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Direito Penal Geral - Mapeado Direito Penal Geral Mapeado Direito Penal Geral - Mapeado NOTA Esse material foi desenvolvido com base nas anotações feitas ao longo dos estudos. Muitos deles têm como referência o livro do Rogério Sanches. Os comentários das questões são meus e de outros colegas do QC. Direito Penal Geral - Mapeado 1. Aplicação da lei penal. 1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade. Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Princípio da legalidade : trata-se de real limitação ao poder estatal de interferir na esfera de liberdades individuais. Princípio da anterioridade : a criação de tipos e a cominação de sanções exige lei anterior, proibindo-se a retroatividade maléfica. Como decorrência do princípio da legalidade , aplica-se, em regra, a lei penal vigente ao tempo da realização do fato criminoso ( tempus regit actum). Excepcionalmente , no entanto, será permitida a retroatividade da lei penal para alcançar fatos passados, desde que benéfica ao réu. Para esse instituto dá-se o nome de extra-atividade, o qual é dividida em: Retroatividade : capacidade que a lei penal tem de ser aplicada a fatos praticados antes da sua vigência. Ultra -atividade : representa a possibilidade de aplicação da lei penal mesmo após a sua revogação ou cessação de efeitos. (CESPE-PF-2014) Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito. Em seguida, passou a viger a lei Y, que, além de ser mais gravosa, revogou a lei X. Depois de tais fatos, Lauro foi levado a julgamento pelo cometimento do citado delito. Nessa situação, o magistrado terá de se fundamentar no instituto da retroatividade em benefício do réu para aplicar a lei X, por ser esta menos rigorosa que a lei Y . A questão trata da EXTRA-ATIVIDADE da lei penal. Pode ser o instituto da retroatividade ou da ultraatividade. Retroatividade : A lei nova retroage para fatos que aconteceram antes de sua vigência. Ultratividade : A lei anterior (mais benéfica) continua em vigor para fatos que ocorreram durante sua vigência. A questão aborda o instituto da ultratividade. Gabarito: ERRADO (CESPE-CBMCE) O princípio da ultratividade da lei penal refere-se à aplicação da lei mais benéfica para fatos ocorridos antes e depois de sua vigência . Esse é o princípio da EXTRATIVIDADE!!! a ultratividade apenas é aplicada posteriormente a sua vigência GABARITO: ERRADO Direito Penal Geral - Mapeado 1.2 A Lei penal no tempo e no espaço . Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (FUNIVERSA-AGEPEN-DF) Segundo o disposto no Código Penal (CP), a lei posterior que, de qualquer modo, favorecer o agente se aplica aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Trata-se do princípio da novatio legis in mellius . Novatio legis in prejus : Não incrimina novas condutas, aumenta a pena do tipo (é desfavorável ao réu) Novatio legis in mellius : Não incrimina novas condutas, diminui a pena do tipo (é favorável ao réu) Novatio legis incriminadora : Define nova conduta como incriminadora (é desfavorável ao réu) GABARITO: CERTO 1.3 Tempo e lugar do crime. TEMPO DO CRIME Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. Adota-se a teoria da atividade . Lugar do crime Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (CESPE-PCAL) A teoria da atividade, adotada pelo Código Penal Brasileiro, considera praticado o crime no momento em que ocorre o resultado 1.ª Teoria da atividade, ou da ação : Lugar do crime é aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão); 2.ª Teoria do resultado, ou do evento : Lugar do crime é aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado, pouco importando o local da prática da conduta; e 3.ª Teoria mista ou da ubiquidade : Lugar do crime é tanto aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão) quanto aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Foi adotada pelo Código Penal, em seu art. 6.º FONTE: CLEBER MASSON GABARITO: ERRADO Direito Penal Geral - Mapeado 1.4 Lei penal excepcional, especial e temporária . Lei excepcional ou temporária Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. Lei temporária (ou temporária em sentido estrito ): é aquela instituída por um prazo determinado, ou seja, é a lei que criminaliza determinada conduta, porém prefixando no seu texto lapso temporal para a sua vigência. Lei excepcional (ou temporária em sentido amplo) : é editada em função de algum evento transitório, como estado de guerra, calamidade ou qualquer outra necessidade estatal. Perdura enquanto persistir o estado de emergência. Possuem duas características essenciais: Autorrevogabilidade Ultra-atividade Podemos afirmar que as leis temporárias e excepcionais não se sujeitam aos efeitos da abolitio criminis (salvo se houver lei expressa com esse fim ). (CESPE-PCDF) A lei penal que, de qualquer modo, beneficia o agente tem, em regra, efeito extra-ativo, ou seja, pode retroagir ou avançar no tempo e, assim, aplicar-se ao fato praticado antes de sua entrada em vigor, como também seguir regulando, embora revogada, o fato praticado no período em que ainda estava vigente. A única exceção a essa regra é a lei penal excepcional ou temporária que, sendo favorável ao acusado, terá somente efeito retroativo . A lei penal excepcional ou temporária, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência, mesmo não sendo favorável ao réu, são consideradas ultrativas. GABARITO: ERRADO (FUNIVERSA-AGEPEN/DF) As leis temporárias, diversamente das leis excepcionas, têm ultra-atividade. A lei penal excepcional ou temporária, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência, mesmo não sendo favorável ao réu, são consideradas ultrativas. GABARITO: ERRADO 1.5 Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal . Territorialidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Direito Penal Geral - Mapeado § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimespraticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. (CESPE-PCDF) A bordo de um avião da Força Aérea Brasileira, em sobrevoo pelo território argentino, Andrés, cidadão guatemalteco, disparou dois tiros contra Daniel, cidadão uruguaio, no decorrer de uma discussão. Contudo, em virtude da inabilidade de Andrés no manejo da arma, os tiros atingiram Hernando, cidadão venezuelano que também estava a bordo. Nessa situação, em decorrência do princípio da territorialidade, aplicar-se-á a lei penal brasileira . Como o avião é da Força Aérea Brasileira, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, considera-se extensão do território brasileiro. GABARITO: CERTO (CESPE-DEPEN) A lei penal brasileira será aplicada aos crimes cometidos no território nacional ainda que praticados a bordo de aeronaves estrangeiras de propriedade privada em voo no espaço aéreo correspondente, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional . GABARITO: CERTO Extraterritorialidade Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: (INCONDICIONADA) a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República (PRINCÍPIO DA DEFESA) b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (PRINCÍPIO DA DEFESA) c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (PRINCÍPIO DA DEFESA) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; ( PRINCÍPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL) II - os crimes: (CONDICIONADA) a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; ( PRINCÍPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL) b) praticados por brasileiro; (PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE ATIVA) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (PRINCÍPIO DA REPRESENTAÇÃO) § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: Direito Penal Geral - Mapeado a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; ( e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (HIPERCONDICIONADA) (PRINCÍPIO DA NACIONALIDADE PASSIVA) a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. (FUNIVERSA-AGEPEN/DF) Consoante o princípio da nacionalidade ou da personalidade, os crimes contra a vida ou a liberdade do presidente da República, ainda que cometidos no estrangeiro, sujeitam-se à lei brasileira . A questão trata do princípio da defesa . Princípio da territorialidade : aplica-se a lei penal do local do crime, não importando a nacionalidade do agente, da vítima ou do bem jurídico. Princípio da nacionalidade ativa : aplica-se a lei do país a que pertence o agente, pouco importando o local do crime, a nacionalidade da vítima ou do bem jurídico violado. Princípio da nacionalidade passiva : aplica-se a lei penal da nacionalidade do ofendido. Princípio da defesa real ou real : aplica-se a lei penal da nacionalidade do bem jurídico lesado (ou colocado em perigo), não importando o local da infração penal ou a nacionalidade do sujeito ativo. Princípio da justiça universal : o agente fica sujeito à lei do país onde for encontrado, não importando a sua nacionalidade, do bem jurídico lesado ou do local do crime. Esse princípio está normalmente presente nos tratados internacionais de cooperação de repressão a determinados delitos de alcance transnacional. GABARITO: ERRADO 1.6 Pena cumprida no estrangeiro. 1.7 Eficácia da sentença estrangeira. Pena cumprida no estrangeiro Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. Eficácia de sentença estrangeira Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para: I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II - sujeitá-lo a medida de segurança. Parágrafo único - A homologação depende: Direito Penal Geral - Mapeado a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. Percebe-se que o artigo 8° do Código Penal revela clara exceção ao princíio do non bis in idem. Explicam Luiz Flávio Gomes e Antônio Molina: “Por força do princípio do ne bis in idem penal (material) ninguém pode ser condenado duas vezes pelo mesmo crime. Essa regra, entretanto, não é absoluta. É relativa. A exceção está precisamente na hipótese de extraterritorialidade da lei penal brasileira: nesse caso, pode o país onde se deu o crime condenar o agente e o Brasil também. São duas condenações pelo mesmo fato. Por força do art. 8° do CP, a pena cumprida no estrangeiro deve ser compensada na pena fixada no Brasil.” (CESPE-TJ/AC) Considere que Maria seja condenada ao pagamento de multa por crime praticado no estrangeiro, e, pelo mesmo delito, seja igualmente condenada no Brasil a pena privativa de liberdade. Nessa situação, a pena de multa executada no estrangeiro tem o condão de atenuar a pena imposta pela justiça brasileira . PENAS DIVERSAS – ATENUA (diminuída) imposta no Brasil PENAS IDÊNTICAS – COMPUTADA (subtraída) na pena imposta. GABARITO: CERTO 1.10 Interpretação da lei penal. 1.11 Analogia. Interpretação extensiva Interpretação analógica Analogia É forma de interpretação É forma de interpretação É forma de integração Existe norma para o caso concreto Existe norma para o caso concreto NÃO Existe norma para o caso concreto Amplia-se o alcance da palavra (não importa no surgimento de uma nova norma) Utilizam-se exemplos seguidos de uma fórmula genérica para alcançar outras hipóteses Cria-se nova norma a partir de outra (analogia legis) ou do todo do ordenamento jurídico (analogia iuris) Prevalece ser possível sua aplicação no Direito Penal in bonam ou in malam partem. É possível sua aplicação no Direito Penal in bonam ou malam partem. É possível sua aplicação no Direito penal somente in bonam partem. Ex: a expressão “arma” no crime de roubo majorado. Ex:homicídio mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe. Ex: isenção de pena, prevista nos crimes contra o patrimônio, para o cônjuge e, analogicamente, para o companheiro. (CESPE-PM/CE) Conforme o Supremo Tribunal Federal, é vedada no direito penal a aplicação da interpretação extensiva, em face da observância do princípio da legalidade, embora seja admitida a subsunção dos fatos ao tipo penal . Segundo o CESPE NÃO CABE INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA NA VISÃO DO STF, mas fora desse contexto é possível. GABARITO: CERTO Direito Penal Geral - Mapeado (CESPE-TRF) A interpretação extensiva é admitida em direito penal para estender o sentido e o alcance da norma até que se atinja sua real acepção . Segundo a doutrina, a letra escrita da lei ficou aquém da sua vontade (a lei disse menos do que queria e, por isso, a interpretação vai ampliar o seu significado. GABARITO: CERTO (CESPE-TRF) A interpretação analógica não é admitida em direito penal porque prejudica o réu. A interpretação analógica não só é admitida, como é positivada em muitos artigos. Exemplo : artigo 121 do CP, §2º, III. Art. 121. Se o homicídio é cometido: §2º, III- Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum . A parte grifada é uma interpretação analógica, e DESFAVORECE o réu . GABARITO: ERRADO (CESPE-TJ/DF) Pela analogia, meio de interpretação extensiva, busca-se alcançar o sentido exato do texto de lei obscura ou incerta, admitindo-se, em matéria penal, apenas a analogia in bonam partem . A analogia é diferente de interpretação extensiva , ademais ela é uma forma de integração e não de interpretação. GABARITO: ERRADO 1.12 Irretroatividade da lei penal. Súmula 711 : "A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência." (CESPE-TCU) A lei penal que, de qualquer modo, beneficie o agente deve retroagir, desde que respeitado o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. A partir do momento em que vem ao mundo jurídico uma lei que beneficie o agente, esta deve ser aplicada, ainda que já tenha ocorrido o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Isso, inclusive, é um direito fundamental do acusado. Art. 5º, CF (...) XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Art. 2º, CP (...) Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. GABARITO: ERRADO Direito Penal Geral - Mapeado (CESPE-PC/CE) Aplica-se a novatio legis in mellius aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado, sem que haja violação à regra constitucional da preservação da coisa julgada . A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. GABARITO: CERTO 1.13 Conflito aparente de normas penais. Princípio da especialidade: entende-se como lei especial aquela que contém todos os elementos da norma geral, acrescida de outros que a tornam distinta (chamados de especializantes). O tipo especial preenche integralmente o tipo geral, com a adição de elementos particulares. Legislação especial Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. Princípio da subsidiariedade: uma lei tem caráter subsidiário relativamente a outra (principal) quando o fato por ela incriminado é também incriminado por outra, tendo um âmbito de aplicação comum, mas abrangência diversa. A relação entre as normas (subsidiária e principal) é de maior ou menor gravidade (e não de espécie e gênero, como na especialidade). Princípio da alternatividade : A norma descreve várias formas de realização da figura típica, onde a ação de uma ou de todas configura crime. São os chamados tipos alternativos, que descrevem crimes de ação múltipla. Princípio da consunção : também conhecido como princípio da absorção, verifica-se a continência de tipos, ou seja, o crime previsto por uma norma (consumida) não passa de uma fase de realização do crime previsto por outra (consuntiva) ou é uma forma normal de transição para o último (crime progressivo). (CESPE-PRF) Havendo conflito aparente de normas, aplica-se o princípio da subsidiariedade, que incide no caso de a norma descrever várias formas de realização da figura típica, bastando a realização de uma delas para que se configure o crime. A questão trata do princípio da alternatividade. GABARITO: ERRADO (CESPE-PF) Conflitos aparentes de normas penais podem ser solucionados com base no princípio da consunção, ou absorção. De acordo com esse princípio, quando um crime constitui meio necessário ou fase normal de preparação ou execução de outro crime, aplica-se a norma mais abrangente. Por exemplo, no caso de cometimento do crime de falsificação de documento para a prática do crime de estelionato, sem mais potencialidade lesiva, este absorve aquele . Crime Progressivo : se dá quando o agente para alcançar um resultado/crime mais grave passa, necessariamente, por um crime menos grave. Por exemplo, no homicídio, o agente tem que passar pela lesão corporal, um mero crime de passagem para matar alguém. Direito Penal Geral - Mapeado Progressão criminosa : o agente substitui o seu dolo, dando causa a resultado mais grave . O agente deseja praticar um crime menor e o consuma. Depois, delibera praticar um crime maior e o também o concretiza, atentando contra o mesmo bem jurídico . Exemplo de progressão criminosa é o caso do agente que inicialmente pretende somente causar lesões na vítima, porém, após consumar os ferimentos, decide ceifar a vida do ferido, causando-lhe a morte. Somente incidirá a norma referente ao crime de homicídio, artigo 121 do Código Penal, ficando absorvido o delito de lesões corporais. Crime progressivo , portanto, não se confunde com progressão criminosa : no crime progressivo o agente, desde o princípio, já quer o crime mais grave. Na progressão, primeiro o sujeito quer o crime menos grave (e consuma) e depois decide executar outro, mais grave. Em ambos o réu responde por um só crime. Aplica-se o princípio da consunção . GABARITO: CERTO 2 Infração penal: elementos; espécies; sujeito ativo e sujeito passivo. Sistemas de Crimes Sistema Francês (Tricotômico) CRIME ≠ DELITO ≠ CONTRAVENÇÃO Sistema Italiano (Dicotômico) ADOTADO PELO BRASIL CRIME = DELITO ≠ CONTRAVENÇÃO Sujeito Ativo do crime: é a pessoa que pratica a infração penal. Sujeito passivo é a pessoa ou ente que sofre as conseqüências da infração penal. o Sujeito Passivo constante (mediato, formal, geral ou genérico ): será sempre o Estado, interessado na manutenção da paz pública e da ordem social. o Sujeito passivo eventual (imediato, material, particular ou acidental ): é o titular do interesse penalmente protegido. Objeto material é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta criminosa. Objeto jurídico do delito revela o interesse tutelado pela norma, o bem jurídico protegido pelo tipo penal. Direito Penal Geral - Mapeado 3 O fato típico e seus elementos. Elementos do fato típico: Conduta Nexo causal Resultado Tipicidade Para a conduta é adotada a teoria finalista . (CESPE-PCDF) O crime culposo advém de uma conduta involuntária . A conduta, não importando a teoria adotada (causalista, neokantista, finalista, social da ação ou funcionalista) tem um denominador comum: movimento humano voluntário (dominável pela vontade). A conduta humana deve ser voluntária . Se o comportamento praticado, ainda que previsto em um tipo penal, não for precedido da vontade do seu agente, não haverá conduta, e, consequentemente, desfigurado estará o fato típico (substrato do crime), faltando seu primeiro elemento. GABARITO: ERRADO São causas de exclusão da Conduta: Caso Fortuito ou de Força Maior Involuntariedade Coação física irresistível; COAÇÃO FÍSICA COAÇÃO MORAL Força física externa impossibilitando o coagido de praticar movimento de acordo com sua vontade. É conduzido sem vontade . Grave ameaça, retirando do coagido a liberdade de escolha. Pratica conduta, com vontade viciada Se irresistível, exclui a conduta. Se irresistível, há conduta, mas não livre, excluindo a culpabilidade. (CESPE-TJ/AC) A coação irresistível, que constitui causa de exclusão da culpabilidade, é a coação moral, porquanto a coação física atinge diretamente a voluntariedade do ato, eliminando, se irresistível, a própria conduta . GABARITO: CERTO Do crime doloso. Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo ; Direito Penal Geral - Mapeado Tipos de Dolo Dolo Direto : configura-se quando o agente prevê um resultado, dirigindo a sua conduta na busca de realizar esse mesmo resultado. 1°grau : O agente, com consciência e vontade, persegue determinado resultado (fim desejado). 2°grau : O resultado é certo que vai acontecer. Ex: Quero matar A. A está com B. Jogo uma bomba e mato os 2. Dolo eventual : O agente não quer o resultado mais grave, mas assume o risco de produzi-lo. O dolo eventual só é possível em razão da consagração da teoria do consentimento. Nos termos do CP, a caracterização de uma conduta dolosa prescinde da consciência ou do conhecimento da antijuridicidade dessa conduta e requer apenas a presença dos elementos que compõem o tipo objetivo Dolo normativo Dolo natural Adotado pela teoria clássica/causal e pela neokantista Integra a culpabilidade Tem 3 elementos: a) Consciência (sabe o que faz) b) Vontade (querer ou aceitar) c) Consciência atual da ilicitude (sabe da ilicitude do seu comportamento). Adotado pela teoria finalista Integra o fato típico Tem dois elementos: a) Consciência (sabe o que faz) b) Vontade (querer ou aceitar) Obs: a consciência da ilicitude é questão afeta a culpabilidade . (CESPE-CD) Ricardo, com o objetivo de matar Maurício, detonou, por mecanismo remoto, uma bomba por ele instalada em um avião comercial a bordo do qual sabia que Maurício se encontrara, e, devido à explosão, todos os passageiros a bordo da aeronave morreram. Nessa situação hipotética, Ricardo agiu com dolo direto de primeiro grau no cometimento do delito contra Maurício e dolo direto de segundo grau no do delito contra todos os demais passageiros do avião . GABARITO: CERTO Crime culposo II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único – Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Elementos do crime culposo: Conduta humana voluntária Violação de um dever de cuidado objetivo I. Imprudência : atua sem os cuidados que o caso requer (ação positiva) II. Negligência : é a ausência de precaução (ação negativa) III. Imperícia : é a falta de aptidão técnica Resultado naturalístico involuntário Nexo entre conduta e resultado Direito Penal Geral - Mapeado Resultado (involuntário) previsível Tipicidade Espécies de culpa: a) Culpa consciente : o agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra b) Culpa inconsciente : o agente não prevê o resultado, que, entretanto era previsível c) Culpa própria : é aquela em que o agente não quer e não assume o risco de produzir o resultado, mas acaba lhe dando causa por negligência, imprudência e imperícia d) Culpa imprópria : o agente, por erro evitável, imagina certa situação de fato que, se presente, excluiria a ilicitude do seu comportamento. (CESPE-CD) Age com dolo eventual o agente que prevê possíveis resultados ilícitos decorrentes da sua conduta, mas acredita que, com suas habilidades, será capaz de evitá-los. O dolo eventual se caracteriza quando o agente prevê o resultado, mas assume o risco! A questão trata na verdade da culpa consciente , quando o agente prevê o resultado, mas acredita sinceramente que pode evitá-lo. GABARITO: ERRADO (CESPE-DPE/DF) Para a caracterização do crime culposo, a culpa consciente se equipara à culpa inconsciente ou comum . Não há tal distinção no nosso Código Penal. O crime culposo , previsto no art. 18, II, do Código Penal, consiste numa conduta voluntária que realiza um evento ilícito não querido ou aceito pelo agente, mas que lhe era previsível (culpa inconsciente ) ou excepcionalmente previsto ( culpa consciente ) e que podia ser evitado se empregasse a cautela esperada. GABARITO: CERTO (CESPE-PF) A culpa inconsciente distingue-se da culpa consciente no que diz respeito à previsão do resultado: na culpa consciente, o agente, embora prevendo o resultado, acredita sinceramente que pode evitá-lo; na culpa inconsciente, o resultado, embora previsível, não foi previsto pelo agente . GABARITO:CERTO Do crime preterdoloso O agente pratica delito distinto do que havia projetado cometer, advindo da conduta dolosa resultado culposo mais grave do que o projetado. É figura criminosa híbrida. Há concurso de dolo e culpa no mesmo fato. (Dolo no antecedente – conduta – e culpa no conseqüente – resultado) Direito Penal Geral - Mapeado (CESPE-CD) Ocorre crime preterdoloso quando o agente pratica dolosamente um fato do qual decorre um resultado posterior culposo. Para que o agente responda pelo resultado posterior, é necessário que este seja previsível . Basta observar os elementos do crime culposo: conduta voluntária, violação de um dever de cuidado objetivo, resultado naturalístico involuntário, nexo causal, resultado previsível e tipicidade. GABARITO: CERTO TEORIA DO ERRO Erro sobre elementos do tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Descriminantes putativas § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Erro determinado por terceiro § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. Erro sobre a pessoa § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Erro sobre a ilicitude do fato Art. 21 - O desconhecimentoda lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. ERRO DE TIPO X ERRO DE PROIBIÇÃO ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO Há falsa percepção da realidade que circunda o agente. O agente percebe a realidade, equivocando- se sobre regra de conduta. O agente não sabe o que faz. O agente sabe o que faz , mas ignora ser proibido. “A” sai de festa com guarda-chuva pensando ser seu, mas logo percebe que errou, ois o objeto é de terceiro. “A” encontra um guarda-chuva na rua e acredita que não tem obrigação de devolver, porque “achado não é roubado”. Erro de tipo Essencial : o erro recai sobre os dados principais do tipo penal, se avisado do erro, o agente para de agir criminosamente Acidental : recai sobre os dados secundários, se avisado do erro, o agente corrige os caminhos ou sentido da conduta e continua agindo de forma ilícita. Direito Penal Geral - Mapeado Erro de tipo essencial a) Inevitável : configura o erro imprevisível, excluindo o dolo e culpa b) Evitável : cuida-se do erro previsível, só exclui o dolo, mas punindo a culpa. Erro de tipo acidental a) Sobre o objeto b) Sobre a pessoa c) Na execução d) Resultado diverso do pretendido e) Sobre o nexo causal Erro sobre o objeto Não há previsão legal. A conseqüência é a punição do agente pela conduta praticada, respondendo pelo delito considerando-se o objeto material efetivamente atingido. Erro sobre a pessoa Erro na execução Há equívoco na representação da vítima pretendida Representa-se bem a vítima pretendida A execução do crime é correta (não há falha operacional) A execução do crime é errada (ocorre falha operacional) A pessoa visada não corre perigo , pois confundida com outra. A pessoa visada corre perigo , não sendo confundida. Nos dois casos o agente responde pelo crime cometido considerando as qualidades da vítima virtual pretendida. ERRO NA EXECUÇÃO Tipo de erro Aberractio Ictus Aberratio Criminis Previsão legal Art. 73 do CP Art. 74 do CP Conceito O agente, apesar do erro, atinge o mesmo bem jurídico de pessoa diversa. O resultado produzido (vida) coincide com o resultado pretendido (vida). O agente, em razão do erro, atinge bem jurídico diverso. Resultado produzido diverso (vida) do resultado pretendido (patrimônio). Relação Há uma relação pessoa X pessoa Há uma relação coisa X pessoa ERRO DE TIPO ESSENCIAL DELITO PUTATITO POR ERRO DE TIPO Há uma falsa percepção da realidade. O agente não sabe o que faz. O agente imagina praticar um indiferente penal. Acha estar agindo licitamente O agente imagina praticar fato típico. Acha estar agindo ilicitamente . O agente ignora a presença de uma elementar (“alguém”) no delito “matar alguém” O agente ignora a ausência da elementar (pois o boneco não é “alguém”). O agente pratica o tipo penal sem querer. O agente pratica um fato atípico sem querer (crime imaginário). Ex: O agente atira contra pessoa imaginando ser boneco de cera Ex: O agente atira contra estátua de cera imaginando ser pessoa. (CESPE-PC/BA) Tanto a conduta do agente que age imprudentemente, por desconhecimento invencível de algum elemento do tipo quanto a conduta do agente que age acreditando estar autorizado a fazê-lo ensejam como consequência a exclusão do dolo e, por conseguinte, a do próprio crime . A questão trata da diferença entre erro de tipo e erro de proibição. Naquele é dividido em erro invencível (excluindo-se o dolo e a culpa) e erro vencível (excluindo-se apenas o dolo, punindo a culpa). Enquanto no outro o agente sabe o que faz, mas ignora ser proibido, portanto sua conduta será punida. GABARITO: ERRADO Direito Penal Geral - Mapeado (CESPE-PGE/BA) Em direito penal, conforme a teoria limitada da culpabilidade, as discriminantes putativas consistem em erro de tipo, ao passo que, de acordo com a teoria extremada da culpabilidade, elas consistem em erro de proibição . Nosso atual Código Penal adotou a Teoria Limitada da Culpabilidade. Desta forma, as descriminantes putativas fáticas são tratadas como erro de tipo (art. 20, §1º, CP), enquanto as descriminantes putativas por erro quanto a permissividade da norma, são consideradas erro de proibição (art. 21 CP) GABARITO: ERRADO (CESPE-STF) Considerando o disposto no Código Penal brasileiro, quanto à matéria do erro, é correto afirmar que, em regra, o erro de proibição recai sobre a consciência da ilicitude do fato, ao passo que o erro de tipo incide sobre os elementos constitutivos do tipo legal do crime . Erro de tipo – falsa percepção da realidade - O agente não sabe o que faz, exclui o crime, mas permite punição por culpa Erro de proibição – perfeita percepção da realidade - O agente acha que sua conduta é legal, quando na verdade é ilegal, isenta de pena. GABARITO: CERTO CRIME COMISSIVO --- CRIME OMISSIVO Comissivo : é a realização (ação) de uma conduta desvaliosa proibida pelo tipo penal incriminador. Viola um tipo proibitivo . Admite participação por omissão Omissivo : é a não realização (não fazer) de determinada conduta valiosa (comportamento ideal) a que o agente estava juridicamente obrigado e que lhe era possível concretizar. Viola um tipo mandamental . É dividido em omissivos próprios e impróprios . Admite coautoria TIPO PROIBITIVO TIPO MANDAMENTAL Descreve conduta desvaliosa Descreve conduta valiosa É violado por ação (o agente realiza o que o tipo proíbe). É violado por omissão (o agente não realiza o que o tipo manda). OMISSÃO PRÓPRIA OMISSÃO IMPRÓPRIA O agente tem dever genérico de agir (porque é um dever que atinge a todos indistintamente, em razão do dever de solidaderiedade). O agente tem o dever jurídico especial/específico de agir para evitar o resultado. A omissão está descrita no tipo penal mandamental. A omissão está descrita em cláusula geral (prevista no art. 13, §2° do CP) e não no tipo penal. Não há personagens próprios. Pressupondo dever específico, atinge o garantidor, deinido no art. 13, §2º, do CP. O agente responde por crime omissivo . NÃO ADMITE TENTATIVA. O agente responde por crime comissivo (praticado por omissão). ADMITE TENTATIVA. Ocorre uma subsunção direta entre o fato Ocorre uma subsunção indireta entre fato Direito Penal Geral - Mapeado (omissão) e a norma (tipo que descreve uma omissão). (omissão) e norma (tipo que descreve uma ação). Para haver a subsunção indireta é sempre necessária a aplicação combinada do art. 13, §2° do CP com o tipo penal referente ao resultado ocorrido (morte, no homicídio). (CESPE-PC/DF) É possível, do ponto de vista jurídico-penal, participação por omissão em crime comissivo . Participação por omissão : A participação por omissão é possível, desde que o omitente, além de poder agir no caso concreto, tenha o dever de agir para evitar o resultado, por se enquadrar em alguma das hipóteses delineadas pelo art. 13, § 2º, do CP. GABARITO: CERTO (CESPE-PF) Os crimes comissivos por omissão - também chamados de crimes omissivos impróprios - são aqueles para os quais o tipo penal descreve uma ação, mas o resultado é obtido por inação . Nas hipótesesde omissão impura o tipo penal infringido pelo omitente descreve conduta comissiva, como se tivesse causado o resultado. O omitente conquista o evento comissivamente incriminado por meio de um não fazer, de uma abstenção ou omissão . GABARITO: CERTO CRIMES MATERIAIS x CRIMES FORMAIS CRIME DESCRIÇÃO DO TIPO PENAL IMPORTÂNCIA DO RESULTADO À CONSUMAÇÃO EXEMPLO CRIME MATERIAL O tipo penal descreve conduta mais resultado naturalístico. O resultado é indispensável à consumação. Homicídio CRIME FORMAL O tipo penal também descreve conduta mais resultado naturalístico. O resultado naturalístico é dispensável , pois a consumação ocorre com a conduta. Obs: se, apesar de dispensável, ocorrer o resultado naturalístico, há exaurimento do crime . Extorsão mediante seqüestro (o crime se consuma com a privação da liberdade, não com a obtenção da vantagem indevida) CRIME DE MERA CONDUTA O tipo penal descreve apenas a conduta. Não há resultado naturalístico. Omissão de socorro. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE TEORIAS Teoria da causalidade adequada; Teoria da relevância jurídica; Teoria da equivalência dos antecedentes causais; ( ADOTADA PELO CP ) Direito Penal Geral - Mapeado CAUSAS ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES ESPÉCIE EXEMPLO RESPONSABILIZAÇÃO PREEXISTENTE “A” atira em “B” que antes já havia sido envenenado por “C”, morrendo em razão do envenenamento. A morte de “B”, em todos os exemplos, ocorreria como ocorreu independentemente da conduta de “A”. “C” Será punido por homicídio consumado. “A” responde por tentativa de homicídio. CONCOMITANTE Enquanto “A” envenena a vítima “B”, o matador de aluguel “C” entra no local e atira contra “B”, que morre em razão dos disparos da arma de fogo. SUPERVENIENTE Depois de “A” envenenar “B”, “B” é vítima de um disparo praticado por “C”, que tira a vida da vítima. CAUSAS RELATIVAMENTE INDEPENDENTES ESPÉCIE EXEMPLO RESPONSABILIZAÇÃO PREEXISTENTE “A” atira para matar “B”, atingindo seu pé. Contudo, “B”, por ser hemofílico, morre em razão da hemorragia. O agente responde pelo resultado causado. “A” responde por homicídio consumado. Concomitante “A”, com intenção de matar, atira em “B”, mas não atinge o alvo. A vítima, entretanto, assutando, tem um colapso cardíaco e morre. SUPERVENIENTE Que não por si só produz o resultado “A” atira em “B” que é levado ao hospital e morre em decorrência de erro médico. Que por si só produz o resultado. “A” atira em “B” que morre no hospital por conta de incêndio que assolou o local. “A” responde pelo seu dolo e não pelo seu resultado (novo curso causal) “A” responde por tentativa de homicídio. (CESPE-TJ/SE) Considere que Alfredo, logo depois de ter ingerido veneno com a intenção de suicidar-se, tenha sido alvejado por disparos de arma de fogo desferidos por Paulo, que desejava matá-lo. Considere, ainda, que Alfredo tenha morrido em razão da ingestão do veneno. Nessa situação, o resultado morte não pode ser imputado a Paulo . A questão trata de uma concausa absolutamente independente preexistente. Como Alfredo se envenenou antes, a causa efetiva não se origina da causa concorrente (disparo de arma de fogo), logo a causa concorrente não foi determinante para o resultado, visto que morreu envenenado. Paulo responde por tentativa de homicídio. GABARITO: CERTO Direito Penal Geral - Mapeado (CESPE-PC/BA) As causas ou concausas absolutamente independentes e as causas relativamente independentes constituem limitações ao alcance da teoria da equivalência das condições . Relação de causalidade Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa . Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Superveniência de causa independente § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. GABARITO: CERTO (CESPE-AGU) Como a relação de causalidade constitui elemento do tipo penal no direito brasileiro, foi adotada como regra, no CP, a teoria da causalidade adequada, também conhecida como teoria da equivalência dos antecedentes causais . Teoria da equivalência dos antecedentes causais ; teoria da condição simples; teoria da condição generalizada; teoria da conditio sine qua non : Causa é toda e qualquer conduta que de alguma forma interferir no resultado, pouco importando o grau, tamanho, importância dessa interferência. (Regra) Teoria da causalidade adequada; teoria individualizadora; teoria da condição qualificada : Causa é a conduta que por si só tem a capacidade de produzir o resultado. (Exceção) GABARITO: ERRADO CAUSAS SUPRALEIGAIS DE EXCLUSÃO DO FATO TÍPICO . Princípio da insignificância Principio da adequação social. (CESPE-TJ/SE) Conforme o STF, para que incida o princípio da insignificância e, consequentemente, seja afastada a recriminação penal, é indispensável que a conduta do agente seja marcada por ofensividade mínima ao bem jurídico tutelado, reduzido grau de reprovabilidade, inexpressividade da lesão, e nenhuma periculosidade social . 1. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, para se caracterizar hipótese de aplicação do denominado “princípio da insignificância” e, assim, afastar a recriminação penal, é indispensável que a conduta do agente seja marcada por OFENSIVIDADE MÍNIMA AO BEM JURÍDICO TUTELADO, REDUZIDO GRAU DE REPROVABILIDADE, INEXPRESSIVIDADE DA LESÃO e NENHUMA PERICULOSIDADE SOCIAL . GABARITO: CERTO Direito Penal Geral - Mapeado (CESPE-CD) O princípio da insignificância, com previsão legal expressa na parte geral do Código Penal (CP), é causa excludente da ilicitude do crime e exige, nos termos da jurisprudência do STF, mínima ofensividade da conduta do agente, nenhuma periculosidade social da ação, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica provocada . Há dois erros na questão. Primeiro: não há previsão legal do princípio da insignificância, apenas jurisprudência e doutrinas. Segundo: esse princípio é exclui o fato típico e não a ilicitude. No restante a questão está correta. GABARITO: ERRADO ANTIJURIDICIDADE Causas da exclusão 1. Estado de necessidade 2. Legítima defesa a) Moderação b) Meios necessários c) Injusta agressão (não é necessário ser um crime) d) Atual ou iminente e) Direito próprio/Terceiro 3. Estrito cumprimento do dever legal 4. Exercício regular de direito Leg. Def. antecipada não é aceita na doutrina e na jurisprudência. Estado de Necessidade Teorias Unitária (Justificante) : bem jurídico sacrificado é de igual valor ou de valor inferior. ADOTADA PELO CP Diferenciadora 1. Justificante : BJ sacrificado é de valor inferior ao preservado 2. Exculpante OU Supralegal : BJ sacrificado é de valor igual ao preservado ou superior. EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE (CESPE-AGU) A legítima defesa é causa de exclusão da ilicitude da conduta, mas não é aplicável caso o agente tenha tido a possibilidade de fugir da agressão injusta e tenha optado livremente pelo seu enfrentamento . Prevalece o entendimento de que, em relação à legítima defesa, o direito não poderia obrigar alguém a ser covarde, a fugir de um ataque injusto quando pode legitimamente defender. GABARITO:ERRADO Direito Penal Geral - Mapeado (CESPE-CD) Haverá isenção de pena se o agente praticar o fato em estrito cumprimento de dever legal . O estrito cumprimento do dever legal é excludente de ilicitude e não de culpabilidade. GABARITO: ERRADO (CESPE-PCDF) Na teoria penal, o estado de necessidade se diferencia do estado de necessidade supralegal, haja vista, no primeiro, o bem sacrificado ser de menor valor que o do bem salvaguardado e, no segundo, o bem sacrificado ser de valor igual ou superior ao do bem salvaguardado. Na segunda hipótese, não estaria excluída a ilicitude da conduta, mas a culpabilidade . O código penal adotou a teoria unitária , na qual prevê que se o bem sacrificado for de menor valor que o bem salvaguardado, estará excluída a ILICITUDE da conduta . A questão nos traz a teoria diferenciadora , na qual prevê que se o bem sacrificado for de valor igual ou superior ao bem salvaguardado, estará excluída a CULPABILIDADE da conduta . GABARITO: CERTO (CESPE-PF) Considere que João, maior e capaz, após ser agredido fisicamente por um desconhecido, também maior e capaz, comece a bater, moderadamente, na cabeça do agressor com um guarda - chuva e continue desferindo nele vários golpes, mesmo estando o desconhecido desacordado. Nessa situação hipotética, João incorre em excesso intensivo . No excesso intensivo a reação imoderada ocorre ainda quando a agressão injusta está em curso. Ex. agressor com faca é desarmado pela vítima, que intensifica a reação e dá várias facadas no agressor. No excesso extensivo aquele que reage excede sua reação após o agressor ter cessado a agressão. Ex. exatamente como no enunciado. GABARITO: ERRADO (CESPE-ABIN) Considere a seguinte situação hipotética. Ana estava passeando com o seu cão, da raça pitbull, quando, por descuido, o animal soltou-se da coleira e atacou uma criança. Um terceiro, que passava pelo local, com o intuito de salvar a vítima do ataque, atingiu o cão com um pedaço de madeira, o que causou a morte do animal. Nessa situação hipotética, ocorreu o que a doutrina denomina de estado de necessidade agressivo . O ESTado de necessidade é divido em: Agressivo : sacrifica bem jurídico de 3° inocente; Defensivo : sacrifica bem jurídico do próprio causador do perigo; A questão trata do estado de necessidade defensivo. GABARITO: ERRADO Direito Penal Geral - Mapeado CULPABILIDADE ELEMENTOS DA CULPABILIDADE I. IMPUTABILIDADE a) Critério Biológico (Adotado com exceção para os menores de 18 anos). b) Critério Psicológico c) Critério Biopsicológico (ADOTADO PELO CP) II. Potencial consciência da ilicitude III. Exigibilidade da conduta diversa CAUSAS DE EXCLUSÃO Inimputabilidade Coação moral irresistível Obediência hierárquica de ordem não manifestamente ilegal Erro de proibição invencível (Escusável) Falta da consciência da ilicitude, se inevitável TÍTULO III DA IMPUTABILIDADE PENAL Inimputáveis Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Redução de pena Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Menores de dezoito anos Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. Emoção e paixão Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: I - a emoção ou a paixão; Embriaguez II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Direito Penal Geral - Mapeado (CESPE-PF) Considere que Bartolomeu, penalmente capaz e mentalmente são, tenha praticado ato típico e antijurídico, em estado de absoluta inconsciência, em razão de estar voluntariamente sob a influência de álcool. Nessa situação, Bartolomeu será apenado normalmente, por força da teoria da actio libera in causa . A embriaguez voluntária não exclui a culpabilidade. Por actio libera in causa entende-se a situação em que o sujeito se autocoloca voluntariamente em situação de inimputabilidade ou incapacidade de agir, de tal modo que, posteriormente, ao cometer um comportamento criminoso, padecerá da capacidade de entender a ilicitude do ato ou de se autocontrolar. GABARITO: CERTO (CESPE-TJDFT) Se um indivíduo que rotineiramente se embriaga cometer crime em momento de intoxicação aguda, ele deverá ser declarado inimputável . Somente a embriaguez resultante de caso fortuito ou força maior tem a capacidade de excluir a culpabilidade do agente por embriaguez . Há a figura da Embriaguez Patológica , que é o vício do álcool, droga ou qualquer outra substância. Segundo a OMS, é uma doença mental , logo, o agente poderá ser enquadrado no art. 26, caput do CP, se restar comprovado que ele não entende o caráter ilícito da conduta ou que não é capaz de comportar-se conforme tal entendimento. Note-se que ele será inimputável por doença mental e não por embriaguez . GABARITO: ERRADO (CESPE-TCU) São causas de exclusão da culpabilidade, expressamente previstas no Código Penal brasileiro, a coação moral irresistível e a ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico . Coação irresistível e obediência hierárquica Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico , só é punível o autor da coação ou da ordem. GABARITO: CERTO (CESPE-CD) Será isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito, culpa ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento . É isento de pena proveniente de CASO FORTUITO ou FORÇA MAIOR . Não há que se falar em CULPA . GABARITO: ERRADO Direito Penal Geral - Mapeado (CESPE-PF) O Código Penal, ao dispor que "é isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- se de acordo com esse entendimento", adotou o critério biológico de exclusão da imputabilidade . O Código Penal adotou o critério biopsicológico, o qual é a junção dos critérios biológico e psicológico. Já o critério biológico é adotado com exceção para os menores deidade. GABARITO: ERRADO ITER CRIMINIS FASES DO CRIME Cogitação (Não ultrapassa o intelecto do agente) NÃO É PUNÍVEL Preparação – NÃO É PUNÍVEL, SALVO ALGUMAS EXCEÇÕES . Execução Consumação Para que se verifique o exaurimento do crime, é necessário que, depois de sua consumação, o delito atinja suas últimas conseqüências. DA Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. ESPÉCIES Branca ou incruenta : não consegue causar lesão ao objeto material protegido pela norma penal Vermelha ou cruenta : atingiu o objeto material Perfeita (acabada ou crime falho ou crime frustrado) : exaure todo o processo executório, mas não consegue consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade. Imperfeita (ou inacabada): o agente é impedido de prosseguir no seu intento, deixando de praticar todos os atos executórios à sua disposição. INFRAÇÕES QUE NÃO ADIMITEM TENTATIVA I. CRIMES CULPOSOS II. CRIMES PRETERDOLOSOS III. CRIMES UNISSUBISISTENTES IV. CRIMES HABITUAIS V. OMISSIVOS PRÓPRIO VI. CRIMES DE ATENTADO VII. CONTRAVENÇÃO PENAL Direito Penal Geral - Mapeado DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução (DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA) ou impede que o resultado se produza (ARREPENDIMENTO EFICAZ), só responde pelos atos já praticados. PONTE DE OURO O agente está diante de um fato cujo resultado material é erfeitamento alcançável, mas, até que ocorra a consumação, abre-se a possibilidade (ponte de ouro) para que o agente retorne à situação de licitude, seja desistindo de prosseguir na execução, seja atuando positivamente no intuito de impedir a ocorrência do resultado. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ARREPENDIMENTO EFICAZ Exige voluntariedade Exige voluntariedade e eficácia Ocorre durante a execução Ocorre após a execução O agente abandona o seu dolo antes de esgotar os atos executórios O agente esgota os atos executórios, mas consegue impedir o resultado O crime não se consuma por circunstâncias inerentes à vontade do agente Pune-se pelos atos já praticados Arrependimento posterior Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Requisitos: Crime sem violência ou grave ameaça à pessoa; Restituição da coisa ou a reparação do dano; (DEVE SER TOTAL E NÃO PARCIAL) Voluntariedade Antes do recebimento da denúncia ou da queixa-crime A reparação do dano é circunstância objetiva, devendo comunicar-se aos demais réus . Desistência Voluntária Arrependimento eficaz Arrependimento posterior Previsão Legal Art. 15, 1ª parte, CP (tentativa qualificada) Art. 16, CP Natureza Jurídica Causa de extinção da punibilidade (há divergência) Causa geral de diminuição de pena. Momento em que ocorre O agente abandona o intento antes de esgotar os atos executórios . O agente, depois de esgotar os atos executórios abandona o intento. Ocorre depois da consumação. Quanto à consumação Não consumação por circunstâncias inerentes à vontade do agente . Há consumação do crime. Consequência O agente responde pelos atos até então praticados Há redução da pena de 1/3 a 2/3. Direito Penal Geral - Mapeado CRIME IMPOSSÍVEL (QUASE-CRIME ou CRIME OCO ) Duas são as formas: Por ineficácia absoluta do meio : a inidoneidade absoluta do meio se verifica quando falta potencialidade causal, pois os instrumentos postos a serviço da conduta não são eficazes, em hipótese alguma, para a produção do resultado. Exemplo: JOÃO, para matar ANTONIO, se vale (sem saber) de uma arma de brinquedo. POR IMPROPRIEDADE ABSOLUTA DO OBJETO : quando a pessoa ou a coisa que representa o ponto de incidência da ação delituosa (objeto material) não ser à consumação do delito. A inidoneidade do objeto se verifica tanto em razão das circunstâncias em que se encontra (objeto impróprio) quanto em razão da sua inexistência (objeto inexistente). Ex: JOÃO tenta praticar aborto contra mulher que não está grávida. (CESPE-AGU) O CP permite a aplicação de causa de diminuição de pena quando o arrependimento posterior for voluntário, não exigindo que haja espontaneidade no arrependimento . Para a sua configuração, basta que o agente haja de modo voluntário, pouco importando se o arrependimento tenha sido espontâneo, ou seja, tenha surgido sponte própria, no âmago do agente. GABARITO: CERTO (CESPE-TJ/SE) Mesmo quando o agente, de forma espontânea, desiste de prosseguir nos atos executórios ou impede a consumação do delito, devem ser a ele imputadas as penas da conduta típica dolosa inicialmente pretendida . Nesse caso, só responde pelos atos já praticados, conforme disposição expressa no Código Penal. GABARITO: ERRADO (CESPE-CD) Denomina-se arrependimento eficaz a reparação do dano ou a restituição voluntária da coisa antes do recebimento da denúncia, o que possibilita a redução da pena, em se tratando de crimes contra o patrimônio . A questão traz o instituto do arrependimento posterior. GABARITO: ERRADO (CESPE-TJ/CE) O instituto do arrependimento posterior pode ser aplicado ao crime de lesão corporal culposa . A Doutrina entende que o requisito de “ausência de violência à pessoa”, previsto para a caracterização do arrependimento posterior (art. 16 do CP), estará materializado quando houver, apenas, lesões corporais culposas, de forma que admitiria o arrependimento posterior. GABARITO: CERTO Direito Penal Geral - Mapeado (CESPE-TRE/GO) Configura-se tentativa incruenta no caso de o agente não conseguir atingir a pessoa ou a coisa contra a qual deveria recair sua conduta . A tentativa é dividida quanto ao resultado produzido na vítima em: Incruenta ou branca : golpe desferido não atinge o corpo da vítima, não gerando lesão efetiva, palpável à integridade corporal do ofendido Cruenta ou vermelha : a vítima é efetivamente atingida. A questão trata exatamente da incruenta . GABARITO: CERTO (CESPE-PF) Considere que Aldo, penalmente capaz, após ser fisicamente agredido por Jeremias, tenha comprado um revólver e, após municiá-lo, tenha ido ao local de trabalho de seu desafeto, sem, no entanto, o encontrar. Considere, ainda, que, sem desistir de seu intento, Aldo tenha se posicionado no caminho habitualmente utilizado por Jeremias, que, sem nada saber, tomou direção diversa. Flagrado pela polícia no momento em que esperava por Jeremias, Aldo entregou a arma que portava e narrou que pretendia atirar em seu desafeto. Nessa situação, Aldo responderá por tentativa imperfeita de homicídio, com pena reduzida de um a dois terços . Aldo não chegou nem a executar o crime, portanto não há que se falar em tentativa de homicídio. GABARITO: ERRADO (CESPE-TCU) Um crime é enquadrado na modalidade de delito tentado quando, ultrapassada a fase de sua cogitação, inicia-se, de imediato, a fase dos respectivos atos preparatórios, tais como a aquisição de arma de fogo para a prática de planejado homicídio . A questão baseia-se no iter criminis, o qual tem as seguintes fases: cogitação, preparação, execução e consumação. O delito só é tentando quando inicia-se a execução. GABARITO: ERRADO (CESPE-AGU) O direito penal brasileiro não admite a punição de atosmeramente preparatórios anteriores à fase executória de um crime, uma vez que a criminalização de atos anteriores à execução de delito é uma violação ao princípio da lesividade . Os atos preparatórios, em regra, são impuníveis . Excepcionalmente, todavia, merecem punição, configurando delito autônomo . É o que ocorre, por exemplo, com o crime de associação criminosa. Aquele que se reúne com três ou mais pessoas para planejar a prática de crimes está em plena fase de preparação (dos crimes futuros), mas já executando a formação de um grupo criminoso, comportamento esse que o legislador entendeu grave o suficiente para justificar tipificação autônoma e independente dos delitos visados pela associação. GABARITO: ERRADO Direito Penal Geral - Mapeado CONCURSO DE PESSOAS REQUISITOS Pluralidade de agentes e de condutas Relevância causal das condutas Identidade de infração penal Liame subjetivo entre os agentes Não há necessidade de acordo prévio para ocorrer o concurso de pessoas Não haverá participação dolosa em crime culposo e vice-versa. Ou todos os agentes agem com dolo ou todos agem com culpa para que ocorra concurso de pessoa . SITUAÇÕES QUE NÃO EXISTE CONCURSO DE PESSOAS Autoria colateral : quando dois ou mais agentes, um ignorando a contribuição do outro, concentram suas condutas para o cometimento da mesma infração penal. Nota-se, no caso, a ausência de vínculo subjetivo entre os agentes, que, se presente, faria incidir as regras do concurso de pessoas. Autoria mediata : Autor domina a vontade alheia e, desse modo, serve-se de outra pessoa que atua como instrumento. (CESPE-TRE/GO) Caso um indivíduo obtenha de um amigo, por empréstimo, uma arma de fogo, dando-lhe ciência de sua intenção de utilizá-la para matar outrem, o amigo que emprestar a arma será considerado partícipe do homicídio se o referido indivíduo cometer o crime pretendido, ainda que este não utilize tal arma para fazê-lo e que o amigo não o estimule a praticá-lo . A participação é dividida em: Moral a) Induzir (criar a idéia) b) Instigar (reforçar a idéia já existente) Material (auxiliar) No caso, não houve a participação material, pois a arma emprestada não foi a mesma utilizada no crime. GABARITO: ERRADO (CESPE-TJ/SE) Para um coautor cujas ações tiverem resultado em crime mais grave, apesar de ele ter desejado participar de crime de menor gravidade, a pena aplicada deve ser a referente ao crime menos grave, que deve ser aumentada até a metade no caso de o resultado mais grave ter sido previsível quando as ações foram realizadas . Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave . GABARITO: CERTO Direito Penal Geral - Mapeado (CESPE-TJ/SE) Em se tratando de autoria colateral, não existe concurso de pessoas . Isso mesmo, a autoria colateral é quando os agentes não conhecem a intenção um do outro. Exemplo: A atira pra matar B e do outro lado da rua C atira em direção a B, ambos com Animus Necandi, e sem conhecer a conduta um do outro. Se os disparos de ambos causarem a morte, ambos respondem por homicídio . Se a vítima morreu apenas da decorrência da conduta de um, o outro responde por tentativa . (AUTORIA INCERTA) GABARITO: CERTO (CESPE-PRF) Em relação ao concurso de pessoas, o CP adota a teoria monista, segundo a qual todos os que contribuem para a prática de uma mesma infração penal cometem um único crime, distinguindo-se, entretanto, os autores do delito dos partícipes . São três as teorias sobre o concurso de pessoas, são elas: a) teoria unitária (OU MONISTA ): quando mais de um agente concorre para a prática da infração penal, mas cada um praticando conduta diversa do outro, obtendo, porém, um só resultado. Neste caso, haverá somente um delito. Assim, todos os agentes incorrem no mesmo tipo penal. Tal teoria é adotada pelo Código Penal. b) teoria pluralista : Os agentes respondem por crimes diferentes (ADOTADA COM EXCEÇÕES). Ex: aborto e corrupção. c) teoria dualista : GABARITO: CERTO (CESPE-TJ/DFT) Se determinada pessoa, querendo chegar rapidamente ao aeroporto, oferecer pomposa gorjeta a um taxista para que este dirija em velocidade acima da permitida e, em razão disso, o taxista atropelar e, consequentemente, matar uma pessoa, a pessoa que oferecer a gorjeta participará de crime culposo . Não há participação em crime culposo. GABARITO: ERRADO CONCURSO DE CRIMES TIPO Requisitos Sistema Adotado Aumento Concurso Material Pluralidade de condutas Pluralidade de crimes Cúmulo material As penas são somadas Concurso formal (próprio) Unidade de condutas Pluralidade de crimes Exasperação 1/6 até ½ Concurso formal (impróprio) Unidade de conduta Pluralidade de crimes Desígnios autônomos Cúmulo material As penas são somadas Crime continuado genérico Pluralidade de condutas Pluralidade de crimes da mesma espécie Elo de continuidade Exasperação 1/6 até 2/3 Direito Penal Geral - Mapeado Crime continuado específico Os mesmos do continuado genérico Crimes dolosos Vítimas diferentes Violência ou grave ameação À pessoas Exasperação 1/6 até 3x (CESPE-DPE/PE) O concurso formal próprio distingue-se do concurso formal impróprio pelo elemento subjetivo do agente, ou seja, pela existência ou não de desígnios autônomos. Divide-se o concurso formal, ainda, em perfeito e imperfeito. Perfeito, ou próprio, é a espécie de concurso formal em que o agente realiza a conduta típica, que produz dois ou mais resultados, sem agir com desígnios autônomos. Desígnio autônomo, ou pluralidade de desígnios, é o propósito de produzir, com uma única conduta, mais de um crime. É fácil concluir, portanto, que o concurso formal perfeito ou próprio ocorre entre crimes culposos, ou então entre um crime doloso e um crime culposo. Imperfeito, ou impróprio , é a modalidade de concurso formal que se verifica quando a conduta dolosa do agente e os crimes concorrentes derivam de desígnios autônomos. Portanto, envolve crimes dolosos, qualquer que seja sua espécie (dolo direto ou dolo eventual). Gabarito: CERTO (CESPE-MPE/PI) O roubo perpetrado com violação de patrimônios de diferentes vítimas da mesma família, em um único evento delituoso, configura concurso formal de crimes. STJ - ROUBO QUALIFICADO. CONCURSO FORMAL. CARACTERIZAÇÃO. AÇÃO ÚNICA. VÍTIMAS DIFERENTES. AINDA QUE DA MESMA FAMÍLIA. CP, ARTS. 70 E 157, § 2º, I E II. «Configura-se concurso formal, quando o agente, mediante uma só ação, pratica crimes de roubo contra vítimas diferentes, ainda que da mesma família, eis que caracterizada a violação a patrimônios distintos.»(...) GABARITO: CERTO (CESPE-SEGESP) Se uma pessoa com um único disparo de arma de fogo matar duas pessoas, poderá responder por concurso formal impróprio de crimes . O concurso de crimes pode ser FORMAL ou MATERIAL Material : 2 ou mais condutas, que geram 2 ou mais resultados. Enquanto que concurso formal é dividido entre PRÓPRIO e IMPRÓPRIO Próprio : O agente tinha o dolo de praticar um crime,e os demais foram por culpa Ex> João atira em maria (dolo), por culpa atinge pedro. Impróprio : É o famoso "Dois coelhos com uma cajada só" (Fato da questão) GABARITO: CERTO Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31
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