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INGLES PARA MAIORES PALAVROES

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Prévia do material em texto

Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
1 
 
 
 
 
Inglês: 
Tudo o que você 
quer saber, mas 
tem vergonha de 
perguntar 
(ou talvez o seu professor tenha vergonha de dizer) 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
Um pequeno manual sobre 
palavões e sobre os palavrões 
mais usados em inglês 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este livro é dedicado a 
todos os curiosos e 
curiosas sobre a obscura 
área de palavrões da 
língua inglesa. E também a 
todos aqueles que querem 
melhorar sempre e sempre! 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVISO 
 
O autor e a editora não recomendam o 
uso das palavras e expressões 
encontradas neste livro em textos 
escritos ou mesmo em diálogos com 
falantes nativos da língua inglesa. 
 
Muitos americanos, ingleses, 
australianos, etc consideram muitos 
dos termos aqui apresentados 
extremamente ofensivos. Nosso 
objetivo, porém, é que você tenha 
conhecimento do que não se pode dizer 
em inglês. Em nenhum momento você 
leitor, ou leitora, será encorajado a 
fazer uso deste infame vocabulário. 
 
Assim sendo, ressaltamos que nós não 
nos responsabilizamos por qualquer 
complicação física ou legal que possa 
advir caso algum leitor ou leitora 
decidir, por sua própria conta e 
risco, fazer uso de algumas destas 
palavras em países onde a língua 
inglesa é falada. 
 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
4 
SUMÁRIO 
 
 
 
Agradecimentos 
 
Por que um livro sobre palavrões? 
 
Palavrões: tudo o que você sempre quis saber, mas tinha 
vergonha de perguntar 
 
Por que as pessoas usam palavrões? 
Será que alguma língua do mundo não possui 
palavrões? 
O que faz uma palavra se tornar um palavrão? 
Quem usa palavrões? 
Os anjos da guarda! 
Os palavrões em inglês 
Classificando os palavrões 
Por que não posso dizer palavrões em inglês? 
 
Os termos e expressões proibidas em inglês 
 
arse 
ass 
asshole 
bitch 
bloody 
blow job 
breasts 
brown-noser 
bulldiker 
bullshit 
cheat on someone 
come 
damn 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
5 
dick 
extras 
fag 
fart 
flip the bird 
fuck 
fucking 
give a flying fuck 
God 
goose 
horny 
in the middle of fucking nowhere 
jerk off 
kinky 
on the rag 
pain in the ass 
piss 
pussy 
shit 
son of a bitch 
suck 
the fuck 
tramp 
turd 
up yours! 
 
Muito mais do que você consegue imaginar 
 
ânus 
bordel 
copulação (ato sexual) 
copular (ter relações sexuais) 
defecar 
deflorar (tirar a virgindade) 
ereção 
excremento 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
6 
fazer sexo anal 
fazer sexo oral (cunilíngua) 
fazer sexo oral (felação) 
flatulências 
homossexual masculino 
idiota 
masturbar-se (masturbação masculina) 
masturbar-se (masturbação feminina) 
menstruação 
nádegas 
pênis 
puta 
seios 
sêmen 
testículos 
urina 
urinar 
vagina 
 
Referências Bibliográficas 
 
 
 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
7 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
Sou extremamente grato às várias pessoas que contribuíram com 
seus e-mails, comentários e informações. Dados estes que foram 
utilizados para dar volume a esta obra tão (acredito) audaciosa e 
inovadora. Se não fosse pela colaboração constante de vocês 
todos (é impossível citar aqui o nome de todo mundo) desde o 
ano de 2000, eu não teria formado a minha pequena coleção de 
palavras obscenas em português e inglês. A todos estes 
colaboradores desejo todo sucesso do mundo. 
 
Algumas pessoas me aconselharam daqui, outras me 
desaconselharam dali. Alguns conselhos eram bem moderados e 
motivadores; outros, bastante duros, taxativos e desanimadores. 
A estes amigos que muitos conselhos deram eu também sou 
muito grato. Espero que continuem tendo paciência comigo e 
com o meu trabalho. Vocês são realmente muito importantes 
para mim. 
 
Teve uma pessoa apenas que me incentivou a tomar coragem e 
levar a idéia deste livro adiante. Este livro é dedicado 
especialmente a ela. Espero que suas conclusões e expectativas 
com relação a esta obra se tornem realidade, para que assim 
algumas outras muitas coisas também se tornem realidade. A 
esta pessoa que tanto prezo, estimo, admiro (e perco a paciência 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
8 
às vezes) quero agradecer do fundo do meu coração (se as coisas 
complicarem espero que você continue do meu lado!). 
 
Agradeço também ao pessoal da editora que, assim como eu, 
foram corajosos e destemidos em levar esta incrível idéia à 
diante. Todo o trabalho que tiveram desde a análise inicial do 
material até o seu lançamento foi realmente espetacular. A todos 
vocês meus mais sinceros agradecimentos. 
 
Além destes tenho que reconhecer ainda os pesquisadores (sério 
gente, tem lingüistas aí pra fora que se dedicam ao assunto) de 
outros países que contribuíram com grande estilo para que a 
primeira seção deste livro tomasse forma. Vocês contribuíram 
muito para que um livro sobre palavrões não tivesse um aspecto 
tão vulgar, mas (lingüisticamente falando) uma cara meio que 
científica sobre o tema. Obrigado pelos materiais cedidos e pela 
permissão que deram para o seu uso. 
 
É óbvio, que não posso esquecer de agradecer a você que 
adquiriu este pequeno manual de vocabulário impróprio. Espero 
que tire tanto proveito dele quanto outros já tiraram e continuam 
tirando (eu acho!). Lembre-se de ler tudo o que está nele. Não 
vá direto aos palavrões. Procure antes enriquecer a sua cultura 
sabendo um pouco mais sobre os palavrões do ponto de vista da 
lingüística. 
 
Enfim, isto é tudo! Thank you very much! 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
9 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
 
Inglês: tudo o que você quer saber, mas tem vergonha de 
perguntar é um livro simples e descomplicado. Nele você vai 
aprender o que não dizer em inglês e porquê. É claro que para 
não ficar algo muito direto o autor procurou ser o mais, 
digamos, científico possível. Espero que você – leitor ou leitora 
– concorde com esta opinião. 
 
Não pense que este livro seja um dicionário de palavrões e 
expressões vulgares da língua inglesa. Muito pelo contrário! É 
um livro que você poderá ler, reler e ler novamente quantas 
vezes quiser. Você agora vai entender de uma vez por todas 
porque o seu professor ou professora torcem o nariz quando 
você faz uso de algumas palavras que você aprende em filmes, 
músicas, Internet e até mesmo em conversas com alguns gringos 
que você encontra pelo caminho. 
 
Inglês: tudo o que você quer saber, mas tem vergonha de 
perguntar está organizado em três seções. Veja abaixo do que se 
trata cada uma destas seções: 
 
Seção 01 – Palavrões: tudo o que você sempre quis saber (ou 
talvez não!) 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
10 
Nesta seção você terá uma idéia sobre algumas perguntas 
levantada pelos lingüista no mundo todo sobre um grupo 
de palavras tão menosprezado pelo campo científico do 
nosso país. Você alguma vez já se perguntou o porquê de 
uma palavra como “caralho” ser um palavrão. O que fez 
com que tal palavra ganhasse um sentido tão pejorativo? 
Será que em alguma língua do mundo não há palavrões? 
Que tipo de pessoas fazem uso de palavrões? São 
perguntas como estas que serão abordadas nesta primeira 
seção. Eu aconselho você a lê-la, afinal de contas ela é 
bastante curiosa e deu o maior trabalho escrevê-la. 
 
Seção02 – Os termos e expressões proibidas da língua 
inglesa 
Acho que é aqui (infelizmente!) que a maioria vai ficar 
mais interessada, pois nesta seção encontram-se aqueles 
palavrões e expressões capazes de deixar qualquer vovó 
surda e puritana toda arrepiada. Embora muitos não 
acreditem a intenção desta seção é educar aqueles que 
estão aprendendo inglês. Digo educar porque não 
gostaria que nenhum de vocês fosse considerado mal 
educado por fazer uso de palavras e expressões de baixo 
de calão na língua inglesa. A idéia desta seção é 
simplesmente ensinar a todos os que estão aprendendo ou 
que já falam inglês o porquê de não se usar palavras que 
aparecem freqüentemente em filmes e músicas. Devo 
admitir que há exemplos para mostrar o uso das palavras 
e há ainda as equivalências – traduções – de algumas das 
palavras para a língua portuguesa. Se você se assustar 
com alguma coisa, me desculpe a intenção não é ofender 
ninguém. 
 
Seção 03 – Muito mais do que você consegue imaginar 
Esta seção é uma espécie de compêndio de palavras e 
expressões usadas para fazer referências a várias coisas, 
desde determinadas partes do corpo humano até 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
11 
atividades que não são ditas abertamente em público. 
Enfim, trata-se de uma seção repleta de termos, tanto em 
inglês como em português, para definir, por exemplo, o 
pênis, a vagina, a menstruação, o ato sexual, etc. É uma 
seção extremamente curiosa e digna de atenção. Você 
poderá se divertir muito com ela (assim eu espero, pois 
eu ri muito ao compilá-la). 
 
Tenho de admitir que ri muito escrevendo o livro todo. Afinal de 
contas, é cada coisa hilária que se diz neste imenso Brasil e 
pelos povos falantes da língua inglesa que é impossível não dar 
uma risadinha, mesmo que meio contida entre os dentes. Espero 
que você também se divirta com este livro e aprenda muita 
coisa. 
 
 
 
 
 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
POR QUE UM LIVRO SOBRE 
PALAVRÕES? 
 
 
 
 
 
Antes que alguém bem intencionado resolva querer tirar 
satisfações por eu ter escrito um livro sobre assunto tão 
controverso, e ao mesmo tempo tão fascinante, quero ressaltar 
que a minha intenção é PURAMENTE EDUCACIONAL. Você 
talvez não acredite no que acabei de dizer, mas acredite eu só 
quero que você aprenda o que não dizer em inglês e o porquê. 
 
Caso alguém desacredite a pergunta continua: por que é que este 
sujeito resolveu escrever um livro sobre palavrões? Convido 
você a continuar lendo para encontrar a resposta. 
 
Em primeiro lugar, sou professor de língua inglesa há cerca de 
dez anos. Durante este tempo todo eu ouvi muitos alunos e 
alunas dizerem coisas legais e coisas absurdas. Tive alunos que 
me perguntavam coisas curiosas e interessantes e outros que me 
faziam perguntas extremamente cabeludas. Perguntas do tipo: 
professor, como é que se fala “puta que pariu” em inglês? 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
13 
Como professor tinha de ficar de bico calado por causa do 
(suposto) puritanismo das salas de aulas. Confesso que lá de vez 
em quando eu satisfazia a curiosidade de um aluno ou outro. 
Porém, sempre ficava com certo peso na consciência. Na 
maioria das vezes eu não respondia a tais perguntas. 
 
Parece incrível, mas o interessante é que se nós, professores, não 
ensinamos os tais dos palavrões na sala de aula, os alunos irão 
aprender de um jeito ou de outro (acredite!). Para isto basta eles 
pegarem um filminho na locadora, comprarem um CD (tipo 
aqueles do rapper americano Eminem), ou darem uma rápida 
navegada pela Internet para aprender um monte de palavras e 
expressões extremamente proibidas em inglês. 
 
O grande problema disto tudo é que quando estes alunos e 
alunas aprendem os palavrões que escutam em filmes, por 
exemplo, eles não aprendem que apesar daquela determinada 
expressão estar no filme não quer dizer que aqueles palavrões 
devam ser usados como se fossem simples palavras de uma 
língua estrangeira. 
 
Trocando em miúdos o disse acima é o seguinte: creio que a 
maioria que está lendo este livro agora já assistiu ao filme 
Cidade de Deus. Pois bem, se você fosse professor de língua 
portuguesa para estrangeiros você recomendaria o vocabulário 
do filme em questão aos seus alunos? Com certeza a sua 
resposta será um sonoro não! E se o seu aluno estrangeiro 
assistisse ao filme e resolvesse fazer uso do vocabulário das 
personagens do filme? O que você faria? 
 
Foi pensando nisto que resolvi escrever este pequeno manual de 
palavras e expressões proibidas em inglês. Se você estiver 
realmente interessado em saber o que, determinantemente, não 
se pode dizer em inglês, bem como o motivo, este será de agora 
em diante o seu guia. 
 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
14 
Espero que o amigo leitor e a amada leitora não o encare como 
algo extremamente péssimo e de tremendo mau gosto, mas sim 
como uma ajudinha especial para enriquecer o seu 
conhecimento da língua inglesa. Como eu já disse (e você 
provavelmente está custando a acreditar) a minha intenção é 
puramente educacional. 
 
Não veja este livro (acho que já disse isto anteriormente) como 
se fosse um dicionário, mas sim como um manual de instruções 
divertido que o ajudará a entender porque certas coisas não 
devem ser ditas em inglês. Não importando se você ouviu aquela 
palavra em um filme de ação ou outro ou mesmo por um amigo 
seu que seja americano. Aos estrangeiros que moram no Brasil 
este livro pode também servir de ajuda, pois estes indiretamente 
saberão o que não devem dizer em português. 
 
O meu desejo é que você realmente se divirta com as expressões 
e com os exemplos (sim, há exemplos também) que ilustram um 
pouco mais aquilo que você estará aprendendo a não fazer uso. 
E por último: cuide-se para não ser espancado por algum gringo 
que venha a cruzar o seu caminho e você inadvertidamente 
resolva verificar se o que foi dito aqui é verdade ou não. 
 
Boa leitura e um excelente aprendizado para você. 
 
 
 
Denilso de Lima 
Porto Velho, janeiro de 2005 
 
 
 
 
 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
15 
 
 
SEÇÃO 01 
 
 
 
 
 
PALAVRÕES: TUDO O QUE VOCÊ 
SEMPRE QUIS SABER (OU TALVEZ 
NÃO!) 
 
 
 
 
 
Já deixei bem claro anteriormente que neste livro tenho a 
intenção de transmitir conhecimentos educacionais para aqueles 
que precisam se comunicar em inglês. Não quero que pensem 
que a minha real intenção seja a de ensinar palavrões da língua 
inglesa às pessoas (não quero nem mesmo ser acusado por tal 
ação). 
 
Na minha consciência (si eu tenho consciência!) impera o 
seguinte pensamento: “estou apenas ensinando às pessoas o 
que elas não devem dizer em inglês e o porquê”. Assim sendo, 
não me sentirei nenhum pouquinho responsável, caso algum 
leitor engraçadinho e desavisado faça uso destes termos por aí e 
resolva dizer que fui eu que ensinei. 
 
Pronto, agora já posso começar. Como todo mundo sabe os 
palavrões fazem parte do processo natural de se aprender e falar 
uma língua. Eles fazem parte da cultura de cada país, de cada 
língua, da cada povo, de cada grupo étnico, de cada grupo 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
16 
social, etc. Querendo ou não uma hora ou outra você irá ouvir 
alguém xingando (por mais desagradável que isto possa 
parecer). Você, também, (in)conscientemente acabará dizendo 
um a qualquer momento (às vezes, você fala sem perceber 
mesmo). Porém, é preciso muita cautela para não se meter em 
perrengues e confusões por causa destas palavras e expressões 
que simplesmente fazemosquestão de deixar guardadas em 
algum canto da mente. 
 
Antes de passar para as palavras e expressões eu tenho que 
escrever algumas coisas sérias a respeito dos palavrões. É 
justamente isto que irei fazer aqui nesta primeira seção do livro. 
Você sabia que em alguns campos científicos há teses de 
doutorado sobre este assunto? Pois é, eu também me espantei 
quando descobri isto! Nesta primeira seção vamos dar uma 
olhada bem rápida sobre o que estes cientistas (malucos e 
desocupados, no ponto de vista do Jô Soares) dizem a respeito 
deste grupo tão infame de palavras. 
 
Palavrões devem ser levados a série, pois eles causam um 
grande impacto na sociedade. Algumas perguntas são feitas em 
torno deles e muito gente simplesmente nem ao menos percebe 
isto. 
 
Recentemente, um grupo de amigos estava discutindo sobre o 
porque de uma palavra como caralho ser um palavrão. Não 
contentes com isto eles passaram a se questionar sobre o fato de 
se dizer naturalmente e sem pudor algum vagina (ou vulva), mas 
se dizer periquita, bacurinha, xana, xoxota já se torna algo 
vexatório. Um destes amigos resolveu ir mais longe e perguntou 
porque é que palavras como bacurinha, xana, periquita são até 
certo ponto engraçadinhas e aceitas por todo mundo, mas b*ceta 
já é extremamente proibido. 
 
Você já se viu de diante de questões filosóficas como estas? Já 
discutiu isto com algum grupo de amigos? Já se perguntou 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
17 
porque motivos as pessoas usam palavrões? Já imaginou o que 
faz com que uma determinada palavra em algum momento de 
sua história se torne um palavrão? 
 
Enfim, há um grande número de perguntas e fatos curiosos que 
rondam tão polêmico assunto lexical. Portanto, é nesta seção que 
algumas destas questões tão fundamentais à nossa existência 
serão respondidas. 
 
Algumas perguntas não foram ainda muito bem respondidas 
pelos cientistas, mas garanto a você que todo o esforço 
necessário está sendo feito para que uma hora ou outra uma luz 
nos ilumine e nos dê mais tranqüilidade com relação a assunto 
tão perturbador. 
 
 
 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
18 
POR QUE AS PESSOAS USAM PALAVRÕES? 
 
 
 
Esta pergunta parece, a princípio, sem nenhuma objetividade, 
mas se você continuar lendo vai aprender algumas coisas 
interessantes sobre o fato de as pessoas usarem palavrões e até 
mesmo, indiretamente, sobre as razões pelas quais os palavrões 
existem. 
 
Pare para pensar um pouquinho só nos palavrões que temos na 
língua portuguesa (por favor, não vá pensar em voz alta!). 
Pronto! Agora que você pensou em alguns palavrões, procure 
dar uma razão pela qual você acha que estes termos que acabou 
de pensar são usadas por quase todas as pessoas? Que razões 
levariam você, em especial, a usá-los? 
 
Os estudiosos de tão interessante assunto (são raras as pessoas 
que se dedicam à sua pesquisa; o Jô Soares ainda não os 
descobriu, mas quando descobrir...) dizem que, sem qualquer 
sombra de dúvidas, há fortes razões para que as pessoas, em 
algum momento, soltem um palavrão. 
 
As razões mais convincentes estão enumeradas abaixo, veja se 
você concorda com elas. Caso não concorde, não se preocupe. O 
fato é que os palavrões existem e são usados e se isto ocorre é 
porque deve haver algum motivo, embora muito intrínseca, para 
isto. 
 
01. As pessoas usam palavrões devido a uma incrível e 
estranha necessidade de desejarem extravasar quando 
estão muito zangadas (ou para fazer uso dos palavrões: 
quando as pessoas estão putas da vida) com alguém, com 
alguma coisa ou com alguma situação que as esteja 
incomodando muito. Se algo está dando errado elas 
soltam um palavrão. Se alguém as irrita provavelmente 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
19 
irão dizer um palavrão. Enfim, basta estar com cabeça 
extremamente quente para que o processo de maledicência 
seja iniciado. Acredite se quiser, mas no meio científico já 
foi sugerido que os palavrões são um importante fator na 
redução do estresse do cotidiano (o que alguns psicólogos 
dizem é que se você se sentir estressado durante algum 
momento do dia, trancafie-se em alguma sala e comece a 
gritar alguns palavrões com bastante vontade; confesso 
que já experimentei e, por mais absurdo que pareça, 
funcionou). 
 Alguns exemplos: 
 “Puta que o pariu, você não faz nada certo!” 
 “Caralho, está bosta de fila parece que não anda!” 
 “O filho da puta do motor não quer pegar de novo.” 
 
02. Os palavrões também são usados para insultar as outras 
pessoas. A agressão verbal talvez seja a razão mais óbvia 
que explique a existência dos palavrões e o uso dos 
mesmos. É neste momento – o momento do insulto – que 
os palavrões ganham muito mais força, muito mais 
significado e peso. É aqui também que as brigas violentas 
e bate-bocas acirrados podem começar e resultar, até 
mesmo, em mortes. 
 Mais alguns pequenos exemplos: 
 “Cala a boca, seu filho da puta” 
 “Se aquela puta sem-vergonha vir aqui de novo, vou 
encher a cara dela de porrada”. 
 “Repete se tu for homem, seu baitola de merda” 
 
03. Podemos dizer ainda (embora, alguns possam rejeitar 
veementemente esta razão) que as pessoas fazem uso 
destes termos tão proibidos para serem engraçadas em 
determinados momentos. Tem gente que até usa palavrões 
entre os seus amigos de forma bastante natural e não se 
preocupam com as regras de proibição impostas pela 
sociedade. Afinal de contas, como todo mundo sabe, entre 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
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amigos não tem frescura, não é verdade? Às vezes, as 
pessoas podem também soltar um palavrão para dar mais 
graça e colorido ao que elas estão dizendo. É claro que 
isto só é aceitável entre pessoas que você conhece muito 
bem. 
 Que tal alguns exemplos? 
 “Porra, Miguel. Tu é um viado mesmo, né? Como é que 
tu me traz a merda da peça errada?” 
 “Sai já daqui sua vaca, quero usar o computador.” 
 “Sai sua bicha, num tá vendo que tô ocupado.” 
 
04. Continuando neste tema de por que as pessoas usam 
palavrões há um que é também bastante óbvio. Palavrões 
são, de certa forma, uma maneira de indicar que quem fala 
exerce, ou deseja exercer, certo poder sobre quem ouve. 
Ou seja, como os palavrões são ameaçadores algumas 
pessoas, que se sentem (in)conscientemente inferiorizadas 
por alguma razão, usam palavrões na tentativa de ganhar 
ou demonstrar poder. Estas pessoas procuram intimidar 
outras fazendo uso de todos os palavrões que elas 
conhecem. 
 Sem exemplos, neste caso! 
 
05. Os palavrões também podem ser usados para expressar 
surpresa. E é aqui que eles beiram o lado cômico. Imagine 
que o goleiro do seu time de futebol preferido fez um gol 
contra. A sua surpresa pode ser tão forte que há certa 
probabilidade que você diga algo como “caralho, não 
acredito que este filho da puta fez este gol!”. O mais 
curioso é que os torcedores do outro time poderão dizer a 
mesmíssima coisa, porém com um sentimento de alegria e 
não de surpresa e frustração 
 
Enfim, procurar identificar o porquê dos palavrões serem usados 
(suas funções e usos) é algo realmente complexo, pois eles são 
formas lingüísticas muito curiosas. 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
21 
 
Aparentemente, estas são (até o momento) as cinco razões mais 
óbvias que levam as pessoas a fazer uso dos palavrões e, 
conseqüentemente, para que os palavrões existam. Resumindo 
as cinco pode-se afirmar que palavrões são geralmente usados 
como uma reação a alguma experiência negativa muito forte. 
 
É sempre bom lembrar que é necessária muita cautela ao fazer 
uso de palavrões, quer seja por um motivo ou por outro. Isto 
porque a diferença entre usarum palavrão para expressar 
incômodo, insultar alguém, dar colorido e graça ao que se diz e 
para expressar surpresa ou frustação está na forma como o 
palavrão é dito. 
 
Ou seja, o segredo todo está naquilo que nós chamamos 
cientificamente de entonação e que o povo leigo chama de tom 
de voz ou, simplesmente, o jeito de falar. Infelizmente, é difícil 
para nós, que temos o português como língua materna, 
percebermos esta diferença em outra língua (o inglês, por 
exemplo). Pois se trata de uma diferença muito leve, muito sutil. 
É por isto que nós, falantes da língua portuguesa, não devemos 
fazer uso de palavrões em alguma outra língua que estejamos 
aprendendo. 
 
Tente imaginar, por um instante, um gringo com um sotaque 
bem carregado falando algumas das expressões que foram 
colocadas acima como exemplos. Você acha que este gringo 
estaria sendo natural? Você acha que pegaria bem para o 
estrangeiro em questão falar palavrões? Ou seja, você deverá 
concordar que palavrão na boca de um estrangeiro não tem graça 
nenhuma. 
 
 
 
 
 
 
Denilso de Lima 
http://denilsodelima.blogspot.com 
22 
SERÁ QUE ALGUMA LÍNGUA NO MUNDO NÃO 
POSSUI PALAVRÕES? 
 
 
 
Esta é uma pergunta bastante interessante. Quer você acredite ou 
não muitas pessoas já se questionaram sobre isto e até enviaram 
perguntas a especialistas no assunto. 
 
Bem, até onde se sabe (pelo menos até onde eu fiquei sabendo; 
infelizmente não tive como verificar estas informações) discute-
se a existência real e genuína dos palavrões em algumas línguas. 
Alguns dizem que algumas línguas não têm seus próprios 
palavrões e, portanto, tomam emprestados os palavrões de uma 
outra língua. 
 
Alguns dizem que outras línguas e povos não têm nem mesmo 
um palavrão sequer. Ou seja, não há unanimidade, no mundo 
científico, quanto a isto. Só sei de uma coisa: passar um dia 
inteiro sem expressar a sua ira por meio de um único palavrão 
deve ser um tédio tremendo para muita gente (não sei se você 
concorda, mas esta é a minha opinião). 
 
Entre uma destas línguas que se acreditava não ter palavrões 
estava a língua japonesa. Embora, você possa ser rude e 
grosseiro em japonês, alguns afirmavam até pouco tempo 
(inclusive eu) que os japoneses não têm uma palavra sequer para 
xingar alguém, por exemplo. 
 
Tudo isto não passa de um mito, pois, conforme um japonês me 
disse, além de tomarem palavrões emprestados de outras línguas 
(principalmente da língua inglesa), há sim palavrões próprios do 
nihongo (a língua japonesa). Muitos japoneses, no entanto, ao 
que tudo indica, preferem fazer uso de termos estrangeiros para 
serem rudes. 
 
 
 
Denilso de Lima 
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Esta confusão só me foi esclarecida quando uma aluna minha 
que fala japonês (ela morou e estudou lá por alguns anos) me 
disse que japonês tem palavrões e até me deu alguns exemplos: 
yariman (puta), sensuru (punheta), manzuru (masturbação 
feminina, alguns dizem siririca), ketsu (bunda), wakamezake 
suru (não tenho coragem de traduzir; por favor perguntem a 
algum japonês; mulheres aconselho vocês a não perguntarem 
nada!), chinko (pica, caralho), kintama (ovos), manko (b*ceta, 
dá pra entender, não dá?) kusou! (expressão de desabafo: que 
merda!). Depois destes exemplos eu fiquei mais tranqüilo, pois 
japonês tem sim palavrões. Diante de tais exemplos fiquei até 
com certa vontade de aprender japonês. 
 
Japonês à parte, vamos passar agora ao idioma basco. Caso você 
não saiba este é um idioma falado na Espanha. Você já deve ter 
ouvido falar no grupo separatista ETA. Aquele grupo que 
supostamente teria colocado bombas nos metrôs de Madri em 11 
de março de 2004. Enfim, eles lutam em prol do país Basco 
(acho que você já se encontrou e sabe agora de que língua eu 
estou falando). Afirma-se que este idioma também não possui 
palavrões. E aí eu me pergunto: como é que os membros do 
ETA fazem para xingar aqueles que eles tanto odeiam? Parece 
que eles fazem uso de palavrões emprestados da língua 
espanhola. Mais uma pergunta inútil: se eles lutam para terem 
seu próprio país estabelecido, não deveriam também lutar para 
ter os seus próprios palavrões? 
 
Acreditava-se também que o idioma finlandês não tinha 
palavrões. Faziam-se até mesmo brincadeiras a respeito deste 
fato. Mas a verdade é que este mito também caiu por terra. De 
acordo com um finlandês, na língua deles há palavrões 
excepcionais indo desde as genitálias até as criaturas do inferno. 
Não sei bem o que ele quis dizer com isto, pois quando 
perguntei, ele respondeu em finlandês. Acho que estava me 
xingando e mandando para algum lugar que eu não gostaria de 
ir. 
 
 
Denilso de Lima 
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24 
 
Resumindo toda esta conversa, a verdade é que todas as línguas 
do mundo têm expressões e palavras consideradas rudes e 
proibidas por seus falantes. Não tem esta de língua nenhuma não 
ter palavrões (imagine a chatice que deve ser!). Algumas 
línguas no mundo possuem mais palavrões do que outras, mas, 
no geral, palavrões são uma característica universal em todas as 
línguas. Aliás, para que não haja palavrões em uma língua, é 
necessário que os falantes de tal língua sejam 100% amigos uns 
dos outros. Como tal fato é praticamente impossível, a gente já 
sabe onde isto vai dar. 
 
Espero ter ajudado você a se divertir um pouco mais com 
assunto tão nobre. A título de curiosidade vale dizer que os 
idiomas mais criativos em xingamentos e expressões de 
maledicência são o árabe e o turco. Até onde fui informado dizer 
que alguém é pai de sessenta cães ou que alguém cavalga em 
uma camela é algo extremamente rude para estes povos. Sabe-se 
lá porquê! 
 
 
 
O QUE FAZ UMA PALAVRINHA SE TORNAR UM 
PALAVRÃO? 
 
 
 
No universo de quem se dedica ao estudo dos palavrões esta 
talvez seja a grande incógnita de todas. Antes vale dizer que 
caso você não saiba há cientistas que dedicam tempo e esforços 
fazendo estudos sobre os palavrões, seus usos, origens, 
características, implicações sociológicas, etc. Estes cientistas são 
em sua grande maioria lingüistas. 
 
No entanto, alguns psicólogos também já fizeram estudos sobre 
o efeito que os palavrões causam nas pessoas, tanto em quem 
 
 
Denilso de Lima 
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usa quanto em quem ouve. No Brasil, a moda de estudar 
palavrões do ponto de vista lingüístico parece não ter pego 
ainda, mas (esperamos!) há de ganhar muito mais força com o 
tempo (caso haja o interesse, é claro). Só que nós não estamos 
aqui para discutir o assunto de forma tão científica o quanto 
parece. Estamos aqui para nos divertir e saber um pouco mais 
sobre este campo lexical tão esquecido pelos estudiosos 
brasileiros. 
 
A pergunta agora é mais ou menos a seguinte: o que faz com 
que a palavra puta seja considerada uma palavra proibida na 
nossa língua? 
 
Quando resolvi falar sobre isto neste livro eu tinha plena certeza 
de que os etimologistas (pessoas que se dedicam a identificar a 
origem das palavras e seus usos ao longo da história) poderiam 
me lançar uma luz sobre esta pergunta, mas infelizmente não 
foram. 
 
Eles, os etimologistas, concordam unanimamente que putta é o 
feminino latino de puttus (menino, jovem). Logo, puta 
significava, originalmente, menina, moça. Com o passar dos 
tempos o termo foi perdendo este sentindo tão puro e ingênuo e 
passou a significar prostituta, meretriz, etc. E hoje, é uma das 
palavras mais fortes para nos referirmos a uma mulher, seja ela 
verdadeiramente uma prostituta ou não. O curioso é que nem 
mesmo as prostitutas aceitam a alcunha de puta. 
 
O que tem de tão ruim nesta palavra que a torna extremamente 
proibida? Aparentemente, ninguém sabe ao certo quais foram os 
motivos que levaramnão só a palavra puta, mas também muitas 
outras, que tiveram uma origem nobre, a cair na desgraça de 
serem proibidas. Ao que tudo indica o povo (sim, nós o povo, em 
geral) é quem parece exercer uma grandiosa influência neste 
fenômeno. Encontrar uma explicação plausível que satisfaça 
definitivamente a esta pergunta é tarefa extremamente difícil. 
 
 
Denilso de Lima 
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Então, preferimos aceitar a de que o povo é sim o maior 
responsável para que uma palavra seja tida como proibida e, 
portanto, banida de determinadas conversas e situações. 
 
Um exemplo etimológico em inglês é o caso de shit (merda, 
bosta). No inglês arcaico o termo era scitte e significava, 
simplesmente, diarréia. No início era um termo muito comum e 
bastante usado (inclusive os nobres, reis e rainhas usavam-na). 
Não tinha problema nenhum em fazer uso da palavra shit, afinal 
de contas ela não tinha uma conotação vulgar. Porém, mais uma 
vez, o tempo fez com que esta simples palavrinha se tornasse em 
um grande palavrão. Com o tempo o povo (mais uma vez) foi se 
encarregando de dar a ela a conotação pejorativa que tem hoje. 
 
Se atribuirmos culpa ao povo, teremos de afirmar que este 
fenômeno seria, de certa forma, psicológico. Alguém, ou algum 
grupo social, em determinado momento decidiu excluir certa 
palavra de suas conversas formais, deixando-as apenas para 
conversas com pessoas mais íntimas, e conversas mais banais. 
Assim, o fenômeno psicológico foi sendo imposto e passado de 
geração a geração, isto acarretou na suposta proibição do uso de 
algumas palavras. 
 
Alguns sugerem, ainda, que a possível resposta talvez esteja no 
simples fato sobre o que as palavras se referem. Ou seja, se uma 
palavra que faz referência a alguma parte muito íntima do corpo 
humano (pica, por exemplo) acaba se tornando um termo 
proibido. É o que ocorre também com a palavra cu. Mas, eis que 
algum leitor espertinho ou leitora atenta pode vir a perguntar o 
porquê de palavras como ânus e pênis não serem considerados 
termos proibidos. 
 
Talvez, porque os dois primeiros (pica e cu) são termos 
freqüentemente usados pelo povão, ou seja, têm seus usos (com 
ressalvas, é claro) entre as camadas sociais mais baixas. Os dois 
últimos (pênis e ânus) são termos científicos e usados em 
 
 
Denilso de Lima 
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momentos e situações onde se exigem mais seriedade por parte 
dos falantes. Devo acrescentar aqui que estou apenas 
especulando. Eu, particularmente, não tenho a resposta 
definitiva. 
 
Mas espera aí! Se uma palavra tem alta aceitação pelos 
membros de grupos inferiores da sociedade (os ditos pobres), 
quer dizer então que os membros das classes mais altas (os 
chamados de ricos) não vão querer se igualar àqueles, 
lingüisticamente falando? 
 
Nós sabemos que tanto os pobres quanto os ricos usam termos 
proibidos. Uns talvez mais que os outros! Agora daí concluir 
que só porque o pobre fala uma coisa e o rico não, já é 
preconceito. 
 
Para concluir este tópico vale notar que no livro An Introduction 
to Language (Introdução à Linguagem) os autores afirmam que 
não há nenhuma razão lingüística para que a palavra vagina seja 
considerada uma palavra neutra e ter seu uso liberado enquanto 
que b*ceta seja vulgar. 
 
Ou seja, nem mesmo os estudiosos sabem o porquê de uma 
palavra se tornar um palavrão e outras não. A conclusão mais 
certa a que podemos chegar é a de que tudo está na nossa mente. 
O que faz uma palavra se tornar um palavrão – termo proibido – 
somos nós mesmo. 
 
A língua em si não exerce nenhum poder sobre este fenômeno. 
Caso você não tenha ficado muito satisfeito com a resposta 
sugerido, vamos ter de esperar que alguém mais à frente nos 
ilumine com uma resposta mais plausível; pois, por enquanto, só 
há especulações e nada conclusivo. 
 
 
 
 
 
Denilso de Lima 
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QUEM USA PALAVRÕES? 
 
 
 
Pense você mesmo na resposta a esta pergunta. Na sua mais 
sincera opinião, que tipo de pessoas você acha que usa 
palavrões? 
 
Talvez você responda que somente pessoas muito desbocadas e 
mal educadas irão fazer uso de tais termos, não é verdade? Se 
esta for a sua opinião, eu te faço a seguinte pergunta: você 
mesmo nunca disse um palavrão em toda a sua vida? Nunca teve 
nem mesmo aquela tremenda vontade de dizer um palavrão que 
seja? Se a sua resposta for sim a pelo menos uma destas 
perguntas, vou te fazer outra pergunta: você se considera uma 
pessoa desbocada e mal educada? Com certeza, não! 
 
O fato verdadeiro é que todo mundo, seja lá quem for, usa 
palavrões. Alguns talvez até digam que não, mas... Enfim, não 
adianta esconder. Mesmo quando você está sozinho ou sozinha, 
você pode acabar dizendo um. Pode até ser algo pensando 
apenas. Ou, às vezes, você fala sem nem perceber. 
 
Temos de admitir, é claro, que não usamos palavrões de forma 
indiscriminada. Não estou afirmando aqui que todo mundo usa 
palavrões como se fossem a coisa mais natural do mundo. Não é 
isto! Estou ciente de que todos nós temos aquele tal de bom 
senso. Mas quem será que usa mais palavrões: os homens ou as 
mulheres? 
 
Estudos lingüísticos mostram (e acho que nem precisava fazer 
estudos para saber disto) que os homens fazem mais uso de 
termos vulgares do que as mulheres. O que é realmente incrível 
entre homens e mulheres é saber que determinados palavrões 
soam muito mais naturalmente na boca de um homem do que na 
de uma mulher. 
 
 
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Imagine uma amiga sua falando um palavrão bem escabroso. 
Imaginou? Agora imagine um amigo. Pronto! Qual é mais 
natural? Acredito que a imaginação que você teve do seu amigo 
tenha sido a mais aceitável. Ou seja, além de palavrões serem 
encontrados com mais freqüência nas bocas masculinas, há 
palavrões que não ficam legais se forem ditos por uma mulher. 
Agora, qual faixa etária faz mais uso de palavrões? 
 
Esta é facílima de responder. Basta parar e escutar as pessoas 
falando ao seu redor que você saberá que idades praguejam 
mais. Caso você esteja sem tempo, vou te ajudar. Está 
comprovado que os adolescentes (já a partir dos 11 anos) e os 
jovens (até uns 24 ou 26 anos) falam muito mais palavrões. Os 
demais a partir de certa idade diminuem o uso destes termos, 
pois começam a ter consciência do impacto que eles provocam 
na imagem de cada pessoa. 
 
Chega um momento na vida de todo mundo que os palavrões 
ficam restritos apenas a conversas entre amigos, familiares, 
colegas de trabalho, etc. É o momento em que todo mundo 
parece compreender que palavrões são realmente uma bomba na 
imagem de cada um. 
 
Um outro fato interessante a ser dito aqui sobre os palavrões é 
que não há um ser humano capaz de saber todos os palavrões 
existentes em uma única língua. Quer dizer, você que mora aí no 
Rio Grande do Sul pode saber uns palavrões que o pessoal lá em 
Rondônia não faz a menor idéia do que seja. É sério! Descobri 
isso enquanto levantava os termos para a Seção 03 deste livro. 
Você sabia que só para o órgão sexual feminino – a vagina – a 
mais de 300 termos e expressões em português? Com certeza 
você não sabe todas elas. 
 
Em inglês, ocorre o mesmo. Às vezes, um palavrão é conhecido 
nos Estados Unidos, mas na Inglaterra e na Austrália não. 
 
 
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Outras vezes ele é comum em Nova Iorque, mas na Flórida não. 
Isto só serve para provar que cada região tem o direito de ser 
diferente e criar seus próprios termos. Cada grupo social, cada 
classe trabalhadora, cada grupo etário, grupo étnico, rico ou 
pobre, homens ou mulheres têm o direito de usar ou criar um 
palavrão ou outro. Não há barreiraspara isto. Nada nos impede 
de usá-los e de criar outros que são entendidos apenas por 
algumas pessoas. 
 
Concluindo, todo mundo usa palavrões. Uns talvez mais que os 
outros. Ou quem sabe falam sem ter medo do que possam pensar 
a respeito deles. Alguns apenas pensam o palavrão em 
determinado momento, mas não o falam descaradamente. 
Enfim, o grupo de palavras proibidas em uma língua existe e se 
existe e são conhecidos é porque os falantes daquela língua os 
usam com freqüência. 
 
 
 
POR QUE SENTIMOS UMA REAÇÃO ESTRANHA AO 
OUVIRMOS UM PALAVRÃO EM NOSSA LÍNGUA E 
OUTRA QUANDO EM UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA? 
 
 
 
Muito bem! Por que será que quando ouvimos (ou lemos) um 
palavrão em português nos sentimos um tanto quanto 
incomodados? Por que motivos uma lampadinha vermelha 
parece acender dentro de nossa cabeça indicando certa 
insatisfação diante de um palavrão? E Por que será que quando 
eu ouço um palavrão em inglês eu acho engraçado e, portanto, 
quero fazer uso dele embora eu saiba que seja um palavrão? 
 
Estas são mais algumas perguntas um tanto quanto difíceis de 
serem respondidas. Vamos procurar a resposta em dois campos 
científicos que até certo ponto são parecidos – neurociência e 
 
 
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neurolingüística. Os estudiosos destes campos não oferecem 
nada que seja explicitamente relacionado aos palavrões. Porém, 
se lermos com detida atenção alguns artigos e estudos 
publicados podemos tirar algumas conclusões. 
 
Uma destas conclusões é que nossos sentimentos em relação aos 
palavrões estão ligados ao nosso cérebro emotivo. Trocando em 
miúdos é o seguinte: todas as palavras e expressões que 
aprendemos (sejam elas vulgares ou não) estão ligadas às nossas 
emoções (é deste fato que os aficionados em Programação 
Neurolingüística depositam parte de suas experiências). 
 
Lembre-se disto: palavras e emoções estão intimamente ligadas. 
Se você estiver extremamente feliz o seu vocabulário será 
predominantemente de palavras com conotações mais positivas; 
por outro lado, se você estiver deprimido ou estressado o seu 
vocabulário conterá palavras mais negativas. Portanto, as 
palavras estão sempre carregadas de emoções. 
 
O que é que isto tem a ver com os palavrões na nossa língua e 
em uma outra língua? 
 
Os cientistas afirmam que quando aprendemos uma outra língua 
nós a aprendemos de uma forma bem diferente daquela que 
aprendemos a nossa própria língua. Enquanto estamos 
aprendendo a língua portuguesa (desde crianças) nós 
aprendemos inconscientemente as nuances por trás das palavras. 
Assim, se (enquanto crianças) falamos um palavrão com certeza 
alguém (um adulto) irá nos repreender por isto. 
 
No momento da repreensão a nossa memória automaticamente 
registra aquela palavra ou expressão como algo proibido, devido 
à sua conotação pejorativa ou o grau de ofensa que ela possui. A 
partir do momento que tal informação é registrada, nós 
aprendemos que aquela palavra não deve ser usada em 
determinados contextos. Nem ao menos nos damos o trabalho de 
 
 
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nos questionarmos o porquê. Nós simplesmente aprendemos isto 
e pronto. 
 
Ao aprendermos outra língua, por mais absurdo que possa 
parecer, nós aprendemos as palavras de uma forma um tanto 
quanto superficial. Ou seja, nós somos incapazes de 
compreender as nuances por trás das palavras. 
 
Por exemplo, nós aqui no Brasil aprendemos que a palavra nice 
significa simpático, bacana, legal, atencioso, amável, bonito, 
atraente (conforme o dicionário que tenho em mãos). Mas para 
a grande maioria dos falantes nativos de língua inglesa a palavra 
nice não é a palavra com a qual eles gostariam de ser descritos 
(tenho uma amiga inglesa que tem “repulsa” a esta palavra, 
acredite se quiser). Não que nice seja um palavrão, não é isto. O 
problema é que para eles este termo é, por assim dizer, sem sal, 
sem graça. Nós não aprendemos esta conotação nos livros, nas 
escolas ou com nossos professores. Aprendemos com o tempo, 
com a vivência da língua inglesa. 
 
Voltando ao palavrões! O que foi dito no parágrafo acima tem 
tudo a ver com os palavrões da língua inglesa. Nós, ao ouvirmos 
um palavrão em um filme, aprendemos apenas a pronúncia e o 
significado do palavrão. Nós não aprendemos a conotação, a 
nuance que está por trás do palavrão. Aprendemos e não os 
ligamos a emoção alguma. Aprendemos palavrões como se 
fossem mais uma palavra e ponto final. 
 
Para exemplificar possa pegar o termo shit. Para muita gente que 
está aprendendo inglês usar esta palavra é natural, pois ela serve 
para expressar insatisfação com alguma coisa ou situação. Basta 
a pessoa (o estudante de inglês) estar extremamente insatisfeita 
para dizer “shit!”. 
 
No entanto, a conotação que está por trás desta palavra é 
praticamente imperceptível para nós. A não ser é claro que 
 
 
Denilso de Lima 
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alguém nos repreenda por usá-la e dê algumas explicações a 
mais sobre o porquê da repreensão. Caso isto aconteça, a nossa 
memória, mais uma vez, irá registrar esta palavra como 
pejorativa e de conotação negativa, restringindo o seu uso. 
 
É por causa da nossa mente e das nossas emoções que reagimos 
de maneiras diferentes ao ouvirmos um palavrão em nossa 
própria língua e em outra língua que estivermos aprendendo. 
Quando ouvimos um palavrão em português nos sentimos 
incomodados e, às vezes, até mesmo nos espantamos. No 
entanto, quando ouvimos e aprendemos o mesmo palavrão em 
outra língua nossa primeira atitude é de curiosidade e de riso. 
Estas reações diferentes nos fazem querer aprender palavrões em 
outra língua e se for o caso até mesmo usá-los, não importando o 
que poderá acontecer. 
 
 
 
OS ANJOS DA GUARDA 
 
 
 
Não, eu não endoidei! Os palavrões definitivamente não serão 
os seus anjos da guarda. Resolvi por este subtítulo aí apenas 
para falar dos eufemismos. 
 
Eufemismos são termos que dão a entender o palavrão que 
supostamente diríamos (embora, isto ocorra em um nível muito 
inconsciente, ninguém, até certo ponto, se ofende com eles). É o 
caso, por exemplo, de dizermos “caramba!” no lugar de 
“caralho!”, ou “vá pro inferno!” ao invés de “vá tomar no 
c*!”, “vá pra puta que o pariu” ou “vá se foder”, e ainda de 
“afogar o ganso” no lugar de “foder”. Caramba, “vá pro 
inferno” e “afogar o ganso” são, portanto, eufemismos na 
língua portuguesa. 
 
 
 
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Ou seja, os eufemismos escondem a realidade por trás dos fatos. 
Eles obscurecem o sentido original das palavras. Ou ainda, 
eufemismos são expressões e termos que camuflam o palavrão 
através da modificação fonética (exemplo, poxa ao invés de 
porra) ou pela substituição de uma palavra diferente, mas que 
esteja relacionada (exemplo, cacete por caralho). 
 
Os eufemismos são sociavelmente aceitáveis onde em muitas 
situções os palavrões não são permitidos. O problema é que, 
dependendo do ponto de vista de algumas pessoas, até mesmo o 
uso dos eufemismos pode ser considerado algo grosseiro e rude. 
Portanto, é recriminado por alguns membros mais puritanos e 
racatados da sociedade. 
 
Nós, no entanto, recorremos ao uso dos eufemismos para aliviar 
a força da expressão e até mesmo para contermos um pouco os 
ânimos em determinadas situações. Se não usarmos os 
eufemismos a coisa pode esquentar e uma briga ou um bate-
boca se generalizar. 
 
Um fato bastante curioso é que quando se trata de eufemismos 
os adultos, geralmente, recorrem a termos que são 
freqüentemente usados por crianças ou que eles usaram na 
infância. Assim alguns termos vulgares são trocados por uma 
versão infantil considerada muitomais light e, portanto, mais 
aceitável e não causando desconforto a ninguém. 
 
Vulgar Eufemismo 
 
bosta caca, caquinha, cocô 
pica pimba, pingolim, piu-piu, passarinho 
cagar fazer cocô, fazer caquinha 
peido pum, vento 
peidar soltar um pum 
b*ceta perereca, bacurinha, xaninha 
culhões saco,ovos 
Cu anel, apito, peidante 
 
 
 
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Pode parecer que não, mas todos os termos considerados 
ofensivos e vulgares em uma língua possui os seus eufemismos 
equivalentes. Se não tiver as pessoas acabam inventando, quer 
seja no momento da fala ou não. Alguns eufemismos são 
realmente curiosos e engraçados, às vezes para ser entendido é 
necessário certa dose de imaginação. Veja só alguns exemplos 
bem humorados: 
 
Vulgar Eufemismo 
 
mijar molhar a parede, tirar água do joelho 
porra (esperma) baba de quiabo, mela cueca, rama de aboboreira 
estar de pau duro estar piçudo, ficar com a cueca engomada 
fazer um boquete tocar uma flauta, botar a boca no trombone 
pentelho escovão, saromba,, barba-de-barata 
puta laranja caída na estrada, abre-abre 
pica lingüiça, ferramenta, cipó 
estar naqueles dias chorar sangue, estar de chico, pagar prestação 
punheta (masturbação) bronha, cinco-contra-um, gloriosa 
bater punheta dar no macaco, fazer o palhaço chorar, matutar 
cabaço (hímem) selo, selo de garantia, casca de laranja 
peidar estar de escapamento aberto 
peido bufa, traque, trovão de barriga, descuido 
tirar o cabaço (a virgindade) roer o cupim, quebrar a castanha, furar, embilar 
foder afogar o ganso, molhar o biscoito, varrer a casa 
 
Como você já deve ter percebido são vários os 
eufemismos usados para um palavrão ou uma expressão que seja 
considerada proibida. Alguns deles, você talvez nunca tenha 
ouvido. Mas o fato real é que eles existem. Por isto, é bom 
tomar muito cuidado com o que as pessoas dizem até mesmo em 
português. Afinal de contas, a pessoa pode estar falando uma 
coisa que não tem nada a ver com o sentido literal das palavras 
usadas. 
Ao aprender outra língua a dica é que você dê 
mais atenção ao aprendizado e uso dos eufemismos. Mesmo 
assim é necessário todo o cuidado possível para não se ver 
diante de apuros. Outra dica bem mais importante que esta é a 
seguinte: se você estiver em outro país, seja qual for a língua 
falada por lá, e sinta uma tremenda vontade de xingar alguém ou 
 
 
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de extravasar em determinado momento faça uso da sua própria 
língua; isto mesmo, xingue, mas xingue em português. Assim 
você não correrá o risco de ser espancado pelas pessoas. 
 
 
 
 
 
 
OS PALAVRÕES EM INGLÊS 
 
 
Na língua inglesa os termos tidos como vulgares e proibidos 
fazem praticamente referência às mesmas coisas que os termos 
da língua portuguesa (ou à maioria das línguas existentens). 
 
Em outras palavras, toda e qualquer palavra que faça referência 
ao ato sexual, às partes íntimas do corpo e às necessidades 
físicas são consideradas palavras obscenas e de baixo calão 
(salvo é claro as palavras aceitas pela sociedade em geral). 
Logo, não devem fazer parte do vocabulário ativo de uma 
pessoa de boa índole e reputação. 
 
Em inglês, porém, ocorre algo extremamente curioso e que 
muita gente não acredita. Para muitos deles – ingleses, 
americanos, australianos, etc – os termos religiosos (God, Jesus, 
etc) são, também, considerados termos proibidos. Não que 
alguém vá te matar por usá-los, mas entre alguns gringos não é 
nada legal ficar usando termos religiosos para xingamentos e 
coisas parecidas. 
 
Visto que devemos ser o mais educado possível ao falar outra 
língua, devemos ter em mente que não queremos estragar nossa 
amizade com alguém por causa de algo tão banal assim. Caso 
contrário, poderemos causar problemas grandiosos para nós 
mesmos (ou quem sabe até mesmo para o nosso país). 
 
 
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37 
O engraçado é que quando falo isto, as pessoas acham que é 
muita santidade da minha parte e se defendem dizendo “mas no 
filme tal o ator fulano fala assim, sem problemas”. Minha 
resposta: “no filme Cidade de Deus a gente também ouve um 
monte de obscenidades e nem por isto sai repetindo o que os 
atores dizem”. 
 
Então, lembre-se do que você leu até aqui. Os grupos de 
palavrões, em inglês, são formados por palavras que fazem 
referência: 
 
• à atividade sexual 
• às partes íntimas do corpo 
• às necessidade físicas 
• aos termos religiosos 
• (e mais recentemente) à nacionalidade e 
raça de alguém 
 
Com relação aos termos religiosos vale dizer que hoje em dia a 
geração mais jovem não se preocupa muito em se é correto ou 
não tomar o nome de Deus em vão. Eles usam e abusam de 
expressões nas quais os termos religiosos se fazem presente. O 
meu conselho é que você – como estrangeiro e falante não 
nativo da língua inglesa – os evite a todo custo, a não ser, é 
claro, que você tenha uma amizade muito próxima com as 
pessoas com quem está falando e observe também o nível de 
religiosidade delas. 
 
Vale acrescentar aqui que as coisas mudam e muito com o 
passar dos tempos. A mais ou menos quarenta ou cinqüenta anos 
atrás, palavras como “fuck” (foder), “motherfucker” (filho da 
puta), “bitch” (puta), “cunt” (b*ceta) e outras do gênero não 
podiam ser publicadas em jornais e revistas ou ao menos serem 
ditas em programas de rádio, filmes, seriados, novelas (enfim, na 
televisão, de modo geral). Hoje, alguns termos ainda são tidos 
como extremamente proibidos (é o caso de cunt, que mesmo seu 
 
 
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38 
equivalente em português – b*ceta – causa enorme 
constrangimento) outros por sua vez já aparecem com mais 
freqüência e, portanto, são amplamente usados. É claro, que 
algumas pessoas ainda se sentem mal ao ouvi-las, mas devido à 
tal da liberdade de expressão elas não podem fazer 
absolutamente nada. 
 
No Reino Unido (Inglaterra, 
País de Gales, Escócia e 
Irlanda do Norte) a rede de 
televisão BBC realiza a cada 
dois anos uma pesquisa entre o 
público para saber quais 
palavras e expressões eles 
consideram como as mais 
infames e, que, portanto, não 
devem, em hipótese alguma, 
ser ditas na televisão. Veja no 
quadro ao o resultado da 
pesquisa realizada em 
dezembro de 2002 (como 
muitos destes termos não são 
tão proibidos assim você irá 
encontrar neste livro apenas 
aqueles mais cabeludos). 
 
Observe no resultado da pesquisa termos que para nós são 
completamente inocentes, como: God e Jesus Christ. Não pense 
que isto é um fato isolado e só os britânicos consideram 
ofensivo o uso de termos religiosos como palavrões. Os 
americanos, pelo menos uma pequena porcentagem deles, 
também não gostam de ouvir estas palavras sendo usadas em 
vão. Portanto, é valido repetir mais uma vez que todo cuidado é 
pouco. 
 
 
PALAVRÃO PORCENTAGEM* 
 
Cunt 83% 
Motherfucker 79% 
Fuck 71% 
Wanker 37% 
Bastard 33% 
Shag 27% 
Bitch 26% 
Whore 26% 
Twat 26% 
Prick 26% 
Bollocks 25% 
Arsehole 22% 
Slag 19% 
Piss off 18% 
Shit 16% 
Dickhead 16% 
Pissed off 14% 
Jesus Christ 14% 
Balls 11% 
God 10% 
Arse 10% 
Bugger 9% 
Sod 7% 
Crap 5% 
Bloody 3% 
* de britânicos que consideram esta palavra 
ofensiva. 
 
 
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CLASSIFICANDO OS PALAVRÕES EM INGLÊS 
 
 
 
Em inglês, os termos proibidos são conhecidos por taboo words 
ou foul language. Outras “categorias” são swearwords e, em 
alguns casos, four-letter words. No fundo é tudo a mesma coisa 
(ou seja, é tudo proibido, pois é tudo palavrão mesmo), mas é 
preciso entender um pouco mais de cada categoria para não se 
sentirdesorientado. 
 
Taboo words ou Foul language 
 
Estas são as palavras tabus. Você não sabe o que significa tabu? 
Tudo bem, ai vai uma ajudinha: no meu dicionário uma das 
acepções – significados – diz que tabu é uma “proibição 
imposta por costume social ou como medida protetora”. 
 
Assim, podemos entender que palavras tabus (taboo words) são 
palavras consideradas de mau gosto e de baixo calão por 
algumas pessoas. Visto que por imposição de costumes sociais 
elas são proibidas. Posso até acrescentar que esta proibição é 
uma medida protetora (protege quem pensa em usá-los e os 
ouvidos de quem não pretende ouvi-los). 
 
Imagine que você esteja na fila de um banco e escuta alguém 
falando bem alto “puta que pariu!”. Como você se sentiria? Ou 
como você acha que as pessoas reagiriam se ouvissem você 
falando isto? 
 
Devido a esta repulsa à expressão “puta que pariu!” em 
determinados ambiente, concluímos que esta é uma expressão 
tabu na nossa língua. É claro que se esta expressão faz parte do 
seu vocabulário ativo (ou seja, é uma expressão que você usa lá 
uma vez ou outra), você só irá usá-la entre um grupo de amigos 
muito íntimos e em uma situação ou local no qual você se 
 
 
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sentirá realmente à vontade para usá-la, não é verdade? Se bem 
que o correto é não usar, mas como a gente nem sempre se 
contém... 
 
Swearwords 
 
 
Estes são os termos usados para os xingamentos em geral. Caso 
você nunca tenha se perguntado o que significa xingar e agora 
está pensando aí vai a resposta: xingar significa agredir alguém 
por meio de palavras insultuosas e injuriosas; ofender alguém 
verbalmente. 
 
Os xingamentos (swearwords) não podem, sob nenhuma 
hipótese, ser interpretados literalmente. Isto é, se alguém diz “vá 
se foder!” subentende-se que o que a sentença significa é “saia 
já daqui”, “cai fora”, “suma”, “desapareça”, etc. Não se deve 
levar literalmente a sério o que a pessoa ordena, não é verdade? 
 
As swearwords, assim como em português, são usadas como 
força de expressão, para demonstrar raiva, impaciência, ódio, 
indignação, desabafo, etc em determinado momento 
insuportável da vida ou com algumas pessoas que nos tiram por 
completo do sério. 
 
Four-letter words 
 
 
Estas são palavras escritas com apenas quatro letrinhas e que são 
tremendos palavrões em inglês. É o caso de “fuck” (foder), 
“piss” (mijar), “slut” (puta), “shit” (merda, bosta), “cunt” 
(b*ceta) e algumas outras. Observe que todas elas são pequenas 
no tamanho (quatro letras apenas) e enormes na agressividade. 
 
Talvez esta seja a categoria mais conhecida e mais difundida de 
palavrões ingleses ao redor do mundo. Basta alguém aprender 
 
 
Denilso de Lima 
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uma palavra desta categoria que já quer sair usando. É incrível 
como as pessoas as aprendem com grande facilidade e rapidez. 
Porém, para aprenderem coisas mais sérias e mais salutares 
levam muito mais tempo. 
 
Digo isto porque alguns alunos que tive, enquanto aguardavam o 
início da aula, assistiam a um filme na sala de espera da escola. 
No filme o ator disse “suck my dick”, eles ouviram e leram o 
significado na legenda. Ao entrarem na sala de aula tiveram uma 
grande dificuldade em repetir uma expressão que estava no 
livro, porém repetiam com grande facilidade a expressão ouvida 
apenas uma única vez no filme. 
 
Não posso deixar de mencionar que a pronúncia deles para 
repetir a tal expressão era perfeita, porém para repetir a que fazia 
parte da lição... 
 
Resumindo o que foi dito acima posso te garantir que todas as 
swearwords e four-letter words são taboo words em inglês. 
Porém, nem todas swearwords são four-letter words e vice 
versa. 
 
 
 
POR QUE NÃO POSSO DIZER PALAVRÕES EM 
INGLÊS? 
 
 
A verdade é que você não pode dizer palavrões em língua 
nenhuma. Afinal de contas você é uma pessoa muito bem 
educada, culta, de boas maneiras. Portanto, deve evitar a todo 
custo o uso de termos e expressões de baixo calão. Em inglês 
(ou em qualquer outra língua que você esteja aprendendo) não é 
nada bonito ficar dizendo palavrões. Se você aprendeu um 
palavrão em inglês deve tomar muito cuidado ao pensar em usá-
lo. 
 
 
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Todos nós sabemos que o modo como falamos (o vocabulário 
que a gente usa) é muito afetado pela “pressão” do grupo com 
o qual convivemos. Ou seja, com o passar do tempo a gente 
acaba incorporando palavras e expressões que são comum no 
dia-a-dia das pessoas que estão sempre por perto de nós – 
familiares, colegas de trabalho, colegas de faculdade, colegas de 
escola, etc. Desta forma, alguns palavrões acabam sendo 
incorporados ao nosso modo de falar. 
 
Fora do ambiente deste grupo os palavrões são percebidos como 
um desvio da conversa educada normal. Uma pessoa que faz uso 
de palavrões (em sua própria língua) em momentos 
inadequados e com pessoas não muito íntimas demonstram, de 
acordo com os psicólogos, três coisas: 
 
1. uma enorme falta de habilidade social; 
2. total falta de respeito e consideração para com os outros; 
3. muita raiva naquele instante ou são incapazes de controlar 
as suas emoções. 
 
Usar palavrões quando se está zangado é considerado, até certo 
ponto, normal (dependendo do grau da ira, é claro). Como já 
dissemos anteriormente (e apoiado por psicólogos) dizer 
palavrões em momentos de tensão pode até nos desestressar, nos 
acalmar, nos transmitir uma sensação de alívio (não é poque 
você sabe disto agora que vai começar a exagerar também). 
 
Não é fácil para nós, estudantes de uma outra língua, sabermos 
com exatidão a força que um palavrão tem em uma língua 
estrangeira. Por exemplo, ao usarmos um termo como fuck ao 
falarmos com um americano, não sabemos o impacto que iremos 
causar na pessoa, não temos a menor idéia da impressão que a 
outra pessoa terá da gente e assim por diante. 
 
Porém, quando você está diante de um grupo com o qual você já 
desenvolveu uma boa amizade e dose de respeito os palavrões 
 
 
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podem ser ditos naturalmente desde que todos façam uso dos 
mesmos palavrões. É claro que nem todos os palavrões serão 
aceitos pelo grupo. Por isto. É bom prestar muita atenção ao que 
eles dizem, para só então se arriscar a dizer também. 
 
Para um estrangeiro este é um ponto bastante complicado. Três 
coisas devem ser observadas aqui: 
 
1. O estrangeiro não é um falante nativo do outro idioma. Ou 
seja, você é brasileiro e fala português, você não é 
americano ou cidadão britânico, logo o seu inglês ainda não 
é lá estas coisas; 
2. Como você é um estrangeiro ainda não está enturmado. 
Visto que você não faz parte de nenhum grupinho social 
ainda, você será encarado como persona non grata até que 
seja aceito pela turma; e, 
3. Você até que pode falar um palavrão, mas não terá a menor 
idéia do que aquilo realmente significa. Quer dizer, você 
aprende um palavrão em uma música e resolve usar só 
porque achou engraçado. O problema é que quem ouve 
pode não achar tão engraçado assim. 
 
São por simples razões como estas que você não deve usar os 
palavrões que aprende em filmes, Internet, músicas, etc. Se você 
usar um palavrão, mesmo um que seja aparentemente inocente, 
você poderá se ver diante de situações embaraçosas. As pessoas 
não te aceitarão como uma pessoa bem educada e coisas do tipo. 
 
Portanto, não use palavrões para mostrar que sabe inglês. 
Comporte-se e cuidado com o que fala. Eu mesmo já tive 
experiências desagradáveis no início da minha carreira como 
falante de língua inglesa por achar que uma simples palavrinha 
como shit não fosse algo tão abominávelassim. 
 
Você como visitante no país dos outros não quer ser mal visto e 
mal interpretado. Não seja responsável por incidentes 
 
 
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diplomáticos. Já não basta dois jovens “inteligentes” terem 
fingido ter uma bomba na bagagem no aeroporto de Miami. 
 
Imagine se você fica retido em algum lugar por ter ofendido um 
policial estressado. Lembram do dedo médio em riste do piloto 
americano no Brasil? Então... Todo cuidado é pouco! 
 
 
 
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SEÇÃO 02 
 
 
 
 
 
OS TERMOS E EXPRESSÕES 
PROIBIDAS EM INGLÊS 
 
 
 
 
 
Nesta seção você irá saber quais são as expressões e os termos 
proibidos que ganharam repercussão internacional e que são 
ouvidos quase que freqüentemente. Caso você tenha pulado o 
primeiro capítulo recomendo que você o leia, ele é bastante 
esclarecedor sobre porque razões estas palavras devem ser 
mantidas em segredo. Caso você relute em não querer ler, então, 
eu aproveito o ensejo para em cada expressão abaixo explicar 
um pouco sobre a razão de serem proibidas. 
 
Além dos termos e expressões bastante conhecidas você 
encontrará também algumas nem tão conhecidas assim para nós, 
mas que para eles são. Como a intenção do livro é de ajudar a 
aprender o que não dizer em inglês é bom também acrescentar 
algumas coisas que você provavelmente irá ouvir. 
 
Quando for possível o equivalente do termo em inglês na língua 
portuguesa é colocado. Mas, quando um equivalente na nossa 
língua não existir, não se preocupe, tentarei deixar o mais claro 
possível para que você o entenda. 
 
Em alguns casos há também exemplos, uma forma de você ver 
como é o uso do palavrão na prática. No caso de palavras com 
 
 
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um grande número de sinônimos, apenas alguns serão usados 
para ilustrar os termos em inglês. Caso você queira saber todos 
os possíveis sinônimos para um determinado termo, vá para a 
Seção 03 do livro e eduque-se (ou melhor, divirta-se). 
 
 
 
 
 
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AARRSSEE
 
 
 
 
Este é o equivalente britânico para o termo americano ass. Para 
não gastar muito tempo explicando a mesma coisa duas vezes 
recomendo que você veja ass abaixo para maiores detalhes. 
 
Vamos ficar aqui com apenas alguns usos e expressões deste 
termo abominado pelos britânicos. 
 
Vamos começar com o fato de arse poder ser usado para 
descrever uma pessoa extremamente desprezível e que nos enoja 
ou, ainda, para descrever um erro ou um trabalho mal feito. 
 
Don’t do this, you arse. (Não faz isto, seu bundão.) 
He made such an arse of that writing. (O trabalho escrito dele 
está uma verdadeira merda.) 
 
Quando dito em tom exclamativo “arse!” expressa raiva ou 
frustração. Neste caso, assemelha-se às nossas exclamativas 
“caralho!”, “merda!”, “bosta!”, etc. 
 
Arse é usado também em muitas outras expressões. Veja só 
algumas: 
 
• arse about ou arse around podem ser traduzidas por 
vagabundear, passar o tempo sem fazer nada, porém lembre-
se para nós elas podem parecer inofensivas mas para os 
britânicos elas não são tão inofensivas assim. 
 
Stop arsing about and help us.(Deixa de vagabundear e 
ajuda a gente.) 
 
• arse-about-face usada para um local completamente 
bagunçado e desorganizado. 
 
 
 
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Look at his bedroom, it’s all arse-about-face.(Olha o quarto 
dele, está uma bagunça do caralho.) 
 
• arse-bandit termo extremamente ofensivo para designar um 
homossexual masculino, em outras palavras, significa bicha, 
gay, biba, baitola, etc. 
 
• arseface quando você se depara com uma pessoa 
extremamente feia é isto o que pode ser dito para descrevê-la. 
 
Her boyfriend is arseface. (O namorado dela é feio pra 
caralho). 
 
• arseholed – digamos que você sai para a balada num sábado, 
aí começa a entornar tudo o que tem pela frente. Bebe tanto 
que mal consegue lembrar o seu nome, onde você está e, pior 
ainda, onde você mora. Pronto está feita a festa e para 
descrever o bêbado em questão os britânicos usam está 
palavrinha aí. 
 
He was really arseholed last night. (Ele tava bêbado pra 
caralho na noite passada) 
 
• Você resolveu tomar todas e, no dia seguinte, acorda com 
uma tremenda dor de cabeça. Resolve descontar em todo 
mundo e passa o resto do dia com uma mau-humor dos 
diabos. Para dizer que você está num mau humor infernal, 
eles dizem arse-on. (não é bem a ressaca, embora possamos 
interpretar desta maneira também). 
 
Keep out of her way, she’s got the arse-on. (Fica longe dela, 
ela ta num humor dos inferno hoje.) 
 
 
 
 
 
 
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AASSSS 
 
Eis aqui um termo que merece nossa total atenção e 
consideração. Esta é a palavra que os americanos usam para 
fazerem referência à paixão nacional dos homens brasileiros. 
Isto mesmo, a famosa e idolatrada bunda (depende da bunda, é 
claro). 
 
Alguns dicionários ainda insistem em dar o sentido desta palavra 
como burro, só que hoje em dia ela não é mais usada para 
descrever o pobre do animal. Como você viu acima os britânicos 
preferem o termo arse. Assim como o termo britânico, ass 
também pode ser usado de várias maneiras e em um grande 
número de expressões. 
 
Embora seja aparentemente inocente para nós, esta palavrinha 
em uma escala de ofensa que varie de 0 a 5 receberia nota 3,5. 
Ou seja, em inglês ela não é tão inofensiva o quanto parece ser 
para nós. Então, tenha em mente que ao fazer uso dela todo 
cuidado é pouco! 
 
Para ser mais delicado ao falar sobre as partes posteriores o 
melhor é usar o termo bottom, que é neutro, ou seja, não assusta 
e não machuca ninguém. Buttocks também é outro termo que 
não causa nenhum vexame. Este termo – buttocks – é 
freqüentemente abreviado para butts. Assim sendo, se você tiver 
que falar da bunda de alguém, ou mesmo da sua, é 
extremamente aconselhável que se faça uso de uma destas duas 
palavras. Não fale ass! Não seja rude! 
 
Há ainda outra palavra que é muito usada para se referir às 
nádegas de todo mundo. No entanto, são as mulheres que 
geralmente fazem uso de tal para falar de uma bundinha atraente 
e bem durinha de algum cara que elas viram. Caso a leitora 
esteja curiosa para saber aí vai o termo – buns – e um exemplo 
 
 
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50 
para saber o que dizer – look at the buns on that guy! (olha só a 
bundinha daquele cara!). 
 
Além do significado apresentado acima, ass possui também 
outros sentidos: 
 
• uma mulher (principalmente quando ela é vista apenas 
como um objeto sexual) 
Man, I need an ass. (Cara, to precisando de uma gatinha.) 
 
• o órgão sexual feminino 
Man, I’d really like to get into her ass. (Meu, eu adoraria 
meter na xaninha dela.) 
 
 
Preste bastante atenção quando ouvir ass. Ela pode acabar 
assumindo outro sentido que seja, provavelmente, desconhecido 
até o momento. 
 
Não podemos nos esquecer de mencionar as expressões nas 
quais ass é usada, veja algumas apenas. 
 
• Uma destas é to have/get my ass in a sling. Sling é o 
mesmo que atiradeira, estilingue, bodoque ou baladeira 
(não são quatro coisas diferentes, apenas quatro palavras 
para descrever o mesmo objeto; como espero que este livro 
seja lido por vários interessados no Brasil todo tenho de 
escrever de uma forma que todos possam compreender!). 
Traduzindo literalmente a expressão significa “estar com / 
ter o rabo em um estilingue” e faz menção ao fato de 
alguém estar realmente encrencado. Em português dizemos 
estar com/ ficar / colocar o cu na reta. 
 
Gonna get my ass in a sling if everything goes wrong. ( 
Vou colocar meu cu na reta se tudo der errado.) 
 
 
 
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• Outra expressão interessante e digna de nota é “kick some 
ass” que é usada quando a pessoa quer infernizar a vida de 
alguém e mostrar quem é que realmente manda na situação. 
Eu já a encontrei traduzida como “dar porrada”, mas ela 
pode ir mais além que isto. 
 
I gotta kick some ass to show who’s the boss. (Vou ter de 
dar umas porradas para mostrar quem é que manda.) 
 
• Caso o negócio seja puxa-saquismo a expressão a ser usada 
é “kiss someone ass”. Literalmente, beijar o rabo de 
alguém. Esta é a condição de quem puxa o saco do chefe, 
da professora, do pai, etc. O puxa-saco, em pessoa, pode 
ser descrito como ass-kisser ou ass-licker (por se tratarem 
de termos ofensivos e de baixo calão, creio que o 
equivalente mais próximo na nossa língua seja lambe-cu) 
(continue lendo para aprender outros termos para puxa-
saco logo abaixo). 
 
• Para descrever um sujeito tarado por bundas é só dizer ass-
man. Mas, caso você esteja em um local e com pessoas que 
não se sentirão muito bem em ouvir esta palavra, diga 
lecher. Muda a palavra, mas não o sentido (e muito menos 
o sujeito a quem você se refere). 
 
• Uma expressão que não deveria estar aqui é duck-butt. Isto 
porque ela não contém a palavra ass. Mas como faz 
referência à mesma coisa, aí está! Duck-butt refere-se a um 
enorme par de bundas e é uma forma muito cruel de se 
falar do traseiro de alguém. Você também pode usar para 
descrever a o dono de par tão avantajado. Lembre-se porém 
que se usado pode causar agressões físicas. 
 
Enfim, você certamente encontrará muitas expressões com ass 
pelo caminho. Mas, para encerrar com chave de ouro este tema 
tão nobre devo acrescentar aqui a seguinte expressão: 
 
 
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• Up your ass! Esta é usada quando você está muito p. da 
vida com alguém que lhe pergunta o que fazer com um 
determinado objeto. Você em estado de fúria excepcional 
vira para ele (ou ela) e diz up your ass! Ou seja, enfia no 
rabo! (ou qualquer outra variante de tal expressão, em 
português) 
 
 
 
AASSSSHHOOLLEE 
 
 
 
 
A principio, parece uma palavra derivada da palavra que vimos 
anteriormente. De certa forma, posso até concordar com você. 
Se nós fossemos traduzir literalmente esta palavra teríamos: ass 
= bunda e hole = buraco. Assim, asshole é, literalmente, o 
buraco da bunda. Como você não é bobo nem nada já deve ter 
percebido de que orifício estaremos falando por aqui. 
 
Isto mesmo! Este é o termo usado para se referir de maneira 
bastante vulgar ao ânus. No português mais claro temos c* (no 
lugar do * é só imaginar a vogal u). 
 
Este pequenino orifício do corpo humano (o tamanho, é claro, 
pode variar de acordo com as condições nas quais o 
proprietário o mantém) recebe vários apelidos em inglês que, de 
certa forma, não são tão vulgares assim. Veja na seção 3 deste 
livro quais são. 
 
Algumas informações extras: 
 
1. Asshole é um também termo usado para expressar o que 
você pensa a respeito de um sujeito, ou sujeita, 
extremamente irritante e que, no seu ponto de vista, não 
vale absolutamente nada. Ao que me consta nós, 
 
 
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53 
brasileiros, usamos o termo c*zão com a mesma finalidade. 
Para evitar o uso do termo assim desta forma direta os 
americanos também costumam dizer A.H. ou A-hole. 
 
• Shut up, you asshole. 
 Cala boca, seu cuzão. 
• You listen to me, you fucking asshole. 
 Escuta o que eu to dizendo, seu cuzão de merda. 
 
2. Quando um local é extremamente desagradável e parece 
não ter nada de interessante para se fazer lá os britânicos 
costumam defini-lo como the arsehole of the universe. 
Claro que você já deve ter entendido que isto é o mesmo 
que o cu do mundo. A diferença é que eles incluem o 
universo todo na história, nós não. 
 
• I went to a place last night that can be described as 
the arsehole of the universe. 
 Eu tive num lugar ontem a noite que pode ser descrito 
como o cu do mundo. 
 
 
 
BBIITTCCHH 
 
 
 
 
Cá estamos nós diante de um dos mais famosos palavrões da 
língua inglesa. Se você pegar um dicionário vai descobrir que o 
primeiro significado – acepção – dada a esta palavra pelos 
lexicógrafos (profissionais que se dedicam ao árduo trabalho de 
escrever dicionários) é cadela (isto mesmo, o feminino de dog). 
Mas, como todos nós sabemos, atualmente, este termo é usado 
para ofender uma mulher (seja ela jovem ou não) que 
consideramos muito desagradável ou irritante. Caso você leitora 
seja chamada desta forma, o melhor a fazer é sair de perto da 
pessoa para evitar maiores transtornos. 
 
 
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54 
Em português seria o mesmo que descrevermos tal mulher 
desagradável e irritante de puta, vadia, vagabunda, vaca, 
safada, quenga, puta sem-vergonha (bem, acho que já deu para 
você ter uma idéia de que tipo de mulher estamos falamos). É 
claro que como um xingamento a pessoa não está dizendo que 
você atue neste ramo, mas ela esta apenas ofendendo você de 
uma forma bastante rude e grosseira. 
 
Ao contrário, do que muitos pensam, bitch não é usado para se 
referir às mulheres de vida fácil (embora eu não sei até hoje 
porque dizem que elas têm uma vida fácil) – as prostitutas. 
 
Neste caso, os gringos usam outras palavras como por exemplo: 
whore (a mais conhecida de todas e que afirmam fazer parte do 
vocabulário normal de qualquer falante da língua inglesa, 
porém é uma palavra tabu); slut (também bastante conhecida); 
ho (é uma palavra até pouco tempo sem muito popularidade, 
mas que tem ganhado seu espaço nos últimos anos). 
 
Há outras palavras ainda para se referir às mulheres da profissão 
mais antiga do mundo, se quiser saber quais são de um pulinho 
na Seção 03 deste livro e procure pelo tema prostituta e 
aculture-se um pouco mais. 
 
Voltando ao termo título desta parte devemos acrescentar outras 
informações necessárias a respeito dela. 
 
• Primeiro, bitch pode vir a ser usada como verbo, neste caso 
irá significar reclamar. 
Oh! Stop bitching, will you? (ai, pare de reclamar, ta bom?) 
He’s always bitching about the same old shit. (Ele vive 
reclamando da mesma merda de sempre) 
 
• Segundo, bitch pode ser a própria reclamação. 
I have a bitch about this (eu tenho uma puta reclamação a 
fazer a respeito disto) 
 
 
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What’s your bitch? (qual a sua queixa?) (neste exemplo deve 
se tomar muito cuidado para não trocar ‘what’ – qual – por 
‘who’ – quem –, isto poderá causar um tremendo ranca 
rabo) 
 
• Terceiro, temos algumas expressões nas quais bitch se faz 
presente: se você por um acaso ouvir alguém dizendo “what 
a bitch of a day” não se preocupe, você não está diante da 
mulher mais odiada do dia, esta expressão quer dizer apenas 
“que dia do caralho”. What a bitch of a ... pode ser usado 
com qualquer outra coisa que você ache difícil ou 
desagradável; bitch someone off o mesmo que emputecer 
alguém, deixar alguém puto da vida, etc (your brother really 
bitched me off last night = o teu irmão me deixou muito puto 
ontem a noite). 
 
Creio que você já deve ter compreendido o que pode ocorrer 
caso inadvertidamente faça uso desta palavra. Então, acho que 
podemos parar por aqui. Ah sim! Você deve estar se 
perguntando o que foi que eu fiz com a famosíssima expressão 
son of a bitch, não é mesmo? Bem, ela é tão especial que resolvi 
falar dela em mais adiante, portanto, continue se divertindo

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