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Matéria Teoria Criminal da Pena

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Teoria Criminal da Pena 
Sumário 
Concurso de Pessoas – art. 29 ................................................................................ 5 
Introdução ................................................................................................................ 5 
Concurso necessário e eventual ............................................................................. 5 
Autoria ..................................................................................................................... 6 
Formas de concurso de pessoas: Coautoria e Participação ................................... 7 
Coautoria .............................................................................................................. 7 
Participação .......................................................................................................... 7 
Natureza jurídica do concurso de pessoas .............................................................. 7 
Exceções pluralísticas da teoria unitária .................................................................. 7 
Requisitos para o concurso de pessoas .................................................................. 8 
Autoria incerta e autoria colateral ............................................................................ 8 
Autoria incerta ....................................................................................................... 8 
Autoria colateral .................................................................................................... 8 
Autoria Mediata ........................................................................................................ 8 
Formas de participação ........................................................................................... 8 
Punibilidade ............................................................................................................. 9 
Participação Impunível – art. 31 .............................................................................. 9 
Teoria do Domínio do Fato ...................................................................................... 9 
Comunicabilidade e incomunicabilidade de condições, elementares e 
circunstâncias – art. 30 ............................................................................................ 9 
Sanção Penal e Penas ............................................................................................ 11 
Conceito, finalidades e características .................................................................. 11 
Classificação .......................................................................................................... 11 
Espécies de penas – art. 32 .................................................................................. 12 
Reincidência – arts. 63 e 64 ................................................................................... 12 
Conceito ................................................................................................................. 12 
Fundamento legal .................................................................................................. 12 
Hipóteses de não geração da reincidência ............................................................ 12 
Penas Privativas de Liberdade .............................................................................. 12 
Espécies: reclusão e detenção – art. 33 ................................................................ 12 
~ 2 ~ 
 
Regimes Penitenciários ......................................................................................... 13 
Regime fechado - art. 34 .................................................................................... 13 
Regime semiaberto – art. 35 ............................................................................... 13 
Regime aberto – art. 36 ...................................................................................... 13 
Determinação do regime inicial de cumprimento da pena – art. 33 ....................... 13 
Regime disciplinar diferenciado ............................................................................. 14 
Remição e detração penal – art. 42 ....................................................................... 14 
Penas Restritivas de Direitos ................................................................................ 14 
Espécies e regras – art. 43 .................................................................................... 14 
Modos de substituição – art. 44 ............................................................................. 15 
Prestação Pecuniária – art. 45 .............................................................................. 15 
Prestação Inominada ............................................................................................. 16 
Perda de bens e valores ........................................................................................ 16 
Prestação de serviço à comunidade – art. 46 ........................................................ 16 
Interdições temporárias de direitos – art. 47 .......................................................... 16 
Limitação de fim de semana – art. 48 .................................................................... 16 
Natureza das penas restritivas de direitos ............................................................. 17 
Condições para aplicação – art. 44 ....................................................................... 17 
Multa substitutiva ................................................................................................... 17 
Conversão da pena alternativa em privativa de liberdade ..................................... 17 
Pena de Multa – art. 49 ........................................................................................... 17 
Conceito ................................................................................................................. 17 
Critérios de cominação e fixação da multa ............................................................ 18 
Proibição de conversão da multa em detenção ..................................................... 18 
Aplicação da Pena e Limite das Penas ................................................................. 18 
Sistema trifásico (ver arts. 53, 54 e 58) ................................................................. 18 
Circunstâncias e elementares do crime ................................................................. 19 
Classificação das circunstâncias: judiciais e legais (genéricas e especiais); 
agravantes, atenuantes, causas aumento e de diminuição e as qualificadoras
 .................................................................................................................................. 19 
Circunstâncias judiciais – art. 59 ........................................................................ 19 
2 
 
~ 3 ~ 
 
Circunstâncias legais .......................................................................................... 20 
Circunstâncias agravantes – arts. 61 e 62 .......................................................... 20 
Circunstâncias atenuantes – art. 65 ................................................................... 20 
Causas de aumento e de diminuição da pena .................................................... 21 
Circunstâncias qualificadoras ............................................................................. 21 
Mecanismo de imposição das penas ..................................................................... 21 
Para os crimes dolosos: ...................................................................................... 21 
Para os crimes culposos: .................................................................................... 21 
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes – art. 67 ............................ 22 
Concursode causas de aumento e de diminuição; concurso de qualificadoras – 
art. 68 ..................................................................................................................... 22 
Fixação de pena de multa ..................................................................................... 22 
Fundamento para o limite das penas..................................................................... 22 
Concurso de crimes ............................................................................................... 23 
Noções ................................................................................................................... 23 
Espécies de concurso ............................................................................................ 23 
Concurso material – art. 69 ................................................................................. 23 
Concurso formal – art. 70 ................................................................................... 23 
Crime continuado – art. 71 .................................................................................... 24 
Multas no concurso de crimes – art. 72 ................................................................. 24 
Limite das penas - art. 75 ...................................................................................... 25 
Erro na execução - art. 73 ...................................................................................... 25 
Resultado diverso do pretendido – art. 74 ........................................................... 25 
Sursis – art. 78 ........................................................................................................ 25 
Requisitos – art. 77 ................................................................................................ 26 
Livramento condicional – art. 83 ........................................................................... 26 
Condições para o livramento condicional - art. 83: ................................................ 26 
Condições para revogação do livramento – art. 86: .............................................. 26 
Efeitos da condenação – art. 92 ............................................................................ 27 
Ação Penal – art. 100 .............................................................................................. 28 
3 
 
~ 4 ~ 
 
Crimes de ação penal pública................................................................................ 28 
Ação penal pública incondicionada ..................................................................... 28 
Ação penal publica condicionada ....................................................................... 28 
Crimes de ação penal privada ............................................................................... 28 
Elementos .............................................................................................................. 29 
Extinção da Punibilidade ....................................................................................... 29 
Conceito ................................................................................................................. 29 
Causas extintivas de punibilidade – art. 107 ......................................................... 29 
Da morte do agente ............................................................................................ 30 
Anistia ................................................................................................................. 30 
Graça .................................................................................................................. 30 
Indulto ................................................................................................................. 30 
Decadência do direito de queixa ......................................................................... 30 
Perempção penal (abandono) ............................................................................ 30 
Renúncia ............................................................................................................. 30 
Perdão judicial – art. 120 .................................................................................... 30 
Prescrição ............................................................................................................... 30 
Conceito ................................................................................................................. 30 
Prescrição da pretensão punitiva e prescrição da pretensão condenatória .......... 31 
Prescrição da pretensão punitiva – art. 109........................................................ 31 
Prescrição da pretensão condenatória – art. 110 ............................................... 31 
Prescrição intercorrente ...................................................................................... 31 
Prescrição retroativa ........................................................................................... 31 
Espécies de pena e prescrição .............................................................................. 31 
Termos iniciais da prescrição da pretensão executória – art. 112 ......................... 32 
Termos iniciais da prescrição da pretensão punitiva ............................................. 32 
Prescrição nos casos de evasão do condenado ou de revogação do livramento 
condicional – art. 113 ............................................................................................. 32 
Redução dos prazos de prescrição em face da idade do sujeito – art. 115 .......... 32 
Causas suspensivas da prescrição – art. 116 ....................................................... 32 
4 
 
~ 5 ~ 
 
Causas interruptivas da prescrição – art. 117 ....................................................... 33 
 
 
Concurso de Pessoas – art. 29 
Introdução 
A infração penal, porém, nem sempre é obra de um só homem. Com alguma 
frequência, é produto da concorrência de várias condutas referentes a distintos 
sujeitos. Por vários motivos, quer para garantir a sua execução ou impunidade, quer 
para assegurar o interesse de várias pessoas em seu consentimento, reúnem-se 
repartindo tarefas, as quais, realizadas, integram a figura delitiva. Assim, o crime de 
furto pode ser planejado por várias pessoas: uma rompe a porta da residência, 
outra entra e subtrai bens, enquanto uma terceira figura fica de guarda. Neste caso, 
quando várias pessoas concorrem para a infração penal, fala-se em Concurso de 
Pessoas. 
Concurso necessário e eventual 
Os crimes podem ser monossubjetivos ou plurissubjetivos. Monossubjetivos são 
aqueles que podem ser cometidos por um só sujeito. Plurissubjetivos são os que 
exigem pluralidade de agentes. Assim, o homicídio é delito monossubjetivo, uma 
vez que pode ser praticado por uma só pessoa. A rixa, ao contrário, exige a 
participação de mais de duas pessoas. 
Em face disso, existem duas espécies de concurso: 
a. Concurso necessário 
Cuida-se do concurso necessário no tocante aos crimes plurissubjetivos. O 
concurso de pessoas é descrito pelo preceito primário da norma penal 
incriminadora. 
b. Concurso eventual 
Fala-se em concurso eventual quando, podendo o delito ser praticado por 
uma só pessoa, é cometido por várias. Não existe previsão no preceito 
primário da norma penal incriminadora. O principio segundo o qual quem, de 
qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a ele cominadas (CP, 
art. 29), somente é aplicável aos casos de concurso eventual, com exclusão 
do concurso necessário. 
5 
 
~ 6 ~ 
 
Autoria 
Autor, em principio, é o sujeito que executa a conduta expressa pelo verbo típico da 
figura delitiva. É o que mata, provoca o aborto, induz alguém ao suicídio, 
constrange, subtrai, praticando o núcleo do tipo. É também o autor quem realiza o 
fato porintermédio de outrem (autor mediato) ou comanda intelectualmente o fato 
(autor intelectual). 
Há três teorias sobre autoria: 
a. Teoria restritiva 
Autor é quem realiza a conduta típica 
 
b. Teoria extensiva 
Autor é quem dá causa ao evento 
 
c. Teoria do domínio do fato 
Autor é quem tem o controle final do fato, domina finalisticamente o decurso 
do crime e decide sobre sua prática, interrupção e circunstâncias (“se”, 
“quando”, “onde”, etc.). Relaciona-se a conduta e não ao resultado. Nessa 
teoria, a autoria abrange: 
• Autoria propriamente dita (autoria direta individual e imediata); 
 
• Autoria intelectual 
Quem planeja a ação 
 
• Autoria mediata 
Uma pessoa, o “sujeito de trás”, serve-se de outrem para praticar o 
fato, podendo a ele ser atribuída a “propriedade” do crime. 
 
• Coautoria (reunião de autorias) 
Nosso CP adotou a teoria restritiva, uma vez que os arts. 29 e 62 fazem distinção 
entre autor e partícipe, sendo que quem executa o crime é autor, quem induz, 
instiga ou auxilia, considera-se partícipe, desde que não detenha o domínio do fato. 
Isso, entretanto, não resolve certos problemas, como o da autoria mediata, em que 
o sujeito vale-se de outrem para cometer o delito. Daí a necessidade de a doutrina 
socorrer-se da teoria do domínio do fato que, aliada à restritiva, conjugam-se para 
dar adequação apropriada aos casos concretos. 
6 
 
~ 7 ~ 
 
Formas de concurso de pessoas: Coautoria e Participação 
Coautoria 
Na coautoria (reunião de autorias), o coautor realiza o verbo típico ou concretiza 
parte da descrição do crime. Cada um dos integrantes possui o domínio da 
realização do fato conjuntamente com outros ou outros autores, com os quais tem 
plano em comum de divisão de tarefas, de maneira que o crime constitui 
consequência das condutas repartidas, produto final da vontade comum. E nenhum 
deles é simples instrumento dos outros. 
Participação 
Dá-se a participação propriamente dita quando o sujeito, não praticando atos 
executórios do crime, concorre de qualquer modo para a sua realização (CP, art. 
29). Ele não realiza a conduta descrita pelo preceito primário da norma, mas realiza 
uma atividade que contribui para a formação do delito. Chama-se partícipe. E não 
tem poder de decisão sobre a execução ou consumação do crime. 
Distinguem-se autor, coautor e partícipe. O autor detém o domínio do fato; o 
coautor, o domínio funcional do fato, tendo influência sobre o “se” e o “como” do 
crime; o partícipe só possui o domínio da vontade da própria conduta, tratando-se 
de um colaborador, não tendo o domínio finalista do crime. 
Natureza jurídica do concurso de pessoas 
Na codelinquência, compreendidas a coautoria e a participação, há um ou vários 
crimes? Existem três teorias a respeito: 
• Teoria Unitária (adotada) 
Tem como fundamento a unidade de crime. Todos os que 
contribuem para a integração do delito cometem o mesmo crime. Há 
unidade de crime e pluralidade de agentes. 
• Teoria Dualística 
Há um delito único entre os autores e outro crime único entre os 
partícipes. 
• Teoria Pluralística 
Não ocorre apenas pluralidade de pessoas, mas também de crimes. 
Considera cada um dos participantes como responsável por um 
delito próprio e punível em harmonia com seu significado antissocial. 
Exceções pluralísticas da teoria unitária 
A teoria unitária equipara os participantes. Há hipóteses, porém, em que o estatuto 
repressivo acatou a teoria pluralística, em que a conduta do terceiro constitui outro 
7 
 
~ 8 ~ 
 
crime. Há então, um crime do autor e outro do partícipe, sendo que ambos são 
descritos pelas normas como delitos autônomos. Ex.: falso testemunho e corrupção 
de testemunha (arts. 342 e 343). 
Requisitos para o concurso de pessoas 
Para que haja participação, são necessários os seguintes requisitos: 
1. Pluralidade de condutas; 
2. Liame subjetivo; 
3. Identidade de infração para todos os participantes. 
Autoria incerta e autoria colateral 
Autoria incerta 
Dá-se a autoria incerta quando, na autoria colateral, não se apura a quem atribuir a 
produção do evento. Ex.: duas pessoas matam um terceiro com tiros de revólver, 
sem que saibam da intenção do outro, e não se pode apurar de quem partiram os 
projéteis, como deveriam ser punidos? A solução seria puni-los como autores de 
tentativa de homicídio. 
Autoria colateral 
Ocorre quando os agentes, desconhecendo cada um a conduta do outro, realizam 
atos convergentes a produção do evento a que todos visam, mas que ocorre em 
face do comportamento de um só deles. 
Autoria Mediata 
Suponha-se que o agente consiga que outra pessoa, levada a erro de tipo 
essencial, pratique determinados atos, imprescindíveis à conduta delituosa, por 
exemplo, que o dono do armazém, com intenção de matar determinadas pessoas, 
induza a erro a empregada doméstica, vendendo-lhe arsênico em vez de açúcar. O 
responsável seria unicamente o idealizador do crime, aquém a doutrina dá o nome 
de autor mediato. A denominada autoria mediata pode resultar de: 
• Ausência de capacidade penal; 
• Inimputabilidade por doença mental; 
• Coação moral irresistível; 
• Erro de tipo escusável determinado por terceiro; 
• Obediência hierárquica. 
Formas de participação 
O CP não classificou expressamente as formas de participação, que podem ser: 
8 
 
~ 9 ~ 
 
• Participação Moral 
É o fato de incutir na mente do autor principal o propósito criminoso ou reforçar o 
preexistente. A determinação e a instigação são as formas de participação moral. 
Ocorre determinação quando uma pessoa faz surgir na mente de outra a intenção 
delituosa. Já a instigação é o ato de incitar, reforçar ou estimular a preexistente 
resolução delituosa. 
• Participação Material 
É o fato de alguém insinuar-se no processo da causalidade física. O auxilio é uma 
forma de participação material, e pode ser prestado na preparação ou execução do 
delito. 
Punibilidade 
Esse princípio é consequência da regra de que a graduação da pena é medida pela 
culpabilidade: o fato é comum, a culpa, porém é individual; de acordo com o art. 29, 
que diz que todos os participantes incidem nas penas cominadas ao crime, na 
medida de sua culpabilidade. 
Participação Impunível – art. 31 
O art. 31 do CP determina que “o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, 
salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, 
pelo menos, a ser tentado”. Assim, são impuníveis as formas de concurso quando o 
delito não chega à fase de execução. O oferecimento para delinquir não constitui 
infração penal 
Teoria do Domínio do Fato 
De acordo com essa teoria, autor é quem tem o controle final do fato, domina 
finalisticamente o decurso do crime e decide sobre sua prática, interrupção e 
circunstâncias (“se”, “quando”, “onde”, “como”, etc.). É uma teoria que se assenta 
em princípios relacionados a conduta e não ao resultado. 
Comunicabilidade e incomunicabilidade de condições, elementares e 
circunstâncias – art. 30 
Segundo dispõe o art. 30 do CP, não se comunicam as circunstâncias e as 
condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 
• Circunstâncias: 
9 
 
~ 10 ~ 
 
São dados acessórios (acidentais) que, agregados ao crime, tem função de 
aumentar ou diminuir a pena. Não interferem na qualidade do crime, mas sim 
afetam a sua gravidade. 
• Condições pessoais: 
São as relações do sujeito com o mundo exterior e com outras pessoas ou 
coisas, como estado civil (casado), de parentesco, de profissão ou emprego. 
• Elementares: 
São os elementos típicos do crime, dados que integram a definição da 
infração penal. 
As circunstâncias podem ser: 
a. Objetivas 
São as que se relacionam com os meios e modos de realização do crime, 
tempo, ocasião, objeto material e qualidade de vítima. 
b. Subjetivas(de caráter pessoal) 
São as que só dizem respeito com a pessoa do participante, sem qualquer 
relação com a materialidade do delito, como motivos determinantes, suas 
condições ou qualidades pessoais e relações com a vítima ou com outros 
concorrentes. 
Sob outro aspecto, as circunstâncias dividem-se em: 
1. Judiciais, previstas no art. 59 do CP 
Culpabilidade, antecedentes, conduta social e a personalidade do agente 
(culpa antes o conde persa) 
2. Legais, que se subdividem em: 
a. Gerais, comuns ou genéricas, que são: 
i. Agravantes (circunstâncias qualificativas), previstas nos arts, 61 e 
62; 
ii. Atenuantes, descritas no art. 65; 
iii. Causas de aumento ou diminuição da pena (p. ex.: a do art. 26, 
parágrafo único). 
b. Especiais ou especificas, que podem ser: 
i. Qualificadoras (ex.: arts. 121, §2º, e 155, §4º); 
ii. Causas de aumento ou de diminuição da pena, em quantidade fixa 
ou variável (arts 226 e 221). 
Podemos estabelecer as seguintes regras: 
10 
 
~ 11 ~ 
 
I. Não se comunicam as condições ou circunstâncias de caráter pessoal (de 
natureza subjetiva); 
II. A circunstância objetiva não pode ser considerada no fato do partícipe ou 
coautor se não ingressou na esfera de seu conhecimento; 
III. As elementares, sejam de caráter objetivo ou pessoal, comunicam-se entre os 
fatos cometidos pelos participantes, desde que tenham ingressado na esfera 
de seu conhecimento. 
Sanção Penal e Penas 
Conceito, finalidades e características 
Pena é a sanção aflitiva imposta pelo Estado, mediante ação penal, ao autor de 
uma infração (penal), como retribuição de seu ato ilícito, consistente na diminuição 
de um bem jurídico, e cujo fim é evitar novos delitos. 
Tem finalidade preventiva e retributiva, no sentido de evitar novas infrações. A 
prevenção é geral, sendo que o fim intimidativo da pena dirige-se a todos os 
destinatários da norma penal, visando a impedir que os membros da sociedade 
pratiquem crimes; e especial, visando o autor do delito, retirando-o do meio social, 
impedindo-o de delinquir e procurando corrigi-lo. 
São caracteres da pena: 
a. É personalíssima, só atingindo o autor do crime; 
b. A sua aplicação é disciplinada pela lei; 
c. É inderrogável, no sentido da certeza de sua aplicação; 
d. É proporcional ao crime. 
Classificação 
A doutrina classifica as penas em: 
a. Corporais; 
b. Privativas de liberdade; 
c. Restritivas de liberdade; 
d. Pecuniárias; 
e. Privativas e restritivas de direitos. 
A CF prevê as seguintes penas (art. 5º, XLVI): 
a. Privação ou restrição de liberdade; 
b. Perda de bens; 
c. Multa; 
11 
 
~ 12 ~ 
 
d. Prestação social alternativa; 
e. Suspensão ou interdição de direitos 
Espécies de penas – art. 32 
De acordo com o CP as penas classificam-se em: 
a. Privativas de liberdade; 
i. Reclusão; 
ii. Detenção; 
b. Restritivas de direitos; 
i. Prestação pecuniária; 
ii. Perda de bens e valores; 
iii. Prestação de serviço a comunidade ou a entidades públicas; 
iv. Interdição temporária de direitos; 
v. Limitação de fim de semana; 
c. Pecuniárias. 
Reincidência – arts. 63 e 64 
Conceito 
Art. 63 – Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de 
transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado 
por crime anterior. 
Fundamento legal 
Arts. 63 e 64 do CP. 
Hipóteses de não geração da reincidência 
Art. 64 – Para efeito de reincidência: 
I. – não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou 
extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido o período de tempo 
superior a cinco anos, computado o período de prova da suspensão ou do 
livramento condicional, se não ocorrer revogação; 
II. – não se consideram os crimes militares próprios e políticos. 
Penas Privativas de Liberdade 
Espécies: reclusão e detenção – art. 33 
As penas privativas de liberdade são duas: reclusão e detenção. 
12 
 
~ 13 ~ 
 
Art. 33 – A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou 
aberto. A de detenção, em regime semiaberto ou aberto, salvo necessidade de 
transferência a regime fechado. 
A reclusão se diferencia da detenção não só quanto à espécie de regime como 
também em relação ao estabelecimento penal de execução (de segurança máxima, 
média e mínima), a sequência de execução no concurso material, a incapacidade 
para o exercício do poder familiar, a medida de segurança, a fiança e a prisão 
preventiva. 
Regimes Penitenciários 
Regime fechado - art. 34 
Considera-se regime fechado a execução da pena privativa de liberdade em 
estabelecimento de segurança máxima ou média. 
Fica sujeito a trabalho no período diurno e isolamento durante o repouso noturno. É 
admissível o trabalho externo em serviços ou obras públicas. 
Regime semiaberto – art. 35 
O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno em colônia 
agrícola, industrial ou estabelecimento similar. É admissível o trabalho externo, bem 
como a frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo 
grau ou superior. 
Regime aberto – art. 36 
A execução da pena será em casa de albergado ou estabelecimento adequado. 
Nele, o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, 
frequentar curso ou outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o 
período noturno e nos dias de folga. 
Determinação do regime inicial de cumprimento da pena – art. 33 
Art. 33, §2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma 
progressiva, segundo o mérito do condenado, observadas os seguintes critérios e 
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
a. O condenado a pena superior a oito anos deverá começar a cumpri-la em 
regime fechado; 
b. O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não 
exceda a oito, desde o princípio, poderá cumpri-la em regime semiaberto; 
c. O condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, 
poderá cumpri-la em regime aberto. 
13 
 
~ 14 ~ 
 
 
• Regime fechado – estabelecimento de segurança máxima – 1/6 da pena; 
• Regime semiaberto – colônias agrícolas, industriais ou similares – 1/6 da 
pena; 
• Regime aberto – casa de albergado ou estabelecimento adequado – 1/6 da 
pena; 
• Livramento condicional – 3/6 da pena 
 
 
 
Regime disciplinar diferenciado 
Consiste na obrigação de o preso ser recolhido em cela individual, limitando-se 
suas saídas diárias e visitas semanais. A imposição desse regime depende de 
decisão do juiz das execuções penais, sendo sujeito o preso que apresentar alto 
risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade, e 
aquele sobre o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação 
em organizações criminosas, quadrilha ou bando. 
Remição e detração penal – art. 42 
“Detrair” significa “abater o crédito de”. Detração penal é o cômputo na pena 
privativa de liberdade e na medida de segurança do tempo de prisão provisória ou 
administrativa e o de internação em hospital ou manicômio, desde que haja nexo de 
causalidade entre a prisão provisória e a pena privativa de liberdade. 
Penas Restritivas de Direitos 
Espécies e regras – art. 43 
De acordo com o art. 43 do CP, as penas restritivas de direitos são: 
1. Prestação pecuniária; 
2. Perda de bens e valores; 
3. Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; 
Regime Não Reincidente Reincidente 
Fechado + 8 anos estabelecimento de 
segurança máxima 
Reclusão 
cadeia 
Semiaberto + 4 a 8 anos começam na 
colônia 
Detenção 
Aberto Até 4 anos pode começar na 
colônia de albergado 
Não possui 
14 
 
~ 15 ~ 
 
4. Interdição temporária de direitos; 
5. Limitação de fim de semana. 
As penas poder ser institucionais(penitenciárias, casas de internação), semi-
institucionais (em estabelecimentos detentivos, como a limitação de fim de semana) 
e não institucionais (executadas em liberdade, p. ex., multa e prestação de serviço 
à comunidade). 
As penas alternativas são substitutivas. O juiz, em primeiro lugar, fixa a pena 
privativa de liberdade. Depois, a substitui por uma ou mais alternativas, se for o 
caso. Não podem ser aplicadas diretamente, nem cumuladas com as privativas de 
liberdade. 
Modos de substituição – art. 44 
De acordo com o art. 44 do CP, as penas restritivas de direitos são autônomas e 
substituem as privativas de liberdade quando: 
a) Aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não 
for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja 
a pena aplicada, se o crime for culposo; 
b) O réu não for reincidente em crime doloso; 
c) A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa 
substituição é suficiente. 
 
 
Prestação Pecuniária – art. 45 
A prestação pecuniária, nos termos dos arts. 43, I, e 45, §1º do CP, consiste no 
pagamento em dinheiro à vitima, a seus dependentes ou a entidade pública ou 
privada com destinação social de importância fixada pelo juiz. Não pode ser inferior 
a um nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago será 
deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se 
coincidentes os beneficiários. 
Regime Não reincidente Reincidente 
Fechado + 8 anos estabelecimento de segurança máxima Reclusão cadeia 
Semiaberto + 4 a 8 anos começam na colônia Detenção 
Aberto Até 4 anos pode começar na casa de albergado Não possui 
15 
 
~ 16 ~ 
 
Prestação Inominada 
De acordo com o § 2º do art. 45, o juiz pode substituir a pena de prestação 
pecuniária, presentes certas circunstâncias, por “prestação de outra natureza” 
(pena alternativa inominada). Significa que a pena alternativa, aplicada no lugar da 
privativa de liberdade, pode ser substituída por uma terceira, a “prestação de outra 
natureza”. Não precisa ser de natureza pecuniária. 
Perda de bens e valores 
De acordo com o art. 45, § 3º, do CP, a perda de bens e valores pertencentes aos 
condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo 
Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do 
prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em 
consequência da prática do crime. 
Prestação de serviço à comunidade – art. 46 
É aplicável nos casos de penas superiores a seis meses de privação de liberdade e 
consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. O serviço deve ser 
prestado em entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos 
congêneres, em programas comunitários ou estatais. As aptidões do condenado 
devem ser consideradas pelo juiz na escolha da natureza do serviço. Na fixação da 
pena, atende-se a uma hora de tarefa por dia de condenação, considerada de modo 
a não prejudicar a jornada norma de trabalho do apenado. 
Interdições temporárias de direitos – art. 47 
De acordo com o art. 47 do CP, são interdições temporárias de direitos: 
I – proibição de exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de 
mandato eletivo; 
II – proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de 
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; 
III – suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo; 
IV – proibição de frequentar determinados lugares. 
Limitação de fim de semana – art. 48 
A limitação de fim de semana, diz o art. 48, caput, do CP, consiste na obrigação de 
permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa de 
albergado ou outro estabelecimento adequado. Durante essa permanência, 
poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades 
educativas. 
16 
 
~ 17 ~ 
 
Natureza das penas restritivas de direitos 
As penas alternativas são autônomas, substituindo as PPL’s. A substituição é 
obrigatória, se presentes as condições de admissibilidade. 
 São de execução condicional. Subordinam-se as condições a seu efetivo 
cumprimento. Descumpridas, operam conversão em privação da liberdade, nos 
termos da lei. 
Condições para aplicação – art. 44 
De acordo com o art. 44 do CP, as penas restritivas de direitos são autônomas e 
substituem as privativas de liberdade quando: 
a) Aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não 
for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja 
a pena aplicada, se o crime for culposo; 
b) O réu não for reincidente em crime doloso; 
c) A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do 
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa 
substituição é suficiente. 
Multa substitutiva 
A multa pode ser imposta no tipo incriminador como pena comum ou substitutiva. 
Tratando-se de condenação penal igual ou inferior a um ano, a substituição pode 
ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a 
pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos 
e multa ou por duas restritivas de direitos. 
Conversão da pena alternativa em privativa de liberdade 
A conversão pode ser obrigatória ou facultativa. A conversão é obrigatória nos 
casos de descumprimento da restrição e impossibilidade de conversão em face de 
nova condenação. Facultativa na hipótese de possibilidade de conversão. 
Pena de Multa – art. 49 
Conceito 
Art. 49, CP – “A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da 
quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 e, no 
máximo, de 360 dias-multa”. 
17 
 
~ 18 ~ 
 
Critérios de cominação e fixação da multa 
O Código Penal vigente adotou o sistema do dia-multa: leva em conta o rendimento 
do condenado durante um mês ou um ano, dividindo-se o montante por 30 ou 360 
dias; o resultado equivale ao dia-multa. 
Atualmente a quantia da pena de multa é recolhida ao fundo penitenciário nacional. 
A quantidade dos dias-multa não é cominada pela norma penal incriminadora, que 
só faz referência a multa. Deve ser fixada pelo juiz, variando de, no mínimo, dez 
dias-multa a, no máximo, trezentos e sessenta dias-multa. 
Proibição de conversão da multa em detenção 
De acordo com a lei que deu nova redação ao art. 51, fica proibida a conversão da 
pena de multa em detenção. Fundamento: o não pagamento da multa atuava, 
muitas vezes, como fato mais grave do que o delito cometido pelo condenado. 
Aplicação da Pena e Limite das Penas 
Sistema trifásico (ver arts. 53, 54 e 58) 
Art. 59 – O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, 
bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e 
suficiente para reprovação e prevenção do crime (as penas e suas quantidades). 
Art. 68 – A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste código, 
em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por 
último, as causas de aumento e diminuição. 
A pena é calculada em três fases: 
1. Pena base de acordo com o art. 59 – oito circunstâncias judiciais: 
culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do agente, motivo, 
circunstâncias, consequências e o comportamento da vítima; 
2. Circunstâncias: 
a. Atenuantes – ser o agente menor de 21 ou maior de 70 anos; 
desconhecimento da lei; cometido o crime por motivo de relevante valor 
social ou moral; por espontânea vontade, tentar evitar ou minorar as 
consequências logo depoisdo crime, ou reparar o dano, antes do 
julgamento; confessado espontaneamente; cometido o crime sob 
influência de multidão em tumulto; etc.; 
18 
 
~ 19 ~ 
 
b. Agravantes – a reincidência; ter cometido o crime: por motivo torpe; para 
facilitar outro crime; por emboscada; com emprego de veneno, tortura 
(meio insidioso ou cruel); contra ascendente, descendente, irmão ou 
cônjuge; com abuso de autoridade; contra criança, idoso, enfermo ou 
mulher grávida; em ocasião de calamidade; em estado de embriaguez 
preordenada, etc. 
c. Preponderantes – no concurso de agravantes e atenuantes, a pena 
deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias 
preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos 
determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. 
3. Causas de aumento e diminuição da pena (p. ex. tentativa, art. 14). 
Circunstâncias e elementares do crime 
Para diferenciar elementar de uma circunstância usamos dois princípios: 
1. Quando, diante da figura típica, excluindo-se determinado elemento, o crime 
desparece ou surge outro, estamos em face de uma elementar; 
2. Quando, excluindo-se certo dado, não desaparece o crime considerado, não 
surgindo outro, estamos em face de uma circunstância. Dados referentes ao 
tempo, lugar, maneira de execução, etc. são circunstâncias do crime. 
As circunstâncias são determinados acessórios que, agregados a figura típica 
fundamental, aumentam ou diminuem a pena. No crime de homicídio, o relevante 
valor moral diminui a pena, enquanto que o motivo fútil a agrava. 
Classificação das circunstâncias: judiciais e legais (genéricas e especiais); 
agravantes, atenuantes, causas aumento e de diminuição e as qualificadoras 
Circunstâncias judiciais – art. 59 
Art. 59, caput: 
• Culpabilidade; 
• Antecedentes; 
• Conduta social; 
• Personalidade do agente 
• Motivo do crime; 
• Circunstancias do crime; 
• Consequências do crime; 
• Comportamento da vitima. 
“Culpa antes o conde persa” 
19 
 
~ 20 ~ 
 
Circunstâncias legais 
Subdividem-se em: 
1. Genéricas 
a. Agravantes – ser o agente menor de 21 ou maior de 70 anos; 
desconhecimento da lei; cometido o crime por motivo de relevante valor 
social ou moral; por espontânea vontade, tentar evitar ou minorar as 
consequências logo depois do crime, ou reparar o dano, antes do 
julgamento; confessado espontaneamente; cometido o crime sob 
influência de multidão em tumulto; etc.; 
b. Atenuantes – ser o agente menor de 21 ou maior de 70 anos; 
desconhecimento da lei; cometido o crime por motivo de relevante valor 
social ou moral; por espontânea vontade, tentar evitar ou minorar as 
consequências logo depois do crime, ou reparar o dano, antes do 
julgamento; confessado espontaneamente; cometido o crime sob 
influência de multidão em tumulto; etc.; 
c. Causas de aumento e de diminuição da pena (p. ex., art. 28, § 2º); 
4. Especiais 
a. Qualificadoras (p. ex., art. 121, § 2º); 
b. Causas de aumento e de diminuição da pena (p. ex., art. 121, § 4º). 
Circunstâncias agravantes – arts. 61 e 62 
São de aplicação obrigatória, previstas nos arts. 61 e 62: 
• A reincidência; 
• Ter cometido o crime: 
 Por motivo torpe; 
 Para facilitar outro crime; 
 Por emboscada; 
 Com emprego de veneno, tortura (meio insidioso ou cruel); 
 Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; 
 Com abuso de autoridade; 
 Contra criança, idoso, enfermo ou mulher grávida; 
 Em ocasião de calamidade; 
 Em estado de embriaguez preordenada, etc. 
Circunstâncias atenuantes – art. 65 
São de aplicação obrigatória, previstas no art. 65: 
• Ser o agente menor de 21 ou maior de 70 anos; 
20 
 
~ 21 ~ 
 
• Desconhecimento da lei; 
• Cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; 
• Por espontânea vontade, tentar evitar ou minorar as consequências logo 
depois do crime, ou reparar o dano, antes do julgamento; 
• Confessado espontaneamente; 
• Cometido o crime sob influência de multidão em tumulto; etc.; 
 
Causas de aumento e de diminuição da pena 
As causas de aumento e de diminuição da pena estão previstas na Parte Geral e na 
Parte Especial do CP. Quando descritas na Parte Geral, constituem circunstâncias 
legais genéricas; quando contidas na Parte Especial, são circunstâncias legais 
específicas. 
Essas causas aumentam ou diminuem a pena em quantidade fixa (1/3, 1/6, o dobro, 
metade, etc.) ou dentro de certos limites (um a dois terços, um sexto até metade, 
etc.). 
Circunstâncias qualificadoras 
São circunstâncias legais especiais previstas na Parte Especial do CP que, 
agregadas à figura típica fundamental, tem função de aumentar a pena. Quando se 
trata de uma qualificadora propriamente dita, o código, aumentando a pena, comina 
o mínimo e o máximo. 
Mecanismo de imposição das penas 
Para os crimes dolosos: 
Para PPL até quatro anos – pode ser substituída por PRD, desde que não seja 
reincidente, não tenha cometido o crime com violência ou alguma situação 
comprometedora; 
PPL igual ou inferior a um ano – substituição por multa ou PRD; 
PPL maior que um ano – substituição por multa e PRD ou duas PRD’s; 
Entre um a quatro anos, não reincidente, inicia no regime aberto, reincidente, 
fechado; 
PPL de 4 a 8 anos – inicia em regime semiaberto; 
Para os crimes culposos: 
Qualquer que seja a quantidade de pena privativa de liberdade pode ser substituída 
por restritiva com algumas condições: 
21 
 
~ 22 ~ 
 
• Não sendo possível substituir para prestação de serviço a comunidade ou 
limitação de fim de semana, o juiz deve conceder o sursis ao réu; 
• O sursis deve ser aplicado somente quando não puder substituir por uma 
PRD. 
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes – art. 67 
Diz o art. 67 que “no concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-
se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais 
as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e 
da reincidência”. 
Concurso de causas de aumento e de diminuição; concurso de qualificadoras 
– art. 68 
O art. 68, parágrafo único, determina que “no concurso de causas de aumento ou 
de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento 
ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou 
diminua”. 
No concurso de qualificadoras previstas no mesmo tipo penal, aplica-se uma só, 
servindo a outra de circunstância judicial de agravação da pena. 
Fixação de pena de multa 
Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação 
econômica do réu, sendo que a multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz 
considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora 
aplicada no máximo. 
No tocante a quantidade dos dias-multa, que varia entre dez e trezentos e sessenta, 
devem ser consideradas as circunstâncias judiciais (”culpaantecondpersa”, motivos, 
circunstâncias e consequências). O valor do dia-multa deve ser fixado de acordo 
com a situação econômica do réu. 
Fundamento para o limite das penas 
A imposição da pena está condicionada a culpabilidade do sujeito. Na fixação da 
sanção penal, sua qualidade e quantidade estão presas ao grau de censurabilidade 
da conduta (culpabilidade). A periculosidade constitui pressuposto da imposição das 
medidas de segurança. 
22 
 
~ 23 ~ 
 
Concurso de crimes 
Noções 
Quando um sujeito, mediante unidade ou pluralidade de ações ou de omissões, 
pratica dois ou mais delitos surge o concurso de crimes ou de penas. 
Espécies de concurso 
O concurso de crimes pode ser: 
a. Concurso material – art. 69; 
b. Concurso formal – art. 70; 
c. Concurso continuado – art. 71 
Concurso material – art. 69 
Quando o agente, mediante mais de uma açãoou omissão, pratica dois ou mais 
crimes, idênticos ou não. 
Ex.: 
Conduta1 - resultado1 - pena1 = 2 anos + reclusão 
C2 - r2 - p2 = 4 anos + reclusão 
C3 - r3 - p3 = 1 ano + reclusão 
 7 anos + reclusão 
* soma-se reclusão e detenção em separado, executando-se primeiro a mais grave; 
* sursis só até dois anos, PRD até quatro para ser aplicada; 
* penas exequíveis simultaneamente serão cumpridas ao mesmo tempo, as não 
exequíveis serão cumpridas sucessivamente; 
* se a pessoa for condenada a prisão, perderá qualquer benefício (sursis ou PRD). 
Concurso formal – art. 70 
Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes. 
Difere do concurso material pela unidade de conduta: no concurso material o sujeito 
comete dois ou mais crimes por meio de duas ou mais condutas; no concurso 
formal, com uma só conduta realiza dois ou mais delitos. 
Ex.: 
Crime culposo (ação ou omissão) (com uma só conduta): 
• Resultado1 - Pena1 - x meses até x meses 
• Resultado2 - Pena2 - x meses até x anos 
• Resultado3 - Pena3 - x meses até x anos 
* as penas não se somam neste caso 
23 
 
~ 24 ~ 
 
*penas iguais: escolhe qualquer uma e exaspera-a (aumentada em 1/6 até metade) 
* penas diferentes: escolhe a maior e exaspera-a (aumenta em 1/6 até 1/2) 
* se a exasperação superar a somatória, deve aplicar-se a somatória 
* a escolha da fração de exasperação fica a escolha do juiz, mediante justificativa. 
* se a conduta for dolosa (desígnios autônomos), deverá ser encaixado como 
concurso material, com somatória. 
* Desígnios autônomos - quando o agente, com uma conduta, produz mais de dois 
resultados, só que de maneira dolosa. 
Crime continuado – art. 71 
Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, ugar, maneira de execução 
e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do 
primeiro. 
Ex.: 
Crimes da mesma espécie (que atingem os mesmos bens jurídicos), sucessivos, 
com circunstâncias semelhantes como tempo, lugar, modo de execução. 
• Conduta1 - Resultado1 - Pena1 - roubo 
• Conduta2 - Resultado2 - Pena2 - 
• Conduta3 - Resultaod3 - Pena3 - 
 
*os crimes subsequentes devem ser considerados como continuação do primeiro 
* aplica-se a mais grave das penas, caso forem diferentes. 
* se as penas forem iguais, pega-se qualquer uma delas e exaspera-a (aumenta de 
1/6 até 2/3) 
 
* nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave 
ameaça a pessoa, poderá o juiz, considerando o 
culpantecondepersa,(culpabilidade, antecedentes, conduta do agente e 
personalidade) bem como motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só 
crime, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, não ultrapassando a 
somatória. 
Multas no concurso de crimes – art. 72 
Art. 72. No caso de multa no concurso de crimes, não há exasperação, apenas 
soma-se os dias/multa 
24 
 
~ 25 ~ 
 
Limite das penas - art. 75 
Para PPL não pode exceder a 30 anos 
Quando o agente for condenado a PPL cuja soma seja maior de 30 anos, elas 
devem ser unificadas para atender ao limite máximo. 
Se a pessoa já for condenada por unificação, cometer um novo crime durante a as, 
unificar-se-á as penas e desprezar o que já for cumprido pela primeira unificação. 
Erro na execução - art. 73 
Quando por acidente ou erro, o agente atinge outra pessoa que não aquela 
pretendida, responde como se tivesse atingido quem pretendia. Se o agente atinge 
tanto quem queria quanto quem não pretendia, aplicam-se as regras do concurso 
formal. 
Resultado diverso do pretendido – art. 74 
Art. 74. Se o agente quer cometer certo crime, mas obtém resultado diverso, por 
acidente ou erro na execução, ele responde por culpa do crime do resultado, se for 
crime culposo; se obtiver resultado diverso e o pretendido, aplica-se o concurso 
formal. 
Sursis – art. 78 
Sursis quer dizer suspensão, e permite que o condenado não se sujeite à execução 
de pena privativa de liberdade de pequena duração. 
Suponha-se que o agente seja condenado a três meses de detenção. O juiz, na 
sentença condenatória, desde que não seja caso de aplicação de pena restritiva de 
direitos, reunidos os requisitos do instituto, concede ao réu o sursis, dando os 
motivos da decisão. Na audiência de advertência o juiz comunica ao réu as 
consequências de uma nova infração ou descumprimento de alguma obrigação 
imposta. Da data da audiência de advertência começa o período de prova, que 
varia de dois a quatro anos. Isso significa que o juiz concede a “suspensão 
condicional da execução da pena (sursis)”. O réu não inicia o cumprimento da pena, 
ficando em liberdade condicional, por um período de prova, que varia de dois a 
quatro anos, ficando em observação. Se não praticar nova infração penal e cumprir 
as condições impostas pelo juiz, ao final desse período, ele determinará a extinção 
da pena que se encontrava suspensa. 
25 
 
~ 26 ~ 
 
Requisitos – art. 77 
1. Não seja reincidente em crime doloso; 
2. A culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do agente, 
motivos e circunstâncias autorizem a concessão do beneficio; 
3. Não seja indicada ou cabível PRD’s. 
Livramento condicional – art. 83 
O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de 
liberdade igual ou superior a 2 anos 
Arts. 83 a 90, CP; 131 da LEP. 
Após o apenado cumprir: 
• 1/6 da pena em regime fechado, 1/6 em semiaberto e 1/6 em aberto, quando 
começar em regime fechado – desde que condenado em pena privativa de 
liberdade que não pode ser substituída por PRD nem sursis; 
• Ou 1/6 em semiaberto e 1/6 em aberto, nos casos em que começar em 
regime semiaberto – desde que condenado em pena privativa de liberdade 
que não pode ser substituída por PRD nem por sursis; 
• A pena deve ser igual ou superior a dois anos. 
Com essas condições, restando ainda pena a ser cumprida, o juiz porá em 
livramento condicional, com um documento pessoal com foto que o identifique como 
tal. Em certos casos haverá até monitoração eletrônica. 
Condições para o livramento condicional - art. 83: 
1. Cumprida mais da metade da pena; 
2. Bom comportamento, bom trabalho (na prisão) e trabalho honesto (promessa 
de trabalho decente quando sair da prisão); 
3. Não reincidente em crime doloso; 
4. Ter reparado, ou tentado reparar, dano causado; 
5. Deverá cumprir 2/3 da pena se tiver cometido crime hediondo e não for 
reincidente. 
Condições para revogação do livramento – art. 86: 
1. Se o liberado for condenado em PPL, em crime cometido durante a vigência 
do livramento; 
2. Por crime anterior, pois as penas se somam, e, portanto, ele não teria 
cumprido metade do total da pena; 
26 
 
~ 27 ~ 
 
3. Se o liberado deixar de cumprir alguma obrigação afixada anteriormente, ou 
for condenado a alguma pena não privativa de liberdade, tudo a julgo do juiz; 
Importante: se o beneficio do livramento condicional for revogado, ele nunca mais 
poderá ser concedido. 
Extinção: a pena não será extinta se o individuo cometer algum crime durante a 
vigência do livramento condicional. 
Crimes hediondos: 
1. Homicídio em grupo de extermínio ou qualificado; 
2. Latrocínio, 
3. Extorsão qualificada pela morte; 
4. Extorsão mediante sequestro; 
5. Estupro; 
6. Estupro de vulnerável; 
7. Epidemia com resultado morte – preterdoloso (a pessoa trabalha com germes 
perigosos e por negligência, imperícia ou imprudência, os deixa “escapar”, 
causando morte); 
8. Falsificação, alteração (altera algum dos componentes da fórmula), corrupção, 
adulteração (quando não se pões o componente) de produtos terapêuticos ou 
medicinais – FACA; 
9. Crime de genocídio (contra raça, população, religião, etc.). 
CF, art. 5º, XLIII – não sãohediondos, apenas equiparados – tortura, tráfico de 
drogas e terrorismo – são inafiançáveis, junto com os hediondos. 
Efeitos da condenação – art. 92 
Art. 92 
Todos os efeitos abaixo são aplicados após o trânsito em julgado: 
a. Efeitos genéricos (automáticos) 
Art. 91 – existem em todas as condenações, mesmo que o juiz não declare. 
São efeitos automáticos: 
• Obrigação de indenização do dano (a condenação torna-se título 
executório); 
• Perda em favor da União – confisco (menos contra lesado e terceiro de 
boa fé) pode ser: instrumentos do crime (fabrico, alienação, uso, porte e 
detenção de ilícitos); produto do crime (bem ou valor, em favor da 
União); 
27 
 
~ 28 ~ 
 
b. Efeitos específicos 
Art. 92 – declarados caso a caso quando cabíveis. São específicos de acordo 
com cada caso, o juiz deve aplica-los conforme se encaixem, se ele não 
mencionar, não poderá ser usado: 
• Perda de função pública, mandato eletivo ou cargo público (quando: a) 
quando aplicada PPL até um ano nos crimes praticados com abuso de 
poder (excesso, desvio ou omissão); b) quando condenado a PPL com 
mais de 4 anos (sendo que não cabe sursis nem PRD); 
• Perda do pátrio poder, curadoria ou tutela, nos crimes dolosos com pena 
de reclusão, cometidos contra o filho, tutelado ou curatelado; 
• Perda da habilitação de dirigir veículo automotor quando ele tiver sido 
instrumento do crime doloso. 
Ação Penal – art. 100 
A ação penal é o direito de invocar o poder judiciário no sentido de aplicar o direito 
penal objetivo. A ação penal classifica-se tendo em vista o objeto jurídico do delito e 
o interesse do sujeito passivo em movimentar a máquina judiciária no sentido de 
aplicar o direito penal objetivo ao fato cometido pelo agente. 
Crimes de ação penal pública 
A ação penal pública é promovida pelo Ministério Público por meio de denúncia, 
que constitui sua peça inicial. 
A conduta do sujeito lesa um interesse jurídico de tal importância que a ação penal 
pode ser iniciada sem a manifestação de vontade de qualquer pessoa. 
Ação penal pública incondicionada 
A autoridade (policial), tomando conhecimento da prática do fato, deve proceder de 
ofício (p.ex. homicídio – objeto jurídico protegido é a vida). 
Ação penal publica condicionada 
O ofendido deve autorizar a instalação da ação penal, sob condições de 
procedibilidade: depende de representação (retratável enquanto não houver 
denúncia do Ministério Público) do ofendido ou requisição (da qual não pode haver 
retratação) ao Ministro da Justiça. 
Crimes de ação penal privada 
A ação penal privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de seu 
representante legal. 
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~ 29 ~ 
 
É exclusiva quando o crime atinge um bem da esfera intima do ofendido, pelo qual 
o Estado reserva a ele a iniciativa do procedimento policial e do processo penal. 
Diz-se subsidiária quando o advogado oferece a queixa porque o Ministério Público 
não denunciou em tempo hábil. 
Elementos 
De acordo com o art. 41, CP, a denúncia ou queixa conterá: 
• A exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias; 
• A qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identifica-
lo; 
• A classificação do crime; 
• Quando necessário, o rol de testemunhas. 
Extinção da Punibilidade 
Conceito 
Quando um sujeito pratica um crime surge a relação jurídico-punitiva: de um lado o 
Estado com o jus puniend; do outro, o réu, com a obrigação de não obstaculizar o 
direito do Estado de impor a sanção penal. O direito de punir do Estado, que era 
abstrato, torna-se concreto, surgindo a punibilidade. 
Causas extintivas de punibilidade – art. 107 
É possível que, mesmo que o sujeito pratique uma infração penal, ocorra uma 
causa extintiva da punibilidade, de acordo com o art. 107 do CP: 
Extingue-se a punibilidade: 
I. Pela morte do agente; 
II. Pela anistia, graça ou indulto; 
III. Pela retroatividade de lei que não considera mais o fato criminosos – abolitio 
criminis; 
IV. Pela prescrição, decadência ou perempção; 
V. Pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação 
privada; 
VI. Pela retratação do agente, nos casos em que a lei permite; 
VII. Pelo perdão judicial, nos caos previstos em lei. 
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~ 30 ~ 
 
Da morte do agente 
A morte do agente deve ser provada por meio de certidão de óbito, não tendo 
validade a presunção legal do art. 6° do CC. 
Anistia 
É o esquecimento jurídico de uma ou mais infrações penais, concedida em casos 
excepcionais, para apaziguar os ânimos. A anistia é de atribuição do Congresso 
Nacional, sendo uma lei penal de efeito retroativo, não podendo ser revogada. 
Graça 
A graça é individual e deve ser solicitada, de competência do presidente da 
república, podendo ser delegada. Somente extingue a punibilidade, subsistindo o 
crime. 
Indulto 
É concedido por decreto, sendo coletivo. Somente extingue a punibilidade, 
subsistindo o crime. 
Decadência do direito de queixa 
É a perda do direito de ação do ofendido em face do decurso do tempo. O ofendido 
decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 
seis meses, a partir do dia em que soube quem é o autor do crime, ou do dia que se 
esgotou o prazo para o oferecimento da denúncia. 
Perempção penal (abandono) 
É a perda do direito de demandar do querelado pelo mesmo crime em face da 
inercia do querelante. Só é possível na ação penal privada, e após o seu início. 
Renúncia 
É a abdicação do ofendido ou de seu representante legal do direito de promover a 
ação penal privada. 
Perdão judicial – art. 120 
É o instituto pelo qual o juiz, não obstante comprovada a prática da infração penal 
pelo sujeito culpado, deixa de aplicar a pena em face de justificadas circunstâncias. 
Prescrição 
Conceito 
Perda da pretensão punitiva ou executória do Estado pelo decurso do tempo sem o 
seu exercício. 
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~ 31 ~ 
 
Prescrição da pretensão punitiva e prescrição da pretensão condenatória 
Prescrição da pretensão punitiva – art. 109 
Ocorre antes de a sentença final transitar em julgado. Para calcular o tempo para a 
prescrição, utiliza-se o máximo da pena abstrata. 
Prescrição da pretensão condenatória – art. 110 
Ocorre após o transito em julgado da sentença condenatória. Para calcular o tempo 
de prescrição, utiliza-se a pena definitiva com transito em julgado. A prescrição é 
aumentada em um terço para reincidentes. 
Máximo da 
pena 
Prescrição 
- 1 ano Em 3 anos 
1 ano até 2 
anos 
Em 4 anos 
+ 2 anos até 4 
anos 
Em 8 anos 
+ 4 até 8 anos Em 12 
anos 
+ 8 até 12 
anos 
Em 16 
anos 
+ 12 anos Em 20 
anos 
Prescrição intercorrente 
Ocorre entre dois momentos – entre a pena e o acórdão. 
Prescrição retroativa 
Quando a sentença passa a existir, a prescrição é retroativa, ou seja, os outros 
prazos contam com a prescrição da sentença. 
Espécies de pena e prescrição 
Quer se trate de prescrição da pretensão punitiva ou executória, multa e as penas 
restritivas de direitos seguem a sorte das penas privativas de liberdade. Quanto a 
pena pecuniária, quando é a única abstratamente imposta, ou a única aplicada (em 
dois anos), ou é a que ainda resta cumprir, tem disciplina própria; quando a multa 
for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada, 
prescreverá no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de 
liberdade. 
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~ 32 ~ 
 
Termos iniciais da prescrição da pretensão executória – art. 112 
De acordo com o art. 112 do CP a prescrição da pretensão executória começa a 
correr: 
a. Do dia em que passa em julgado a sentença condenatória para a acusação, 
ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento 
condicional; 
b. Do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da 
interrupçãodeva computar-se na pena. 
Termos iniciais da prescrição da pretensão punitiva 
Consoante com o que dispõe o art. 11 do CP, a prescrição da pretensão punitiva 
(antes de transitar em julgado a sentença final) começa a correr: 
a. Do dia em que o crime se consumou; 
b. No caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; 
c. Nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; 
d. Nos bigamia e nos de falsificação ou alteração de registro civil, da data em 
que o fato se tornou conhecido. 
Prescrição nos casos de evasão do condenado ou de revogação do 
livramento condicional – art. 113 
No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a 
prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. 
Redução dos prazos de prescrição em face da idade do sujeito – art. 115 
O art. 115 do CP determina que sejam reduzidos na metade os prazos de 
prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 anos ou maior 
de 70 anos na data da sentença. 
Causas suspensivas da prescrição – art. 116 
Nos termos do art. 116 do CP, antes de passar em julgado a sentença final, a 
prescrição não ocorre: 
I. Enquanto não resolvida, em outro processo, decisão de que dependa o 
reconhecimento da existência do crime; 
II. Enquanto agente cumpre pena no estrangeiro. 
Parágrafo Único: Depois de passar em julgado a sentença condenatória, a 
prescrição não ocorre durante o tempo em que o condenado está preso por outro 
motivo. 
32 
 
~ 33 ~ 
 
Causas interruptivas da prescrição – art. 117 
Dispõe o art. 117 do CP: 
O curso da prescrição interrompe-se: 
I. Pelo recebimento da denúncia ou da queixa; 
II. Pela pronúncia – apenas em crimes dolosos contra a vida; 
III. Pela decisão confirmatória da pronúncia; 
IV. Pela publicação da sentença ou acórdão condenatória recorrível; 
V. Pela reincidência. 
Impronúncia – falta de provas – arquivamento 
Pronúncia – prova da autoria e do fato – júri 
A incidência das causas do art. 117, salvo inciso V, faz com que seja extinto o 
prazo decorrido antes da interrupção, recomeçando a correr a prescrição por inteiro. 
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	Concurso de Pessoas – art. 29
	Introdução
	Concurso necessário e eventual
	Autoria
	Formas de concurso de pessoas: Coautoria e Participação
	Coautoria
	Participação
	Natureza jurídica do concurso de pessoas
	Exceções pluralísticas da teoria unitária
	Requisitos para o concurso de pessoas
	Autoria incerta e autoria colateral
	Autoria incerta
	Autoria colateral
	Autoria Mediata
	Formas de participação
	Punibilidade
	Participação Impunível – art. 31
	Teoria do Domínio do Fato
	Comunicabilidade e incomunicabilidade de condições, elementares e circunstâncias – art. 30
	Sanção Penal e Penas
	Conceito, finalidades e características
	Classificação
	Espécies de penas – art. 32
	Reincidência – arts. 63 e 64
	Conceito
	Fundamento legal
	Hipóteses de não geração da reincidência
	Penas Privativas de Liberdade
	Espécies: reclusão e detenção – art. 33
	Regimes Penitenciários
	Regime fechado - art. 34
	Regime semiaberto – art. 35
	Regime aberto – art. 36
	Determinação do regime inicial de cumprimento da pena – art. 33
	Regime disciplinar diferenciado
	Remição e detração penal – art. 42
	Penas Restritivas de Direitos
	Espécies e regras – art. 43
	Modos de substituição – art. 44
	Prestação Pecuniária – art. 45
	Prestação Inominada
	Perda de bens e valores
	Prestação de serviço à comunidade – art. 46
	Interdições temporárias de direitos – art. 47
	Limitação de fim de semana – art. 48
	Natureza das penas restritivas de direitos
	Condições para aplicação – art. 44
	Multa substitutiva
	Conversão da pena alternativa em privativa de liberdade
	Pena de Multa – art. 49
	Conceito
	Critérios de cominação e fixação da multa
	Proibição de conversão da multa em detenção
	Aplicação da Pena e Limite das Penas
	Sistema trifásico (ver arts. 53, 54 e 58)
	Circunstâncias e elementares do crime
	Classificação das circunstâncias: judiciais e legais (genéricas e especiais); agravantes, atenuantes, causas aumento e de diminuição e as qualificadoras
	Circunstâncias judiciais – art. 59
	Circunstâncias legais
	Circunstâncias agravantes – arts. 61 e 62
	Circunstâncias atenuantes – art. 65
	Causas de aumento e de diminuição da pena
	Circunstâncias qualificadoras
	Mecanismo de imposição das penas
	Para os crimes dolosos:
	Para os crimes culposos:
	Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes – art. 67
	Concurso de causas de aumento e de diminuição; concurso de qualificadoras – art. 68
	Fixação de pena de multa
	Fundamento para o limite das penas
	Concurso de crimes
	Noções
	Espécies de concurso
	Concurso material – art. 69
	Concurso formal – art. 70
	Crime continuado – art. 71
	Multas no concurso de crimes – art. 72
	Limite das penas - art. 75
	Erro na execução - art. 73
	Resultado diverso do pretendido – art. 74
	Sursis – art. 78
	Requisitos – art. 77
	Livramento condicional – art. 83
	Condições para o livramento condicional - art. 83:
	Condições para revogação do livramento – art. 86:
	Efeitos da condenação – art. 92
	Ação Penal – art. 100
	Crimes de ação penal pública
	Ação penal pública incondicionada
	Ação penal publica condicionada
	Crimes de ação penal privada
	Elementos
	Extinção da Punibilidade
	Conceito
	Causas extintivas de punibilidade – art. 107
	Da morte do agente
	Anistia
	Graça
	Indulto
	Decadência do direito de queixa
	Perempção penal (abandono)
	Renúncia
	Perdão judicial – art. 120
	Prescrição
	Conceito
	Prescrição da pretensão punitiva e prescrição da pretensão condenatória
	Prescrição da pretensão punitiva – art. 109
	Prescrição da pretensão condenatória – art. 110
	Prescrição intercorrente
	Prescrição retroativa
	Espécies de pena e prescrição
	Termos iniciais da prescrição da pretensão executória – art. 112
	Termos iniciais da prescrição da pretensão punitiva
	Prescrição nos casos de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional – art. 113
	Redução dos prazos de prescrição em face da idade do sujeito – art. 115
	Causas suspensivas da prescrição – art. 116
	Causas interruptivas da prescrição – art. 117

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