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Material de Apoio História da Educação

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA
UNICARIOCA
CURSO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Atualização de Conhecimentos Pedagógicos
MATERIAL DE APOIO
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 
2014
CENTRO UNIVERSITÁRIO CARIOCA
Curso de Extensão Universitária - Atualização de Conhecimentos Pedagógicos
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
I - EDUCAÇÃO ANTIGA E MEDIEVAL
1. Educação Primitiva
O A educação primitiva fundamentava-se nos rituais de iniciação. As cerimônias de iniciação possuíam especial valor educativo: moral, social, político e religioso.
Os povos primitivos possuíam visão animista, que acreditava que tudo na natureza possuía uma alma semelhante ao homem. Possuíam crença de que todas as formas de existência possuíam alma ou espírito. O aprendizado dos métodos para apaziguar o mundo dos espíritos constituía a parte mais importante da educação dos povos primitivos.
O conhecimento necessário era adquirido por meio da imitação:
1a fase (primeiros anos de vida) - imitação inconsciente - através de brincadeiras;
2a fase (adolescência) - imitação consciente - através da participação em trabalhos.
1os professores - chefes de grupos familiares;
Professores profissionais - sacerdotes.
A educação ocorria de maneira espontânea e natural. Os primeiros educadores eram os chefes de grupos familiares e os educadores profissionais eram os sacerdotes, porém todos de uma certa maneira contribuíam para os ensinamentos, pois a educação provinha das imitações e da oralidade.
De maneira geral os ensinamentos primitivos ocorreram de maneira semelhante entre muitos povos, marcados pela tradição e pelo culto aos velhos. O tradicionalismo pedagógico é determinado por tendências religiosas diferentes. Na comunidade primitiva a educação provinha da própria comunidade, essa se dava através da vida e para a vida. A criança aprendia no seu próprio dia a dia. Em fim a escola era a própria aldeia.
O objetivo da educação nos povos primitivos era promover o ajustamento da criança ao seu ambiente físico e social por meio da aquisição de experiências de gerações passadas.
	A transição da sociedade primitiva para os primeiros estágios da civilização caracteriza-se por dois aspectos:
- substituição da organização genética da sociedade (família / classe) por uma organização política (indivíduo); e formação de uma linguagem escrita e de uma literatura (consciência do passado e meios para conservá-lo).
2. Educação Oriental
Nos valores da tradição, da não violência e da meditação ligados à religião, foi onde se firmou a transmissão de conhecimento segundo o Oriente.
A doutrina pedagógica mais antiga é o Taoísmo, uma espécie de panteísmo no qual os princípios recomendam uma vida pacata e tranqüila. 
A educação é centralizada no domínio da linguagem e da literatura. A princípio o conhecimento da escrita é bastante restrito, devido ao seu caráter sagrado e esotérico. A grande massa é excluída da escola e restringida à educação familiar informal.
a) Educação Chinesa
- material didático: nove livros sagrados (Os Quatro livros e os Cinco Clássicos) tratam das formas externas de conduta. São obras de Confúcio e de seus discípulos, que formam a base da principal religião dos chineses (confucionismo);
- método: imitação. Os alunos decoram os textos sagrados e desenvolvem estilo literário semelhante.
- Organização: Escolas elementares são mantidas pelas contribuições dos alunos e com auxílio voluntário de associações particulares. A escola não possui um prédio fixo, funciona em qualquer lugar. Os dias letivos são longos e se estendem durante o ano todo. Os exames constituíam o aspecto central do sistema educacional chinês.
b) Educação Hindu
- Em seus aspectos mais gerais não difere da chinesa. A diferença deve-se principalmente ao sistema de castas da sociedade hindu.
As castas são quatro:
- brâmanes ou sacerdotes (professores /controladores da legislação) - educação literária superior e conhecimento das escrituras sagradas;
- xátrias (generais ou classe executiva militar) e vaicias (classe industrial) - educação em escolas mantidas pela classe superior;
- sudras (classe servil) e párias (não eram considerados uma casta, estão fora da organização social) - não recebiam qualquer educação formal.
Aqueles que eram excluídos da sociedade, bem como as mulheres, não tinham acesso a educação.
c) Educação hebraica (Judaica)
O povo que mais conservou informações sobre sua história, foram os hebreus, deixando como herança para o mundo um conjunto de doutrinas, tradições, cerimônias religiosas e preceitos que ainda hoje são seguidos. A diferença com os demais povos orientais foi quanto ao desenvolvimento da personalidade. Toda a instrução era ministrada pelos escribas e sacerdotes, centralizada na lei contida na Bíblia e no Talmude (código religioso e civil dos judeus).
d) Educação Egípcia
Os egípcios foram os primeiros a tomar consciência da importância da arte de ensinar. Criaram casas de instrução onde ensinavam a leitura, a história dos cultos, a astronomia, a música e a medicina. Poucas informações deste período foram preservadas.
 
3. Educação Grega
A Grécia é considerada o berço da civilização ocidental. Na educação grega deu-se mais oportunidade para o desenvolvimento individual. Em conseqüência dessa característica surgiu um novo conceito de educação, que ainda hoje é denominada liberal. “É a educação digna do homem livre, que o habilita a tirar proveito de sua liberdade ou dela fazer uso”. Foi com os gregos que o problema da educação surgiu com as características mais semelhantes das que adquiriu, para nós, nos séculos XIX e XX.
O surgimento de idéias e conceitos transformaram-se em ideais gregos. Dentre eles ressaltam-se:
- o conceito de liberdade política no estado;
- a idéia de que a educação é a preparação para a cidadania;
- a idéia do desenvolvimento intelectual da personalidade;
- a idéia do amor ao saber pelo saber - a filosofia; e
- o conceito do homem como sendo primariamente um ser racional.
Os ideais da educação grega foram o resultado de uma lenta evolução. Abaixo estão relacionadas as principais etapas:
a) Período homérico (900 - 750 a. C.) - educação eminentemente prática. Seus ideais aparecem nos poemas Ilíada e Odisséia (homem de ação e homem de sabedoria);
b) Educação espartana (750 - 600 a. C.) - Licurgo organizou o estado e a educação em Esparta. O estado mantinha o controle sobre a educação. O objetivo da educação era dar a cada indivíduo um nível de perfeição física, coragem e hábito de obediência às leis que o tornassem um soldado ideal.
c) Educação ateniense ( 600 - 450 a. C.) - educação em oposição a espartana. Seu objetivo era a formação completa do homem (física e intelectual) O estado assegurava a liberdade pessoal, criando condições para a educação.
Em Atenas a educação da criança nos primeiros sete anos era entregue à família, geralmente ficava entregue a amas e aos cuidados de um pedagogo (escravos ou servos a quem os atenienses confiavam as suas crianças). A palavra pedagogo (de pais, paidos = criança; agein = conduzir) designa em sua origem o condutor de meninos.
d) Os sofistas (450 - 400 a.C.) - nova classe de professores ambulantes que percorriam as grandes cidades, ensinando ciências, artes, com finalidades práticas, principalmente a eloqüência, em troca de elevada contribuição financeira.
e) Os grandes filósofos (400 - 300 a.C.)
- Sócrates – A primeira obrigação do homem é procurar conhecer-se a si mesmo - "conhece-te a ti mesmo”. 
É na consciência individual que se deve procurar os elementos determinantes da finalidade da vida e da educação.
Método socrático:
Ironia - perguntar fingindo ignorar;
Maiêutica - fazer outras perguntas para levar o interlocutor a descobrir a verdade ( é a arte de fazer nascer idéias).
Principais contribuições para a educação:
-O conhecimento possui um valor prático ou moral, isto é, um valorde natureza universal e não individualista.
-O processo objetivo para obter-se conhecimento é o de conversação; o subjetivo é o de reflexão e organização da própria experiência.
-A educação tem por objetivo imediato o desenvolvimento da capacidade de pensar, não apenas de ministrar conhecimentos.
- Platão - concorda com as idéias de Sócrates sobre a necessidade de se procurar uma nova base moral para a vida, a qual deveria se encontrar em idéias e na verdade universal.
 Desenvolveu a Dialética de Sócrates, definida por Platão como sendo um "contínuo discurso consigo mesmo". 
Na educação deve-se levar em consideração tanto o corpo como o espírito. Os exercícios corporais, a cultura estética e moral, e a formação científica e filosófica, devem constituir o conteúdo da educação.
O papel do educador consiste em promover no educando o processo de interiorização, graças ao qual ele pode sentir a presença das idéias. O despertar para o mundo das idéias é um processo gradual. 
- Aristóteles - contrário a Sócrates e Platão que consideravam que a virtude consistia no simples conhecimento do bem. Afirma que a virtude está na conquista da felicidade e do bem.
Desenvolveu o seu conceito de educação partindo da idéia de imitação. O Homem se educa na medida em que copia a forma de vida dos adultos.
Para Aristóteles, os fatores da educação humana são os seguintes: as disposições naturais, os meios de aprender e a prática ou hábito para afirmar o assimilado.
O processo de ensino deve corresponder ao seguinte plano metódico:
-O mestre deve, em primeiro lugar, expor a matéria do conhecimento.
-Em seguida tem de cuidar que se imprima ou retenha o exposto na mente do aluno.
-Por fim, tem de buscar que o educando relacione as diversas representações mediante o exercício.
Foi o primeiro grande cientista, o maior sistematizador do conhecimento humano que o mundo conheceu.
f) Período cosmopolita (300 a. C. - ... )
Dois fatos caracterizam essa época:
 - de ordem política - o império de Alexandre se desmembra em vários reinos;
- de ordem cultural - a civilização grega se espalha por todo o império.
Na época Alexandrina a ciência grega organizava-se em: - conhecimentos filológicos: gramática, retórica e dialética (trivium); conhecimentos reais: aritmética, geometria, teoria musical e astronomia (quadrivium); filosofia (metafísica, ética, política, etc.); e teologia.
Novos tipos de instituições educativas surgiram. Os principais foram as escolas de retórica, as de dialética, e de filosofia, e as universidades.
As universidades foram fruto das escolas filosóficas e retóricas. Apesar de diversas escolas, apenas duas receberam o título: Universidade de Atenas e Universidade de Alexandria.
Graças às obras dos gregos durante este período, o saber tornou-se universal.
4. Educação Romana
Após a conquista romana (146 a.C.) a cultura grega foi rapidamente assimilada pelos conquistadores.
Os romanos tinham a mentalidade prática, procuravam alcançar resultados concretos, adaptando os meios aos fins.
Grego - julgamento pelo padrão de racionalidade.
Romano - julgamento pelo critério da utilidade / eficácia.
O ideal romano de educação decorre da concepção de direitos e deveres. A família desempenhava papel muito importante na educação. A característica fundamental do método de educação era a imitação. A educação era prática.
- A educação primitiva romana era dada praticamente no lar. Posteriormente surgiram as Escolas Elementares (ludi) onde eram ministrados os rudimentos das artes de ler, escrever e contar. O mestre dessas escolas chamava-se ludi-magister.
O contato com outros povos fez surgir novos tipos de instituições educacionais:
- Escolas do gramático - grego e latim.
- Escolas do retórico - oratório para a carreira política.
As escolas do retórico acolheram posteriormente o ensino de direito e filosofia, convertendo-se em universidades.
 5. Educação Medieval
 A educação ministrada pela primitiva igreja cristã veio, gradualmente, substituir a decadente educação romana.
Durante este período predominou uma concepção de educação que se opunha ao conceito liberal individualista dos gregos, e ao conceito de educação prática e social dos romanos.
A partir de Constantino, o império adotou o cristianismo como religião oficial, e fez pela primeira vez a escola tornar-se o aparelho ideológico do estado. Surge um novo tipo histórico de educação, uma nova visão do mundo e da vida, as culturas precedentes foram substituídas pelo poder de Cristo. 
O cristianismo passa a dar mais importância ao aspecto moral; baseia-se na idéia de caridade cristã / amor. Surge um novo tipo histórico de educação, com normas inéditas de vida e comportamento. Foi criada uma educação para o povo que consistia numa educação catequética e dogmática e outra educação para o clérigo humanista e filosófica teológica.
Os estudos medievais compreendiam o Trivium (Gramática, dialética e teórica) e o Quadrivium (Aritmética, geometria, astronomia e música).
As escolas primitivas cristãs preocupavam-se com a educação moral de seus próprios membros. Com o tempo, passaram a ser organizadas pelos bispos para preparar o clero para as suas igrejas. Passaram a ser chamadas de Escolas das Catedrais. 
Os mosteiros preparavam os sábios estudiosos da época e eram as únicas instituições de ensino (escolas monásticas). 
Um dos trabalhos mais significativos dos monges no campo educacional foi a cópia dos manuscritos. Deve-se a eles, também, a condensação do saber da época nas "Sete Artes Liberais" (septivium), que era a união do trivium (gramática, dialética e retórica) com o quadrivium (aritmética, geografia, arte musical e astronomia).
Maomé (entre 570 e 532) funda uma nova religião, o islamismo. A doutrina de Maomé está contida no Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos. O Alcorão é a obra prima da literatura árabe.
Da briga entre cristãos e árabes inicia um novo tipo de vida intelectual chamada escolástica, que procura conciliar a razão histórica com a fé cristã. 
Escolástico era um mestre das sete artes liberais ou o chefe das escolas monásticas ou catedrais.
O termo escolástica, inicialmente, significou o conjunto do saber; mais tarde se deu o mesmo nome aos que escolarmente se dedicavam à Filosofia e à Teologia.
A escolástica foi um movimento preocupado em demonstrar e ensinar as concordâncias da razão com a fé pelo método da análise lógica. O seu mais influente representante foi Santo Tomás de Aquino, que na obra "Suma Teológica" representa a culminância da Escolástica.
O desenvolvimento interno das escolas monásticas e das catedrais aliado ao vigoroso influxo da ciência e da tecnologia, o comércio, as cruzadas e o crescimento das cidades, determinaram o surgimento e desenvolvimento das universidades européias.
Supõe-se que a primeira universidade que consagrou professores e alunos organizados por seções nas quatro grandes divisões do conhecimento daquela época (teologia, direito, medicina e filosofia) foi a de Nápoles, fundada em 1224.
6. Renascimento
O renascimento propôs uma nova educação em oposição ao esquema da Escolástica, propondo o ideal da nova vida. Propôs restaurar as formas e ideais da antiguidade clássica.
O pensamento pedagógico Renascentista influenciou diretamente a educação através da teoria heliocêntrica, defendida por Copérnico (1473 - 1543).
Como fatos que favoreceram esse pensamento pedagógico, são citados: as grandes navegações do séc. XIV, que deram origem ao capitalismo comercial; a invenção da imprensa realizada por Gutemberg; e a invenção da bússola que possibilitou as grandes navegações.
A educação Renascentista visava à formação do homem burguês.
Os representantes da educação mais expressivos do renascimento foram:
- Victorino da Feltre - o maior inovador no campo educacional, criador da escola Casa Giocosa; afirmava que "o ensino deveria ser gradual e de acordo com o desenvolvimento psíquicodo aluno, e transcorrer num ambiente de alegria e satisfação”. A sua experiência pedagógica foi a primeira tentativa, na Itália, de criar uma escola à margem das organizações religiosas.
- François Rabelais - voltou-se contra a educação formalista e livresca, e apresenta suas idéias sobre educação através de uma novela pedagógica "Gargântua e Pantagruel". Para ele o importante não eram os livros, mas a natureza. A educação precisava primeiro cuidar do corpo, da higiene, da limpeza, da vida ao ar livre, dos exercícios físicos, etc;
- Michel Montaigne - seu ideal educativo era formar o homem completo, de corpo e alma, para o mundo. Era contra a educação da época “livresca, cheia de pedantismo, desligada da vida e propensa a punição com castigos corporais”. 
II - EDUCAÇÃO MODERNA E CONTEMPORÂNEA
Importantes transformações assinalaram a transição da Idade Média para a Idade Moderna:
O mercantilismo (fase inicial do capitalismo) suplanta o feudalismo;
Desenvolvimento da ciência moderna, ao lado de novas invenções;
Formação de uma nova classe social – a burguesia;
Formação do Estado moderno, fundado no poder absoluto do rei e da aristocracia; e
A Reforma Protestante.
A Idade Contemporânea teve como fatos decisivos:
a Revolução Industrial;
o surgimento das Ciências Humanas;
o surgimento de uma nova classe social – o proletariado;
a derrubada do Estado Absolutista pela burguesia; e
a separação entre o Estado e a Igreja.
1. A Educação no início dos Tempos Modernos
Durante a Idade Moderna a religião deixou de exercer influência quase exclusiva sobre a educação. Os cristãos dividiram-se e o controle educacional exercido pela Igreja de Roma começou a ser contestado pelos protestantes.
A reforma religiosa, dividindo os cristãos em católicos e protestantes, teve profundas repercussões educacionais.
Os protestantes, especialmente, Martinho Lutero, contribuíram para que a educação se libertasse da Igreja e para que se ampliasse o acesso à escola, com a freqüência obrigatória imposta pelo Estado.
Os católicos reagiram ao avanço protestante com a complexa organização da Companhia de Jesus, que montou um sistema educacional eficiente, abrangendo a educação secundária e superior.
A Ciência Moderna contribuiu para a modificação dos métodos educacionais, principalmente através das idéias de:
Bacon – divide as ciências e ainda diz que saber é poder sobre tudo. Criou o método indutivo (de fatos particulares se tira uma conclusão genérica)
John Locke - combateu o inatismo, dizendo que nada existe em nossa mente que não tenha origem em nossa mente.
Descartes – escreveu o "Discurso do Método", que consistia em quatro grandes princípios, tais como: jamais tomar alguma decisão sem conhecê-la evidentemente como tal; dividir todas as dificuldades quantas vezes forem necessários antes de resolvê-las; organizar os pensamentos começando pelas mais simples até as mais difíceis; e fazer uma revisão geral para não omitir nada. Criou o método científico.
COMENIUS foi o principal pensador da educação da época. Formulou os princípios gerais da didática, em seu livro Didactica Magna, considerada como método pedagógico para ensinar com rapidez. Dizia que a escola ao invés de ensinar palavras, deveria ensinar o conhecimento das coisas.
2. A Educação na época do Absolutismo
Durante toda a Idade Média predominou o regime absolutista (poder político de pai para filho e a nobreza e o clero eram as classes privilegiadas).
Como conseqüência, a educação era privilégio dos nobres e clérigos, enquanto a maior parte da população permanecia na ignorância.
A educação elementar do povo, na França, permaneceu esquecida durante toda a Idade Moderna.
A influência de Rousseau na educação foi muito importante. Sua proposta foi educar de acordo com a natureza, com as inclinações naturais do indivíduo, nas diversas fases do seu desenvolvimento.
Principais contribuições de Rousseau para a educação:
Educação natural - resultante da ação dos instintos e não das imposições externas;
Educação como processo – não se deve fazer a criança infeliz hoje em nome de um futuro incerto;
Significação do processo educativo – em contato com a natureza, a educação ocorre de maneira simples e feliz.
Importância da criança – a educação passa a ser vista da perspectiva da criança.
3. A Educação Burguesa
A passagem da Idade Moderna para a Contemporânea é marcada por revoluções burguesas que contribuíram para o fim do absolutismo e a consolidação do capitalismo industrial. Tais revoluções tiveram repercussão na educação, tornando anacrônica a escola tradicional.
A necessidade de mão-de-obra mais qualificada provocou um aumento do espaço reservado aos conteúdos técnicos e científicos.
As reivindicações dos trabalhadores que queriam estudar provocaram o surgimento de uma escola para os pobres ao lado da escola dos ricos.
A escola única, com base comum para todos, começou a impor-se através de sistemas públicos de educação, que passaram a oferecer um ensino público, gratuito e obrigatório.
Representantes:
Pestalozzi – colocou em prática as idéias de Rousseau;
Herbart – ênfase à importância da instrução bem organizada para a educação do caráter;
Froebel – organizou os Jardins de Infância.
4. A Educação Nova
Diante de numerosos avanços científicos e tecnológicos, com o mundo em constantes e rápidas mudanças, numerosos educadores propõem a mudança da escola e de educação, com base em duas idéias centrais:
O aluno como centro e sujeito da própria educação;
Uso dos métodos ativos, em que próprio aluno constrói o conhecimento.
Representantes:
	Dewey - “Aprender fazendo”
Kilpatrick - “Método dos projetos”
Decroly - “Centros de Interesse”
Montessori - “Casa Del Bambini”
Cousinet - “Método de trabalho por equipes”
	Freinet – “A educação pelo trabalho”
Makarenko - “Educação utilitária”
Claparéde - “Educação funcional e diferenciada”
Neill – “Escola de Summerhill”
Piaget - “Epistemologia genética”
DEWEY - “Aprender fazendo”
“Aprendemos quando compartilhamos experiências”.
“ As crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo”.
Necessidade de estreitar a relação entre teoria e prática.
Valorização da capacidade de pensar dos alunos.
Problematizar, apresentar os conteúdos na forma de questões ou problemas e jamais dar respostas ou soluções prontas.
KILPATRICK - “Método dos Projetos”
Deu prosseguimento ao trabalho de Dewey, dando-lhe uma configuração mais prática, propôs o método dos projetos.
Kilpatrick indica 4 grupos de projetos: projetos de produção, de consumo, para resolver um problema e para aperfeiçoar uma técnica de aprendizagem.
Um bom projeto didático apresenta 4 características: atividade motivada, plano de trabalho, de preferência manual, diversidade globalizada de ensino e ambiente natural.
DECROLY - “Centros de Interesse”
“Trabalho com uma visão globalizadora e multidisciplinar nas aulas”. 
Seu método, mais conhecido como centros de interesse, destinava-se especialmente às crianças das classes primárias.
A criança passava por três momentos: 
OBSERVAÇÃO: não acontece em uma lição, nem em um momento determinado da técnica educativa, pois, deve ser considerada como uma atitude, chamando a atenção do aluno constantemente. 
ASSOCIAÇÃO: permite que o conhecimento adquirido pela observação seja entendido em termos de tempo e espaço.
EXPRESSÃO: por esse meio a criança poderia externar sua aprendizagem, através de qualquer meio de linguagem, integrando os conhecimentos adquiridos, de maneira globalizadora. A expressão seria a culminância do processo e nela pode-se destacar: 
Expressão concreta (materialização das observações e criações pessoais; se traduz em desenho livre, trabalhos manuais...). 
Expressão abstrata (materialização do pensamento através de símbolos e códigos convencionais;apresenta-se no texto livre, linguagem matemática, musical...).
MARIA MONTESSORI - “Casa Del Bambini”
Desenvolveu na Itália em 1907, um sistema educacional e materiais didáticos que despertassem interesse na criança.
O que dava originalidade ao método, é que crianças ficam livres para se movimentarem pela sala de aula, utilizando o conjunto de materiais em um ambiente auto-educativo, multi-sensorial e de manipulação destes materiais aprendendo linguagem, matemática, ciências e prática de vida.
Dedicou-se à formação de professores para a educação de crianças com necessidades especiais.
COUSINET - “Método de trabalho por equipes”
O jogo é a base do Método Pedagógico Cousinet de trabalho em grupo. 
O jogo, a brincadeira, eram atividades naturais da criança e, portanto, a atividade educativa deveria ser fundamentada nessas atividades.
Cousinet valorizava a autoconfiança dos alunos. Não havia resultados pré-determinados para avaliar o desempenho dos alunos, nem se media seu trabalho por notas. Os resultados dos trabalhos das crianças eram aceitos, do jeito que pudessem ser realizados.
 Cousinet substituiu a pedagogia do ensino pela pedagogia da aprendizagem.
ALEXANDER S. NEILL – “Escola de Summerhill”
 O educador escocês defendia o fim da hierarquia e da rigidez como forma de educar indivíduos livres e criativos. 
Fundador da Summerhill School, na Inglaterra. Sua escola tornou-se ícone das pedagogias alternativas ao concretizar um sistema educativo em que o importante é a criança ter liberdade para escolher e decidir o que aprender e, com base nisso, desenvolver-se no próprio ritmo. 
Alunos de Summerhill freqüentam oficinas, usam ferramentas e brincam livremente.
Para Neill, tudo o que a criança precisava era de liberdade para criar.
PIAGET - “Epistemologia genética” 
Estudou a evolução do pensamento até a adolescência, procurando entender os mecanismos mentais que o indivíduo utiliza para captar o mundo. 
Como epistemólogo, investigou o processo de construção do conhecimento.
A teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo é uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis. 
 A educação na visão Piagetiana: com base nesses pressupostos, a educação deve possibilitar à criança um desenvolvimento amplo e dinâmico desde o período sensório- motor até o operatório abstrato.
FREINET – “A educação pelo trabalho” 
Atribui grande ênfase ao trabalho: as atividades manuais têm tanta importância quanto as intelectuais, a disciplina e a autoridade resultam do trabalho organizado. 
Questiona as tarefas escolares (repetitivas e enfadonhas) opostas aos jogos (atividades lúdicas, recreio), apontando como essa dualidade presente na escola, reproduz a dicotomia trabalho/prazer, gerada pela sociedade capitalista industrial. 
 Propõe o trabalho / jogo como atividade fundamental.
ANTON MAKARENKO - “Educação utilitária”
 O mestre ucraniano Anton Makarenko concebeu um modelo de escola baseado na vida em grupo, na autogestão, no trabalho e na disciplina que contribuiu para a recuperação de jovens infratores.
O método criado por ele era uma novidade porque organizava a escola como coletividade e levava em conta os sentimentos dos alunos na busca pela felicidade — aliás, um conceito que só teria sentido se fosse para todos. 
O que importava eram os interesses da comunidade e a criança tinha privilégios impensáveis na época, como opinar e discutir suas necessidades no universo escolar. 
"É preciso mostrar aos alunos que o trabalho e a vida deles são uma parte do trabalho e da vida do país" 
CLAPARÉDE - “Educação funcional e diferenciada”
 Criou um método denominado educação funcional, que procurava desenvolver as aptidões individuais e encaminhá-las para o interesse comum, dentro de um conceito democrático de vida social. 
Claparéde repetia na Europa a atuação de Dewey, ambos no cenário educacional da primeira metade deste século foram os maiores expoentes da pedagogia da ação.
Claparède chegou a elaborar uma verdadeira teoria do brinquedo. Para ele, a pedagogia devia basear-se no estudo da criança. A infância é um conjunto de possibilidades criativas que não podem ser abafadas. As necessidades se manifestam nas brincadeiras, que não são somente uma diversão, mas um verdadeiro trabalho.
5. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DO TERCEIRO MUNDO
Originou-se através de experiências educacionais nos países colonizados. Esses países construíram teorias pedagógicas originais, no processo de lutas pela sua emancipação.
6. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO AFRICANO
A cultura africana não se desenvolve de forma unitária em todo seu território. As diferenças de níveis de cultura, explicam os diferentes comportamentos frente aos movimentos de libertação. São alguns representantes:
AMÍLCAR CABRAL (1924-1973): A Educação como Cultura.
Lutou pela independência da Guiné e das Ilhas de Cabo Verde, durante toda a sua vida. Inseriu a teoria e a prática do combate libertador numa perspectiva revolucionária de transformação global da sociedade.
JULIS K. NYERERE - Educação para a autoconfiança. 
Em 1961, após a independência, a Tanzânia passou por uma revolução educacional, onde o presidente Nyerere teve um papel bastante importante.
Baseado no denominado “Self-reliance programme” (Programa de autoconfiança), Nyerere investiu em educação. 
Em seis anos, o país duplicou o número de escolas.
A nova filosofia educacional baseava-se no resgate da autoconfiança de cada criança e de cada cidadão, através do estudo de sua cultura, moral e história. 
7. O PENSAMENTO PEDAGÓGICO LATINO-AMERICANO
Apresenta características como:
Metodologias com enfoque verbalista.
O professor expõe idéias retiradas de livros, de onde o aluno retira todas as suas percepções formais do saber.
Professor fala e aluno absorve as informações.
Respostas prontas. Ao aluno basta memorizar as informações.
Nos dias de hoje, com a diversidade de informações, a comunicação se tornou mais diferenciada entre as comunidades .
8. A EDUCAÇÃO DO TERCEIRO MILÊNIO
Caracteriza-se por:
Explosão dos negócios mundiais.
Avanço tecnológico da crescente robotização.
Automação das empresas.
São profundas modificações no trabalho e, consequentemente, na educação. 
 Surge a necessidade de uma educação permanente, que permita a continuidade dos estudos, e portanto de acesso às informações, mediante uma autoformação controlada. 
9. TENDÊNCIAS ATUAIS
A Declaração Universal dos Direitos do Homem estabelece que toda pessoa tem direito à educação que deve ser gratuita e visar ao pleno desenvolvimento da personalidade humana. Também que os pais têm direito de escolher a educação dos seus filhos.
Os fatos atestam que o direito à educação ainda não é exercido na realidade da maioria dos países: as taxas de analfabetismo ainda são relevantes, muitos são excluídos da escola após iniciar os estudos, a escola reproduz as desigualdades sociais, etc.
A UNESCO empenha-se em fazer com que o direito à educação se torne realidade.
O Relatório da UNESCO 
Considera quatro pilares da educação, visando formação do ser integral, o desenvolvimento de competências e habilidades mínimas para viver e conviver numa sociedade moderna.
Os quatro pilares da Educação são conceitos que fundamentam a educação com base no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors (Educação, um tesouro a descobrir):
- APRENDER A SER - É o eixo da competência pessoal. É a relação do indivíduo consigo mesmo, desenvolvendo e fortalecendo sua identidade, auto-estima, autoconceito, autoconfiança, autodeterminação, autocuidado.
- APRENDER A APRENDER - É o eixo da competência cognitiva. Trata-se de preparar o indivíduo para ser um caçador de conhecimentos, ou seja, criar o desejo de educar-se constantemente, cuidando do seupróprio desenvolvimento, do autodidatismo. 
- APRENDER A FAZER - É o eixo da competência produtiva. Mais do que desenvolvimento de habilidades voltadas para a qualificação profissional, mas, em sentido ampliado, preparando o indivíduo para enfrentar e superar experiências sociais de maneira efetiva.
- APRENDER A CONVIVER - É o eixo da competência relacional. É a relação do indivíduo com os outros e com o meio-ambiente entendida na sua concepção mais ampla. Relaciona-se com a cidadania, com a participação e a democracia. 
Estamos vivendo a perplexidade, a crise de concepções e paradigmas em todos os campos das ciências, da cultura e da sociedade. É um momento novo e rico de possibilidades.
São vários os educadores e filósofos que, em meio a essa perplexidade estão apontando novos caminhos dentre eles:
EMILIA FERREIRO
Desde os anos 1980, não é possível tratar de alfabetização sem falar de Emilia Ferreiro. A psicolinguista argentina, discípula de Jean Piaget, revolucionou o conhecimento que se tinha sobre a aquisição da leitura e da escrita quando lançou, com Ana Teberosky, o livro Psicogênese da Língua Escrita, em que descreve os estágios pelos quais as crianças passam até compreender o ler e o escrever. 
Crítica ferrenha da cartilha, ela defende que os alunos, ainda analfabetos, devem ter contato com diversos tipos de texto. 
Passadas mais de duas décadas, o tema permanece no centro dos interesses da pesquisadora, que se indigna com quem defende o método fônico de alfabetização, baseado em exercícios para treinar a correspondência entre grafemas e fonemas. 
HOWARD GARDNER
Foi observando crianças que o psicólogo americano Howard Gardner percebeu o que hoje parece óbvio: nossa inteligência é complexa demais para que os testes escolares comuns sejam capazes de medi-la. A base desses testes é a idéia tradicional de que a inteligência é uma só e varia de nível de pessoa para pessoa.
 Gardner se contrapõe a isso. Em 1983, no livro Estruturas da Mente, ele definiu sete inteligências: a lógico-matemática, a lingüística, a espacial, a corporal-cinestésica, a interpessoal, a intrapessoal e a musical (veja ao lado). O psicólogo diz que agora descobriu mais uma, a naturalista. 
Gardner é um dos cabeças do Projeto Zero, grupo de pesquisa da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Nessa universidade ele dá aulas nos cursos de Psicologia e Educação. É professor também na Universidade de Boston. 
FERNANDO HERNÁNDEZ
 Reorganizar o currículo por projetos, em vez das tradicionais disciplinas. Essa é a principal proposta do educador espanhol Fernando Hernández. Ele se baseia nas idéias de John Dewey (1859-1952), filósofo e pedagogo norte-americano que defendia a relação da vida com a sociedade, dos meios com os fins e da teoria com a prática. 
Hernández põe em xeque a forma atual de ensinar. "Comecei a me questionar em 1982, quando uma colega me apresentou a um grupo de docentes", lembra. "Eles não sabiam se os alunos estavam de fato aprendendo. Trabalhei durante cinco anos com os colegas e, para responder a essa inquietação, descobrimos que o melhor jeito é organizar o currículo por projetos de trabalho." O modelo propõe que o docente abandone o papel de "transmissor de conteúdos" para se transformar num pesquisador. O aluno, por sua vez, passa de receptor passivo a sujeito do processo. É importante entender que não há um método a seguir, mas uma série de condições a respeitar. O primeiro passo é determinar um assunto — a escolha pode ser feita partindo de uma sugestão do mestre ou da garotada. "Todas as coisas podem ser ensinadas por meio de projetos, basta que se tenha uma dúvida inicial e que se comece a pesquisar e buscar evidências sobre o assunto", diz Hernández.
ANTONIO NÓVOA
Manter-se atualizado sobre as novas metodologias de ensino e desenvolver práticas pedagógicas mais eficientes são alguns dos principais desafios da profissão de educador.
 Concluir o Magistério ou a licenciatura é apenas uma das etapas do longo processo de capacitação que não pode ser interrompido enquanto houver jovens querendo aprender. Quem defende isso é um dos maiores especialistas mundiais em formação de professores, o português Antonio Nóvoa.
Catedrático da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa e presidente da Associação Internacional de História da Educação, ele garante que o melhor lugar para aprender a lecionar melhor é a própria escola. "A produção de práticas educativas eficazes só surge de uma reflexão da experiência pessoal partilhada entre os colegas", diz ele. Nóvoa afirma ainda que a bagagem teórica terá pouca utilidade, se você não fizer uma reflexão global sobre sua vida. Como aluno e como profissional.
PHILIPPE PERRENOUD
Desenvolver competências nos alunos é a palavra de ordem da educação moderna. Para formar pessoas preparadas para a nova realidade social e do trabalho, o professor brasileiro enfrenta o desafio de mudar sua postura frente à classe, ceder tempo de aula para atividades que integrem diversas disciplinas e estar disposto a aprender com a turma.
De nada adianta, porém, exigir mudança do docente se a escola não diminuir o peso dos conteúdos disciplinares e a sociedade não se empenhar em definir quais competências quer que seus estudantes desenvolvam. 
É isso que defende o sociólogo suíço Philippe Perrenoud, doutor em Sociologia e Antropologia, professor da Universidade de Genebra e especialista em práticas pedagógicas e instituições de ensino. Autor do livro Dez Novas Competências para Ensinar.
JUAN CARLOS TEDESCO
Nos últimos anos, e em função da generalização de situações de crise social aguda, estão sendo atualizados estudos baseados no conceito de resiliência. Esse conceito refere-se à capacidade que algumas pessoas revelam para superar situações traumáticas diante das quais a maioria dos indivíduos não consegue resistir.
 Analisar os resultados dos estudos sobre resiliência pode ser muito estimulante para o trabalho dos professores. Não se trata de subestimar a importância dos fatores objetivos que permeiam o trabalho com crianças carentes, que vivem em situações de pobreza extrema e em contextos muito precários. Devemos continuar lutando para melhorar as condições materiais de vida da população, mas é importante não esquecer que a deterioração e as carências sempre têm uma representação subjetiva em cada um dos alunos com os quais trabalhamos. Para mudar essas representações, os estudos sobre resiliência nos indicam o caminho.
 É necessário educar para que nossos alunos sejam capazes de elaborar uma explicação sobre o que acontece (por isso, a prioridade deve ser o ensino da leitura e da escrita), de ter um projeto de vida (e para isso devem conhecer a si mesmos, seus pontos fortes e fracos) e de sentir que seus professores têm confiança neles e na sua capacidade de aprender.
BERNARDO TORO
Nos anos 90, o filósofo e educador colombiano Bernardo Toro sintetizou as sete competências básicas que devem ser desenvolvidas nos alunos. Dominar as linguagens utilizadas pelo homem, saber resolver problemas, analisar e interpretar fatos, compreender o entorno social e atuar sobre ele, receber criticamente os meios de comunicação, localizar e selecionar informações, planejar e decidir em grupo.
 Esses saberes tornaram-se o norte da educação contemporânea em diversos países. Recentemente, ele acrescentou uma oitava: criar no estudante uma mentalidade internacional: "Quando esse jovem chegar à idade adulta, seu campo de ação não será apenas o bairro ou a cidade: será o mundo". 
Por isso, a escola deve ensinar o convívio na democracia, cuja base é a tolerância. 
LEV VYGOTSKY
No interior da Rússia pós - revolucionária, nos anos 20, um professor de ginásio que amava as artes se fazia uma pergunta fundamental: como o homem cria cultura? Dono de uma inteligência brilhante, ele buscou a resposta na Psicologia e acabou por elaborar uma teoria do desenvolvimento intelectual,sustentando que todo conhecimento é construído socialmente, no âmbito das relações humanas. O nome do professor era Lev Vygotsky e sua obra é hoje a fonte de inspiração do sócioconstrutivismo, uma tendência cada vez mais presente no debate educacional. 
A repercussão que o pensamento de Vygotsky vem obtendo possui a força de uma redescoberta. Nascido há um século, morreu em 1934, aos 37 anos. Sua obra enfrentou décadas de silêncio imposto pelo regime stalinista. Apenas em meados dos anos 60 seus livros chegaram ao Ocidente. Só então o psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), lamentando que os dois não tivessem se conhecido, leu e comentou os elogios e as críticas que Vygotsky lhe fizera em 1932. 
 Segundo Vygotsky, a evolução intelectual é caracterizada por saltos qualitativos de um nível de conhecimento para outro. A fim de explicar esse processo, ele desenvolveu o conceito de ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL, que definiu como a "distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes". 
DESENVOLVIMENTO REAL 
É determinado por aquilo que a criança é capaz de fazer sozinha porque já tem um conhecimento consolidado. Se dominar a adição, por exemplo, esse é um nível de desenvolvimento real 
ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL 
É a distância entre o desenvolvimento real e o potencial, que está próximo, mas ainda não foi atingido 
O MEDIADOR
É quem ajuda a criança concretizar um desenvolvimento que ela ainda não atinge sozinha. Na escola, o professor e os colegas mais experientes são os principais mediadores 
DESENVOLVIMENTO POTENCIAL 
É determinado por aquilo que a criança ainda não domina, mas é capaz de realizar com auxílio de alguém mais experiente. Por exemplo, uma multiplicação simples, quando ela já sabe somar.
CÉSAR COLL SALVADOR
Nos anos 90 Coll participou como assessor técnico nas discussões do MEC sobre a reforma educacional, em especial na elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais. As suas idéias passaram a influenciar a nossa rede de ensino.
A principal delas é a necessidade de um plano curricular que satisfaça, de forma articulada, todos os níveis do funcionamento da escola.
Para Coll não se pode separar o que cabe ao professor – a aula - do que é responsabilidade dos alunos - o conhecimento prévio e a atividade.
Inspirado em Piaget, Coll orienta todo o seu pensamento numa concepção construtivista de ensino-aprendizagem. A prioridade é o que o aluno aprende, não o que o professor ensina.
O novo currículo proposto por Coll contempla os temas transversais, que devem estar presentes em todas as disciplinas e séries da Educação Básica.
EDGAR MORIN
Reformar o pensamento. Essa é a proposta de Morin. Pai da teoria da complexidade, explicada nos quatro livros da série “O Método”, ele defende a interligação de todos os conhecimentos, combate o reducionismo instalado em nossa sociedade e valoriza o complexo.
Ele vê a sala de aula como um fenômeno complexo, que abriga uma diversidade de ânimos, culturas, classes sociais e econômicas, sentimentos... Um espaço heterogêneo e por isso, o lugar ideal para iniciar a reforma da mentalidade que ele prega.
GEORGE SNYDERS
Educador francês desenvolveu uma análise profunda das chamadas pedagogia não-diretivas - resolução dos problemas educativos e sociais através da liberação do ser natural que é a criança, deixando-a realizar sua natureza humana livremente.
A relação professor-aluno deve ser estimulante, no sentido de permitir e ajudar o crescimento da criança como ser humano. É fundamental que o professor assuma sua posição como orientador da evolução da criança.
BURRHUS FREDERIC SKINNER
Contribuiu de forma considerável pelas suas técnicas psicológicas do condicionamento humano, aplicáveis ao ensino-aprendizagem.
Segundo Skinner, o Homem é um ser manipulável, governado por estímulos do meio ambiente externo. Este tem a função de moldar, determinar o comportamento. Para isso são organizadas contingências de reforço. Na escola os reforços são arranjados com propósitos de condicionamento. Os reforçadores são artificiais, como: treino, exercício e prática.
Para Skinner, o fracasso dos professores está na negligência do método. A educação é montada em esquemas aversivos que os alunos combatem co falta de atenção, conversa, apatia, etc.
HENRI WALLON
Falar que a escola deve proporcionar formação integral (intelectual, afetiva e social) às crianças é comum hoje em dia. No início do século passado, porém, essa idéia foi uma verdadeira revolução no ensino. Uma revolução comandada por um médico, psicólogo e filósofo francês chamado Henri Wallon. Sua teoria pedagógica, que diz que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais do que um simples cérebro abalou as convicções numa época em que memória e erudição eram o máximo em termos de construção do conhecimento. Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança, mas também suas emoções, para dentro da sala de aula. 
Baseou suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. Militante apaixonado (tanto na política como na educação), dizia que reprovar é sinônimo de expulsar, negar, excluir. Ou seja, “a própria negação do ensino”. 
Diferentemente dos métodos tradicionais (que priorizam a inteligência e o desempenho em sala de aula), a proposta walloniana põe o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humanizada. A abordagem é sempre a de considerar a pessoa como um todo. Elementos como afetividade, emoções, movimento e espaço físico se encontram num mesmo plano. As atividades pedagógicas e os objetos, assim, devem ser trabalhados de formas variadas. Numa sala de leitura, por exemplo, a criança pode ficar sentada, deitada ou fazendo coreografias da história contada pelo professor. Os temas e as disciplinas não se restringem a trabalhar o conteúdo, mas a ajudar a descobrir o eu no outro. Essa relação dialética ajuda a desenvolver a criança em sintonia com o meio.
EDUCAÇÃO BRASILEIRA
PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO
I – OS JESUÍTAS
Os jesuítas foram os responsáveis pela educação brasileira durante pouco mais de dois séculos (1549-1759).
A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio Loyola, em 1534, dentro do movimento de reação da Igreja Católica contra a Reforma Protestante, com o propósito de deter o avanço protestante.
No Brasil, os jesuítas chegaram em 1549, integraram-se desde o início à política colonizadora do rei de Portugal, dedicando-se a duas tarefas principais:
A pregação de fé católica (procuravam salvar as almas e abrir caminhos à penetração dos colonizadores); e o trabalho educativo (junto com o ensino da leitura e escrita ensinavam a doutrina católica e os costumes europeus).
A escola de primeiras letras foi um dos instrumentos de que lançaram mão para alcançar o objetivo de difundir e conservar a fé católica entre senhores de engenho, colonos, negros escravos e índios.
Após as aulas elementares de leitura e escrita, os colégios jesuíticos ofereciam três cursos:
Letras Humanas – nível secundário (Gramática Latina, Humanidades e Retórica);
Filosofia e Ciências – nível secundário (Lógica, Metafísica, Moral, Matemática, Ciências Físicas e Naturais);
Teologia e Ciências Sagradas – nível superior
Destaques do Ensino Jesuítico:
Padre Manuel da Nóbrega – Chefe do 1º grupo de jesuítas;
José de Anchieta – fundador, em 1554, e primeiro professor do Colégio de São Paulo de Piratininga.
O Marquês de Pombal (1º Ministro de Portugal – 1750 a 1777) suprimiu as escolas jesuíticas de Portugal e de todos os seus domínios. Em seu lugar foram criadas as aulas régias de Latim, Grego e Retórica, que nem de longe chegaram a substituiro eficiente sistema de ensino organizado pela Companhia de Jesus. O objetivo das reformas pombalinas foi substituir a escola que servia aos interesses da fé pela escola útil aos fins do Estado.
II – O IMPÉRIO
Com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil (1808) e com a Independência (1822), a preocupação fundamental do governo passou a ser a formação das elites dirigentes do país. Preocupou-se em criar escolas superiores e em regulamentar as vias de acesso a seus cursos, especialmente através do curso secundário e dos exames de ingresso. O ensino Primário e Técnico-profissional ficaram em segundo plano.
Cursos criados por D. João:
Rio de Janeiro: 	Academia de Marinha (1808), Academia Real Militar (1810), Cursos de Anatomia e Cirurgia (1808), Laboratório de Química (1812), Curso de Agricultura (1814), Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios (1816).
Bahia: 	Curso de Cirurgia (1808), Cadeira de Economia (1808), Curso de Agricultura (1812), Curso de Química (1817) e Curso de Desenho Técnico (1817).
Também foi criada a primeira Biblioteca Pública em 1814.
 
O Ensino Primário:
Recebeu poucas iniciativas;
Criado o método Lancaster ou do ensino mútuo (sistema monitorial – 1 professor por escola e para cada grupo de 10 alunos haveria um aluno menos ignorante que ensinaria aos demais);
Educação gratuita (Constituição de 1824); 
Em 1854 foi dividido em elementar (instrução moral e religiosa, leitura e escrita, gramática, aritmética) e superior (10 disciplinas desdobradas do ensino elementar).
O Ensino Técnico-Profissional:
Marginalizado pelo poder público (os concluintes não tinham acesso ao ensino superior) e pela clientela escolar (a elite que era quem conseguia estudar procurava a escola apenas como via de acesso ao ensino superior).
O Ensino Normal:
Primeiras Escolas criadas na Bahia e no Rio de Janeiro em 1830;
Desenvolveu-se apenas no final do Império;
Dificuldades com a falta de professores qualificados e condições precárias de ensino.
A partir do Ato Adicional de 1834, passaram a coexistir dois sistemas paralelos de ensino secundário:
O regular (Colégio Pedro II);
O irregular (preparatórios para o ensino superior).
Não havia um sistema articulado de ensino:
Secundário não exigia conclusão do primário;
Superior não exigia conclusão do secundário;
III – PRIMEIRA REPÚBLICA
Os ideais republicanos (federação, democracia, convivência social, progresso econômico, independência cultural) viram-se frustrados, gerando a crise, que repercutiu no campo educacional. A revolução de 1930 foi responsável por várias transformações educacionais.
Vários princípios educacionais forma discutidos, tornando-se preceitos constitucionais a partir de 1934:
Gratuidade e obrigatoriedade do ensino de 1º grau;
Direito de todos à educação;
Liberdade de ensino;
Obrigação do Estado e da Família no tocante à educação;
Ensino religioso de caráter multiconfessional;
A Constituição de 1891 consagrou a dualidade de Sistemas Educacionais:
Federal – ensino das elites (secundário e superior);
Estadual – educação popular (primário e profissional).
A educação elitista sofreu cinco importantes reformas na Primeira República (1890, 1901, 1911, 1915 e 1925). As principais características do ensino secundário foram:
Objetivos – Preparar para o ensino superior;
Estrutura – Curso único (duração de 4 a 7 anos); cursos avulsos;
Conteúdo – Área de Humanidades predomina.
Na década de 1920 surgiram entidades preocupadas com os debates sobre a educação: Associação Brasileira de Educação (ABE – 1924) e Instituto Educacional Fernando Azevedo (1926).
Em 1922 os novos intelectuais, revoltados com a dependência cultural de modelos europeus, promoveram uma cultura autenticamente brasileira através da Semana de Arte Moderna.
Várias reformas educacionais aconteceram em São Paulo, Ceará, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal.
A maior repercussão foi a da reforma realizada em 1928, por Fernando Azevedo no Distrito Federal, cujos princípios foram:
Extensão do ensino a todos que pudessem frequentá-la;
Articulação entre graus e modelos de ensino; e
Adaptação ao meio e às ideias modernas de educação.
IV – EDUCAÇÃO NOVA
A revolução de 1930 produziu importantes transformações no campo educacional. A educação passou a articular-se como um sistema:
Criou-se o Ministério da Educação e as Secretarias de Educação dos Estados; e
A Constituição de 1934 incluiu um capítulo sobre a educação.
O Governo Federal, a partir de 1934, assumiu novas funções:
Integração e planejamento global da educação;
Normatização para todos os níveis educacionais e para todo o Brasil;
Supletiva de estímulo e assistência técnica; e 
Controle, supervisão e fiscalização.
Em 1932, um grupo de educadores divulgou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova : A reconstrução educacional no Brasil, que defendeu novas ideias:
A educação como instrumento de reconstrução nacional;
A educação pública, obrigatória e leiga;
A educação funcional e ativa adaptada aos interesses dos alunos; e
Todos os professores, mesmo os do ensino primário, devem ter formação universitária.
O Manifesto foi redigido por Fernando de Azevedo e assinado por mais 25 educadores e/ou escritores, dentre eles Anísio Teixeira, Lourenço Filho e Pascoal Leme.
Em 1946, o Governo Federal passou a regulamentar o ensino primário.
Ensino Secundário – Nas reformas de 1931 e 1942, seus objetivos passaram a ser a formação geral e preparação para o ensino superior.
Dividiu-se em 2 ciclos: 	1931 – fundamental e complementar;
			1942 – ginasial e colegial.
Ensino Técnico-Profissional – A partir de 1942, passou a ter legislação nacional. Foi criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em 1942 e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) em 1946;
Ensino Superior – sofreu importantes modificações a partir de 1930. Com a criação das primeiras universidades, superou-se a fase das escolas superiores isoladas. Os Estatutos das Universidades Brasileiras foram promulgados em 1931. A primeira universidade no Brasil, a Universidade de São Paulo foi criada em 1934.
V – EDUCAÇÃO POPULAR
De 1946 a 1964 houve avanço da participação popular e, consequentemente, da educação popular.
 A Constituição de 1946 restabeleceu os princípios educacionais democráticas da Carta de 1934.
No período foram organizadas numerosas campanhas visando à ampliação e à melhoria do atendimento escolar.
Em 1961 foi estabelecida a equivalência entre o secundário e o técnico-profissional.
Após treze anos de discussão foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 4024/61) que foi a primeira a englobar todos os graus e modalidades do ensino.
Estrutura do Ensino: Pré-primário (até 7 anos);
 Primário (4 a 6 anos de duração);
	
	
	Modalidades:
	
	Ciclo Ginasial (4 anos)
	
	Médio 
	
	Curso Secundário
	
	Ciclo Colegial
	Curso Técnico
	
	
	Curso Normal
Principais Movimentos de Educação Popular:
1947 – Campanha de Educação de Adultos (Lourenço Filho);
1961 – Movimento de Educação de Base (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)
1963 – Programa Nacional de Alfabetização (Paulo Freire);
Características do Método Paulo Freire de Alfabetização de Adultos:
Localização e recrutamento dos analfabetos da área;
Entrevistas com adultos conhecedores da localidade;
Seleção de palavras de uso corrente, representativas do universo vocabular da localidade (palavras geradoras);
Decomposição das palavras geradoras em sílabas e composição de novas palavras;
Discussão da situação representada pelas palavras geradoras, visando à conscientização do indivíduo e a sua participação na transformação da realidade.
VI – REGIME MILITAR
O regime instalado em 1964 freou os avanços populares:
Impedimento de o povo escolher seus governantes;
Concentraçãoda propriedade da terra e da renda;
Sindicatos invadidos e greves impedidas pela força;
Empobrecimento e marginalização do povo;
Repressão das manifestações estudantis e controle das atividades (Lei Suplicy (1964) – ilegalidade das entidades estudantis / Decreto 477 – impedimento da organização dos estudantes).
Em 1968, o Governo promoveu a Reforma Universitária devido à pressão dos estudantes:
Instituição do vestibular classificatório para acabar com “excedentes”;
Universidade adquiriu modelo empresarial;
Organização da Universidade em unidades isoladas;
Multiplicação das vagas em escolas superiores particulares.
A reforma do ensino de 1º e 2º graus (Lei 5692/71) foi aprovada sem discussão:
Estrutura do Ensino: 1º Grau (8 anos) – educação geral;
2º Grau (3 ou 4 anos) – obrigatoriamente profissionalizante até 1982. 
A reforma de 1971 aumentou o número de matérias obrigatórias em todo o território nacional. Ensino religioso (facultativo). Núcleo Comum obrigatório, com 10 conteúdos específicos.
VII – EDUCAÇÃO ATUAL
Com a instalação da Assembleia Constituinte, em 1º de fevereiro de 1987, 14 entidades formaram o Fórum da Educação na Constituinte. O Fórum divulgou o “Manifesto à Nação”, onde foram defendidos 4 princípios básicos:
Ensino público, gratuito e leigo para todos;
Destinação de 13% das verbas do Governo Federal e de 25% das dos outros governos ao ensino;
Verbas públicas exclusivamente para as escolas públicas;
Democratização da escola.
A partir da Constituição de 1988, os educadores e suas entidades representativas mobilizaram-se para a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação promulgada em 20/12/96 (Lei n.º 9394/96), após 8 anos de tramitação no Congresso.
Estrutura do Ensino:
	
	Infantil
	Básica
	Fundamental
	
	Médio
	
	
	Superior
	
No período de 1983 a 1987, no Rio de Janeiro, foi desenvolvido o programa educacional com escola de tempo integral (Centro Integrado de Educação Pública – CIEP).	
AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS QUE SE DEFRONTAM NO CENÁRIO EDUCACIONAL BRASILEIRO
LIBERAIS E PROGRESSISTAS
Segundo Libâneo, a pedagogia liberal divide-se em:
Liberal Tradicional 
 Caracteriza-se por acentuar o ensino humanístico, de cultura geral, no qual o aluno é educado para atingir, pelo próprio esforço, sua plena realização como pessoa. 
Os conteúdos, os procedimentos didáticos, a relação professor-aluno não têm nenhuma relação com o cotidiano do aluno e muito menos com as realidades sociais. 
É a predominância da palavra do professor, das regras impostas, do cultivo exclusivamente intelectual.
Liberal Renovada 
 Acentua, igualmente, o sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões individuais. 
A educação é um processo interno, não externo; ela parte das necessidades e interesses individuais necessários para a adaptação ao meio. 
A escola renovada propõe um ensino centrado no aluno e no grupo.
Liberal Tecnicista 
 Subordina a educação à sociedade, tendo como função a preparação de “ recursos humanos” (mão-de-obra) para a indústria. 
A sociedade industrial tecnológica estabelece (cientificamente) as metas econômicas, sociais e políticas, a educação treina (também cientificamente) nos alunos os comportamentos e ajustamento a essas metas.
A tendência tecnicista surgiu nos EUA a partir da tentativa de inserir a escola no modelo de racionalização e produtividade típicas do sistema de produção capitalista. Utiliza procedimentos do taylorismo e do behaviorismo.
Segundo Libâneo, as tendências progressistas são:
Tendência Libertadora 
 Mais conhecida como a pedagogia de Paulo Freire.
O processo educativo não é transmissão, tampouco doação, mas participação numa situação concreta desafiadora, de onde brota significação para o educando. 
A alfabetização e a conscientização são inseparáveis dessas situações desafiadoras, situações de relevância social e política. 
Todo o processo educativo deve levar à conscientização quanto ao significado real dessas situações vividas pelo educando.
Tendência Libertária 
 Conhecida como uma “pedagogia institucional”.
Pretende ser uma forma de resistência contra a burocracia como instrumento de ação dominadora do estado, que tudo controla(professores, programas, provas ...), retirando a autonomia.
Tendência Crítico-Social dos Conteúdos 
 A difusão dos conteúdos é a tarefa primordial da escola. 
Não conteúdos abstratos, mas vivos, concretos e, portanto, indissociáveis das realidades sociais. 
A valorização da escola como instrumento de apropriação do saber é o melhor serviço que se presta aos interesses populares, já que a própria escola pode contribuir para eliminar a seletividade social e torná-la democrática.
A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade.
REFORMAS EDUCACIONAIS
1879
Reforma de Leôncio de Carvalho instituiu a liberdade de ensino, possibilitando o surgimento de colégios protestantes e positivistas. 
1891
Reforma Benjamim Constant, baseado nos ensinamentos de Augusto Comte, elaborou uma reforma de ensino de nítida orientação positivista, defensora de uma ditadura republicana dos cientistas e de uma educação como prática anuladora das tensões sociais. 
Entre 1920 e 1930
Reformas estaduais com novas propostas pedagógicas:
RJ - Fernando de Azevedo
BA - Anísio Teixeira 
MG - Francisco Campos 
1922
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de Fernando de Azevedo e outros 26 educadores, condenaram o elitismo na educação brasileira, preconizando uma escola pública gratuita, leiga e obrigatória. 
1930
Reforma Francisco de Campos criou o estatuto das Universidades e organizou o ensino secundário. Foi então fundada, em 1934, a Universidade de São Paulo e, 1937, a então Universidade Nacional do Rio de Janeiro, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. 
1942
Reforma Capanema. Durante o Estado Novo foram promulgadas as leis orgânicas do ensino, dividindo o curso secundário em ginasial e colegial (clássico ou científico), criando o ensino profissional ministrado através das empresas e indústrias tais como o Serviço Nacional da Indústria (Senai) e o Serviço Nacional do Comércio (Senac).
1959
Defensores da escola pública lançaram o Manifesto dos Educadores, assinado por 185 educadores e intelectuais, entre eles, Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo, Florestan Fernandes e Fernando Henrique Cardoso. 
1960
Surgiram as primeiras iniciativas de educação popular, voltada, também, para o atendimento à população adulta como o Movimento de Educação Popular liderado por Paulo Freire, cuja proposta foi adotada por inúmeros países da América Latina e da África e, o Movimento de Educação de Base, iniciativa da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB). 
1961
Aprovação da primeira lei de Diretrizes e Bases, em 1961, garantiu o direito à educação em todos os níveis, criou o Conselho Federal de Educação (1962), fixou os currículos mínimos e garantiu a autonomia às universidades
Entre 1970 e 1985
Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) - atendimento em âmbito nacional da população analfabeta, através de programas de alfabetização e de educação continuada de adultos e adolescentes. 
1996
Aprovação da segunda lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional.
GRANDES EDUCADORES BRASILEIROS E SUAS CONTRIBUIÇÕES
Lourenço Filho 
 Reformou a instrução pública no CE (1923)
Organizou o Instituto de Educação do DF (1932)
Primeiro diretor do INEp (1938)
Anísio Teixeira
Suas idéias influenciaram todos os setores da educação no Brasil.
Discípulo de Dewey
No DF, em 1935 lançou um sistema de educação global do primário à universidade.Centro Educacional Carneiro Ribeiro, Salvador - 1ª experiência no Brasil de promover a educação cultural e profissional de jovens.
Fernando de Azevedo
 Realizou importante inquérito educacional em 1926, a partir do qual passou a dedicar-se à educação e às ciências sociais.
É um dos fundadores da USP.
Redigiu o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.
Gustavo Capanema
 Criador do INEP.
Em 1942, por sua iniciativa são reformados alguns ramos do ensino = Leis Orgânicas do Ensino ( criação dos SENAI, regulamentação do ensino industrial, comercial e secundário)
Raul Leitão da Cunha
Regulamentação do Ensino Primário e Normal
Cria o SENAC
Paulo Freire
Alfabetização de adultos (adequação do processo educativo às características do meio)
O programa Nacional de Alfabetização criado em 1962 é inspirado no Método Paulo Freire, que é substituído pelo MOBRAL no período da ditadura militar
Darcy Ribeiro
Novo projeto de LDB.
Rubem Alves
 Psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis.
 Ensinar" é descrito por Alves como um ato de alegria, um ofício que deve ser exercido com paixão e arte. É como a vida de um palhaço que entra no picadeiro todos os dias com a missão renovada de divertir. Ensinar é fazer aquele momento único e especial. Ridendo dicere severum: rindo, dizer coisas sérias
Maurício Tragtenberg
Através de uma crítica incisiva ao modelo pedagógico burocrático, chegou à teoria da pedagogia libertária, que se expressa pelo questionamento de toda e qualquer relação de poder estabelecida no processo educativo e das estruturas que proporcionam as condições para que essas relações se reproduzam no cotidiano das instituições escolares.
O professor é o ‘símbolo vivo’ da dominação
A pedagogia libertária propõe uma série de mudanças nas instituições de ensino, fundadas na: autogestão, gestão da educação pelos diretamente envolvidos no processo educacional e a devolução do processo de aprendizagem às comunidades onde o indivíduo se desenvolve (bairro, local de trabalho); autonomia do indivíduo, ‘o indivíduo não é um meio, é o fim em si mesmo.
Dermeval Saviani 
Defendeu de forma sistemática e intransigente a escola pública e preocupou-se com o alcance político da ação pedagógica enquanto estratégia de construção da contra-ideologia, sem, no entanto confundir esta ação com uma ação propriamente política. 
A necessidade de articular teoria e prática levou Saviani a buscar alternativas, traduzidas ou expressas na concepção que ele denominou de Pedagogia Histórico-Crítica.
O sentido básico da expressão Pedagogia Histórico Crítica é a articulação de uma proposta pedagógica que tenha o compromisso não apenas de manter a sociedade, mas de transformá-la a partir da compreensão dos condicionantes sociais e da visão que a sociedade exerce determinação sobre a educação e esta reciprocamente interfere sobre a sociedade contribuindo para a sua transformação. 
PROJETOS EDUCACIONAIS
No período da Abertura Política (1986 em diante) vários projetos foram criados e executados:
FUNDEF - Fundo de manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e de valorização do magistério – FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização do Magistério
Programa de Avaliação Institucional - PAIUB
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - SAEB
Exame nacional do ensino médio - ENEM
Parâmetros curriculares Nacionais - PCN
Exame Nacional de Cursos - ENC
Exame Nacional do Ensino - ENADE
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ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 2006.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução a filosofia. São Paulo: Moderna, 2000
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