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CAPÍTULO 9

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CAPÍTULO 9
Linguagem e Comunicação
	A linguagem é o nosso principal meio de comunicar o pensamento. Ela é universal, toda sociedade humana tem uma linguagem, e todo ser humano de inteligência normal adquire seu idioma nativo e o utiliza sem esforço.
Níveis de Linguagem
	O uso da linguagem tem dois aspectos:
Produção: Ao produzir linguagem, partimos de um pensamento, de alguma forma o traduzimos em uma oração, e terminamos como sons que expressam a oração.
Compreensão: Começamos ouvindo sons, atrelamos significados aos sons na forma de palavras para criar uma oração, e depois de alguma forma extraímos o significado dela.
O uso da linguagem parece envolver deslocamento através de diversos níveis. No nível mais alto encontram-se as unidades de oração, incluindo orações e locuções. O nível seguinte é o de palavras e partes de palavras que transmitem significado. O nível mais baixo contém os sons da fala. A linguagem é um sistema de múltiplos níveis para relacionar as idéias à fala pode meio de unidades de oração e palavra.
Duas das propriedades básicas da linguagem são que ela se estrutura em múltiplos níveis e que ela é produtiva: as regras nos permitem combinar unidades de um nível para formar um numero muito maior de unidades no nível seguinte. Todo idioma humano tem estas duas propriedades.
Unidades e Processos de Linguagem
Sons da Fala: Quando você presta atenção na fala que está ouvindo, você perceberia uma seqüência de fonemas, ou categorias distintas de fala. 
	Temos boa capacidade para discriminar diferentes sons que correspondem a diferentes fonemas em nosso idioma, mas temos pouca capacidade para discriminar sons diferentes que correspondem ao mesmo fonema. Nossas categorias fonêmicas atuam como filtros no sentido de converterem um fluxo de fala em que uma seqüência de fonemas familiares. 
	Todo idioma tem um conjunto diferente de fonemas. Quando os fonemas são combinados da forma correta, nós os percebemos como palavras. Cada idioma tem suas próprias regras quanto a que fonemas podem vir depois de outros.
Unidades de Palavra: O que normalmente percebemos quando ouvirmos a fala não são os fonemas e sim palavras. As palavras são unidades da fala que transmitem significado. Porém elas não são as únicas unidades lingüísticas de pequeno porte que transmitem significado. Sufixos ou prefixos também transmitem significado. 
	O termo morfema é usado para referir-se a qualquer pequena unidade lingüística que contenha significado. A maioria dos morfemas são mesmo palavras. A maioria das palavras denota algum conteúdo específico. Mas algumas palavras servem para formar as orações gramaticais, que incluem o que comumente chamamos de artigos e preposições.
	O aspecto mais importante de uma palavra é o seu significado. Uma palavra pode ser vista como: 
O nome de um conceito: conseqüentemente o seu significado é o conceito que ela nomeia;
Ambígua: quando nomeiam mais de um conceito. Na maioria dos casos, o contexto da frase torna o significado da palavra suficientemente claro.
Unidades de Oração: Ao ouvirmos não temos dificuldade em combinar palavras em unidades de oração, o que inclui orações, bem como locuções. Uma propriedade importante destas unidades é que elas podem corresponder a partes de um pensamento ou proposição. Tais correspondências permitem ao ouvinte “extrair” proposições das orações. É importante considerar que:
Qualquer preposição pode ser dividida em um sujeito e um predicado.
Qualquer oração pode ser dividida em locuções de tal forma que cada locução corresponda ao sujeito ou predicado de uma proposição inteira.
AS unidades de oração correspondem estreitamente a unidades de proposição, o que oferece um vínculo entre linguagem e pensamento.
Existem muitas evidências de que dividimos as orações em locuções e tratamos as locuções como unidades, sendo que algumas das evidências provêm de experimentos de memória. Dividir uma oração em locuções nominais e verbais, e depois subdividir estas locuções em unidades menores como nomes, adjetivos e verbos, é chamado de análise sintática (a sintaxe trata das relações entre palavras em locuções e orações). Durante a compreensão de uma oração, geralmente realizamos esta análise sem esforço e de maneira inconsciente.
Efeitos do Contexto na Compreensão e na Produção
	Para compreendermos uma oração, ouvimos fonemas, utilizamo-los para construir os morfemas e locuções de oração, e finalmente extraímos a proposição da unidade de oração. Trabalhamos de baixo para cima. Para produzir uma oração, tomamos o sentido oposto: começamos com um pensamento proposicional, traduzimo-lo nas locuções e morfemas da oração, e finalmente traduzimos estes morfemas em fonemas.
	Esta análise não considera o contexto no qual ocorrer o processamento da linguagem. Muitas vezes o contexto torna previsível o que está prestes a ser dito. Nestes casos a compreensão correr no nível mais alto para baixo vem como do nível mais baixo para cima. Existem casos em que a compreensão da linguagem é quase impossível sem algum contexto. 
	Ao compreender uma oração, não basta compreender seus fonemas, morfemas e locuções; precisamos compreender também a intenção do falante ao expressar aquela oração particular. Existem evidências de que as pessoas determinam a intenção do falante como parte do processo de compreensão.
O Desenvolvimento da Linguagem
O que é Adquirido?
	O desenvolvimento ocorre em todos os três níveis de linguagem. Começa no nível dos fonemas, avança para o nível das palavras e outros morfemas e depois continua para o nível das unidades de oração.
Fonemas e Combinações de Fonemas: As crianças vêm ao mundo com capacidade para diferenciar diferentes sons que correspondem a diferentes fonemas em qualquer língua. Durante o primeiro ano de vida é que os bebês aprendem que fonemas interessam para seu próprio idioma e perdem sua capacidade de diferenciar sons que correspondem ao mesmo fonema em seu idioma. 
	Embora no primeiro ano de vida as crianças aprendam quais fonemas são relevantes para seu idioma, elas levam vários anos para aprender como os fonemas podem ser combinados para formar palavras. Quando as crianças começam a falar, ocasionalmente produzem palavras impossíveis, mas aos quatro anos as crianças já aprenderam a maior parte do que precisam saber sobre combinações de fonemas.
Palavras e Conceitos: com cerca de um ano de idade as crianças começam a falar, elas já tem conceitos para muitas coisas, e quando começam a falar, elas estão associando estes conceitos a palavras usadas pelos adultos. O vocabulário inicial é aproximadamente o mesmo para todas as crianças. Crianças de um a dois anos de idade falam principalmente sobre pessoas, animais, veículos, brinquedo, comida, partes do corpo e objetos domésticos.
	AS crianças pequenas muitas vezes têm uma lacuna entre as idéias que desejam comunicar e as palavras que têm à disposição. Para preencher essa lacuna, a s crianças de um a dois anos e meio generalizam suas palavras, ou seja, aplicam palavras a idéias vizinhas. Este tipo de generalização começa a desaparecer aproximadamente aos dois anos e meio, presumivelmente porque o vocabulário da criança começa a aumentar apreciavelmente.
De orações Primitivas a Orações Complexas: Entre um ano e meio e dois e meio, a aquisição de unidades de locução e oração, ou sintaxe, se inicia. As crianças começam a combinar palavras isoladas em expressões de duas palavras. A criança deixa de fora as palavras gramaticais, bem como outros morfemas gramaticais e introduz apenas as palavras que possuem o conteúdo mais importante. Essas verbalizações expressam a maior parte das intenções básicas dos falantes.
	As crianças progridem rapidamente de verbalizações de suas palavras para orações mais complexas que expressam proposições com maior precisão. 
Processos de Aprendizagem
Imitação e Condicionamento.
	Uma possibilidade é que as crianças aprendem a linguagemimitando os adultos, mas não é o principal meio pelo qual as crianças aprendem a produzir e compreender sentenças. 
	Os erros que as crianças cometem sugerem que elas estão tentando aplicar regras, e não apenas tentando copiar o que ouviram os adultos dizerem.
	A outra possibilidade é que as crianças adquirem a linguagem através do condicionamento. 
Verificação de Hipóteses: O problema da imitação e do condicionamento é que eles focalizam verbalizações específicas. As crianças muitas vezes aprendem algo muito geral, parecem formar uma hipótese sobre uma regra de linguagem, testando-a, e retendo-a se ela funcionar.
	As crianças produzem essas hipóteses da seguinte maneira:
Prestando atenção à terminação das palavras;
 Outro é procurar prefixos e sufixos que indicam uma mudança de significado;
Evitar exceções.
Pesquisadores argumentam que o que parece ser um caso de aprendizado de uma única regra pode na verdade ser um caso de aprendizado de inúmeras associações. Porém, outros aspectos do aprendizado de terminações verbais não podem ser explicados em termos de associações entre os sons. Sendo assim, a criança deve aprender algo além das conexões sonoras. Esse conhecimento adicional parece mais bem expresso em termos de regras.
A aprendizagem da linguagem parece envolver regras bem como associações.
Fatores Inatos
A Riqueza do Conhecimento Inato: Independente da cultura e linguagem, todas as crianças parecem passar pela mesma seqüência de desenvolvimento da linguagem.
	Na idade de um ano, a criança fala algumas palavras isoladas; com cerca de dois anos, a criança fala sentenças de duas a três palavras; aos três anos, as sentenças tornam-se mais gramaticais; e na idade de quatro anos, a fala da criança parece muito semelhante à de um adulto.
	Nosso conhecimento inato sobre a linguagem é muito rico. A ponto de a criança poder passar pelo curso normal de aquisição da linguagem mesmo quando não existem usuários do idioma a seu redor para servir de modelo ou professor.
Períodos Críticos: O aprendizado da linguagem tem alguns períodos críticos. Isto é evidente quando se trata de adquirir o sistema sonoro de um novo idioma. 
	Os primeiros meses de vida são um período critico para se aproximar dos fonemas de nosso idioma nativo. Também parece haver um período critico para adquirir o sistema sonoro de uma segunda língua. Depois de alguns anos aprendendo uma segunda língua, crianças pequenas têm mais chances do que adultos de falá-la sem sotaque e são mais capazes de compreender a língua quando ela é falada em ambientes barulhentos.
	Pesquisas também apontam que existe um período critico para o aprendizado da sintaxe. Os aprendizes mais precoces mostram maior domínio de alguns aspectos da sintaxe do que aprendizes mais tardios.
Pode Outra Espécie Aprender a Linguagem Humana? Alguns especialistas acreditam que nossa capacidade inata de aprender a linguagem é peculiar a nossa espécie. Na linguagem humana, um numero pequeno de fonemas podem ser combinados para criar milhares de palavras, as quais por sua vez podem ser combinadas para criar um numero ilimitado de sentenças.
	Além disso, é estruturada em diversos níveis, existe uma clara distinção entre o nível das palavras ou morfemas, que possuem significado, e o nível dos sons, que não possuem significado.
	No caso dos macacos, embora eles possam desenvolver um vocabulário semelhante ao vocabulário humano, eles não podem aprender a combinar seus sinais da maneira sistemática com que fazem os humanos.
Conceitos e Categorização: Os Blocos de Construção do Pensamento.
	O pensamento pode ser concebido como uma “linguagem da mente”. Na verdade pode haver mais de uma linguagem:
Pensamento proposicional: porque expressa uma proposição ou asserção.
Pensamento imagético: corresponde a imagens, particularmente visuais, que podemos “ver” em nossa mente.
Pensamento motôrico: que corresponde a seqüências de “movimentos mentais”. 
Funções dos Conceitos.
	Um conceito representa uma classe inteira, é o conjunto de propriedades que associamos a uma determinada classe. Os conceitos desempenham algumas funções importantes na vida mental. Uma das funções é dividir o mundo em unidades gerenciáveis (economia cognitiva). Por tratar os diferentes objetos como membros do mesmo conceito, reduzimos a complexidade do mundo que temos que representar mentalmente. 
	A categorização refere-se ao processo de atribuir um objeto a um conceito. Quando categorizamos um objeto, nós o tratamos como possuidor de muitas das propriedades associadas ao conceito, inclusive propriedades que não percebemos diretamente
	A outra função dos conceitos é que eles nos permitem prever informações que não são imediatamente percebidas (poder preditivo).
	Os conceitos permitem ir além da informação diretamente percebida. 
Possuímos conceitos de atividades, de estados, de abstrações. Em cada caso sabemos algo sobre as propriedades que são comuns a todos os membros do conceito. Também podemos criar conceitos no momento para atingir algum objetivo específico.
Protótipos
	Um conjunto de propriedades constitui o protótipo de conceito, então são as propriedades que descrevem os melhores exemplos do conceito. O protótipo é o que normalmente vem à cabeça quando pensamos no conceito. Um conceito deve conter algo além de um protótipo, este algo mais é o núcleo que abrange as propriedades que são mais importantes para pertencer a um conceito.
	Categorizar uma pessoa ou objeto em uma categoria bem definida envolve determinar se ela tem as propriedades de núcleo ou definidoras, estes seriam os conceitos bem-definidos.
	Alguns conceitos são imprecisos, decidir se um objeto é um exemplo de um conceito impreciso muitas vezes envolve determinar sua sentença com o protótipo do conceito. Os conceitos naturais parecem em sua maioria ser imprecisos – eles carecem de verdadeiras definições, e a categorização destes conceitos depende em grande parte dos protótipos.
	Quanto mais propriedades do protótipo um exemplo tem, mais ele é considerado típico do conceito. 
Universalidade dos Protótipos
	Para alguns conceitos, a cultura tem claramente um impacto importante sobre o protótipo. Mas para outros conceitos mais naturais, os protótipos são surpreendentemente universais. Protótipos de cor e animais podem ser universais. 
Hierarquia de Conceitos
	Além de conhecer as propriedades dos conceitos também sabemos que os conceitos estão relacionados entre si. Mas existe uma hierarquia, que nos permite deduzir que um conceito tem uma determinada propriedade mesmo quando ela não está diretamente associada àquele conceito.
	Um objeto pode ser identificado em diferentes níveis, porém dentro da hierarquia, um dos níveis corresponde ao nível “básico” ou preferencial de classificação, este é o nível em que primeiro categorizamos um objeto. O que determina o nível básico é aquele que tem mais propriedades distintivas. 
Diferentes Processos de Categorização
	Categorizamos todas as vezes que reconhecemos um objeto, toda vez que diagnosticamos um problema. Para conceitos bem definidos, podemos determinar o grau de semelhança de uma pessoa com nosso protótipo. Mas se estivermos tentando ser precisos, podemos determinar se a pessoa tem as propriedades definidoras do conceito. Conceitos bem-definidos, os quais mostram que quanto mais propriedades existem em uma regram mais lento e sujeito a erros é o processo de categorização.
	Para conceitos imprecisos, não conhecemos propriedades definidoras suficientes para usar a categorização baseada em regras, e assim utilizamos a semelhança em seu lugar.
	Desta forma, dispomos de dois meios de categorização baseados em semelhança: semelhança com protótipos e semelhança com exemplares armazenados.
Aquisição de Conceitos
	Alguns conceitos, tais como tempo e espaço, podem ser inatos. Outros precisam ser aprendidos.
Aprendizado dos Protótipos e do Núcleo.: Podemos aprender sobre um conceitode diversas maneiras, ou explicitamente nos ensinam algo sobre o conceito ou o aprendemos através da experiência. Nosso modo de aprender depende do que estamos aprendendo. O ensino explícito é provavelmente o meio pelo qual aprendemos os núcleos dos conceitos, ao passo que a experiência parece ser o meio usual pelo qual adquirimos protótipos.
Aprendizado pela Experiência: Existem pelo menos três maneiras de aprender pela experiência:
Estratégia exemplar (a mais simples)
Testagem de hipóteses. Onde examinamos exemplos conhecidos de um conceito, procurando propriedades que sejam relativamente comuns a eles. E lançamos a hipótese de que estas propriedades comuns são o que caracterizam o conceito.
Abstrações: propriedades que caracterizam conjuntos de exemplos e não apenas exemplos isolados.
Bases Neurais dos Conceitos e Categorização.
	A pesquisa em nível neurológico indica que existem importantes diferenças apenas entre os conceitos imprecisos. Em particular, o cérebro parece armazenar conceitos de artefatos em diferentes regiões neurais.
	Uma linha de pesquisa mostra que a determinação da semelhança entre um objeto e um protótipo de conceito envolve regiões cerebrais diferentes da determinação da semelhança entre um objeto e exemplares armazenados do conceito. O processo de exemplares envolve a recuperação de itens da memória de longo prazo, e esta recuperação depende de estruturas cerebrais no lobo temporal medial.
	O uso de exemplares depende de estruturas cerebrais que medem a memória de longo prazo, mas o uso de protótipos na categorização deve depender de outras estruturas. A categorização baseada em protótipo não depende das estruturas que medem a memória a longo prazo.
	A categorização baseada em regras envolve circuitos neurais diferentes daqueles envolvidos em processos de semelhança, a ativação ocorre na parte posterior do cérebro, mas também mostram ativação em algumas regiões frontais.
Raciocínio.
	Às vezes nosso pensamento é organizado pela estrutura da memória de longo prazo. Mas as associações de memória não são os únicos meios que temos de organizar o pensamento. Nossa seqüência de pensamentos muitas vezes assume a forma de argumento, em que uma proposição corresponde a uma asserção, ou conclusão de que estamos tentando tirar. Outras proposições são razões para asserção ou premissas para a conclusão.
Raciocínio Dedutivo	
Regras Lógicas: Segundo os lógicos, os argumentos mais fortes são dedutivamente válidos, o que significa que é impossível que a conclusão de um argumento seja falsa se as premissas forem verdadeiras.
	Algumas teorias do raciocínio dedutivo assumem que operamos como lógicos intuitivos e usamos regras lógicas para tentar provar que uma conclusão de um argumento é decorrente de suas premissas. A utilização de regras torna-se mais consciente se complicarmos o argumento. 
	Quanto mais regras são necessárias, maior será a probabilidade de que as pessoas cometam um erro e mais tempo levem quando de fato tomarem uma decisão correta.
Efeitos do Conteúdo: As regras lógicas não captam todos os aspectos do raciocínio dedutivo. Estas regras são disparadas apenas pela forma lógica das proposições, mas nossa habilidade de avaliar um argumento dedutivo muitas depende igualmente do conteúdo das proposições. 
	De acordo com estudos, nem sempre utilizamos regras lógicas quando resolvemos problemas de dedução. Às vezes usamos regras menos abstratas e mais relacionadas a problemas cotidianos, estas são chamadas de regras práticas.
	Dá se o nome de modelo mental, quando para resolver o problema é montado uma representação concreta da situação.
	A aplicação de regras práticas e construção de modelos mentais têm uma coisa em comum, são determinados pelo conteúdo do problema. Porém nossa sensibilidade ao conteúdo muitas vezes nos impede de operar como lógicos ao resolver um problema.
Raciocínio Indutivo
Regras Lógicas: Os lógicos assinalaram que um raciocínio pode ser bom mesmo que nãos seja dedutivamente válido. Estes raciocínios são indutivamente fortes, o que significa que é improvável que a conclusão seja falsa se as premissas forem verdadeiras.
	A força indutiva é uma questão de probabilidade, não de certezas. 
Uma regra da probabilidade relacionada é a regra taxa de base, que afirma que quanto mais membros existem em uma classe, maior é a probabilidade de que algo pertence a esta classe.
Outra regra da probabilidade relacionada é a regra da conjunção, a probabilidade de uma proposição não pode ser menor do que a probabilidade daquela proposição combinada com outra proposição.
Heurísticas: Por heurística entende-se um procedimento de atalho que é relativamente fácil de aplicar e que muitas vezes, mas não invariavelmente, pode produzir a resposta correta.
	A estimativa de similaridade é usada como heurística para estimar a probabilidade. As pessoas usam a heurística de similaridade, porque a similaridade muitas vezes está relacionada com a probabilidade, e ainda e mais fácil de calcular.
	Porém a similaridade não é única heurística, também existe a heurística de causalidade. As pessoas estimam a probabilidade de uma situação pela força das conexões causais entre os eventos de uma situação. 
	
Pensamento Imagético
	Podemos pensar de forma imagética, particularmente em termos de imagens visuais. Parece que parte de nosso pensamento é visual. Muitas vezes recuperamos percepções passadas, ou parte delas, e atuamos sobre elas da mesma maneira que atuaríamos sobre um percepto real. 
	A imaginação envolve as mesmas representações e processos que são usados na percepção. Nossas imagens de objetos e lugares possuem detalhes visuais. As operações mentais que realizamos sobre as imagens parecem ser análogas às operações que realizamos sobre objetos visuais reais. 
Base Neural da Imaginação
	Talvez a prova mais persuasiva de que a imagem mental, ou imaginação, é igual à percepção seriam as demonstrações de que as duas são mediadas pelas mesmas estruturas cerebrais. Estudos mostram que qualquer problema que o paciente tenha na percepção visual é tipicamente acompanhado por um problema paralelo na imaginação visual. 
	A imaginação é como a percepção desde os primeiros estágios de processamento cortical, e são mediadas pelos mesmos mecanismos neurais. 
Operações Imagéticas
	Operações mentais realizadas sobre imagens parecem ser análogas àquelas que realizamos em objetos visuais reais. 
	Uma operação que foi estudada intensamente é a rotação mental, observou-se que os participantes tomavam suas decisões girando mentalmente a imagem da letra até que ela ficasse vertical e depois verificando se ela era normal ou invertida.
	Outra operação que é semelhante na imaginação e na percepção é a de examinar um objeto ou série. Estudos apontam que os participantes examinavam suas imagens de maneira muito semelhante a como examinavam objetos reais. 
	Outro aspecto em comum entre os processamentos imagético e perceptivo é que ambos são limitados pelo tamanho do ponto. Na imagem assim como na percepção, quanto maior a imagem mais rapidamente é possível ver os detalhes de um objeto.
Criatividade Visual
	O pensamento visual parece ser bastante efetivo em áreas altamente abstratas como a matemática e a física, porem não há evidências sólidas neste caso, e sim as histórias estão como os melhores indicadores do poder do pensamento visual.
Pensamento em Ação: Resolução de Problemas
	Quando resolvemos um problema, estamos nos empenhando para atingir uma meta, mas não temos um modo direto de atingi-la. Precisamos subdividir a meta em submetas, e talvez dividir estas submetas ainda mais em submetas menores, até chegarmos a um ponto em que temos os meios para atingi-la.
Estratégias de Resolução de Problemas
	Uma estratégia é reduzir a diferença entre nosso estado presente em uma situação de problema e nosso estado pretendido, no qual a solução é obtida. A idéia-chave por trás da redução de diferençaé que estabelecemos submetas que, quando alcançadas, colocam-nos em um estado que está mais próximo de nossa meta.
	Uma estratégia semelhante, porém mais sofisticada, é a análise de meios e fins. Comparamos nosso estado presente com o estado pretendido a fim de descobrir a diferença mais importante entre eles; eliminar essa diferença torna-se nossa principal submeta. Depois procuramos um modo ou procedimento para alcançar esta submeta. Se encontramos tal procedimento, mas descobrimos que algo em nosso estado presente nos impede de aplicá-lo, introduzimos uma nova submeta de eliminar este obstáculo. Muitas situações de resolução de problemas de senso comum envolvem esta estratégia. Ela nos permite agir mesmo que isso resulte em um decréscimo temporário de similaridade entre nosso estado presente e o estado pretendido. 
	Outra estratégia é trabalhar retrogradamente a partir da meta, ela é útil na resolução de problemas matemáticos.
	Estas 3 estratégias são extremamente gerais e podem ser aplicados a praticamente qualquer problema. Estas estratégias geralmente são chamadas de métodos fracos, não dependem de qualquer conhecimento específico e podem até ser inatas. As pessoas são particularmente inclinadas a utilizar estes métodos fracos quando estão aprendendo pela primeira vez sobre uma área e estão trabalhando em problemas cujo conteúdo é desconhecido. Quando adquirem conhecimento especializado em uma área, as pessoas desenvolvem procedimentos (e representações) de domínio específico mais eficazes, que passam a dominar os métodos fracos.
Representações do Problema
	Ser capaz de resolver um problema depende não apenas de nossa estratégia para subdividi-la, mas também de como o representamos. Às vezes uma representação proposicional funciona melhor, noutras vezes uma representação visual ou imagem é mais efetiva.
	Alguns problemas podem ser imediatamente resolvidos pela manipulação de proposições ou de imagens.
	Além da questão das proposições versus imagens, existem questões sobre o que PE representado. Muitas vezes temos dificuldade com um problema porque deixamos de incluir alguma coisa importante em nossa representação ou porque incluímos alguma coisa em nossa representação que não é uma parte importante do problema. Estudos mostram que chegar a uma representação útil do problema é metade do caminho na resolução do problema.
Peritos versus Principiantes
	Em uma determinada área do conteúdo, preitos e principiantes resolvem problemas de maneira qualitativamente diferente. Isto deve-se as diferenças nas representações e estratégias usadas por peritos e principiantes. Os peritos têm muito mais representações específicas armazenadas na memória que podem ser empregadas em um problema.
	Mesmo quando confrontados com um novo problema, peritos e principiantes o representam de maneiras diferentes. E diferem também quanto às estratégias que empregam. Peritos geralmente tentam formular um plano para atacar o problema antes de gerar equações, ao passo que os principiantes normalmente começam pela formulação de equações sem nenhum plano geral em mente. Outra diferença é que peritos tendem a raciocinar pelos dados de um problema para a solução, ao passo que os principiantes tendem a trabalhar no sentido inverso.
Simulação em Computador
	Para estudar como as pessoas resolvem problemas, os pesquisadores muitas vezes utilizam simulações em computador. A simulação em computador desempenhou um papel importante no estudo dos métodos fracos de resolução de problemas bem como de procedimentos especializados.
Um programa de computador é simplesmente um conjunto detalhado de instruções (escritas em uma linguagem criada para computadores) que especifica todos os passos que a maquina deve dar. Nossas regras podem ser tratadas como instruções desse tipo. Sendo assim, a simulação requer que sejamos precisos em relação ao conhecimento envolvido e que depois venhamos a traduzi-lo na linguagem do computador.

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