seu livro “Paródia, 
paráfrase & Cia”:
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”)
Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é muito utilizado como exemplo de paráfrase e de 
paródia, aqui o poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primitivo conservando suas ideias, 
não há mudança do sentido principal do texto que é a saudade da terra natal.
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há uma ruptura com as ideologias 
impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, um 
choque de interpretação, a voz do texto original é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a 
uma reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse processo há uma indagação 
sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e da 
crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequentemente os discursos de 
políticos são abordados de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também reflexão a 
respeito da demagogia praticada pela classe dominante. Com o mesmo texto utilizado anteriormente, 
teremos, agora, uma paródia.
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)
Paródia
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”)
O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras, há um contexto histórico, 
social e racial neste texto, Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695, há uma 
inversão do sentido do texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil.
Na literatura relativa à Linguística Textual, é frequente apontar-se como um dos fatores de textualidade 
a referência - explícita ou implícita - a outros textos, tomados estes num sentido bem amplo (orais, escritos, 
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
18
visuais - artes plásticas, cinema , música, propaganda etc.) A esse “diálogo”entre textos dá-se o nome de 
intertextualidade. 
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, 
ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. 
A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica a identificação 
/ o reconhecimento de remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos, além de exigir 
do interlocutor a capacidade de interpretar a função daquela citação ou alusão em questão. 
Entre os variadíssimos tipos de referências, há provérbios, ditos populares, frases bíblicas ou 
obras / trechos de obras constantemente citados, literalmente ou modificados, cujo reconhecimento 
é facilmente perceptível pelos interlocutores em geral. Por exemplo, uma revista brasileira adotou o 
slogan: “Dize-me o que lês e dir-te-ei quem és”. Voltada fundamentalmente para um público de uma 
determinada classe sociocultural, o produtor do mencionado anúncio espera que os leitores reconheçam 
a frase da Bíblia (“Dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és”). Ao adaptar a sentença, a intenção 
da propaganda é, evidentemente, angariar a confiança do leitor (e, consequentemente, a credibilidade 
das informações contidas naquele periódico), pois a Bíblia costuma ser tomada como um livro de 
pensamentos e ensinamentos considerados como “verdades” universalmente assentadas e aceitas por 
diversas comunidades. Outro tipo comum de intertextualidade é a introdução em textos de provérbios 
ou ditos populares, que também inspiram confiança, pois costumam conter mensagens reconhecidas 
como verdadeiras. São aproveitados não só em propaganda, mas ainda em variados textosorais ou 
escritos, literários e não-literários. Por exemplo, ao iniciar o poema “Tecendo a manhã”, João Cabral de 
Melo Neto defende uma ideia: “Um galo sozinho não tece uma manhã”. Não é necessário muito esforço 
para reconhecer que por detrás dessas palavras está o ditado “Uma andorinha só não faz verão”. O 
verso inicial funciona, pois, como uma espécie de “tese”, que o texto irá tentar comprovar através de 
argumentação poética.
Há, no entanto, certos tipos de citações (literais ou construídas) e de alusões muito sutis que só 
são compartilhadas por um pequeno número de pessoas. É o caso de referências utilizadas em textos 
científicos ou jornalísticos (Seções de Economia, de Informática, por exemplo) e em obras literárias, prosa 
ou poesia, que às vezes remetem a uma forma e/ou a um conteúdo bastante específico(s), percebido(s) 
apenas por um leitor/interlocutor muito bem informado e/ou altamente letrado. Na literatura, podem-se 
citar, entre muitos outros, autores estrangeiros, como James Joyce, T.S. Eliot, Umberto Eco. 
A remissão a textos e paratextos do circuito cultural (mídia, propaganda, outdoors, nomes de marcas 
de produtos etc.) é especialmente recorrente em autores chamados pós-modernos. Para ilustrar, pode-se 
mencionar, entre outros escritores brasileiros, Ana Cristina Cesar, poetisa carioca, que usa e “abusa” da 
intertextualidade em seus textos, a tal ponto que, sem a identificação das referências, o poema se torna, 
constantemente, ininteligível e chega a ser considerado por algumas pessoas como um “amontoado 
aleatório de enunciados”, sem coerência e, portanto, desprovido de sentido. 
Os teóricos costumam identificar tipos de intertextualidade, entre os quais se destacam: 
- a que se liga ao conteúdo (por exemplo, matérias jornalísticas que se reportam a notícias veiculadas 
anteriormente na imprensa falada e/ou escrita: textos literários ou não-literários que se referem a temas 
ou assuntos contidos em outros textos etc.). Podem ser explícitas (citações entre aspas, com ou sem 
indicação da fonte) ou implícitas (paráfrases, paródias etc.); 
- a que se associa ao caráter formal, que pode ou não estar ligado à tipologia textual como, por 
exemplo, textos que “imitam” a linguagem bíblica, jurídica, linguagem de relatório etc. ou que procuram 
imitar o estilo de um autor, em que comenta o seriado da TV Globo, baseado no livro de Guimarães Rosa, 
procurando manter a linguagem e o estilo do escritor);
- a que remete a tipos textuais (ou “fatores tipológicos”), ligados a modelos cognitivos globais, às 
estruturas e superestruturas ou a aspectos formais de caráter linguístico próprios de cada tipo de discurso 
e/ou a cada tipo de texto: tipologias ligadas a estilos de época. Por superestrutura entendem-se, entre 
outras, estruturas argumentativas (Tese anterior), premissas - argumentos (contra-argumentos - síntese), 
conclusão (nova tese), estruturas narrativas (situação - complicação - ação ou avaliação – resolução), 
moral ou estado final etc.;
Outro aspecto que é mencionado muito superficialmente é o da intertextualidade linguística. Ela está 
ligada ao que o linguista romeno, Eugenio Coseriu, chama de formas do “discurso repetido”: 
- “textemas” ou “unidades de textos”: provérbios, ditados populares; citações de vários tipos, 
consagradas pela tradição cultural de uma comunidade etc.; 
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
19
- “sintagmas estereotipados”: equivalentes a expressões idiomáticas; 
- “perífrases léxicas”: unidades multivocabulares, empregadas frequentemente, mas ainda não 
lexicalizadas (ex. “gravemente doente”, “dia útil”, “fazer misérias” etc.).
A intertextualidade tem funções diferentes, dependendo dos textos/contextos em que as referências 
(linguísticas ou culturais) estão inseridas. Chamo a isso “graus das funções da intertextualidade”. 
Didaticamente pode-se dizer que a referência cultural e/ou linguística pode servir apenas de pretexto, é 
o caso de “epígrafes” longinquamente vinculadas a um trabalho e/ou a um texto. Sem dizer com isso que 
todas as epígrafes funcionem apenas como pretextos. Em geral, o produtor do texto elege algo pertinente 
e condizente com a temática de que trata. Existam algumas, todavia, que estão ali apenas para mostrar 
“conhecimento” de frases famosas e/ou para servir de “decoração” no texto. Neste caso, o “intertexto” não 
tem um papel específico nem na construção nem na camada semântica do texto. 
Outras vezes, o autor parte de uma frase ou de um verso que ocorreu a ele repentinamente (texto “A 
última crônica”, em que o autor confessa estar sem assunto e tem de escrever). Afirma então: 
“Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete 
na lembrança: assim eu quereria meu último poema.”
Descreve então uma cena passada em um botequim, em que um casal comemora modestamente 
o aniversário da filha, com um pedaço de bolo, uma coca cola e três velinhas brancas. O pai parecia 
satisfeito com o sucesso da celebração, até que fica perturbado por ter sido observado, mas acaba por 
sustentar a satisfação e se abre num sorriso. O autor termina a crônica, parafraseando o verso de Manuel 
Bandeira: “Assim eu quereria a minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso”. O verso de 
Bandeira não pode ser considerado, nessa crônica, um mero pretexto. A intertextualidade desempenha 
o papel de conferir certa “literariedade” à crônica, além de explicar o título e servir de “fecho de ouro” 
para um texto que se inicia sem um conteúdo previamente escolhido. Não é, contudo, imprescindível à 
compreensão do texto. 
O que parece importante é que não se encare a intertextualidade apenas como a “identificação” da 
fonte e, sim, que se procure estudá-la como um enriquecimento da leitura e da produção de textos e, 
sobretudo, que se tente mostrar a função da sua presença na construção e no(s) sentido(s) dos textos. 
Como afirmam Koch & Travaglia, “todas as questões ligadas à intertextualidade influenciam tanto o 
processo de produção como o de compreensão de textos”. 
Considerada por alguns autores como uma das condições para a existência de um texto, a 
intertextualidade se destaca por relacionar um texto concreto com a memória textual coletiva, a memória 
de um grupo ou de um indivíduo específico. 
Trata-se da possibilidade de os textos serem criados a partir de outros textos. As obras de caráter 
científico remetem explicitamente a autores reconhecidos, garantindo, assim, a veracidade das afirmações. 
Nossas conversas são entrelaçadas de alusões a inúmeras considerações armazenadas em nossas 
mentes. O jornal está repleto de referências já supostamente conhecidas pelo leitor. A leitura de um 
romance, de um conto, novela, enfim, de qualquer obra literária, nos aponta para outras obras, muitas 
vezes de forma implícita. 
A nossa compreensão de textos (considerados aqui da forma mais abrangente) muito dependerá da 
nossa experiência de vida, das nossas vivências, das nossas leituras. Determinadas obras só se revelam 
através do conhecimento de outras. Ao visitar um museu, por exemplo, o nosso conhecimento prévio 
muito nos auxilia ao nos depararmos com certas obras. 
A noção de intertextualidade, da presença contínua de outros textos em determinado texto, nos leva a 
refletir a respeito da individualidade e da coletividade em termos de criação. Já vimos anteriormente que 
a citação de outros textos se faz de forma implícita ou explícita. Mas, com que objetivo? 
Um texto remete a outro para defender as ideias nele contidas ou para contestar tais ideias. Assim, 
para se definir diante de determinado assunto, o autor do texto leva em consideração as ideias de outros 
“autores” e com eles dialoga no seu texto. 
Ainda ressaltando a importância da intertextualidade, remetemos às considerações de Vigner: “Afirma-
se aqui a importância do fenômeno daintertextualidade como fator essencial à legibilidade do texto 
literário, e, a nosso ver, de todos os outros textos. O texto não é mais considerado só nas suas relações 
com um referente extra-textual, mas primeiro na relação estabelecida com outros textos”. 
Como exemplo, temos um texto “Questão da Objetividade” e uma crônica de Zuenir Ventura, “Em vez 
das células, as cédulas” para concretizar um pouco mais o conceito de intertextualidade.
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
20
Questão da Objetividade
As Ciências Humanas invadem hoje todo o nosso espaço mental. Até parece que nossa cultura assinou 
um contrato com tais disciplinas, estipulando que lhes compete resolver tecnicamente boa parte dos 
conflitos gerados pela aceleração das atuais mudanças sociais. É em nome do conhecimento objetivo 
que elas se julgam no direito de explicar os fenômenos humanos e de propor soluções de ordem ética, 
política, ideológica ou simplesmente humanitária, sem se darem conta de que, fazendo isso, podem 
facilmente converter-se em “comodidades teóricas” para seus autores e em “comodidades práticas” para 
sua clientela. Também é em nome do rigor científico que tentam construir todo o seu campo teórico do 
fenômeno humano, mas através da ideia que gostariam de ter dele, visto terem renunciado aos seus 
apelos e às suas significações. O equívoco olhar de Narciso, fascinado por sua própria beleza, estaria 
substituído por um olhar frio, objetivo, escrupuloso, calculista e calculador: e as disciplinas humanas 
seriam científicas!
(Introdução às Ciências Humanas. Hilton Japiassu. São Paulo, Letras e Letras, 1994, pp.89/90)
 
Comentário: Neste texto, temos um bom exemplo do que se define como intertextualidade. As relações 
entre textos, a citação de um texto por outro, enfim, o diálogo entre textos. Muitas vezes, para entender 
um texto na sua totalidade, é preciso conhecer o(s) texto(s) que nele fora(m) citado(s). 
No trecho, por exemplo, em que se discute o papel das Ciências Humanas nos tempos atuais e o espaço 
que estão ocupando, é trazido à tona o mito de Narciso. É preciso, então, dispor do conhecimento de que 
Narciso, jovem dotado de grande beleza, apaixonou-se por sua própria imagem quando a viu refletida 
na água de uma fonte onde foi matar a sede. Suas tentativas de alcançar a bela imagem acabaram em 
desespero e morte. 
O último parágrafo, em que o mito de Narciso é citado, demonstra que, dado o modo como as Ciências 
Humanas são vistas hoje, até o olhar de Narciso, antes “fascinado por sua própria beleza”, seria substituído 
por um “olhar frio, objetivo, escrupuloso, calculista e calculador”, ou seja, o olhar de Narciso perderia o seu 
tom de encantamento para se transformar em algo material, sem sentimentos. A comparação se estende 
às Ciências Humanas, que, de humanas, nada mais teriam, transformando-se em disciplinas científicas.
Em vez das células, as cédulas
Nesses tempos de clonagem, recomenda-se assistir ao documentário Arquitetura da destruição, de 
Peter Cohen. A fantástica história de Dolly, a ovelha, parece saída do filme, que conta a aventura demente 
do nazismo, com seus sonhos de beleza e suas fantasias genéticas, seus experimentos de eugenia e 
purificação da raça. 
Os cientistas são engraçados: bons para inventar e péssimos para prever. Primeiro, descobrem; depois 
se assustam com o risco da descoberta e aí então passam a gritar “cuidado, perigo”. Fizeram isso com 
quase todos os inventos, inclusive com a fissão nuclear, espantando-se quando “o átomo para a paz” 
tornou-se uma mortífera arma de guerra. E estão fazendo o mesmo agora. 
(...) Desde muito tempo se discute o quanto a ciência, ao procurar o bem, pode provocar involuntariamente 
o mal. O que a Arquitetura da destruição mostra é como a arte e a estética são capazes de fazer o mesmo, 
isto é, como a beleza pode servir à morte, à crueldade e à destruição. 
Hitler julgava-se “o maior ator da Europa” e acreditava ser alguma coisa como um “tirano-artista” 
nietzschiano ou um “ditador de gênio” wagneriano. Para ele, “a vida era arte,” e o mundo, uma grandiosa 
ópera da qual era diretor e protagonista. 
O documentário mostra como os rituais coletivos, os grandes espetáculos de massa, as tochas acesas 
(...) tudo isso constituía um culto estético - ainda que redundante (...) E o pior - todo esse aparato era posto 
a serviço da perversa utopia de Hitler: a manipulação genética, a possibilidade de purificação racial e de 
eliminação das imperfeições, principalmente as físicas. Não importava que os mais ilustres exemplares 
nazistas, eles próprios, desmoralizassem o que pregavam em termos de eugenia. 
O que importava é que as pessoas queriam acreditar na insensatez apesar dos insensatos, como 
ainda há quem continue acreditando. No Brasil, felizmente, Dolly provoca mais piada do que ameaça. Já 
se atribui isso ao fato de que a nossa arquitetura da destruição é a corrupção. Somos craques mesmo é 
em clonagem financeira. O que seriam nossos laranjas e fantasmas senão clones e replicantes virtuais? 
Aqui, em vez de células, estamos interessados é em manipular cédulas.
(Zuenir Ventura, JB, 1997)
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
21
Comentário: Tendo como ponto de partida a alusão ao documentário Arquitetura da destruição, o texto 
mantém sua unidade de sentido na relação que estabelece com outros textos, com dados da História. 
Nesta crônica, duas propriedades do texto são facilmente perceptíveis: a intertextualidade e a inserção 
histórica. 
O texto se constrói, à medida que retoma fatos já conhecidos. Nesse sentido, quanto mais amplo for o 
repertório do leitor, o seu acervo de conhecimentos, maior será a sua competência para perceber como 
os textos “dialogam uns com os outros” por meio de referências, alusões e citações. 
Para perceber as intenções do autor desta crônica, ou seja, a sua intencionalidade, é preciso que o 
leitor tenha conhecimento de fatos atuais, como as referências ao documentário recém lançado no circuito 
cinematográfico, à ovelha clonada Dolly, aos “laranjas” e “fantasmas”, termos que dizem respeito aos 
envolvidos em transações econômicas duvidosas. É preciso que conheça também o que foi o nazismo, 
a figura de Hitler e sua obsessão pela raça pura, e ainda tenha conhecimento da existência do filósofo 
Nietzsche e do compositor Wagner. 
O vocabulário utilizado aponta para campos semânticos relacionados à clonagem, à raça pura, aos 
binômios arte/beleza, arte/destruição, corrupção. 
- Clonagem: experimentos, avanços genéticos, ovelhas, cientistas, inventos, células, clones replicantes, 
manipulação genética, descoberta.
- Raça Pura: aventura, demente do nazismo, fantasias genéticas, experimentos de eugenia, utopia 
perversa, manipulação genética, imperfeições físicas, eugenia.
- Arte/Beleza - Arte/Destruição: estética, sonhos de beleza, crueldade, tirano artista 
ditador de gênio, nietzschiano, wagneriano, grandiosa ópera, diretor, protagonista, espetáculos de massa 
e tochas acesas.
- Corrupção: laranjas, clonagem financeira, cédulas, fantasmas.
Esses campos semânticos se entrecruzam, porque englobam referências múltiplas dentro do texto.
Linguagem Verbal e Não Verbal
Linguagem é a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e 
sentimentos. Está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem. 
Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, tais como: 
sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica, 
por exemplo). Num sentido mais genérico, a linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de 
sinais que se valem os indivíduos para comunicar-se. 
A linguagem pode ser:
- Verbal: aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.As figuras acima nos comunicam sua mensagem através da linguagem verbal (usa palavras para 
transmitir a informação).
- Não Verbal: aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras. Dentre 
elas estão: a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a 
expressão facial, um gesto, etc.
 
Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que representam.
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
22
A Língua é um instrumento de comunicação, sendo composta por regras gramaticais que possibilitam 
que determinado grupo de falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam comunicar-se e 
compreender-se. Por exemplo: falantes da língua portuguesa.
A língua possui um caráter social: pertence a todo um conjunto de pessoas, as quais podem agir 
sobre ela. Cada membro da comunidade pode optar por esta ou aquela forma de expressão. Por outro 
lado, não é possível criar uma língua particular e exigir que outros falantes a compreendam. Dessa 
forma, cada indivíduo pode usar de maneira particular a língua comunitária, originando a fala. A fala está 
sempre condicionada pelas regras socialmente estabelecidas da língua, mas é suficientemente ampla 
para permitir um exercício criativo da comunicação. Um indivíduo pode pronunciar um enunciado da 
seguinte maneira:
A família de Regina era paupérrima.
Outro, no entanto, pode optar por:
A família de Regina era muito pobre.
As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às diversas manifestações da fala de cada um. 
Note, além disso, que essas manifestações devem obedecer às regras gerais da língua portuguesa, para 
não correrem o risco de produzir enunciados incompreensíveis como: 
Família a paupérrima de era Regina.
Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A escrita 
representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a comunica-
ção linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por 
mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua falada, mas 
sim um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas 
e o tom de voz do falante. No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos 
diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
- Fatores Regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da região 
nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso 
da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um 
cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado.
- Fatores Culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fato-
res que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma 
maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.
- Fatores Contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontra-
mos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos 
discursando em uma solenidade de formatura.
- Fatores Profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de 
língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso prati-
camente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da 
informática, biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.
- Fatores Naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade 
e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem 
infantil e linguagem adulta. 
Fala
É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato individual, pois cada indivíduo, para a manifestação 
da fala, pode escolher os elementos da língua que lhe convém, conforme seu gosto e sua necessidade, 
de acordo com a situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que vive, etc. 
Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande diversificação nos mais variados níveis da 
fala. Cada indivíduo, além de conhecer o que fala, conhece também o que os outros falam; é por isso 
que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura, embora nem sempre a 
linguagem delas seja exatamente como a nossa. 
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar alguns níveis:
1202352 E-book gerado especialmente para NUELBER CARVALHO
23
- Nível Coloquial-Popular: é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente 
em situações informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-lo, não nos preocupamos em 
saber se falamos de acordo ou não com as regras formais estabelecidas pela língua.
- Nível Formal-Culto: é o nível da fala normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais. 
Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras gramaticais 
estabelecidas pela língua.
Signo
É um elemento representativo que apresenta dois aspectos: o significado e o significante. Ao escutar 
a palavra “cachorro”, reconhecemos a sequência de sons que formam essa palavra. Esses sons se 
identificam com a lembrança deles que está em nossa memória. Essa lembrança constitui uma real imagem 
sonora, armazenada em nosso cérebro que é o significante do signo “cachorro”. Quando escutamos essa 
palavra, logo pensamos em um animal irracional de quatro patas, com pelos, olhos, orelhas, etc. Esse 
conceito que nos vem à mente é o significado do signo “cachorro” e também se encontra armazenado em 
nossa memória.
Ao empregar os signos que formam a nossa língua, devemos obedecer às regras gramaticais 
convencionadas pela própria língua. Desse modo, por exemplo, é possível colocar o artigo indefinido 
“um” diante do signo “cachorro”, formando a sequência “um cachorro”, o mesmo não seria possível se 
quiséssemos colocar o artigo “uma” diante do signo “cachorro”. A sequência “uma cachorro” contraria 
uma regra de concordância da língua portuguesa, o que faz com que essa sentença seja rejeitada. Os 
signos que constituem a língua obedecem a padrões determinados de organização. O conhecimento de 
uma língua engloba tanto a identificação de seus signos, como também o uso adequado de suas regras 
combinatórias.
Signo: elemento representativo que possui duas partes indissolúveis: significado e significante. 
Significado (é o conceito, a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata do signo) + Significante (é 
a imagem sonora, a forma, a parte concreta do signo, suas letras e seus fonemas).
Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que obedecem às regras gramaticais.
Fala: uso individual da língua, aberto à criatividade e ao desenvolvimento da liberdade de expressão 
e compreensão.
Textos Não Verbais: Leituras de Imagens
Existem diversas formas de discursos e textos, para cada um deles há características específicas e 
diferentes formas de interpretação. Os textos imagéticos, construídos por imagens e algumas vezes por 
imagens e palavras, ganharam grande destaque nas últimas décadas e têm sido cada vez mais utilizados. 
A simbologia é uma forma de comunicação não verbal que consegue, por meio de símbolos gráficos 
populares, transmitir mensagens e exprimir ideias e conceitos em uma linguagem figurativa ou abstrata. A 
capacidade de reconhecimento e interpretação das imagens/símbolos é determinada pelo conhecimento 
de cada pessoa.
Três exemplos de símbolos cotidianamente utilizados são: logotipos, ícones e sinalizações. Segue 
alguns exemplos:
Ícones
WIFI ALIMENTAÇÃO RECICLAGEM

Continue navegando