Buscar

Mediadores de Leitura 11º Módulo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO FORMAÇÃO DE 
mediadores de leitura
CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE 
mediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leitura
CURSO FORMAÇÃO DE 
mediadores de leitura
CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE 
mediadores de leitura
CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE 
mediadores de leitura
CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE 
mediadores de leitura
CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE 
mediadores de leitura
CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE 
mediadores de leitura
CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE 
mediadores de leitura
CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE 
mediadores de leitura
CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE 
mediadores de leitura
CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE 
mediadores de leitura
CURSO FORMAÇÃO DE 
11 FASCÍCULO
Igor Peixoto
A LEITURA
Acessível
Gratuito!
162 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
POR UMA LEITURA 
ACESSÍVEL
Agora que você já trilhou vários caminhos 
rumo à formação de mediador(a) de leitura, 
vamos convidá-lo(a) para uma experiência 
diferente. Vamos falar de acessibilidade. 
Imagine, agora, que você está no mar. O seu 
barco tem uma vela de tamanho ideal, en-
tretanto, não existe vento algum e o barco 
não tem nenhum remo. O motor também 
não funciona devido a algum problema 
que você nem ao menos conseguiu detec-
tar. Nenhum vento sopra e, sozinho, você 
começa a se desesperar: consulta o GPS e 
o seu celular, mas no meio do oceano nada 
funciona a contento. Sim, você está meio no 
mar, fl utuando à deriva e, parece, esperar é 
tudo que você pode fazer até que o vento 
resolva soprar ou que outro barco apareça 
para resgatá-lo(a).
A cena que foi apresentada, metaforica-
mente, ilustra a situação de um sujeito que 
mesmo dispondo de algumas ferramentas 
ou saberes, não consegue “navegar”. Isso 
pode ser fruto de alguma impossibilidade 
natural ou imposta, como no caso do vento 
que não sopra ou do motor com um proble-
ma indetectável. Esse exemplo nos leva a 
refl etir que, quando precisamos desempe-
nhar alguma função e a acessibilidade não 
está disponibilizada de forma plena, perce-
bemos que a situação fi ca complicada e nos 
deparamos com difi culdades que, muitas 
vezes, parece fácil de ser resolvida para al-
guns, e para outros signifi ca limitantes com 
certo nível de complexidade.
É importante frisar que a acessibilidade, 
independentemente do seu foco, signifi ca 
antes de qualquer coisa, a capacidade de 
um produto se comunicar com seus usu-
ários. Nesse sentido, tornar uma informa-
ção acessível é proporcionar a capacidade 
de acesso a quem dela necessite, levando 
em consideração as potencialidades e de-
fi ciências dos indivíduos, bem como o seu 
contexto sociocultural e econômico.
Com a leitura não poderia ser diferente, 
daí a importância de se discutir nesse módu-
lo, propostas de inclusão de pessoas com 
defi ciências em mediações de leitura, 
para que esse público seja contemplado e 
incluído nas práticas leitoras de formação.
Ninguém aqui abre mão de ninguém. Va-
mos ser criativos e explorar possibilidades. 
Com um pouco de empatia e conhecendo 
bem o nosso público, inclusive nos seus as-
pectos limitantes, e nós já sabemos disso, 
conseguimos resultados em nosso trabalho 
com mais facilidade. O mundo agradece! E 
por falar em acessar, acesse:
ava.fdr.org.br
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 163
1. 
FALANDO DE 
ACESSIBILIDADE
A rigor, acessibilidade é uma forma de ga-
rantia de utilização adequada de locais por 
qualquer pessoa, com limitações temporá-
rias ou permanentes. Além do acesso físi-
co, a acessibilidade também diz respeito a 
serviços, usabilidade tecnológica, direito à 
informação e à leitura.
A acessibilidade é um direito garanti-
do. Vale lembrar que há inclusive força de 
lei que a estabelece e a caracteriza. Vejamos 
o Decreto nº 5.296 de 2004, Art. 8º, inciso I, 
que descreve a acessibilidade como:
[...] condição para utilização, com segu-
rança e autonomia, total ou assistida, 
dos espaços, mobiliários e equipamen-
tos urbanos, das edifi cações, dos ser-
viços de transporte e dos dispositivos, 
sistemas e meios de comunicação e in-
formação, por pessoa portadora de de-
fi ciência ou com mobilidade reduzida. 
(BRASIL, 2004). 
 CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leitura 163163163
Em 6 de julho de 2015 foi instituída a lei 
nº 13.146, Lei Brasileira de Inclusão 
da Pessoa com Defi ciência (Estatuto 
da Pessoa com Defi ciência), destinada 
a assegurar e a promover, em condições 
de igualdade, o exercício dos direitos e 
das liberdades fundamentais por pessoa 
com defi ciência, visando à sua inclusão 
social e cidadania.
Para conhecê-la, visite o site: 
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-
2018/2015/Lei/L13146.htm
PARA ALÉM 
DO TEXTO
164 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Dentre os direitos assegurados no Es-
tatuto da Pessoa com Deficiência está 
o capítulo referente ao direito à Educa-
ção, do qual podemos destacar:
Art. 27. A educação constitui 
direito da pessoa com defi ciên-
cia, assegurados sistema edu-
cacional inclusivo em todos os 
níveis e aprendizado ao longo de 
toda a vida, de forma a alcançar o 
máximo desenvolvimento possí-
vel de seus talentos e habilidades 
físicas, sensoriais, intelectuais e 
sociais, segundo suas caracterís-
ticas, interesses e necessidades 
de aprendizagem. 
Parágrafo único. É dever do 
Estado, da família, da comunida-
de escolar e da sociedade assegu-
rar educação de qualidade à pes-
soa com defi ciência, colocando-a 
a salvo de toda forma de violên-
cia, negligência e discriminação. 
Art. 28. Incumbe ao poder 
público assegurar, criar, desen-
volver, implementar, incentivar, 
acompanhar e avaliar: 
I - sistema educacional inclu-
sivo em todos os níveis e modali-
dades, bem como o aprendizado 
ao longo de toda a vida;
164164 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Dentre os direitos assegurados no 
tatuto da Pessoa com Deficiência
o capítulo referente ao direito à Educa-
ção, do qual podemos destacar:
Art. 27.
direito da pessoa com defi ciên-
cia, assegurados sistema edu-
cacional inclusivo em todos os 
níveis e aprendizado ao longo de 
toda a vida,de forma a alcançar o 
máximo desenvolvimento possí-
vel de seus talentos e habilidades 
físicas, sensoriais, intelectuais e 
sociais, segundo suas caracterís-
ticas, interesses e necessidades 
de aprendizagem. 
Parágrafo único.
Estado, da família, da comunida-
de escolar e da sociedade assegu-
rar educação de qualidade à pes-
soa com defi ciência, colocando-a 
a salvo de toda forma de violên-
cia, negligência e discriminação. 
Art. 28.
público assegurar, criar, desen-
volver, implementar, incentivar, 
acompanhar e avaliar: 
I
sivo em todos os níveis e modali-
dades, bem como o aprendizado 
ao longo de toda a vida;
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 165
II - aprimoramento dos siste-
mas educacionais, visando a ga-
rantir co ndições de acesso, per-
manência, participação e apren-
dizagem, por meio da oferta de 
serviços e de recursos de acessi-
bi lidade que eliminem as barrei-
ras e promovam a inclusão plena;
III - projeto pedagógico que 
institucionalize o atendimento 
educacional especializado, assim 
como os demais serviços e adap-
tações razoáveis, para atender 
às características dos estudantes 
com defi ciência e garantir o seu 
pleno acesso ao currículo em 
condições de igualdade, promo-
vendo a conquista e o exercício 
de sua autonomia.
 
Como vemos, a questão da acessibilida-
de na educação torna-se ponto de grande 
relevância no referido estatuto, o que nos 
leva a compreender a importância da lei-
tura nesse processo, também como um 
direi to. Assim, a abordagem aqui apresen-
tada representa a igualdade de acesso de 
fato, à leitura, a qualquer indivíduo, com ou 
sem defi ciência. 
 CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leitura 165165165
Em uma sociedade com tantas formas 
de se representar e registrar a informação, a 
acessibilidade ganha importância não ape-
nas para melhorar o uso de uma interface, 
mas ela é de fato o que permite/possibilita 
a mediação da leitura de forma mais pro-
funda, pois sem nos conectar mentalmente 
ao conteúdo da informação e às diferentes 
linguagens fi ca mais complicado estabe-
lecer vínculos intelectuais, fi losófi cos ou 
emocionais com o texto e o seu contexto.
Você sabia que, segundo o 
censo brasileiro de 2010, 45,6 
milhões de pessoas declararam ter 
pelo menos um tipo de defi ciência? 
Para saber mais, visite o site: 
agenciadenoticias.ibge.gov.br/
PUXANDO 
PROSA
166 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
2.
O MEDIADOR DA 
LEITURA ACESSÍVEL
É importante compreender também qual 
o papel que o mediador de leitura poderá 
desenvolver, para que os processos de in-
clusão e de compreensão crítica estejam 
condizentes com o conceito de inclusão.
Entende-se por inclusão,
[...] processo estabelecido dentro de 
uma sociedade mais ampla que busca 
satisfazer necessidades relacionadas 
com qualidade de vida, desenvolvimen-
to humano, autonomia de renda e equi-
dade de oportunidades e direitos para os 
indivíduos e grupos sociais que em algu-
ma etapa da sua vida encontram-se em 
situação de desvantagem com relação a 
outros membros da sociedade. (PASSE-
RINO; MONTARDO, 2007, p.5).
O diálogo é o que estabelece os pontos 
fundamentais na interação dos indivíduos 
com relação ao meio. É também a maneira 
com a qual as pessoas deixam de ser margi-
nalizadas e podem trilhar seus próprios ca-
minhos na busca do que cada sujeito inter-
preta como prioritário. Logo, isso signifi ca 
dizer que a mediação da leitura acessível 
inclui dois fatores fundamentais: a apro-
priação da informação que é inerente ao 
processo de produção, disseminação e de 
mediação da informação e o de interfe-
rência, que é inerente aos procedimentos 
de como a informação será destinada, com-
preendida e usada pelo usuário. 
166166 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
2.
O MEDIADOR DA 
LEITURA ACESSÍVEL
É importante compreender também qual 
o papel que o mediador de leitura poderá 
desenvolver, para que os processos de in-
clusão e de compreensão crítica estejam 
condizentes com o conceito de inclusão.
Entende-se por 
[...] processo estabelecido dentro de 
uma sociedade mais ampla que busca 
satisfazer necessidades relacionadas 
com qualidade de vida, desenvolvimen-
to humano, autonomia de renda e equi-
dade de oportunidades e direitos para os 
indivíduos e grupos sociais que em algu-
ma etapa da sua vida encontram-se em 
situação de desvantagem com relação a 
outros membros da sociedade. (PASSE-
RINO; MONTARDO, 2007, p.5).
O diálogo
fundamentais 
com relação ao meio. É também a maneira 
com a qual as pessoas deixam de ser margi-
nalizadas e podem trilhar seus próprios ca-
minhos na busca do que cada sujeito inter-
preta como prioritário. Logo, isso signifi ca 
dizer que a mediação da 
inclui dois fatores fundamentais: a 
priação da informação
processo de produção, disseminação e de 
mediação da informação e o de 
rência, que é inerente aos procedimentos 
de como a informação será destinada, com-
preendida e usada pelo usuário. 
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 167
A pessoa com necessidades especiais, 
em um ambiente fértil para sua eloquência, 
um “espaço” ideal para exprimir seus sabe-
res, desejos e conquistas, tende a se tornar 
um mediador também, pois o defi ciente, 
emancipado, autônomo, livre para se qua-
lifi car, produzir e participar ativamente da 
sociedade da informação se transforma em 
protagonista de sua vida, contribuindo 
para que outros indivíduos também se sin-
tam incluídos, trazendo mais e mais pesso-
as, envolvendo leitores, educadores e fami-
liares para serem mais elos desta corrente. 
Paulo Freire (2005) defende a mediação 
como uma ação por meio da qual o indiví-
duo pode se transformar em protagonista, 
já que na vivência do processo de mediação 
se pode refl etir acerca da situação vivida, 
sobre seus interlocutores, sobre o mundo e 
sobre si mesmo, experiência que potenciali-
za a formação da consciência que faz nascer 
um ser humano comprometido e capaz de 
intervir e interferir na realidade, enfi m, 
contribuir para o protagonismo social. 
A sociedade há muito tempo deixou de 
ser pautada no trabalho braçal e passou a 
ser baseada na criatividade e no desen-
volvimento das ideias. Ou seja, não ape-
nas na apreensão da informação e da leitu-
ra ou nas formas de cultura exercidas pelos 
seus diversos atores. Ser criativo implica 
em ir além de aprender objetivamente, ser 
receptivo, crítico e em todo o momento ser 
um aprendiz em potencial. 
Para as pessoas com defi ciências e 
que, portanto, precisam da acessibilida-
de, é de importância ímpar, em uma so-
ciedade pautada no conhecimento e na 
informação, que haja a preocupação com 
a inclusão,em todos os seus aspectos. As-
sim, torna-se imprescindível capacitar in-
divíduos para lidarem com os diversos 
tipos de defi ciências, sejam elas físi-
cas, auditivas, visuais ou intelectuais, 
por exemplo.
Os mediadores da leitura precisam 
estar atentos e capacitados para lidar 
com a diversidade e as especifi cidades 
humanas. Cada vez mais essa tem sido uma 
preocupação, especialmente dos educado-
res. No contexto da leitura, essa questão 
deve estar pautada em um conjunto de fato-
res, relacionados, por exemplo, a ambiência 
(adequação do espaço físico), questões ar-
quitetônicas, fatores sonoros (preocupação 
com os defi cientes auditivos), barreiras vi-
suais, tecnologias assistivas, recursos ma-
teriais e humanos, bem como as barreiras 
atitudinais (referentes a comportamentos 
preconceituosos ou ao bullying).
seus diversos atores. Ser criativo implica 
em ir além de aprender objetivamente, ser 
receptivo, crítico e em todo o momento ser 
Para as pessoas com defi ciências e 
que, portanto, precisam da acessibilida-
de, é de importância ímpar, em uma so-
ciedade pautada no conhecimento e na 
informação, que haja a preocupação com 
a inclusão, em todos os seus aspectos. As-
capacitar in-
divíduos para lidarem com os diversos 
tipos de defi ciências, sejam elas físi-
cas, auditivas, visuais ou intelectuais,
Os mediadores da leitura precisam 
estar atentos e capacitados para lidar 
Tecnologia Assistiva
Termo ainda muito recente utilizado para 
identifi car todo o arsenal de recursos e serviços 
que contribuem para proporcionar ou ampliar 
habilidades funcionais de pessoas com 
defi ciência e, consequentemente, promover 
vida independente e inclusão.
168 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
A necessidade de se pensar na acessi-
bilidade como algo vinculado de maneira 
indissociável a qualquer manifestação cul-
tural é do mesmo tamanho do oceano apre-
sentado no início desse fascículo, para não 
abandonarmos a metáfora. 
Assim, podemos entender que quando 
não temos maneiras plenas de navegar nes-
se oceano, paralelamente seria como se não 
houvesse acessibilidade adequada, para o 
que nos propomos. Deu para entender?
3.
A LEITURA 
ACESSÍVEL
Caso nossa necessidade, na condição 
de pessoa com defi ciência, por exem-
plo visual ou auditiva, seja fazer a lei-
tura de um texto, de que tipos de fer-
ramentas devemos nos apropriar? Que 
tipo de postura nós devemos adotar? 
Como podemos ser mediadores entre o 
conteúdo e quem dele precisa se apoderar?
Existem vários tipos de textos que com-
põe nossa prática leitora do dia a dia. Somos 
leitores ávidos, muitas vezes, mesmo sem 
perceber. Lemos placas, rótulos, revistas, 
panfl etos, cardápios, sinalizações, bulas de 
remédios, legendas de fi lmes, revistas, jor-
nais e livros, sem contar que com a difusão 
das mídias sociais e da internet estamos 
lendo mais e mais coisas no ambiente 
virtuais e em dispositivos móveis. 
Caso queiramos penetrar de for-
ma mais abrangente no ato da leitura, 
podemos compreender que a leitura 
verbal é a mais rapidamente lembra-
da, mas existe ao mesmo passo e com a 
mesma importância, a leitura não verbal. 
Esta consiste primariamente em entender o 
No seu convívio familiar, de amigos 
ou no trabalho, há pessoas com 
defi ciências? Você já parou para 
pensar sobre as difi culdades por 
elas enfrentadas no cotidiano? 
Você considera que estamos 
caminhando para uma sociedade 
inclusiva e acessível? O que 
podemos fazer para mudar isso? 
Que comportamento podemos ter?
PUXANDO 
PROSA
Caso nossa necessidade, na condição 
de pessoa com defi ciência, por exem-
plo visual ou auditiva, seja fazer a lei-
tura de um texto, de que tipos de fer-
ramentas devemos nos apropriar? Que 
tipo de postura nós devemos adotar? 
Como podemos ser mediadores entre o 
conteúdo e quem dele precisa se apoderar?
Existem vários tipos de textos que com-
põe nossa prática leitora do dia a dia. Somos 
leitores ávidos, muitas vezes, mesmo sem 
perceber. Lemos placas, rótulos, revistas, 
panfl etos, cardápios, sinalizações, bulas de 
remédios, legendas de fi lmes, revistas, jor-
nais e livros, sem contar que com a difusão 
das mídias sociais e da internet estamos 
lendo mais e mais coisas no ambiente 
Caso queiramos penetrar de for-
ma mais abrangente no ato da leitura, 
leitura 
 é a mais rapidamente lembra-
da, mas existe ao mesmo passo e com a 
leitura não verbal. 
Esta consiste primariamente em entender o 
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 169
que está a nossa volta e se caracteriza 
como informações a serem leva-
das em conta, mas não estão 
em formato de leitura com 
palavras ou pontuações. 
Por exemplo, lemos o 
tempo para ver se vai 
chover, a movimenta-
ção dos carros antes 
de atravessar a rua, 
as deixas simbólicas 
de alguém como o 
sinal de positivo ou 
uma piscadela, e assim 
construímos um campo 
de percepção a nossa volta, 
que nos faz refl etir e ponderar 
sobre o que nos cerca, tentando usar 
ou mitigar essas infl uências ex-
ternas que nem sempre são 
perceptivas. Você já parou 
para pensar se esses su-
portes e possibilidades 
de leitura e de infor-
mação estão acessí-
veis às necessidades 
específi cas das pesso-
as com defi ciência? 
Para algumas pes-
soas, a acessibilidade é 
muito mais que possibi-
litar o acesso à informação. 
Acessibilidade, não raramente, se faz como 
única forma com a qual os indivíduos que 
necessitam dela possam estabelecer elos 
críticos, sentimentais e identitários com al-
guns tipos de conteúdo, inclusive para tor-
nar o cotidiano menos complexo.
A nossa relação com a leitura e a cultu-
ra nos auxilia a estabelecermos laços, per-
tencimentos e identifi cação com o meio 
no qual vivemos, daí ela ser tão importante 
para a nossa vida e um direito inalienável 
de todos.
A leitura é a principal ferramenta que 
dispomos para entender o mundo como 
ele é e como ele se mostra. Mesmo se a 
representação for falha ou viciada, a leitura 
crítica pode descortinar interesses e inclina-
ções ocultas. 
Aqui, chamamos a atenção ao fator 
principal que é o simples ato de ler, que 
enquanto para algumas pessoas pode ser 
tão trivial, para outros é algo que necessita 
de cuidado e de preparação maior. A leitu-
ra que é, desde tempos antigos, o elo do 
homem com sua cultura, a forma com que 
ele se eterniza, passando para seus descen-
dentes suas descobertas e impressões, para 
alguns indivíduos ainda hoje é algo quase 
impossível e inacessível.
Apropriar-se da leitura, para alguém 
com seus sentidos todos funcionais é 
uma atividade que requer concentração 
que está a nossa volta e se caracteriza 
como informações a serem leva-
das em conta, mas não estão 
em formato de leitura com 
palavras ou pontuações. 
Por exemplo, lemos o 
tempo para ver se vai 
de alguém como o 
sinal de positivo ou 
uma piscadela, e assim 
construímos um campo 
de percepção a nossa volta, 
que nos faz refl etir e ponderar 
sobre o que nos cerca, tentando usar 
ou mitigar essas infl uências ex-
ternas que nem sempre são 
perceptivas. Você já parou 
para pensar se esses su-
portes e possibilidades 
de leitura e de infor-
veis às necessidades 
específi cas das pesso-
as com defi ciência? 
soas, a acessibilidade é 
muito mais que possibi-
litar o acesso à informação. 
170 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
e relativa prática para ser íntimo do texto 
ao ponto de entender suas entrelinhas. 
Entretanto, para uma pessoa com defi ci-
ência visual severa, por exemplo, é preciso 
que haja não apenas maior comprometi-
mento, pois não raramente estará usando 
o tato, para compreender as marcações 
em primeira pessoa e precisará saber fazer 
a transcrição do alfabeto romano para os 
pontosdo Braille.
Ainda nos referindo à defi ciência visual, 
existe outro tipo de relacionamento entre 
os defi cientes com reduzida visão e que 
usam esse resíduo que têm para internali-
zarem o que leem. E outros movimentos de 
apreender o conteúdo texto-informacional 
acontecem quando alguém lê ou declama 
o texto, contando uma história e fazendo 
o enredo ganhar vida. A voz e seu timbre, 
tempo e tom fazem as honras desse tipo de 
leitura. Essa relação é diferente de alguém 
que depende de ouvir o texto por um sinte-
tizador, com a voz robótica.
A forma na qual as pessoas com defi -
ciência auditiva podem interagir, se apro-
priando de textos, é primariamente através 
da leitura, mas aqui é necessária a lembran-
ça que o conteúdo textual pode não ser in-
teiramente compreendido, pois existem pa-
lavras que não são traduzidas em perfeito 
paralelo a Libras, que normalmente é a for-
ma mais usada na comunicação geral dos 
surdos no Brasil. Portanto deve-se fazer uso 
de fi guras, ilustrações e indicações gráfi cas 
para sustentar e auxiliar o texto em questão.
PUXANDO 
PROSA
Em nosso curso, disponibilizamos os 
audiofascículos, um instrumento de 
acessibilidade, e também apostamos 
nos podcasts/radioaulas, com ricas 
entrevistas e bate-papos sobre o tema 
de cada módulo. Para não usarmos a 
voz monótona e fria dos sintetizadores 
(a tal “voz robótica”), por respeito 
aos nossos alunos, contratamos uma 
profi ssional jornalista para realizar a 
leitura, de forma calorosa e humana, 
contribuindo para a leitura acessível 
e ao mesmo tempo afagando aqueles 
que não dispõem na sua rotina 
de muito tempo para leitura e/ou 
que conseguem absorver melhor o 
conteúdo com essa leitura assistida. 
Esperamos que tenham gostado. Você sabia que as pessoas com 
defi ciência auditiva são consideradas 
surdas? “Surdo-mudo” não é um termo 
adequado, pois o fato de uma pessoa 
ser surda, não signifi ca que ela não 
possa falar. Vamos ter esse cuidado?
CURIOSIDADE
Estes aspectos respeitados e promovidos 
estão ligados à parte operacional do exercí-
cio, mas a principal iniciativa para o surdo é 
fazer com que estas ferramentas e iniciativas 
possam promover a apreensão e imersão ao 
enredo, ao contexto e à informação.
Quando lidamos com pessoas que têm 
pouca mobilidade de locomoção, podemos 
cair na armadilha de pensar ser fácil promo-
ver a inserção delas em práticas de media-
ção da leitura. Temos que ter em mente que, 
normalmente, as pessoas com difi culdade 
de mobilidade já possuem uma condição 
corporal diferenciada no que tange à pos-
tura, forma de sentar, tempo de concentra-
ção, por exemplo. Isso pode afetar sobre-
maneira o acesso ao texto, ao contexto e 
às práticas e, consequentemente com a 
leitura, modifi cando o seu relacionamento 
com a obra literária, com o grupo e o media-
dor. São fatores que devem ser observados 
ao conhecer o perfi l dos leitores que irão fa-
zer parte da mediação.
É importante ressaltar que há, ainda, 
pessoas com defi ciências múltiplas e de-
fi ciências severas e que, por um motivo 
ou pelo outro, nunca são protagonistas de 
suas vidas. Será que isso é justo? Se por um 
lado, muitas vezes não temos como resolver 
e mesmo aliviar as necessidades que estas 
pessoas deveriam receber em diversos as-
pectos que lhes são subtraídos, pelo menos 
devemos estar atentos para não nos furtar 
de oferecer-lhes aquilo que nos compete 
e nos é possível. Assim, os mediadores da 
leitura deverão exercer toda a sua sensi-
bilidade para conhecer e reconhecer a 
diversidade do público, bem como desen-
volver todos os esforços para a inclusão.
Segundo George R. R. Martin, um dos 
autores mais lidos dos últimos anos e autor 
da série As Crônicas de Gelo e Fogo, “um ho-
mem só tem direito a viver uma vida, mas o 
leitor pode viver mil vidas” (2010).
Jamais uma pessoa pode ser excluída ou 
penalizada de alguma forma pela falta de 
acessibilidade aos suportes informacionais 
e de leitura. Mesmo que seja alguém para 
emprestar a voz e o tempo para uma boa lei-
tura ou conversa. A acessibilidade, vale des-
tacar, está longe de ser exclusivamente algo 
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 171
172 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE172172 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 173
relativo apenas às possibilidades ferramen-
tais de se estabelecer uma relação física com 
o que se está lendo. A partir da mediação 
acessível e da leitura possível do mundo que 
precede a leitura da palavra (FREIRE, 1984), 
outras possibilidades se apresentam e con-
vidam os leitores a participar de um ambien-
te cheio de descobertas e soluções criativas 
para os males do cotidiano e da alma.
Outro fator que deve ser mencionado é 
relativo ao percurso que o sujeito fez e faz 
durante sua vida. No qual ele, sem se dar 
conta, se contrapõe frente ao conteúdo que 
lê, tudo que existe no “banco de dados” da 
memória, impressões relativas ao que foi 
lido, ao que foi aprendido, adaptado aos 
conceitos outrora percebidos e pondera-
dos. Das experiências vividas, nascem mui-
tas histórias, aprendizado e conhecimento. 
Essas refl exões advindas do que foi viven-
ciado na “timeline” da vida, é infl uente no 
que se compreende como a forma de in-
terpretar e modifi car um texto, levando em 
consideração fatores intrínsecos e transver-
sais ao vivido. O contexto sócio histórico, 
por exemplo, faz o invólucro do arranjo in-
formacional interno ao leitor. Os fatores ex-
ternos também são determinantes e fazem 
parte do que leva um individuo a perceber e 
o que ele pode extrair do que é lido. 
Mediar a leitura de forma acessí-
vel e sensível, mais do que propor para 
um individuo conhecimentos do que está 
descrito, dito e escrito é apresentar a 
possibilidade autônoma e inclusiva 
de estabelecer e desbravar seus pró-
prios caminhos, uma vez que os elos 
com os conteúdos que são gerados por 
terceiros acabam por se assemelharem 
a “pontes” que levam ou possibilitam im-
pressões hermeticamente fechadas com 
impressões cheias de ideologias de quem 
as proporcionou, seja pelo tom de voz de 
uma leitura, ou por comentários feitos 
em uma nota de rodapé e/ou a partir de 
uma forma de se expressar ou da facili-
dade de chegar naquela estante, em uma 
biblioteca. O fato é que, nesse caso, a lei-
tura tenderá a ser viciada.
Por outro lado, a mediação leitora e 
acessível que despreze a ponte e tome a 
forma de uma rede, de uma teia, compre-
ende que o mundo está irremediavelmente 
enfronhado em ligações que infl uenciam e 
reverberam umas nas outras, tessituras que 
para além de nos ligar, dita como somos, 
nas formas como também podemos nos 
posicionar frente aos delírios e vicissitudes 
da vida cotidiana, de suas artimanhas, de-
sejos, construções e conquistas.
Estar à deriva no oceano de informa-
ções é não ter ferramentas para esta-belecer relacionamentos com a água. 
Sem a navegabilidade, o mar torna-se 
obstáculo, ao invés de plataforma de lo-
comoção. Acessibilidade para leitura é 
permitir a mediação do conteúdo, de for-
ma que as ferramentas que o sujeito dis-
põe sejam sinérgicas para que a constru-
ção do texto, verbal e não verbal, se faça 
componente de um ciclo cujas partes 
são formadas pela cultura do indivíduo 
e suas relações com o meio em que vive, 
pelo que ele apreende do texto, segundo 
sua trajetória de vida e das reflexões que 
este sujeito pode fazer de acordo com 
suas capacidades.
A inserção qualitativa na chamada so-
ciedade da informação está na equida-
de (igual tratamento e disponibilidade) 
de oportunidades, com uma visão inclu-
siva e acessível a todos. Nessa sociedade, 
onde a aprendizagem continua ao longo 
de nossas vidas, a educação não deve 
apenas distribuir informação, mas tam-
bém, construir autoconfiança, critici-
dade e habilidades sociais, bem como 
ajudar as pessoas a se realizar através da 
identificação de seus talentos, possibili-
dade e ideias criativas (BELLUZZO, 2007).
174 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
De posse de tantos conhecimentos 
adquiridos nesse curso, que tal você 
organizar uma prática de leitura que 
possa ser acessível para pessoas 
com necessidades especiais? Busque 
conhecer o perfi l das pessoas que fazem 
parte de sua comunidade. Há pessoas 
com defi ciências visuais, motoras, 
auditivas, intelectuais? Como você 
pode contribuir para que elas tenham 
acessibilidade na mediação da leitura?
DESAFIOO ciclo de aprendizagem e desenvolvi-mento é basilar para o êxito de uma civiliza-
ção autônoma, crítica e democrática, esta-
belecendo a valoração dos signifi cados das 
palavras competência, equidade, direito, 
inclusão e autoconfi ança.
Garantir que um suporte informacional 
tenha o tratamento adequado para ser usa-
do de forma qualitativa pelos leitores com 
sua peculiaridade sensorial, entre outros 
ganhos, faz a autoconfi ança ser valorizada, 
apresentando para a pessoa com defi ciên-
cia que existem condições para que ela, se-
gundo seus próprios conhecimentos, tam-
bém possa ser autônoma em sua busca por 
informação e de leitura.
Com a acessibilidade, as pessoas com 
defi ciência podem navegar, não como me-
ros tripulantes ou passageiros, mas assu-
mem a posição de comandantes de suas 
embarcações, entendendo os ventos 
e as marés, decidindo o destino e 
lendo o caminho nos mapas, se 
orientando pelas estrelas e es-
colhendo por quais caminhos 
seguir. E se quiser seguir.
174174 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
De posse de tantos conhecimentos De posse de tantos conhecimentos 
adquiridos nesse curso, que tal você 
organizar uma prática de leitura que 
possa ser acessível para pessoas 
com necessidades especiais? Busque 
conhecer o perfi l das pessoas que fazem 
parte de sua comunidade. Há pessoas 
com defi ciências visuais, motoras, 
auditivas, intelectuais? Como você 
pode contribuir para que elas tenham 
acessibilidade na mediação da leitura?acessibilidade na mediação da leitura?
DESAFIOO ciclo de aprendizagem e desenvolvi-mento é basilar para o êxito de uma civiliza-
ção autônoma, crítica e democrática, esta-
belecendo a valoração dos signifi cados das 
palavras competência, equidade, direito, 
inclusão e autoconfi ança.
Garantir que um suporte informacional 
tenha o tratamento adequado para ser usa-
do de forma qualitativa pelos leitores com 
sua peculiaridade sensorial, entre outros 
ganhos, faz a autoconfi ança ser valorizada, 
apresentando para a pessoa com defi ciên-
cia que existem condições para que ela, se-
gundo seus próprios conhecimentos, tam-
bém possa ser autônoma em sua busca por 
informação e de leitura.
Com a acessibilidade, as pessoas com 
defi ciência podem navegar, não como me-
ros tripulantes ou passageiros, mas assu-
mem a posição de comandantes de suas 
embarcações, entendendo os ventos 
e as marés, decidindo o destino e 
lendo o caminho nos mapas, se 
orientando pelas estrelas e es-
colhendo por quais caminhos 
seguir. E se quiser seguir.
REFERÊNCIAS 
BELLUZZO, R. C. B. Construção de mapas: de-
senvolvendo competências em informação 
e comunicação. 2. ed. rev. e ampl. Bauru: Cá 
Entre Nós, 2007.
BRASIL. Decreto nº 5. 296, de 2 de dezembro de 
2004. Diário Ofi cial da União, Brasília, 3 dez. 
2004. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/
d5296.htm> Acesso em: 5 abr 2018.
FREIRE, P. Extensão ou comunicação. Rio de 
Janeiro: Paz e Terra, 1983. 
______. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de 
Janeiro: Paz e terra, 2005.
MARTI N, George R. R. A guerra dos tronos: 
crônicas de gelo e fogo. Rio de Janeiro: Leya, 2015.
PASSERINO, L. M.; MONTARDO, S. P. Inclusão 
social via acessibilidade digital: proposta de 
inclusão digital para pessoas com necessidades 
especiais. E-Compós, Brasília, v. 8, 18 p., 2007. 
Disponível em: < http://www.e-compos.org.
br/e-compos/article/view/144/145> Acesso em: 
25 jun. 2018. 
 CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 175
REFERÊNCIAS
BELLUZZO, R. C. B. Construção de mapas: 
senvolvendo competências em informação 
e comunicação
Entre Nós, 2007.
BRASIL. Decreto nº 5. 296, de 2 de dezembro de 
2004. 
2004. Disponível em: <
gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/
d5296.htm
FREIRE, P. 
Janeiro: Paz e Terra, 1983. 
______. 
Janeiro: Paz e terra, 2005.
MARTI N, George R. R. 
crônicas de gelo e fogo. Rio de Janeiro: Leya, 2015.
PASSERINO, L. M.; MONTARDO, S. P. Inclusão 
social via acessibilidade digital: proposta de 
inclusão digital para pessoas com necessidades 
especiais. 
Disponível em: < 
br/e-compos/article/view/144/145
25 jun. 2018. 
 CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leituramediadores de leitura
Igor Peixoto Torres Girão (Autor)
É bibliotecário, graduado em Biblioteconomia e mestre em Ciência da Informação, ambos pela Universidade Federal do Ceará (UFC). 
É pesquisador na área de Mediação, Inclusão e Acessibilidade. 
Rafael Limaverde (ilustrador)
É ilustrador, chargista e cartunista (premiado internacionalmente) e xilogravurista. Formado em Artes Visuais pelo Instituto Federal de 
Educação, Ciências e Tecnologia do Ceará (IFCE). Escreve e possui livros ilustrados nas principais editoras do Ceará e em editoras paulistas.
RealizaçãoApoio
EXPEDIENTE: FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) João Dummar Neto Presidente André Avelino de 
Azevedo Diretor Administrativo-Financeiro Raymundo Netto Gestor de Projetos Emanuela Fernandes 
Analistade Projetos Tainá Aquino Estagiária UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Viviane Pereira 
Gerente Pedagógica Luciola Vitorino Analista Pedagógica CURSO FORMAÇÃO DE MEDIADORES DE LEITURA 
Raymundo Netto Coordenador Geral e Editorial Lidia Eugenia Cavalcante Coordenadora de Conteúdo 
Emanuela Fernandes Assistente Editorial Amaurício Cortez Editor de Design e Projeto Gráfico Marisa 
Marques de Melo Diagramadora Rafael Limaverde Ilustrador
ISBN: 978-85-7529-893-0 (Coleção)
ISBN: 978-85-7529-904-3 (Fascículo 11)
Este fascículo é parte integrante do Programa Fortaleza Criativa, em decorrência do Termo de Fomento celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha e a Secretaria Municipal da Cultura 
de Fortaleza, sob o nº 05/2018.
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271
fdr.org.br 
fundacao@fdr.org.br

Continue navegando