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Obrigação de dar coisa certa e incerta

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Aula 04 – Obrigação de Dar Coisa Certa e Incerta
Obrigação de Dar Coisa Certa (Arts. 233/237 CC):
A obrigação de dar é muito específica, estabelece que o sujeito é obrigado a entregar coisa móvel ou imóvel a outrem, podendo se utilizar de instrumento negocial, o contrato. No contrato de compra e venda de um imóvel, o credor é aquele que deve receber a coisa e o devedor aquele que deve entregar.
Perda da Coisa COM Culpa (Art. 234, CC):
Art. 313: O credor pode se recusar a receber coisa diversa da acordada, ainda que mais valiosa. Nemo aliud pro alio invito creditore solvere potest.
Na Presença de Culpa: Há o pagamento do valor da obrigação mais perdas e danos. Dolo (intenção de descumprimento) e Culpa (negligência, imprudência e imperícia).
Perda da Coisa SEM Culpa (art. 234, CC)
Nesse caso, não há o pagamento de perdas e danos, nesse caso a perda da coisa decorre de caso fortuito (evento totalmente imprevisível) ou de força maior (evento previsível, porém inevitável)
Existem situações em que o devedor responde inclusive diante do caso fortuito ou da força maior:
Se o devedor estiver em mora, a não ser que prove a total ausência de culpa ou que o fato ocorreria mesmo não havendo mora – art. 399, CC
Se houver previsão contratual – art. 393, CC.
Se houver previsão legal – art. 583, CC.
Em Relação a Deterioração da Coisa
Art. 235, CC: Deterioração da coisa sem culpa: O credor poderá exigir o valor pago, ou a coisa, com o abatimento do preço para realizar reparos.
Art. 236, CC: Deterioração da coisa com culpa: O credor poderá pedir o valor equivalente da coisa, mais perdas e danos, ou a coisa, mais perdas e danos.
Melhoramentos e Acréscimos na Coisa Antes da Tradição (Art. 237, CC)
Antes da tradição a coisa pertence ao devedor (res perit domino). Desta forma, se o devedor melhorar ou acrescer a coisa, poderá exigir do credor aumento no preço. Caso o credor não deseje arcar com o aumento, poderá o devedor resolver a obrigação, mas não será possível exigir o pagamento das perdas e danos.
A razão da norma deita origens na manutenção do sinalagma obrigacional e na vedação do enriquecimento sem causa, o que não impede uma análise fática das situações concretas, uma vez que o devedor poderá agir de má fé.
Obrigação de Restituir Coisa Certa (Arts. 238/242 CC)
Em Relação a perda da coisa: Art. 238: O devedor tem obrigação de devolver a coisa que não lhe pertence (ex.: contrato de locação). No caso de perda da coisa sem culpa do devedor, antes da tradição, aplica-se a regra de que a coisa perece para o dono (res perit domino). Assim, é o credor quem suporta o prejuízo, podendo pleitear os direitos que já existiam até o dia da perda.
Art. 239: Se a perda decorrer de culpa do devedor, este responderá pelo equivalente, mais perdas e danos.
Em Relação à Deterioração da Coisa (Art. 240, CC)
Sem culpa do devedor: O credor receberá o bem, no estado em que se encontra, sem indenização
Com culpa do devedor: O devedor responderá pelo equivalente, mais perdas e danos.
Pelo Enunciado 15, aplica-se o art. 236, CC na hipótese do art. 240, CC, ou seja, o credor poderá receber a coisa, mais perdas e danos. O presente enunciado respeita a autonomia privada.
Melhoramento e Acréscimos na Coisa
Art. 241, CC: Melhoramento sem despesa ou trabalho do devedor, será incorporado ao bem do credor.
Art. 242, CC: Melhoramento com despesa ou trabalho do devedor (Arts. 1.219 e 1.220 que trata do possuidor de boa-fé e de má-fé).
Devedor de Boa-Fé: Indenização e direito de retenção em relação às benfeitorias necessárias e úteis; podendo levantar as voluptuárias, se isso não implicar na diminuição do valor da coisa.
Devedor de má-fé: Só terá o direito à indenização em relação às benfeitorias necessárias, não gozando do direito à retenção. Não possui, também, direito à indenização e à retenção em relação às benfeitorias úteis e voluptuárias.
Obrigação de Dar Coisa Incerta (Arts. 243/246, CC)
É a obrigação de dar coisa indeterminada, sendo somente indicada pelo gênero e pela quantidade, restando uma indicação de sua qualidade posteriormente.
A concentração é o ato pelo qual a parte, designada pela lei ou pelo contrato, realiza a escolha, constituindo um ato jurídico, transformando a obrigação indeterminada em obrigação determinada (art. 245, CC).
O Ato de Escolher (Art. 244, CC)
Quanto ao AGENTE: A princípio, a escolha caberá ao devedor.
Quanto à coisa: Em relação à coisa: Aquele que couber escolher, não poderá dar a coisa pior e nem será obrigado a dar a coisa melhor, o que decorre do princípio da equivalência das prestações. Deverá dar, pois, o gênero intermediário. Para a melhor doutrina, trata-se de norma cogente de ordem pública, não podendo ser afastada pela vontade das partes.
Perda da Coisa Antes da Escolha (Art. 246, CC)
Antes da escolha não há inadimplemento, pois somente depois da escolha que a obrigação genérica passa a ser específica, mesmo em caso de força maior ou caso fortuito a obrigação genérica continuará existindo.
Dívida Genérica Limitada 
Existem situações em que todos os gêneros são perdidos em decorrência de caso fortuito ou força maior – a perda de todas as uvas especiais para a fabricação de um vinho. A lei não faz menção a esta possibilidade, fazendo com que o devedor arque com o pagamento das perdas e danos. Porém, existe entendimento doutrinário em sentido contrário, fundamentado pelo seguinte texto incorporado ao projeto de lei 6.960/02: “Antes de cientificado da escolha o credor, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito, salvo se tratar de dívida genérica limitada e se extinguir toda a espécie dentro da qual a prestação está compreendida”.

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